Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MOBILIZAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS Mobilização articular refere-se às técnicas de terapia manual usadas para modular a dor e tratar as disfunções articulares que limitam a amplitude de movimento (ADM), abordando especificamente alterações na mecânica articular. DEFINIÇÕES DOS TERMOS MOBILIZAÇÃO/MANIPULAÇÃO Mobilização e manipulação são duas palavras com o mesmo significado e, portanto, podem ser usadas como sinônimos. São técnicas de terapia manual passiva que exigem habilidade, podendo ser aplicadas às articulações e aos tecidos moles relacionados com velocidade e ADM variadas, com movimentos fisiológicos ou acessórios com fins terapêuticos. Os movimentos incluem separação, deslizamento, compressão, rolamento e giro das superfícies articulares. MOVIMENTO BRUSCO (thrust) O thrust é um movimento de alta velocidade e curta amplitude que não pode ser impedido pelo paciente. O movimento é realizado no final do limite patológico da articulação e visa alterar as relações de posicionamento, soltar aderências ou receptores articulares. CONCEITOS BÁSICOS DO MOVIMENTO ARTICULAR: ARTROCINEMÁTICA FORMAS ARTICULARES O tipo de movimento que ocorre entre as partes ósseas dentro de uma articulação é influenciado pela forma das superfícies articulares. A forma pode ser descrita com ovóide ou em sela. Nas articulações ovoides, uma superfície é convexa e a outra é côncova. TIPOS DE MOVIMENTOS Quando uma alavanca óssea se move em torno de um eixo de movimento, ocorre também movimento na superfície óssea do osso oposto na articulação. O movimento da alavanca é chamado balanço e é classicamente descrito como: flexão, extensão, abdução, adução e rotação. A quantidade de movimento pode ser medida em graus com um goniômentro e é chamado ADM. O movimento das superfícies ósseas dentro da articulação é uma combinação variável de balanço e deslizamento. ALONGAMENTO PASSIVO-ÂNGULO VERSUS ALONGAMENTO COM DESLIZAMENTO ARTICULAR Os movimentos de alongamentos passivo-angular, como quando a alavanca óssea é usada para alongar uma cápsula articular encurtada, pode causar aumento de dor ou trauma articular porque: O uso da uma alavanca amplia significativamente a força na articulação; A força causa compressão articulação excessiva na direção do osso que está rolando. O rolamento sem deslizamento não produz a mecânica articular normal. OUTROS MOVIMENTOS ACESSÓRIOS QUE AFETAM A ARTICULAÇÃO COMPRESSÃO Compressão é a diminuição no espaço articular entre as partes ósseas. A compressão normalmente ocorre nas articulações dos membros e da coluna durante o apoio de peso. Ocorre alguma compressão enquanto os músculos se contraem, o que proporciona estabilidade às articulações. TRAÇÃO/SEPARAÇÃO Tração e separação não são termos sinônimos. Tração é uma força longitudinal. Separação é um distanciamento ou força de afastamento, isto é, a força de tração pode ou não causar uma separação. A separação das superfícies articulares nem sempre ocorre quando uma força de tração é aplicada ao eixo longo de um osso. Por exemplo, se a tração é aplicada no corpo do úmero, resulta em um deslizamento da superfície articular. Esclarecendo, sempre que for puxado o eixo longo de um osso, será usado o termo tração no eixo longo. Sempre que as superfícies forem afastadas, será usado o termo separação, tração articular ou separação articular. INDICAÇÕES PARA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR Dor, mecanismo de defesa muscular e espasmo; Hipomobilidade articular reversível; Falhas de posicionamento/subluxações; Limitação progressiva; Imobilidade funcional; CONTRA INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES Hipermobilidade; Derrame articular; Inflamação; Condições que requerem precauções especiais para alongamento; PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO PASSIVA EXAME E AVALIAÇÃO Se o paciente tiver mobilidade limitada ou dolorosa, examine e decida quais tecidos estão limitando a função e o