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CINESIOLOGIA
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Cinesiologia – Prof. Dr. César Augusto Bueno Zanella e Prof. Ms. Edson Alves de Barros Júnior 
Meu nome é César Augusto Bueno Zanella. Sou graduado em 
Fisioterapia pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, 
mestre em Farmacologia pela Faculdade de Ciências Médicas 
– UNICAMP e doutor em Neurociências pela Faculdade de 
Medicina – USP-Ribeirão Preto. Minha experiência profissional 
está pautada na reabilitação de pacientes neurológicos. 
Atualmente, sou coordenador geral de Extensão do Centro 
Universitário Claretiano e docente do curso de Fisioterapia, 
ministrando as disciplinas Patologia, Fundamentos Bioquímicos 
e Farmacológicos, Fisioterapia Neuropediátrica e Fisioterapia 
Neurológica I e II. Além disso, sou professor convidado dos programas de Pós-graduação 
lato-sensu da Universidade de Franca e do Centro Universitário Barão de Mauá.
e-mail: extensao@claretiano.edu.br
Meu nome é Edson Alves de Barros Júnior. Sou graduado em 
Fisioterapia pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. 
Realizei o programa de Aprimoramento Profissional na Área 
de Fisioterapia aplicada à Ortopedia e Traumatologia, do 
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-Ribeirão 
Preto (HCFMRP-USP), e sou mestre em Bioengenharia pela 
Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto. Tenho experiência 
clínica, iniciada em 1990, com atendimento às lesões de atletas 
profissionais e amadores e já atuei, também, como docente 
no curso de Fisioterapia da Universidade de Alfenas – UNIFENAS, de 1995 a 1997, e 
na Universidade Paulista – UNIP campus Ribeirão Preto, de 1998 a 20Atualmente, sou 
coordenador dos cursos de Graduação e Pós-graduação em Fisioterapia do Centro 
Universitário Claretiano e docente no curso de Graduação, ministrando as disciplinas de 
Cinesiologia e Fisioterapia Geral.
e-mail: fisioterapia@claretiano.edu.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
CINESIOLOGIA
Caderno de Referência de Conteúdo
César Augusto Bueno Zanella
Edson Alves de Barros Júnior
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2009 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013 
612.76 Z32c 
 Zanella, Cesar Augusto Bueno 
 Cinesiologia / Cesar Augusto Bueno Zanella, Edson Alves de Barros Junior – 
 Batatais, SP : Claretiano, 2013. 
 266 p. 
 ISBN: 978-85-67425-26-9 
 
 1. Aquisição de noções básicas a respeito do aparelho locomotor. 2. Conceitos e 
 aplicações da cinesiologia e da biomecânica relacionados à complexa análise do 
 movimento humano, tanto nas atividades da vida diária como nas esportivas. 
I. Barros Junior, Edson Alves de. II. Cinesiologia. 
 
 CDD 612.76 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO .......................................................................... 10
UnidAdE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CINESIOLOGIA
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 33
2 CONTEÚDOS ...................................................................................................... 33
3 SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ........................................................ 34
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 37
5 CONSIDERAÇÕES E HISTÓRICO DA CINESIOLOGIA ............................................. 37
6 CONCEITOS MECÂNICOS .................................................................................... 41
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 80
8 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 80
9 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 81
10 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 82
UnidAdE 2 – ARTROLOGIA
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 85
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 85
3 SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ........................................................ 86
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 86
5 SISTEMA ARTICULAR .......................................................................................... 87
6 ARTICULAÇÕES E SEUS MOVIMENTOS ............................................................... 93
7 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR ............................................................ 156
8 COLUNA VERTEBRAL ......................................................................................... 208
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .......................................................................... 222
10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 223
11 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 224
12 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 227
UnidAdE 3 – ASPECTOS DA FISIOLOGIA MUSCULAR E NEUROFISIOLOGIA 
DO CONTROLE MOTOR
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 229
2 CONTEÚDOS ...................................................................................................... 230
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 230
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 231
5 ESTRUTURA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO..........................................................231
6 EXCITAÇÃO DOS NERVOS E DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS ............. 241
7 FONTES DE ENERGIA PARA A CONTRAÇÃO MUSCULAR ..................................... 245
Claretiano - Centro Universitário
8 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES ......................................................................... 248
9 A UNIDADE MOTORA ......................................................................................... 250
10 RECEPTORES ARTICULARES, TENDINOSOS E MUSCULARES ............................... 252
11 O CONTROLE MOTOR ......................................................................................... 257
12 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS A RESPEITO DO CONTROLE MOTOR ....................... 260
13 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 262
14 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 263
15 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 264
16 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 264
EA
D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo!
Neste Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará 
tópicos que o ajudarão a compreender a importância dos conhe-
cimentos fundamentais da Cinesiologia como pré-requisitos para 
o aprendizado de outras disciplinas e para a formação de um pro-
fissional voltado à promoção e à manutenção da saúde tanto em 
nossa sociedade, de maneira geral, como no contexto escolar de 
forma mais específica, dando subsídios para o planejamento e a 
implementação de programas de prevenção, orientação e treina-
mento esportivo apropriados.
A cinesiologia faz parte do currículo básico de alguns cursos 
voltados à área da saúde, uma vez que um de seus objetos de es-
tudo é o movimento do corpo humano. 
Vamos juntos estudar os conceitos mecânicos e suas influên-
cias no corpo humano durante as atividades cotidianas e despor-
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Aquisição de noções básicas a respeito do aparelho locomotor. Conceitos e apli-
cações da Cinesiologia e da biomecânica relacionados à complexa análise do 
movimento humano tanto nas atividades da vida diária como nas atividades es-
portivas.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Cinesiologia8
tivas. Faremos uma revisão da estrutura do músculo esquelético 
retomando, na anatomia, todas as interações importantes para a 
função, como a fisiologia muscular, a neurofisiologia e as ativida-
des que envolvem as ações do sistema neuro-musculoesquelético, 
estudando as considerações necessárias a respeito do controle 
motor.
A Cinesiologia, pode não parecer importante em um primei-
ro momento. No entanto, não é difícil entender o porquê de ser 
essencial esse estudo para o profissional que atua nessa área, uma 
vez que esse estudo é fundamental para a compreensão dos mo-
vimentos humanos, o que torna pertinente o seu ensino, também, 
no âmbito da licenciatura. 
Este caderno fornecerá o suporte básico para que você pos-
sa ter uma visão crítica sobre os movimentos envolvidos nas ati-
vidades cotidianas, laborais e desportivas, o que proporcionará a 
concepção de um professor de Educação Física diferenciado, inte-
ressado por uma formação completa que garanta o cuidado apro-
priado de seus futuros alunos.
A Educação a Distância exigirá de você uma nova forma de 
estudo, uma vez que você é o protagonista da sua aprendizagem. 
Contudo, você não estará sozinho; terá todo o suporte necessário 
para a construção de seu conhecimento. Esse será um desafio que 
enfrentaremos juntos, e você verá que, com a sua dedicação, o 
crescimento pessoal e o desenvolvimento profissional acontece-
rão naturalmente. 
Não se esqueça de que você deverá participar e interagir 
constantemente com seus tutores e colegas de curso nem de que 
deverá fazer a leitura não só deste material, como também das 
bibliografias indicadas. Quanto ao conteúdo do material, este está, 
didaticamente, organizado em três unidades. 
Claretiano - Centro Universitário
9© Caderno de Referência de Conteúdo
Na Unidade 1, faremos uma introdução ao estudo da cine-
siologia iniciando-o com um relato histórico sobre essa área. Na 
sequência, estudaremos os conceitos mecânicos e suas influências 
no corpo humano durante as atividades cotidianas e desportivas, 
e a importância desses conceitos na atuação do educador físico. 
Veremos os principais termos utilizados neste campo, os quais se-
rão importantes para a padronização e compreensão do Caderno 
de Referência de Conteúdo.
Já na segunda unidade , estudaremos, segmentarmente, o 
corpo humano, abordando as estruturas anatômicas e todas as 
interações importantes para suas funções. Assim, trataremos da 
cinesiologia do tronco, dos membros superiores e dos membros 
inferiores. 
Finalmente, na Unidade 3, estudaremos os aspectos da fisio-
logia muscular e da neurofisiologia, bem como toda atividade que 
envolve as ações do sistema neuro-musculoesquelético. Faremos 
uma revisão da estrutura do músculo esquelético e abordaremos 
todas as considerações importantes a respeito do controle motor. 
A proposta deste caderno é despertar a compreensão dos 
princípios básicos do movimento humano, de como a estrutura 
anatômica e a função estão a ele diretamente envolvidas. 
