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CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULISTANO UNIPAULISTANA Curso de Psicologia ADRIELE RODRIGUES DA SILVA RA: 21801251 ELLEN LIMA DA SILVA SENA RA: 21801323 KETTLEN TAVARES PEREIRA RA: 21901398 LARISSA LEMOS RA: 21801319 NAARA SABÓIA DA SILVA RA: 21811309 O SUPORTE DA NUTRIÇÃO PARA O TRATAMENTO DA COVID-19 Campus Madre Cabrini – São Paulo 2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULISTANO UNIPAULISTANA Curso de Psicologia ADRIELE RODRIGUES DA SILVA RA: 21801251 ELLEN LIMA DA SILVA SENA RA: 21801323 KETTLEN TAVARES PEREIRA RA: 21901398 LARISSA LEMOS RA: 21801319 NAARA SABÓIA DA SILVA RA: 21811309 O SUPORTE DA NUTRIÇÃO PARA O TRATAMENTO DA COVID-19 Atividade desenvolvida de estágio básico para a disciplina Psicologia e Saúde, do curso de Psicologia, sob a orientação do Profº Ms. Mauricio Pinto de Godoy. Campus Madre Cabrini – São Paulo 2020 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3 a. Apresentação...........................................................................................................3 b. Tema/Levantamento bibliográfico..........................................................................4 c. Objetivos (Geral e Especifico)................................................................................9 Geral........................................................................................................................9 Especificos...............................................................................................................9 I. ....................................................................................................................9 II. ....................................................................................................................9 III. ....................................................................................................................9 IV. ....................................................................................................................9 2 MÉTODOS.............................................................................................................10 a. Caracterização do sujeito.................................................................................10 b. Instrumentos.......................................................................................................10 c. Procedimentos para coleta de dados................................................................10 3 ANEXOS..................................................................................................................11 CONCLUSÃO........................................................................................................16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................17 3 1 INTRODUÇÃO a. Apresentação O cuidado alimentar sempre foi uma das melhores formas de prevenção de doenças, pensando nisso a gente pode nos questionarmos a importância nutricional em pacientes contaminados com coronavírus. Na nossa atual situação é vital que possamos compreender como nutricionistas agem frente á pandemia e também como ela pode auxiliar em uma possível prevenção. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Partindo deste princípio é notória a necessidade de uma visão holística sobre o indivíduo, nos fazendo considerar a real importância da multiprofissionalidade frente ao combate ao COVID 19. Uma equipe multiprofissional de saúde consiste no trabalho coletivo de diferentes agentes, que se inter-relacionam com suas diferentes visões e ações a respeito de um caso clínico, possibilitando um cuidado mais amplo, resolutivo e humanizado. Entre os desafios trazidos pela pandemia está o de se alimentar bem e com segurança, por isso foi de grande importância procurar compreender como os nutricionistas podem contribuir para um tratamento adequado. Os estudos com relação ao tema do novo coronavírus na área da nutrição ainda são poucos, porém, por acreditarmos na eficácia de boas práticas alimentares como forma de prevenção de doenças, surgiu em nós a motivação de unir referências e informações pertinentes voltadas para este tema, bem como o questionamento: como os cuidados nutricionais poderiam contribuir para um melhor prognósticos de pacientes diagnosticados com o COVID 19? 