Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
| 1 AMODELFORCHANGE.LECTRA.COM/PT-BR UM MODELO DE MUDANÇA Este e-book composto por 3 partes, analisa a transformação do mercado da moda e explica como realizar a mudança no seu modelo de negócios | 2 PREFÁCIO UM MODELO DE MUDANÇA A moda e seu ritmo de mudança nunca foram tão rápidos. O Fast fashion, as mídias sociais e as tecnologias móveis proporcionaram aos consumidores o poder do compartilhamento instantâneo e, alguns diriam, expectativas excessivas: eles podem comprar o que quiserem, sem restrições de tempo, lugar e, em muitos casos, preço. O consumidor é implacável em suas demandas e cada vez mais sofisticado; alta qualidade, preços baixos e novidade constante são o que interessam a ele hoje. O mercado está cada vez mais saturado e os consumidores cada vez mais sofisticados, o que torna as estratégias de moda consagradas, com expansão geográfica e internacionalização, mais complexas do que no passado. A indústria da moda - a nossa indústria e a maneira como trabalhamos - foi transformada. Nenhuma função de trabalho ou processo foi poupado. As equipes de design, desenvolvimento e sourcing, foram impactadas e frequentemente sofrem pressão para fazer mais com menos. Há, porém, um limite no quanto uma empresa pode cortar os custos e impulsionar uma maior velocidade. As empresas de moda e confecção têm sido forçadas a olhar para dentro e reavaliar como direcionam os produtos ao mercado. A atualização das tecnologias é um ponto de partida, mas os ganhos reais pairam em algo mais evasivo: mudança de processos em toda a organização. Este documento baseia-se em entrevistas com os principais profissionais do setor. Ele aponta as principais mudanças que levaram a moda a seu estado atual e como as empresas estão respondendo a este novo cenário, sugerindo um modelo de mudança. O segundo capítulo do nosso e-book define a mudança e porquê ela pode ser difícil, especialmente na indústria de moda e confecção. | 3 Para que a transformação e a mudança sejam bem-sucedidas, é necessário um compromisso forte, pois uma matriz de problemas complexos deve ser resolvida. A tecnologia é apenas um dos aspectos da solução; melhores práticas, padrões de referência e liderança também são necessários para alcançar a verdadeira transformação sustentável. Este artigo explora o conceito de um modelo de mudança e explicará como as organizações na vanguarda da indústria projetaram a transformação com êxito. A abordagem exclusiva da Lectra de desafiar velhas formas de trabalhar e injetar as melhores e mais modernas práticas baseadas em tecnologia para ajudar as empresas de moda a alcançar uma variedade de objetivos operacionais, permitindo criar produtos melhores,proporcionando agilidade para reagir às mudanças nas demandas de mercado. | 4 CONTÉUDO PARTE 1: A NECESSIDADE DA TRANSFORMAÇÃO Uma análise da evolução nas indústrias de moda e confecção 5 14 23 PARTE 3: TRANSFORMAÇÃO BEM SUCEDIDA NA MODA Foco no PLM PARTE 2: TRANSFORMANDO UM NEGÓCIO Uma conversa com especialistas da indústria | 5 PARTE 1: A NECESSIDADE DA TRANSFORMAÇÃO Uma análise da evolução nas indústrias de moda e confecção | 6 QUEM ESTÁ NO CONTROLE? O CONSUMIDOR! 1 (Daili, 2014) 2 (Lewis 2010) 3 (Gereffi 2002) 4 (Daili, 2014) As mudanças sociais e econômicas, como acesso à internet e a crescente prosperidade, estimularam o crescimento de novos mercados de moda em países emergentes, que eram apenas regiões fornecedoras3, criando novas oportunidades para atingir novos consumidores e ampliar os negócios. As cadeias de suprimentos também foram submetidas à grandes transformações à medida que tarifas e cotas desapareciam e formas de comunicação mais rápidas e eficientes foram desenvolvidas. Isto teve um impacto importante no modo como a moda é projetada, desenvolvida, produzida e distribuída, com repercussões desde a terceirização até a experiência do consumidor. “Em uma era de fácil acesso a informação, as pessoas naturalmente exigem mais; essa mudança é inevitável”, diz Daili4. E essas mudanças só vão aumentar no futuro. Hoje, o consumidor tem muito mais controle do que no passado. Isso significa que a indústria não pode mais definir o que fazer e vender sem o feedback do consumidor;é preciso ouvi-lo e atendê-lo. Algumas empresas estão alterando completamente seus modelos de negócios para serem orientados pela demanda. “Nós permitimos que a produção seja completamente ditada por desejos [do consumidor], e os fornecedores e as fábricas simplesmente integram os recursos para atender às necessidades personalizadas de todos os consumidores”, diz Zhang Daili, Diretor geral da Red Collar, fabricante de roupas de alta costura com base em Qingdao, China1. Isso representa uma mudança drástica na cadeia de valor, transferindo o poder das marcas, na parte superior, para seus consumidores, na parte inferior. Até recentemente, a moda era essencialmente definida por grandes marcas no Ocidente que buscavam inspiração em lugares como Paris e Nova York, e depois essas tendências eram adotadas pelo resto do mundo. As coleções aconteciam duas vezes ao ano e o desenvolvimento de produtos seguia um processo quase puramente linear: projetos eram criados com base nas tendências das principais capitais da moda, depois passados para os desenvolvedores de produtos para industrialização, transferidos para a produção e, eventualmente, distribuídos em uma butique ou loja de departamento. Após a Segunda Guerra Mundial, as escolhas começaram a se multiplicar à medida que a prosperidade econômica crescia e as inovações em sistemas de cadeia de suprimentos e distribuição facilitavam a oferta de produtos aos consumidores. A moda expandiu de algo restrito a alguns privilegiados para as massas, através do Prêt-à-porter2. Nós permitimos que a produção seja completamente ditada por desejos [do consumidor], e os fornecedores e as fábricas simplesmente integram os recursos para atender às necessidades personalizadas de todos os consumidores Zhang Daili, Diretor geral da Red Collar | 7 GLOBALIZAÇÃO Historicamente, as marcas locais dominam os mercados locais, mas isso está começando a mudar, pois as marcas estrangeiras começam a aparecer na lista de maiores vendas em um número crescente de mercados locais. Isso se dá, grande parte, devido às estratégias de expansão geográfica e crescimento internacional com as quais as marcas e varejistas, especialmente as empresas norte-americanas e europeias, contam há anos. Romain Millet, Diretor geral da empresa francesa Cache-Cache, observa que a natureza cada vez mais global da moda força os varejistas a trazerem uma resposta localizada em mercados individuais5. Ele ressalta o elemento crucial do tamanho e caimento das roupas, um desafio constante para as marcas de moda. Enquanto as populações locais tendem a ter biotipos semelhantes, o aumento da internacionalização torna as populações mais heterogêneas que no passado. Além disso, atualmente, mais pessoas estão viajando e fazendo compras quando viajam, uma outra maneira de introdução de novos morfologias nos mercados locais. Garantir a coerência e a qualidade é essencial em um momento em que os consumidores não hesitam em expressar suas opiniões na Internet. “Antes, quando um produto era devolvido, ninguém sabia sobre isso. Agora, muito mais pessoas podem tomar conhecimento através do Twitter, Facebook e outros sites”, destaca Roger Lee, CEO da TAL Apparel Limited, empresa de vestuário de Hong Kong, que fabrica camisas e calças para dezenas de empresas6. 