O convite está feito e agora só depende de você. O êxito da 
sua aprendizagem dependerá, principalmente, do seu empenho 
em cumprir as atividades propostas e em interagir de maneira 
apropriada com seu tutor e colegas de curso. Portanto, venha ad-
quirir os conhecimentos básicos capazes de beneficiar e potencia-
lizar a sua atuação como professor de Educação Física. 
Após esta introdução aos conceitos principais, apresentamos 
a seguir, no Tópico Orientações para o Estudo, algumas orienta-
ções de caráter motivacional, dicas e estratégias de aprendizagem 
que poderão facilitar o seu estudo. 
© Cinesiologia10
2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO
Abordagem Geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse 
modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento 
básico necessário a partir do qual você possa construir um refe-
rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no 
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência 
cognitiva, ética e responsabilidade social. 
A seguir, apresentaremos uma breve síntese do conteúdo da 
Cinesiologia.
Na primeira parte faremos a introdução ao estudo da cinesio-
logia, iniciando com um relato histórico sobre esta área. Também 
estudaremos os conceitos mecânicos, suas influências no corpo 
humano, nas atividades cotidianas e desportivas, e a importância 
desses conceitos na atuação do educador físico. Estudaremos os 
principais termos utilizados na cinesiologia, importantes para a pa-
dronização e compreensão.
A partir da segunda parte estudaremos, segmentarmente, o 
corpo humano, abordando as estruturas anatômicas e todas as inte-
rações importantes para função. Assim abordaremos a cinesiologia 
do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores. 
Na terceira e última parte estudaremos os aspectos de Fisio-
logia Muscular e Neurofisiologia, e toda atividade que envolve as 
ações do sistema neuro-musculoesquelético. Faremos uma revi-
são da estrutura do músculo esquelético, e abordaremos todas as 
considerações importantes a respeito do controle motor. 
Esses estudos são fundamentais para compreensão dos mo-
vimentos humanos, portanto, não fica difícil entender porque a 
cinesiologia é importante para o profissional da Educação Física e 
para a formação de um profissional diferenciado e comprometido 
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
com a educação e com apromoção e manutenção da saúde. Então 
vamos começar!
Talvez muitos já saibam, mas pode ser que alguns estejam 
se questionando sobre o que é cinesiologia. Qual a importância 
dela no contexto da Educação Física? No contexto das ciências da 
Saúde? O termo cinesiologia é uma combinação de dois verbos 
gregos. Kinein e Logos, que significam mover (Knein) e estudar 
(Logos), assim temos que cinesiologia é a ciência dos movimentos 
do corpo. O estudo da cinesiologia combina a anatomia – que é a 
ciência da estrutura do corpo, com a fisiologia, que é a ciência da 
função do corpo. 
Mas, qual a origem da cinesiologia e como surgiram os pri-
meiro relatos e estudos? O título de "pai da cinesiologia" é dado a 
Aristóteles, que descreveu, pela primeira vez, a ação dos músculos. 
Aristóteles foi o primeiro a analisar e descrever o complexo pro-
cesso da marcha. Para sua época revelou notável conhecimento 
sobre o papel do centro de gravidade, sobre as leis do movimento 
e da alavanca. Outro grego, Arquimedes, determinou os princípios 
hidrostáticos que ainda são considerados válidos na cinesiologia 
da natação, e que são ainda empregados na determinação da com-
posição corporal.
Temos muitos estudiosos que contribuíram para o surgimen-
to da moderna cinesiologia, como Galeno, cidadão romano que 
cuidava dos gladiadores, possuía importantes conhecimentos do 
movimento humano e é considerado o primeiro médico de equipe 
da história. Ele estabeleceu a diferença entre nervos motores e 
sensitivos e entre músculos agonistas e antagonistas. Após Galeno, 
a cinesiologia permaneceu quase estática por mais de mil anos, e 
então temos muitos influenciadores como Leonardo Da Vinci, Ga-
lileu Galilei (1564-1643) e Alfonso Borelli (1608-1679) que relatou 
a força produzida pelos músculos sobre os ossos utilizados como 
alavanca. Ele é considerado como pai da moderna biomecânica. 
Como não citar Isaac Newton (1642-1727), que estabeleceu o fun-
© Cinesiologia12
damento da dinâmica moderna, por meio das leis do movimento 
e repouso. 
Muitos outros, importantes personagens, introduziram ter-
mos ainda atuais, como isométrico, isotônico e hipertrofia muscu-
lar. Logo relembraremos esses termos abordando sua importância 
para o nosso trabalho. 
Agora que você já sabe que a cinesiologia é a ciência do mo-
vimento, vamos entender porque você utilizará essa ciência em 
sua vida profissional. Embora possamos ver e sentir os movimen-
tos, as posturas adotadas em atividades cotidianas ou desportivas, 
as forças que afetam os movimentos ou posturas não são vistas 
ou percebidas. Conhecer onde e como estas forças atuam é fun-
damental para orientar e modificar atividades prescritas. Com a 
análise cinesiológica nós poderemos compreender as forças que 
atuam no corpo e como e onde atuam, como manipular estas for-
ças para corrigir alterações posturais ou laborais, para melhorar o 
desempenho de um atleta ou para prevenir uma lesão. Veja um 
exemplo: durante a marcha humana temos uma sucessão de mo-
vimentos dos membros inferiores que se deslocam anteriormente 
e posteriormente, o mesmo ocorrendo com os membros superio-
res, sem contar com o equilíbrio que deve ser gerado na cabeça 
e tronco. Temos, portanto, uma sucessão de ações musculares e 
de forças geradas, e como descrevê-la? Como descrever possíveis 
alterações? Para isso utilizaremos a cinesiologia.
Atualmente, temos muitos recursos tecnológicos que podem 
nos auxiliar, como programas que, mediante uma imagem fazem 
toda a descrição de movimentos. 
Porém, é muito importante que antes de utilizar a tecnolo-
gia, você possa por meio da observação de pessoas que estejam 
sob seu cuidado profissional, promover uma análise e intervir da 
maneira correta. 
Muito bem! Para realizar isso, vamos então dividir a análise 
cinesiológica em dois momentos: 
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
O primeiro momento é o estudo da cinemática. A cinemáti-
ca estuda o movimento sem, porém, analisar as forças que causam 
esse movimento; assim a cinemática observa e analisa o movimento 
que ocorreu. Vamos a um exemplo: como já citado, durante o cami-
nhar podemos observar que os membros inferiores se movimentam 
alternadamente na direção anterior e posterior, ao realizarmos essa 
forma de descrição realizamos uma análise cinemática, mas se qui-
sermos saber o que provoca esses movimentos, ai sim faremos uma 
análise das forças, e entraremos em outra área de estudo.
A Cinesiologia, assim como a Anatomia, é um estudo des-
critivo e para padronizar a descrição cinesiológica utilizamos al-
gumas regras. Inicialmente devemos sempre considerar a posição 
anatômica em que o corpo deverá estar em pé, em posição bípe-
de, com a cabeça e os olhos voltados para frente, com os membros 
superiores ao lado do corpo e as palmas das mãos para frente, os 
membros inferiores unidos e os pés também dirigidos para frente. 
A partir da posição anatômica, a análise cinesiológica segue-se uti-
lizando os planos e eixos de movimento. Isso você já estudou na 
anatomia! Mas vamos relembrar! Nós vamos utilizar os três planos 
que são:
1) plano frontal ou coronal que divide o corpo em parte 
anterior e posterior, neste plano ocorrem os movimen-
tos de Abdução (que é o movimento que afasta o seg-
mento da linha média do corpo) e adução (que é o mo-
vimento que aproxima o segmento da linha média do 
corpo), neste plano também ocorre a Inclinação lateral. 
Sempre que falamos de movimento articular, falamos de 
movimento angular, e este ocorre em torno de um eixo. 
No caso dos movimentos do plano frontal o eixo é o an-
tero posterior ou eixo Z. 
2) Temos também o plano mediano que divide o corpo em 
lado direito e esquerdo. Neste plano ocorrem os movi-
mentos de flexão e extensão. Para os movimentos do 
plano mediano, o eixo é o latero-lateral ou eixo X
3) E, finalizando, temos o plano horizontal ou transverso 
que divide o corpo em parte superior e inferior. Nes-
© Cinesiologia14
te plano ocorrem os movimentos de rotação interna e 
externa (para os membros), rotação direita e esquerda 
(para o tronco) supinação e pronação (para o ante-braço) 
adução e abdução horizontal (para o ombro e quadril). O 
eixo para esses movimentos é o eixo longitundidal ou Y. 
