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Pâncreas: Funções e Hormônios

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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE COIMBRA 
Licenciatura em Farmácia 
2º Ano 
Jorge Balteiro, Prof. Adjunto 
Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Pâncreas 
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É um órgão glandular que apresenta uma forma alongada e cónica. 
 
Está situado transversalmente na parte superior da cavidade 
abdominal. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Pâncreas 
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É possível distinguir 3 segmentos distintos no pâncreas: 
 
Cabeça - porção mais larga, orientada para a direita e adjacente 
ao duodeno, para onde desagua as suas secreções digestivas; 
 
Corpo - porção central e mais extensa, a qual cruza a cavidade 
abdominal até à esquerda, por trás do estômago e à frente da 
coluna vertebral; 
 
Cauda - porção mais fina e estreita, prolonga-se até à parte 
esquerda do abdómen, próximo do baço. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Mede entre 10 a 20 cm de comprimento. 
Glândula alongada com a parte mais larga alojada na 1ª dobra 
do intestino delgado. 
Pâncreas 
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Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Pâncreas 
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Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Pâncreas 
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Glândula mista: apresenta regiões endócrinas e regiões exócrinas. 
 
Dupla função: 
 
Pâncreas exócrino encarrega-se do fabrico e envio de enzimas 
digestivas para o intestino delgado; 
 
Pâncreas endócrino é o responsável pela elaboração e secreção 
das hormonas insulina e glucagon para o sangue. 
 
O pâncreas endócrino é composto por uma série de microscópicos 
grupos de células, os ilhéus de Langerhans, distribuídos por todo o 
órgão, embora principalmente na cauda, rodeados de acumulações de 
tecido pancreático responsáveis pelo fabrico das enzimas digestivas, os 
ácinos pancreáticos. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Ilhéus de Langerhans - constituem a porção endócrina do pâncreas, 
têm uma estrutura muito simples, apenas contam com 2 tipos de 
células especiais: células alfa, fabricam glucagon, e células beta, 
produzem insulina. 
Ambos os tipos de células libertam as suas secreções para os 
pequenos capilares sanguíneos adjacentes. 
Pâncreas 
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Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Pâncreas 
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1 a 3 milhões de ilhotas de Langerhans formam a parte endócrina 
do pâncreas, que é principalmente uma glândula exócrina. 
 
Parte endócrina totaliza apenas 2% da massa total do órgão. 
 
Dentro das ilhotas de Langerhans, as células beta constituem 60-
80% do todo. 
 
É um órgão do sistema digestivo e endócrino (dos animais 
vertebrados). 
 
Ele é tanto exócrino (segregando suco pancreático que contém 
enzimas digestivas) quanto endócrino (produzindo muitas hormonas 
importantes, como a insulina, glucagon e somatostatina). 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Pâncreas 
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A secreção de hormonas é independente do suco pancreático que 
intervém na digestão. 
 
Enzimas segregadas pelo pâncreas digerem proteínas, hidratos de 
carbono e gorduras. 
 
Também secreta grandes quantidades de bicarbonato de sódio, que 
protege o duodeno neutralizando o ácido oriundo do estômago. 
 
3 hormonas produzidas pelo pâncreas: 
Insulina - reduz o nível de açúcar (glicose) no sangue; 
Glucagon - eleva o nível de açúcar no sangue; 
Somatostatina - impede a libertação das duas hormonas. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Insulina 
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Hormona de natureza proteica, constituída por uma série de 
aminoácidos unidos entre si. 
 
Sintetizada a partir da molécula precursora proinsulina pela acção 
de enzimas proteolíticas conhecidas como prohormonas convertases 
(PC1 e PC2). 
 
Actua sobre o fígado, músculos, tecido adiposo e leucócitos. 
 
Desempenha papel fundamental na regulação dos hidratos de 
carbono, lípidos e metabolismo proteico. 
 
Ausência de insulina (diabetes) – células utilizam gorduras e 
proteínas para energia (aumento da concentração de glicose no sangue 
e ácidos gordos) 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Insulina 
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Hormona responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no 
sangue), ao promover o ingresso de glicose nas células. 
 
Essencial no consumo de hidratos de carbono, na síntese de 
proteínas e no armazenamento de lípidos. 
 
Actua numa grande parte das células do organismo, como as células 
presentes em músculos e no tecido adiposo, apesar de não agir em 
células particulares como as células nervosas. 
 
A produção de insulina efectua-se ao longo de várias fases, após as 
quais a hormona já madura é armazenada sob a forma de grânulos 
microscópicos no interior das células beta. 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Insulina 
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A libertação da hormona para o sangue apenas ocorre quando as 
células beta recebem determinados estímulos específicos. 
 
Nestes casos, a parede dos microgrânulos dissolve-se na membrana 
celular, proporcionando a saída das moléculas de insulina das células e 
a sua consequente penetração nos capilares sanguíneos, de modo a 
serem levadas através da circulação a todo o organismo. 
 
A insulina exerce a sua acção sobre receptores específicos que se 
encontram nas membranas de diversos tipos de células, 
nomeadamente nas musculares e adiposas. 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Insulina 
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A acção principal da insulina é igualmente específica, pois quando 
se fixa aos seus receptores, a parede celular fica permeável à glicose, o 
que possibilita a passagem deste nutriente, a principal fonte de energia 
das células, do sangue para o interior das células. 
 
Embora a glicose consiga entrar livremente no interior de alguns 
tipos de células, como os neurónios, a maioria das células do 
organismo necessita da presença de insulina para ficar permeável a 
este nutriente. 
 
Ao favorecer a entrada da glicose no interior das células, a insulina 
tem um efeito básico hipoglicemiante, ou seja, reduz os níveis de 
glicose no sangue. 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Insulina 
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Para além disso, promove igualmente outros efeitos ocorridos no 
interior das células e que afectam o metabolismo de todos os 
nutrientes energéticos: hidratos de carbono, lípidos e proteínas. 
 
Em relação aos hidratos de carbono, a insulina favorece a formação 
de glicogénio, um tipo de hidrato de carbono complexo formado por 
inúmeras moléculas de glicose unidas entre si. 
 
Os depósitos intracelulares de glicogénio, que se formam 
especialmente no interior das células musculares e hepáticas, 
constituem uma significativa reserva energética. 
 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Insulina 
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Ao mesmo tempo, a insulina promove a formação de reservas 
energéticas lipídicas, que por sua vez se acumulam no interior dos 
adipócitos. 
 
Por fim, a insulina estimula a formação de proteínas, pois facilita 
igualmente a entrada dos aminoácidos do sangue para o interior das 
células e a sua consequente união para obter moléculas proteicas. 
 
Em suma, a insulina contribui para: 
A redução da concentração sanguínea de glicose 
Promover o fabrico de depósitos energéticos de hidratos de 
carbono e de gorduras 
Estimular a síntese de proteínas. 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre Jorge Balteiro 
Glucagon 
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Glucagon deriva de gluco, glucose (glicose) e agon, agonista, ou 
agonista para a glicose. 
 
