Prévia do material em texto
CINESIOLOGIA CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Cinesiologia – Prof. Dr. César Augusto Bueno Zanella e Prof. Ms. Edson Alves de Barros Júnior Meu nome é César Augusto Bueno Zanella. Sou graduado em Fisioterapia pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, mestre em Farmacologia pela Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP e doutor em Neurociências pela Faculdade de Medicina – USP-Ribeirão Preto. Minha experiência profissional está pautada na reabilitação de pacientes neurológicos. Atualmente, sou coordenador geral de Extensão do Centro Universitário Claretiano e docente do curso de Fisioterapia, ministrando as disciplinas Patologia, Fundamentos Bioquímicos e Farmacológicos, Fisioterapia Neuropediátrica e Fisioterapia Neurológica I e II. Além disso, sou professor convidado dos programas de Pós-graduação lato-sensu da Universidade de Franca e do Centro Universitário Barão de Mauá. e-mail: extensao@claretiano.edu.br Meu nome é Edson Alves de Barros Júnior. Sou graduado em Fisioterapia pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. Realizei o programa de Aprimoramento Profissional na Área de Fisioterapia aplicada à Ortopedia e Traumatologia, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), e sou mestre em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto. Tenho experiência clínica, iniciada em 1990, com atendimento às lesões de atletas profissionais e amadores e já atuei, também, como docente no curso de Fisioterapia da Universidade de Alfenas – UNIFENAS, de 1995 a 1997, e na Universidade Paulista – UNIP campus Ribeirão Preto, de 1998 a 20Atualmente, sou coordenador dos cursos de Graduação e Pós-graduação em Fisioterapia do Centro Universitário Claretiano e docente no curso de Graduação, ministrando as disciplinas de Cinesiologia e Fisioterapia Geral. e-mail: fisioterapia@claretiano.edu.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação CINESIOLOGIA Caderno de Referência de Conteúdo César Augusto Bueno Zanella Edson Alves de Barros Júnior Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2009 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 612.76 Z32c Zanella, Cesar Augusto Bueno Cinesiologia / Cesar Augusto Bueno Zanella, Edson Alves de Barros Junior – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 266 p. ISBN: 978-85-67425-26-9 1. Aquisição de noções básicas a respeito do aparelho locomotor. 2. Conceitos e aplicações da cinesiologia e da biomecânica relacionados à complexa análise do movimento humano, tanto nas atividades da vida diária como nas esportivas. I. Barros Junior, Edson Alves de. II. Cinesiologia. CDD 612.76 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO .......................................................................... 10 UnidAdE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CINESIOLOGIA 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 33 2 CONTEÚDOS ...................................................................................................... 33 3 SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ........................................................ 34 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 37 5 CONSIDERAÇÕES E HISTÓRICO DA CINESIOLOGIA ............................................. 37 6 CONCEITOS MECÂNICOS .................................................................................... 41 7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 80 8 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 80 9 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 81 10 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 82 UnidAdE 2 – ARTROLOGIA 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 85 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 85 3 SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ........................................................ 86 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 86 5 SISTEMA ARTICULAR .......................................................................................... 87 6 ARTICULAÇÕES E SEUS MOVIMENTOS ............................................................... 93 7 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR ............................................................ 156 8 COLUNA VERTEBRAL ......................................................................................... 208 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .......................................................................... 222 10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 223 11 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 224 12 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 227 UnidAdE 3 – ASPECTOS DA FISIOLOGIA MUSCULAR E NEUROFISIOLOGIA DO CONTROLE MOTOR 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 229 2 CONTEÚDOS ...................................................................................................... 230 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 230 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 231 5 ESTRUTURA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO..........................................................231 6 EXCITAÇÃO DOS NERVOS E DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS ............. 241 7 FONTES DE ENERGIA PARA A CONTRAÇÃO MUSCULAR ..................................... 245 Claretiano - Centro Universitário 8 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES ......................................................................... 248 9 A UNIDADE MOTORA ......................................................................................... 250 10 RECEPTORES ARTICULARES, TENDINOSOS E MUSCULARES ............................... 252 11 O CONTROLE MOTOR ......................................................................................... 257 12 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS A RESPEITO DO CONTROLE MOTOR ....................... 260 13 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 262 14 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 263 15 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 264 16 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 264 EA D CRC Caderno de Referência de Conteúdo 1. INTRODUÇÃO Seja bem-vindo! Neste Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará tópicos que o ajudarão a compreender a importância dos conhe- cimentos fundamentais da Cinesiologia como pré-requisitos para o aprendizado de outras disciplinas e para a formação de um pro- fissional voltado à promoção e à manutenção da saúde tanto em nossa sociedade, de maneira geral, como no contexto escolar de forma mais específica, dando subsídios para o planejamento e a implementação de programas de prevenção, orientação e treina- mento esportivo apropriados. A cinesiologia faz parte do currículo básico de alguns cursos voltados à área da saúde, uma vez que um de seus objetos de es- tudo é o movimento do corpo humano. Vamos juntos estudar os conceitos mecânicos e suas influên- cias no corpo humano durante as atividades cotidianas e despor- Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Aquisição de noções básicas a respeito do aparelho locomotor. Conceitos e apli- cações da Cinesiologia e da biomecânica relacionados à complexa análise do movimento humano tanto nas atividades da vida diária como nas atividades es- portivas. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Cinesiologia8 tivas. Faremos uma revisão da estrutura do músculo esquelético retomando, na anatomia, todas as interações importantes para a função, como a fisiologia muscular, a neurofisiologia e as ativida- des que envolvem as ações do sistema neuro-musculoesquelético, estudando as considerações necessárias a respeito do controle motor. A Cinesiologia, pode não parecer importante em um primei- ro momento. No entanto, não é difícil entender o porquê de ser essencial esse estudo para o profissional que atua nessa área, uma vez que esse estudo é fundamental para a compreensão dos mo- vimentos humanos, o que torna pertinente o seu ensino, também, no âmbito da licenciatura. Este caderno fornecerá o suporte básico para que você pos- sa ter uma visão crítica sobre os movimentos envolvidos nas ati- vidades cotidianas, laborais e desportivas, o que proporcionará a concepção de um professor de Educação Física diferenciado, inte- ressado por uma formação completa que garanta o cuidado apro- priado de seus futuros alunos. A Educação a Distância exigirá de você uma nova forma de estudo, uma vez que você é o protagonista da sua aprendizagem. Contudo, você não estará sozinho; terá todo o suporte necessário para a construção de seu conhecimento. Esse será um desafio que enfrentaremos juntos, e você verá que, com a sua dedicação, o crescimento pessoal e o desenvolvimento profissional acontece- rão naturalmente. Não se esqueça de que você deverá participar e interagir constantemente com seus tutores e colegas de curso nem de que deverá fazer a leitura não só deste material, como também das bibliografias indicadas. Quanto ao conteúdo do material, este está, didaticamente, organizado em três unidades. Claretiano - Centro Universitário 9© Caderno de Referência de Conteúdo Na Unidade 1, faremos uma introdução ao estudo da cine- siologia iniciando-o com um relato histórico sobre essa área. Na sequência, estudaremos os conceitos mecânicos e suas influências no corpo humano durante as atividades cotidianas e desportivas, e a importância desses conceitos na atuação do educador físico. Veremos os principais termos utilizados neste campo, os quais se- rão importantes para a padronização e compreensão do Caderno de Referência de Conteúdo. Já na segunda unidade , estudaremos, segmentarmente, o corpo humano, abordando as estruturas anatômicas e todas as interações importantes para suas funções. Assim, trataremos da cinesiologia do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores. Finalmente, na Unidade 3, estudaremos os aspectos da fisio- logia muscular e da neurofisiologia, bem como toda atividade que envolve as ações do sistema neuro-musculoesquelético. Faremos uma revisão da estrutura do músculo esquelético e abordaremos todas as considerações importantes a respeito do controle motor. A proposta deste caderno é despertar a compreensão dos princípios básicos do movimento humano, de como a estrutura anatômica e a função estão a ele diretamente envolvidas. O convite está feito e agora só depende de você. O êxito da sua aprendizagem dependerá, principalmente, do seu empenho em cumprir as atividades propostas e em interagir de maneira apropriada com seu tutor e colegas de curso. Portanto, venha ad- quirir os conhecimentos básicos capazes de beneficiar e potencia- lizar a sua atuação como professor de Educação Física. Após esta introdução aos conceitos principais, apresentamos a seguir, no Tópico Orientações para o Estudo, algumas orienta- ções de caráter motivacional, dicas e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. © Cinesiologia10 2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO Abordagem Geral Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um refe- rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. A seguir, apresentaremos uma breve síntese do conteúdo da Cinesiologia. Na primeira parte faremos a introdução ao estudo da cinesio- logia, iniciando com um relato histórico sobre esta área. Também estudaremos os conceitos mecânicos, suas influências no corpo humano, nas atividades cotidianas e desportivas, e a importância desses conceitos na atuação do educador físico. Estudaremos os principais termos utilizados na cinesiologia, importantes para a pa- dronização e compreensão. A partir da segunda parte estudaremos, segmentarmente, o corpo humano, abordando as estruturas anatômicas e todas as inte- rações importantes para função. Assim abordaremos a cinesiologia do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores. Na terceira e última parte estudaremos os aspectos de Fisio- logia Muscular e Neurofisiologia, e toda atividade que envolve as ações do sistema neuro-musculoesquelético. Faremos uma revi- são da estrutura do músculo esquelético, e abordaremos todas as considerações importantes a respeito do controle motor. Esses estudos são fundamentais para compreensão dos mo- vimentos humanos, portanto, não fica difícil entender porque a cinesiologia é importante para o profissional da Educação Física e para a formação de um profissional diferenciado e comprometido Claretiano - Centro Universitário 11© Caderno de Referência de Conteúdo com a educação e com apromoção e manutenção da saúde. Então vamos começar! Talvez muitos já saibam, mas pode ser que alguns estejam se questionando sobre o que é cinesiologia. Qual a importância dela no contexto da Educação Física? No contexto das ciências da Saúde? O termo cinesiologia é uma combinação de dois verbos gregos. Kinein e Logos, que significam mover (Knein) e estudar (Logos), assim temos que cinesiologia é a ciência dos movimentos do corpo. O estudo da cinesiologia combina a anatomia – que é a ciência da estrutura do corpo, com a fisiologia, que é a ciência da função do corpo. Mas, qual a origem da cinesiologia e como surgiram os pri- meiro relatos e estudos? O título de "pai da cinesiologia" é dado a Aristóteles, que descreveu, pela primeira vez, a ação dos músculos. Aristóteles foi o primeiro a analisar e descrever o complexo pro- cesso da marcha. Para sua época revelou notável conhecimento sobre o papel do centro de gravidade, sobre as leis do movimento e da alavanca. Outro grego, Arquimedes, determinou os princípios hidrostáticos que ainda são considerados válidos na cinesiologia da natação, e que são ainda empregados na determinação da com- posição corporal. Temos muitos estudiosos que contribuíram para o surgimen- to da moderna cinesiologia, como Galeno, cidadão romano que cuidava dos gladiadores, possuía importantes conhecimentos do movimento humano e é considerado o primeiro médico de equipe da história. Ele estabeleceu a diferença entre nervos motores e sensitivos e entre músculos agonistas e antagonistas. Após Galeno, a cinesiologia permaneceu quase estática por mais de mil anos, e então temos muitos influenciadores como Leonardo Da Vinci, Ga- lileu Galilei (1564-1643) e Alfonso Borelli (1608-1679) que relatou a força produzida pelos músculos sobre os ossos utilizados como alavanca. Ele é considerado como pai da moderna biomecânica. Como não citar Isaac Newton (1642-1727), que estabeleceu o fun- © Cinesiologia12 damento da dinâmica moderna, por meio das leis do movimento e repouso. Muitos outros, importantes personagens, introduziram ter- mos ainda atuais, como isométrico, isotônico e hipertrofia muscu- lar. Logo relembraremos esses termos abordando sua importância para o nosso trabalho. Agora que você já sabe que a cinesiologia é a ciência do mo- vimento, vamos entender porque você utilizará essa ciência em sua vida profissional. Embora possamos ver e sentir os movimen- tos, as posturas adotadas em atividades cotidianas ou desportivas, as forças que afetam os movimentos ou posturas não são vistas ou percebidas. Conhecer onde e como estas forças atuam é fun- damental para orientar e modificar atividades prescritas. Com a análise cinesiológica nós poderemos compreender as forças que atuam no corpo e como e onde atuam, como manipular estas for- ças para corrigir alterações posturais ou laborais, para melhorar o desempenho de um atleta ou para prevenir uma lesão. Veja um exemplo: durante a marcha humana temos uma sucessão de mo- vimentos dos membros inferiores que se deslocam anteriormente e posteriormente, o mesmo ocorrendo com os membros superio- res, sem contar com o equilíbrio que deve ser gerado na cabeça e tronco. Temos, portanto, uma sucessão de ações musculares e de forças geradas, e como descrevê-la? Como descrever possíveis alterações? Para isso utilizaremos a cinesiologia. Atualmente, temos muitos recursos tecnológicos que podem nos auxiliar, como programas que, mediante uma imagem fazem toda a descrição de movimentos. Porém, é muito importante que antes de utilizar a tecnolo- gia, você possa por meio da observação de pessoas que estejam sob seu cuidado profissional, promover uma análise e intervir da maneira correta. Muito bem! Para realizar isso, vamos então dividir a análise cinesiológica em dois momentos: Claretiano - Centro Universitário 13© Caderno de Referência de Conteúdo O primeiro momento é o estudo da cinemática. A cinemáti- ca estuda o movimento sem, porém, analisar as forças que causam esse movimento; assim a cinemática observa e analisa o movimento que ocorreu. Vamos a um exemplo: como já citado, durante o cami- nhar podemos observar que os membros inferiores se movimentam alternadamente na direção anterior e posterior, ao realizarmos essa forma de descrição realizamos uma análise cinemática, mas se qui- sermos saber o que provoca esses movimentos, ai sim faremos uma análise das forças, e entraremos em outra área de estudo. A Cinesiologia, assim como a Anatomia, é um estudo des- critivo e para padronizar a descrição cinesiológica utilizamos al- gumas regras. Inicialmente devemos sempre considerar a posição anatômica em que o corpo deverá estar em pé, em posição bípe- de, com a cabeça e os olhos voltados para frente, com os membros superiores ao lado do corpo e as palmas das mãos para frente, os membros inferiores unidos e os pés também