Os planos também estão posicionados nos segmentos indi-
viduais (como nos membros superiores ou inferiores) a esses cha-
mamos de planos secundários. Na mão o plano mediano corres-
ponde ao terceiro dedo, e a região anterior é denominada de face 
palmar ou volar e, a região posterior, face dorsal. Os movimentos 
do punho são flexão extensão, e a abdução denominada como 
desvio radial, e a adução como desvio ulnar. No pé o plano media-
no esta localizado no terceiro dedo, e os movimentos do tornozelo 
são de flexão plantar como quando ficamos na ponta dos pés e 
dorsiflexão quando elevamos a ponta dos pés do solo.
Agora que já compreendemos sobre os planos de movimen-
tos e seus eixos, vamos a um exemplo. Ao observar, por exemplo, 
um grupo de crianças praticando futebol, imagine um garoto que 
se prepara para realizar um chute. Temos que todo o seu corpo 
está envolvido no movimento, porém, se tentarmos analisar to-
dos os movimentos de uma vez, podemos nos perder. Portanto, o 
primeiro passo então, será determinar qual segmento queremos 
avaliar, qual momento do gesto e pela posição deste segmento de-
terminar qual movimento está sendo realizado. Se escolhermos 
analisar o membro inferior que se prepara para o chute, mesmo 
neste segmento devemos realizar análises dividindo o segmento 
nas várias articulações, ou seja, articulações do pé, tornozelo, jo-
elho e quadril. Essa é uma análise tradicional, na qual podemos 
analisar os movimentos angulares ou rotacionais, descrevendo a 
posição ou deslocamento do segmento. Podemos analisar cada ar-
ticulação individualmente, e obtermos no final uma análise de to-
dos os movimentos envolvidos na ação de chutar. Outras variáveis 
da cinemática que podemos analisarsão características temporais 
do movimento que são velocidade e aceleração, e além dos movi-
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
mentos angulares podemos realizar analise do movimento linear 
ou de translação, em que todas as partes do corpo se movem, mas 
isso veremos com detalhes. Vamos rever os passos de uma análise 
como a citada no exemplo:
1) Selecionamos uma pessoa.
2) Selecionamos uma atividade.
3) Determinamos qual segmento avaliar.
4) Descrevemos a posição ou movimento realizado.
Com a cinemática você poderá analisar a posição e movi-
mentos realizados por um individuo em seu ambiente escolar, em 
seu trabalho, em sua atividade esportiva, e determinar situações 
normais e anormais, podendo realizar correções de posturas coti-
dianas e gestos desportivos.
A partir da análise cinemática, podemos pela visualização 
das estruturas e conhecimento da anatomia analisar as forças en-
volvidas no movimento, e então entraremos no estudo da Cinética 
que é o segundo momento de análise.
A cinética estuda as forças que causam o movimento e tam-
bém que surgem em função do movimento.
Utilizando o mesmo exemplo, podemos analisar que ao chu-
tar uma bola , temos trabalhos diferentes, de diversos grupos mus-
culares, e assim em todo momento do chute. Desse modo, com a 
análise cinética, podemos determinar quais forças agem nas arti-
culações, suas consequências e muito mais. 
Durante nosso estudo detalharemos as forças, as leis de 
Newton, a composição das forças, o princípio das alavancas mecâ-
nicas e alavancas musculares, as relações peso e gravidade e toda 
aplicação dessas variáveis na sua atividade profissional.
Você já deve ter percebido que para realizarmos uma boa 
avaliação cinesiológica, o processo se inicia com conhecimento de 
anatomia, portanto se precisar não hesite em fazer revisões, mas 
para melhor compreensão, estudaremos os segmentos anatômi-
cos e as principais características deste movimento, que será o as-
sunto da segunda parte do nosso estudo.
© Cinesiologia16
Agora que conhecemos alguns conceitos da cinesiologia, es-
tudaremos o corpo humano de modo segmentar, abordando as 
estruturas importantes para função. 
Relembrando da anatomia, temos: o tronco formado pela 
coluna, pelo externo e pelas costelas. A coluna vertebral tem o 
importante papel de sustentação do tronco, ao mesmo tempo em 
que deve permitir mobilidade, ela serve para proteção da medula 
espinhal, e é o elemento de ligação dos membros superiores e in-
feriores, servindo de elemento estático para movimentação destes 
seguimentos. Percebam que interessante é o papel da coluna: ao 
mesmo tempo em que deve ser móvel, deve ser também um ele-
mento de sustentação para movimentação perfeita dos membros. 
Assim, a análise dos movimentos e das forças envolvidas nessas 
funções da coluna é fundamental para prescrição de qualquer ati-
vidade. O tronco realiza movimentos nos três planos e em torno 
dos três eixos, ou seja, Flexão e Extensão no plano mediano em 
torno do eixo lateral, Inclinação lateral no plano frontal em torno 
do eixo antero-posterior, e Rotação no plano horizontal em torno 
do eixo longitudinal.
Uma importante e rica rede de músculos envolve o tronco, 
realizando os movimentos que ocorrem nas articulações interver-
tebrais, costo-vertebrais e esternocostais. Os movimentos da ca-
beça são os mesmos, ou seja, flexão, extensão, inclinação lateral e 
rotação, e ocorrem em conjunto com a região cervical da coluna e 
estão contidos nos mesmos planos e eixos.
Como já vimos, a coluna atua como sustentadora dos mem-
bros superiores e inferiores. O membro superior é composto pelo 
úmero, rádio, ulna, ossos do carpo, metacarpos e falanges, e está 
preso ao tronco por meio da cintura escapular, formada pela es-
cápula e clavícula. 
A união do úmero e da escapula forma a articulação gleno 
umeral, ou ombro que possui movimentos em todos os planos e 
eixos. 
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
O ombro é a articulação com maior mobilidade no corpo, 
e isso faz dele, também, uma articulação instável e susceptível a 
lesões. Seus movimentos são:
• Flexão e Extensão no plano mediano em torno do eixo 
lateral. 
• Abdução e Adução no plano frontal em torno do eixo an-
tero-posterior. 
• Rotação medial e lateral no plano horizontal em torno do 
eixo longitudinal.
Como vimos, a cintura escapular une o membro superior ao 
tronco, e a escápula possui importantes movimentos que aumen-
tam a mobilidade do ombro e que são fundamentais para ativi-
dades diárias e esportivas, como na natação. Podemos descrever 
ainda no ombro, um movimento que ocorre pela combinação dos 
anteriores que é a cincundução do ombro. 
Continuando nossa descrição dos movimentos do membro 
superior, temos o cotovelo que possui dois movimentos, que são 
a flexão e extensão, que ocorrem no plano mediano em torno do 
eixo lateral. O antebraço realiza movimentos importantes que 
ocorrem tanto no cotovelo como no punho que são os movimen-
tos de pronação e supinação, estes ocorrem no plano horizontal 
em torno do eixo longitudinal. 
O punho realiza movimentos de flexão e extensão no plano 
mediano em torno do eixo lateral e realiza ainda uma abdução 
conhecida como desvio radial e uma adução conhecida como des-
vio ulnar que ocorrem no plano frontal em torno do eixo Antero-
-posterior. A mão possui movimentos dos dedos que são de flexão 
e extensão no plano mediano e eixo lateral, e abdução e adução 
dos dedos no plano frontal em torno do eixo Antero posterior. 
Vejam que fizemos uma análise cinemática do tronco e 
membros superiores. Estudaremos cineticamente esses movimen-
tos, ou seja, nos ocuparemos também com os músculos que os 
realizam.
© Cinesiologia18
Vamos agora fazer o mesmo com os membros inferiores.
O membro inferior é formado pelo fêmur, tíbia, fíbula, ossos 
do tarso, metatarso e falanges, e também está preso ao tronco, só 
que pela cintura pélvica formada pelos ossos dos quadris. A cintu-
ra pélvica é o similar da cintura escapular para os membros infe-
riores. A união do quadril com o membro inferior é realizada pela 
articulação coxo-femoral, que também possui ampla mobilidade, 
mas diferentemente do ombro possui grande estabilidade, e seus 
movimentos, portanto, são de menor amplitude, e esses são: 
• Flexão e extensão no plano mediano em torno do eixo 
lateral. 
• Abdução e Adução no plano frontal em torno do eixo an-
tero-posterior. 
• Rotação externa e interna no plano horizontal em torno 
do eixo longitudinal. 
No quadril também temos o movimento de circundução, po-
rém, com menor amplitude em relação ao ombro.
