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Açao inrequecimento ilicito - EVERALDO PEREIRA LIMA

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Scaliante & Soncini - Advocacia e Consultoria Jurídica 
	Rua Joaquim Teixeira Alves, 2162 – Sala 3 
EXELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE DOURADOS – MS
ANTONIO CASAL GARCIA, Brasileiro, inscrito no cadastro de pessoa física sob n. 787.455.048-49, residente e domiciliado na rua Uirapuru n. 535, jardim Rasslem em dourados - MS, CEP n. 79813-180, e telefone para contato (67) 9 9999 6448, representado por seu representante legal ,vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência por intermédio de seu procurador subscrito , que recebe intimação de praxe no escritório situado na Rua Joaquim Teixeira Alves, n. 2162, centro, CEP: 79.801-016, correio eletrônico Willian_scaliante@hotmail.com, telefone (67) 9 9927 - 0117, propor a presente:
	ACÃO ORDINARIA DE LOCUPLETAMENTO ILÍCITO
Em desfavor de EVERALDO PEREIRA DE LIMA, brasileiro, inscrito o Cadastro de Pessoas Físicas sob o n. 542.706.771-04, residente e domiciliada Rua Dom Pedro I, n. 2280, Dourados - MS, 79800-000, pelos fatos e fundamentos que passa a expor e ao final requerer:
I. DOS FATOS
No dia 02/12/2016, foi dado em pagamento de uma dívida o cheque no valor de R$1.000,00 (mil reais).
Todavia, este voltou (devolvido pelos motivos da “alínea 11” e apresentado novamente foi devolvido pelo motivo “alínea 12”).
Importante salientar que o valor atualizado do débito é de R$1.297,02 (hum mil duzentos e noventa e sete reais com dois centavos), devidamente atualizado até a presente data de 01/09/2018.
Esgotaram-se as tentativas de composição extrajudicial, sem, contudo, obter êxito na negociação, o que ocasionou por parte da requerente a busca pela tutela jurisdicional do Estado, a fim de ver seu credito restabelecido, pois o exequente amarga o prejuízo causado pela inadimplência do executado, motivo esse da propositura da demanda.
II. 	DOS DIREITO
	Primeiramente vale ressaltar a atitude totalmente reprovável do requerido em negar cumprir com os deveres para seus credores ferindo assim os princípios brasileiros, assim como, a boa-fé. 
O direito da requerente esteia-se na ação cambial de enriquecimento ilícito prevista no artigo 61 da Lei n. 7357/85 (Lei do cheque), verbis:
Art. 61. A Ação de enriquecimento ilícito contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta lei.
Repousa a pretensão da requerente no fato INADIMPLÊNCIA do réu, que, por si só, imprime as condições para ajuizamento da presente ação, de cunho tipicamente cambiar forme.
No elucidativo magistério de FÁBIO ULHÔA COELHO:
“As ações cambiais do cheque são duas: a execução, que prescreve nos 6 meses seguintes ao término do prazo de apresentação; e a de enriquecimento indevido, que tem natureza cognitiva e pode ser proposta nos dois anos seguintes à prescrição da execução. Nas duas, operam-se os princípios do direito cambiário e, assim, o demandado não pode arguir, na defesa, matéria estranha à sua relação com o demandante. Prescrita a execução, o portador do cheque sem fundos poderá, nos 2 anos seguintes, promover a ação de enriquecimento indevido contra o emitente, endossante e avalistas (LC, art. 61). Trata-se de modalidade de ação cambial, de natureza não executiva. O portador do cheque, através do processo de conhecimento, pede a condenação judicial de qualquer devedor cambiário no pagamento do valor do título, sob o fundamento que se operou o enriquecimento indevido. De fato, se o cheque está sem fundos, o demandado locupletou-se sem causa lícita, em prejuízo do demandante, e essa é, em princípio, a matéria de discussão.”[footnoteRef:1] [1: Cf. Curso de Direito Comercial, v. 1, Saraiva, 2a edição, 1999-] 
Em nosso ordenamento jurídico-processual, quatro são, portanto, as formas de cobrança de dívida decorrente da emissão de um cheque, a saber:
a) execução forçada, de natureza cambial, com prazo prescricional de 6 (seis) meses – artigo 59 e parágrafo único da Lei nº 7357/85 (Lei do Cheque);
b) ação de enriquecimento ilícito, de natureza cambial, com prazo prescricional de 2 (dois) anos - artigo 61 da Lei nº 7357/85.
