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FLUIDOS 
BIOLÓGICOS 
Samantha Brum Leite
Coleta, conservação e 
processamento da urina
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os procedimentos para obtenção da amostra de urina.
 � Reconhecer os métodos de conservação e acondicionamento das 
amostras de urina.
 � Descrever a preparação das amostras e o processamento laboratorial 
da urina. 
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre os aspectos pré-analíticos rela-
cionados à análise da urina. Todo o processo inicia nas orientações ao 
paciente sobre como a coleta deve ser realizada. O principal fator a ser 
considerado é a necessidade de higienização da região genital e a coleta 
do jato médio. Há situações especiais, nas quais é necessário que a coleta 
seja realizada de forma diferente. Esse é o caso de amostra colhida por 
cateter, por punção suprapúbica e por saco coletor, que dependem que 
um profissional treinado e habilitado realize a coleta.
Após a obtenção da amostra, o ideal é que ela seja analisada ainda 
fresca. Porém, normalmente, em razão da demanda da rotina laboratorial, 
isso não é possível, o que requer que um método de conservação da 
amostra seja empregado. A refrigeração é o método mais utilizado pelos 
laboratórios em função do seu custo-benefício. Assim, amostras que 
não forem analisadas em até 2 horas após a coleta devem ser mantidas 
refrigeradas. Todos esses cuidados serão determinantes para o processa-
mento da amostra, o qual pode apresentar problemas quando a coleta 
e/ou a conservação da urina não forem realizadas de forma adequada. 
Tipos de amostra de urina
O exame de urina de rotina fornece uma série de informações relacionadas 
à condição clínica dos indivíduos, de forma que é possível identificar não só 
a condição do sistema urinário, mas do organismo de forma sistêmica, pois 
fornece informações referentes a diversas funções metabólicas do organismo. 
Entretanto, só é possível obter resultados que sejam característicos da condição 
real do paciente se as etapas relacionadas ao processo pré-analítico, tais como 
coleta, conservação, transporte e processamento da amostra de urina, foram 
realizadas corretamente. 
Dentre os líquidos corporais, a urina é o líquido com maior facilidade de 
obtenção de amostra para análise, visto que o indivíduo urina normalmente, 
mais de uma vez ao dia, e naturalmente. Além disso, apresenta baixo custo, 
rapidez e simplicidade na coleta. Entretanto, apesar da simplicidade, a coleta 
com intuito de uma análise laboratorial requer uma série de cuidados e reco-
mendações tanto para o paciente, como pelo profissional que irá processar e 
analisar a amostra. 
Os maiores problemas relacionados à qualidade dos exames de urina estão 
relacionados à fase pré-analítica, por isso é necessário atentar-se para esses 
processos. Dentre esses problemas há: erro na identificação do paciente, 
preparação inadequada do paciente, solicitações inadequadas de testes, re-
cipientes incorretos, erros na identificação do paciente, coleta ou manuseio 
inadequado do espécime, momento de coleta inadequado e espécime conta-
minado (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
O primeiro cuidado para a coleta da amostra da urina é que ela seja realizada 
em um recipiente adequado, para isso os frascos de coleta são disponibilizados 
pelos laboratórios e centros de saúde ao paciente. A capacidade indicada é de 50 
ml, assim, há volume adequado para análises física, química e microbiológica, 
quando solicitadas. O recipiente deverá ser limpo, seco, descartável e com 
tampa de rosca, pois apresenta menor risco de vazamento, sem a necessidade 
de ser estéril. No entanto, quando a indicação do exame for para a investigação 
microbiológica, o ideal é utilizar recipiente estéril. A diferença entre eles é 
que o estéril é disponibilizado em uma embalagem plástica. Posteriormente 
será devidamente identificado com informações referentes ao paciente, à data 
e à hora da coleta e à solicitação do pedido. Atualmente, essa identificação 
ocorre com o uso de um código de barras. Tais informações são importantes 
para o controle da condição da amostra.
As instruções para a realização da coleta consistem primeiramente nos cui-
dados com a higienização da região genital externa, uma vez que pode ocorrer 
Coleta, conservação e processamento da urina2
contaminação, sobretudo bacteriana, da amostra em razão da não assepsia do 
local. Após a higiene genital, recomenda-se realizar a coleta de jato médio, que 
consiste em desprezar o primeiro jato da urina e colher o jato médio da micção 
em recipiente adequado e o restante deve ser desprezado. Veja o Quadro 1.