A próxima articulação é o joelho, sendo esse o local de 
importantes lesões, isso pela sua importância como pivô para o 
membro inferior. 
No joelho temos os movimentos de flexão e extensão no 
plano mediano, em torno do eixo lateral, e esses são acompanha-
dos de rotações, ou seja, na extensão temos uma rotação lateral 
da tíbia e na flexão uma rotação medial desta. Esses movimentos 
ocorrem no plano horizontal em tono do eixo longitudinal. 
Finalizando a descrição dos membros inferiores, temos arti-
culação do tornozelo que é local de movimentos importantes, va-
mos destacar aqui os principais que são os de flexão plantar e dor-
siflexão, que ocorrem no plano mediano em torno do eixo lateral. 
Considerando o tornozelo e o pé, temos ainda dois movimentos 
complexos que são o de inversão e eversão. Esses possuem planos 
e eixos compostos que, estudaremos com detalhes.
Claretiano - Centro Universitário
19© Caderno de Referência de Conteúdo
Bem até aqui fizemos uma análise cinemática de cada arti-
culação e sabemos que temos importantes músculos que são res-
ponsáveis por esses movimentos, ao estudarmos esses músculos 
poderemos descrever vários aspectos da cinética. Isso também de-
talharemos no decorrer de nosso estudo, mas importante, ainda, 
é saber que os músculos que realizam esses movimentos possuem 
particularidadesem suas ações e controles, que é o que veremos 
na terceira parte: aspectos de fisiologia muscular e neurofisiologia 
do controle motor.
Como já visto, a cinesiologia é a ciência que estuda os mo-
vimentos do corpo humano. Sendo assim, torna-se indispensável 
a compreensão da estrutura do músculo esquelético, da fisiologia 
da contração muscular e da neurofisiologia do controle motor.
Os músculos esqueléticos são compostos de fibras muscula-
res que são organizadas em feixes. Cada feixe de fibras musculares 
é chamado fascículo.
As miofibrilas são agrupadas para formar as fibras muscula-
res. A miofibrila contrátil é composta de unidades, e cada unidade 
é denominada sarcômero, a porção entre duas linhas Z sucessivas.
Cada miofibrila, por sua vez, contém muitos miofilamentos. 
Os miofilamentos são fios finos de duas moléculas de proteínas, 
actina (filamentos finos) e miosina (filamentos (grossos).
Já conhecemos superficialmente a estrutura do músculo es-
quelético. Então, como esta estrutura seria capaz de desencadear 
o movimento? 
Segundo a teoria dos filamentos deslizantes da contração 
muscular, os filamentos de actina e miosina deslizam um sobre o 
outro, diminuindo o comprimento de cada sarcômero, promoven-
do dessa forma o encurtamento global do músculo.
No estado relaxado, as extremidades dos filamentos de acti-
na derivados de dois discos Z consecutivos se superpõem apenas 
discretamente, enquanto, ao mesmo tempo, se sobrepõem com-
pletamente aos filamentos de miosina.
© Cinesiologia20
Por outro lado, no estado contraído, os filamentos de actina 
foram tracionados para a parte média, de modo que ficam, nesse 
estado, bem mais sobrepostos que antes. Também, os discos Z fo-
ram puxados, pelos filamentos de actina, até as extremidades dos 
filamentos de miosina. Na verdade, os filamentos de actina podem 
ser tracionados tão intensamente que as extremidades dos fila-
mentos de miosina chegam a ficar dobradas durante as contrações 
muito fortes. Assim, a contração muscular é causada por mecanis-
mo de deslizamento dos filamentos.
De onde vem a informação para que o músculo se contraia? 
Vamos relembrar alguns conceitos de anatomia. Todos os 
sistemas do corpo humano são controlados diretamente pelo sis-
tema nervoso central. Dessa forma, podemos concluir que o siste-
ma muscular também sofre influência do sistema nervoso central.
Tanto o tecido nervoso quanto o muscular são excitáveis, 
quer dizer, as suas membranas podem ser despolarizadas. Além 
disso, a despolarização pode ser propagada ao longo da membra-
na do nervo ou músculo.
O neurônio, assim como o músculo esquelético, além de ex-
citável possui características de membrana que asseguram que a 
excitação que ocorre gere um potencial de ação.
Os potenciais de ação são propagados sem nenhuma alte-
ração de intensidade, independentemente de quão grande seja a 
distância à qual o potencial de ação tenha que viajar para atingir 
o seu alvo.
O estímulo que produz contração muscular pode ser elétri-
co, mecânico, químico ou térmico. O estímulo usualmente é de 
origem química, origina-se no sistema nervoso e é conduzido a 
cada fibra muscular por uma fibra nervosa.
Diante disso pense: qual a origem da energia necessária para 
que ocorra a contração muscular?
As células musculares, como as demais células vivas no 
corpo, necessitam de energia, mesmo quando em repouso, para 
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21© Caderno de Referência de Conteúdo
sustentar os processos metabólicos necessários à manutenção da 
vida.
Quando um músculo se contrai, a energia química é conver-
tida em energia mecânica e, desse modo, aumenta a necessidade 
de mais energia química. A fonte final de energia para os processos 
metabólicos é o ATP. 
Suficiente quantidade de ATP está armazenada em cada 
músculo esquelético para fornecer energia química para efetuar 
duas ou três contrações musculares fortes. Como as reações não 
necessitam de oxigênio, os processos são denominados metabo-
lismo anaeróbio.
As reservas de fosfocreatina também podem fornecer ener-
gia para as contrações musculares por processos anaeróbios. A 
regeneração da fosfocreatina é realizada em parte por meio da de-
gradação de glicose para ácido lático.
No entanto, as reservas de energia química para a contra-
ção muscular podem ser restauradas pelo metabolismo oxidativo 
de gorduras, carboidratos e proteínas nas mitocôndrias das fibras 
musculares, caracterizando o metabolismo aeróbio. 
Considerando a especificidade de cada atividade motora 
que realizamos diariamente, existem três tipos diferentes de fibra 
muscular esquelética: tipo I, tipo IIA e tipo IIB. 
A fibra tipo I é escura porque contém grandes números de 
mitocôndrias e uma alta concentração de mioglobina além de pos-
suir características de contração lenta.
A fibra tipo IIA é pálida porque contém menos mitocôndrias 
e pequenas quantidades de mioglobina. São maiores em diâmetro 
que as fibras tipo I e possui propriedades de contração rápida.
As fibras IIA desenvolvem maior força de contração e com-
pletam uma contração única em um tempo significativamente 
© Cinesiologia22
mais curto do que as fibras musculares tipo I. As fibras tipo IIA, no 
entanto, fatigam mais rapidamente do que as do tipo I.
O terceiro tipo de fibra muscular, tipo IIB, apresenta carac-
terísticas intermediárias tais como cor, números de mitocôndrias, 
tamanho, velocidade de contração e tempo para fadiga.
Já estudamos que as ações musculares são controladas pelo 
sistema nervoso central. Então fica a seguinte pergunta: de onde 
se originam as informações para que o sistema nervoso central 
consiga manter um controle eficiente das contrações musculares?
Essa função é responsabilidade dos receptores, estruturas 
especializadas presentes nas articulações, tendões e músculos es-
queléticos. 
Os receptores detectam alterações de tensão e posição das 
estruturas nas quais os receptores estão situados, e um padrão de 
impulsos nervosos é gerado no receptor para transmitir a informa-
ção a outras partes do sistema nervoso.
Como resultado, alterações de momento a momento no ân-
gulo articular, na velocidade do movimento articular, na quanti-
dade de compressão ou tração articular, bem como alterações no 
comprimento e na força de contração muscular são transmitidas 
aos centros na medula espinhal e encéfalo.
Para realizar atividades motoras especializadas é necessário 
um conjunto altamente integrado de comandos motores para ati-
var músculos apropriados na sequência correta. Essa é a função 
dos centros de controle motor localizados na medula espinhal, 
tronco cerebral e cérebro. O preciso controle da função motora 
depende da integração. 
Na maioria das condições, uma pessoa é capaz de saber 
conscientemente a posição das várias articulações do seu corpo 
em relação a todas as outras partes, e se uma parte está se mo-
vendo ou parada. 
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23© Caderno de Referência de Conteúdo
O termo sentido de posição refere-se ao conhecimento da 
posição estática e o termo cinestesia ao conhecimento do movi-
mento dinâmico articular.
Estes conhecimentos compõem a definição de propriocep-
ção. A sensibilidade proprioceptiva torna-se importante para o 
controle motor preciso, e interfere na coordenação motora, equi-
líbrio, mecanismos de proteção contra lesões de estruturas articu-
lares entre outros. 