Hormona (polipeptídeo) produzida nas células alfa das ilhotas de 
Langerhans do pâncreas e também nas célulasespalhadas pelo tracto 
gastrointestinal. 
 
Conhecidas inúmeras formas de glucagons, sendo que a 
biologicamente activa tem 29 aminoácidos. 
 
Hormona muito importante no metabolismo dos hidratos de 
carbono. 
 
O seu papel mais conhecido é aumentar a glicemia (nível de glicose 
no sangue), contrapondo-se aos efeitos da insulina. 
 
O glucagon actua na conversão da ATP (trifosfato de adenosina) em 
AMP-cíclico, composto importante na iniciação da glicogenólise, com 
imediata produção e libertação de glicose pelo fígado. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Glucagon 
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Ajuda a manter os níveis de glicose no sangue, liga-se aos 
receptores do glucagon nos hepatócitos, fazendo com que o fígado 
liberte glicose - armazenada na forma de glicogénio - através de um 
processo chamado glicogenólise. 
 
Assim que estas reservas acabam, o glucagon faz com que o fígado 
sintetize glicose adicional através da gliconeogénese (transformação 
de proteínas e glicerol em glicose). 
 
Esta glicose é então lançada na corrente sanguínea. 
 
Estes dois mecanismos levam à liberação de glicose pelo fígado, 
prevenindo o desenvolvimento de uma hipoglicémia. 
 
Em condições normais, a ingestão de glicose suprime a secreção de 
glucagon. 
 
Há aumento dos níveis séricos de glucagon durante o jejum. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Insulina 
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Regulação da glicemia pelas hormonas glucagon e insulina 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Glicemia.svg
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Somatostatina 
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Agente “inibidor” para retardar a produção de nutrientes para a 
circulação e moderar os efeitos metabólicos da Insulina e Glucagon. 
 
Inibe a secreção de gastrina, secretina, colecistocinina, secreção 
exócrina pancreática e ácido gástrico. 
 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Glicose 
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É o hidrato de carbono mais importante na manutenção energética; 
 
Regulação das funções orgânicas; 
 
Fonte de energia para órgãos vitais; 
 
Pode ser fornecida pelo fígado para a circulação, além de ser 
fornecida pelos alimentos. 
 
Armazenada no fígado e nos músculos através de longas cadeias de 
glicose, formando o glicogénio; 
 
Reservas são utilizadas quando as taxas de glicose estão baixas. 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Regulação da Glicemia 
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Concentração de glicose no sangue do indivíduo 
Jejum 
80 a 90 mg/100 ml de sangue 
 
 
Inanição 
 
Gliconeogénese do fígado 
fornece a glicose necessária 
para manter o nível de glicemia 
1ª h após uma refeição 
120 a 140 mg/100 ml de sangue 
 
 
Sistemas de feedback 
(controle da glicemia) 
 
 
Rápido retorno da concentração de 
glicose aos níveis de controle (dentro 
de 2 h após a última absorção de 
hidratos de carbono ) 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Mecanismos de Regulação da Glicemia 
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 Fígado 
Importante sistema 
tampão da glicemia 
 
Insulina 
 
Glucagon 
Importantes sistemas 
de controle por 
feedback 
Manter a concentração 
normal de glicose no 
sangue 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Glicogénese, glicogenólise 
e gliconeogénese 
 
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S GLICOGÉNESE: formação de glicogénio pela união das moléculas de 
glicose no fígado e nos músculos. 
 
GLICOGENÓLISE: despolimerização do glicogénio armazenado nos 
tecidos, liberando glicose para a circulação. 
 
GLICONEOGÉNESE: elementos que não são hidratos de carbono 
(proteínas e glicerol) transformam-se em glicose. 
 
Tanto a glicogenólise quanto a gliconeogénese são respostas 
defensivas ou adaptativas para combater uma hipoglicémia. 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Glicogénese, glicogenólise e gliconeogénese 
 
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Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Hiperglicémia 
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Valores normais de glicemia em jejum entre 70 e 99mg/dl; 
 
Elevação da taxa de glicose no sangue; 
 
Causas que podem favorecer seu aparecimento são: 
 Diabetes mellitus primária ou secundária associada a outras 
doenças; 
 Muita comida, sem restrição; 
 Pouco exercício; 
 Síndrome metabólica. 
 
A glicemia aumentada é danosa para o organismo que tenta, por 
mecanismos de compensação, reduzir a glicose sanguínea. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Hipoglicémia 
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Diminuição da taxa de glicose no sangue. 
 
Causas: 
Jejum: alimentação insuficiente ou que não fornece açúcares e 
hidratos de carbono em quantidades suficientes; 
Esforço físico: o funcionamento dos músculos pode ter 
consumido a glicose disponível no sangue e o corpo pode não ter 
tido tempo de libertar as suas reservas, é temporário em indivíduos 
saudáveis; 
Consumo de medicamentos: antidiabéticos, AAS, AINEs, beta-
bloqueantes não-cardiosselectivos. 
 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Hipoglicémia 
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Sinais da hipoglicemia produzidos pelas hormonas adrenalina e 
glucagon accionados pelo declínio da glicose: 
Tremor, ansiedade, nervosismo, palpitações, taquicardia, 
sudorese, calor, palidez, frio, languidez, pupilas dilatadas; 
Fome, borborigma (“ronco” na barriga), náusea, vómito, 
desconforto abdominal. 
 
Sinais da hipoglicemia produzidos no cérebro: 
As consequências do mau fornecimento de glicose para o 
cérebro, resultam no prejuízo das suas funções (neuroglicopenia), 
causando enxaqueca, confusão, letargia, perda da consciência e 
vários outros sintomas. Esses desajustes podem ir desde o mal-
estar até ao coma. 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Hipoglicémia 
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Glicemia abaixo de 65mg/dl eficiência mental diminui; 
Glicemia abaixo de 40mg/dl limitação de acções e julgamento; 
Glicemia mais baixa podem ocorrer convulsões; 
Glicemia próxima ou abaixo de 10mg/dl os neurónios ficam 
electricamente desligados, resultando no coma 
 
Nem todas manifestações ocorrem, nem há uma ordem de 
ocorrência; 
 
Manifestações específicas variam de acordo com a idade e a 
severidade da hipoglicémia; 
 
Hipoglicémia severa pode resultar em morte ou dano cerebral; 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Hipoglicémia 
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Muitas pessoas podem eventualmente ter níveis glicémicos na faixa 
de hipoglicémia sem ter sintomas ou distúrbios. 
 