4 b. Tema/Levantamento bibliográfico Implicações nutricionais da COVID-19 e Risco e avaliação do estado nutricional Essa doença (COVID-19) agrava nos órgãos mais fundamentais para um melhor bem- estar, porém o sintoma que mais preocupa a medicina por grandes complicações, de acordo com a UCI (Unidade de Cuidados Intensivos), é a respiração aguda, trazendo os maiores números de morbilidade de mortalidade em destaque. A UCI é uma área onde se prestam cuidados a doentes com estado de saúde crítico ou que apresentem potencial risco, necessitando de uma vigilância contínua e intensiva. A UCI é um serviço polivalente que recebe doentes das várias especialidades e existem as maiores duração de indivíduos doentes observados nessa área, são documentados como alto nível de causas por perda muscular, ou perda de massas. Agravando por sua vez a má qualidade de vida incapacidade e morbilidade por um período de tempo prolongado, depois de receber a alta da UCI. Uma das maiores importâncias se destaca na avaliação e a intervenção nutricional adequada está validamente documentada para que sejam reduzidas as complicações e melhorar as condições em resultados clínicos, nomeadamente nos indivíduos doentes que ficam na UCI, hospitalizados, com doenças crónicas, e em particular com os idosos. Com base a prevenção o diagnostico e o tratamento da mal nutrição, devem ser dado um passo ao processo de consideração ao tratamento de doentes com COVID-19 para melhorar o prognóstico a curto e a longo prazo. A identificação de risco nutricional deve ser realizada através do Nutritional Risk Screening 2002 (NRS-2002), do qual é obrigatório em Portugal para que haja esse instrumento, melhorando a identificação de tais riscos nos hospitais. Em seguida a ESPEN-European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (Traduzido do inglês - A Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo), trouxe as devidas recomendações também de que preveem a utilização do (MUST) Malnutrition Universal Screening Tool. Esses dois instrumentos utilizados já são validos para os doentes hospitalizados e para os doentes que se encontra dentro de um contexto comunitário. 5 O GLIM por sua vez, trouxe uma proposta em duas etapas para o diagnóstico de desnutrição. Assim, sendo a primeira triagem para identificar o status de risco pelo uso de ferramentas de triagem validadas, como MUST ou NRS-200, e segunda uma avaliação para ser diagnosticado e classificado ou não, da gravidade da má nutrição. A mal nutrição, por ausência nutricional e a fome, foram associadas a um grau alto de gravidade da doença e se destacava na mortalidade na população de jovens. E é possível acreditar que a má nutriçãovem sido a maior contribuição para alta mortalidade observada dentro do contexto de grupe, ou pandemia. E se não for alterado para melhor esses números altos de indivíduos desnutridos, outras complicações futuras podem ser agravadas bastante também pela mal nutrição. Também é destacada a obesidade, causando o aumento de risco de o individuo ser hospitalizado, com situações de pré-obesidades. E esses tais, são alvos também para o vírus da COVID-19, e que a obesidade inibe respostas celulares específicas de células CD8+T o vírus e respostas de anticorpos à vacina sazonal contra a gripe. A prevenção e tratamento da mal nutrição nos doentes infetados com SARS-coV-2 (COVID-19) Para entender e absorver melhor a prevenção e tratamentos da má nutrição é um aspecto onde se levanta crucialmente no tratamento dos indivíduos doentes com COVID. Esses cuja quais não tem uma boa alimentação e o físico bem nutrido, primeiro precisaria reconhecer isso, para que assim estivesse acionando um profissional ao seu favor, que estará juntamente com o individuo otimizando a mal nutrição. Um nutricionista em especifico enfrentaria melhor esse problema com sua profissionalidade, pois visaria toda sua experiência profissional clinica para auxílio do individuo malnutrido. A presença de pelo menos duas doenças crónicas no mesmo individuo, já seria validamente considerado suficiente para que tal receba a definição de “multimorbilidade”. Para doentes com COVID-19 o processo de aconselhamento pode ser realizado de forma telemática, por teleconferências, telefones ou outros meios de comunicação. De tal maneira que possa ser considera adequado ao doente, pois o objetivo é minimizar o risco de infecções de profissionais da saúde para que o vírus não possa ser espalhado. 