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ROTINAS DE PESSOAL Amanda Cavalcanti Correia 2 5 FOLHA DE PAGAMENTO 5.1 Saldo de Salário e Faltas Trata-se da apuração do valor devido ao empregado pelo exercício de sua atividade frente ao seu empregador, devendo ser considerado nesse valor o salário contratual, horas extra, comissões, gratificações, adicionais e outros que são apurados pela competência (mês), e que devem ser pagos até o quinto dia útil do mês subsequente. Faltas Legais Prevista nos artigos 131 e 473 da CLT, além das que estão garantidas pelo artigo 6 da lei 605/1949, a qual compõe todas as justificativas para se ausentar do trabalho. Segue abaixo na literalidade legal: CLT, Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977): I - nos casos referidos no art. 473 (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977); II - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário- maternidade custeado pela Previdência Social (Redação dada pela Lei nº 8.921, de 25.7.1994); III - por motivo de acidente de trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133 (Redação dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993); IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977); V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido (Incluído pelo Decreto- lei nº 1.535, de 13.4.1977); VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133 (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977). 3 Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967): I - até 2 (dois) dias consecutivos em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica (Inciso incluído pelo Decreto- lei nº 229, de 28.2.1967); II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967); III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967); IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967); V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967). VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referida na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 da Lei do Serviço Militar (Incluído pelo Decreto-lei nº 757, de 12.8.1969); VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior (Inciso incluído pela Lei nº 9.471, de 14.7.1997); VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo (Incluído pela Lei nº 9.853, de 27.10.1999); IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro (Incluído pela Lei nº 11.304, de 2006); X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016); XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016); XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada (Incluído pela Lei nº 13.767, de 2018). 4 Lei 605/1949, Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. § 1º São motivos justificados: a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento; c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho; d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento; e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho; f) a doença do empregado, devidamente comprovada. § 2º A doença será comprovada mediante atestado médico da instituição da previdência social a que estiver filiado o empregado, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes em sua localidade, de um médico de sua escolha (Redação dada pela Lei nº 2.761, de 26.4.56). § 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho reduzido, a freqüência exigida corresponderá ao número de dias em que o empregado tiver de trabalhar. Faltas Injustificadas São consideradas as faltas onde o empregado não tem justificativa legal ou aceita por seu empregador, essas faltas ocasionam a perda do descanso semanal remunerado, bem como de outros direitos, por exemplo, as férias (art. 130 da CLT) e 13º salário (Lei 4.090/62). Faltas convencionais 5 São as que constam de documentação coletiva, sendo assim, serão consideradas como devidas e abonadas pelo documento coletivo, podendo ser até mesmo a criação de datas comemorativas, como ocorre no dia do comerciário, que indica como dia de descanso ao mesmo remunerado pelo empregador, e se houver trabalho nesse dia o seu tratamento pelo pagamento em dobro. Desconto de faltas Toda falta injustificada gera desconto do valor devido ao empregador e a mesma ocasionará em diminuição do valor devido e também na perda do descanso semanal em regra. Além da falta injustificada o atraso injustificado também ocasiona a diminuição da remuneração devida e também pode ocasionar a perda do DSR. Mês com 28, 29, 30 e 31 dias O direito do trabalho é movido pela contraprestação, ou seja, paga-se ao empregado pelo efetivamente realizado, sendo assim, os meses devem compor em sua essência o valor diário conforme sua especificidade, seja, mês de 28 dias trará o valor de salário diário diferenciado para os meses de 31 dias e assim sucessivamente para quem ganha por mês. Exemplo: Empregado que faltar no mês de 31 dias, terá que utilizar esse como divisor para achar o valor da falta assim, como será também aplicado ao mês com 28 dias. João ganha R$ 2.000,00 por mês e faltou no mês de fevereiro, qual o valor será descontado de João? R$ 2.000,00 / 28 dias do mês de fevereiro = R$ 71,43 O valor de desconto pelo dia da falta é de R$ 71,43. Base legal utilizada por interpretação art. 64 da CLT. Competência para o pagamento do Saldo de Salário Sempre será observado que para pagamento da remuneração, o valor gerado em um mês, deverá ser pago até o quinto dia útil do mês subsequente à sua ocorrência, com base no que descreve o art. 459 da CLT. 6 Atraso no Pagamento Por lei, o atraso no pagamento de salários ocasiona ao empregador multa prevista pela portaria 290/97, mas para efeito de valores devidos ao empregado temosum entendimento de que o salário deverá ser calculado com base nos índices divulgados pela tabela de débitos trabalhistas. Em alguns casos, o documento coletivo traz como cláusula o pagamento de multa diária pelo atraso no pagamento dos salários, a qual deverá ser observada nos casos em que a convenção da categoria exigir a aplicação. 5.2 Férias É o período destinado ao lazer e descanso do empregado após 12 meses de prestação de serviço, trata-se de um direito atribuído pela Constituição Federa, mas que atende às condições para sua concessão com base no que é descrito na CLT, entre os artigos 129 a 139 da CLT. Férias Individuais Considerada o período de 30 dias devidos ao empregado por seu contrato de trabalho, esse período deverá ser descansado dentro do período concessivo do empregado, que corresponde aos 12 meses subsequentes ao fim do período aquisitivo, que devem ser concedidos após a comunicação de no mínimo 30 dias de antecedência ao dia de início do descanso, com base no que disciplina o art. 135 da CLT. Momento de Início das Férias As férias não poderão iniciar nos dois dias que antecedem a feriado ou dia destinado ao descanso do empregado com base no que disciplina o artigo 134,§3º da CLT. Exemplo: Folga do empregado no domingo, ele poderá iniciar as suas férias, na quinta-feira. Ou seja, sendo o domingo o dia de descanso, ele não poderá iniciar as férias no sábado (primeiro dia que antecede ao DSR), nem na sexta (segundo dia que antecede o DSR), sendo apenas possível o início das férias entre segunda e quinta-feira por exemplo. Fracionamento das Férias Com a reforma trabalhista, foi alterado o art. 134, §1º da CLT, o qual permite o fracionamento, desde que, o empregado esteja de acordo, em até 3 períodos, onde um deles não poderá ser inferior a 14 dias e os outros dois nunca inferior a 5 dias. 7 Abono Pecuniário Pelo art. 143 da CLT é possível que o empregado solicite ao seu empregador, o pagamento de 1/3 do período a que tiver direito de férias, em abono pecuniário, ou seja, ele receberá em pecúnia esse período juntamente com as férias, mas sem tributação sobre o valor devido. Para que o empregado tenha por direito a conversão, o empregado deverá solicitar essa conversão do período de férias em abono pecuniário, até 15 dias antes do fechamento do período aquisitivo. Exemplo: Empregado com 30 dias de férias poderá vender 1/3 de férias, ou seja, 10 dias ele converte em abono e os outros 20 dias ele descansa, lembrando que ambos sofreram a incidência do pagamento de 1/3 das férias. Férias Coletivas É um benefício mais aplicado por necessidade do empregador, a qual poderá, a seu critério paralisar as atividades da empresa toda, de um setor ou de um departamento, por um período que não poderá ser inferior a 10 dias e nem ser concedida por mais de 2 vezes por ano. Para sua validade, as férias coletivas, deverão se comunicadas a órgão competente (Superintendência Regional do Trabalho) e depois de enviada uma cópia para o Sindicato. Sua previsão legal encontra-se no art. 139 e seguintes da CLT. Férias Coletivas para empregados com mais de um ano Ao empregado com mais de um ano de empresa, somente será devido, no caso de ainda não ter o período aquisitivo, o mesmo seria apenas considerado uma antecipação das férias, não havendo mudança do período aquisitivo. Férias Coletivas para empregados com menos de um ano Aos empregados com menos de 1 ano de empresa, na oportunidade de concessão das férias coletivas, será alterado o seu período aquisitivo para a data de início das férias coletivas, com base no art. 140 da CLT. O empregado com menos de um ano que não tenha o total de férias indicadas pelo empregador para concessão, na oportunidade, irá gozar como férias o período que tiverem e o restante deverá ser considerado como licença-remunerada. 