Níveis de glicose plasmática abaixo de 70mg/dl são considerados 
hipoglicémicos; 
 
Hipoglicémia é a complicação mais comum do diabético, que 
ocorre quando há rompimento entre a dose de insulina, o suprimento 
de glicose e as refeições e actividade física. 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
DIABETES MELLITUS 
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Desordem metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por 
hiperglicémia crónica, com distúrbios no metabolismo dos hidratos de 
carbono, lípidos e proteínas, resultantes de deficiência na secreção ou 
acção da insulina, ou de ambas. 
 
Estima-se que em 2030 existirão 300 milhões de diabéticos em todo 
o mundo 
 
Elevada prevalência da Diabetes em Portugal: estima-se que cerca 
de 11,7% da população adulta portuguesa tenha esta doença (em 2000 
existiam aproximadamente 538 mil diabéticos e, para 2025 estimam-se 
674 mil). 
 
5 a 10% da população mundial tem diabetes (cerca da metade 
desconhece o diagnóstico). 
A Prevalência global de Diabetes é Crescente 
110 
175 
240 
59% 
(milhões) 
36% 
Tipo 2 
Tipo 1 
1994 2000 2010 
0
50
100
150
200
250
300
1994 2000 2010 2025
DM – Prevalência e Projeção 
 milhões 
14.2 
17.5 
15.6 
22.5 
9.4 
14.1 
26.5 
32.9 
84.5 
132.3 
1.0 
1.3 
2000 (milhões) 2010 (milhões) 
TOTAIS 
2000 : 170 milhõesEpidemiologia de Diabetes 
+23% 
+44% 
+50% 
+24% 
+57% 
+33% 
2010 : 240milhões 
Aumento de 41% 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
DIABETES MELLITUS 
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S A deficiência em insulina leva a: 
Hiperglicémia 
Catabolismo proteico ( de ureia e amónia) 
Lipólise e formação de corpos cetónicos 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
DIABETES MELLITUS 
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S Síndrome de comprometimento do metabolismo dos hidratos de 
carbono, das gorduras e das proteínas 
Diabetes melittus tipo I 
 (DMID) 
 
Falta de secreção de insulina 
Diabetes melittus tipo II 
 (DMNID) 
 
Resistência à insulina 
Alteração do metabolismo de todos os principais alimentos 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
DIABETES MELLITUS 
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Fisiopatologia 
Ausência de insulina Resistência à insulina 
Metabolismo da glicose 
Impedida a sua captação eficiente pela maioria 
das células do corpo 
Menor utilização de glicose 
pelas células 
Aumento da utilização de 
gorduras e proteínas 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Quadro Clínico da Diabetes Mellitus 
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Sintomas principais: 
Poliúria (urina em excesso) 
Polidipsia (sede em excesso) 
Polifagia (apetite excessivo) 
Perda de peso 
 
Outros sintomas: 
Fraqueza, sonolência, cãimbras, formigueiro e dormência nas 
mãos 
Baixa resistência às infecções 
 
A glicosúria é geralmente elevada. 
 
Nesta situação, um valor de glicemia acima dos valores de 
diagnóstico é suficiente para estabelecer o diagnóstico 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Quadro Clínico da Diabetes Mellitus 
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Num doente assintomático uma única determinação de glicemia 
elevada não é suficiente para estabelecer o diagnóstico. 
 
Concentração de glicose no plasma em jejum 7,0 mmol/l (126 
mg/dl) em 2 ocasiões distintas. 
 
Após ingestão de 75 mg de glicose - concentração de glicose no 
plasma após 2h 11,1 mmol/l (200 mg/dl). 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Quadro Clínico da Diabetes Mellitus 
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Categoria 
 
Jejum 
2 h após 75 g 
glicose 
(Pós prandial) 
 
Casual 
Glicémia 
normal 
< 6.1 mmol / l 
 100 mg / dl 
< 7.7 mmol/l 
 140 mg / dl 
Tolerância 
à glicose 
diminuída 
>=6.1 < 7.0 mmol / l 
 100 a 126 mg / dl 
>=7.7 < 11.1 mmol / l 
≥ 140 a 200 mg / dl 
Diabetes 
Mellitus 
>=7mmol / l 
≥ 126 mg / dl 
>= 11.1 mmol / l 
≥ 200 mg / dl 
>= 11.1 mmol / l 
≥ 200 mg / dl 
(com sintomas 
clássicos) 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Classificação da Diabetes Mellitus 
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A Diabetes pode ser classificada em 3 tipos principais: 
 
Diabetes Tipo 1 
o “Insulino-dependente” - Depende do tratamento com insulina. 
o Início abrupto, quadro clínico com muitos sintomas 
 
Diabetes Tipo 2 
o “Adulto” – Inicialmente, pode ser controlada com 
medicamentos e mudanças de hábitos de vida. 
o Início lento, com sinais e sintomas leves 
o A história familiar é importante 
o Frequentemente, a obesidade está presente 
 
Diabetes Gestacional 
o Diagnosticada durante a gravidez 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Classificação da Diabetes Mellitus 
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Diabetes tipo 1 
 
Diabetes tipo 2 
Idade de início Infância ou puberdade 
(forma abrupta) 
Geralmente diagnosticada 
acima dos 35 anos 
Estado 
nutricional no 
início da doença 
Frequentemente subnutrido 
(magro) 
Geralmente obeso 
Prevalência 5 -10% 90 - 95 % 
Predisposição 
genética 
Moderada Acentuada 
Deficiência Destruição imunológica das 
células de indivíduos 
geneticamente susceptíveis 
– auto-imune ou idiopática 
Produção insuficiente de 
insulina; resistência à 
insulina (acção da 
insulina) 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Diabetes Tipo 1 (DMID) 
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10% a 20% dos diabéticos 
Diabetes mellitus juvenil Observado em indivíduos com 
menos de 20 anos de idade 
Deficiência absoluta 
de insulina 
Relativa excreção 
excessiva de glucagon 
Lesão das células beta pancreáticas 
Infecções virais ou 
doenças auto-imunes 
Tendência hereditária 
à degeneração 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Diabetes Tipo 1 (DMID) 
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Sintomatologia 
80% a 90% das células destruídas 
Sintomas abruptos 
Hiperglicémia Utilização aumentada 
de gorduras para a 
obtenção de energia 
Depleção das proteínas 
do organismo 
Cetoacidose 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Diabetes Tipo 2 (DMNID) 
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S 80% a 90% dos diabéticos 
Diabetes mellitus de início adulto Ocorre depois dos 40 
anos de idade, frequentemente entre 50 e 60 anos 
Desenvolve-se de modo gradual, sem sintomas óbvios 
Redução da sensibilidade dos 
tecidos-alvo aos efeitos 
metabólicos da insulina 
= Resistência à insulina 
Factores 
Genéticos 
Secundária à 
obesidade 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Diabetes Gestacional 
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Estado de intolerância à glicose que surge durante a gestação, 
geralmente entre a 24ª e a 28ª semana, associada a complicações 
materno-fetais. 
 
É semelhante ao DM tipo 2. 
 