5 (Millet 2014) 6 (Lee 2014) A natureza cada vez mais global da moda força os varejistas a trazerem uma resposta localizada em mercados individuais Romain Millet, Diretor geral da Cache Cache | 8 CHINA Se uma região do mundo tem poder e massa para forçar a mudança na indústria,está região é a China. E a China já fez isso de várias maneiras. A China é, de longe, o primeiro produtor e consumidor de moda, representando cerca de 50% da produção de vestuário, em unidades, no mundo e 38% das exportações mundiais de vestuário, de acordo com a Organização Mundial do Comércio, apesar de 75% disso ser para consumo interno. Mesmo assim, a produção da China para exportação ainda está entre as mais altas do mundo, competindo com a Índia pela liderança global. A pesquisa da Lectra mostra que “pequenos” produtores na China ainda são muito maiores que os encontrados em outras regiões produtoras, como o Brasil. Com o aumento dos salários, a urbanização da população, a geração Y poupando menos do que os seus pais e uma mentalidade de consumo que continua a amadurecer, o mercado de moda da China é maduro para a colheita, embora a concorrência seja feroz. “O futuro do mundo será profundamente moldado pela corrida da China rumo ao consumismo”, Karl Gerth, especialista em consumo chinês na Universidade da Califórnia, em San Diego, disse ao jornal The Economist7. A urbanização no interior rural chinês está impulsionando o crescimento das classes média e alta, forçando marcas e varejistas a mudarem seu foco de cidades tradicionais das camadas 1 e 2 para as aglomerações interiores. De 2010 a 2015, o consumo per capita em vestuário vai aumentar em 75% na China, que terá um gasto em torno de US$ 200/per capita em peças de vestuário em 2015, em comparação com cerca de US$ 700 para os EUA e Europa8. Para o presidente de moda masculino da Sioner, Yujian Chen, “as principais mudanças na indústria de confecção da China demonstram uma clara tendência para a personalização, especialmente nos últimos três anos, e para as mudanças nos canais de distribuição. A loja tradicional está sendo substituída por um modelo de vendas multicanal”.9 Embora os consumidores chineses mantenham as marcas estrangeiras em alta estima, eles ainda não têm muito sentido de fidelidade à marca ou sofisticação e mudam de uma para outra por capricho10. Com muitas marcas populando o mercado em um esforço para satisfazer o desejo de forma personalizada, trazer novas marcas para a China não é uma tarefa fácil. Além disso, a nova classe média é “diretamente digital” e faz compras on-line11, como se pode ver pela ascensão do Alibaba, o maior mercado on-line da China, ilustra12. 7 (The Economist 2014) 8 (TechnoPak) 9 (Chen, 2014) 10 (The Economist 2014) 11 (The Economist 2014) 12 (Gelles 2014) De 2010 a 2015, o consumo per capita em vestuário vai aumentar em 75% na China | 9 CHINA A longa história da China como um fornecedor de marcas ocidentais demonstra que seus fabricantes adquiriram uma grande quantidade de infraestrutura e conhecimentos trabalhando em estreita colaboração com algumas das empresas mais importantes do mundo. Em outras palavras, eles aprenderam com os melhores, os que causaram a mudança inicial. Munidos de todo esse know-how, um número crescente de fabricantes chineses está agora voltando seus esforços para o desenvolvimento de uma oferta para o mercado interno e alguns estão até voltando suas atenções para o exterior. A pesquisa da Lectra mostra que das centenas de fabricantes de equipamentos originais (OEMs) que trabalham na China, cerca de 60% lançaram suas próprias marcas. O próximo passo será o desenvolvimento e a maturação de uma estética de moda exclusiva para a China, em vez de simplesmente copiar da Europa: “Uma vez que tiverem mais dinheiro para investir, vamos ver mais empresas chinesas investindo em pesquisa e desenvolvimento, como vemos no Ocidente. Eles acabarão vendo a verdadeira inovação como uma parte importante de seus negócios”, Jason Spenser, Diretor de gerenciamento da Millward Brown Shanghai, disse a Women’s Wear Daily13. O fato de algumas empresas começarem a contratar talentos, como designers com experiência de moda na Europa, é uma evidência de que isso já está acontecendo14. 13 (Hall 2014) 14 (Source : Lectra) | 10 IMPACTO SOBRE OS REPRESENTANTES DE MODA E CONFECÇÃO Mudar as preferências de consumo tem estimulado mudanças, mas as implicações para a indústria variam. Marcas e varejistas: o que mais isso representa? As marcas, que tradicionalmente passaram para varejistas que vendem em seu nome, desenvolveram operações de varejo por duas razões: para capturar uma maior percentagem do preço de venda final e conseguir o controle completo sobre a apresentação, a distribuição e o preço final de seus produtos. A capacidade de uma marca controlar sua reputação e exclusividade é essencial, especialmente no caso da moda luxo. Muitos varejistas que procuram captar margens mais elevadas e oferecer produtos exclusivos que atraem clientes lançaram suas próprias marcas há muito tempo. Hoje, algumas dessas marcas - Joe Fresh é um bom exemplo - estão começando a ser empresas por mérito próprio. Como os consumidores buscam a moda que eles acham refletir sua identidade, há um mercado crescente para marcas menores, avessas ao marketing em massa tradicional. “Não só as mega marcas serão desafiadas, como também as grifes, e pelas mesmas razões. Para a geração mais jovem, uma grife não significa nada - e vai significar cada vez menos no futuro”, explica Robin Lewis, CEO e Diretor editorial de The Robin Report.15 À medida que a concorrência no mercado de marca/varejo se intensifica, algumas empresas, especialmente nos EUA, decidiram terceirizar o máximo de atividades possível, mantendo apenas aquelas ligadas à compreensão e ao engajamento do consumidor “em casa”, como marketing, varejo e design. Outras empresas - aquelas que haviam terceirizado elementos criativos essenciais para a definição da marca e identidade do produto, como desenvolvimento de estilo - estão retomando estas atividades como parte de uma estratégia para oferecer produtos originais, bem ajustados. Seus colegas europeus nunca terceirizaram design ou desenvolvimento, pois reconheciam que manter esses elementos internamente lhes dá o controle poderoso sobre as atividades de valor agregado que permitem que se concentrem no desenvolvimento do produto como uma alavanca para o crescimento. A terceirização de desenvolvimento de padronagens, amostragem, industrialização e produção por marcas e varejistas tem sido uma oportunidade para os fabricantes, mas não sem seus desafios. “O novo desafio para os fabricantes é ficar perto de seus clientes, mas mantendo seus custos competitivos. Eles têm que desenvolver maior flexibilidade de trabalho e ocupar nichos de maior valor agregado que, devido às habilidades escassas, os capacitam para manter uma vantagem competitiva”, diz Stefano Antonioni, Diretor de operações da AEFFE.16 Isto também significa que as habilidades de produção e a infraestrutura se tornaram raras nos mercados centrados no varejo, como os EUA, e que retomar a fabricação não é possível: pelo contrário, deve ser reconstruída. 