Buscar

seção 3 - penal NPJ II

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DE CONCEIÇAO DO AGRESTE-CE
AUTOS Nº: xxxxxxxxxxx
Zé da Farmácia, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu procurador ao final subscrito, vem respeitosamente e tempestivamente perante esse juízo, com fulcro no Art. 581,I, do Código de Processo Penal, Brasileiro, oferecer
CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO
Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do Ministério Público do Ceará, contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, onde rejeitou o pleito da denuncia, considerando-a inepta e sem justa causa e, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.
Termos que
Aguarda deferimento.
Local, data
Advogado/OAB ___/____
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Autos Nº:xxxxxxxxxxxx
Recorrente: Zé da Farmácia
Recorrido: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE CEARÁ
COLENDA TURMA
DOUTO JULGADORES
NOBRES PROCURADORES
1- PRELIMINARES
O recorrente vem, PRELIMINARMENTE, arguir que no caso em epigrafe, o recurso cabível seria APELAÇÃO, contrariando o recurso suscitado pelo nobre representante do Ministério Público Estadual, segundo preceitua o Art. 581, do código de processo penal, o recurso cabível contra decisões interlocutórias seria o Recurso em sentido Estrito, que, no caso em tela, não poderia ser aplicado, pois se trata de decisão com força definitiva proferida pelo juiz de piso, devendo ser atacada pelo Art. 593, II, do código penal. Logo o ora requerente vem pedir que NÃO CONHEÇA O PRESENTE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO APRESENTADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.
Sobre a Matéria a Suprema Corte já decidiu:
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I -O entendimento pacífico desta Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II - No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 24/05/2018 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 30\05\2018, extrapolando o prazo legal, previsto no art. 586 do CPP. III - Agravo Regimental não conhecido. (STJ nos Embargos de Divergência em Resp. n.º 1.187.916-SP \ Relatora Ministra Regina Helena Costa. 27/11/2013, grifo nosso)
2- DAS CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
2.1- INTRÓITO
O Exmo. Sr. Juiz entendeu ausentes os indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa, uma vez que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do artigo 288 do CP, por não existir o caráter de estabilidade e durabilidade indispensável para a caracterização da referida associação. O promotor de Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE, ao ser intimado desta decisão (em 24 de maio de 2018), inconformado, interpôs, em 30 de maio de 2018, recurso em sentido estrito, com fundamento no artigo 581, I do CPP.
Em suas razões recursais, requereu a reforma da decisão para que a denúncia seja recebida também em relação ao crime de Associação criminosa, sob o argumento de que, por se tratarem todos os denunciados de membros da Câmara dos Vereadores, havia estabilidade e durabilidade na associação. Ao receber o recurso interposto pela acusação no dia 05 de junho de 2018, o juízo de primeira instância intimou a defesa de Zé da Farmácia para apresentar a medida cabível, dentro do prazo legal.
O promotor de Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE, ao ser intimado desta decisão (em 24 de maio de 2018), inconformado, interpôs, em 30 de maio de 2018, recurso em sentido estrito, com fundamento no artigo 581, I do CPP.
Absolutamente respeitáveis e procedentes as considerações judiciosas perfilhadas pelo MM. Julgador, que esperamos sejam aquinhoadas por este nobre juízo, pelas razões que passaremos a expor.
3- DO MÉRITO E DO DIREITO
Em perfeita consonância com a decisão proferida pelo MM. Juiz de piso, não resta evidenciado a prática do delito que o Ministério Público-CE insiste em denunciá-lo, atropelando as normas do direito, pois resta claro que não houve a conduta atribuída ao ora recorrente, pois não foram demonstrados na denúncia elementos que embasem o pleito do ora recorrido, também não sendo comprovada a suposta prática de associação criminosa a ele imputada.
De acordo com artigo 581 do Código de Processo Penal, é possível observar que caberá recurso em sentido estrito conforme a baixo citado: 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV - que pronunciar o réu;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto requer a esta ilustre Corte:
Que a ilustríssima Corte não reconheça o recurso em sentido estrito apresentado pelo Ministério Público.
Que seja mantida a respeitável decisão impugnada, que, aliás, sustenta-se por seus próprios fundamentos, aqui tão-somente expandidos, negando-se provimento ao recurso do Ministério Público, com o que se preservará a Justiça.
Termos em que
Pede deferimento
Conceição do Agreste, 07 de junho de 2018
Advogado/OAB ___/____

Continue navegando