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AULAS - Direito Penal I

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Direito Penal 
 
27/02/2019 – QUARTA-FEIRA 
 
Curso de Direito Penal – Fernando Capes 
 
Direito Penal: 
 
Conceito: Seguimento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar os comportamentos humanos 
mais graves e perniciosos à coletividade, capazes de colocar me risco valores fundamentais para a convivência 
social, e descrevê-los como infrações penais, cominando-lhes em consequência as respectivas penas, além de 
estabelecer todas as regras complementares e gerais necessárias à sua correta e justa aplicação. 
 Fernando Capez. 
 
 
Legislação penal extravagante – leis que vão além 
 
 
18/03/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E O DIREITO PENAL: 
 
1) ESTADO DE DIREITO 
É o estado estabelecer as normas de forma impessoal e de forma igualitária. Uma vez estabelecendo uma 
norma, todos tinham direito igual. Porém dentro de uma sociedade nem todos são iguais. 
 
2) DIGINIDADE DA PESSOA HUMANA 
Esta acima do direito penal, é um príncipio fundante. Estado democrático de direito, ou seja, a lei deve tratar as 
pessoas desiguais na medida das suas desigualdades. 
 
3) PRINCIPIOS LIMITADORES DO PODER ESTATAL 
 
4) PRINCÍPIOS PENAIS LIMITADORES DECORRENTES DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
• Insignificância: a tipicidade penal exige uma ofensa de alguma gravidade aos bens jurídicos protegidos, pois 
nem sempre qualquer ofensa a esses bens ou interesses é suficiente para configurar um injusto típico. Segundo 
este principio, é imperativa uma efetiva proporcionalidade entre a gravidade da conduta que se pretende punir e a 
drasticidade da intervenção estatal. Amiúde, condutas que se moldam a determinado tipo penal, sob o ponto de 
vista formal, não apresentam nenhuma relevância material. Nessas circunstâncias, pode-se afastar liminarmente a 
tipicidade penal porque em verdade o bem jurídico não chegou a ser lesado. 
• Alteridade/transcedência 
• Confiança 
• Adequação social: o direito penal tipifica somente condutas que tenham uma certa relevância social; caso 
contrário, não poderiam ser delitos. Deduz-se, consequentemente, que há condutas que por sua “adequação social” 
não podem ser consideradas criminosas. Em outros termos, segundo esta teoria, as condutas que se consideram 
“socialmente adequadas” não se revestem de tipicidade e, por isso, não podem constituir delitos. 
• Intervenção mínima: também conhecido como ultima ratio, orienta e limita o poder incriminador do estado, 
preconizando que a criminalização de uma conduta só de legitima se constituir meio necessário para a prevenção 
de ataques contra bens jurídicos importantes. 
• Proporcionalidade: é uma consagração do constitucionalismo moderno, desde o iluminismo procura-se 
eliminar, dentro do possível toda e qualquer intervenção desnecessária do Estado na vida privada dos cidadões. 
Com efeito as ideias do iluminismo e do direito natural diminuiram o autoritarismodo estado, assegurando ao 
indivíduo um novo espaço na ordem social. Essa orientação que libertou o indivíduo das velhas e autoritárias 
relações medievais, implica necessariamente a recusa de qualquer forma de intervenção ou punição desnecessária 
ou exagerada. 
• Humanidade: o princípion da humanidade do direito penal é o maior entrave para a adoção da pena capital 
e da prisão perpétua. Esse princípio sustenta que o poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que atinjam a 
diginidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição fisico-psiquica dos condenados. 
• Ofensividade: o princípio da ofensividade no direito penal tem a pretensão de que seus efeitos tenham 
reflexos em dois planos: no primeiro, servir de orientação à atividade legiferante, fornecendo substratos politico-
juridicos para que o legislador adote, na elaboração do tipo penal, a exigência indeclinável de que a conduta proibida 
represente ou contenha verdadeiro conteúdo ofensivo a bens jurídicos socialmente relevantes; no segundo plano, 
servir de critério interpretativo, constrangendo o intérprete legal da encontrar em cada caso concreto indispensável 
lesidade ao bem jurídico protegido. 
• Imputação penal - a possiblidade de atribuir a alguém a responsabilidade de um fato. 
➢ Inimputabilidade pode se caracterizar por doença mental, 
➢ Menoridade; 
➢ embriaguez completa; 
➢ proveniente de caso fortuito ou força maior; 
➢ dependência de substância entorpecente; 
• Personalidade 
 