Não podemos esquecer uma função importante do corpo 
humano, a capacidade para manter posturas apropriadas para a 
realização de atividades de vida diária, por meio do tono muscular.
O tono muscular postural é caracterizado pela tensão em 
músculos particulares que estão ativamente envolvidos em man-
ter diferentes partes do esqueleto em relações apropriadas para 
manter posturas particulares.
Os músculos usados mais frequentemente para manter o 
corpo em uma posição ereta são conhecidos como músculos anti-
gravitacionais.
Uma compreensão da fisiologia muscular e neural é neces-
sária para a compreensão dosproblemas clínicos associados com 
distúrbios do controle motor.
O comprometimento do controle motor pode resultar de 
muitas doenças e lesões do sistema nervoso, ou de interferências 
sobre o desenvolvimento neuropsicomotor normal.
A perda de transmissão de impulsos motores para os mús-
culos pode ser causada pelo funcionamento prejudicado de neu-
rônios motores superiores (localizados no encéfalo) ou inferiores 
(localizados na medula espinhal). A perda do impulso motor pode 
produzir uma redução do tono muscular, também conhecida como 
hipotonia.
Doença ou lesão dos neurônios motores superiores pode 
conduzir a um estado de tono muscular excessivo, ou hipertônus.
© Cinesiologia24
Quando um músculo não é usado durante longos períodos 
de tempo, a quantidade de filamentos de actina e miosina em cada 
fibra muscular diminui, levando a atrofia muscular. Uma perda de 
força muscular também deve acontecer.
Esta breve explanação sobre Cinesiologia evidencia a sua im-
portância na formação do profissional educador físico. Esperamos 
que os conhecimentos adquiridos contribua de maneira decisiva 
para a sua formação e, posteriormente, na sua atuação profissio-
nal. Desejamos a todos bons estudos.
Glossário de Conceitos
O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa 
das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio 
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento 
dos temas tratados em Cinesiologia. Veja a seguir a definição dos 
principais conceitos:
1) Alavanca: uma haste relativamente rígida, que pode gi-
rar ao redor de um eixo por meio da aplicação de uma 
força.
2) Agonista: função desempenhada por um músculo que 
atua para produzir o movimento.
3) Antagonista: função desempenhada por um músculo 
que atua para controlar o movimento agonista ou para 
interrompê-lo realiza controle da ação agonista, e opõe 
a ação agonista.
4) Axônio: processo tubular que se origina do soma de um 
neurônio e funciona como um cabo para transmitir si-
nais elétricos gerados pelo neurônio.
5) Biomecânica: aplicação dos princípios mecânicos no es-
tudo dos organismos vivos.
6) Braço de Alavanca: menor distância perpendicular entre 
a linha de ação de uma força e um eixo de rotação.
7) Cinesiologia: estudo do movimento humano
8) Cinética: estudo da ação das forças
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25© Caderno de Referência de Conteúdo
9) Cinemática: a geometria, o padrão ou a seqüência do 
movimento em relação ao tempo, análise do movimento 
sem levar em consideração as forças que o realiza.
10) Contração Isotônica: a condição em que um músculo se 
contrai e realiza trabalho e movimento articular contra 
uma resistência.
11) Contração Isotônica concêntrica: processo, com gas-
to energético, que resulta no encurtamento das fibras 
musculares.
12) Contração Isotônica excêntrica: processo, com gasto 
energético, que resulta no alongamento das fibras mus-
culares.
13) Contração Isométrica: processo, com gasto energético, 
no qual o comprimento das fibras musculares não se al-
tera.
14) Fibra Aferente: um axônio que transmite sinais prove-
nientes dos receptores sensórias.
15) Fibra Eferente: um axônio que transmite potenciais de 
ação dos neurônios ao órgão efetor.
16) Fibra Intrafusal: uma miniatura da fibra músculo esque-
lética que forma parte do fuso muscular.
17) Fibra Extrafusal: uma fibra do músculo esquelético que 
não faz parte do fuso muscular.
18) Força: uma quantia vetorial, com a capacidade de reali-
zar trabalho, ou causar mudança física tal como acelera-
ção de um corpo na direção de sua aplicação.
19) Fuso Muscular: receptor sensorial, que provoca contra-
ção reflexa em um músculo alongado e inibe o desenvol-
vimento de tensão nos músculos antagonistas.
20) Hiperplasia: um aumento na massa tecidual devido a 
um aumento no número células.
21) Hipertrofia: aumento na massa muscular, devido a um 
aumento na área de secção transversa das fibras mus-
culares.
22) Hipertonia: um aumento no tônus muscular, tal como 
ocorre com espasticidade e rigidez.
© Cinesiologia26
23) Hipotonia: uma diminuição no tônus muscular, tal como 
ocorre na lesão cerebelar.
24) Hipotrofia: diminuição na massa muscular, devido a 
uma diminuição na área de secção transversa das fibras 
musculares.
25) Manguito Rotador: feixe de tendões dos músculos su-
pra espinhos, infra espinhoso, redondo menor e subes-
capular, todos inseridos no úmero (tuberosidade maior 
e menor).
26) Movimento em Cadeia aberta: movimento que ocorre 
na parte distal de uma extremidade e que a parte proxi-
mal está estabilizada.
27) Movimento em Cadeia aberta: movimento que ocorre 
na parte proximal de uma extremidade porque a parte 
distal está estabilizada.
28) Potencial de Ação: um sinal propagado, do tipo tudo ou 
nada, dos neurônios e das fibras musculares.
29) Sinergista: músculos que agem para auxiliar o agonista 
na realização de um movimento
30) Sarcômero: o componente da miofibrila contido na re-
gião de uma banda Z até a seguinte. Contém o aparato 
contrátil necessário para converte energia química em 
trabalho mecânico. 
31) Tônus Muscular: estado mínimo de contração muscular 
ao repouso ou a resistência passiva do músculo ao mo-
vimento.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú-
do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de 
conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício 
é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican-
do as informações a partir de suas próprias percepções. 
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27© Caderno de Referência de Conteúdo
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen-
to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos 
significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
© Cinesiologia28
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em:<http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 
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29© Caderno de Referência de Conteúdo
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino da cinesiologia pode ser uma 
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará 
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além 
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe-
cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis-
sional. 
As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta 
apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por 
resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
© Cinesiologia30
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, 
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno na modalidade EaD, necessita de uma for-
mação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com 
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da 
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o 
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
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31© Caderno de Referência de Conteúdo
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 
Claretiano - Centro Universitário
1
EA
D
Introdução ao Estudo da 
Cinesiologia
1. OBJETIVOS
• Conhecer a breve história da cinesiologia.
• Definir cinesiologia.
• Identificar os principais conceitos cinésiológicos para a 
compreensão do seu estudo.
• Compreender os planos e eixos utilizados no estudo ana-
tômico.
• Compreender os movimentos em cada plano e eixos des-
critos.
2. CONTEÚDOS 
• Breve histórico sobre a Cinesiologia.
• Posição de descrição cinesiológica.
• Planos de delimitação, planos de secção e eixos de movi-
mentos do corpo humano.
© Cinesiologia34
• Movimentos do corpo humano.
• Conceituação de Cinesiologia e nomenclatura cinesioló-
gica.
• Princípios mecânicos – Cinemática.
• Princípios mecânicos – Cinética.
3. SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Para enriquecer seus conhecimentos quanto à articu-
lação dos ombros, como recomendação, sugerimos 
que você assista a um vídeo sobre o nadador Michael 
Phelps no seguinte endereço eletrônico. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=KieW204RveU&fe
ature=PlayList&p=D73D0774646A4FDC&playnext=1&pl
aynext_from=PL&index=6>. Acesso em: 12 maio 2010.
2) No decorrer do estudo desta unidade, serão apresentados 
a você alguns filósofos, bem como a sua importância para 
a Cinesiologia. Desse modo, antes de iniciar seus estudos, é 
interessante que você conheça um pouco da sua biografia. 
Além disso, para saber mais, acesse os sites indicados.
Aristóteles
Aristóteles nasceu em Estágira, uma colônia jônica loca-
lizada no reino da Macedônia, no norte da Grécia. Seu 
pai, Nicômaco, era médico do rei Amintas, e deu ao filho 
estrutura para construir e solidificar seus estudos.
Jovem, ainda aos 17 anos, Aristóteles ingressou na Aca-
demia de Platão, em Atenas. Foi por lá que fez despertou 
a atenção de seu mestre, Platão, a ponto de substituí-lo 
após sua morte. 