15 (Lewis, 2014) 16 (Antonioni, 2014) | 11 Fabricantes Os fabricantes estão procurando maneiras de cortar custos e aumentar a eficiência. Muitos fabricantes chineses mais experientes, que durante anos foram o carro-chefe da produção de empresas de moda europeias e norte-americanas, começaram a desenvolver relações com regiões como Vietnã e Bangladesh, terceirizando as atividades mais básicas para tirar proveito dos salários mais baixos e de trabalhadores menos exigentes, de modo a se concentrarem no trabalho de maior valor agregado e maior margem.17 Os fabricantes de todo o mundo também já perceberam que vender diretamente para o consumidor final é a mais poderosa forma de proteger as receitas, evoluindo seus modelos de negócio e criando suas próprias lojas físicas e online. Embora OEMse ODMs (Fabricantes de design original) sejam empresas B2B, os fabricantes de marca original (OBMs) vendem diretamente para os consumidores. Este é um modelo de negócio mais arriscado com maiores retornos e que exige que mais recursos sejam alocados para desenvolvimento da marca e para processos de ciclo de vida anteriores. Desenvolver o lado criativo e a marca da empresa exige mais e requer uma plataforma forte centrada no conhecimento, bem como um conhecimento maduro de design e processo de desenvolvimento. Chen da Sinoer Men’s Wear’s resume isso quando diz: “Melhorar a eficiência operacional e fornecer a capacidade de resposta necessária para retornar rapidamente aos clientes requer uma organização bem estruturada. Esta mudança é uma obrigação.”18 Parcerias com fornecedores CSR juntamente com pressões de tempo e custo forçou as empresas ocidentais a reavaliar como e onde elas terceirizam. A maioria concorda que o menor preço já não é necessariamente o melhor negócio; muitas empresas preferem trabalhar com menos fornecedores, dos quais podem depender para entregar a qualidade certa, na hora certa e de forma consistente. Um número crescente de empresas norte-americanas e europeias está adicionando aos seus portfólios fornecedores em países fronteiriços para itens de resposta mais rápida e para aqueles que exigem um maior nível de controle de qualidade. Na Europa, por exemplo, trabalhar com um fornecedor da Tunísia ou Portugal permite um tempo de resposta mais rápido e capacidade para tirar proveito das tendências mais rapidamente, à medida que se desenvolvem. Tendo em conta que a maioria das marcas e varejistas optaram por não fabricar seus próprios produtos, a qualidade do relacionamento com o fornecedor agora é tão importante quanto a velocidade e o preço, pois os fabricantes estão mudando para se tornarem parceiros estratégicos de pleno direito. Alan Wragg, Diretor técnico de categoria do Tesco diz, “Confiança e parcerias estão se tornando muito importantes. Costumava ser muito transacional, as pessoas costumavam comprar para uma estação e mudar de fornecedores na seguinte. Esses dias acabaram, já que todos nós sabemos quanto tempo é preciso para trazer um fornecedor a bordo”.19 Criar com qualidade é essencial para entregar o novo valor que os consumidores estão buscando. Romain Millet da Cache-Cache ecoa seu sentimento, apontando para a importância das relações de longo prazo que podem garantir a qualidade e o tempo de resposta.20 17 (Source: Lectra) 18 (Chen, 2014) 19 (Wragg 2014) 20 (Millet 2014) Criar com qualidade é essencial para entregar o novo valor que os consumidores estão buscando. | 12 Moda para todos – nesse instante A fast fashion tem sido um chavão desde que a Zara virou a cabeça da indústria de confecção com o seu modelo de varejo verticalmente integrado ao time to market, que permitiu aumentar drasticamente o número de entregas e desafiou a ideia de estações e coleções. Para conseguir tudo isso, eles adotaram uma nova forma de trabalho que se baseia fortemente na metodologia lean adotada na indústria automotiva. Uma combinação de automação e maior colaboração multifuncional permitiu a essas empresas criar uma demanda do consumidor por novidade e valor, atendendo à necessidades de qualidade.21 Nós só precisamos ver a frequência com que os clientes buscam na loja novos itens para ver a mudança no comportamento do consumidor: a média de visitas de clientes em uma loja Zara é 17 vezes por ano, contra 4 vezes para uma loja tradicional.22 Como Lee da TAL Apparel Limited’s afirma, “as coleções são menores, mas há mais delas, ou seja, mais produtos”.23 Isso significa mais tamanhos, cores e variações para gerenciar. Multiplique isso pelas diversas regiões geográficas onde a empresa está presente, e a complexidade aumenta ainda mais, com a adição de biotipos diversos e diferentes preferências de estilo locais. Essa diversidade representa um enorme aumento na complexidade do ciclo de desenvolvimento de coleções para empresas de moda e confecção, o que exige uma mudança ousada em táticas para ser eficiente e se manter competitiva. Então, se uma empresa tem a intenção de atuar no campo da fast fashion ou não, esses representantes aumentaram o nível para toda a indústria, mudando a relação de preço/valor para melhor. Uma nova maneira de trabalhar é necessária Para gerenciar a complexidade que aumentou as estações e que implica na distribuição multicanal, as empresas de moda começaram a procurar formas de melhorar seus métodos de trabalho. Os fabricantes em países como Brasil e China têm sido alguns dos mais fervorosos adeptos as tecnologias básicas, tais como: modelagem, gradação, encaixes, corte de peças e tarefas simples de industrialização. Automatizar os processos manuais certamente confere uma vantagem, mas para realmente competir hoje, a tecnologia básica não é suficiente. A mudança e a agilidade precisam acompanhar a nova tecnologia. Para marcas e varejistas, gerenciarem esta complexidade implica na redução do ciclo de desenvolvimento de produto e introdução de colaboração no processo global. O desenvolvimento lean, baseado em métodos iterativos como prototipagem digital, dá às empresas a agilidade necessária para se adaptarem às mudanças do mercado e testar novos produtos, antes de começar a incorrer em custos reais de produção. A colaboração entre os departamentos de design e desenvolvimento quebra a mentalidade de silo que reinou por tanto tempo na indústria de moda e confecção, eliminando gargalos que resultaram em processos lineares desatualizados e no crescente poder de decisão no desenvolvimento do produto. Para as empresas de moda estabelecidas, especialmente varejistas e marcas, adotar a mudança pode ser uma perspectiva assustadora. Como Lee da TAL Apparel Limited aponta, “muitas empresas estão no mercado há 30 ou 40 anos, antes mesmo da tecnologia avançada ser necessária. Muitas têm sistemas internos remendados e veem a transformação como um desafio caro e complexo”. Ele lamenta o fato de muitas empresas nem saberem quantas unidades têm nas lojas em termos de cor e tamanho24. Embora esse tipo de situação seja impensável no setor automotivo ou de tecnologia, a moda ainda é relativamente imatura quando se trata de adoção de tecnologia. 