01/04/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
Princípios básicos da aplicação da Lei Penal 
 
➢ Legalidade: Art. 5º XXXIX, CF / Art. 1º, CF 
 
• Somente lei terá o poder de criar um novo crime para nossa sociedade, e compete a união formular estar 
leis; 
• estado em regra estão vedados instituir regra na legislação penal; 
 
➢ Anterioridade: Anterioridade da Lei Penal' só se aplica aos fatos praticados após sua vigência. Diz-se de 
tal princípio que ele implica também na irretroatividade da lei penal, já que ela não alcançará os fatos praticados 
antes de sua vigência, ainda que venham a ser futuramente tidos como crime. 
➢ Irretroatividade da lei penal: é a consequência das ideias consagradas pelo iluminismo, ou seja, ela vige 
somente em relação a lei mais severa; Irretroatividade da Lei (Art. 5º, XL, CR). Art. 5.º XL- A lei penal não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Salienta-se que quando duas ou mais legislações tratarem do mesmo assunto 
de modo distinto, estaremos diante do famoso conflito de leis penais no tempo. 
➢ Retroatividade da lei benéfica: A regra da lei penal é que sua aplicação seja feita durante seu período de 
vigência. A exceção da regra penal é a extra-atividade, sendo que esta, por sua vez, regula dois tempos, o 
passado e o futuro. A regulação do tempo futuro tem o nome de ultra-atividade, que é a possibilidade dos efeitos 
de uma lei se prolongarem no tempo e ter sua aplicação aos fatos cometidos durante sua validade, mesmo após 
cessado seu período de vigência. O outro modo é a retroatividade, que visa possibilitar a lei mais benéfica retroagir 
aos fatos acontecidos antes de sua entrada em vigor para favorecer o réu com uma pena mais benéfica, se assim 
a trouxer expressamente. A Constituição Federal proíbe a retroatividade da lei penal para prejudicar o agente, 
conforme reza o artigo 5º inciso XL da Carta Magna, in verbis, “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu”. Como vimos, a retroatividade da lei penal benéfica é um princípio com fundamento na Constituição Federal e 
o Código Penal, no parágrafo único do artigo 2º, nos traz que “a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”. 
Lei anterior: reformatio in pejus 
Lei nova= reformatio in mellius 
➢ Ultratividade: Ultratividade consiste na ação de aplicar uma lei (ou dispositivo de lei) que já foi revogada em 
casos que ocorreram durante o período em que esta estava vigente. 
Caso um delito seja cometido antes da revogação de determinada lei, o mesmo será regido e tratado com base nas 
normas estabelecidas pela lei revogada, e não pela atual. 
• A lei penal será para o futuro, não alcancará a lei penal para fatos ocorrido no passado. 
• Somente para o direito penal, se a norma atual for mais benéfica para o réu, ela vai retroagir para o passado. 
“Principio da retroatividade da lei benéfica”. 
• Lei de posse de drogas - Até 2006 a pessoa ficaria até dois anos presa, após a lei nova vigora a advertência, 
ou seja, a lei que esta regulamentando o futuro, está beneficiando os crimes acontecidos no passado (antes da lei 
nova entrar em vigor). 
 
08/04/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
TEMPO DO CRIME - Iter criminis – art. 4° do CP 
 
 
TEORIAS: 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729247/inciso-xl-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639666/par%C3%A1grafo-1-artigo-2-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639706/artigo-2-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
• ATIVIDADE= 
• RESULTADO= 
• MISTA OU UBIQUIDADE= seria considerado crime no momento da ação criminosa e també no resultado. 
É adota esta teoria no lugar do crime 
 
 
COGITAÇÃO ATOS 
PREPARATÓRIOS 
ATOS EXECUTÓRIOS CONSUMAÇÃO 
Aplica-se a teoria da atividade (crime instantâneo), pois é nesse momento que o individuo exterioriza a sua 
vontade violando o preceito proibitivo. 
Crime permanente= é uma prolongação da ação delituosa. 
Crimes habituais= só se caracterizam pelo verbo manter; precisa de repetição a conduta delituosa; EX: casa de 
prostituição 
 