dirigidos para frente. A partir da posição anatômica, a análise cinesiológica segue-se uti- lizando os planos e eixos de movimento. Isso você já estudou na anatomia! Mas vamos relembrar! Nós vamos utilizar os três planos que são: 1) plano frontal ou coronal que divide o corpo em parte anterior e posterior, neste plano ocorrem os movimen- tos de Abdução (que é o movimento que afasta o seg- mento da linha média do corpo) e adução (que é o mo- vimento que aproxima o segmento da linha média do corpo), neste plano também ocorre a Inclinação lateral. Sempre que falamos de movimento articular, falamos de movimento angular, e este ocorre em torno de um eixo. No caso dos movimentos do plano frontal o eixo é o an- tero posterior ou eixo Z. 2) Temos também o plano mediano que divide o corpo em lado direito e esquerdo. Neste plano ocorrem os movi- mentos de flexão e extensão. Para os movimentos do plano mediano, o eixo é o latero-lateral ou eixo X 3) E, finalizando, temos o plano horizontal ou transverso que divide o corpo em parte superior e inferior. Nes- © Cinesiologia14 te plano ocorrem os movimentos de rotação interna e externa (para os membros), rotação direita e esquerda (para o tronco) supinação e pronação (para o ante-braço) adução e abdução horizontal (para o ombro e quadril). O eixo para esses movimentos é o eixo longitundidal ou Y. Os planos também estão posicionados nos segmentos indi- viduais (como nos membros superiores ou inferiores) a esses cha- mamos de planos secundários. Na mão o plano mediano corres- ponde ao terceiro dedo, e a região anterior é denominada de face palmar ou volar e, a região posterior, face dorsal. Os movimentos do punho são flexão extensão, e a abdução denominada como desvio radial, e a adução como desvio ulnar. No pé o plano media- no esta localizado no terceiro dedo, e os movimentos do tornozelo são de flexão plantar como quando ficamos na ponta dos pés e dorsiflexão quando elevamos a ponta dos pés do solo. Agora que já compreendemos sobre os planos de movimen- tos e seus eixos, vamos a um exemplo. Ao observar, por exemplo, um grupo de crianças praticando futebol, imagine um garoto que se prepara para realizar um chute. Temos que todo o seu corpo está envolvido no movimento, porém, se tentarmos analisar to- dos os movimentos de uma vez, podemos nos perder. Portanto, o primeiro passo então, será determinar qual segmento queremos avaliar, qual momento do gesto e pela posição deste segmento de- terminar qual movimento está sendo realizado. Se escolhermos analisar o membro inferior que se prepara para o chute, mesmo neste segmento devemos realizar análises dividindo o segmento nas várias articulações, ou seja, articulações do pé, tornozelo, jo- elho e quadril. Essa é uma análise tradicional, na qual podemos analisar os movimentos angulares ou rotacionais, descrevendo a posição ou deslocamento do segmento. Podemos analisar cada ar- ticulação individualmente, e obtermos no final uma análise de to- dos os movimentos envolvidos na ação de chutar. Outras variáveis da cinemática que podemos analisarsão características temporais do movimento que são velocidade e aceleração, e além dos movi- Claretiano - Centro Universitário 15© Caderno de Referência de Conteúdo mentos angulares podemos realizar analise do movimento linear ou de translação, em que todas as partes do corpo se movem, mas isso veremos com detalhes. Vamos rever os passos de uma análise como a citada no exemplo: 1) Selecionamos uma pessoa. 2) Selecionamos uma atividade. 3) Determinamos qual segmento avaliar. 4) Descrevemos a posição ou movimento realizado. Com a cinemática você poderá analisar a posição e movi- mentos realizados por um individuo em seu ambiente escolar, em seu trabalho, em sua atividade esportiva, e determinar situações normais e anormais, podendo realizar correções de posturas coti- dianas e gestos desportivos. A partir da análise cinemática, podemos pela visualização das estruturas e conhecimento da anatomia analisar as forças en- volvidas no movimento, e então entraremos no estudo da Cinética que é o segundo momento de análise. A cinética estuda as forças que causam o movimento e tam- bém que surgem em função do movimento. Utilizando o mesmo exemplo, podemos analisar que ao chu- tar uma bola , temos trabalhos diferentes, de diversos grupos mus- culares, e assim em todo momento do chute. Desse modo, com a análise cinética, podemos determinar quais forças agem nas arti- culações, suas consequências e muito mais. Durante nosso estudo detalharemos as forças, as leis de Newton, a composição das forças, o princípio das alavancas mecâ- nicas e alavancas musculares, as relações peso e gravidade e toda aplicação dessas variáveis na sua atividade profissional. Você já deve ter percebido que para realizarmos uma boa avaliação cinesiológica, o processo se inicia com conhecimento de anatomia, portanto se precisar não hesite em fazer revisões, mas para melhor compreensão, estudaremos os segmentos anatômi- cos e as principais características deste movimento, que será o as- sunto da segunda parte do nosso estudo. © Cinesiologia16 Agora que conhecemos alguns conceitos da cinesiologia, es- tudaremos o corpo humano de modo segmentar, abordando as estruturas importantes para função. Relembrando da anatomia, temos: o tronco formado pela coluna, pelo externo e pelas costelas. A coluna vertebral tem o importante papel de sustentação do tronco, ao mesmo tempo em que deve permitir mobilidade, ela serve para proteção da medula espinhal, e é o elemento de ligação dos membros superiores e in- feriores, servindo de elemento estático para movimentação destes seguimentos. Percebam que interessante é o papel da coluna: ao mesmo tempo em que deve ser móvel, deve ser também um ele- mento de sustentação para movimentação perfeita dos membros. Assim, a análise dos movimentos e das forças envolvidas nessas funções da coluna é fundamental para prescrição de qualquer ati- vidade. O tronco realiza movimentos nos três planos e em torno dos três eixos, ou seja, Flexão e Extensão no plano mediano em torno do eixo lateral, Inclinação lateral no plano frontal em torno do eixo antero-posterior, e Rotação no plano horizontal em torno do eixo longitudinal. Uma importante e rica rede de músculos envolve o tronco, realizando os movimentos que ocorrem nas articulações interver- tebrais, costo-vertebrais e esternocostais. Os movimentos da ca- beça são os mesmos, ou seja, flexão, extensão, inclinação lateral e rotação, e ocorrem em conjunto com a região cervical da coluna e estão contidos nos mesmos planos e eixos. Como já vimos, a coluna atua como sustentadora dos mem- bros superiores e inferiores. O membro superior é composto pelo úmero, rádio, ulna, ossos do carpo, metacarpos e falanges, e está preso ao tronco por meio da cintura escapular, formada pela es- cápula e clavícula. A união do úmero e da escapula forma a articulação gleno umeral, ou ombro que possui movimentos em todos os planos e eixos. Claretiano - Centro Universitário 17© Caderno de Referência de Conteúdo O ombro é a articulação com maior mobilidade no corpo, e isso faz dele, também, uma articulação instável e susceptível a lesões. Seus movimentos são: • Flexão e Extensão no plano mediano em torno do eixo lateral. • Abdução e Adução no plano frontal em torno do eixo an- tero-posterior. • Rotação medial e lateral no plano horizontal em torno do eixo longitudinal. Como vimos, a cintura escapular une o membro superior ao tronco, e a escápula possui importantes movimentos que aumen- tam a mobilidade do ombro e que são fundamentais para ativi- dades diárias e esportivas, como na natação. Podemos descrever ainda no ombro, um movimento que ocorre pela combinação dos anteriores que é a cincundução do ombro. Continuando nossa descrição dos movimentos do membro superior, temos o cotovelo que possui dois movimentos, que são a flexão e extensão, que ocorrem no plano mediano em torno do eixo lateral. O antebraço realiza movimentos importantes que ocorrem tanto no cotovelo como no punho que são os movimen- tos de pronação e supinação, estes ocorrem no plano horizontal em torno do eixo longitudinal. O punho realiza movimentos de flexão e extensão no plano mediano em torno do eixo lateral e realiza ainda uma abdução conhecida como desvio radial e uma adução conhecida como des- vio ulnar que ocorrem no plano frontal em torno do eixo Antero- -posterior. A mão possui movimentos dos dedos que são de flexão e extensão no plano mediano e eixo lateral, e abdução e adução dos dedos no plano frontal em torno do eixo Antero posterior. Vejam que fizemos uma análise cinemática do tronco e membros superiores. Estudaremos cineticamente esses movimen- tos, ou seja, nos ocuparemos também com os músculos que