Instruções para pacientes 
do sexo masculino
Instruções para pacientes 
do sexo feminino
1. Identificar o horário de coleta.
2. Lavar as mãos com água e sabão.
3. Expor a glande do pênis e 
retrair o prepúcio (pele) para 
expor o meato uretral.
4. Lavar a glande com água e sabão, 
começando pelo meato uretral.
5. Enxugar, utilizando papel toalha 
(se fornecido pelo laboratório) ou 
toalha, a partir do meato uretral.
6. Com uma das mãos, manter 
o prepúcio retraído.
7. Com a outra mão, segurar o frasco 
de coleta de urina já destampado.
8. Iniciar a micção, desprezando 
o primeiro jato de urina 
no vaso sanitário.
9. Coletar urina do jato médio 
até, mais ou menos, um terço ou 
metade da capacidade do frasco.
10. Desprezar o restante de 
urina no vaso sanitário.
11. Fechar o frasco de coleta.
12. Encaminhar o frasco para o 
laboratório no prazo máximo 
de 2 horas, mantendo-o em 
local fresco e ao abrigo da luz.
1. Identificar o horário de coleta.
2. Lavar as mãos com água e sabão.
3. Fazer higiene da região genital com 
água e sabão, sempre no sentido 
de frente para trás. É importante 
que todo resíduo de pomadas, pós 
e cremes vaginais eventualmente 
utilizados seja totalmente removido.
4. Enxugar toda a região genital 
com papel toalha (se fornecida 
pelo laboratório) ou toalha, sempre 
no sentido de frente para trás.
5. Separar os grandes lábios, 
limpar o meato urinário e a 
região ao redor da uretra.
6. Com uma das mãos, manter 
os grandes lábios separados.
7. Com a outra mão, segurar o 
frasco de coleta já destampado.
8. Iniciar a micção, desprezando o 
primeiro jato de urina no vaso sanitário.
9. Coletar urina do jato médio 
até, mais ou menos, um terço ou 
metade da capacidade do frasco.
10. Desprezar o restante de 
urina no vaso sanitário.
11. Fechar o frasco de coleta.
12. Encaminhar o frasco para o 
laboratório no prazo máximo de 
2 horas, mantendo-o em local 
fresco e ao abrigo da luz.
Quadro 1. Instruções para a coleta de amostra de urina para pacientes do sexo masculino 
e feminino
3Coleta, conservação e processamento da urina
Essa forma de coleta é orientada para os tipos de amostra de urina aleatória:
 � primeira urina da manhã;
 � amostra em jejum ou segunda urina da manhã.
A amostra aleatória é de fácil obtenção, uma vez que pode ser coletada 
em qualquer horário do dia. Entretanto, idealmente, deve ser uma amostra 
colhida após o paciente permanecer pelo menos por 2 horas sem urinar. Pode 
ser utilizada como triagem para a detecção de anormalidades que são evidentes, 
no entanto, pode apresentar interferentes como a alimentação e a prática de 
exercício físico. A primeira amostra da manhã é a amostra colhida logo após 
se levantar. É considerada a amostra ideal, visto que a urina está concentrada, 
assim, é possível detectar alterações que em uma amostra aleatória talvez não 
fosse possível. Já a amostra em jejum é a segunda urina da manhã e costuma 
ser utilizada como exame de urina de rotina pelos laboratórios. Uma vez 
que o paciente realiza a coleta no laboratório, ele consegue controlar melhor 
a amostra. Costuma ser utilizada para o monitoramento de glicosúria em 
pacientes com diabetes.
A pesquisa de dismorfismo eritrocitário pode ser considerada um tipo de amostra, uma 
vez que objetiva especificamente a investigação de hemácias dismórficas. Assim, paraanálise, deve-se utilizar a segunda amostra da manhã, visto que ela deve ser analisada 
em até 30 minutos após a coleta em razão do risco de desintegração das hemácias.
A urina de 24 horas requer cuidados especiais durante o período de coleta. 
Ao iniciar, o paciente deve esvaziar totalmente a bexiga e coletar as próximas 
micções em frasco especial e anotando o horário de cada micção. Ao final das 
24 horas, esvaziar a bexiga (coletando a última urina) e entregar no laboratório 
o frasco contendo todas as urinas coletadas durante o período. Essa amostra 
é solicitada para a avaliação da função renal, no caso da análise do teste de 
filtração glomerular, exames de depuração. O frasco de amostra deve ser 
mantido sob refrigeração durante todo o período de coleta.
