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Farmacologia do Sistema Nervoso Central Neurotransmissores: Informações químicas que modulam todas as informações do SNC, seja para ativar ou inibir determinada atividade ou desencadear eventos. Considerações Gerais: A função cerebral constitui o único aspecto mais importante da fisiologia que define a diferença entre os seres humanos e outras espécies. Os distúrbios da funçao cerebral representam um importante problema em nossa sociedade e um campo no qual a intervenção farmacológica desempenha um papel-chave. A importância de se estudar o SNC se pauta no fato que esse sistema é muito mais complexo do que qualquer outro sistema do organismo, tornando muito mais difícil o conhecimento dos efeitos dos fármacos. Aplicações químicas: Os fármacos com ações no SNC tem valor terapêutico inestimável. Dentre as alternativas terapêuticas, são capazes de: aliviar a dor, reduzir a febre, abolir movimentos desordenados, induzir o sono, induzir a excitação neural, diminuir apetite, aliviar ânsia de vômitos, reduzir e tratar a ansiedade, tratar a depressão, tratar a mania, tratar esquizofrenia, reduzir o avanço de doenças degenerativas..... E, podem exercer esses efeitos sem alterar a consciência. As ações dos fármacos que agem direto do SNC podem trazer benefícios terapêuticos para diversos tipos de distúrbios. Fármacos que agem no SNC: Os fármacos que agem no SNC foram alguns dos primeiros a serem descobertos por seres humanos primitivos e ainda são o grupo mais amplamente usado de agentes farmacológicos. Os mecanismos pelos quais vários fármacos atuam sobre o SNC nem sempre foram bem compreendidos. Nas 4 últimas décadas, contudo, avanços bem significativos foram feitos e já é possível descrever a ação de um fármacom em células isoladas e mesmo em canais iônicos isolados dentro das sinapses. Quase todos os fármacos com efeitos sobre o SNC agem em receptores específicos que modulam a transmissão sináptica. Os fármacos estão entre as ferramentas mais importantes para o estudo de todos os aspectos da fisiologia do SNC. Decifrar as ações dos fármacos com eficácia clínica conhecida tem levado a algumas das hipóteses mais úteis com relação aos mecanismos de doenças. Ex: Na depressão, o uso de fármacos que aumentam a disponibilidade de Serotonina, ajudaram a explicar a etiologia da doença. Ação de Fármacos no Sistema Nervoso Central: Ao SNC também se aplicam os tipos básicos de alvos para fármacos, que são: canais iônicos, receptores, enzimas e proteínas transportadoras. Muitos dos fármacos neuroativos, atualmente disponíveis, são relativamente inespecíficos, afetando diversos alvos diferentes, sendo essa a principal causa dos grandes efeitos adversos/colaterais da ação dos fármacos no SNC. A relação entre o perfil farmacológico e o efeito terapêutico dos fármacos neuroativos é frequentemente incerta. Certos grupos de fármacos podem servir para tratar doenças distintas da sua função original. Neurotransmissores: Os alvos identificados para ação famacológica no SNC incluem: Canais iônicos – que medeiam as alterações da excitabilidade neuronal induzida pelos neurotrasmissores. Ex: O receptor de GABAA é um canal iônico de Cl-, regulado por um ligando. Receptores de neurotransmissores – aos quais os fármacos se ligam para desencadear respostas biológicas. Ex: Receptor dopaminérgico, específico para a dopamina. Proteínas transportadoras – qua recaptam o neurotransmissor liberado. Ex: NET, SERT e DAT (transportador de Noradrenalina, Serotonina e Dopamina, respectivamente). Enzimas sinápticas: que degradam os neurotransmissores liberados. Ex: COMT (Catecol O- metiltransferase) - é uma das muitas enzimas que degradam as catecolaminas (Nor, Ser, Dop); MAO (Monoamina Oxigenase – também metabolizam as catecolaminas). Sinalização celular e transmissão sináptica: A transmissão química célula-célula no SNC se dá por ações específicas de neurotransmissores e requer algumas etapas para sua efetivação: 1. Síntese: A grande maioria dos neurotransmissores são sintetizados nos corpos celulares e tranportados para os terminais nervosos. 2. Armazenamento: Armazenados em vesículas internas no neurônio. 3. Liberação: A liberação do neurotransmissor se dá por exocitose. A despolorização resulta no influxo de Ca2+, que gera uma ancoragem da vesícula com a membrana, ocasionando na liberação do neurotransmissor. 4. Reconhecimento: Os receptores específicos reconhecem o neurotransmissor nas células pós sinápticas e desencadeia a transdução do sinal para o neurônio seguinte. 