os realizam. © Cinesiologia18 Vamos agora fazer o mesmo com os membros inferiores. O membro inferior é formado pelo fêmur, tíbia, fíbula, ossos do tarso, metatarso e falanges, e também está preso ao tronco, só que pela cintura pélvica formada pelos ossos dos quadris. A cintu- ra pélvica é o similar da cintura escapular para os membros infe- riores. A união do quadril com o membro inferior é realizada pela articulação coxo-femoral, que também possui ampla mobilidade, mas diferentemente do ombro possui grande estabilidade, e seus movimentos, portanto, são de menor amplitude, e esses são: • Flexão e extensão no plano mediano em torno do eixo lateral. • Abdução e Adução no plano frontal em torno do eixo an- tero-posterior. • Rotação externa e interna no plano horizontal em torno do eixo longitudinal. No quadril também temos o movimento de circundução, po- rém, com menor amplitude em relação ao ombro. A próxima articulação é o joelho, sendo esse o local de importantes lesões, isso pela sua importância como pivô para o membro inferior. No joelho temos os movimentos de flexão e extensão no plano mediano, em torno do eixo lateral, e esses são acompanha- dos de rotações, ou seja, na extensão temos uma rotação lateral da tíbia e na flexão uma rotação medial desta. Esses movimentos ocorrem no plano horizontal em tono do eixo longitudinal. Finalizando a descrição dos membros inferiores, temos arti- culação do tornozelo que é local de movimentos importantes, va- mos destacar aqui os principais que são os de flexão plantar e dor- siflexão, que ocorrem no plano mediano em torno do eixo lateral. Considerando o tornozelo e o pé, temos ainda dois movimentos complexos que são o de inversão e eversão. Esses possuem planos e eixos compostos que, estudaremos com detalhes. Claretiano - Centro Universitário 19© Caderno de Referência de Conteúdo Bem até aqui fizemos uma análise cinemática de cada arti- culação e sabemos que temos importantes músculos que são res- ponsáveis por esses movimentos, ao estudarmos esses músculos poderemos descrever vários aspectos da cinética. Isso também de- talharemos no decorrer de nosso estudo, mas importante, ainda, é saber que os músculos que realizam esses movimentos possuem particularidadesem suas ações e controles, que é o que veremos na terceira parte: aspectos de fisiologia muscular e neurofisiologia do controle motor. Como já visto, a cinesiologia é a ciência que estuda os mo- vimentos do corpo humano. Sendo assim, torna-se indispensável a compreensão da estrutura do músculo esquelético, da fisiologia da contração muscular e da neurofisiologia do controle motor. Os músculos esqueléticos são compostos de fibras muscula- res que são organizadas em feixes. Cada feixe de fibras musculares é chamado fascículo. As miofibrilas são agrupadas para formar as fibras muscula- res. A miofibrila contrátil é composta de unidades, e cada unidade é denominada sarcômero, a porção entre duas linhas Z sucessivas. Cada miofibrila, por sua vez, contém muitos miofilamentos. Os miofilamentos são fios finos de duas moléculas de proteínas, actina (filamentos finos) e miosina (filamentos (grossos). Já conhecemos superficialmente a estrutura do músculo es- quelético. Então, como esta estrutura seria capaz de desencadear o movimento? Segundo a teoria dos filamentos deslizantes da contração muscular, os filamentos de actina e miosina deslizam um sobre o outro, diminuindo o comprimento de cada sarcômero, promoven- do dessa forma o encurtamento global do músculo. No estado relaxado, as extremidades dos filamentos de acti- na derivados de dois discos Z consecutivos se superpõem apenas discretamente, enquanto, ao mesmo tempo, se sobrepõem com- pletamente aos filamentos de miosina. © Cinesiologia20 Por outro lado, no estado contraído, os filamentos de actina foram tracionados para a parte média, de modo que ficam, nesse estado, bem mais sobrepostos que antes. Também, os discos Z fo- ram puxados, pelos filamentos de actina, até as extremidades dos filamentos de miosina. Na verdade, os filamentos de actina podem ser tracionados tão intensamente que as extremidades dos fila- mentos de miosina chegam a ficar dobradas durante as contrações muito fortes. Assim, a contração muscular é causada por mecanis- mo de deslizamento dos filamentos. De onde vem a informação para que o músculo se contraia? Vamos relembrar alguns conceitos de anatomia. Todos os sistemas do corpo humano são controlados diretamente pelo sis- tema nervoso central. Dessa forma, podemos concluir que o siste- ma muscular também sofre influência do sistema nervoso central. Tanto o tecido nervoso quanto o muscular são excitáveis, quer dizer, as suas membranas podem ser despolarizadas. Além disso, a despolarização pode ser propagada ao longo da membra- na do nervo ou músculo. O neurônio, assim como o músculo esquelético, além de ex- citável possui características de membrana que asseguram que a excitação que ocorre gere um potencial de ação. Os potenciais de ação são propagados sem nenhuma alte- ração de intensidade, independentemente de quão grande seja a distância à qual o potencial de ação tenha que viajar para atingir o seu alvo. O estímulo que produz contração muscular pode ser elétri- co, mecânico, químico ou térmico. O estímulo usualmente é de origem química, origina-se no sistema nervoso e é conduzido a cada fibra muscular por uma fibra nervosa. Diante disso pense: qual a origem da energia necessária para que ocorra a contração muscular? As células musculares, como as demais células vivas no corpo, necessitam de energia, mesmo quando em repouso, para Claretiano - Centro Universitário 21© Caderno de Referência de Conteúdo sustentar os processos metabólicos necessários à manutenção da vida. Quando um músculo se contrai, a energia química é conver- tida em energia mecânica e, desse modo, aumenta a necessidade de mais energia química. A fonte final de energia para os processos metabólicos é o ATP. Suficiente quantidade de ATP está armazenada em cada músculo esquelético para fornecer energia química para efetuar duas ou três contrações musculares fortes. Como as reações não necessitam de oxigênio, os processos são denominados metabo- lismo anaeróbio. As reservas de fosfocreatina também podem fornecer ener- gia para as contrações musculares por processos anaeróbios. A regeneração da fosfocreatina é realizada em parte por meio da de- gradação de glicose para ácido lático. No entanto, as reservas de energia química para a contra- ção muscular podem ser restauradas pelo metabolismo oxidativo de gorduras, carboidratos e proteínas nas mitocôndrias das fibras musculares, caracterizando o metabolismo aeróbio. Considerando a especificidade de cada atividade motora que realizamos diariamente, existem três tipos diferentes de fibra muscular esquelética: tipo I, tipo IIA e tipo IIB. A fibra tipo I é escura porque contém grandes números de mitocôndrias e uma alta concentração de mioglobina além de pos- suir características de contração lenta. A fibra tipo IIA é pálida porque contém menos mitocôndrias e pequenas quantidades de mioglobina. São maiores em diâmetro que as fibras tipo I e possui propriedades de contração rápida. As fibras IIA desenvolvem maior força de contração e com- pletam uma contração única em um tempo significativamente © Cinesiologia22 mais curto do que as fibras musculares tipo I. As fibras tipo IIA, no entanto, fatigam mais rapidamente do que as do tipo I. O terceiro tipo de fibra muscular, tipo IIB, apresenta carac- terísticas intermediárias tais como cor, números de mitocôndrias, tamanho, velocidade de contração e tempo para fadiga. Já estudamos que as ações musculares são controladas pelo sistema nervoso central. Então fica a seguinte pergunta: de onde se originam as informações para que o sistema nervoso central consiga manter um controle eficiente das contrações musculares? Essa função é responsabilidade dos receptores, estruturas especializadas presentes nas articulações, tendões e músculos es- queléticos. Os receptores detectam alterações de tensão e posição das estruturas nas quais os receptores estão situados, e um padrão de impulsos nervosos é gerado no receptor para transmitir a informa- ção a outras partes do sistema nervoso. Como resultado, alterações de momento a momento no ân- gulo articular, na velocidade do movimento articular, na quanti- dade de compressão ou tração articular, bem como alterações no comprimento e na força de contração muscular são transmitidas aos centros na medula espinhal e encéfalo. Para realizar atividades motoras especializadas é necessário um conjunto altamente integrado de comandos motores para ati- var músculos apropriados na sequência correta. Essa é a função dos centros de controle motor localizados