21 (de la Cruz Iglesias 2009) 22 Idem 23 (Lee 2014) 24 (Lee 2014) | 13 RESUMO As mudanças na indústria da moda nos próximos dez anos devem ser muito maiores do que as mudanças sofridas em seus 150 anos de história.25 Como Antonioni da AEFFE descreve, “Os clientes estão cada vez mais exigentes e querem um serviço extremamente rápido. O mercado é turbulento e volátil, impulsionado pela demanda cada vez mais imprevisível.”26 Ao mesmo tempo, o surgimento da tecnologia em rápida evolução no setor de consumo colocou os modos manuais e ineficientes de trabalho que ainda permeiam a indústria da moda em evidência: design, desenvolvimento e produção continuam contando com os mesmos, muitas vezes manuais, métodos apesar de todos os avanços em moda e confecção que acontecem no mundo afora. O consumidor conectado está impulsionando a moda para um ponto em que muitas empresas estão lutando para manter-se. Elas são incapazes de se adaptar ao ciclo mais rápido de coleções que alguns dizem estar tornando a noção de estação um ponto discutível. E o fenômeno não é restrito aos Estados Unidos e Europa; países em desenvolvimento, notavelmente Brasil e China também estão sofrendo grandes mudanças. Hoje, as empresas que percebem a necessidade de reexaminar suas ferramentas e reinventar formas ineficientes de trabalho são aquelas que ultrapassarão com sucesso a complexidade do novo horizonte do consumidor. 25 (Ziv 2013) 26 (Antonioni,2014) | 14 PARTE 2: TRANSFORMANDO UM NEGÓCIO Uma conversa com especialistas da indústria | 15 UMA VISÃO DE MUDANÇA Para melhor compreender o porquê e como se dá a mudança, nós nos reunimos com um grupo de especialistas, incluindo os que buscam a mudança e os que a facilitam. Embora cada um tenha trazido uma perspectiva diferente para a mesa, todos concordaram que, embora a mudança possa ser desafiadora e intimidante, é uma das iniciativas mais benéficas que uma empresa pode realizar. Nossa conversa sobre mudança começa com um amplo olhar para a própria mudança e o impacto de não mudar; especialmente enquanto o resto do mundo da moda e confecção continua a evoluir. Alan Wragg, Diretor técnico da marca F&F da varejista britânica Tesco, não poderia ter colocado isso de maneira mais clara: “As empresas devem aceitar e abraçar a mudança ou ficam para trás”. O sentimento foi ecoado por Zhang Daili, Presidente e proprietário da fabricante de roupas Qingdao Red Collar Clothing na China: “Em uma época de mudança, só há duas opções: optar por não mudar e esperar a morte ou optar por mudar e crescer”, ele avalia. O Diretor de contas estratégicas de moda da Lectra, Bruno Mattia, afirma: “Nossos clientes não estão interessados em mudar por mudar. Eles mudam porque querem que sua empresa prospere, permaneça em uma posição de liderança, ganhe fatia de mercado, aumentem a cobertura geográfica ou categorias de produtos. A mudança é uma maneira de se diferenciarem e se tornarem mais competitivos”. Como exemplo da necessidade de mudança, Mattia descreve os desafios que as empresas enfrentam hoje ao mirar novas geografias. “No momento, estamos trabalhando com várias marcas de varejo e empresas de fast fashion no dimensionamento de projetos”, diz ele. “Até agora, seus produtos tinham o mesmo caimento em todo o mundo. Um tamanho pequeno era o mesmo na Ásia, na América do Norte ou na Europa. Hoje, esse é um fator limitante porque os tamanhos e as formas do corpo não são idênticas em todo o mundo. Embora ainda seja aceitável que uma empresa de moda ofereça o mesmo ajuste entre os países europeus, o fator de tamanho se torna um problema quando se torna internacional e entra em mercados com biotipos diferentes. Para serem competitivas, as empresas precisam oferecer o tamanho específico da região”, Mattia salienta. “Enfrentar o dimensionamento com mais precisão pode ter um enorme impacto em termos de fidelidade à marca e vendas, mas isso implica uma mudança enorme e muitas vezes representa uma grande realização para empresas de moda”. Alan Wragg Diretor técnico da marca F&F MUDANÇA ESSENCIAL E OBRIGATÓRIA | 16 Embora a mudança seja necessária, ainda é um desafio para muitas empresas. “Para sobreviver, você tem que superar a negação, a história, a resistência à mudança, as mentalidades adversas, os argumentos de despesa irreversível, o histórico de rentabilidade e a falta de imaginação”, descreve Henry Lucas, um acadêmico que vive nos EUA, especializado no impacto da tecnologia disruptiva em modelos de negócio.27 Mattia concorda: “Nós todos temos uma certa relutância em mudar hábitos bem estabelecidos, acima de tudo, porque a mudança implica uma certa dose de risco.” Um território inexplorado é perigoso; as regras do jogo não são as mesmas e os resultados das ações são desconhecidos. “A mudança é difícil porque estamos falando de seres humanos. Não estamos trabalhando com máquinas, mas com homens e mulheres. Mudar o modo como eles pensam pode revelar- se complicado, por isso é fácil subestimar quanto tempo a mudança vai demorar”, alerta Philippe Ribera, Diretor de marketing de software da Lectra. A mudança é um caminho que leva de uma situação para outra e é um processo, não uma resposta aleatória para acomodar novas circunstâncias. Geoffrey Gabelle, um dos gerentes de serviços de consultoria da Lectra, enfatiza que objetivos claros e mensuráveis são fundamentais, pois criam uma visão coletiva que ajuda a fazer a mudança acontecer de forma mais suave. Ter uma visão clara de onde a empresa quer ir e como chegar lá, reduz a sensação de risco. “Nós ajudamos as empresas a melhorar seu resultado. Esse é o principal objetivo. Mudar é um processo que visa aumentar a rentabilidade, a qualidade, o controle e o market share”, diz ele. 27 Henry C. Lucas, The Search for Survival, Lessons from Disruptive Technologies (Praeger, 2012) MUDANÇA: UM DESAFIO HUMANO | 17 MODA: UMA INDÚSTRIA RESISTENTE À MUDANÇA? Nossos líderes inovadores são unânimes: a mudança na indústria da moda é particularmente desafiadora. Tempo: Não está a nosso favor O ritmo acelerado da moda é um obstáculo para a mudança. Ribera observa: “O que torna a mudança na indústria da moda mais complicada do que em outras indústrias é que a moda tem ciclos de tempo extremamente curtos entre a criação inicial e fases de distribuição final. Tecer a mudança nesses ciclos curtos é muito complicado, porque as pessoas têm que tomar muitas decisões em tempo real, muitas vezes sem todas as informações necessárias”. Romain Millet, CEO da marca de moda feminina francesa Cache Cache, traz à tona a falta de tempo para a reflexão na indústria de moda e confecção: “Nós não temos tempo para ver se um processo é melhor do que outro. Estamos permanentemente no agora”. Isto pode vir a ser uma desvantagem real. “Com as novas coleções sendo lançadas o tempo todo, a mudança é o cerne do negócio da moda. Mas as empresas parecem estar reagindo às circunstâncias, em vez de analisá-las”, observa Gabelle. “Nos negócios, você precisa parar, dar um passo para trás e analisar o que está fazendo para entender qual mudança organizacional é necessária.” Esse tempo para reflexão é escasso na indústria da moda fast fashion. Ligando os pontos: Colaborando para mudança A estrutura da própria indústria é uma outra razão pela qual fazer a mudança é tão difícil. A resistência humana individual para a mudança tem um impacto exponencial