5. Término da ação: Uma série de eventos podem interromper a ação trasmissora, como a hidrólise do neurotransmissor (pela COMT, por exemplo) e a sua receptação por transportadores específicos, como o NET, SERT e DAT. Comunicação Química do SNC: A comunicação entre neurônios do SNC ocorre por meio de sinapses químicas envolvendo os neurotransmissores, na maioria dos casos. Essa comunicação, de um modo geral, ocorre da seguinte maneira: Um potencial de ação do neurônio pré- sináptico se propaga para o terminal sináptico e ativa os canais de cálcio, sensíveis à voltagem na membrana do neurônio. O cálcio flui para o interior o neurônio e promove a fusão das vesículas sinápticas para fora do neurônio (sinapse). O neurotransmissor é liberado e se encontra com a membrana do neurônio pós sináptico, ocorrendo a ativação deste neurônio e a propagação da informação. Neurotransmissores: Alguns neurotransmissores são de grande importância para o estudo do funcionamento dos fármacos no SNC. Estes são sintetizados em diversos locais do encéfalo ou medula espinhal. Hipótese da especificidade química neuronal: atribuída ao farmacologista Dale (Henry Dale), propõe que um determinado neurônio libera a mesma substância transmissora em todas as suas terminações sinápticas. Essa hipótese explica algumas particularidades (por exemplo, doenças degenerativas), mas ainda não está claro a completude dessa hipótese, pois já há comprovações que um único neurônio pode liberar mais de um neurotransmissor. Um conceito fundamental da neurofarmacologia é o de que os fármacos que influenciam o comportamento e melhoram o estado funcional dos pacientes com doenças neurológicas ou psiquiátricas atuam aumentando ou atenuando a eficácia de um transmissor e canal ou de uma combinação deles. Os neurotransmissores serão discutidos em seguida, são divididos em grupos de substâncias dentro de categorias químicas, como: aminoácidos, aminas e neuropeptídeos GABA, Glutamato e Aspartato: No SNC, há altas concentrações de alguns aminoácidos funcionais para transmissão neural. Se destacam em quantidade e importância, o Glutamato, o Aspartato, e o GABA . O Glutamato e o Aspartato produzem excitação generalizada, enquanto que o GABA causam inibição das funções do SNC. Dentre as aplicações clínicas relevantes, se destacam os efeitos do GABA. Os neurônios que liberam GABA estão presente em todo o SNC, incluindo a medula espinhal. Promove ação de inibição geral do SNC. Neurotransmissores – Aminoácidos GABA (Ácido gama amino butírico) Dados substanciais sustentam a noção de que esse aa medeiam as açoes inibitórias dos interneurônios locais do cérebro e também possa mediar a inibição pré-sináptica na medula espinal. Além disso, o GABA medeia a ação inibitória do córtex cerebral e entre o núcleo caudal e a substância negra. A enzima responsável por catalizar esse aa é a ácido glutâmico descarboxilase, responsável por catalizar a síntese desse aa a partir do ácido glutâmico. É o principal neurotransmissor inibitório do SNC. É um aminoácido funcional. Suas ações inibitóriasestão comprovadas em todas as porções do SNC, incluindo a medula espinal. Os receptores de GABA pode ser divididos em GABAA e GABAB e GABAC Os receptores GABAA são muito considerados para os efeitos clínicos dos tranquilizantes benzodiazepínicos, tendo maior aplicação terapêutica. Já os receptores GABAB são alvos de ação do relaxante muscular baclofeno, possuindo efeitos mais brandos de depressão do SNC. Os receptores GABAC não possuem aplicação clínica elucidada. Substâncias que interagem com o GABA (Agonistas e Antagonista): Tranquilizantes benzodiazepínicos: São agonistas da ação do GABA (se ligam em receptores GABAA). Atuam em um sítio de ligação acessório para facilitar a ação do GABA. Exs: Clonazepam, Bromazepam, Alprazolam, etc Muitas classes distintas de fármacos se ligam a receptores de GABA tendo interações mais brandas, mas ocasionam a depressão do SNC. Dentre elas, temos: alguns antialérgicos, relaxantes musculares e antieméticos. Os antagonistas do GABA ainda não tem aplicação clínica, apenas ação de antídoto em intoxicação por benzodiazepínicos. Promovem ação convulsivante. Glutamato e Aspartato O Glutamato e o Aspartato são encontrados em concentrações muito altas no SNC e exercem efeitos excitatórios potentes nos neurônios em quase todas as regiões do encéfalo. O Glutamato possui maior funcionalidade terapêutica, estando relacionado ao equilíbrio clínico das doenças neurodegenerativas e na esquizofrenia. Os receptores do glutamato são classificados como ionotrópicos, isto é: são canais iônicos controlados por agonistas. Acetilcolina A acetilcolina foi o primeiro transmissor a ser identificado farmacologicamente, em 1914 por Henry Dale. Além