na medula espinhal, tronco cerebral e cérebro. O preciso controle da função motora depende da integração. Na maioria das condições, uma pessoa é capaz de saber conscientemente a posição das várias articulações do seu corpo em relação a todas as outras partes, e se uma parte está se mo- vendo ou parada. Claretiano - Centro Universitário 23© Caderno de Referência de Conteúdo O termo sentido de posição refere-se ao conhecimento da posição estática e o termo cinestesia ao conhecimento do movi- mento dinâmico articular. Estes conhecimentos compõem a definição de propriocep- ção. A sensibilidade proprioceptiva torna-se importante para o controle motor preciso, e interfere na coordenação motora, equi- líbrio, mecanismos de proteção contra lesões de estruturas articu- lares entre outros. Não podemos esquecer uma função importante do corpo humano, a capacidade para manter posturas apropriadas para a realização de atividades de vida diária, por meio do tono muscular. O tono muscular postural é caracterizado pela tensão em músculos particulares que estão ativamente envolvidos em man- ter diferentes partes do esqueleto em relações apropriadas para manter posturas particulares. Os músculos usados mais frequentemente para manter o corpo em uma posição ereta são conhecidos como músculos anti- gravitacionais. Uma compreensão da fisiologia muscular e neural é neces- sária para a compreensão dosproblemas clínicos associados com distúrbios do controle motor. O comprometimento do controle motor pode resultar de muitas doenças e lesões do sistema nervoso, ou de interferências sobre o desenvolvimento neuropsicomotor normal. A perda de transmissão de impulsos motores para os mús- culos pode ser causada pelo funcionamento prejudicado de neu- rônios motores superiores (localizados no encéfalo) ou inferiores (localizados na medula espinhal). A perda do impulso motor pode produzir uma redução do tono muscular, também conhecida como hipotonia. Doença ou lesão dos neurônios motores superiores pode conduzir a um estado de tono muscular excessivo, ou hipertônus. © Cinesiologia24 Quando um músculo não é usado durante longos períodos de tempo, a quantidade de filamentos de actina e miosina em cada fibra muscular diminui, levando a atrofia muscular. Uma perda de força muscular também deve acontecer. Esta breve explanação sobre Cinesiologia evidencia a sua im- portância na formação do profissional educador físico. Esperamos que os conhecimentos adquiridos contribua de maneira decisiva para a sua formação e, posteriormente, na sua atuação profissio- nal. Desejamos a todos bons estudos. Glossário de Conceitos O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados em Cinesiologia. Veja a seguir a definição dos principais conceitos: 1) Alavanca: uma haste relativamente rígida, que pode gi- rar ao redor de um eixo por meio da aplicação de uma força. 2) Agonista: função desempenhada por um músculo que atua para produzir o movimento. 3) Antagonista: função desempenhada por um músculo que atua para controlar o movimento agonista ou para interrompê-lo realiza controle da ação agonista, e opõe a ação agonista. 4) Axônio: processo tubular que se origina do soma de um neurônio e funciona como um cabo para transmitir si- nais elétricos gerados pelo neurônio. 5) Biomecânica: aplicação dos princípios mecânicos no es- tudo dos organismos vivos. 6) Braço de Alavanca: menor distância perpendicular entre a linha de ação de uma força e um eixo de rotação. 7) Cinesiologia: estudo do movimento humano 8) Cinética: estudo da ação das forças Claretiano - Centro Universitário 25© Caderno de Referência de Conteúdo 9) Cinemática: a geometria, o padrão ou a seqüência do movimento em relação ao tempo, análise do movimento sem levar em consideração as forças que o realiza. 10) Contração Isotônica: a condição em que um músculo se contrai e realiza trabalho e movimento articular contra uma resistência. 11) Contração Isotônica concêntrica: processo, com gas- to energético, que resulta no encurtamento das fibras musculares. 12) Contração Isotônica excêntrica: processo, com gasto energético, que resulta no alongamento das fibras mus- culares. 13) Contração Isométrica: processo, com gasto energético, no qual o comprimento das fibras musculares não se al- tera. 14) Fibra Aferente: um axônio que transmite sinais prove- nientes dos receptores sensórias. 15) Fibra Eferente: um axônio que transmite potenciais de ação dos neurônios ao órgão efetor. 16) Fibra Intrafusal: uma miniatura da fibra músculo esque- lética que forma parte do fuso muscular. 17) Fibra Extrafusal: uma fibra do músculo esquelético que não faz parte do fuso muscular. 18) Força: uma quantia vetorial, com a capacidade de reali- zar trabalho, ou causar mudança física tal como acelera- ção de um corpo na direção de sua aplicação. 19) Fuso Muscular: receptor sensorial, que provoca contra- ção reflexa em um músculo alongado e inibe o desenvol- vimento de tensão nos músculos antagonistas. 20) Hiperplasia: um aumento na massa tecidual devido a um aumento no número células. 21) Hipertrofia: aumento na massa muscular, devido a um aumento na área de secção transversa das fibras mus- culares. 22) Hipertonia: um aumento no tônus muscular, tal como ocorre com espasticidade e rigidez. © Cinesiologia26 23) Hipotonia: uma diminuição no tônus muscular, tal como ocorre na lesão cerebelar. 24) Hipotrofia: diminuição na massa muscular, devido a uma diminuição na área de secção transversa das fibras musculares. 25) Manguito Rotador: feixe de tendões dos músculos su- pra espinhos, infra espinhoso, redondo menor e subes- capular, todos inseridos no úmero (tuberosidade maior e menor). 26) Movimento em Cadeia aberta: movimento que ocorre na parte distal de uma extremidade e que a parte proxi- mal está estabilizada. 27) Movimento em Cadeia aberta: movimento que ocorre na parte proximal de uma extremidade porque a parte distal está estabilizada. 28) Potencial de Ação: um sinal propagado, do tipo tudo ou nada, dos neurônios e das fibras musculares. 29) Sinergista: músculos que agem para auxiliar o agonista na realização de um movimento 30) Sarcômero: o componente da miofibrila contido na re- gião de uma banda Z até a seguinte. Contém o aparato contrátil necessário para converte energia química em trabalho mecânico. 31) Tônus Muscular: estado mínimo de contração muscular ao repouso ou a resistência passiva do músculo ao mo- vimento. Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es- quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú- do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican- do as informações a partir de suas próprias percepções. Claretiano - Centro Universitário 27© Caderno de Referência de Conteúdo É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque- mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen- to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- © Cinesiologia28 cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em:<http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). Claretiano - Centro Universitário 29© Caderno de Referência de Conteúdo Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino da cinesiologia pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re- solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe- cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis- sional. As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- © Cinesiologia30 teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con- ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com- partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno na modalidade EaD, necessita de uma for- mação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu- ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau- las. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Claretiano - Centro Universitário 31© Caderno de Referência de Conteúdo Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. Claretiano - Centro Universitário 1 EA D Introdução ao Estudo da Cinesiologia 1. OBJETIVOS • Conhecer a breve história da cinesiologia. • Definir cinesiologia. • Identificar os principais conceitos cinésiológicos para a compreensão do seu estudo. • Compreender os planos e eixos utilizados no estudo ana- tômico. • Compreender os movimentos em cada plano e eixos des- critos. 2. CONTEÚDOS • Breve histórico sobre a Cinesiologia. • Posição de descrição cinesiológica. • Planos de delimitação, planos de secção e eixos de movi- mentos do corpo humano. © Cinesiologia34 • Movimentos do corpo humano. • Conceituação de Cinesiologia e nomenclatura cinesioló- gica. • Princípios mecânicos – Cinemática. • Princípios mecânicos – Cinética. 3. SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Para enriquecer seus conhecimentos quanto à articu- lação dos ombros, como recomendação, sugerimos que você assista a um vídeo sobre o nadador Michael Phelps no seguinte endereço eletrônico. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=KieW204RveU&fe ature=PlayList&p=D73D0774646A4FDC&playnext=1&pl aynext_from=PL&index=6>. Acesso em: 12 maio 2010. 2) No decorrer do estudo desta unidade, serão apresentados a você alguns filósofos, bem como a sua importância para a Cinesiologia. Desse modo, antes de iniciar seus estudos, é interessante que você conheça um pouco da sua biografia. Além disso, para saber mais, acesse os sites indicados. Aristóteles Aristóteles nasceu em Estágira, uma colônia jônica loca- lizada no reino da Macedônia, no norte da Grécia. Seu pai, Nicômaco, era médico do rei Amintas, e deu ao filho estrutura para construir e solidificar seus estudos. Jovem, ainda aos 17 anos, Aristóteles ingressou na Aca- demia de Platão, em Atenas. Foi por lá que fez despertou a atenção de seu mestre, Platão, a ponto de substituí-lo após sua morte. Sua primeira esposa foi Pítias, irmã de Hérmias, que foi morto pelos persas. Após a morte de Hérmias, Aristóteles foi para Mitilene. Depois que sua primeira esposa faleceu, o filósofo casou-se novamente com Hérpilis, com quem teve um filho chamado Nicômaco, a quem Aristóteles dedicou o livro "Ética a Nicômaco". Claretiano - Centro Universitário 35© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia Em 343 se tornou o preceptor de Alexandre, filho do rei Macedônio Felipe II, e grande conquistador da época. Com o assassinato do rei Felipe II, Alexandre assume o trono. Em 335 a.C. Aris- tóteles retorna para Atenas e, com a ajuda de Alexandre, o filósofo funda sua própria escola. Sua escola, em pouco tempo, se tornaria um renomado centro de estudos, dividido em diferentes especialidades. Mas, com a morte de Alexandre, em 323 a.C., houve um aumento do sentimento antimacedônico em Atenas. E, além disso, o partido nacionalista foi reativado por Demóstenes. Tudo isso deixou a situação de Aristóteles delicada. Foi acusado, assim como Sócrates, de impiedade e teve que se retirar de Atenas, deixando a Teofrasto sua escola. Morreu um ano depois de sua saída, acometido por uma doença estomacal (Ima- gem disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/ escola/liceu/liceu_4.htm>. Acesso em: 11 maio 20Texto disponível em: <http:// www.pensador.info/autor/Aristoteles/biografia/>. Acesso em: 11 maio 2010). Arquimedes Arquimedes foi um matemático e físico grego. Nascido em Siracusa-Sicília, por volta do ano 287 a.C, o seu nome é originário do grego Arkhimedes. Quando jovem muda- -se para Alexandria, centro da atividade matemática, onde continua as aulas de Euclides. De volta à sua pátria, entrega-se por completo aos estudos científicos. Segundo narração de Plutarco, general romano, refere as passagens relativas à luta travada pelos romanos para a posse da Sicília, especialmente para a conquista da cida- de de Siracusa. Quando os Romanos atacaram Siracusa,Arquimedes dirige a defesa da sua cidade, para o que se serve de máquinas de guerra (catapultas, etc.). Após um longo assédio, as tropas de Marcelo entram na cidade. Segundo Plutarco, apesar das ordens de Marcelo para respeitar a vida do sábio, um soldado romano, irrita- do porque Arquimedes, absorto na resolução de um problema, não responde às suas intimações, mata-o. Cícero, questor da Sicília, encontra o seu túmulo, onde figura uma esfera inscrita num cilindro. São bastantes as obras de Arquimedes que chegaram até aos nossos dias. Na matemática, destacam-se Da Esfera e do Cilindro, A Medida do Círculo, Dos Esferóides e dos Conóides e Das Linhas Espirais. Nas obras de mecânica há que citar, Do Equilíbrio dos Planos e Dos Corpos Flutuantes. Outros achados importantes são: A Quadratura da Parábola e O Método. Dedicou-se a aritmética, mecânica e hidrostática. Atribuem-se a Arquimedes a invenção do parafuso sem fim, da espiral ou parafuso de Arquimedes (aparelho para elevar água por meio de um tubo enrolado em hélice à volta de um cilindro giratório sobre o seu eixo), de diversas combinações de roldanas para levantar pesos, da roda dentada, relação da circunferência com o diâmetro (o número pi), a quadratura da parábola, as propriedades das espirais, etc. Há uma célebre anedota da Antiguidade relacionada com os estudos hidrostáticos de © Cinesiologia36 Arquimedes. Trata-se do chamado problema da coroa. Hiero, rei de Siracusa, enco- menda uma coroa que paga como se fosse de ouro puro, mas posteriormente suspeita que o ourives fez mistura do ouro com prata. Arquimedes resolve o problema deter- minando o volume da coroa, para o que a submerge num recipiente completamente cheio de água e pesa de seguida o líquido derramado. Averigua assim a densida- de da coroa e calcula a proporção de prata que o desleal ourives utiliza. Conta-se que Arquimedes inventa este procedimento quando, ao se introduzir num recipiente completamente cheio de água para se lavar, parte dela transborda. Sai então do ba- nho a gritar Eureka! (que em grego significa «Achei!»). O clássico enunciado deste princípio, chamado de Arquimedes, é o seguinte: todo o corpo submergido num flui- do experimenta um impulso de baixo para cima igual ao peso do fluído que desloca. Formula também a teoria da alavanca simples, resumida numa frase célebre: «Dai-me um ponto de apoio e levantarei a Terra (Imagem disponível em: <http://clubedema- tematica.esc-joseregio.pt/arquimedes.html>. Acesso em: 12 maio 20Texto disponível em: <http://www.pensador.info/autor/Arquimedes/biografia/>. Acesso em: 11 maio 2010). Isaac Newton Isaac Newton nasceu em Londres, no ano de 1643, e vi- veu até o ano de 1727. Cientista, químico, físico, é considerado o fundador do Cálculo Infinitesimal, a par de Leibniz, mas independente- mente dele, ao contrário do que até então se fazia, deter- mina primeiro a taxa de variação de uma área e depois, a partir dela, a área propriamente dita. Ou seja, a função derivada de f é tomada como ideia básica e f (o integral) é definida a partir desta. Newton foi o primeiro a estabelecer um procedimento ge- ral, aplicável para determinar a taxa de variação instantâ- nea de uma função e, depois, em certos problemas, chegar à função. É com este passo dado por Newton que se considera que nasceu o Cálculo Infinitesimal. O seu trabalho mais importante foi em mecânica celeste, que culminou com a Teoria da Gravitação Universal. Formulou ainda as leis de Newton, que descrevem o comportamento de corpos em movimento, cujos enunciados originais são os seguintes: Lei da Inércia: Todo corpo continua em estado de repouso ou de movimento uniforme numa linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele. Lei da quantidade de movimento: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida. Lei da ação-reação: A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas (Texto e imagem disponíveis em: <http://clubedematematica.esc- joseregio.pt/isaacnewton.html>. Acesso em: 12 maio 2010). Claretiano - Centro Universitário 37© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 4. INTRODUÇÃO à UNIDADE Prezado aluno, iniciaremos nosso estudo de Cinesiologia fa- zendo a sua conceituação e, também, uma breve apresentação de alguns aspectos históricos interessantes sobre essa área de estu- do e seus principais pesquisadores, os quais foram fundamentais para o desenvolvimento dessa ciência. Em seguida, faremos o es- tudo dos conceitos cinesiológicos importantes não apenas para a compreensão do caderno, mas também para nosso campo práti- co, buscando compreender cada item e possibilidade de análise cinesiológica. Para isso, faremos uma revisão da Anatomia, o que favorecerá a delimitação do corpo humano para o estudo da Cine- siologia. Esperamos que, ao final desta unidade, você possa reconhe- cer, compreender e analisar os principais conceitos utilizados na Cinesiologia e a importância dessa ciência para o Educador Físico. Que o estudo seja agradável e estimulante. Bom trabalho! 