Causada pela incapacidade em produzir insulina suficiente para a 
demanda na gravidez, efeito de diversas hormonas da gravidez que 
aumentam a resistência periférica insulínica. 
 
Complicações: macrossomia fetal, polidrâmnio e hipoglicémia 
neonatal (passagem da glicose da mãe para o feto e aumento da 
insulina fetal). 
 
Aumento da incidência de pré-eclampsia e da necessidade de 
parto cesário. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Diabetes Mellitus 
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Complicações: 
 
Alterações renais (Nefropatia diabética) 
 
Retinopatia diabética 
 
Aterosclerose 
 
Neuropatia diabética 
 
Ulcerações e gangrena das extremidades (Pé diabético) 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Factores de risco para Diabetes Mellitus 
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Investigar a cada 3-5 anos se: 
 
Idade superior a 45 anos. 
 
Mais frequente e precocemente na presença de: 
Obesidade (IMC > ou = 25) 
Sedentarismo 
Dislipidémia - HDL baixo e triglicerídeos elevados 
Hipertensão arterial 
Doença cardiovascular 
Antecedente familiar de diabetes (pais, filhos, irmãos) 
Diabetes gestacional prévia 
Macrossomia ou história de abortos de repetição ou 
mortalidade perinatal 
Uso de medicamentos hiperglicemiantes (por exº 
corticosteróides, tiazídicos, beta-bloqueantes) 
 DM: Múltiplos fatores de risco CV* 
Dislipidemia 
 
Hipertensão 
 
Resistência 
à Insulina 
Obesidade 
História familiar 
de 
aterosclerose 
Tabagismo 
* CV - cardiovascular 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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Objectivos: 
 
Conseguir o desaparecimento dos sintomas 
Modificar hábitos prejudiciais 
Normalizar o estado nutricional 
Prevenir as complicações agudas e crónicas 
Diminuir a mortalidade 
Tratar as doenças associadas 
Adaptação psicossocial do paciente e da família 
Melhorar a qualidade de vida 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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Mudanças do estilo de vida: 
Suspensão do fumo 
Aumento da actividade física (facilita a captação de glicose) 
Melhoria dos hábitos alimentares (Dieta – equilibrada, glúcidos 
de absorção lenta, sem excessos, boa distribuição das calorias 
diárias de modo a evitar hipoglicémias) 
 
Controlo da glicemia (farmacológico: insulina e antidiabéticos 
orais) 
 
Tratamento concomitante de outros factores de risco CV: tensão e 
lípidos elevados 
 
Manutenção do peso adequado 
 
Redução das complicações(agudas e crónicas) 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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Princípios básicos de uma dieta para diabéticos são os mesmos 
de uma alimentação saudável recomendada para qualquer pessoa: 
Fazer refeições regulares 
Restringir os alimentos gordos 
Limitar os alimentos açucarados (glúcidos de absorção rápida) 
Comer mais legumes, fruta e leguminosas 
Comer menos sal e alimentos salgados 
Beber álcool com moderação 
 
Activação muscular regula e beneficia o equilíbrio metabólico e 
pode atrasar ou, inclusivamente, reverter alterações orgânicas. 
 
Nos casos específicos de intolerância a glícidos e das fases iniciais 
da diabetes tipo 2, o exercício é capaz de interromper ou desacelerar 
a progressão da doença, por estar relacionada com o sedentarismo. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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Exercício físico deverá ser adequado a cada doente, mediante a 
sua condição física e o seu tipo de diabetes 
 
 Exercício físico regular melhora a saúde e o bem-estar do 
diabético: 
Melhora a sensibilidade muscular e hepática à insulina e reduz 
o hiperinsulinismo quando presente 
Aumenta o consumo de glucose e reduz a necessidade de 
medicamentos hipoglicemiantes 
Activa os receptores adrenérgicos e estimula a lipólise 
Induz a perda de massa gorda e permite normalizar o peso 
corporal 
Reduz a prevalência e gravidade das doenças ateroscleróticas 
Beneficia a tensão arterial e reduz o risco de HTA 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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DM tipo 1 
 
Reposições exógenas de insulina sob forma injectável (Via SC); 
Dieta e exercícios físicos; 
Controlo glicémico rígido (evitar a hipoglicémia). 
 
DM tipo 2 
 
Dieta e exercícios físicos; 
Agentes hipoglicemiantes orais; 
Controlo dos factores de risco para aterosclerose, tratar a HTA, 
corrigir a obesidade e dislipidémia. 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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Administração de Insulina: 
Utilizada na maioria dos diabéticos Tipo 1 
Pode ser utilizada nalguns diabéticos Tipo 2, que tenham os 
níveis de glicemia mal controlados, com tendência para a 
hiperglicémia 
É o tratamento de eleição na diabetes gestacional 
 
Administração de Antidiabéticos Orais: 
Utilizados na maioria dos diabéticos Tipo 2 
Podem ser utilizados em diabéticos Tipo 1, embora seja uma 
situação menos frequente 
São retirados por completo na diabetes gestacional, devido à 
toxicidade que exercem sobre o embrião ou feto 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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Diabetes mellitus tipo I: 
Administração de insulina 
Metabolismo dos hidratos de carbono, das 
gorduras e das proteínas o mais normal possível 
Insulina 
Regular Acção de 3 
a 8 h 
Doses adicionais 
(refeições) 
Precipitada com zinco ou 
com derivados protéicos 
Acção de 10 
a 48 h 
Dose única 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da Diabetes Mellitus 
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Diabetes mellitus tipo II: 
Dietas e práctica de 
exercícios físicos 
Perda de peso Diminuir a resistência 
à insulina 
Fármacos 
Tiazolidinedionas e 
a metformina 
Aumentar a sensibilidade 
à insulina 
Sulfoniluréias 
Estimular a produção 
aumentada de insulina pelo 
pâncreas 
Estadios mais tardios Administração de insulina 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
 
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Actualmente, a insulina utilizada na terapêutica é obtida por: 
Tecnologia de ADN recombinante a partir da Escherichia coli 
Modificação enzimática da insulina porcina (semi-sintética) 
 
ambas designadas por 
 
 
 Insulina humana 
 
As preparações disponíveis diferem quanto à sua duração de 
acção, podendo esta ser prolongada através do recurso a artifícios de 
cristalização ou à fixação sobre uma proteína, como a protamina. 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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As insulinas são classificadas de acordo com as suas características 
farmacocinéticas, ou seja, consoante: 
O seu início de acção 
A sua duração de acção 
O tempo necessário para atingir a sua concentração máxima 
 
 
 
 
Insulinas de: 
Acção ultra-rápida ou ultra-curta 
Rápida ou de curta duração de acção 
Acção intermédia 
Longa duração de acção ou de acção lenta e ultralenta. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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As diferentes insulinas distinguem-se consoante o tempo de 
duração e o tempo de início do efeito hipoglicemiante. 
 