de efeitos periféricos, se comprovou a eficácia de suas ações no SNC. A acetilcolina é sintetizada nos terminais axonais a partir da colina e da acetilcoenzima A, numa única reação enzimática, catalisada pela enzima colina-acetiltransferase. A reação produz acetilcolina e libera coenzima A. conforme o esquema a seguir: Colina—Acetil-coenzima A + Colina-O-acetil- transferase → ACETILCOLINA + coenzima A Esse neurotransmissor é inespecífico, podendo agir em receptores muscarínicos que são metabotropicos (em músculo liso, por exemplo) e nicotínicos que são ionotrópicos (placa motora). A ACh é inativada pela acetilcolinesterase, uma enzima que desdobra a acetilcolina em metabolitos inativos de colina e ácido acético. Assim, esta enzima, abundante na fenda ou fissura sináptica tem a função de rapidamente eliminar da fenda sináptica a acetilcolina liberada na sinapse - o que é essencial para o adequado desempenho da função muscular. Aplicações clínica no SNC: Os agonistas que apresentam seletividade funcional para os receptores M1 e M2 foram objeto de desenvolvimento pelos laboratórios farmacêuticos, e alguns foram utilizados em ensaios clínicos para sua aplicação no tratamento do comprometimento intelectual associado a doença de Alzheimer. As vias colinérgicas parecem desempenhar um papel importante nas funções cognitivas, especialmente na memória. Relata-se que a demência pré-senil do Alzheimer está associada a uma perda profunda de neurônios colinérgicos. Já os antagonistas, os alcaloides da beladona e os receptores muscarínicos relacionados são utilizados ha muito tempo no parkinsonismo, podendo ser medicamentos complementares eficazes no tratamento com levodopa. Os antagonistas muscarinícos também são utilizados para tratar sintomas extrapiramidais comuns, como os efeitos colaterais dos medicamentos antipsicóticos. Dopamina A Dopamina (DA) é uma molécula classificada como catecolamina (um catecol ligado à uma etilamina) e está quimicamente relacionada com a melanina. O aminoácido fenilalanina e a tirosina são os precursores da formação da DA. A fenilalanina é convertida em tirosina pela ação da fenilalanina hidroxilase. A conversão da tirosina em L-DOPA se dá pela enzima tirosina hidroxialase e é o passo limitante na síntese de DA. A DA, por ser muito hidrossolúvel, não atravessa a barreira hematoencefálica com facilidade, sendo que a L-DOPA já consegue uma lipossolubilidade suficiente e é convertida em DA no SNC, o que explica sua utilidade clínica. No neurônio dopaminérgico, a DA fica empacotada em vesículas secretoras. Esse empacotamento permite que e a DA seja armazenada em alíquotas facilmente liberáveis e proteje esse neurotransmissor da ação enzimática catabólica ou anabólica. A DA está na mesma via metabólica que sintetiza a Norepinefrina, através da ação da enzima DA-β- hidroxilase. A DA liberada na sinapse está sujeita à eliminação por transporte (pela proteína DAT) ou metabolismo (pela MAO e, posteriormente pela COMT – Catecol-O- Metiltransferase). Os receptores de DA estão divididos em diversas categorias, como: D1, D2, D3, D4, D5 e seus subtipos. A DA, no cérebro, se processa por 4 vias principais: mesolímbica, mesocortical, negroestriatal e tuberoinfundibular, regulando uma variedade de funções da aplicações clínicas, tais como: a) Via mesolímbica e mesocortical – Relacionado com a compensação. Disfunção nessa via está relacionada a dependências (adicção), esquizofrenias e déficit de aprendizado. Importante para as funções cognitivas elevadas, incluindo controle de impulsos. b) A Via negroestriatal é um regulador- chave do movimento. Comprometimento dessa via são evidentes na doença de Parkinson. O retorno dopaminérgico nessa via controla a bradicinesia. c) E, a via tuberoinfundibular regula a secreção de prolactina pela hipófise Neurônios que contém dopamina possuem uma função de equilíbrio das funções do SNC e desempenham um importante papel na função hipotalâmica – hipofisária. A ação terapêutica da Dopamina está associada a uma melhora do quadro parkisoniano. O medicamento Levodopa é um precursor da formação de Dopamina no SNC, ajudando a minimizar os sintomas da doença de Parkinson. Outra ferramenta importante da ação dopaminérgica é a melhora de quadros psicóticos. Noradrenalina (Norepinefrina): Existem quantidade relativamente grande de norepinefrina no hipotálamo e, em algumas áreas do sistema límbico. Contudo, essa catecolamina também está presente na maioria das regiões do cérebro, ocasionando um aumente geral das funções do SNC. Em muitas regiões do cérebro, a norepinefrina aumenta os impulsos excitatórios tanto por mecanismos diretos quanto indiretos. O