estado da patologia. Determine se o tratamento deve ser dirigido primariamente para o alívio da dor ou pra alongamento de uma limitação articular ou tecido mole. Qualidade da dor; Restrição capsular; Subluxação ou luxação; GRAUS OU DOSAGENS DE MOVIMENTO Técnicas oscilatórias graduadas. Dosagens Grau I: são feitas oscilações rítmicas de pequena amplitude no início da ADM. Grau II: são feitas oscilações rítmicas de grande amplitude dentro da ADM, sem alcançar o limite. Grau III: são feitas oscilações rítmicas de grande amplitude até o limite da mobilidade disponível, forçando a resistência do tecido. Grau IV: são feitas oscilações rítmicas de pequenas amplitude no limite da mobilidade disponível, forçando a resistência do tecido. Grau V: usa-se uma técnica de thrust de alta velocidade e pequena amplitude para soltar aderência no limite da mobilidade disponível. USOS Os graus I e II são usados primariamente para tratar articulações limitadas pela dor. As oscilações podem ter um efeito inibidor na percepção dos estímulos dolorosos por estimular repetidamente os mecanorreceptores que bloqueiam as vias nociceptivas no nível da medula espinhal e tronco encefálico. Os graus III e IV são usados primariamente como manobras de alongamento. POSICIONAMENTO E ESTABILIZAÇÃO FORÇA DE TRATAMENTO E DIREÇÃO DO MOVIMENTO INICIO E PROGRESSÃO DO TRATAMENTO MOVIMENTO DE AGACHAMENTO D S QUADRÍCEPS EXCENTRICA CONCENTRICA ITE EXCENTRICA CONCENTRICA TRÍCEPS SURAL EXCENTRICA X GLÚTEO X CONCENTRICA TIBIAL ANTERIOR X X TÉNICAS DE MOBILIZAÇÃO ARTICULAR PERIFÉRICA SEPARAÇÃO GLENOUMERAL 5.14 INDICAÇÕES Como teste, tratamento inicial (grau II sustentado); controle da dor (oscilações grau I e II); mobilidade geral (grau III sustentado). POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal, com braço na posição de repouso. Apoie o antebraço entre seu tronco e cotovelo. 5.14 POSICIONAMENTO DAS MÃOS Use a mão mais próxima da parte a ser tratada (p. ex., mão esquerda se estiver tratando o ombro esquerdo do paciente) e coloque-a na axila do paciente com seu polegar anteriormente, logo distal à margem articular, e os dedos posteriormente. A outra mão apoia o úmero a partir da superfície lateral. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Com a mão que está na axila, mova o úmero lateralmente. NOTA – O braço inteiro se move fazendo um movimento de translação, afastando-se do plano de cavidade glenoidal. As separações podem ser feitas com o úmero em qualquer posição. DESLIZAMENTO GLENOUMERAL CAUDAL, POSIÇÃO DE REPOUSO (fig5.15) INDICAÇÕES Para aumentar a abdução (grau sustentado III); para reposicionar a cabeça do úmero caso esteja posicionada posteriormente. POSIÇÃO DO PACIENTE A mesma usada para separação. POSICIONAMENTO DAS MÃOS Coloque uma mão na axila do paciente para produzir uma separação grau I. 5.15 O espaço membranoso da outra mão é posicionado bem distalmente ao acrômio. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Com a mão posicionada superiormente, deslize o úmero na direção inferior. DESLIZAMENTO GLENOUMERAL CAUDAL: ALTERNATIVO POSICIONAMENTO DAS MÃOS (fig 5.14) Use a mão mais próxima da parte a ser tratada (p. ex., mão esquerda se estiver tratando o ombro esquerdo do paciente) e coloque-a na axila do paciente com seu polegar anteriormente, logo distal à margem articular, e os dedos posteriormente. A outra mão apoia o úmero a partir da superfície lateral. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO A força vem da mão em torno do braço, tracionando-o caudalmente enquanto seu peso corporal é transferido inferiormente. PROGRESSÃO DO DESLIZAMENTO GLENOUMERAL CAUDAL (fig 5.16) INDICAÇÃO Para aumentar a abdução.5.16 Articulação glenoumeral: deslizamento caudal com o ombro próximo de 90º. POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal ou sentado, com o braço abduzido no final da amplitude disponível. A rotação externa do úmero deve ser acrescentada à posição no final da amplitude à medida que o braço se aproxima e passa dos 90º. POSIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E POSICIONAMENTO DAS MÃOS Com o paciente em decúbito dorsal, fique em pé de frente para os pés do paciente e estabilize o braço dele contra o seu tronco com a mão que está mais distante dele. Um leve movimento lateral do seu tronco proporciona uma separação grau I. Com o paciente sentado, fique de frente para ele e envolva a porção distal do úmero com sua mão proximal; essa provê uma separação grau I. Coloque o espaço membranoso da outra mão distalmente ao acrômio, sobre a região proximal do úmero. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Com a mão sobre a região proximal do úmero, deslize o úmero na direção inferior. PROGRESSÃO DA ELEVAÇÃO GLENOUMERAL (fig 5.17) INDICAÇÃO Para aumentar a elevação além dos 90º de abdução. 5.17 5.17 Articulação glenoumeral: progressão da elevação na posição sentada, utilizada quando a amplitude é maior do que 90º. Observe a posição externamente rodada do úmero; a pressão contra a cabeça do úmero é em direção à axila. POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal ou sentado com o braço abduzido e rodado externamente até o final da amplitude disponível. POSIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E POSICIONAMENTO DAS MÃOS O posicionamento das mãos é o mesmo usado para progressão do deslizamento caudal. Ajuste a posição do seu corpo de modo que a mão que aplica a força de mobilização fique alinhada com o plano de tratamento. Com mão que segura o cotovelo, aplique uma força de separação grau I. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Com a mão sobre a região proximal do úmero, deslize o úmero em uma direção progressivamente anterior contra as pregas inferiores da cápsula, na axila. A direção da força em relação ao corpo do paciente depende da quantidade de rotação para cima e de prostração da escápula. DESLIZAMENTO GLENOUMERAL POSTERIOR, POSIÇÃO DE REPOUSO (fig 5.18) INDICAÇÕES Para aumentar a flexão; para aumentar a rotação interna. 5.18 5.18 Articulação glenoumeral: deslizamento posterior na posição de repouso POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal com o braço na posição de repouso. POSIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E POSICIONAMENTO DAS MÃOS Fique em pé de costas para o paciente, entre o tronco e o braço dele. Apoie o braço contra o seu tronco, segurando a região distal do úmero com sua mão lateral. Essa posição provê separação grau I à articulação. Coloque a borda lateral da mão de cima em posição distal à margem anterior da articulação, com seus dedos apontando superiormente. Essa mão provê a força de mobilização. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Deslize a cabeça do úmero posteriormente, movendo todo o braço à medida que dobra seus joelhos. PROGRESSÃO DO DESLIZAMENTO GLENOUMERAL POSTERIOR (fig 5.19) INDICAÇÕES Para aumentar o deslizamento posterior quando a flexão se aproxima de 90º, para aumentar a adução horizontal. POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal com o ombro fletido 90º, rodado internamente e com o cotovelo fletido. O braço pode também ser posicionado em adução horizontal. POSICIONAMENTO DAS MÃOS Posicione um enchimento embaixo da escápula para prover estabilidade. Posicione uma mão sobre a superfície proximal do úmero para aplicar uma separação grau I. 5.19 A 5.19 B 5.19 Articulação glenoumeral: progressão do deslizamento posterior. Uma mão (A) ou cinta (B) é usada para exercer uma força de separação grau I. Posicione a outra mão sobre o cotovelo de paciente. Uma cinta colocada ao redor da sua pelve e do úmero do paciente pode ser usada para aplicar a força de separação. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Deslize o úmero posteriormente, empurrando o cotovelo para baixo através do eixo longo do úmero. DESLIZAMENTO GLENOUMERAL ANTERIOR, POSIÇÃO DE REPOUSO (fig 5.19) INDICAÇÕES Para aumentar a extensão; para aumentar a rotação interna. POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito ventral com o braço na posição de repouso na beira da maca de tratamento, apoiado sobre sua coxa. Estabilize o acrômio com um enchimento. Pode-se usar também o decúbito dorsal. POSIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E POSICIONAMENTO DAS MÃOS Em pé ao lado da maca, olhando para a cabeceira, com a perna mais próxima da maca posicionada à frente. Apoie o braço do paciente contra sua coxa usando a mão exterior; o braço posicionado sobre sua coxa provê uma separação grau I. Coloque a borda ulnar da sua outra mão em posição distal ao ângulo posterior do acrômio, com seus dedos apontando superiormente; essa mão fornece a força de mobilização. 5.20 Articulação glenoumeral: deslizamento anterior na posição de repouso 5.20 FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Deslize a cabeça do úmero em uma direção anterior e levemente medial. Dobre os dois joelhos para que todo o braço se mova anteriormente. PRECAUÇÃO – Não levante o braço no cotovelo, causando assim angulação do úmero. Tal angulação pode levar a subluxação ou luxação anterior da cabeça do úmero. Não use essa posição para progredir a rotação externa. Posicionar o ombro em 90º de abdução com rotação externa e aplicar um deslizamento anterior pode causar subluxação anterior da cabeça do úmero. PROGRESSÕES DA ROTAÇÃO EXTERNA GLENOUMERAL (fig 5.21) INDICAÇÃO Para aumentar a rotação externa. TECNICAS Devido ao perigo de ocorrer subluxação ao aplicar um deslizamento anterior com o ombro rodado externamente, use uma progressão da separação ou da elevação para ganhar amplitude. Progressão da separação: comece com o ombro na posição de repouso; rode externamente o úmero até o final da amplitude de movimento e então aplique uma separação grau III perpendicular ao plano de tratamento na cavidade glenoidal. Progressão da elevação (ver fig. 5.17). Essa técnica incorpora rotação externa no final da amplitude. 5.21 5.21 Articulação glenoumeral: separação para progressão da rotação externa. Observe que o úmero está posicionado em repouso com máxima rotação externa antes da aplicação da força de separação para alongamento. ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR: DESLIZAMENTO ANTERIOR (fig 5.22) INDICAÇÃO Para aumentar a mobilidade da articulação. ESTABILIZAÇÃO Fixe a escápula colocando sua mão mais lateralmente ao redor do acrômio. POSIÇÃO DO PACIENTE Sentado ou em decúbito ventral. POSICIONAMENTO DAS MÃOS Com o paciente sentado, fique em pé atrás dele e estabilize o acrômio com os dedos da sua mão lateral. O polegar da outra mão empurra para baixo, por meio do trapézio superior, e é colocado posteriormente sobre a clavícula, medialmente ao espaço articular. Com o paciente em decúbito ventral, estabilize o acrômio com um rolo de toalha embaixo do ombro. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Com seu polegar, empurre a clavícula anteriormente. 5.22 Articulação acromioclavicular: deslizamento anterior TRAÇÃO/SEPARAÇÃO E PROGRESSÃO UMEROULNAR (Fig 5.28) INDICAÇÕES Para teste; tratamento inicial (grau II sustentado); controle de dor (oscilações grau I ou II); para aumentar a flexão ou extensão (grau III ou IV). POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal com o cotovelo na beira da maca de tratamento ou apoiado em um enchimento colocado proximalmente ao olécrano. Apoie o punho do paciente contra seu ombro, permitindo que o cotovelo fique na posição de repouso para o tratamentoinicial. Para alongar em flexão ou em extensão, posicione a articulação no final da amplitude disponível. POSICIONAMENTO DAS MÃOS Estando na posição de repouso ou no final da amplitude de flexão, coloque os dedos da sua mão medial sobre a região proximal da ulna, na superfície volar; reforce com a outra mão. Estando na amplitude final de extensão, fique em pé e coloque a base da mão proximal sobre a porção proximal da ulna e apoie o antebraço distal com a outra mão. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Force contra a ulna proximal em um ângulo de 45º com o corpo de osso. 5.28 A 5.28 Articulação Umeroulnar: (A) separação DESLIZAMENTO UMEROULNAR DISTAL (fig 5.28) INDICAÇÃO Para aumentar a flexão. POSIÇÃO DO PACIENTE E POSICIONAMENTO DAS MÃOS Decúbito dorsal com o cotovelo na beira da maca de tratamento. Comece com o cotovelo na posição de repouso. Progrida posicionando-o no final da amplitude de flexão. Coloque os dedos da sua mão medial sobre a região proximal da ulna, na superfície volar; reforce com a outra mão. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Aplique uma força de separação na articulação em um ângulo de 45º com a ulna e, então, mantendo a separação, direcione a força no sentido distal pelo eixo longo da ulna, fazendo um movimento curvo. 5.28 B 5.28 B (continuação) Articulação Umeroulnar: (B) separação com deslizamento distal (movimento curvo). DESLIZAMENTO TIBIOFEMORAL POSTERIOR (fig 5.50) INDICAÇÕES Como teste; para aumentar a flexão. POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal, com o pé apoiado na maca. A posição para o teste gaveta pode ser usada para mobilizar a tíbia anterior ou posteriormente, embora não possa ser aplicada separação grau I com deslizamentos. POSIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E POSICIONAMENTO DAS MÃOS Sente-se na maca com sua coxa fixando o pé do paciente. Com as duas mãos, segura ai redor da tíbia, com os dedos apontando posteriormente e os polegares, anteriormente. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Estenda seus cotovelos e coloque o peso do seu corpo para trás; empurre a tíbia posteriormente com os polegares. 5.50 Articulação tibiofemoral: deslizamento posterior (gaveta). 5.50 DESLIZAMENTO TALOCRURAL DORSAL (POSTERIOR) (fig 5.59) INDICAÇÃO Para aumentar a dorsiflexão. POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito dorsal com a perna apoiada na maca e o calcanhar na borda. POSIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E POSICIONAMENTO DAS MÃOS Fique em pé ao lado do paciente. Estabilize a perna do paciente com sua mão cranial ou se use uma sinta para segurar a perna na maca. Posicione a face palmar do espaço membranoso do encaixe. Com os dedos e o polegar, envolva o pé para manter o tornozelo na posição de repouso. Aplica-se uma força de separação grau I na direção caudal. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Deslize o tálus posteriormente em relação à tíbia, empurrando contra o tálus. 5.59 Articulação talocrural: deslizamento posterior. 5.59 DESLIZAMENTO TALOCRURAL VENTRAL (ANTERIOR) (fig 5.60) INDICAÇÃO Para aumentar a flexão plantar. POSIÇÃO DO PACIENTE Decúbito ventral, com o pé na borda da maca. POSIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E POSICIONAMENTO DAS MÃOS Trabalhando no final da maca, posicione sua mão lateral no dorso do pé, para aplicar uma separação grau I. Posicione o espaço membranoso da outra mão distalmente ao encaixe na face posterior do tálus do calcâneo. FORÇA DE MOBILIZAÇÃO Empurre contra o calcâneo no sentido anterior (em relação a tíbia); isso faz com que o tálus deslize anteriormente. POSIÇÃO ALTERNATIVA Paciente em decúbito dorsal. Estabilize a perna distal anteriormente ao encaixe com sua mão proximal. A mão distal faz uma concha sob o calcâneo. Quando se traciona o calcâneo na direção anterior, o tálus desliza anteriormente. 5.60 Articulação talocrural: deslizamento anterior. AULA TEÓRICA: Os exercícios de Williams tem como objetivo reestabelecer o equilíbrio lombo-pélvico através dos quatro quadrantes que se cruzam na altura do trocanter maior e eliminar o quadro álgico lombar. Esse desequilíbrio e o quadro álgico causa um maus posicionamento da região lombo-sacral (o sacro fica horizontalizado) causando um estiramento dos ligamentos ilio-lombares e sacro-tuberais. Os quadrantes são divididos em: - Ântero-superior: músculos abdomnais, íliopsoas, que está para o quadrante póstero-inferior; - Póstero-inferior: glúteo máximo, piriforme, pelves-trocanterianos e ísquios tibiais; - Póstero-superior: paravertebrais lombares, quadrado lombar, grande dorsal, que está para