Assim dispomos de Insulinas de: 
Início de acção rápida, de 30 a 60min e duração de 6 a 8h, com 
efeito máximo por volta das 2h; 
Acção intermédia, de 16 a 18h, com início de acção de 1 a 2h e 
pico de efeito entre as 5 e as 10h 
Longa duração, 24 a 36h, com início de acção de 3 a 4 h. 
Início de acção ainda mais rápido (insulina lispro e insulina 
aspártico) 
Acção mais prolongada (insulina glargina). 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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A nível hospitalar as concentrações de insulinas estão 
uniformizadas: 100 U.I./ml. 
 
É útil a utilização de misturas de insulinas de modo a obter um 
perfil de glicemia o mais fisiológico possível. 
 
Existem no mercado misturas de insulina rápida e insulina 
intermédia. 
 
As de acção rápida existem em solução cristalina, de absorção SC 
rápida e com um início de acção 30 a 45 min após a administração. 
 
Existe, no entanto uma grande variabilidade inter e intra-individual 
quanto à sua cinética. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Insulinas de acção mais prolongada existem sob a forma de 
suspensão, adicionadas de protamina, por forma a retardar a sua 
absorção. 
 
A insulina é inactivada pelas enzimas gastrointestinais e por isso 
só pode ser administrada por injecção. 
 
Injecta-se por via SC habitualmente na parte superior dos braços, 
coxas, ancas ou abdómen. 
 
Diferentes velocidades de absorção, em ordem decrescente: 
abdómen > região deltóide > coxa > nádega. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Pode aumentar-se a absorção nos membros (superiores ou 
inferiores) se estes forem previamente sujeitos a um exercício 
enérgico, imediatamente antes da injecção. 
 
 
Velocidade de absorção acelerada pelo aumento do fluxo 
sanguíneo local: exercício, massagem ou calor local. 
 
É mais facilmente administrada através de aparelhos de injecção 
SC (canetas) que contêm a insulina num reservatório (cartucho) e 
medem a dose necessária. 
 
Seringas convencionais e agulhas continuam contudo a ser 
preferidas por muitos doentes e por isso estão disponíveis insulinas 
para esta utilização. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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Injecções SC de insulina não causam problemas, embora em 
alguns doentes obesos possam ocorrer situações de lipodistrofia no 
local da injecção. 
 
Para evitar que tal aconteça, deve recomendar-se a rotação dos 
locais de injecção. 
 
Também ser administrada por via IV ou por perfusão contínua, 
usando-se uma bomba de perfusão, com insulina solúvel. 
 
Reacções adversas: 
Hipoglicémia – inexistência de uma refeição ou simples atraso, 
dose elevada de insulina, exercício físico 
Reacções alérgicas 
Desequilíbrio hidroelectrolítico (hipocaliémia)Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Insulina Isofânica (ou NPH - neutral protamine Hagedorn) é uma 
suspensão de insulina com protamina que tem sido usada em 
situações particulares no início de regimes terapêuticos de 2 
administrações/dia. 
 
Após a administração SC, as enzimas proteoliticas degradam a 
protamina permitindo a absorção da insulina. 
 
Apresentam-se sob a forma de suspensão com um aspecto 
ligeiramente turvo, podendo formar um leve depósito, facto que 
justifica a recomendação da sua agitação antes de ser administrada. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Usualmente, a insulina com protamina, tradicional, é dada 1 x dia 
em conjunto com insulina solúvel de curta duração de acção. 
 
Existem ainda pré-misturas de insulinas designadas por insulinas 
bifásicas, que resultam da mistura em proporções variáveis de 
insulina de curta duração de acção com insulinas de acção intermédia 
e se apresentam como suspensões para administração SC. 
 
Se em todas as situações a opção por determinado tipo de insulina 
requer a interpretação cuidadosa dos dados clínicos e bioquímicos 
dos doentes, também aqui a selecção das proporções entre a insulina 
solúvel e a insulina isofânica tem que ser equacionada pelo médico 
existindo para os medicamentos identificações numéricas na 
proporção das percentagens das duas insulinas em associação. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Para obter um aumento na eficácia terapêutica da insulina e 
diminuir os riscos da sua utilização os doentes devem ser 
devidamente informados dos cuidados e preocupações com a sua 
medicação e tornados colaboradores, administrando a si próprios a 
insulina. 
 
Nas recomendações de utilização sobre o medicamento é 
importante informar sobre as condições de conservação e sobre as 
exigências de controlo da glicemia. 
 
Como consequência de um mau seguimento da terapêutica 
podem surgir situações de hiperinsulinemia, hipoglicemia ou 
hiperglicemia. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Para controlo da diabetes, em especial da insulino-dependente 
(Tipo 1) é importante recomendar aos doentes a monitorização da 
concentração da glucose no sangue. 
 
A aplicação dos processos de avaliação da glucose no sangue 
encontra-se hoje muito facilitada pela variedade de aparelhos que se 
encontram disponíveis. 
 
Para completar a monitorização os doentes devem ser submetidos 
à avaliação, no sangue, dos níveis de hemoglobina glicosilada (HbA1c) 
com uma periodicidade de 4 a 6 meses e devendo o seu valor oscilar 
entre 4 a 7%. 
 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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HbA1c - hemoglobina glicosilada 
 
Teste efectuado através de análise sanguínea com o objectivo de 
prever a ocorrência de complicações na diabetes. 
 
Formada quando a glicose no sangue se liga irreversivelmente à 
Hb, para formar um complexo estável de HbA1c. 
 
Mede o nível de açúcar ligado à hemoglobina, que traduz o valor 
médio da glicemia nos 3 a 4 meses anteriores. 
 
Como a envergadura normal de vida das células vermelhas no 
sangue é de 90 - 120 dias, a HbA1c somente será eliminada quando 
as células vermelhas forem substituídas 
 
Valores da HbA1c são directamente proporcionais à concentração 
de glicose no sangue durante a vida das células vermelhas no sangue. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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HbA1c - hemoglobina glicosilada 
 
Valores normais da HbA1c situam-se entre 3,5 e 5,5%. 
 
Quanto > valores da glicemia ocasional > são os valores da HbA1c. 
 
Associação Americana de Diabetes (ADA) recomenda a HbA1c, 
como o melhor teste para saber se o açúcar no sangue de um 
paciente está sob controle todo o tempo. 
 
O teste deve ser executado a cada 3 meses em pacientes insulino-
dependentes, durante mudanças de tratamento, ou quando a glicose 
do sangue está elevada. 
 
Para pacientes tratados com drogas orais e estáveis, a frequência 
recomendada é de pelo menos 2 x ano. 
 