Os tipos de amostra colhida conforme os itens a seguir são amostras que 
devem ser obtidas com cuidados especiais.
Coleta, conservação e processamento da urina4
 � por cateter;
 � por punção suprapúbica;
 � por saco coletor.
A amostra por cateter deve ser coletada em condições estéreis e consiste 
na introdução de um cateter através da uretra até a bexiga. Assim, deve-se 
fazer a assepsia adequada do local e a amostra é colhida por um saco coletor 
ou por uma seringa (punção suprapúbica e cateter), a qual deve ser enca-
minhada imediatamente para o laboratório. Nesses casos, a urina deve ser 
analisada a partir do seu recipiente de origem, seja saco coletor, seja seringa. 
Normalmente, essa amostra é indicada para a avaliação microbiológica e 
é coletada de indivíduos acamados e com dificuldade de micção por um 
profissional habilitado.
A amostra por punção suprapúbica também é colhida em condições 
estéreis e consiste na introdução de uma agulha até a bexiga. A assepsia do 
local deve ser realizada, visto que o objetivo da amostra é a investigação de 
contaminação microbiológica da urina. Deve ser colhida por profissional 
habilitado em razão do risco. A amostra em saco coletor ocorre em pacientes 
pediátricos ou geriátricos que tenham comprometimento no controle da micção. 
Um saco coletor com adesivo hipoalérgico é aderido à região genital da criança 
a fim de realizar a coleta. Deve-se realizar a assepsia e tomar o cuidado para 
não haver contaminação fecal durante o processo. 
Dentre os cuidados para a coleta, deve-se evitar relações sexuais no dia 
anterior ao exame. A coleta em mulheres em seu período menstrual deve ser 
evitada em razão do risco de falsa hematúria e proteinúria. No entanto, caso 
seja realmente necessário, deve-se utilizar tampão vaginal (MUNDT; SHA-
NAHAN, 2012; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA 
E MEDICINA LABORATORIAL, 2017; STRASINGER; DI LORENZO, 
2009; MAYEAUX, 2012).
A coleta da amostra nunca deve ser realizada a partir do volume desprezado em vaso 
sanitário, comadre e pinicos ou do saco coletor de pacientes sondados, visto que irá 
provocar alterações na amostra, além do risco de contaminação.
5Coleta, conservação e processamento da urina
Veja o Quadro 2 a seguir.
Amostras convencionais
Forma de coleta: jato médio
Aleatória
Primeira urina da manhã
Em jejum
Forma de coleta: toda urina produzida
24 horas
Amostras especiais
Forma de coleta: condições especiais
Por cateter
Por punção suprapúbica
Por saco coletor
Quadro 2. Tipos de amostra de urina
Conservação da amostra de urina
Após a amostra ter sido colhida, o ideal seria que a amostra fosse analisada 
ainda fresca. Ela deve ser encaminhada em até 2 horas para o laboratório para 
ser analisada. Esse é o tempo que a amostra se mantém estável. Caso não possa 
ser analisada durante esse período, ela deverá ser conservada. O conservante 
ideal deve ser bactericida, inibir a ação da urease, preservar os elementos 
formados no sedimento e não interferir nos testes químicos. Entretanto, esse 
conservante não existe, ou seja, não foi identificado nenhum conservante que 
apresente todas essas características. Assim, o método de conservação mais 
utilizado pelos laboratórios em sua rotina é a refrigeração entre 2 a 8 °C, em 
razão da acessibilidade e do baixo custo. Entretanto, a refrigeração favorece 
a precipitação de cristais/grânulos de fosfato e de urato amorfo. Para que não 
prejudique a análise, é necessário aguardar que a amostra atinja a temperatura 
ambiente antes da análise. Isso deve ser feito em função de que as reações 
enzimáticas presentes nas tiras reativas, que analisam os aspectos químicos da 
urina, são dependentes da temperatura e da dissolução das formações amorfas. 
Coleta, conservação e processamento da urina6
Caso seja necessário que a amostra seja transportada para longas distâncias 
e não seja possível manter a refrigeração entre 2 e 8 °C, devem ser utilizados 
conservantes químicos específicos. Normalmente, os conservantes químicos 
têm indicação específica e aspectos que acabam sendo uma desvantagem 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA 
LABORATORIAL, 2017). Veja o Quadro 3.