o quadrante ântero-inferior; -Ântero-inferior: TFL, adutores, sartório, reto femural. Cada quadrante tem um grupo de músculos específicos. O quadrante ântero-superior tem relação com o quadrante póstero-inferior e o quadrante póstero-superior tem relação com o quadrante antero-inferior. A filosofia do conceito Williams divide-se em 3 etapas: 1ª etapa - Exercícios de alongamento sustentado dos mùsculos encurtados: 2ª etapa - Fortalecimento muscular realizando o exercício da ponte, exercícios abdomnais; 3ª etapa - Exercícios de coordenação e treinamento ritmado e automatizado de transferências dinâmicas de sentado para a posição ortostática e do ortostatismo para sentado, associando com a respiração. AULA PRÁTICA: ALONGAMENTO UNILATERAL DOS DOIS QUADRANTES POSTERIORES: Paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. A posição inicial do paciente deve ser sempre com os joelhos fletidos e os pés apoiados na maca e a cabeça em uma leve flexão (travesseiro). O paciente realiza uma inspiração profunda e ao realizar uma expiração suave e prolongada deve abraçar uma das pernas em direção ao abdomen. Sustentar por 20 segundos mantendo seu rítmo respiratório fisiológico. Em seguida a perna do paciente volta para a posição inicial e realiza-se o mesmo procedimento para a perna oposta. Alternar os pernas por até 5 vezes dando ênfase ao lado onde a musculatura encontra-se mais encurtada. ALUNGAMENTO BILATERAL DOS DOIS QUADRANTES POSTERIORES: Paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. A posição inicial do paciente deve ser sempre com os joelhos fletidos e os pés apoiados na maca e a cabeça em uma leve flexão (travesseiro). O paciente realiza uma inspiração profunda e ao realizar uma expiração suave e prolongada deve abraçar ambas as pernas em direção ao abdomen. Sustentar por 20 segundos mantendo seu rítmo respiratório fisiológico. Em seguida as pernas do paciente voltam para a posição inicial. Repetir este procedimento por 5 vezes. - ALONGAMENTO BILATERAL PARA OS QUADRANTES POSTERIORES DE UM DOS LADOS E PARA OS QUADRANTES ANTERIORES DO LADO OPOSTO: Paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. A posição inicial do paciente deve ser sempre com os joelhos fletidos e os pés apoiados na maca e a cabeça em uma leve flexão (travesseiro). O paciente realiza uma inspiração profunda e ao realizar uma expiração suave e prolongada deve abraçar uma das pernas em direção ao abdomen e extender o quadril e o joelho da perna oposta encostando a coxa e a panturrilha na maca. Sustentar por 20 segundos mantendo seu rítmo respiratório fisiológico. Em seguida as pernas do paciente voltam para a posição inicial. Repetir este procedimento por 5 vezes alternadamente, dando ênfase ao lado mais encurtado. ALONGAMENTO DE ÍSQUIS TIBIAIS, QUADRANTE PÓSTERO INFERIOR: Paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. A posição inicial do paciente deve ser sempre com os joelhos fletidos e os pés apoiados namaca e a cabeça em uma leve flexão (travesseiro). O paciente realiza uma inspiração profunda e ao realizar uma expiração suave e prolongada deve abraçar o terço distal da coxa posteriormente de uma das pernas em direção ao abdomen e extender o quadril e o joelho da perna oposta encostando a coxa e a panturrilha na maca. À partir daí realiza-se uma extensão do joelho da perna que o paciente está abraçando. Sustentar por 20 segundos mantendo seu rítmo respiratório fisiológico. Em seguida as pernas do paciente voltam para a posição inicial. Repetir este procedimento por 5 vezes alternadamente, dando ênfase ao lado mais encurtado. ALONGAMENTO DOS MÚSCULOS ROTADORES MEDIAIS DO QUADRIL COM ÊNFASE NO MÚSCULO PIRIFORME: Paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. A posição inicial do paciente deve ser sempre com os joelhos fletidos e os pés apoiados na maca e a cabeça em uma leve flexão (travesseiro). O paciente realiza uma inspiração profunda e ao realizar uma expiração suave e prolongada deve colocar o maléolo lateral da perna com a musculatura