Sua primeira esposa foi Pítias, irmã de Hérmias, que foi 
morto pelos persas. Após a morte de Hérmias, Aristóteles 
foi para Mitilene. 
Depois que sua primeira esposa faleceu, o filósofo casou-se novamente com 
Hérpilis, com quem teve um filho chamado Nicômaco, a quem Aristóteles dedicou 
o livro "Ética a Nicômaco".
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35© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
Em 343 se tornou o preceptor de Alexandre, filho do rei Macedônio Felipe II, e 
grande conquistador da época.
Com o assassinato do rei Felipe II, Alexandre assume o trono. Em 335 a.C. Aris-
tóteles retorna para Atenas e, com a ajuda de Alexandre, o filósofo funda sua 
própria escola. Sua escola, em pouco tempo, se tornaria um renomado centro de 
estudos, dividido em diferentes especialidades.
Mas, com a morte de Alexandre, em 323 a.C., houve um aumento do sentimento 
antimacedônico em Atenas. E, além disso, o partido nacionalista foi reativado por 
Demóstenes.
Tudo isso deixou a situação de Aristóteles delicada. Foi acusado, assim como 
Sócrates, de impiedade e teve que se retirar de Atenas, deixando a Teofrasto 
sua escola.
Morreu um ano depois de sua saída, acometido por uma doença estomacal (Ima-
gem disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/
escola/liceu/liceu_4.htm>. Acesso em: 11 maio 20Texto disponível em: <http://
www.pensador.info/autor/Aristoteles/biografia/>. Acesso em: 11 maio 2010).
Arquimedes
Arquimedes foi um matemático e físico grego. Nascido 
em Siracusa-Sicília, por volta do ano 287 a.C, o seu nome 
é originário do grego Arkhimedes. Quando jovem muda-
-se para Alexandria, centro da atividade matemática, 
onde continua as aulas de Euclides. De volta à sua pátria, 
entrega-se por completo aos estudos científicos. 
Segundo narração de Plutarco, general romano, refere as 
passagens relativas à luta travada pelos romanos para a 
posse da Sicília, especialmente para a conquista da cida-
de de Siracusa. Quando os Romanos atacaram Siracusa,Arquimedes dirige a defesa da sua cidade, para o que se 
serve de máquinas de guerra (catapultas, etc.). Após um 
longo assédio, as tropas de Marcelo entram na cidade. Segundo Plutarco, apesar 
das ordens de Marcelo para respeitar a vida do sábio, um soldado romano, irrita-
do porque Arquimedes, absorto na resolução de um problema, não responde às 
suas intimações, mata-o. Cícero, questor da Sicília, encontra o seu túmulo, onde 
figura uma esfera inscrita num cilindro.
São bastantes as obras de Arquimedes que chegaram até aos nossos dias. Na 
matemática, destacam-se Da Esfera e do Cilindro, A Medida do Círculo, Dos 
Esferóides e dos Conóides e Das Linhas Espirais. Nas obras de mecânica há 
que citar, Do Equilíbrio dos Planos e Dos Corpos Flutuantes. Outros achados 
importantes são: A Quadratura da Parábola e O Método.
Dedicou-se a aritmética, mecânica e hidrostática. Atribuem-se a Arquimedes a 
invenção do parafuso sem fim, da espiral ou parafuso de Arquimedes (aparelho 
para elevar água por meio de um tubo enrolado em hélice à volta de um cilindro 
giratório sobre o seu eixo), de diversas combinações de roldanas para levantar 
pesos, da roda dentada, relação da circunferência com o diâmetro (o número pi), 
a quadratura da parábola, as propriedades das espirais, etc. 
Há uma célebre anedota da Antiguidade relacionada com os estudos hidrostáticos de 
© Cinesiologia36
Arquimedes. Trata-se do chamado problema da coroa. Hiero, rei de Siracusa, enco-
menda uma coroa que paga como se fosse de ouro puro, mas posteriormente suspeita 
que o ourives fez mistura do ouro com prata. Arquimedes resolve o problema deter-
minando o volume da coroa, para o que a submerge num recipiente completamente 
cheio de água e pesa de seguida o líquido derramado. Averigua assim a densida-
de da coroa e calcula a proporção de prata que o desleal ourives utiliza. Conta-se 
que Arquimedes inventa este procedimento quando, ao se introduzir num recipiente 
completamente cheio de água para se lavar, parte dela transborda. Sai então do ba-
nho a gritar Eureka! (que em grego significa «Achei!»). O clássico enunciado deste 
princípio, chamado de Arquimedes, é o seguinte: todo o corpo submergido num flui-
do experimenta um impulso de baixo para cima igual ao peso do fluído que desloca. 
Formula também a teoria da alavanca simples, resumida numa frase célebre: «Dai-me 
um ponto de apoio e levantarei a Terra (Imagem disponível em: <http://clubedema-
tematica.esc-joseregio.pt/arquimedes.html>. Acesso em: 12 maio 20Texto disponível 
em: <http://www.pensador.info/autor/Arquimedes/biografia/>. Acesso em: 11 maio 
2010).
Isaac Newton
Isaac Newton nasceu em Londres, no ano de 1643, e vi-
veu até o ano de 1727.
Cientista, químico, físico, é considerado o fundador do 
Cálculo Infinitesimal, a par de Leibniz, mas independente-
mente dele, ao contrário do que até então se fazia, deter-
mina primeiro a taxa de variação de uma área e depois, 
a partir dela, a área propriamente dita. Ou seja, a função 
derivada de f é tomada como ideia básica e f (o integral) é 
definida a partir desta.
Newton foi o primeiro a estabelecer um procedimento ge-
ral, aplicável para determinar a taxa de variação instantâ-
nea de uma função e, depois, em certos problemas, chegar à função. É com este 
passo dado por Newton que se considera que nasceu o Cálculo Infinitesimal.
O seu trabalho mais importante foi em mecânica celeste, que culminou com a 
Teoria da Gravitação Universal.
Formulou ainda as leis de Newton, que descrevem o comportamento de corpos 
em movimento, cujos enunciados originais são os seguintes:
Lei da Inércia: Todo corpo continua em estado de repouso ou de movimento 
uniforme numa linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por 
forças imprimidas sobre ele. 
Lei da quantidade de movimento: A mudança de movimento é proporcional à 
força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela 
força é imprimida. 
Lei da ação-reação: A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as 
ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a 
partes opostas (Texto e imagem disponíveis em: <http://clubedematematica.esc-
joseregio.pt/isaacnewton.html>. Acesso em: 12 maio 2010).
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37© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
4. INTRODUÇÃO à UNIDADE
Prezado aluno, iniciaremos nosso estudo de Cinesiologia fa-
zendo a sua conceituação e, também, uma breve apresentação de 
alguns aspectos históricos interessantes sobre essa área de estu-
do e seus principais pesquisadores, os quais foram fundamentais 
para o desenvolvimento dessa ciência. Em seguida, faremos o es-
tudo dos conceitos cinesiológicos importantes não apenas para a 
compreensão do caderno, mas também para nosso campo práti-
co, buscando compreender cada item e possibilidade de análise 
cinesiológica. Para isso, faremos uma revisão da Anatomia, o que 
favorecerá a delimitação do corpo humano para o estudo da Cine-
siologia. 
Esperamos que, ao final desta unidade, você possa reconhe-
cer, compreender e analisar os principais conceitos utilizados na 
Cinesiologia e a importância dessa ciência para o Educador Físico.
Que o estudo seja agradável e estimulante. Bom trabalho!
5. CONSIDERAÇÕES E HISTÓRICO DA CINESIOLOGIA
O termo "Cinesiologia" é uma combinação entre dois verbos gre-
gos: Kinein, que significa "mover", e Logos, que significa "estudar". 
O estudo da Cinesiologia combina a Anatomia (ciência da 
estrutura do corpo na qual se estuda, macroscopicamente, a cons-
tituição e organização dos seres vivos) com a Fisiologia ( ciência 
da função do corpo). Assim, surgiu a Cinesiologia, que é a ciência 
dos movimentos do corpo (RASCH; BURKE, 1987; SMITH; WEISS; 
LEHMKUHL, 1997). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
ANATOMIA + FISIOLOGIA = CINESIOLOGIA
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Cinesiologia38
A Cinesiologia também é conhecida como a ciência que estuda a 
atividade física, e há relatos de que ela foi envolvida na educação física 
há mais de 50 anos (HOFFMAN; HARRIS, 2002). Mas qual é a origem 
dessa ciência? Como surgiram os seus primeiros relatos e estudos?