Conservante Uso Indicação Desvantagem
Formaldeído 1 comprimido/30 
ml de urina
Conservação 
de elementos 
figurados
Aumenta a 
gravidade 
específica 
em 0,005
Timol Cristal pequeno Preserva 
bem glicose 
e elementos 
figurados
Interfere com 
o teste de 
precipitação ácida 
de proteínas
Ácido bórico Tubo* com vácuo 
contém ácido bórico 
e formato de sódio
Preservação 
da urina para 
cultura e teste 
de sensibilidade
Interfere na 
leitura do pH
Clorexidina Tubo* cônico com 
vácuo contém 
clorexidina, ácido 
bórico, etilparaben e 
propionato de sódio
Impede o 
crescimento 
bacteriano 
e preserva 
a glicose
Falso-negativo 
para bilirrubina e 
urobilinogênio
Formalina 1 gota/30 ml 
de urina
Preserva o 
sedimento 
urinário
Precipitação 
de proteínas e 
falso-negativo 
para substâncias 
redutoras
Tolueno 2 ml/100 ml de urina Preserva 
cetonas, 
proteínas e 
substâncias 
redutoras
Não impede 
o crescimento 
bacteriano
*Os tubos são produzidos pela Becton Dickinson.
Quadro 3. Conservantes utilizados para o exame de urina
7Coleta, conservação e processamento da urina
Cuidados com a amostra
A amostra ideal é a primeira urina da manhã ou que permaneceu na bexiga por 
um período mínimo de 2 horas, que está fresca, sem conservantes, mantida em 
temperatura ambiente e que foi analisada em até 2 horas após coleta. Caso não 
seja possível a análise, manter sob refrigeração. Com essa conduta, a amostra 
se mantém estável por até 12 horas. De modo complementar, a recomendação 
é que a amostra nunca seja congelada, visto que assim ocorre a destruição dos 
componentes celulares presentes no sedimento.
Muitas vezes são coletadas amostras em um complexo hospitalar ou até 
mesmo em pontos de coleta, sendo necessário o transporte até o laboratório 
central. Assim, durante o transporte, a amostra também deve ser acondicionada 
de forma adequada. Deve ser protegida da luz, a fim de preservar a composição 
de constituintes químicos e, além disso, deve ser mantida refrigerada na caixa 
transportadora. Deve-se atentar para o risco ocupacional, visto que a urina é 
um material contaminante.
Alterações na urina mal preservada
Quando a amostra não é conservada corretamente, algumas alterações podem 
ser observadas em decorrência do longo período de tempo em temperatura 
ambiente. Essas alterações acarretam resultados que podem ser tanto falso-
-positivos quanto falso-negativos. Veja o Quadro 4.
Aspecto Alteração Mecanismo
pH Aumento Metabolização de ureia em amônia 
pelas bactérias produtoras de urease
Nitrito Aumento Produção de bactérias redutoras 
de nitrato em nitrito
Bactérias Aumento Multiplicação bacteriana em 
razão das condições ideais
Turbidez Aumento Crescimento bacteriano e 
precipitação de material amorfo
Quadro 4. Conservantes utilizados para o exame de urina
(Continua)
Coleta, conservação e processamento da urina8
Quadro 4. Conservantes utilizados para o exame de urina
Aspecto Alteração Mecanismo
Odor Aumento Proliferação bacteriana
Glicose Redução Glicólise e consumo pelo metabolismo 
bacterianoe células
Cetonas Redução Volatilização e consumo pelo 
metabolismo bacteriano
Bilirrubina Redução Exposição à luz promove a 
oxidação à biliverdina
Urobilinogênio Redução Exposição à luz promove a 
oxidação à urobilina
Eritrócitos Redução Desintegração em urina alcalina diluída
Leucócitos Redução Desintegração celular
Cilindros Redução Solubilização da matriz proteica
Cor Variável Oxidação de substâncias
(Continuação)
Os problemas pré-analíticos implicam em 70% dos erros dos resultados dos exames. 
Logo, todos os cuidados relacionados à coleta, ao armazenamento e ao processa-
mento da amostra serão determinantes para a qualidade das análises física, química 
e microscópica da urina. 
Processamento das amostras de urina
A amostra de urina deve ser tratada como fonte potencial de contaminação. 
Logo, todos os cuidados associados à biossegurança devem ser respeitados. 