8 Exemplo: Joana foi admitida em 01.11.2019 e sua empresa resolveu conceder férias coletivas em 23.12.2019, onde na ocasião ele terá direito a 2/12 avos de férias, que corresponde a 5 dias de férias, são 2,5 dias por avo de férias (30 dias de férias dividido por 12 meses), e a fração igual ou superior a 15 dias, já considera um avo completo de férias. Sendo assim, Joana na oportunidade das férias coletivas de 15 dias concedida por sua empresa, terá direito a receber por 5 dias de férias acrescidos de 1/3 e mais 10 dias como licença-remunerada. Prescrição O período de férias será considerado prescrito, com base no disposto no art. 139 da CLT, quando passados 5 anos do vencimento do seu período concessivo, ou seja, passados 5 anos, sem reclamar as férias contados do fim do período concessivo, esse período será considerado prescrito o que ocasionará ao empregado a perda do direito de agir para a cobrança do mesmo frente ao seu empregador. Exemplo: Período aquisitivo de 01.02.2012 a 31.01.2013, com período concessivo de 01.02.2013 a 31.01.2014, a qual o empregado não terá direito a reclamar o pagamento dessas férias após 31.01.2019, ou seja, no dia 1.02.2019 ele já não terá mais direito de reclamar o direito das férias em questão. Penalidades A falta de pagamento das férias dentro dos parâmetros legais ocasiona ao empregador multa prevista na Portaria 290/97, no valor de 160 UFIR por empregado prejudicado. 5.3 13º Salário É uma gratificação natalina concedida aos empregados, com base na remuneração devida em dezembro, com base na lei 4.090/1962. Direito Caberá como direito de todo empregado, não sendo devido ao estagiário, autônomo ou pró-labore, ou seja, é uma gratificação de direito dos empregados. Contagem dos Avos Devidos 9 O décimo terceiro salário é valor devido por cada mês de trabalho, desde que, o empregado tenha no mínimo direito ao recebimento de 15 dias de remuneração dentro do mês, com base no que disciplina a lei 4.090/62. Pagamento P pagamento do 13º salário é feito em duas parcelas anuais, onde a primeira parcela será devida entre os meses de fevereiro e novembro e a segunda parcela será devida no mês de dezembro e até o dia 20, deste mês (dezembro). O pagamento do 13º salário ainda poderá ser adiantado, por solicitação do empregado no mês de janeiro, para recebimento da primeira parcela juntamente com as férias, que tiverem inicio entre os meses de fevereiro e novembro. Ainda, ressalta-se que pelo art. 2 da lei 4.749/65 o empregador a seu critério, que não pode ser discriminatório, poderá pagar em adiantamento a primeira parcela que corresponde a 50% do valor devido de 13º salário, a um ou mais empregados. Remuneração A remuneração do 13º salário será composta do valor do salário contratual mais suas variáveis, ou seja, comporá o valor devido de 13º salário, além do salário contratual, as horas extras, os adicionais legais, as gratificações e demais parcelas de natureza salarial, com base no art. 1 da lei 4.090/62. Parcela Única Não existe previsão legal para o pagamento do 13º salário em parcela única, mas há um entendimento de que se ocorrer entre os meses de fevereiro e novembro, e pelo pagamento do valor integral do 13º salário, seria uma condição benéfica ao empregado e o que não traria nenhuma implicação de prejuízo. Sendo assim o entendimento seria considerado o adiantamento em valor maior ao mínimo estipulado pela lei. Abono Anual É o valor devido pela previdência social, aos segurados em recebimento de benefício previdenciário, ou seja, será devido o valor pelo INSS aos que estiverem recebendo salário-maternidade, aposentadoria ou afastamento por incapacidade (doença ou acidente). É composto do valor do salário de benefício, que também é pago em duas parcelas anuais conforme indicação do instituto nacional de seguridade social - INSS. Descontos 10 Não existe previsão legal que discipline sobre descontos no valor devido de 13º salário,sendo assim, não há indicação do valor de 13º salário ser objeto de descontos por quaisquer valores devidos pelo empregado ao empregador. 5.4 Tributos É toda prestação paga em pecúnia de forma compulsória, e que não seja constituída por sanção de ato ilícito, a qual é instituída por lei e cobrada pelo Estado ao cidadão ou empresários. INSS É o valor compulsoriamente descontado do segurado que presta serviço mediante recebimento de contraprestação pelo serviço prestado, quer seja sob a condição de empregado ou contribuinte individual, nos moldes descritos pelo art. 8 e 9 do Decreto 3.048/99. Quanto à forma de tributação sobre o valor devido pelos empregadores, em regra, o mesmo é obrigatório sobre o valor da folha de pagamento, sendo composto de cota patronal, pagamento do risco de Acidente de Trabalho - RAT (Giil-RAT - Grau de Incidência sobre a incapacidade laborativa - Risco de Acidente do Trabalho) e os terceiros, com base no que está descrito no anexo II da IN RFB 971/2009. Ainda sobre o pagamento compulsório, alguns empregadores, poderão optar por substituição da cota patronal