10/04/2019 – QUARTA-FEIRA 
 
➢ LUGAR DO CRIME (art. 6° do CP) 
• TEORIAS: 
o ATIVIDADE (ou da ação): lugar do delito é aquele em que se realizou a conduta 
típica. O defeito dessa teoria reside na exclusão da autuação do estado em que o bem jurídico tutelado foi 
atingido e, à evidência, onde o delito acabou produzindo os seus maiores efeitos nocivos. 
o RESULTADO: lugar do delito é aquele em que ocorreu o evento resultado, isto é, 
onde o crime se consumou, pouco importando a ação ou intenção do agente. 
o MISTA OU UBIQUIDADE: lugar do crime tanto pode ser o da ação como a do 
resultado, ou ainda o lugar do bem jurídico atingido. 
• TERRITORIEDADE (art. 5° CP) – é o princípio utilizado na lei penal brasileira; crimes cometidos 
dentro do território brasileiro; 
• EXTRATERRITORIEDADE (art. 7° CP)- sujeitos a lei brasileira crimes cometidos em território 
estrangeiro conforme os incisos do art. 7°. 
 
 
15/04/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
• CONTAGEM DA PRAZO – art. 10 CP 
o menor prazo estabelecido pelo código penal é 6 meses; (representação) alguns crimes dependem 
de representação e tem prazo de 6 meses para efetuar esta representação, caso passe os 6 meses o crime se 
extingue; 
o no direito penal excluisse o ultimo dia da contagem da pena; EX: 15/04/19 14/10/19 (6 meses de 
pena); 
o computa o dia do crime, exclui o ultimo dia; conta-se o ano; 
 
• PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – art. 12 do CP 
o Quando a legislação especial citar o crime deve se usar a lei especial e não o CP; 
o Quando houver uma lei especial que enquadra o crime, usa-se o principio da especialidade, sendo 
assim a pena da lei especial é prevalecida; 
o Crime de trânsito: legislação especial; codigo de trânsito brasileiro; usa-se princípio da 
especialidade; 
o Quando a lei especial se silenciar em algum item do crime utiliza-se a regra geral do CP; (art. 12 do 
CP); 
 
 
17/04/2019 – QUARTA-FEIRA 
Questões de Direito Penal I 
 
No dia 20 de março de 2005 João foi flagrado praticando crime de adultério definido no art. 240 do CP. Em 
dezembro do mesmo ano o juiz prolatou sua sentença. Qual deverá ser a decisão de referido juiz? 
RESPOSTA: art. 240 do CP, art. Revogado pela lei 11.106 de 28-03-2005, esta lei nova descriminalizou o adultério, 
ou seja, deixou de ser crime, ocorreu o abolitio criminis. A lei vai retroagir a fim de beneficiar o réu (regra básica do 
direito penal). 
 
 
No dia 22 de agosto de 2006 João adquiriu 50kg de maconha com o fim de comercializá-la para terceiros. 
Este, de posse da droga e na mesma data foi flagrado por policiais sendo o mesmo preso em flagrante. Em 
janeiro de 2007 o juiz aplicou-lhe a pena. Neste caso o juiz deverá levar em consideração as penas do art. 
33 da lei 11.343/06 ou o art. 12 da lei 6368/76. 
RESPOSTA: art. 12 a pena é de 3 a 15 anos, art. 33 a pena é 5 a 15 anos; 
o Devido a lei que foi revogada ter a pena mais benéfica o juiz adotará ela, pois segue o principio da 
retroatividade da lei a fim de beneficiar o réu. 
o Novatio legis in pejus= lei mais maléfica 
 
 
No dia 22 de agosto de 2006 João adquiriu 50kg de maconha. Guardou a substância em sua casa e aos 
poucos foi vendendo aos consumidores. Em outubro de 2006 a polícia invadiu sua casa e ali ainda restavam 
10kg da droga. Em janeiro de 2007, João foi a julgamento, qual das leis o juiz deverá considerar. (penas do 
art. 33 da lei 11.343/06 ou o art. 12 da lei 6368/76). 
RESPOSTA: art. 12 a pena é de 3 a 15 anos, art. 33 a pena é 5 a 15 anos; 
o Não é um crime instântaneo, é uma conduta criminosa que ela perdura no tempo; enquanto ele 
guarda a droga o crime esta acontecendo; 
o Toda palavra guardar são condutas que perduram o tempo; 
o Como ele praticou o crime sob a vigência da lei nova será ela que o juiz deverá utilizar; 
o Esta é uma particularidade para os crimes permanentes; 
 