Deve-se utilizar os equipamentos de proteção individual: (1) calçados con-
fortáveis, laváveis e fechados para proteção dos pés contra eventuais respin-
gos de urina, substâncias químicas que podem ser empregadas; (2) luvas; 
(3) óculos de proteção, que devem ser utilizados contra possíveis respingos de 
9Coleta, conservação e processamento da urina
urina; e (4) avental de manga longa. Em caso de acidentes com derramamento 
de urina no piso ou na bancada, deve-se realizar a limpeza do ambiente com 
hipoclorito de sódio a 0,5%. Uma das facilidades da urina é que o volume 
pode ser desprezado diretamente na pia, sendo os recipientes descartados em 
lixo identificado como resíduo biológico.
Para o preparo e a posterior análise das amostras, alguns cuidados devem 
ser tomados. Primeiramente a amostra deve ser devidamente etiquetada com 
o nome do paciente, o número de identificação, a data e a hora da coleta, o 
tipo de material coletado e o tipo de exame a ser realizado. A etiqueta deve 
ser inserida no frasco, e não na tampa, a fim de evitar ocasionais trocas de 
amostra. Além disso, a etiqueta deve ser aderente o suficiente para que não 
se descole do recipiente, mesmo sob refrigeração. 
No momento do processamento da amostra, antes de ser encaminhada para 
a análise química, deverá ser devidamente homogeneizada e observada em 
um fundo branco e com iluminação adequada. Para que isso seja realizado, 
depende de um volume adequado de amostra. O volume mínimo adequado 
para as análises é de 10 ml, no entanto, volumes inferiores podem ser aceitos 
em condições especiais, tais como oriunda de pacientes neonatais, pediátricos e 
com comprometimento renal. Assim, após a homogeneização do volume total, 
10 ml de urina é transferido para um tubo cônico. A amostra terá sua análise 
química realizada pelas tiras reativas de modo manual, semiautomatizado 
ou automatizado. Após a avaliação, a amostra deve ser centrifugada, seu 
sobrenadante deve ser desprezado e o sedimento urinário deve ser analisado 
por microscopia.
Veja a seguir as instruções para o processamento e a análise manual do 
exame de urina.
1. Homogeneizar cuidadosamente a amostra.
2. Transferir 10 ml da amostra para um tubo cônico.
3. Submergir completamente todas as áreas da tira reativa.
4. Retirar imediatamente a tira de dentro do tubo, retirando o excesso na 
borda do tubo.
5. Eliminar o excesso de urina cuidadosamente em papel absorvente.
6. Aguardar o tempo recomendado para a reação na tira reativa (30 
segundos).
7. Fazer a leitura conforme a orientação do fabricante.
8. Registrar os resultados.
9. Centrifugar a amostra.
10. Aspirar 9,5 ml do sobrenadante.
Coleta, conservação e processamento da urina10
11. Ressuspender o sedimento urinário.
12. Transferir 50 µl entre lâmina e lamínula.
13. Observar em microscópio e realizar a contagem dos elementos.
Casos de rejeição da amostra
Durante o processamento, a amostra deve ser rejeitada caso o recipiente esteja 
inadequado ou com sinal de dano que possa ter provocado contaminação 
externa do material. Deve ser rejeitado caso a identificação esteja incorreta ou 
com dados discordantes, o tempo de coleta tenha ultrapassado as 2 horas sem 
conservação adequada, apresente contaminação visível por fezes, substâncias 
químicas ou materiais em suspensão como papel higiênico, o recipiente apre-
sente contaminação no lado externo, o volume seja insuficiente, tenha sido 
transportada incorretamente, tenha sido submetida a temperaturas elevadas ou 
esteja congelada. O congelamento da amostra provoca destruição dos elementos 
que possam estar presentes no sedimento, além de promover resultados falsos 
nas análises bioquímicas. Nesses casos, deve ser solicitada uma nova amostra 
atentando para que os problemas não se repitam (SOCIEDADE BRASILEIRA 
DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2017).
MAYEAUX, E. J. Guia ilustrado de procedimentos médicos. Porto Alegre: Artmed, 2012.
MUNDT, L. A.; SHANAHAN, K. Exame de urina e de fluidos corporais de Graff. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL. Reco-
mendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/
ML): realizações de exames em urina. Barueri, SP: Manole, 2017. Disponível em: http://
www.sbpc.org.br/publicacao-legislacao/publicacoes-tecnicas/. Acesso em: 5 out. 2019.
STRASINGER, S. K.; DI LORENZO, M. S. Urinálise e fluidos corporais. 5. ed. São Paulo: Livraria 
Médica Paulista, 2009.
11Coleta, conservação e processamento da urina

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