sobre a indústria da moda e confecção, devido à natureza entrelaçada do ciclo de vida de seu produto. “Hoje, tudo é muito mais colaborativo. Tudo tem como base a interação. A matriz organizacional tornou-se tão importante quanto os próprios projetos”, observa Dominique Jacomet, Diretor geral do Institut Français de la Mode (IFM). Para implementar a mudança de forma eficaz em uma empresa de moda ou confecção, você precisa garantir que todos os departamentos compartilham a mesma visão, desde designers e modelistas até desenvolvedores de produtos, equipes de merchandising e de sourcing. Dominique Jacomet, Diretor geral do Institut Français de la Mode (IFM) | 18 Wragg enfatiza que a adversidade à mudança decorrente da colaboração existe em toda a cadeia de suprimentos. Ele explica: “A mudança na indústria da moda é muito difícil porque há tantos elos na cadeia, desde a produção de fibras à fiação, malharia, tecelagem, tingimento, confecção de vestuário, tomada de decisão em HQ, modelagem e fornecimento de acabamento. Para realmente fazer uma mudança significativa, você deve alinhar todos esses componentes. Mudar é difícil, mas não é impossível”. Especialista da indústria e Editor-chefe do The Robin Report, Robin Lewis, destaca a combinação única entre criatividade e negócios neste setor. “No varejo e na moda, a mudança é mais difícil. Isso se deve ao fato de que ela requer uma combinação de fatores para fazer essas mudanças: arte e ciência. O negócio de confecção e moda é impulsionado por novos estilos. Você precisa não só das mentes criativas que trabalham nestas áreas, como também de um alto nível de inovação em grande escala, a um ritmo acelerado”. Nova tecnologia - facilitando a mudança? “Em mercados hipercompetitivos, a inovação tecnológica é essencial paraas empresas crescerem”, observa Stefano Antonioni, Diretor de operações do grupo italiano de alto padrão Aeffe. No mundo de hoje, a inovação pode assumir a forma de novas tecnologias. François Gonnot, Analista de marketing da Lectra, observa que há uma certa hesitação na indústria que está retardando sua evolução: “A indústria de moda e confecção agora está olhando para as tecnologias que estão presentes em outros setores há mais de 10 anos. Se você analisar as curvas de adoção de tecnologia, a indústria da moda está ficando para trás. Isso pode ser explicado historicamente por causa da relação com o produto e também porque cada empresa de moda opera de maneira diferente das outras. A moda tem suas próprias práticas recomendadas, mas a indústria não é rápida para identificá-las, e muito menos para adotá-las. “Em outros setores, a inovação é adotada, os benefícios avaliados e sua implementação rapidamente explorada. Na indústria da moda, temos uma tendência a esperar e ver como as inovações tecnológicas estão posicionadas e como elas são utilizadas por outras pessoas antes de adotá-las. A maioria das empresas de moda e confecção espera para ver como ela funciona para os outros antes de mudar sua forma de trabalhar”, Gonnot observa. Stefano Antonioni, Diretor de operações, Aeffe | 19 A tecnologia pode beneficiar uma empresa de moda de várias maneiras. Aproveitar a prototipagem virtual 3D para melhorar o caimento do vestuário é um bom exemplo de como a tecnologia pode proporcionar uma economia significativa de tempo e custos, melhorando potencialmente a qualidade do produto final. Devido ao aumento da transparência que o 3D permite, a colaboração é acelerada drasticamente. As interações da equipe de base e o equilíbrio de poder dentro de uma organização são derrubados. “Se você acha que a implementação da prototipagem virtual 3D vai resolver todos os seus problemas, isso simplesmente não é verdade. Você precisa dizer: “Meu objetivo é fazer menos protótipos e ter um processo de prototipagem mais enxuto, então a verdadeira questão é como vou organizar meu processo e equipes”, observa Ribera, compartilhando uma boa prática que recentemente testemunhou. “O melhor exemplo de implementação de prototipagem virtual 3D que eu vi até agora foi realizado por um cliente que montou um escritório de prototipagem virtual. Haviam pessoas trabalhando em design de moda em um espaço e especialistas de prototipagem 3D em um escritório bem ao lado deles.” A ideia surgiu do CEO da empresa. “ A tecnologia permitiu à empresa reduzir o time to market, reuniu as equipes para trabalharem juntas, permanecendo em sua própria área de especialização”, descreve Ribera, que testemunhou a operação. Este é um exemplo muito inteligente de como a gestão de mudança bem-sucedida pode ser inspirada por uma maneira tradicional de trabalhar. “No passado, cada marca tinha os estilistas criando estilos e, ao lado, costureiras produzindo os protótipos para que pudessem ver o resultado imediato”, explica Ribera. “Este não era um trabalho para uma única pessoa, mas, pelo menos, duas pessoas com diferentes áreas de conhecimento: a de um modelista e a de um fabricante de amostra, duas funções que nos últimos tempos têm sido muitas vezes fundidas em uma só.” O principal argumento deste estudo de caso é: “Volte ao básico e restabeleça um estúdio de protótipo”, aconselha Ribera. “Em vez de ser equipado com máquinas de costura operadas por costureiras, o estúdio é virtual. Você ainda pode fazer um ou dois protótipos físicos, mas não vai precisar de mais do que isso. Este processo de 3D, que otimiza o modo como as equipes trabalham em conjunto, pode ser alcançado por meio de uma gestão de mudança.” Um caso em questão: Prototipagem virtual 3D | 20 A mudança sustentável bem-sucedida requer visão holística e informação da indústria. Para ter essa perspectiva, nosso grupo de especialistas concorda que peritos do setor e em gestão de mudança são ativos valiosos no processo de transformação das empresas de moda e confecção. Para Lewis, consultorias externas ajudam as empresas a avançar, apesar das limitações de tempo da indústria de hoje. “As empresas têm que fazer malabarismos com todas essas enormes mudanças que estão ocorrendo, acompanhando o andamento diário da empresa. CEOs e altos diretores estão se concentrando em apenas acabar o dia. Eles precisam de ajuda, pois não têm tempo de voltar atrás e fazer uma pausa para ver o que precisam fazer em seguida, qual deve ser sua estratégia e como executar taticamente o negócio”. “Como qualquer grande empresa, as empresas de moda precisam de apoio”, aconselha Mattia. “Elas precisam de práticas recomendadas e entender o que seus colegas estão fazendo. O imperativo da mudança não só representa projetos com benefícios de maior potencial, como também com os maiores riscos.” O CEO do TAL Apparel Group, Roger Lee, faz uma distinção entre conhecimento “interno” e “externo”: “Nós não usamos um monte de consultores. Sentimos que as áreas especializadas - marca, design, competências centrais - são o núcleo de nossa marca e que devemos dominar isso. Mas para coisas como sistemas de TI, que não são uma competência essencial, a ajuda é muito bem-vinda. O CEO reconhece que o conhecimento especializado é necessário. “Você tem que entender o sistema e como fazê-lo funcionar em um ambiente específico. Você precisa ter o conhecimento necessário para chegar a um processo que funcione. Já vi projetos falharem após um ano ou dois porque