ADA recomenda que deve-se tomar alguma atitude quando HbA1c 
>8% e considerar a diabetes sob controle quando for = ou <7%. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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HbA1c - hemoglobina glicosilada 
 
Estudos realizados pelo "Diabetes Control and Complications Trial" 
(DCCT) e do "United Kingdom Prospective Diabetes Study" (UKPDS) 
mostraram que quanto mais baixo os resultados da HbA1c, maior as 
possibilidades de desacelerar ou evitar o desenvolvimento de sérias 
doenças nos olhos, rins e nervos. 
 
Valores da HbA1c têm uma relação com o surgimento de 
complicações da diabetes: retinopatia, nefropatia, neuropatia, entre 
outras. 
 
Avaliação e controlo da glicemia permitem ao diabético reformular 
e adoptar medidas correctivas (exercício físico, alimentação ou 
medicação) para baixar os valores e consequentemente a HbA1c. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Insulinoterapia: 
esquemas de insulinização 
 
Convencional 
 
2 doses de insulina / dia 
 
Insulina de acção intermediária (NPH - neutral protamine 
Hagedorn) associada ou não à insulina de acção rápida 
(Regular) antes do café e jantar 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Insulina 
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Insulinoterapia: 
esquemas de insulinização 
 
Intensivo 
 
múltiplas doses de insulina / dia 
 
Insulina de acção intermediária (NPH) ou prolongada (Ultra-
lenta ou Glargina) à noite; e 
Insulina de acção ultra-rápida (Lispro ou Aspartato) ou rápida 
(Regular) antes das principais refeições (café da manhã, 
almoço e jantar) 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM - Glucagon 
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Glucagon ou glicagina, como vulgarmente é designada, é uma 
hormona pancreática com acção na homeostase da glucose. 
 
Nas hipoglicemias graves é a produção desta hormona que leva ao 
pronto restabelecimento da glicemia, podendo evitar as lesões 
cerebrais da hipoglicemia prolongada. 
 
Ainda que nas situações de hipoglicemia a administração de 
glucose seja frequentemente usada, o glucagon por via IV, SC ou IM é 
a alternativa em situações hipoglicémicas de emergência, em doentes 
diabéticos ou em coma por choque insulínico 
 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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Antidiabéticos orais (ADO) estão reservados para o tratamento da 
diabetes tipo 2 do adulto, sem complicações por cetoacidose. 
 
De um modo geral, nos diabéticos deste tipo consegue-se um 
controlo regular da glicemia com os ADO. 
 
Para além do controlo da glucose são também importantes na 
prevenção das complicações associadas a esta doença: doença 
cardiovascular, cegueira, IR e gangrena dos membros inferiores. 
 
Sendo obesos a maioria dos diabéticos tipo 2, a sua terapêutica 
tem por base um programa alimentar hipocalórico, com redução das 
gorduras saturadas, associado à prática de exercício físico. 
 
Terá lugar a terapêutica medicamentosa se o controlo metabólico 
não for conseguido. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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Classificação dos Antidiabéticos orais 
 
1 – Secretores de insulina 
 
• Sulfonilureias - acção prolongada (>18h) 
 - 1ª geração: acetohexamida, clorpropamida, tolazamida, 
 tolbutamida. 
 - 2ª geração: glibenclamida, gliclazida,glimepirida, 
 glipizida, gliburida. 
• Metaglinidas: repaglinida, nateglinida – acção rápida (6-12h) 
 
2 – Sensibilizadores de insulina 
 
• Biguanidas: metformina, fenformina. 
• Tiazolidinedionas: rosiglitazona, pioglitazona. 
 
3 – Inibidores da α glucosidase: acarbose, miglitol. 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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1 – Secretores de insulina 
 
Sulfonilureias: 
 
1ª escolha no diabético tipo II não obeso; 
25% dos doentes controlam-se com monoterapia; 
São contra-indicados em presença de IR; 
Diminui o seu efeito com a evolução da doença levando a uma 
falência secundária (5 a 10% doentes/ano). 
Estimulam a libertação de insulina da células β pancreáticas 
Utilizadas no controlo da hiperglicemia em doentes DMNID em 
que apenas a dieta não é suficiente 
Têm diferentes durações de actuação: glibenclamida - longa 
duração (perto de 24h) e a glicazida - duração intermédia (10 a 20h). 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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1 – Secretores de insulina 
 
Sulfonilureias: 
 
Exercem a sua acção por estimulação da secreção da insulina 
residual endógena, pelo que são eficazes em doentes com um 
mínimo de função pancreática. 
Hipoglicemia é o acidente mais grave nos idosos que seguem esta 
terapêutica (principal efeito adverso). 
Associada ao uso das sulfonilureias de longa duração de acção, 
pelo que se devem preferir, neste grupo etário, as de acção curta 
como a glicazida em vez da cloropropamida ou da glibenclamida. 
Metabolizadas pelo fígado e eliminadas por via renal. 
Absorção no TGI – os alimentos podem diminuir a absorção (15 a 
30m antes das refeições. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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1 – Secretores de insulina 
 
Sulfonilureias: 
A selecção cuidada da medicação é o único modo de assegurar a 
eficácia e diminuir a toxicidade. 
A terapêutica deve começar com a dose mais baixa disponível e 
aumentar progressivamente se necessário. 
Se não for conseguido um controlo metabólico com a dose 
máxima da sulfonilureia escolhida, esta deve ser substituída por uma 
mais potente ou por insulina em associação com ADO. 
Todas se ligam às proteínas plasmáticas (90 a 99% de ligação) e, 
como tal, a sua acção hipoglicemiante pode ser modificada quando 
há interacção a este nível com outros medicamentos. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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1 – Secretores de insulina 
 
Sulfonilureias: 
 
Com excepção da glipizida, todas podem dar origem a 
metabolitos activos, pelo que esta deverá ser a sulfonilureia de 
eleição, em doentes com IR. 
A acção hipoglicemiante destes fármacos pode ser potenciada 
pelo esforço físico, stress, álcool ou por medicamentos que 
promovam alteração na ligação às proteínas plasmáticas. 
Todas estão contra-indicadas na presença de cetoacidose. 
Cuidado com o idoso com função hepática e renal comprometida 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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1 – Secretores de insulina 
 
Sulfonilureias: 
 
Outros efeitos adversos: 
Náuseas e vómitos 
Anemia aplástica ou hemolítica 
Hipersensibilidade 
Hiponatremia 
 
Numa situação de hipoglicémia recorre-se à ingestão de 10 a 20 g 
de açúcar num copo de água que se repete enquanto necessário; 
Se o diabético estiver inconsciente administra-se, por via IV, 
solução hipertónica de glucose, uma ou mais ampolas, ou como 
alternativa, o glucagon por via IM ou SC. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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1 – Secretores de insulina 
 
 
Sulfonilureias: 
GERAÇÃO PRINCÍPIO ATIVO NOME COMERCIAL 
1ª GERAÇÃO 
Clorpropamida Diabinese® 
Acetohexamida Dymelor ® 
Tolazanida Tolinase ® 
Tolbutamida Rastinon ® 
2ª GERAÇÃO 
Glibenclamida Daonil ® 
Glipizida Minidiab ® 
Gliclazida Diamicron ® 
Glimepirida Amaryl ® 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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1 – Secretores de insulina 
 