para pagamento junto ao INSS, em situações especificas conforme lei: a) empresas optantes pelos SIMPLES - Lei Complementar 123/2006 b) produtores rurais - lei 8.212/91, art. 22 e 25 c) empresas que optaram pela desoneração da folha de pagamento - lei 12.546/2011 d) entidades sem fins lucrativos - lei 11.101/2009 Imposto de Renda - IR O valor do imposto de renda ou como também é conhecido imposto sobre o rendimento, é um tributo aplicado sobre a renda, na forma de percentual e com recolhimento ao Governo, que pelo recolhimento do carnê-leão ou pelo desconto sobre a fonte. Base legal RIR - Decreto 9.580/2018 11 FGTS Trata-se de uma indenização paga pelo empregador, na alíquota de 8% sobre o valor do salário dos empregados, salvo no caso de trabalhador aprendiz, onde a alíquota será de 2% ao mês, a qual tem por finalidade ser um fundo de garantia ao trabalhador pelo tempo de serviço prestado. Encontra fundamento legal na lei 8.036/90, a qual também traz como obrigatório o recolhimento da multa rescisória de 40% em favor dos empregados nos casos de dispensa sem justa causa, rescisão indireta e por conta de rescisão antecipada do contrato de trabalho a termo determinado, também sendo devida, no percentual de 20% para os casos de rescisão por acordo. Lembre-se que o valor devido dos 10% de contribuição social, será aplicado nos casos de dispensa sem justa causa, rescisão indireta ou rescisão antecipada do contrato a prazo determinado pelo que descreve a lei complementar 110/2001, somente não sendo devida se a empresa tiver alguma sentença ou liminar isentando do pagamento. Tributos sobre o valor do saldo de Salário Sobre o valor devido em saldo de salário (salário contratual e variáveis = remuneração) será aplicado o valor de INSS, Imposto de Renda e FGTS, os quais serão calculados com base no valor da remuneração devida, sendo aplicadas as tabelas vigentes para tal desconto. Tributação de Férias Sobre o valor das férias ainda é devida a aplicação de INSS, IR e FGTS, sobre o valor devido no momento do pagamento para o caso de IR, e quanto ao INSS e FGTS será gerado pela competência do efetivo descanso, com base no art. 214 do Decreto 3.048/99. Tributação de 13º salário Sobre o valor de 13º salário é devida a incidência de IR, INSS e FGTS, porém o valor de INSS e FGTS será aplicado com base no valor cheio do 13º salário, ou seja, não será descontado da primeira parcela, mas na segunda parcela, haverá o desconto considerando ainda o valor já pago. Para pagamento do FGTS neste caso, será devido na competência do pagamento de cada parcela devida com relação ao 13º salário. Tributação do Aviso Prévio O aviso prévio trabalhado é devido como saldo de salário em rescisão, então se aplicam as mesmas condições de tributação do saldo de salário com base no item 4.5. 12 Quanto ao aviso prévio indenizado, o valor de INSS e Imposto de renda não será tributado com base na Nota PGFN 485/2016, sendo devido somente sobre o valor de 13º salário da projeção do aviso indenizado, intitulado de 13º salário indenizado. Tributação sobre os 15 dias pagos a título de auxílio-doença Pelo que disciplina a lei, os 15 primeiros dias devidos pelo empregado no caso de afastamento por doença ou acidente de trabalho, determinado pelo art. 75 do Decreto 3.048/99, é considerado base de cálculo para o pagamento dos tributos, INSS, IR e FGTS. Há uma discussão sobre o tema na qual o valor devido seria desconsiderado base de cálculo dos referidos tributos, isto porque o empregador ingressa judicialmente para assim afastar a incidência. Em resumo, se a empresa não tiver uma sentença ou liminar, isentando o pagamento dos tributos sobre os 15 primeiros dias de afastamento, este por lei constitui base de cálculo para incidência do INSS (lei 8.2128/91), FGTS (lei 8.036/90) e IR (Decreto 9.580/2018). 5.5 Rescisão Rescisão sem justa causa É a rescisão com ocorrência pela notificação do empregador ao empregado pelo interesse de finalizar o contrato sem um motivo justificado, sendo assim, devido ao empregado os valores rescisórios: - saldo de salário - férias vencidas e proporcionais com 1/3 constitucional - 13º salário proporcional - aviso prévio com a proporcionalidade de 3 dias a mais por ano de prestação de serviço - liberação do FGTS com a multa Pedido de Demissão É a finalização do contrato por iniciativa do empregado, onde o mesmo por notificação escrita, de preferência a próprio punho, finaliza o contrato de trabalho. Nesse caso, serão devidas as seguintes verbas rescisórias: - saldo de salário 13 - férias vencidas e proporcionais com acréscimo de 1/3 constitucional - 13º salário proporcional - aviso prévio sem a proporcionalidade de 3 dias a mais por ano de prestação de serviço, ou seja, será devido apenas 30 dias de aviso, ao qual se não for cumprido permite ao empregador o desconto do valor com