não havia conhecimento e um monte de coisas não deram certo durante a execução.” O apoio externo também é uma forma suave de acalmar a hostilidade com a mudança. Wragg da Tesco conclui: “Precisamos de ajuda para mudar, especialmente quando confrontados com a resistência. Os especialistas em gestão de mudança estão acostumados a lidar com os problemas que podem surgir. Todos nós somos responsáveis por muitas coisas, então sim, precisamos de pessoas para nos ajudar”. GESTÃO DE MUDANÇA: A NECESSIDADE DOS PRINCIPAIS ESTUDOS E PRÁTICAS RECOMENDADAS Bruno Mattia Diretor de contas de moda estratégicas, Lectra | 21 Os projetos de tecnologia eficazes são também projetos de mudança, pois requerem a redefinição de processos, mentalidades, conjuntos de habilidades e organização. Uma vez que a necessidade de transformação é reconhecida, um projeto de tecnologia pode fornecer a estrutura para alavancar a mudança. Mattia atesta dois casos em que a aplicação do Lectra Fashion PLM trouxe mudança nas principais marcas internacionais de vestuário. “Ambas as empresas estavam completamente conscientes de que o projeto PLM também era uma maneira de iniciar a mudança”, explica ele. “Se a administração apenas declara: ‘Nós vamos mudar’, pode ser complicado para a equipe, enquanto que se disserem ‘Vamos instalar uma nova ferramenta’, a mudança fica menos assustadora. Com PLM, sabemos como encapsular processos e suas evoluções necessárias dentro de uma solução, apoiada por tecnologia”. Seu ponto de vista é compartilhado por Ribera. “Implementar um sistema PLM é uma grande mudança por si só, por isso faz sentido repensar a organização de ponta a ponta para aproveitar ao máximo o projeto”, acrescenta. Quando perguntado se a tecnologia pode ser um facilitador para a mudança, Wragg simplesmente afirma: “Sim, com certeza. Estamos colocando um novo sistema de TI para mesclar as duas plataformas de negociação no Reino Unido e na Europa Central e, embora seja difícil começar, as equipes sabem que isso ajudará sua carga de trabalho em última análise, então nossos colegas reagem de forma muito positiva. A maioria dos grandes varejistas está constantemente passando por mudanças, por isso todos nós temos que ser o mais eficientepossível. Então, se a mudança pode minimizar o trabalho sem valor agregado, vamos fazê-lo o mais rápido possível, permitindo que nossos colegas se concentrem nas tarefas que realmente agregam valor.” LIDERANÇA, O MOTIVADOR DA MUDANÇA TECNOLOGIA: UMA ESTRUTURA DE MUDANÇA A maneira como a mudança é gerenciada determina o seu sucesso. No comando de qualquer equipe eficiente de gestão de mudança, há um líder que é responsável por dar uma visão mais ampla a todas as partes interessadas e demonstrar resultados de negócios claros dentro de prazos definidos. Para Daili: “A mudança deve ocorrer de cima para baixo.” Lee concorda que os líderes são cruciais para a mudança e que o seu reconhecimento da necessidade de mudança é uma força motriz: “Eu acho que isso depende de quão rapidamente os líderes em uma indústria compreendem a necessidade de mudar.” Ribera defende “uma combinação de abordagens de cima para baixo e de baixo para cima. Para impulsionar a mudança com sucesso, os líderes precisam do compromisso de quem está tornando a gestão de mudanças uma realidade”. Jacomet concorda: “É muito importante durante um período de mudança trabalhar com aqueles no nível abaixo. A comunicação interna é fundamental”. | 22 RESUMO A indústria da moda e confecção é atormentada pela imprevisibilidade, e também tem ela como base. Visão, perspectiva e uma estrutura organizacional clara são necessárias para fazer da mudança um processo controlado e benéfico, enquanto as práticas recomendadas e a experiência ajudam a suavizar os riscos inerentes a qualquer iniciativa de mudança. Na indústria de moda e confecção em ritmo acelerado, dar um passo para trás e refletir é difícil. Os especialistas em gestão de mudanças podem ajudar a facilitar a transformação através das práticas recomendadas e aprendizados fundamentais para combater a resistência em nossa indústria avessa à mudança. Para transformar com sucesso, os líderes precisam adotar suas visões de mudança, motivando suas equipes a fazer o mesmo. Deve haver uma ligação clara entre a visão de longo prazo da gerência e as ações concretas da iniciativa de mudança: resultados mensuráveis ajudam a convencer as partes interessadas e desafiam a resistência natural do ser humano para mudar, limitando o risco. A tecnologia se tornou uma ferramenta fundamental para qualquer empresa de moda ou vestuário que tem como objetivo manter a competitividade no mercado de hoje e pode ser um poderoso catalisador para a mudança. | 23 PARTE 3: TRANSFORMAÇÃO BEM SUCEDIDA NA MODA Foco no PLM | 24 Muitas empresas de moda dependem de métodos de desenvolvimento de produtos obsoletos que já não estão adaptados à velocidade e à novidade exigidas no mercado pós fast fashion de hoje. Sistemas organizacionais ineficientes também são uma barreira comum para inovação, impedindo a comunicação entre departamentos e restringindo a visibilidade que os gerentes necessitam para tomar decisões rápidas. Com base na experiência adquirida a partir do trabalho ao lado de alguns dos mais respeitados nomes da moda no mundo, o Lectra Fashion PLM (Gerenciamento de ciclo de vida do produto) é um modelo de mudança que foi desenvolvido em resposta a esses tipos de desafios. Ao conectar pessoas, processos e produtos, o Lectra Fashion PLM funciona como um catalisador para redefinir o espaço estratégico e otimizar as operações. A Lectra trabalha para modernizar um modelo de negócios de moda em toda a cadeia de valor, desde o design à produção, oferecendo máximo controle sobre inovação de produtos, qualidade e custo. Integrar o Lectra Fashion PLM em uma organização requer uma preparação para a mudança, passo a passo. A transformação é um processo contínuo; há várias etapas importantes antes e após o evento central da implementação. LECTRA FASHION PLM: UM MODELO DE MUDANÇA Para integrar com sucesso o Lectra Fashion PLM, uma empresa de moda precisa de um modelo de mudança que desenhe um caminho tangível entre as práticas atuais e os objetivos futuros. Estes projetos são baseados em três componentes principais: expertise, abordagem e tecnologia. Expertise A Lectra foi fundada na década de 1970, com os grandes avanços de CAD e CAM, e desde então tem evoluído constantemente, desenvolvendo-se através das mudanças sócio-econômicas tecnológicas que foram moldando a indústria da moda. Operando em todos os segmentos, como lingerie, moda infantil, luxo, fast fashion e outros, a Lectra entende as nuances que definem cada segmento de mercado e seus produtos. As equipes são compostas por especialistas de 50 nacionalidades, que, coletivamente, falam 40 línguas, refletindo o âmbito internacional da indústria da moda. Recrutados de empresas líderes de moda e de TI, os perfis desses especialistas variam desde gerenciamento de projeto e modelagem até desenho técnico e engenharia de produto. EXPERTISE, ABORDAGEM E TECNOLOGIA | 25 Abordagem Com base na experiência do setor e na visão de mercado, a metodologia completa do projeto da Lectra foi desenvolvida para garantir uma transição suave das formas de trabalho