5. CONSIDERAÇÕES E HISTÓRICO DA CINESIOLOGIA O termo "Cinesiologia" é uma combinação entre dois verbos gre- gos: Kinein, que significa "mover", e Logos, que significa "estudar". O estudo da Cinesiologia combina a Anatomia (ciência da estrutura do corpo na qual se estuda, macroscopicamente, a cons- tituição e organização dos seres vivos) com a Fisiologia ( ciência da função do corpo). Assim, surgiu a Cinesiologia, que é a ciência dos movimentos do corpo (RASCH; BURKE, 1987; SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– ANATOMIA + FISIOLOGIA = CINESIOLOGIA –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Cinesiologia38 A Cinesiologia também é conhecida como a ciência que estuda a atividade física, e há relatos de que ela foi envolvida na educação física há mais de 50 anos (HOFFMAN; HARRIS, 2002). Mas qual é a origem dessa ciência? Como surgiram os seus primeiros relatos e estudos? O título de "pai da Cinesiologia" é dado a Aristóteles (384– 322 a. C.), que submeteu os músculos à análise geométrica e, em seus tratados, descreveu, pela primeira vez, as ações deles (RAS- CH; BURKE, 1987). Aristóteles registrou as seguintes observações práticas: [...] o animal que se move faz sua mudança de posição pressionan- do o que está debaixo dele. Por essa razão atletas saltam a uma maior distância, se carregam pesos na mão do que se não os car- regassem, e corredores são mais velozes se balançarem os braços, porque na extensão dos braços existe uma espécie de apoio sobre as mãos e punhos. Nesta citação, podemos observar importantes conceitos que estudaremos e que devem fazer parte do conhecimento de um profissional que trabalha com os cuidados do corpo. Dentre esses conceitos, podemos observar a adaptação pela utilização de resistência, ou seja, o princípio da sobrecarga e o con- ceito do equilíbrio dinâmico, quando nosso cientista relata a im- portância do balanço dos braços na corrida. Aristóteles foi o primeiro a analisar e descrever o complexo processo da marcha. Suas exposições e seus conceitos foram pre- cursores das leis do movimento, de Newton. Para sua época, Aris- tóteles revelou um notável conhecimento sobre o papel do centro de gravidade e sobre as leis do movimento e da alavanca como podemos verificar na Figura 1. Outro grego, Arquimedes (287–212 a. C.), determinou os princípios hidrostáticos que governam os corpos flutuantes, prin- cípios esses considerados válidos na Cinesiologia da natação e uti- lizados, inclusive, no desenvolvimento de viagens espaciais. Claretiano - Centro Universitário 39© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia Figura 1 Gravura de alavanca. Entre as suas indagações, estão incluídas as leis da alavanca e os problemas relacionadosao centro de gravidade. Os princípios de Arquimedes são, ainda, empregados na determinação da com- posição corporal. Galeno (131–201 d. C.), cidadão ro- mano que cuidava dos gladiadores, possuía importantes conhecimentos sobre o movi- mento humano. Ele foi considerado o pri- meiro médico de equipe da história. Ele estabeleceu a diferença entre ner- vos motores e sensitivos e entre músculos agonistas e antagonistas, como também descreveu termos que até hoje são utiliza- dos, como por exemplo: articulação diartro- dial e sinartrodial (RASCH; BURKE, 1987). Na Anatomia, aprendemos que a arti- culação diartrodial possui grande potencial de movimento, como, por exemplo, a articulação do joelho; já a articulação sinartrodial é uma articulação limitada na característica de seu movimento, ou seja, nela ocorre pouco ou ne- nhum movimento, como a articulação tibiofi- bular como explicamos nas Figuras 2 e 3. Fonte: SOBOTTA (2006, p. 294). Figura 2 Articulação tibiofibular inferior (sinartorse). © Cinesiologia40 Fonte: NETTER (2004, p. 491). Figura 3 Articulação do joelho (diatrose). A descoberta da contração muscular parece ter surgido de Galeno. Após Galeno, a Cinesiologia permaneceu quase estática por mais de 1000 anos. Foi quando surgiu Leonardo da Vinci, que, além de artista, era engenheiro e cientista, e que, provavelmente, foi o primeiro a registrar dados científicos da marcha humana. Leo- nardo da Vinci dissecou cadáveres e desenhou milhares de ilustra- ções anatômicas. Uma curiosidade é que Galeno utilizava números para descrever músculos e da Vinci, letras. E como não citar Isaac Newton (1642–727), que estabeleceu os fundamentos da dinâmica moderna por meio das leis de movi- mento e repouso, amplamente aplicadas à função muscular? Após esses, temos tantos outros influenciadores importan- tes, como, por exemplo, Galileu Galilei (1564–1643), que pelo seu trabalho impulsionou o estudo da Cinesiologia como ciência, e Al- fonso Borelli (1608–1679), considerado o pai da biomecânica mo- derna do sistema locomotor, que relatou a força produzida pelos músculos e os ossos utilizados como alavanca. Claretiano - Centro Universitário 41© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia Também outros importantes personagens introduziram ter- mos ainda atuais, como, por exemplo, "isométrico", "isotônico" e "hipertrofia muscular". Logo, relembraremos esses termos abor- dando sua importância para o nosso trabalho. Dentre esses per- sonagens, temos James Keill (1674–1719), que estudou a tensão muscular; John Huner (1728–1793) e Luigi Galvani (1737–1798), que, com seus estudos sobre estimulação elétrica, determinou a primeira manifestação explícita da presença de potenciais elétri- cos no nervo e no músculo. Em seguida, surgiram Guillaume-Ben- jamin-Amand Duchenne (1806–1875), Rudolf A. Fick (1866–1939) e outros não menos importantes (RASCH; BURKE, 1987). 6. CONCEITOS MECÂNICOS Agora que você já sabe que a Cinesiologia é a ciência do mo- vimento e já conhece um pouco de sua história, vamos entender por que você a utilizará em sua vida profissional. O movimento é essencial para a vida. Perceba como o orga- nismo procura, conscientemente ou não, movimentar-se. Ao sen- tar-se em uma cadeira, por exemplo, será que você permanecerá imóvel? Dificilmente. Normalmente, cruzamos e descruzamos as pernas, espreguiçamo-nos, contorcemo-nos, deslizamo-nos etc. As crianças constituem, talvez, a melhor evidência da natureza hu- mana de se movimentar, pois elas nunca param. Imagine-se em uma aula com crianças muito ativas movimentando-se o tempo todo sob o seu comando, e que uma delas apresente alguma alte- ração nos movimentos básicos, como correr ou saltar (WHITING; ZERNICKE, 2001). Embora possamos ver e sentir os movimentos e as posturas adotadas em atividades cotidianas ou desportivas, não podemos ver as forças que os afetam. Conhecer onde e como essas forças atuam é fundamental para orientar e modificar atividades prescritas. © Cinesiologia42 Com a análise cinesiológica, podemos compreender as for- ças que atuam no corpo (como e onde atuam) e manipular essas forças para corrigir alterações posturais ou laborais, melhorando o desempenho de um atleta ou prevenindo uma lesão. Veja um exemplo: durante uma corrida, que é uma ação muito dinâmica, temos uma sucessão de movimentos e, portanto, uma sucessão de ações musculares e forças geradas, como pode- mos observar na Figura Considerando essa ação, como podemos descrevê-la? Como descrever as ações musculares? Sabemos, por exemplo, que a marcha do idoso sofre importantes alterações. Como descrever essas alterações? Figura 4 Corrida humana e músculos envolvidos nos movimentos. Atualmente, dispomos de muitos recursos tecnológicos para nos auxiliar, como programas que, por meio de uma imagem, fazem toda a descrição dos movimentos. E é claro que podemos e devemos utilizar toda tecnologia disponível, como técnicas fotográficas simples ou técni- cas utilizadas em laboratórios de marcha, como ilustra a Figura 5. Claretiano - Centro Universitário 43© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia Figura 5 Laboratório de marcha. É muito importante que, antes de utilizar a tecnologia, você possa, por meio da simples observação de pessoas que estejam sob seu cuidado profissional, promover uma análise e intervir de maneira correta, ou seja, imagine-se em uma aula em que você precise orientar seus alunos sobre os gestos da atividade que está sendo orientada; sua ação precisa ser imediata, mas, posterior- mente, você poderá, por meio de imagens recolhidas de fotos ou filmes, realizar uma correção detalhada. Mas durante a execução dessa atividade, como proceder? Para realizar este procedimento, vamos dividir a análise cine- siológica em dois momentos que explicaremos a seguir. Cinemática e Cinética O primeiro momento é o estudo da Cinemática, que analisa o movimento sem analisar as forças que o causam. Vamos a um exemplo: © Cinesiologia44 Durante o caminhar ou o correr, podemos observar que os mem- bros inferiores se movimentam, alternadamente, nas direções anterior e posterior. Ao realizarmos esses movimentos, obtemos uma análise cinemática, mas, se quisermos saber o que os provoca, teremos que fazer a análise de suas forças, entrando, assim, no segundo momento do estudo. Estamos falando da Cinética, que lida com as forças que produzem, param ou modificam os movimentos dos corpos. A Cinesiologia, assim como a Ana- tomia, é um estudo descritivo, e para padronizar a sua descrição, utilizamos algumas regras. Inicialmente, devemos sempre considerar a posição anatômi- ca: o corpo deverá estar em pé, na po- sição bípede, com a cabeça e os olhos voltados para frente, os membros supe- riores ao lado do corpo e