encurtada acima da patela da perna oposta (rotação lateral). Em seguida o paciente deve abraçar a perna que não está em rotação lateral trazendo-a em direção ao abdomen. Sustentar por 20 segundos mantendo seu rítmo respiratório fisiológico. Em seguida as pernas do paciente voltam para a posição inicial. Repetir este procedimento por 5 vezes alternadamente, dando ênfase ao lado mais encurtado. EXERCÍCIO DE FORTALECIMENTO DE TODOS OS QUADRANTES, DANDO ÊNFASE AOS QUADRANTES POSTERIORES: Paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. A posição inicial do paciente deve ser sempre com os joelhos fletidos e os pés apoiados na maca, sem travesseiro. O paciente realiza uma inspiração profunda e ao realizar uma expiração suave e prolongada deve elevar a pelve o máximo possível. Sustentar por 10 segundos mantendo seu rítmo respiratório fisiológico. Em seguida o quadril do paciente volta para a posição inicial. Repetir este procedimento inicialmente por 5 vezes e aumentando progressivamente a cada semana. FORTALECIMENTO DE MÚSCULOS ABDOMNAIS COM ÊNFASE NO MÚSCULO RETO ABDOMNAL: Paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. A posição inicial do paciente deve ser sempre com os joelhos fletidos e os pés apoiados na maca e a cabeça em uma leve flexão (travesseiro). O paciente realiza uma inspiração profunda e ao realizar uma expiração suave e prolongada deve encaixar o queixo para estabilizar a cervical. Em seguida deve realizar uma flexão de tronco superior (região dorsal da coluna) e, ao mesmo tempo, deve trazer as pernas em direção ao abdomen (tronco inferior). Sustentar por 10 segundos mantendo seu rítmo respiratório fisiológico. Em seguida o paciente volta para a posição inicial. Repetir este procedimento inicialmente por 5 vezes e aumentando progressivamente a cada semana. TREINAMENTO FUNCIONAL: Paciente sentado em uma cadeira, e terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. O paciente realizará exercícios de transferências da postura sentada para ortostática e vice-versa com o objetivo de recuperar a coordenação do rítmo lombo-pélvico e condicionar a musculatura. Durante a passagem da posição de sentado para a posição ortostática o paciente deve realizar uma inspiração profunda e durante a passagemda posição ortostática para a posição sentada deve realizar uma expiração suave e prolongada. Repetir este procedimento inicialmente por 5 vezes e aumentando progressivamente a cada semana. AULA TEÓRICA: No tocante a evolução filogenética o homem se locomovia através de quatro apoios (quadrúpede). No decorrer da evolução, conseguimos buscar a bipedestação (ortostatismo), e o preço que o homem pagou por essa evolução foi um defeito no ligamento longitudinal posterior, ficando na região de L4-L5 e L5-S1 mais afinalado. Sendo assim essa região da coluna vertebral ficou mais vulnerável a lesões dos anéis fibrosos posteriores (protusão postero-lateral e póstero-medial). O disco intervertebral é composto pelo núcleo pulposo e pelos anéis fibrosos. Durante o movimento de flexão do tronco o núcleo pulposo se desloca para trás. Durante o movimento de extensão do tronco o núcleo pulposo se desloca para frente. Durante o movimento de flexão lateral para a direita o núcleo pulposo se desloca para a esquerda e vice-versa. Durante os movimentos de rotação do tronco o disco intervertebral sofre uma força de compressão. Pelo fato de o ser humano realizar movimentos em sua grande maioria para flexão, a maioria das lesões do disco intervertebral são nos anéis posteriores. Segundo Kapandji, ao realizar uma flexão de tronco com os joelhos extendidos para pegar um peso de 5 kg, o vetor força na coluna lombar inferior (L4-L5 e L5-S1) é de 1 tonelada de força sobre a região posterior do disco intervertebral. A maior incidência deste tipo de lesão ocorre com indivíduos jovens praticantes de esporte, indivíduos que trabalham com movimentos repetitivos associando a flexão com a rotação do tronco e indivíduos obesos que realizam muita flexão com rotação de