O título de "pai da Cinesiologia" é dado a Aristóteles (384–
322 a. C.), que submeteu os músculos à análise geométrica e, em 
seus tratados, descreveu, pela primeira vez, as ações deles (RAS-
CH; BURKE, 1987). 
Aristóteles registrou as seguintes observações práticas:
[...] o animal que se move faz sua mudança de posição pressionan-
do o que está debaixo dele. Por essa razão atletas saltam a uma 
maior distância, se carregam pesos na mão do que se não os car-
regassem, e corredores são mais velozes se balançarem os braços, 
porque na extensão dos braços existe uma espécie de apoio sobre 
as mãos e punhos. 
Nesta citação, podemos observar importantes conceitos que 
estudaremos e que devem fazer parte do conhecimento de um 
profissional que trabalha com os cuidados do corpo.
Dentre esses conceitos, podemos observar a adaptação pela 
utilização de resistência, ou seja, o princípio da sobrecarga e o con-
ceito do equilíbrio dinâmico, quando nosso cientista relata a im-
portância do balanço dos braços na corrida.
Aristóteles foi o primeiro a analisar e descrever o complexo 
processo da marcha. Suas exposições e seus conceitos foram pre-
cursores das leis do movimento, de Newton. Para sua época, Aris-
tóteles revelou um notável conhecimento sobre o papel do centro 
de gravidade e sobre as leis do movimento e da alavanca como 
podemos verificar na Figura 1.
Outro grego, Arquimedes (287–212 a. C.), determinou os 
princípios hidrostáticos que governam os corpos flutuantes, prin-
cípios esses considerados válidos na Cinesiologia da natação e uti-
lizados, inclusive, no desenvolvimento de viagens espaciais.
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39© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
Figura 1 Gravura de alavanca.
Entre as suas indagações, estão incluídas as leis da alavanca 
e os problemas relacionadosao centro de gravidade. Os princípios 
de Arquimedes são, ainda, empregados na determinação da com-
posição corporal.
Galeno (131–201 d. C.), cidadão ro-
mano que cuidava dos gladiadores, possuía 
importantes conhecimentos sobre o movi-
mento humano. Ele foi considerado o pri-
meiro médico de equipe da história.
Ele estabeleceu a diferença entre ner-
vos motores e sensitivos e entre músculos 
agonistas e antagonistas, como também 
descreveu termos que até hoje são utiliza-
dos, como por exemplo: articulação diartro-
dial e sinartrodial (RASCH; BURKE, 1987).
Na Anatomia, aprendemos que a arti-
culação diartrodial possui grande potencial de 
movimento, como, por exemplo, a articulação 
do joelho; já a articulação sinartrodial é uma 
articulação limitada na característica de seu 
movimento, ou seja, nela ocorre pouco ou ne-
nhum movimento, como a articulação tibiofi-
bular como explicamos nas Figuras 2 e 3.
Fonte: SOBOTTA (2006, p. 294).
Figura 2 Articulação tibiofibular 
inferior (sinartorse).
© Cinesiologia40
Fonte: NETTER (2004, p. 491).
Figura 3 Articulação do joelho (diatrose).
A descoberta da contração muscular parece ter surgido de 
Galeno. Após Galeno, a Cinesiologia permaneceu quase estática 
por mais de 1000 anos. Foi quando surgiu Leonardo da Vinci, que, 
além de artista, era engenheiro e cientista, e que, provavelmente, 
foi o primeiro a registrar dados científicos da marcha humana. Leo-
nardo da Vinci dissecou cadáveres e desenhou milhares de ilustra-
ções anatômicas. Uma curiosidade é que Galeno utilizava números 
para descrever músculos e da Vinci, letras. 
E como não citar Isaac Newton (1642–727), que estabeleceu 
os fundamentos da dinâmica moderna por meio das leis de movi-
mento e repouso, amplamente aplicadas à função muscular? 
Após esses, temos tantos outros influenciadores importan-
tes, como, por exemplo, Galileu Galilei (1564–1643), que pelo seu 
trabalho impulsionou o estudo da Cinesiologia como ciência, e Al-
fonso Borelli (1608–1679), considerado o pai da biomecânica mo-
derna do sistema locomotor, que relatou a força produzida pelos 
músculos e os ossos utilizados como alavanca.
Claretiano - Centro Universitário
41© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
Também outros importantes personagens introduziram ter-
mos ainda atuais, como, por exemplo, "isométrico", "isotônico" e 
"hipertrofia muscular". Logo, relembraremos esses termos abor-
dando sua importância para o nosso trabalho. Dentre esses per-
sonagens, temos James Keill (1674–1719), que estudou a tensão 
muscular; John Huner (1728–1793) e Luigi Galvani (1737–1798), 
que, com seus estudos sobre estimulação elétrica, determinou a 
primeira manifestação explícita da presença de potenciais elétri-
cos no nervo e no músculo. Em seguida, surgiram Guillaume-Ben-
jamin-Amand Duchenne (1806–1875), Rudolf A. Fick (1866–1939) 
e outros não menos importantes (RASCH; BURKE, 1987). 
6. CONCEITOS MECÂNICOS
Agora que você já sabe que a Cinesiologia é a ciência do mo-
vimento e já conhece um pouco de sua história, vamos entender 
por que você a utilizará em sua vida profissional.
O movimento é essencial para a vida. Perceba como o orga-
nismo procura, conscientemente ou não, movimentar-se. Ao sen-
tar-se em uma cadeira, por exemplo, será que você permanecerá 
imóvel? Dificilmente. Normalmente, cruzamos e descruzamos as 
pernas, espreguiçamo-nos, contorcemo-nos, deslizamo-nos etc. 
As crianças constituem, talvez, a melhor evidência da natureza hu-
mana de se movimentar, pois elas nunca param. Imagine-se em 
uma aula com crianças muito ativas movimentando-se o tempo 
todo sob o seu comando, e que uma delas apresente alguma alte-
ração nos movimentos básicos, como correr ou saltar (WHITING; 
ZERNICKE, 2001). 
Embora possamos ver e sentir os movimentos e as posturas 
adotadas em atividades cotidianas ou desportivas, não podemos ver 
as forças que os afetam. Conhecer onde e como essas forças atuam 
é fundamental para orientar e modificar atividades prescritas.
© Cinesiologia42
Com a análise cinesiológica, podemos compreender as for-
ças que atuam no corpo (como e onde atuam) e manipular essas 
forças para corrigir alterações posturais ou laborais, melhorando o 
desempenho de um atleta ou prevenindo uma lesão.
Veja um exemplo: durante uma corrida, que é uma ação 
muito dinâmica, temos uma sucessão de movimentos e, portanto, 
uma sucessão de ações musculares e forças geradas, como pode-
mos observar na Figura Considerando essa ação, como podemos 
descrevê-la? Como descrever as ações musculares? Sabemos, por 
exemplo, que a marcha do idoso sofre importantes alterações. 
Como descrever essas alterações? 
Figura 4 Corrida humana e músculos envolvidos nos movimentos.
Atualmente, dispomos de muitos recursos tecnológicos para nos 
auxiliar, como programas que, por meio de uma imagem, fazem toda a 
descrição dos movimentos. E é claro que podemos e devemos utilizar 
toda tecnologia disponível, como técnicas fotográficas simples ou técni-
cas utilizadas em laboratórios de marcha, como ilustra a Figura 5.
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43© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
 
Figura 5 Laboratório de marcha.
É muito importante que, antes de utilizar a tecnologia, você 
possa, por meio da simples observação de pessoas que estejam 
sob seu cuidado profissional, promover uma análise e intervir de 
maneira correta, ou seja, imagine-se em uma aula em que você 
precise orientar seus alunos sobre os gestos da atividade que está 
sendo orientada; sua ação precisa ser imediata, mas, posterior-
mente, você poderá, por meio de imagens recolhidas de fotos ou 
filmes, realizar uma correção detalhada. Mas durante a execução 
dessa atividade, como proceder?
Para realizar este procedimento, vamos dividir a análise cine-
siológica em dois momentos que explicaremos a seguir.
Cinemática e Cinética
O primeiro momento é o estudo da Cinemática, que analisa 
o movimento sem analisar as forças que o causam.
Vamos a um exemplo:
© Cinesiologia44
Durante o caminhar ou o correr, podemos observar que os mem-
bros inferiores se movimentam, alternadamente, nas direções anterior 
e posterior. Ao realizarmos esses movimentos, obtemos uma análise 
cinemática, mas, se quisermos saber o que os provoca, teremos que 
fazer a análise de suas forças, entrando, assim, no segundo momento 
do estudo. Estamos falando da Cinética, que lida com as forças que 
produzem, param ou modificam os movimentos dos corpos.