as palmas das mãos para frente, os membros inferio- res unidos e os pés, também, dirigidos para frente, como ilustra a Figura 6. A partir da posição anatômica, a análise cinesiológica segue utilizando os planos de secção, ou seja, planos de mo- vimento e eixos de movimentos que estão contidos em cada plano. Isso você já es- tudou em Anatomia, mas vale relembrar. Utilizaremos três planos, que são: 1) Plano frontal ou coronal: divide o corpo nas partes an- terior e posterior, conforme é mostrado na Figura Nesse plano, ocorrem os movimentos de abdução (que é aque- le que afasta o segmento da linha média do corpo) e adução (que é aquele que aproxima o segmento da linha média do corpo). Ocorre, também, a inclinação lateral. Sempre que falamos de movimento articular, estamos falando de movimento angular, e esse ocorre em torno de um eixo. No caso dos movimentos do plano frontal, o eixo é o anteroposterior ou eixo Z. Figura 6 Posição anatômica do corpo humano. Claretiano - Centro Universitário 45© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia 2) Plano mediano: divide o corpo nos lados direito e es- querdo, como podemos observar na Figura Nesse plano, ocorrem os movimentos de flexão e extensão.Para os movimentos do plano mediano, o eixo é o latero-lateral, também chamado de transverso ou eixo X. 3) Plano horizontal ou transverso: divide o corpo nas partes superior e inferior, como mostra a Figura Nesse plano, ocorrem os movimentos de rotação interna e ro- tação externa (para os membros), rotação direita e ro- tação esquerda (para a cabeça e o tronco) supinação e pronação (para o antebraço), adução horizontal e abdu- ção horizontal (para o ombro e o quadril) e adução para o pé e abdução para o pé. O eixo para esses movimentos é o eixo longitudinal ou Y. Figura 7 Plano frontal ou coronal. Figura 8 Plano mediano. CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DISCIPLINAS INSTITUCIONAIS CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR (A): PROF. MS. ENGELS CÂMARA DISCIPLINA: CINESIOLOGIA AUTORES: PROF. DR. CESAR AUGUSTO BUENO ZANELLA E PROF. MS. EDSON ALVES DE BARROS JUNIOR UNIDADE 1 PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES Figura 9 Plano transverso. Figura 9 Plano transverso. Observe, na Figura 10, que, para cada plano de movimento, temos um eixo perpendicular a ele. Assim, temos: • Movimentos no plano frontal em torno do eixo antero- posterior (eixo Z) contido no plano mediano. • Movimentos no plano mediano em torno do eixo latero- lateral (eixo X) contido no plano frontal. © Cinesiologia46 • Movimentos no plano horizontal em torno do eixo longi- tudinal (eixo Y) formado pela união dos planos frontal e mediano. Fonte: LEHMKUHL (1987, p. 3). Figura 10 Planos e eixos de movimentos. Os planos também estão posicionados nos segmentos indi- viduais (nos membros superiores e nos inferiores); a esses chama- mos de planos secundários, como demonstra na Figura 11. Na mão, o plano mediano corresponde ao terceiro dedo; a região anterior da mão é denominada "face palmar" ou "volar" e a região posterior, "face dorsal". Os movimentos que ocorrem no pu- nho são: flexão e extensão, abdução (denominada "desvio radial") e adução (denominada "desvio ulnar"). Nos dedos, também ocorrem os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. Claretiano - Centro Universitário 47© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia No pé, o plano mediano também corresponde ao terceiro dedo, e os movimentos do tornozelo são de flexão plantar (como quando ficamos na ponta dos pés) e dorso flexão (como quando elevamos a ponta dos pés do solo). Já no plano frontal ou coronal, não está posicionado o tornozelo, mas sim o médio pé. Plano mediano da mão (3º dedo) Plano mediano Plano mediano do pé (3º dedo) Um plano sagital Plano mediano da mão Fonte: MOORE (1994, p. 4). Figura 11 Planos de movimento nos membros superiores e inferiores. Os movimentos que ocorrem em cada plano e eixo estão de- monstrados na Tabela 1 e nas Figuras de 12 a 23. Tabela 1 Planos, eixos de movimentos e movimentos correspon- dentes. PLANOS EIXOS MOVIMENTOS Mediano Lateral, Transversal ou X Flexão/Extensão (cabeça, tronco e membros) Mediano da mão Lateral, Transversal ou X Flexão/Extensão (punho e dedos da mão) © Cinesiologia48 PLANOS EIXOS MOVIMENTOS Mediano do pé Lateral, Transversal ou X Dorsiflexão e Flexão Plantar Flexão e Extensão dos dedos do pé Frontal Anteroposterior ou Z Inclinação lateral (cabeça e tronco) Abdução de membros Desvio radial e ulnar do punho Abdução e adução dos dedos da mão Frontal do pé Eversão e Inversão do tornozelo e do pé Transversal ou Horizontal Longitudinal ou Axial ou Y Rotação direita/esquerda da cabeça e do tronco Rotação medial e lateral dos membros Pronação e supinação do antebraço Adução e abdução dos pés Fonte: arquivo pessoal do autor. Figura 12 Movimentos de flexão e extensão dos membros superior e inferior. Claretiano - Centro Universitário 49© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia Figura 13 Flexão do tronco. CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DISCIPLINAS INSTITUCIONAIS CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR (A): PROF. MS. ENGELS CÂMARA DISCIPLINA: CINESIOLOGIA AUTORES: PROF. DR. CESAR AUGUSTO BUENO ZANELLA E PROF. MS. EDSON ALVES DE BARROS JUNIOR UNIDADE 1 PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES Figura 13 Flexão do tronco. Figura 14 Movimento de extensão e de flexão de punho. Figura 14 Movimento de extensão e de flexão de punho. CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DISCIPLINAS INSTITUCIONAIS CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR (A): PROF. MS. ENGELS CÂMARA DISCIPLINA: CINESIOLOGIA AUTORES: PROF. DR. CESAR AUGUSTO BUENO ZANELLA E PROF. MS. EDSON ALVES DE BARROS JUNIOR UNIDADE 1 PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES Figura 15 Flexão e extensão dos dedos da mão. Figura 15 Flexão e extensão dos dedos da mão. © Cinesiologia50 Figura 16 Movimentos de dorsiflexão e flexão plantar do tornozelo. Figura 17 Movimentos de abdução, adução e rotação medial e lateral dos membros superior e inferior. Claretiano - Centro Universitário 51© U1 - Introdução ao Estudo da Cinesiologia Figura 18 Movimento de inclinação lateral do tronco. Figura 19 Movimento de inclinação lateral da cabeça. Figura 20 Movimento de rotação do tronco. CE N TR O D E FO RM A ÇÃ O D E PR O FE SS O RE S E D IS CI PL IN A S IN ST IT U CI O N A IS CU RS O : L IC EN CI A TU RA E M E D U CA ÇÃ O F ÍS IC A CO O RD EN A D O R (A ): PR O F. M S. E N G EL S CÂ M A RA D IS CI PL IN A : C IN ES IO LO G IA A U TO RE S: P RO F. D R. C ES A R A U G U ST O B U EN O Z AN EL LA E PR O F. M S. E D SO N A LV ES D E BA RR O S JU N IO R U N ID A D E 1 PR EP A RA D O R (A ): SI M O N E RO D RI G U ES Fi gu ra 2 4 O st eo ci ne m át ic a e ar tr oc in em át ic a no o m br o. Figura 21 Movimentos de adução e abdução horizontal do ombro. Figura 22 Movimentos de supinação e pronação do antebraço. CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DISCIPLINAS INSTITUCIONAIS CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA COORDENADOR (A): PROF. MS. ENGELS CÂMARA DISCIPLINA: CINESIOLOGIA AUTORES: PROF. DR. CESAR AUGUSTO BUENO ZANELLA E PROF. MS. EDSON ALVES DE BARROS JUNIOR UNIDADE 1 PREPARADOR (A): SIMONE RODRIGUES Figura 23 Movimentos de adução e abdução do pé. Abdução AduçãoPosiçãoNeutra Figura 23 Movimentos de adução e abdução do pé. © Cinesiologia52 Com a Cinemática, você poderá analisar a posição e os movi- mentos realizados por um indivíduo em seu trabalho e/ou em sua atividade esportiva, como também determinar situações normais e anormais e corrigir posturas cotidianas e gestos desportivos. A partir disso, podemos, por meio da visualização das estru- turas e do conhecimento da Anatomia, analisar as forças envolvi- das no movimento, e, então, entraremos no segundo momento da análise – o estudo da Cinética. Mas antes de iniciarmos este estudo, vamos, ainda, definir algumas questões sobre a Cinemática, a qual realiza duas análises distintas que falaremos a seguir. Osteocinemática e Artrocinemática A Cinemática realiza duas análises distintas quando são considerados os segmentos anatômicos, os quais são a osteoci- nemática, que analisa o movimento dos seguimentos ósseos, e a artrocinemática, que analisa os movimentos que ocorrem nas su- perfícies articulares. Veja um exemplo na Figura 24: na movimentação do ombro, temos que, no plano frontal, ocorre a abdução do úmero (movimen- to osteocinemático), que é o afastamento deste da linha média, e temos, também, movimentos intra-articulares entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoide, que, nesse caso, se trata de um desli- zamento inferior da cabeça