mecanismo indireto envolve a desinibição, ou seja, os neurônios inibitórios são inibidos, gerando uma ativação. Noradrenalina (Noraepinefrina): Principal neurotransmissor excitatório do SNC e do SNP Autônomo Simpático. Sintetizada pela mesma via que também sintetiza a dopamina, a partir da fenilalanina. Fenilalanina --> Tirosina --> L-Dopa --> Dopamina --> Noradrenalina Metabolizada pela COMT (catecol-o-metil- transferase) e pela MAO (monoamina oxidase). A facilitação da transmissão sináptica excitatória está de acordo com muitos processos comportamentais que são considerados envolvidos nas vias noradrenérgicas, como, por exemplo: a atenção e o despertar. Acredita-se que a transmissão noradrenérgica seja importante nos seguintes processos: a. O sistema de “despertar”, que controla o estado de vigília e estado de alerta; b. A regulação da pressão arterial; c. O controle do humor ( em que a deficiência funcional contribui para a depressão). Os agentes psicotrópicos que atuam na transmissão noradrenérgica do SNC incluem, com representantes mais usuais, os antidepressivos. 5 Hidroxitriptamina (5-HT) – Serotonina A 5-HT é sintetizada a partir do aminoácido essencial Triptofanopelas enzimas triptofano hidroxilase e pela L-5-hidroxitriptofano carboxilase. A primeira converte o triptofano em 5-hidroxitriptofano e a segunda em 5-HT. É a concentração de triptofano que entra em contato com o SNC que influencia a síntese de 5-HT. Portanto, uma dieta balanceada influencia a quantidade de 5-HT produzida. A 5 hidroxitriptofano não é detectada no cérebro, pois sofre rápida descarboxilação, enquanto que o 5-HT acumula-se em vesículas, sendo liberada por exocitose em neurônios serotoninérgicos. A principal via de metabolização da 5-HT envolve a desaminação oxidativa pela monoaminaoxidase (MAO). Essa mesma enzima (MAO) também é responsável pela metabolização das outras catecolaminas: norepinefrina e dopamina. Os fármacos inibidores da MAO (IMAO), como a selegilina, são uma alternativa terapêutica para aumentar a biodisponibilidade desses neurotransmissores, e assim combater algumas patologias, como a depressão e a doença de Parkinson. A Serotonina atua em mais de uma dúzia de subtipos de receptores. Os múltiplos subtipos de receptores 5-HT, compreende a maior das famílias conhecidas de receptores de neurotransmissores. Dentre as funçoes mediadas pelos receptores, podemos destacar: a. Ações Inibitórias ou Excitatórias, a depender do receptor. Tanto ações excitatórias quanto as inibitórias podem ocorrer no mesmo neurônio. b. Ações reguladoras do sono, temperatura corporal, apetite e controle neuroendócrino, cognição, percepção sensorial, o humor, o comportamento sexual. c. Aumentam a resposta de saciedade e prazer no SNC (mais aplicado na terapêutica). A 5-HT recém formada acumula-se rapidamente em suas vesículas sinápticas. Quando liberadas, promovem efeitos em neurônios pós sinapticas e são transportados de volta ao neurônio pré sinápticos por uma proteína transportadora (SERT). A captação (ou recaptação) pré-sináptica constitui um mecanismo importante para inibir a ação da 5- HT no sistema. A MAO exerce um mecanismo de desativação da função da 5-HT. Comportamentos de humor alterados são muito bem reestabelecidos em aumento da produção e/ou liberação da Serotonina, em seus receptores no encéfalo. Muito utilizado nos casos de depressão. Por ex: Fluoxetina, que inibe a recaptação de serotonina da fenda sináptica Manipulação farmacológica da quantidade de 5-HT Um mecanismo muito específico para alterar a disponibilidade sináptica da 5-HT é a inibição da recaptação desse neurotransmissor, através das ações dos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS), como a fluoxetina, paroxetina e citalopram. Ou, pala ação da inibição das ações da MAO, como a reserpina ou tranilcipromina. A sibutramina é uma droga que inibe a recaptação dos 3 neurotransmissores catecolaminérgicos, e é usado como um supressor do apetitie no tratamento da obesidade. Além dela, possuem ação semelhante, a Venlafaxina e a Duloxetina, aprovadas para tratamento de depressão, ansiedade e síndrome do pánico. Manipulação farmacológica da quantidade de 5-HT Outra aplicação clínica envolvendo os receptores 5-HT estão relacionados aos agonistas dos receptores 5-HT. Os agonistas dos receptores 5-HT1A estão relacionados ao controle da ansiedade. Ex: buspirona. Os agonistas dos receptores 5-HT1B/1D, como a sumatriptana, possuem atividades singulares, que resultam em constrição dos vasos sanguíneos intracranianos, que os tornam bastante eficientes ao tratamento da enxaqueca.
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