A Cinesiologia, assim como a Ana-
tomia, é um estudo descritivo, e para 
padronizar a sua descrição, utilizamos 
algumas regras. Inicialmente, devemos 
sempre considerar a posição anatômi-
ca: o corpo deverá estar em pé, na po-
sição bípede, com a cabeça e os olhos 
voltados para frente, os membros supe-
riores ao lado do corpo e as palmas das 
mãos para frente, os membros inferio-
res unidos e os pés, também, dirigidos 
para frente, como ilustra a Figura 6.
A partir da posição anatômica, a 
análise cinesiológica segue utilizando os 
planos de secção, ou seja, planos de mo-
vimento e eixos de movimentos que estão 
contidos em cada plano. Isso você já es-
tudou em Anatomia, mas vale relembrar. 
Utilizaremos três planos, que são:
1) Plano frontal ou coronal: divide o corpo nas partes an-
terior e posterior, conforme é mostrado na Figura Nesse 
plano, ocorrem os movimentos de abdução (que é aque-
le que afasta o segmento da linha média do corpo) e 
adução (que é aquele que aproxima o segmento da linha 
média do corpo). Ocorre, também, a inclinação lateral. 
Sempre que falamos de movimento articular, estamos 
falando de movimento angular, e esse ocorre em torno 
de um eixo. No caso dos movimentos do plano frontal, o 
eixo é o anteroposterior ou eixo Z. 
Figura 6 Posição anatômica do corpo 
humano.
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45© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
2) Plano mediano: divide o corpo nos lados direito e es-
querdo, como podemos observar na Figura Nesse plano, 
ocorrem os movimentos de flexão e extensão.Para os 
movimentos do plano mediano, o eixo é o latero-lateral, 
também chamado de transverso ou eixo X.
3) Plano horizontal ou transverso: divide o corpo nas 
partes superior e inferior, como mostra a Figura Nesse 
plano, ocorrem os movimentos de rotação interna e ro-
tação externa (para os membros), rotação direita e ro-
tação esquerda (para a cabeça e o tronco) supinação e 
pronação (para o antebraço), adução horizontal e abdu-
ção horizontal (para o ombro e o quadril) e adução para 
o pé e abdução para o pé. O eixo para esses movimentos 
é o eixo longitudinal ou Y. 
Figura 7 Plano frontal 
ou coronal.
Figura 8 Plano mediano.
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DISCIPLINAS 
INSTITUCIONAIS 
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
COORDENADOR (A): PROF. MS. ENGELS CÂMARA 
DISCIPLINA: CINESIOLOGIA 
AUTORES: PROF. DR. CESAR AUGUSTO BUENO ZANELLA 
E PROF. MS. EDSON ALVES DE BARROS JUNIOR 
UNIDADE 1 
PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES 
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Figura 9 Plano transverso. 
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Figura 9 Plano transverso.
Observe, na Figura 10, que, para cada plano de movimento, 
temos um eixo perpendicular a ele.
Assim, temos: 
• Movimentos no plano frontal em torno do eixo antero-
posterior (eixo Z) contido no plano mediano.
• Movimentos no plano mediano em torno do eixo latero-
lateral (eixo X) contido no plano frontal.
© Cinesiologia46
• Movimentos no plano horizontal em torno do eixo longi-
tudinal (eixo Y) formado pela união dos planos frontal e 
mediano.
Fonte: LEHMKUHL (1987, p. 3).
Figura 10 Planos e eixos de movimentos.
Os planos também estão posicionados nos segmentos indi-
viduais (nos membros superiores e nos inferiores); a esses chama-
mos de planos secundários, como demonstra na Figura 11.
Na mão, o plano mediano corresponde ao terceiro dedo; a 
região anterior da mão é denominada "face palmar" ou "volar" e a 
região posterior, "face dorsal". Os movimentos que ocorrem no pu-
nho são: flexão e extensão, abdução (denominada "desvio radial") e 
adução (denominada "desvio ulnar"). Nos dedos, também ocorrem 
os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução.
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47© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
No pé, o plano mediano também corresponde ao terceiro 
dedo, e os movimentos do tornozelo são de flexão plantar (como 
quando ficamos na ponta dos pés) e dorso flexão (como quando 
elevamos a ponta dos pés do solo). Já no plano frontal ou coronal, 
não está posicionado o tornozelo, mas sim o médio pé.
Plano 
mediano
da mão 
(3º dedo)
 Plano mediano 
Plano mediano
do pé (3º dedo)
Um plano
sagital
Plano 
mediano
da mão
Fonte: MOORE (1994, p. 4).
Figura 11 Planos de movimento nos membros superiores e inferiores.
Os movimentos que ocorrem em cada plano e eixo estão de-
monstrados na Tabela 1 e nas Figuras de 12 a 23.
Tabela 1 Planos, eixos de movimentos e movimentos correspon-
dentes.
PLANOS EIXOS MOVIMENTOS
Mediano Lateral, Transversal ou X
Flexão/Extensão
(cabeça, tronco e membros)
Mediano da mão Lateral, Transversal ou X
Flexão/Extensão
(punho e dedos da mão)
© Cinesiologia48
PLANOS EIXOS MOVIMENTOS
Mediano do pé Lateral, Transversal ou X
Dorsiflexão e Flexão Plantar
Flexão e Extensão dos dedos 
do pé
Frontal
Anteroposterior ou Z
Inclinação lateral
(cabeça e tronco)
Abdução de membros 
Desvio radial e ulnar do 
punho
Abdução e adução dos dedos 
da mão
Frontal do pé Eversão e Inversão do tornozelo e do pé
Transversal ou Horizontal Longitudinal ou Axial ou Y
Rotação direita/esquerda da 
cabeça e do tronco
Rotação medial e lateral dos 
membros
Pronação e supinação do 
antebraço
Adução e abdução dos pés
Fonte: arquivo pessoal do autor.
Figura 12 Movimentos de flexão e extensão dos membros superior e inferior.
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49© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
Figura 13 Flexão do tronco.
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COORDENADOR (A): PROF. MS. ENGELS CÂMARA 
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E PROF. MS. EDSON ALVES DE BARROS JUNIOR 
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PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES 
Figura 13 Flexão do tronco. 
 
 
 
 
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Figura 14 Movimento de extensão e de flexão de punho. 
Figura 14 Movimento de extensão e de 
flexão de punho.
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DISCIPLINAS 
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CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
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PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES 
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Figura 15 Flexão e extensão dos dedos da mão. 
Figura 15 Flexão e extensão dos dedos 
da mão.
© Cinesiologia50
Figura 16 Movimentos de dorsiflexão e flexão plantar do tornozelo.
Figura 17 Movimentos de abdução, adução e rotação medial e lateral dos membros 
superior e inferior.
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51© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia
Figura 18 Movimento de 
inclinação lateral do tronco.
Figura 19 Movimento de 
inclinação lateral da cabeça.
Figura 20 Movimento de 
rotação do tronco.
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Figura 21 Movimentos de adução
e abdução horizontal do ombro.
Figura 22 Movimentos de supinação
e pronação do antebraço.
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Figura 23 Movimentos de adução e abdução do pé. 
Abdução AduçãoPosiçãoNeutra
Figura 23 Movimentos de adução e abdução do pé.
© Cinesiologia52
Com a Cinemática, você poderá analisar a posição e os movi-
mentos realizados por um indivíduo em seu trabalho e/ou em sua 
atividade esportiva, como também determinar situações normais 
e anormais e corrigir posturas cotidianas e gestos desportivos.
A partir disso, podemos, por meio da visualização das estru-
turas e do conhecimento da Anatomia, analisar as forças envolvi-
das no movimento, e, então, entraremos no segundo momento da 
análise – o estudo da Cinética.
Mas antes de iniciarmos este estudo, vamos, ainda, definir 
algumas questões sobre a Cinemática, a qual realiza duas análises 
distintas que falaremos a seguir. 
Osteocinemática e Artrocinemática
A Cinemática realiza duas análises distintas quando são 
considerados os segmentos anatômicos, os quais são a osteoci-
nemática, que analisa o movimento dos seguimentos ósseos, e a 
artrocinemática, que analisa os movimentos que ocorrem nas su-
perfícies articulares.
Veja um exemplo na Figura 24: na movimentação do ombro, 
temos que, no plano frontal, ocorre a abdução do úmero (movimen-
to osteocinemático), que é o afastamento deste da linha média, e 
temos, também, movimentos intra-articulares entre a cabeça do 
úmero e a cavidade glenoide, que, nesse caso, se trata de um desli-
zamento inferior da cabeça

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