Metaglinidas: 
 
Indicadas no controle da hiperglicémia pós-prandial; 
Maior efeito terapêutico quando associado à metformina; 
Devem ser administradas antes das refeições (cerca de 15 a 20 
min) 
Eliminação hepática (alternativa às sulfonilureias na presença de 
IR); 
Nateglinida (Starlix®) é química e farmacologicamente diferente 
dos outros fármacos antidiabéticos. É usada por via oral, de acção 
rápida e cujo efeito depende do funcionamento das células β dos 
ilheus pancreáticos. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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2 – Sensibilizadores de insulina 
 
Biguanidas: 
 
1ª escolha no diabético tipo 2 obeso; 
Diminuem a produção de glicose hepática e aumentam a sua 
utilização periférica; 
Reduzem os triglicéridos e os níveis de LDL-Colesterol; 
Reduzem o risco de complicações cardiovasculares em obesos 
Quando na presença de intolerância à glicose reduzem a 
incidência de diabetes em 31 % 
Utilizada isoladamente ou em associação com uma sulfonilureia 
Melhora o controlo da glicemia em doentes que não respondem à 
dieta ou a uma sulfonilureia isoladamente 
Não são hipoglicemiantes 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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2 – Sensibilizadores de insulina 
Biguanidas: 
 
Mecanismos de acção propostos: 
 Estimulação directa da glicólise nos tecidos, com aumento da 
remoção de glicose do sangue 
 Redução da gliconeogénese hepática 
 Redução da absorção de glicose pelo trato gastrointestinal 
 Redução dos níveis plasmáticos de glucagon 
 
Absorção no intestino delgado 
Não têm ligação às proteínas plasmáticas 
Eliminadas, inalteradas, na urina 
Semi-vida 1 a 4,5h 
Conta-indicadas na IR, IH, IC e respiratória, situações que podem 
 levar ao aumento da produção de lactato . 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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2 – Sensibilizadores de insulina 
 
 
Biguanidas: 
 
Podem desencadear uma acidose láctica 
Actuam na presença de insulina endógena, pelo que, à 
semelhança das sulfonilureias, só são eficazes em diabéticos com 
pâncreas endócrino ainda funcionante. 
Úteis nos doentes obesos em que tenha havido falência 
terapêutica das sulfonilureias ou em complemento destas, por 
possuírem um mecanismo de acção diferente. 
Podem também ser administradas concomitantemente com a 
insulina, em doentes de difícil controlo hormonal, conseguindo-se por 
vezes reduzir a dose de insulina e melhorar o controlo da glicemia. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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2 – Sensibilizadores de insulina 
 
Biguanidas: 
 
Reacções adversas: 
Situações hematológicas (redução da agregação plaquetária), 
Acidose láctica 
Distúrbios gastrointestinais (vómitos, náuseas, anorexia, 
diarreia e flatulência) 
Má absorção (de aminoácidos, vitamina B12, ácido fólico) 
Reacções alérgicas. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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2 – Sensibilizadores de insulina 
 
Tiazolidinedionas: 
 
Denominadas glitazonas 
Classe de ADO mais recente; 
Importante no síndrome metabólico associado à obesidade, 
dislipidémia e HTA; 
Mecanismo de acção não está bem estabelecido 
Diminuem a resistência à insulina sobretudo quando usados em 
combinação com outros ADO 
Parecemmelhorar a acção das células β pancreáticas 
Diminuem os triglicéridos séricos, aumentam as HDL-Colesterol 
Aumentam a sensibilidade dos tecidos-alvo à insulina 
Limitam a gliconeogénese hepática 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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2 – Sensibilizadores de insulina 
 
Tiazolidinedionas: 
 
Usam-se na diabetes tipo 2 e em outras situações acompanhadas 
de resistência à insulina. 
Dentro deste grupo existem com interesse terapêutico: a 
rosiglitazona (Avandia®) e a pioglitazona (Actos®, Glustin®). 
A troglitazona foi usada nos E.U.A. mas devida à sua elevada 
toxicidade hepática deixou de ter interesse clínico. 
 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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3 – Inibidores da α glucosidase 
 
Atrasam a absorção da glicose e outros monossacáricos inibindo 
as enzimas intestinais; 
 
Acarbose (Glucobay®) atrasa o desenvolvimento da Diabetes nos 
doentes com intolerância à glicose; 
 
Contra-indicados na presença de doenças intestinais crónicas, 
ulceração do cólon e obstrução intestinal de qualquer ordem; 
 
Retardam a digestão do amido e da sacarose de uma refeição que 
contenha hidratos de carbono, reduzindo a sua absorção e 
condicionam consequentemente, atraso e redução nos níveis de 
glicemia pós-prandial. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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3 – Inibidores da α glucosidase 
 
O seu efeito resulta da acção local no intestino, pelo que a 
acarbose só é activa se administrada por via oral e ingerida antes das 
refeições. 
 
Apesar de permitir a redução das doses de outros ADO quando se 
lhes associa, não os substitui. 
 
Efeitos adversos: situações gastrointestinais (flatulência, 
aerofagia, diarreia e distensão abdominal), hepáticas (aumento das 
transaminases) e de hipocaliemia quando se associa às sulfonilureias. 
 
Há ainda referências ocasionais de sonolência, tonturas, cefaleias 
e redução da trigliceridemia. 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
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SECRETORES 
DE INSULINA 
Biguanidas 
 
Glitazonas 
(Tiazolidinedi
onas) 
INIBIDORES 
DA -
GLICOSIDASE 
Acções Sulfoniluréias, 
Repaglinida e 
Nateglinida 
Metformina 
 
Rosiglitazona 
e 
Pioglitazona 
Acarbose 
 
Secreção de insulina ++ - - 
 
- 
 
Diminuição da 
resistência à insulina 
+ 
 
+ 
 
++ 
 
- 
 
Diminuição da 
produção hepática 
de glicose 
- ++ 
 
- 
 
- 
 
Diminuição da 
absorção intestinal 
dos hidratos de 
carbono 
 
- 
 
+ 
 
 
- 
 
 
+ 
 
 
 
Biguanidas 
Dose 
inicial 
(mg) 
Dose 
terapêutica 
(mg) 
Dose 
máxima 
(mg) 
Forma 
de 
administração 
 Refeições Sulfoniluréias (secretores de insulina) 
Glibenclamida 
1 cp = 2.5 e 5mg 
Gliclazida 1 cp = 80mg 
Metformina 
1 cp = 500, 700, 850 e 1000mg 
2,5 
40 
500 
2,5 - 15 
40 - 160 
500 a 1000 
20 
240 
 2550 
1 a 3x ao dia 1 a 3x ao dia 
antes 
1 a 2x ao dia 
 1 a 3x ao dia 
 antes 
1 a 3x ao dia 
com as 
refeições 
POSOLOGIA 
 2,5 2,5 - 15 20 
Glimepirida 1 
1 cp = 1,2, 4 mg 1-8 8 
1 x ao dia 
 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
 