 
João no autódromo de Londrina enquanto participava de arrancadas, acabou atropelando José levando este 
a óbito. Neste caso aplicamos o art. 121 §3° do CP ou o art. 302 da lei 9503/97. 
RESPOSTA: o CTB é especifico para o trânsito; 
o neste caso é autodromo, ou seja, esta fora do trânsito; sendo assim utilizará a lei geral; principio da 
especialidade; 
o quando a conduta do agente não se amolda a lei especial, ela automaticamente se amolda a lei 
geral; 
 
 
João, em território brasileiro invade a conta bancária através de seu computador de uma empresa uruguaia 
e de lá transfere 50mil reais para uma conta na Suíça. Neste caso João responderá pela lei penal brasileira. 
RESPOSTA: Sim, pois o crime mesmo sendo contra pessoas ou entidades de fora do país foi cometido dentro do 
território nacional, ou seja, aplica-se o princípio da ubiquidade. 
o Ele cometeu crime tanto no Brasil quanto no Uruguai; 
 
 
Lei penal no tempo – teoria da atividade; 
Aplicação da lei penal no espaço – aplica a lei penal brasileira – teoria da ubiquidade; 
 
 
 
 
2° SEMESTRE - 2° BIMESTRE 
 
06/05/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
CRIME – art. 13 do Código Penal 
 
• Conceito: Fato típico= conduta, resultado, nexo causal (ligação entre conduta e resultado), 
tipicidade (definição juridica da conduta como sendo crime); e 
Antijurídico (algo contra a lei): para que se considere crime o fato típico precisa ser antijurídico. 
• Direito penal a partir de 1984: 
 
 
 
08/05/2019 – QUARTA-FEIRA 
 
CONDUTA: 
 
• Conduta omissiva= pessoa deixar de fazer algo produzindo resultado; ex: mãe deixa de amamentar o 
filho e o mesmo acaba morrendo. 
 
• Conduta comissiva= ocorre quando a pessoa produz algo com sua ação. 
Art. 13 §2° do Código Penal; 
 
Dolosa: (art. 18, I do CP) 
 direto: quando o agente visa certo e determinado dolo. 
 Eventual: (é o foda-se) neste caso o autor não se preocupa com o que vai acontecer; 
 
Culposa: (art. 18, II do CP) 
consciente: (é o fudeu) o resultado é previsivel mas a pessoa acredita piamente que por 
algum motivo o caso não se dará. 
 Inconsciente: o resultado não é previsível; o agente não consegue ver que aquilo podia 
acontecer. A pessoa age por imprudência, negligência ou imperícia. 
 
• Para o direito penal ou é dolo ou é culpa somente estas duas distinções; 
• Só se pune a culpa se houver a previsão legal, somente a conduta dolosa terá crime; 
• Culpa exclusiva da vítima não há responsabilidade penal; 
• Se a culpa for concorrente os dois estão errados, dai a responsabilidade penal será para ambos; 
 
Preterdolosa: é apenas uma das espécies dos chamados crimes qualificados pelo resultado. Os crimes 
preterdolosos não admitem a tentativa, pois, neles, o agente não quer o resultado final agravador, sendo certo 
que pressuposto da tentativa é o que o agente queira o resultado e não o atinja por circunstâncias alheias à sua 
vontade. 
 