antigas para as novas. Para acelerar o desempenho e aproveitar a expertise interna, as equipes precisam manter-se alinhadas para assimilar novas formas de trabalhar. Às vezes, a reengenharia do processo deve ocorrer em paralelo com a reorganização da equipe para uma preparação adequada para a introdução da nova tecnologia PLM. A adoção de um modelo de negócio mais ágil também oferece às empresas uma visão clara das operações, o que lhes permite monitorar o desempenho. Esta abordagem pragmática engloba os aspectos tecnológicos, organizacionais e humanos das mudanças. O elemento humano não pode ser subestimado e as equipes devem ser apoiadas através de métodos de comunicação e treinamento. As técnicas de gestão de mudança garantem que a equipe entenda suas novas funções e as expectativas em relação às novas formas de trabalho. Fazer os funcionários se sentirem confiantes e competentes reduz a possibilidade de estresse relacionado à mudança e rejeição do sistema. Tecnologia Depois que um plano de implementação claro é colocado em prática, a tecnologia pode ser introduzida para aumentar a produtividade e apoiar a longevidade. Os complexos desafios de gerenciamento de hoje, tais como: produzir mais SKUs, mais linhas ou tamanhos de produtos, expandir geograficamente, melhorar o caimento e coordenar fornecedores de maneira eficaz, seriam impossíveis de superar sem tecnologia. Qualquer tecnologia introduzida em uma empresa de moda deve ser avançada o suficiente para acomodar diversas funções operacionais, como a moda e o design têxtil, placas e desenho técnico, desenvolvimento de caimento, pacotes de especificação, cenários de custo, feedback e conformidade de fornecedor e marcos do calendário. O Lectra Fashion PLM utiliza tecnologias de ponta para revolucionar as práticas de trabalho, facilitando a colaboração, a sincronização e a troca de informações. Como o Lectra Fashion PLM originalmente integra vários elementos necessários para o desenvolvimento de vestuário - incluindo moldes, medidas, comprimentos de risco, consumo de materiais e valores de cor, tais como: marketing, técnica e espectral - os meta dados podem ser usados para simplificar e agilizar o processo de desenvolvimento de coleção. As informações podem ser vinculadas ao planejamento de coleção, financeiro e de produtos. O desenvolvimento de produtos lean integra modelagem inteligente e prototipagem virtual 3D para o desenvolvimento mais rápido de estilo e amostragem reduzida. O design têxtil e o gerenciamento de cores originalmente integrados ajudam a produzir tecidos inovadores para conduzir projetos inventivos. Todas essas funções ajudam as empresas a gerenciar coleções mais complexas enquanto reduzem o timeto market. O resultado não só gera um processo melhorado, como também um produto melhorado. | 26 O Lectra Fashion PLM é flexível e multidimensional, e pode, portanto, ser aplicado a diferentes modelos de mudança que são projetados de acordo com as necessidades específicas e o setor de atividade de uma empresa. Aprimorando um modelo de negócio fast fashion Uma empresa de fast fashion européia que desenvolve coleções desde a concepção até a produção, entregando mais de 6 milhões de peças por ano procurou a Lectra para obter uma solução que modernizasse seus sistemas e suportasse sua crescente carga de trabalho. Seu modelo de negócio de fast fashion conta com 3 fatores importantes: tendência de roupas, preços acessíveis e grande variedade. Produzindo cerca de 18 coleções por ano, eles precisam de uma cadeia de suprimentos altamente responsiva. As empresas de fast fashion gerenciam produtos novos, em lançamento e atualizados simultaneamente. Isso requer maneiras diferentes e simultâneas de trabalho para entregar novos produtos várias vezes por semana, se não diariamente. No entanto, tão importantes quanto o tempo, são o design e o caimento. A empresa em questão não queria prejudicar a fidelidade de seus consumidores à marca criando produtos de má qualidade - mesmo que pudesse colocá-los nas lojas em tempo recorde. Ao facilitar a comunicação, o Lectra Fashion PLM atua como uma ponte que conecta design, desenvolvimento de produto e os outros departamentos da empresa, ajudando-os a agilizar o processo de desenvolvimento da coleção. De acordo com um dos gerentes de projeto da empresa, o PLM “permite que designers de moda, modelistas e funcionários que trabalham na produção falem a mesma língua”, resultando em produtos excepcionais. Essa empresa acelerou o processo global de desenvolvimento, conseguindo colocar uma coleção desde design de produto até a produção do vestuário em menos de 7 dias. “A tecnologia nos dá uma grande vantagem quando se trata de velocidade”, conclui o fundador e presidente “Temos metas ambiciosas de crescimento e precisamos ser rápidos e competitivos para alcançá-las. Trabalhar com a Lectra nos ajudou a atingir esses objetivos.” UM MODELO DE MUDANÇA: CAMPEÕES DA TRANSFORMAÇÃO | 27 Um projeto de transformação bem-sucedido O segundo caso diz respeito ao apoio de uma ambiciosa estratégia de crescimento nacional e internacional. Uma empresa que fabrica vestuário de alta qualidade procurou a Lectra para obter uma solução que simplificasse seu sistema de desenvolvimento de produtos e permitisse aproveitar a história do produto para tomar decisões sobre as futuras coleções. A empresa não só travou uma luta por conta própria para acelerar o time to market e tornar-se mais ágil, como também tentou proteger o patrimônio de sua marca ao buscar uma expansão para o mercado externo. Eles tinham simplesmente crescido além de sua estrutura organizacional, o que significava que seus processos eram excessivamente complicados e lentos. Em suas tentativas de manter os elevados padrões de qualidade e design da marca através de uma gama de estilos cada vez maior, as diferentes equipes criaram suas próprias técnicas individuais, com frequência altamente manuais, para controlar cada produto conforme a mudança de conceito e desenvolvimento para produção. Como resultado, as pessoas contavam com bancos de dados pessoais contendo um grande número de arquivos duplicados, dados incompletos, fluxos de trabalho confusos e informações erradas. À medida que o projeto se desenvolvia, ficava claro como esse processo excessivamente longo e complexo estava prejudicando o crescimento da empresa. A Lectra forneceu um modelo de mudança que permitiria ganhar em reação, flexibilidade e produtividade. O PLM remove a carga de tarefas administrativas, permitindo que as equipes criativas, os designers e os modelistas se concentrem em reforçar o valioso DNA da marca. Ao eliminar trocas supérfluas e demoradas, o processo de desenvolvimento de produto é otimizado de tal forma que a empresa será capaz de aumentar sua capacidade de produção. O Lectra Fashion PLM também atua como uma plataforma centralizada em que todos os dados do produto podem ser armazenados e acessados para análise, permitindo que a empresa aproveite sua própria história icônica. A visibilidade geral significa que informações detalhadas e atualizadas estão prontamente disponíveis. O custo, por exemplo, é simplificado o que, por sua vez, pode facilitar as negociações com fornecedores, pois unidades projetadas, cores e prazos de entrega são claramente