base no §2º, do art. 487 da CLT. - não gera a liberação do FGTS, e nem a multa. Obs.: O empregado aposentado, ainda que peça demissão, terá direito ao saque do FGTS. Término de Contrato Determinada pela finalização do prazo de contrato estipulado pelas partes; Indicamos que no dia fim do contrato seja formalizada extinção do mesmo para que não haja dúvidas sobre sua finalização. Entretanto, serão devidas as seguinte verbas: - saldo de salário - férias vencidas e proporcionais, mais 1/3 constitucional - 13º salário proporcional - nesta modalidade de contrato não é comum a existência de aviso prévio. - liberação do FGTS sem a multa Rescisão Antecipada do Contrato a Termo Poderá ser formalizada pelo empregado ou empregador, que põem fim ao contrato com prazo determinado em data anterior à combinada. Para a finalização são devidos, conforme o caso, as seguintes verbas: a) por iniciativa do empregador: - saldo de salário - férias vencidas e proporcionais mais 1/3 constitucional - 13º salário proporcional - multa do art. 479 da CLT, que corresponde a 50% do período que falta para terminar o contrato, salvo nos casos em que houver previsão contratual da aplicação do art. 481 da CLT, que determina o pagamento do aviso prévio, por conta da existência de Cláusula Assecuratória de Direito Recíproco de Rescisão Antecipada, que determina o pagamento de aviso prévio. 14 - liberação do FGTS com a multa b) por iniciativa do empregado: - saldo de salário - férias vencidas e proporcionais mais 1/3 constitucional - 13º salário proporcional - somente será descontada do empregado a multa de metade dos dias que faltam para completar o contrato, se provado que causou prejuízo ao empregador. Do contrário, não haverá desconto. Nos casos em que houver previsão de cláusula assecuratóriade direito recíproco à rescisão antecipada, art. 481 da CLT, caberá o pagamento pelo empregado ao invés da possível multa de pagamento do aviso prévio. - não será devida a liberação do FGTS Rescisão por Acordo Inserida como opção em 11.01.2017 pela Reforma Trabalhista - Lei 13.467/2017, é hoje prevista na CLT, como a possibilidade das partes finalizarem o contrato de trabalho de comum acordo. Como o próprio nome diz, é uma decisão das partes e os valores devidos pela rescisão, pelo art. 484-A da CLT, são: - saldo de salário - férias vencidas e proporcionais mais 1/3 constitucional sobre o valor - 13º salário proporcional - aviso prévio indenizado pela metade dos dias de direito, incluindo a proporcionalidade de 3 dias a mais por ano de prestação de serviço. - liberação do FGTS com a multa pela metade de 20%. Nota: o aviso prévio trabalhado não tem impedimento por lei, mas como não tem procedimental previsto na CLT, indicam-se, por força do artigo 611-A da CLT, que sejam formalizados os parâmetros para a aplicação desse tipo de aviso, para o tipo de rescisão em comento (rescisão por acordo). Rescisão por Culpa Recíproca Somente será possível por decisão judicial, é a rescisão que ocorre por conta da impossibilidade de continuidade do contrato de trabalho por ato conjunto que inviabiliza essa manutenção do contrato. As verbas devidas no fim desse contrato são devidas pela metade, com base na sentença que confirme essa finalização. 15 Rescisão Indireta Também é um tipo de rescisão contratual, que somente terá validade se processada frente ao judiciário trabalhistas, por uma das motivações previstas no art. 483 da CLT. Na rescisão contratual são devidas: - saldo de salário - férias vencidas e proporcionais mais 1/3 constitucional - 13º salário proporcional - aviso prévio com a proporcionalidade de 3 dias a mais por ano de prestação de serviço - liberação do FGTS com a multa Rescisão por Justa Causa É motivada pelo empregador pelo enquadramento de uma ou mais situações previstas no art. 482 da CLT, esse tipo de rescisão é uma determinação por falta grave, e caberá o pagamento das seguintes verbas rescisórias: - saldo de salário - férias vencidas mais 1/3 constitucional - não é devido o 13º salário - aviso prévio com a proporcionalidade de 3 dias a mais por ano de prestação de serviço - não há liberação do FGTS, nem da multa. Referências BRASIL. Consolidação das leis do trabalho – CLT e normas correlatas. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. 189 p. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado Federal 1988. 292 p. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4ª ed. São Paulo: Manole, 2014. 16 DESSLER, Gary. Administração de Recursos Humanos. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. SANTOS, Milena Sanches Tayano dos; MACHADO, Mariza de Abreu Oliveira. Departamento de Pessoal Modelo: atualizado pela reforma trabalhista eSocial. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora Freitas Bastos, 2018.
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