Os crimes qualificados pelo resultadopodem ser observados nas seguintes formas: 
➢ Conduta dolosa e resultado agravador doloso; 
➢ Conduta culposa e resultado agravador doloso; 
➢ Conduta dolosa e resultado agravador culposo; apenas nesta hipótese ocorre crime 
preterdoloso; 
➢ Conduta culposa e resultado agravador culposo; 
 
 
 
13/05/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
Lei 9.504/97 
 
RESULTADO: 
 
o Crime consumado: (art. 14, I do CP) quando nele se reúnem todos os elementos do tipo incriminador; 
➢ Iter criminis (são as fases que o agente percorre até chegar à consumação do delito): cogitação, 
preparação, execução e consumação (resultado). 
 
o Crime tentado: (art. 14, II do CP) quando o agente inicia a execução mas não consegue consumá-lo por 
circunstâncias alheias à sua vontade. Possui dois requisitos: a execução do crime tenha-se iniciado; consumaçã 
não tenha ocorrido por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
➢ Tentativa perfeita: a pessoa pratica todos os atos e mesmo assim o crime não acontece, ou seja, não 
consegue consumar o crime. 
➢ Tentativa imperfeita: passa pela fase de cogitação, preparatórios e na fase executória o autor é 
interrompido por algo ou por alguém. 
*Nos dois casos acima descritos perfeita ou imperfeita a consumação não se consuma por vontade alheia, e de 
acordo com o CP o autor tem uma redução na pena de 1/3 a 2/3. 
 
o Desistência voluntária: (art. 15, 1ª parte do CP) aquele que voluntariamente desiste de prosseguir com a 
execução só responde pelos atos já praticados. O próprio agente impede que ocorra o resultado. O autor cogita, 
passa pelos atos preparatórios, passa para os atos executórios mas desiste de continuar. A pena neste caso é 
somente pelo ato que o autor já cometeu. 
 
o Arrependimento eficaz: (art. 15, 2ª parte do CP) aquele que, tendo iniciado a execução, impede a 
produção do resultado só responde pelos atos já praticados. O próprio agente impede que ocorra o resultado. O 
autor passa por todos os processos do iter criminis mas quando chega no resultado ele se arrepende. A pena 
neste caso é somente pelo ato que o autor já cometeu. 
 
o Arrependimento posterior: (art. 16 do CP) são crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
em que o agente, por ato voluntário, reparao dano ou restitui a coisa antes do recebimento da denúncia ou queixa. 
 
o Crime impossível: (art. 17 do CP) quando a conduta do agente jamais poderia levar o crime à 
consumação, quer pela ineficácia absoluta do meio, quer pela impropriedade ablosuta do objeto. É também 
denominado quase crime, tentativa inidônea ou tentativa inadequada. 
 
 
 
14/05/2019 – TERÇA-FEIRA 
 
NEXO DE CAUSALIDADE = art. 13 do Código Penal 
 
• Conceito: é a relação natural de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o resultado dela 
concorrente. É a ligação entre a conduta e o resultado. 
A teoria adotada é a equivalência dos antecedentes causais que considera como causa toda circunstância 
antecedente sem o qual o resultado não teria ocorrido. É também chamado de teoria condito sine qua non. 
 
• Causas relativamente independentes: 
*As causas deverão ser apuradas para que se obtenha o nexo causal; 
*Causa exterior: algo que esta fora da conduta do agente. 
• PREEXISTENTE: QUANDO O RESULTADO É CAUSADO ANTES DA CONDUTA; 
• CONCOMITANTES: QUANDO O RESULTADO É CAUSADO AO MESMO TEMPO DA CONDUTA; 
• SUPERVENIENTE: QUANDO O RESULTADO OCORRE POSTERIOR A CONDUTA; 
Nestes casos de relativamente que se enquadram concomitantes e superveniente o autor responde pelo 
resultado. 
Art. 13 §1º do CP: “a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, 
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem as praticou”. 
 
• Causas absolutamente independentes: 
O agente causador responde apenas pelo ato que ele cometeu; 
• PREEXISTENTE: QUANDO O RESULTADO É CAUSADO ANTES DA CONDUTA; 
• CONCOMITANTES: QUANDO O RESULTADO É CAUSADO AO MESMO TEMPO DA CONDUTA; 
• SUPERVENIENTE: QUANDO O RESULTADO OCORRE POSTERIOR A CONDUTA; 
 