c) ações monitória e de cobrança, fundadas no negócio subjacente ao título, com prazo de prescrição comum às obrigações pessoais em geral.
Ainda antes do advento do instituto da ação monitória, a distinção entre os institutos da ação de enriquecimento ilícito e de cobrança foi explanada com grande maestria em voto do ilustre Ministro do Colendo Superior Tribunal de Justiça, Sálvio de Figueiredo Teixeira, no Resp nº 36.590/MG, julgado em 21.06.1994, verbis:
A ‘ação de locupletamento` de que fala o artigo 61 da Lei 7.357/85, e a ação de cobrança fundada no cumprimento de negócio jurídico do qual se originou o cheque não se confundem, prescrevendo aquela no prazo fixado pelo próprio dispositivo mencionado e está no prazo do art. 177, do CC, para as ações pessoais(...)
A diferença fundamental entre ambas, destarte, reside no ônus probandi. Enquanto na ‘ação de locupletamento` o próprio cheque basta como prova do fato constitutivo do direito do autor, incumbindo o réu provar a falta de causa do título, na ‘ação de
https://www.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0807679-51.2013.8.12.0002 e o código 377796.
digitais por Eliane de Cássia Souza França dos Santos, em 03/09/2013 às 13:59. Para acessar os autos processuais, acesse o site
Este documento é cópia da original cobrança` necessário se faz que comprove o autor o negócio gerador do crédito reclamado." A assim chamada ‘ação de locupletamento’ tem, portanto, caráter diverso da ação de cobrança, visando aquela à constituição de título executivo judicial que restabeleça força executiva do cheque, partindo de um locupletamento presumido" - g.n.
E, como já se mencionou, o fato que gera tal presunção é a devolução dos cheques por motivo de ausência de provisão de fundos suficientes para o cumprimento da obrigação. Na lição de PAULO RESTIFFE NETO, em capítulo específico sobre o tema constante de sua monografia sobre o diploma do cheque, bem ficou pontuada os fundamentos desta presunção:
Quem emite cheque sem fundo está prejudicando o favorecido, ou portador, na proporção do valor da ordem de pagamento à vista representada pelo cheque. E se não houve da parte do sacador o desembolso da quantia correspondente para a constituição, em poder do sacado, da respectiva provisão, terá ele auferido lucro ilegítimo. É o locupletamento ilícito em detrimento alheio.[footnoteRef:2] [2: Cf. Lei do Cheque, Revista dos Tribunais, 3a edição, 1981] 
O instituto da ação de locupletamento, vale lembrar, é de antiga previsão em nosso ordenamento, sendo certo que nele foi introduzido pela antiga Lei Cambial (Decreto nº 2044/1908), por seu turno mantido pela Lei Uniforme e permanecendo até os dias de hoje, agora com a escora do artigo 61 da Lei do Cheque, sendo que há tempos a jurisprudência pátria se pronuncia sobre esse instituto, como neste julgado do Tribunal de Justiça do Paraná, de 1962: 
CAMBIAL – Título prescrito – Ação de locupletamento – Procedência – Apelação não provida – Inteligência do art. 43 da lei cambial. A ação de locupletamento, mesmo para o caso de cambial prescrita, tem evidente apoio em nosso direito, resultado de dispositivo claro e expresso da lei cambial, o seu art. 48. A prova do prejuízo é feita pelo portador com a simples exibição do título, cabendo ao devedor a prova em contrário.[footnoteRef:3] [3: Cf. TJPR, Apelação Cível nº 359/62, RT 362/419] 
	O julgado trouxe, em suas últimas linhas, importante questão que merece destaque: a prova do prejuízo. Como já se frisou, a presunção de enriquecimento ilícito tem suporte na simples existência dos cheques devolvidos por falta de provisão de fundos. No bojo de um primoroso e elucidativo voto da lavra do preclaro Juiz Costa de Oliveira, do Primeiro Tribunal de Alçada Civil do Estado de SãoPaulo, há excerto que merece destaque: 