6 Psicologia, nutrição e a importância do cuidado para a saúde. Percebemos desde sempre como a psicologia esta associada aos comportamentos dos sujeitos e a nutrição é intimamente ligada á alguns desses comportamentos, que, certamente podem apresentar grandes impactos na saúde dessas pessoas. Sabe-se que através da psicologia é possível identificar esses hábitos alimentares. A manutenção da saúde vai depender do comportamento e desempenho de cada sujeito, mas a compreensão disso tudo não é necessariamente suficiente para que o indivíduo assuma suas responsabilidades frente a isso. Um dos hábitos primordiais para uma vida saudável é o cuidado alimentar e para isso não basta apenas ter acesso a informações, pois outros fatores terão influência nesse processo como, por exemplo, os hábitos aprendidos na família, o prazer que determinado alimento oferece para o indivíduo etc. Sendo assim, é necessário ter uma visão do contexto de geral para que haja melhor compreensão e se tenha um olhar psicológico, social e cultural. O aumento da população urbana e a redução da comunidade rural também possui influência na alimentação, a gordura e o sedentarismo estão associados à vida urbana e isso influencia diretamente na saúde dos indivíduos oferecendo contribuição para o desenvolvimento de doenças e a obesidade, inclusive a infantil. A má alimentação também pode levar à deficiência de ferro, cálcio e etc., isso implica em consequências negativas como no desenvolvimento intelectual da criança e em outras idades podem-se desenvolver perturbações do comportamento alimentar, anorexia nervosa, bulimia e à obesidade. Entende-se que alguns hábitos alimentares interagem em como o individuo percebe a própria imagem corporal, ou seja, se em uma determinada sociedade o corpo magro é valorizado entre os jovens será bem provável que se essa pessoa estiver acima do peso ‘’ideal’’ o modo com que ela percebe seu corpo pode ser modificado. A obesidade se dá por conta do excesso de gordura na composição corporal que está associada no desequilíbrio entre estatura e peso. As crianças obesas tendem a posteriormente se tornarem jovens e adultos obesos e a tendência do aparecimento de doenças cardiovasculares é superior ao da população em geral. Mas as consequências são mais amplas atingindo além da saúde em si fatores sociais e psicológicos. Sujeitos restritivos podem ser intendidos por pessoas que passam por varias dietas e que restringem diversos alimentos, controlam o desejo pelo alimento ate não aguentarem mais e comerem demasiadamente. Algumas causas emocionais como ansiedade e 7 depressão, percepções de autoimagem, casos de usos químicos como remédios, sedativos, drogas e álcool podem levar esse individuo a comer muito mais (a restrição alimentar muitas vezes está ligada à obesidade). Enquanto pessoas não restritivas tendem a comer menos nessas situações de causas emocionais. Podemos evidenciar que as mulheres manifestam mais comportamentos ligados à restrição alimentar do que os homens. As crianças obesas geralmente são motivo de chacota pelos colegas de classe e costumam ficar isoladas além de desenvolverem a baixa autoestima. Os obesos muitas vezes são associados a pessoas preguiçosas e lentas, além de na maioria das vezes sofrerem grande rejeição no meio social em que está inserido (escola, trabalho, etc.), com tudo isso o obeso tem tendência a ter aversão e uma espécie de asco do seu próprio corpo. Os obesos são pressionados a emagrecerem a qualquer custo, usando dietas totalmente inapropriadas muitas das vezes, como consequência surge o efeito “ioiô”, ou seja, a pessoa emagrece e engorda em um ciclo que se repete várias vezes, isso pode trazer a tona grande frustração e o sujeito consequentemente pode apresentar sinais de depressão por exemplo. Para que seja possível modificar as percepções de corpo e peso, é de suma importância que este desenvolva entendimento do que esta ingerindo, aprenda também a lidar com os sinais de fome e