• NOS CRIMES FORMAIS E NOS CRIMES DE MERA CONDUTA NÃO SE EXIGE O NEXO CAUSAL, 
UMA VEZ QUE ESSES CRIMES DISPENSAM A OCORRÊNCIA DE QUALQUER RESULTADO 
NATURALÍSTICO. 
• OS CRIMES MATERIAIS, PORTANTO, POSSUEM QUATRO REQUISITOS: CONDUTA, RESULTADO, 
NEXO CAUSAL E TIPICIDADE. JÁ OS CRIMES FORMAIS E DE MERA CONDUTA EXIGEM APENAS DOIS 
REQUISITOS: CONDUTA E TIPICIDADE. 
• RETIREM A CONDUTA DO AGENTE E VEJA SE O RESULTADO SERIA PRODUZIDO DA MESMA 
FORMA, E VEJA SE MESMO ASSIM O RESULTADO AINDA SERIA PRODUZIDO, ASSIM SABERÁ SE HOUVE 
NEXO CAUSAL OU NÃO. 
 
 
20/05/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
TIPICIDADE 
 
• Núcleo do tipo: VERBO (MATAR, SUBTRAIR, COSTRANGER) 
• Todo núcleo é cercado de circunstâncias 
• MATAR ALGUÉM = MATAR (NÚCLEO) ALGUÉM (CIRCUNSTÂNCIA) 
 
• Conceito: é o nome que se dá ao enquadramento da conduta concretizada pelo agente na norma penal 
descrita em abstrato. Em suma, para que haja crime é necessário que o sujeito realize, no caso concreto todos 
os elementos componentes na descrição típica. 
• Adequação típica: é a possibilidade de enquadrar a conduta no tipo legal. A adequação típica pode se 
dar de duas maneiras. 
o Imediata ou direta: quando houver uma correspondência total da conduta ao tipo, nas hipóteses de 
autoria e consumação do ilícito penal. 
o Mediata ou indireta: quando a materializaçao da tipicidade exige a utilização de uma norma de 
extensão sem a qual seria impossível enquadrar a conduta no tipo. 
 
 
22/05/2019 – QUARTA-FEIRA 
 
ANTIJURIDICIDADE ou ilicitude 
 
1. Conceito: é a relação de antagonismo que se estabelece entre o fato típico e o ordenamento jurídico. 
Todo fato típico, em regra, é ilicito, exceto se estiver presente alguma das excludentes de ilicitude 
elencadas na lei penal. 
 
• Estado de necessidade; (art. 24 do CP); 
• Legitima defesa; (art. 25 do CP); 
• Estrito cumprimento do dever legal; (art. 23, III do CP); 
• Exercício regular do direito; (art. 23, III do CP); 
 
2. Causas de Justficação: = EXCLUDENTES DE ILICITUDE art. 23 do CP 
 
• Legitima defesa: age em ligitima defesa quem, usando moderadamente os meios necessários, 
repele a injusta agressão, atual ou eminente, a direito seu ou de outrem. A pessoa que defende é a quem vai 
invocar a legitima defesa. 
o Pode ser uma proteção de direito próprio ou alheio 
o Injusta agressão; Atual ou iminente; Uso moderado dos meios necessários; 
➢ Admite-se também: 
o Legitima defesa putativa contra legítima defesa putativa (imaginada por erro). 
o Legitima defesa real de legitima defesa putativa. 
o Legitima defesa putativa de legitima defesa real. 
o Legitima defesa contra agressão culposa. 
➢ Não se admite: (isso porque nenhum desses casos tem-se agressão injusta, ilícita. 
o Legitima defesa real de legitima defesa real. 
o Legitima defesa real de estado de necessidade real. 
o Legitma defesa real de exercicio regular do direito real. 
o Legitima defesa real de estrito cumprimento do dever legal real. 
➢ Agressão atual ou eminente: agressão atual é a que está ocorrendo, agressão eminente é a que está 
prestes a ocorrer. A lei não se admite agressão futura. 
➢ Agressão de direito próprio ou de terceiro: admite-se legitima defesa no resguardo de qualquer bem 
jurídico. 
 
 
27/05/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
ANTIJURIDICIDADE ou ilicitude – CONTINUAÇÃO 
 
• Estado de necessidade (art. 24 do CP): quando alguém, para salvar um bem jurídico próprio ou de terceiro 
(exposto a uma situação de perigo), sacrifica outro bem jurídico. 
o condição de perigo atual (o agente não pratica o crime) 
Exemplo: rapaz que furtou peixes para alimentar seus filhos que estavam passando fome. 
 