A ação que o portador move ao sacado do cheque é ação condenatória de enriquecimento injustificado. O só fato da existência do documento (cheque) mostra que o réu contraiu dívida. O crédito pode ter sido cedido de mão em mão (de portador a portador), até incrustar-se na esfera jurídica do autor da ação. O direito invocado é o de ser pago, e a causa está implícita, mas é de clareza suficiente: o não pagamento da dívida, que originou a liberação de pagamento consistente no cheque de ação executiva já prescrita, constitui-se em enriquecimento do réu (sacador) às custas do autor, sem causa, sem justificação. Logo, a só apresentação do cheque de ação prescrita, em cobrança ao responsável por sua criação, está já a enunciar que a causa da ação proposta é o enriquecimento injustificado do autor. Não são de mister mais explanações.
	Além de toda a argumentação acima, temos no código Civil, o dispositivo 884, verbis:
“Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.”
 	Assim como o artigo 876 também do código civil, verbis:
“Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.”
 O devedor em mora responde pelos prejuízos que sua mora der causa mais juros, atualização monetária e honorários advocatícios (art. 395, CC). 
O devedor em mora responde pelos prejuízos que sua mora der causa mais juros, atualização monetária e honorários advocatícios (art. 397, CC).
 Presente está, portanto, a causa de pedir da presente ação, com a existência dos títulos devolvidos pelo banco sacado, provando-se os fatos constitutivos do direito, visando ao pagamento da quantia mencionada no item 1 desta exordial, para que não permaneça maculado o direito lídimo e cristalino da requerente em perceber a dívida obrigada. 
Assim, a fim de se evitar o enriquecimento indevido do Réu, é que se busca através da presente ação o recebimento da quantia devida, corrigida monetariamente pelos índices oficiais e com juros de mora incidentes desde o vencimento da obrigação.
III - DO PEDIDO 
Ante ao exposto REQUER: 
a) A citação do requerido, para querendo responder aos termos da presente ação, devendo ainda ser intimado a contestar a presente ação, se tiver interesse, sob pena de confissão e revelia. 
b) Que seja julgado procedente o pedido para condenar o requerido a pagar a requerente o montante de R$1.297,02 (hum mil duzentos e noventa e sete reais com dois centavos), corrigidos monetariamente e acrescido de juros e multa, na forma da lei.
c) Requer condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência.
d) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal da parte requerida, depoimento de testemunhas e as provas documentais.
e) Requer, subsidiariamente, que haja o arresto dos bens da executada pelo oficial de justiça, em valor suficiente para garantir a execução, caso a executada não possua bens, seja efetuada a penhora na conta corrente ou conta poupança da executada, determinando o bloqueio de valor suficiente para o pagamento da obrigação, em qualquer agencia do país.
f) Caso não encontrados bens para penhora, seja a executada intimada para que proceda a indicação de bens passiveis de penhora dispões o artigo 829, parágrafo 1º do CPC.
g) Em havendo a indicação de bens à penhora por parte da executada, requer-se a nomeação do exequente como depositário dos bens, conforme dispõem o artigo 840 CPC.
h) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal da parte requerida, depoimento de testemunhas e as provas documentais.
Dar-se-á a causa para fins de alçada o valor de totalizam R$1.297,02 (hum mil duzentos e noventa e sete reais com dois centavos),
Nestes termos, pede deferimento.
Dourados, 02 de novembro de 2018
WILLIAN NAVARRO SCALIANTE
OAB/MS 22.332
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