perceba os sinais de saciedade. As mudanças desses hábitos podem ser muito difíceis na maioria das vezes, porém pode ser muito mais difícil fazer com que eles continuem com essas mudanças. Podemos entender que esses hábitos precisam ser implementados quanto antes, pois hábitos não saudáveis podem causar diversos impactos emocionais e físicos, que dificilmente poderão ser mudados. Compreende-se que existem diversas idades em que as pessoas se tornam mais vulneráveis a alguns comportamentos alimentares ruins (infância e adolescência), apresentarem novos hábitos nessas idades pode servir de grande ajuda para o desenvolvimento de uma consciência alimentar. Na infância, por exemplo, mostrar a criança à importância do consumo de frutas, verduras e saladas como fonte de vitaminas se torna crucial, pois nessa idade se tem uma grande construção social e midiáticas em torno de alimentos para crianças como exemplo: salgadinhos, bolos, bolachas, guloseimas em geral. Na adolescência observam-se os primeiros indícios de dietas e ideias de imagem corporal. Essa idade também se faz necessário serem ensinados, comportamentos adequados. 8 Por fim podemos entender como a nutrição se interliga com a psicologia e também a importância multidisciplinar na educação para a saúde. Conscientizar a todos que a saúde é algo que deve ser trabalhado sempre para que futuramente esses indivíduos tenham recursos para viverem com melhor qualidade.9 c. Objetivos Geral Compreender como nutricionistas agem frente a pandemia e qual sua importância Específicos I. Identificar a importância da alimentação saudável para uma possível prevenção II. Analisar o aumento de pessoas com transtornos alimentares nesse contexto III. Verificar a preparação dos profissionais no contexto pandêmico e suas barreiras IV. Examinar a ligação entre a psicologia e a nutrição 10 2 MÉTODOS a. Caracterização do sujeito Márcia Regina Bulhões mora em São Bernardo no Campo, tem 38 anos de idade, pós- graduada. Atua como nutricionista no Complexo Hospitalar Fundação ABC b. Instrumentos O grupo realizará uma entrevista online. c. Procedimentos para a coleta de dados. O grupo realizará uma entrevista dia 20 de setembro, onde apresentará 10 perguntas para a entrevistada que, de acordo com sua preferência, serão respondidas em áudio através de um aplicativo de celular e posteriormente transcritas. Através dessa entrevista procuraremos reunir mais informações para que seja possível ampliarmos nossos conhecimentos sobre a importância deste profissional no tratamento de pacientes com COVID-19. 11 3 ANEXOS 1)O que te fez escolher a nutrição? E como funciona a nutrição clínica? O que me fez escolher a área da nutrição clínica, foi quando eu fui acompanhar a minha avó, que tinha um problema renal, entre outras doenças crônicas, diabetes e hipertensão. E ela recebeu alta hospitalar, e eu estava com meus pais, fomos buscar ela no hospital e, nisso ela recebeu uma orientação nutricional, naquele momento, eu fiz vários questionamentos para a nutricionista que estava acompanhando o caso dela. E então, minha avó começou o tratamento em casa, e eu pude perceber a melhora na qualidade de vida dela. Por isso, eu fiquei bastante empolgada em fazer nutrição e como a nutrição impacta na vida, e na melhora na qualidade de vida das pessoas. Eu vou falar como a nutrição clínica atua na área hospitalar, que é onde eu atuo. Então, a Nutrição Clínica dentro do hospital, é ela que garante que o paciente tenha uma alimentação balanceada e, isso é o que impacta na melhora da saúde dos pacientes. Nós atuamos também, como prevenção, a Nutrição Clínica é importantíssima para a prevenção de doenças então, toda orientação que fazemos ao paciente dentro da área hospitalar faz com que ele tenha uma melhor qualidade de vida e até previne algumas doenças também. E dentro do hospital, isso reduz custos, menos tempo de internação desse paciente. A gente ajuda, por exemplo, na cicatrização de feridas, além de impactar na melhora de saúde desse indivíduo. 