* Só se considera necessidade na atualidade 
Exemplo: no momento crítico, quando não tiver outra saída. 
 
Aborto eugênio= a mulher tem que abortar para não perder sua própria vida. 
 
• Estrito cumprimento do dever legal: policial tem o dever de agir quando alguém está em situação de 
perigo. 
 
• Exercicioregular de direito: o sujeito não comete crime por estar exercitando uma pregorrativa a ele 
conferida pela lei. 
Exemplos: esportes: luta= desde que os golpes estejam dentro do regulamento permitido. 
Médico: quando faz uma cirurgia(não comete crime de lesões corporais) 
 
• Consentimento da vítima ou ofendido: segundo a doutrina, se o bem for disponível (patrimônio) e a vítima 
capaz (maior), o consentimento atuará como causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
bens jurídicos disponíveis afetam a antijuridicidade. 
Exemplos:colocar fogo no carro de alguém (desde que com o consentimento dela). 
 
 
29/05/2019 – QUARTA-FEIRA 
 
CULPABILIDADE 
 
• CONCEITO: 
o Imputabilidade: 
o Potencial consciência da ilicitude 
o Exigibilidade de conduta diversa 
• Excludentes da imputabilidade 
o Desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
o Doença mental= medidas de segurança (tratamento ambulatorial ou internação) 
o Embriaguez total proveniente de caso fortuito ou força maior = exemplo disso: boa noite cinderela. 
Pessoa é obrigada a beber e pratica um crime. Se for total é isenta de pena, se for parcial a pena diminui. 
QUEM BEBE ASSUME OS RISCOS POR SEUS RESULTADOS 
➢ embriaguez dolosa (quando você bebe por querer) ou culposa (causadas por 
medicamentos, ou seja, a pessoa toma algo mas não tem conhecimento das suas reações. Nenhum destes 
casos isenta de pena. 
❖ embriaguez pré ordenada – art. 61 do CP = 
➢ emoção e paixão 
 
✓ Teoria a cerca da culpabilidade: a culpabilidade é a relação psiquica do agente com o fato, na forma de dolo 
ou de culpa. A culpabilidade, portanto, confunde-se com o dolo e a culpa, sendo pressupostos destes a 
imputabilidade e a exigibilidade de conduta diversa. 
✓ Teoria psicológico-normativa: odolo e a culpa não são espécies da culpbilidade, mas apenas elementos 
integrantes desta, ao lado da imputabilidade, da consciência da ilicitude e da ixigibilidade de conduta diversa. 
✓ Teoria normativa pura: é a teoria defendia pela escola finalista (atualmente adotada por nossa legislação 
penal). O conteúdo da culpabilidade fica, portanto, esvaziando com a retirada do dolo e da culpa, passando a 
constituir mero juízo de reprovação ao autor da infração. 
 
 
03/06/2019 – SEGUNDA-FEIRA 
 
INIMPUTABILIDADE E MENORIDADE 
 
1. INIMPUTABILIDADE: (art. 26 do CP) 
• Conceito: em princípio todos são imputáveis, exceto aqueles abrangidos pelas hipóteses de 
inimputabilidade enumeradas na lei, que são as seguintes: 
o Doença mental; 
o Menoridade; 
o Embriaguez completa; 
o Dependência de substância entorpecente; 
• Critérios para a definição da inimputabilidade: 
o Biológico: leva em conta desenvolvimento mental do acusado; 
o Psicológico: considera se o agente no momento da ação ou omissão tinha capacidade de 
entendimento e autodeterminação. 
o Biopsicológico: quando no tempo da ação ou omissão era totalmente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato. 
 
 
2. MENORIDADE = (art. 27 do CP) 
• Conceito: os menores de 18 anos são inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na 
legislação especial; 
• Lei n. 8069/90 = Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); 
• As medidas socio-educativas são aplicadas aos adolescentes (pessoas com 12 anos ou mais e menores 
de 18 anos); sendo elas abaixo descritas: 
o Advertência; 
o Obrigação de reparar o dano; 
o Prestação de serviço a comunidade; 
o Liberdade assistida; 
o Semiliberdade; 
o Internação; 
• Considera-se até 12 anos crianças; 12 a 18 adolescentes;

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