delineados. Desta forma, o Lectra Fashion PLM impulsiona ideias rentáveis, pois fornece aos gerentes as ferramentas para acelerar o processo de tomada de decisão. As informações da avaliação inicial realizada pela Lectra foram usadas para antecipar o impacto que o PLM teria sobre as atividades cotidianas dos funcionários e elaborar um plano de gestão de mudanças. Assim, os líderes eram treinados primeiro em como comunicar de forma eficaz as próximas mudanças e antecipar o treinamento necessário para garantir que o projeto fosse facilmente integrado e aceito pela equipe. Substituir o sistema obsoleto e reorganizar a estrutura da equipe criou um fluxo de trabalho fluido que gerou uma transformação genuína em toda a empresa. | 28 A implementação da tecnologia é apenas uma parte do processo de mudança. A primeira fase de um modelo de mudança envolve definir o escopo do projeto, ou descoberta, a fim de entender como a organização, o processo e o gerenciamento de desempenho atualmente se entrelaçam. Às vezes, as equipes ficam tão envolvidas em sua própria visão diária das coisas que não sabem realmente como o trabalho é feito. É, então, muito importante compartilhar a visão de onde, como e o porquê as melhorias podem ser feitas. A adesão da equipe, adquirida pela gestão de mudança, serve como uma estrutura valiosa. Os princípios de gestão de mudança da Lectra servem como um guia ao longo de todo o processo de transformação, ajudando as empresas a passar do estado atual (como o negócio funciona hoje) para o estado futuro (onde estará). GUIA DE INTRODUÇÃO: ABORDANDO A MUDANÇA PELO ÂNGULO CERTO | 29 POR QUE A LECTRA? Com sua história no setor da moda, a Lectra está em uma posição ímpar para apoiar empresas de moda nos desafios complexos que estão enfrentando no mercado atual. A expertise baseada em tecnologias específicas à moda, oferece uma abordagem de ponta a ponta para o desenvolvimento de roupas, cobrindo desde design de moda e tecidos até o desenvolvimento de produtos, gestão de coleções e produção. As soluções Lectra são movidas pelas verdadeiras necessidades dos clientes e da indústria. Os especialistas Lectra vêm de todos os segmentos da indústria e culturas do mundo e, portanto, trazem uma nova perspectiva para a solução de problemas. Com suporte mundial vindo de cinco centrais de atendimento internacional, nós fornecemos o conhecimento e as ferramentas necessárias para apoiar os projetos de mudança e atingir objetivos como entrada no mercado, custo, melhorias em qualidade, inovação e crescimento do negócio. A Lectra também ajuda a garantir que a mudança seja sustentável e que a tecnologia colha benefícios a longo prazo. A Lectra permite que as empresas de moda façam produtos melhores, com mais rapidez. | 30 BIBLIOGRAFIA Antonioni, Stefano, Diretor de operações, AEFFE. Agosto de 2014. Artigas, Manuela and Calicchio, Nicola. How half the world shops: Apparel in Brazil, China, and India. November 1, 2007. http://www.mckinsey.com/insights/consumer_and_retail/how_half_the_world_shops_apparel_in_brazil_china_and_india (accessed August 28, 2014). Berfield, Susan and Baigorri, Manuel. Zara’s Fast-Fashion Edge. November14, 2013. http://www.businessweek.com/ articles/2013-11-14/2014-outlook-zaras-fashion-supply-chain-edge (accessed August 24, 2014). Bowles, Esteban and Srikanth, Sanjay. Stop the Roller Coaster in Apparel Sourcing. October 1, 2011. http://www.atkearney. com/paper/-/asset_publisher/dVxv4Hz2h8bS/content/stop-the-roller-coaster-in-apparel-sourcing/10192 (accessed August 28, 2014). Business of Fashion . Introducing the BoF500. 2013. Chen, Yujian, interview with Lesley Shen and Eveline Shi. Chairman of Sinoer Men’s Wear (August 2014). Conti, Samantha. “Courting the Customer More Crucial Than Ever.” Women’s Wear Daily, July 21, 2014: 1,6-8. Curtis, Sophie. Online retailer Alibaba planning ‘bricks-and-mortar’ stores. March 31, 2014. http://www.telegraph.co.uk/ technology/news/10734097/Online-retailer-Alibaba-planning-bricks-and-mortar-stores.html (accessed August 28, 2014). Daili, Zhang, interview with Lesley Shen and Eveline Shi. General Director of Red Collar (August 2014). de la Cruz Iglesias, Carmen. Zara: an analysis of market-oriented supply chain management in the retail fashion industry. Norderstedt: GRIN Verlag GmbH, 2009. di Rosa, Marc. “La nouvelle démocratie de la mode.” Stratégies, February 3, 2011. Friedman, Arthur. “Production Playing Field Leveling Out Worldwide.” Women’s Wear Daily, July 29, 2014: 8-9. Gardner, Hannah. “Niche Luxe Brands Seek Growth in China.” Women’s Wear Daily, July 14, 2014: 9. Gelles, David, Tabuchi, Hiroko and de la Merced, Michael J. Alibaba’s American Aspirations. May 23, 2014. http://www.nytimes. com/2014/05/24/business/alibaba-plans-11-main-online-market-geared-toward-americans.html?_r=0 (accessed August 28, 2014). Gereffi, Gary. Outsourcing and Changing Patterns of International Competition in the Apparel Commodity Chain. April 4, 2002. http://www.colorado.edu/ibs/pec/gadconf/papers/gereffi.html (accessed August 24, 2014). Hall, Casey. “The Changing Chinese Aesthetic.” Women’s Wear Daily, July 28, 2014: 10. Lee, Roger, interview by Kate Robinson. CEO of TAL Apparel Limited (July 26, 2014). Lewis, Robin and Dart, Michael. The New Rules of Retail. New York: Palgrave Macmillan, 2010. Lewis, Robin, interview with Laura Gelis. CEO and Editorial Director of The Robin Report (July 2014). Millet, Romain, interview by Laura Gelis. Directeur Général de Cache-Cache (July 24, 2014). Moin, David. “Lord & Taylor to Add Two Concept Shops.” Women’s Wear Daily, July 22, 2014: 1, 4. “Wal-Mart Names Foran to Lead U.S. Business.” Women’s Wear Daily, July 25, 2014: 1,9. Perry, Joanna. Technology in Fashion Report. Industry, London: Drapers, 2013. PintoI, Marcelo Machado Barbosa and de SouzaII, Yeda Swirski. From garment to fashion production: an analysis of the evolution of the apparel industry in Brazil. July/September 1, 2013. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1807-76922013000300005 (accessed August 28, 2014). The Economist. Chinese consumers; Doing it their way. January 25, 2014. http://www.economist.com/news/ briefing/21595019-market-growing-furiously-getting-tougher-foreign-firms-doing-it-their-way (accessed August 28, 2014). Wragg, Alan, interview by Sherralynn Blanquet du Chayla. Category Technical Director at Tesco (July 17, 2014). Young, Viki M. “Adapting and Reacting.” Women’s Wear Daily, October 9, 2013: 7. Ziv, Yuli. Season of Change. Marston Gate: Yuli Ziv, 2013. | 31 OBRIGADO À TODOS QUE PARTICIPARAM DESTE DOCUMENTO DE LIDERANÇA INOVADORA. Antonioni, Stefano, Diretor de operações da Aeffe, Itália Daili, Zhang, Presidente e proprietário da Qingdao Red Collar Clothing, China Jacomet, Dominique, Diretor geral do Institut Français de la Mode (IFM), França Lee, Roger, CEO da TAL Apparel, Hong Kong, China Lewis, Robin, Editor chefe do Robin Report, EUA Millet, Romain, CEO de moda feminina da Cache Cache, França Wragg, Alan, Diretor técnico de F&F, Tesco, Reino Unido Gabelle, Geoffrey, Gerente de serviços de consultoria, Lectra Gonnot, François, Analista de marketing, Lectra Mattia, Bruno, Diretor de contas de moda estratégicas, Lectra Ribera, Philippe, Diretor de marketing de software, Lectra
Compartilhar