tronco. Segundo Robin Mckenzie existem sete tipologias de lesões discais: uma lesão da região anterior dos anéis fibrosos (mais rara) e seis lesões posteriores dos anéis fibrosos. Na lesão anterior a sintomatologia vai ocorrer na região abdominal. Nas lesões posteriores o tipo 1 é o mais leve, causando periferização nos glúteos máximo e dor lombar pela compressão do ligamento longitudinal posterior. Quanto mais distal for a dor periférica, mais grave será a tipologia, podendo chegar até tipo 6 ou 7 quando desce pelas duas pernas até o pé. Nas tipologias 6 e 7, ocorrem alterações nos reflexos profundos, trofismo, e alterações funcionais na marcha. Durante o exercício de hiperextensão lombar, que serve para tratar lesões posteriores que comprimem o ligamento longitudinal posterior levando a uma dor lombar, ocorre um reposicionamento articular do disco intervertebral (o abaulamento posterior dos anéis retorna para uma posição funcional). Esse reposicionamento dos anéis fibrosos descomprimem o ligamento longitudinal posterior, o saco dural e a raiz nervosa. Ao realizar o exercício de hiperextensão a dor deve retornar da periferia (extremidades) para o centro (coluna lombar). Durante o exercício de flexão, que serve para tratar uma lesão anterior dos anéis que tem como sintomatologia uma dor anterior no abdomen, ocorre o reposicionamento dos anéis do disco intervertebral e a descompressão do ligamento longitudinal anterior. AULA PRÁTICA: TÉCNICA PARA TRATAMENTO DE LESÃO ANTERIOR: Paciente em decúbito dorsal, terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. o paciente abraça as duas pernas realizando uma flexão de tronco, levando as duas coxas em direção ao abdômen. Deve-se iniciar com 5 séries de 5 movimentos, sustentando a flexão por 3 segundos cada movimento, chegando progressivamente até 10 séries de 10 movimentos. TÉCNICA PARA TRATAMENTO DE LESÃO POSTERIOR (POSICIONAMENTO): Esta técnica se divide em 2 etapas: 1ª) O paciente permanece em decúbito ventral por 10 minutos, durante este procedimento deve ocorrer a redução da sintomatologia (a dor tem que voltar da periferia (extremidades) para o centro (coluna lombar)). 2ª) O paciente permanece em decúbito ventral por 15 minutos com 2 travesseiros no peito ou um triângulo de espuma para realizar um posicionamento em hiperextensão. Durante este procedimento deve ocorrer a redução mais expressiva da sintomatologia. TÉCNICA PARA TRATAMENTO DE LESÃO POSTERIOR (EXERCÍCIOS DE HIPEREXTENSÃO): Paciente em decúbito ventral, terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. Este exercício pode ser dividido em 2 etapas que podem ser realizadas na mesma sessão. 1ª) O paciente realiza uma hiperextensão com apoio de cotovelos. Deve-se iniciar com 5 sériesde 5 movimentos, sustentando a flexão por 3 segundos cada movimento (voltando para a posição inicial), chegando progressivamente até 10 séries de 10 movimentos. 2ª) O paciente realiza uma hiperextensão com os cotovelos estendidos. Deve-se iniciar com 5 séries de 5 movimentos, sustentando a flexão por 3 segundos cada movimento (voltando para a posição inicial), chegando progressivamente até 10 séries de 10 movimentos. A realização da segunda etapa vai depender do sucesso da primeira etapa. TÉCNICA PARA TRATAMENTO DE LESÃO POSTERIOR (HIPEREXTENSÃO COM FLEXÃO LATERAL): Esta técnica deve ser usada quando não obtivermos sucesso na técnica de hiperextensão. Paciente em decúbito ventral, terapeuta ao lado do paciente para orientá-lo. Neste caso o paciente terá ilustrativamente uma dor periférica no MI direito. O paciente desloca os membros inferiores para a direita e a hiperextensão ocorre à partir daí, conforme descrito no exercício anterior. Durante os intervalos entre os exercícios o paciente deve sentar-se em cima da tuberosidade isquiática com um rolo Mckenzie na altura de L3 para formar a lordose fisiológica. O tratamento deve ser realizado uma vez por semana na clínica e o paciente deve realizar as séries diariamente em casa. 1ª ETAPA 2ª ETAPA
Compartilhar