2)Qual foi a maior diferença que você sentiu quando começou a cuidar de pacientes com a Covid-19? Cuidar de pacientes com a Covid-19 foi um desafio para todos os profissionais de saúde. Éramos acostumados a termos estudos e protocolos para cada patologia. E no início nós não tínhamos protocolos e poucos estudos. A diferença foi adaptar a alimentação desses pacientes que vieram descompensados da parte respiratórias, já tive pacientes que eram descompensados, mas não eram tantos, eram pacientes com os mais variados diagnósticos. Em geral esses pacientes tem muitas comorbidades tipo hipertensão ou diabetes, enfim, e acho que essa foi a maior diferença desses pacientes já chegarem com o diagnostico bem ruim, e com isso temos que adaptar a nutrição, o suplemento mais adequado, a consistência mais adequada da dieta. E pacientes que 12 entram aparentemente bem, e daqui a pouco eles estão ruins, por exemplo um paciente entra com uma dieta de quadro geral e daqui a pouco está com uma Enteral intubada. 3)Como é o seu dia-a-dia no hospital? A minha rotina no hospital inicia verificando as novas internações, realizando triagem e avaliação Nutricional. Realizar revisitas de pacientes internados, onde visitamos praticamente todos os pacientes diariamente. Os pacientes com Covid oscilam muito a gravidade do padrão respiratório, impactando na alimentação e estado nutricional. E com isso nos colocamos onde a gente chama de MAPA, e enviamos para as nutricionistas da empresa terceirizada fazerem as etiquetas, separarem as dietas e passamos nas unidades da enfermaria e UTI, conversando com os pacientes fazendo a triagem nutricional para saber se ele não tem risco de desnutrição, adequar a dieta que as vezes só olhando o prontuários não conseguimos saber se o paciente tem dente ou não. E na UTI é um check-up das bombas de drogas vasoativas, drogas mais variadas que estão em infusão, ver todos os parâmetros deste paciente como glicemia, pressão, temperatura, parâmetros bioquímicos, o quanto entra de dieta, se o paciente está na dieta certa, se o paciente evacuou, enfim, se ele tem iscaria ou lesão por pressão. Por fim fazendo a visita multiprofissional onde estão os médicos, os fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, enfermagem e farmácia para discutir o caso dos pacientes da UTI, para saber a melhor conduta, saber como o paciente está e o que a gente tem feito por ele, caso precise ser feito alguma modificação, alteramos também conforme consulta fonoaudióloga, e a maior parte é a dieta via oral ou enteral, e no caso da enteral fica a critério dependendo da droga que está sendo utilizada para tratamento. 4)Como é o seu trabalho junto a equipe multidisciplinar? O trabalho da Nutricionista tem como identificar os pacientes que tenham indicação de terapia nutricional, então a gente vai escolher a melhor via de terapia nutricional seja ela oral, enteral ou parenteral. E dentro da equipe multidisciplinar, nós também fazemos a avaliação do estado nutricional deste paciente e identifica os riscos de deficiências nutricionais. Também cabe ao nutricionista junto com médico elaborar a prescrição dietética e fazer acompanhamento deste paciente durante todo o período de internação, e além disso orientar a família ou responsável pelo paciente sobre a dieta, principalmente 13 sobre a nutrição enteral prescrita no momento da alta, essa família tem que ser treinada em relação a isso e nós também fazemos esse trabalho de orientação e treinamento. Mas a equipe multidisciplinar em si é bem mais tranquilo, por exemplo, com o fonoaudiologia a gente atua muito, porque a fonoaudióloga vai avaliar a deglutição, a consistência melhor pro paciente não bronco aspirar se ele estiver respirando mal, com a fisiologia não tem tanto assim, e a psicologia a gente sempre passa o que a gente escuta do paciente, tipo algum questão emocional que ele não tinha levado para a psico, com a farma a gente sempre fala para eles darem uma ajuda para os médicos para escreverem a parenteral e medicação laxativa, mas em geral é bem tranquilo. 5)Qual é a maior dificuldade no tratamento a pacientes com a Covid-19? A maior dificuldade é conseguir que esse paciente tenha aceitação e tolerância da dieta e até mesmo conseguir adequar as preferências desse paciente. Na maioria dos casos, esses pacientes internam com quadro de perda de paladar, de olfato, e que dificulta muito a aceitaçãoalimentar. Nós também temos que adequar a consistência da alimentação junto a equipe de fonoaudiologia, porque esse paciente chega para nós com bastante desconforto respiratório, às vezes ocorre de termos que regredir a consistência fazendo com que ele tenha uma melhor aceitação. Tem pacientes também que apresentam, eles chegam para nós ou muito tempo, que é normal no Covid, quadro de diarreia e outros, apresentam caso de constipação, então a gente tem que adequar a dieta referente a esses sintomas também. 