 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
Dose 
inicial 
(mg) 
Dose 
terapêutica 
(mg) 
Dose 
máxima 
(mg) 
Forma 
de 
administração 
 Refeições Metaglinidas (Secretores de insulina) 
Repaglinida 
1 cp = 0,5, 1 e 2mg 
Nateglinida 
1 cp = 120 mg 
2,5 
120 
2,5 - 15 
 120 - 360 
20 
720 
1 a 3x ao dia 1 a 3x ao dia 
antes 
1 a 2x ao dia 
 1 a 3x ao dia 
 antes 
POSOLOGIA 
 0,5 0,5 - 6 16 
Estes secretores apresentam um início de acção mais 
rápido e uma acção mais curta que a das sulfoniluréias 
 
 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
Dose 
inicial 
(mg) 
Dose 
terapêutica 
(mg) 
Dose 
máxima 
(mg) 
Forma 
de 
administração 
Glitazonas (Tiazolidinedionas) 
Rosiglitazona 
1 cp = 4 e 8 mg 
Pioglitazona 
1 cp = 15, 30 e 45 mg 
2,5 
15-30 
2,5 - 15 
 15 - 45 
20 
 45 
1 a 3x ao dia 1 ou 2 xs/dia 
1 a 2x ao dia 
 1 x ao dia 
 
POSOLOGIA 
 4 4 - 8 8 
1 
 
 
Inibidores da -glicosidase 
Acarbose 
1 cp = 50 e 100mg 
50 50-300 300 1 a 3x ao dia 
junto c/ 
refeições 
 Refeições 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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Terapêutica combinada: 
 
Objectivo do tratamento é diminuir HbA1c até 7 % (a monoterapia 
diminui cerca de 2%); 
 Em geral, os ADO atingem 70 a 80% do efeito máximo com 
metade da dose máxima recomendada; 
 Adição do 2º fármaco é preferível ao aumento da dosagem do 1º 
nos doentes com hiperglicémia persistente 
 Apesar do tratamento com ADO, a progressão da doença provoca 
hiperglicémia; 
 Após 3 anos de tratamento 50% dos doentes necessitam adição 
de 2º fármaco. Após 9 anos esta proporção aumenta para 75%; 
 O 2º fármaco deve ter diferente mecanismo de acção; 
 Insulinoterapia é instituída quando há falência secundária aos 
antidiabéticos orais (controlo glicémico inadequado) 
Opções para Monoterapia 
 Sulfonilureias 
 
 População alvo 
 - ∆ recente 
 - < 5 anos duração 
 
Vantagens 
 -rápida redução 
de glicémia 
 -baixo custo 
 
 
Desvantagens 
 -aumento de peso 
 -risco de 
hipoglicémia 
Metaglinidas 
 
População alvo 
 - ∆ recente 
 - glc pos-prandial 
 
Vantagens 
 - risco ↓ de hipoglc 
 - acção curta 
 - dose ajustada à 
refeição 
 
Desvantagens 
 - alto custo 
 
 
Biguanidas 
 
População alvo 
 - Excesso peso/obeso 
 -Resistência insulina 
 
Vantagens 
 - não peso 
 - risco ↓ hipoglic 
 
 
 
Desvantagens 
 - disturbios GI 
 - alto custo 
 - rara/ acid. lactica 
Tiazolidinedionas 
 
População alvo 
 - Resistência insul. 
 - Exc. peso/obeso 
 
Vantagens 
 -necessidade 
insulina 
 - risco ↓ de hipoglic 
 
 
Desvantagens 
 - alto custo 
 - peso 
 - inicio de acção lento 
 - toxicidade hepática 
 Inibidores 
α glucosidase 
 
População alvo 
 - glc pos-prandial 
 
 
Vantagens 
 - risco↓hipoglc 
 
 
 
Desvantagens 
 -alto custo 
 - distúrbios GI 
 
 
Iniciar terapia combinada se um único agente for insuficiente 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
Opções de Terapia Combinada 
Sulfonilureia Biguanida + Biguanida + Biguanida + Terapia de comb.Tripla 
+ Meglitinida Tiazolidinedionas Inib. α glucosidase Sulfonilureia+biguanida+ 
Biguanida Tiazolidinedionas 
ou ou 
Tiazolidinedionas Sulfonilureia+biguanida+ 
ou Inib. α glucosidase 
Inib. α glucosidase 
 
 
 
Se o objectivo terapêutico não for conseguido com estas combinações, 
adicionar insulina 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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Novas Opções Terapêuticas: 
Gliptinas - Inibidores da enzima dipeptidil peptidase IV 
(DPP-4): Sitagliptina (Janubia®, Xelevia ®), Vildagliptina (Galvus®, 
Xiliarx®). 
 
 
Dipeptidil peptidase 4 (DPP-4) é uma enzima que reduz os níveis 
de hormonas incretinas activas. 
 
Incretinas fazem parte de um sistema endógeno envolvido na 
regulação da homeostase da glucose. 
 
São segregadas pelas células endócrinas do epítélio do intestino 
delgado, estimulam a síntese e a secreção da insulina, inibem a 
secreção de glucagom e preservam a função das células β 
pancreáticas.  
Jorge Balteiro Ano lectivo 2012/2013 – 2º Semestre 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
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Novas Opções Terapêuticas:Gliptinas - Inibidores da enzima dipeptidil peptidase IV 
(DPP-4): Sitagliptina (Janubia®, Xelevia ®), Vildagliptina (Galvus®, 
Xiliarx®). 
 
Constituem uma classe inovadora de agentes orais. 
 
Indicações: DM tipo 2 em doentes com controlo insuficiente da 
glicemia. 
 
Em associação com a metformina ou com uma tiazolidinediona 
quando a dieta e o exercício, associados à metformina ou à 
tiazolidinediona não proporcionam um controlo adequado da 
glicemia. 
Reacções adversas: aumento da probabilidade de infecção das vias 
respiratórias superiores, irritação ou corrimento nasal, dor de 
garganta, dor muscular e cefaléia. 
 
 
Tratamento da DM – Antidiabéticos Orais 
Dose 
inicial 
(mg) 
Dose 
terapêutica 
(mg) 
Dose 
máxima 
(mg) 
Forma 
de 
administração 
Inibidores da DPP-4 
Vildagliptina 
1 cp = 50 e 100 mg 
Sitagliptina 
1 cp = 25, 50 e 100 mg 
25 -100 25 - 100 100 
1 ou 2 xs/dia 
 1 x ao dia 
 
POSOLOGIA 
 50 -100 50 - 100 100

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