6) Como funciona os cuidados junto a pacientes diagnosticados com a Covid-19? E os pacientes que ficam em estado de intubação? Qual é o tipo de alimentação? O cuidado fica mais próximo dos pacientes que estão com oxigênio terapia ou cateter em alto fluxo ou com máscara de alto fluxo, então a gente visita quase que diariamente todos, como nosso hospital está atuando como um hospital de Campanha, os nossos cuidados com os pacientes com Covid, nós temos que utilizar os EPIs (que são os Equipamentos de Proteção Individual), usamos roupas privativas, óculos, máscaras, toucas e higienização constante das mãos. Mas ficamos em cima mais desses pacientes que comem pouco, que já comem pouco antes de entrar ou estão comendo pouco no hospital, pacientes que estão constipados com intestino preso ou diarreia, então a gente faz as adaptações para ver se ele está melhor para readaptar e com os 14 pacientes entubados é como falei, nós passamos na UTI todo dia para ver os parâmetro clínicos e bioquímicos dele, passa a visita e a gente calcula as necessidades nutricionais desses pacientes principalmente caloria e proteína que ele vai receber por meio da sonda nasoenteral, e a gente escolhe a melhor formula para ele, se é um paciente obeso se é um paciente idoso, se ele está com muita droga que não possa receber tantas e vamos adequando conforme a evolução deles. 7)Você acredita que a nutrição e a psicologia estão relacionadas? Como é esse trabalho em conjunto (como equipe multidisciplinar)? Bom, a Nutrição e a Psicologia no Covid, estão trabalhando muito mais juntos do que em outras situações dentro de um hospital, pois devido a todo estresse que esse paciente passa, o fato dele estar isolado longe da família o que deixa esses pacientes extremamente fragilizados, então isso tem um grande impacto que nós percebemos, na aceitação alimentar e após o acompanhamento junto a psicologia eles melhoram muito a aceitação alimentar, percebemos que eles ficam mais adeptos ao tratamento. Portanto, a psicologia faz um trabalho bem legal lá dentro do hospital, onde eles trabalham com vídeo-chamadas que faz com que o paciente veja a família e auxilia para que o paciente tenha uma melhora bem significativa. Vou dar um exemplo de um paciente que está internado conosco na UTI que o psicológico dele está muito abalado, ele tem algumas crises durante a noite, crise de pânico, crises psicóticas e que isso interfere total e diretamente na alimentação dele, o paciente fica sem apetite, sem querer comer parecendo que está tudo ruim. Então a gente tenta trabalhar junto com a psicóloga com isso para o paciente conseguir aceitar a alimentação pois isso mexe muito na parte de aceitação alimentar de apetite, então tudo que mexe com a cabeça ainda mais em um ambiente tão hostil e complexo como a UTI mexe demais, então a psicologia tem que atuar com a nutrição e vice-versa. 8) A recomendação de uma alimentação saudável para fortalecer a imunidade serve em tempos de Coronavírus? Como seria essa alimentação? Olha, nós ainda não temos estudos para nos basearmos em quais alimentos devem ser ingeridos em tempo de Covid. O importante que a gente fala é ter uma alimentação saudável, comer frutas, verduras, legumes, carnes magras e beber bastante líquido. E evitar o consumo de alimentos industrializados, como os enlatados, embutidos, alimentos prontos, então assim, tem que ser bastante minimizados a 15 utilização desses produtos, para que a pessoa tenha uma melhor imunidade e melhor qualidade de vida, não só em tempos de Covid, mas, deve seguir essa alimentação sempre. Existe recomendação de aumento de proteínas sendo o paciente no caso um idoso que ficou muito tempo sem comer direito e emagreceu mas isso é normal não é nada relacionado a Covid, a perda de peso, a inapetência, mas com certeza uma alimentação saudável com nutrientes que auxiliam na imunidade, vitamina, minerais, com certeza ajuda mas nada em si milagroso. 9)Existem alimentos e/ou bebidas contraindicados em caso de suspeita de Coronavírus? Até o momento é desconhecido, na minha pratica e na minha leitura estudos diários não tem nada contra indicado. 10)Comente sobre a nutrição e saúde de idosos em tempo de COVID 19. Como temos visto, os idosos são os mais afetados na população geral pela Covid, muitas vezes eles já estão debilitados. E sempre estar atento aos sinais que o idoso apresenta, no caso, se ele estiver com algum comprometimento sensorial, como por exemplo, uma diminuição no paladar, dificuldade na mastigação, na deglutição e se está inapetente. Além disso, é importante identificar se esse idoso está apresentando, se já tem comorbidades há muito tempo, já não comem tão bem como deveriam porque o apetite já é mais reduzido e também muitas vezes por negligencia dos familiares que não respeitam o isolamento social e acabam saindo indo festas, bares, etc. e com isso passam para esses idosos. Muitos que estão internando já chegam assim com o quadro de desnutrição ou risco nutricional e com isso temos que fazer um trabalho mais “agressivo” em bom sentido para poder recuperar esses pacientes, muitas vezes eles chegam com fraqueza muscular, sarcopenia e tudo mais, então temos que ter um cuidado redobrado com eles. Então muitas vezes a gente orienta a família a ter uma dieta hipercalórica e hiper proteica, recomenda suplementação, e etc., mas é sobre isso, os idosos tem sido os mais afetados e é bem preocupante sim, agora que diminuiu um pouco mas eu vi muitas internações de idosos e ai a gente tem que ser bem firmes né em questão de nutrição para eles também recuperarem a imunidade ou em um limite melhor para eles para que eles aceitem melhor a comida e que a família fique mais atenta a isso também. 16 CONCLUSÃO Neste trabalho verificamos como a alimentação saudável é vital para a saúde e é especialmente importante para manter o sistema imunológico em ótimas condições para o combate da COVID-19. Porém, diante dos diversos fatore estressores (que já são esperados em situações de crises e emergências) identificamos que as variações comportamentais mais comuns podem ser as alterações nos hábitos alimentares. Neste sentido podemos entender melhor como a nutrição se interliga com a psicologia e também a importância multidisciplinar na educação para a saúde. Verificamos também a importância de se utilizar o conhecimento científico na área da Nutrição junto à área da psicologia para a elaboração de recomendações e estratégias, que tragam subsídios que possam preparar à população na prevenção e redução dos efeitos psicológicos em uma situação de crise. Por fim, acreditando que as desigualdades sociais possam potencializar os efeitos da COVID-19 nas condições de vida da população, acarretando, entre outras consequências, o risco nutricional. Dessa maneira, é imperativa a formulação de políticas públicas a fim de garantia o direito humano a uma alimentação adequada.17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VIANA, Victor. Psicologia, saúde e nutrição: contributo para o estudo do comportamento alimentar. Aná. Psicológica, Lisboa , v. 20, n. 4, p. 611-624, nov. 2002.Disponivel em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870- 82312002000400006&lng=pt&nrm=iso >. Acessos em 01 set. 2020. MENDES Lino, CEBOLA Marisa, MENDES Diana., MARINHO Aníbal, GUERREIRO António. S. Intervenção nutricional no doente com COVID-19:SAÚDE & TECNOLOGIA, Maio de 2020. Disponível em: <https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/12124/1/Interven%C3%A7%C3%A3o%2 0nutricional%20no%20doente%20com%20COVID-19.pdf>. Acesso em 03 set. 2020. GUIMARÃES et al. Atuação da equipe multiprofissional em saúde, no cenário da pandemia por Covid 19. V. 1 n. 2, maio de 2020. Disponível em: < https://escsresidencias.emnuvens.com.br/hrj/article/download/37/21/>. Acesso em 03 set. 2020. DEMOLINER Fernanda e DALTOÉ Luciane.COVID-19: nutrição e comportamento alimentar no contexto da pandemia, V. 5 (2): 36-50, ago. 2020. Disponível em: <http://sys.facos.edu.br/ojs/index.php/perspectiva/article/download/510/405>. Acesso em: 07. Set.2020
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