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UNIDADE 02 - REGISTRO POR CERTIDÃO DE NASCIMENTO

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REGISTRO POR CERTIDÃO DE NASCIMENTO, 
DE CASAMENTO E ÓBITO; AQUISIÇÃO DE 
PERSONALIDADE
DIREITO 
CIVIL E DIREITO 
DE FAMÍLIA E 
SUCESSÕES
Hoje vamos estudar um pouco sobre a aquisição da personalidade da pessoa 
humana, os registros de nascimento, casamento e óbito. Preparado (a)? Então 
aperta o play e assista ao vídeo de introdução.
License-56744-59935-0-4INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITODIREITO CIVIL E DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES
Você sabe o significado de personalidade para o Direito Civil Brasileiro? Vejamos agora.
O artigo 1º, do Código Civil nos traz que “toda pessoa é capaz de direitos e deve-
res na ordem civil”, isto é, toda pessoa tem capacidade de direito ou de gozo desse 
direito, bastando que nasça com vida para tê-lo. Portanto, basta que uma pessoa 
nasça com vida, que tal capacidade se fará presente, pouco importando qualquer 
circunstância de cunho formal. É o que chamamos de capacidade de direito.
Embora essa capacidade seja indiscutível sobre os direitos de cada pessoa, ela não 
traduz o exercício dos direitos em sua plenitude. Para que possa se exercer tais direi-
tos, é necessário, além da capacidade de direito, que esteja presente a capacidade 
de fato da pessoa, destacada por exclusão nos artigos 3º e 4º, do mesmo 
diploma mencionado.
Resumindo, capacidade de direito é a capacidade de 
ser titular ou sujeito de direitos, isto é, basta uma 
pessoa nascer com vida, que já adquire os direi-
tos básicos do ser humano (Direito à vida, por 
exemplo). Já a capacidade de fato, nada mais é 
do que a capacidade que a pessoa tem de pra-
ticar os atos da vida civil por si só (casar, por 
exemplo).
Estando a pessoa apta a adquirir a capacidade de fato, so-
mando-se à capacidade de direito, temos o que chamamos 
de capacidade plena (capacidade de direito + capacidade de fato 
= capacidade plena).
Atrelado a isso, além da capacidade (de fato ou de direito), a pessoa, ao nascer, adqui-
re o que chamamos de personalidade. A personalidade pode ser definida como a 
aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na esfera civil. 
Nada mais é do que a somatória das características da pessoa, isto é, aquilo que ela 
representa para si e também para a sociedade.
A doutrina aponta que “a capacidade é a medida da personalidade”, ou seja, a perso-
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nalidade é a essência, e a capacidade é o que ou quanto se pode adquirir na esfera 
dos direitos.
O artigo 2º, do Código Civil nos traz que “a personalidade civil da pessoa, começa do 
nascimento com vida. Mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nasci-
turo” (nascituro é aquele que já foi concebido, mas ainda não nasceu).
A partir da análise do artigo 2º, a doutrina discute muito a respeito de quando come-
ça a personalidade da pessoa. A partir de que momento se pode considerar o início e 
aquisição da personalidade jurídica?
Com base nas discussões e análise de muitas teorias, extraímos as três mais impor-
tantes, encabeçadas por grandes juristas. Vejamo-las:
Teoria natalista
Sustenta que o nascituro (aquele que 
ainda não nasceu), não possui direitos, 
mas apenas mera expectativa deles. 
Para essa teoria, o nascituro não é consi-
derado pessoa, sendo-lhe negado até os 
direitos fundamentais, como por exem-
plo, o direito à vida e à investigação de 
paternidade.
Teoria da personalidade 
condicional
Essa teoria defende que a personalida-
de começa com o nascimento com vida 
(igual à teoria natalista), mas os direitos 
do nascituro estão sob uma condição 
suspensiva, um dos elementos aciden-
tais do negócio jurídico (condição, termo 
e encargo). Aqui a condição nada mais é 
do que o nascimento com vida, podendo 
a partir daí, atribuir a si todos os direitos 
da personalidade. 
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Teoria concepcionista
Essa última teoria sustenta que os direi-
tos da personalidade são atribuídos to-
dos ao nascituro, sendo ele considerado 
pessoa humana capaz de adquirir direi-
tos (capacidade de direito). Para os adep-
tos dessa teoria, a lei deve resguardar os 
direitos da pessoa desde a sua concep-
ção (direito de herança, por exemplo). O 
Enunciado nº 1 aprovado na I jornada de 
Direito Civil aponta a adoção dessa teo-
ria para o Código Civil, tanto para o nas-
cituro, como também ao natimorto (feto 
que morre dentro do útero materno ou 
durante o trabalho de parto).
A teoria mais aceita atualmente no Direito Civil brasileiro é a teoria concepcionista, 
ficando entendido que os direitos da personalidade começam desde a concepção, e 
não apenas com o nascimento com vida.
Voltando agora ao campo registral, o inciso I, do artigo 9º, do Código Civil, estabelece 
que serão registrados em registros públicos os nascimentos. É a partir desse ato que 
se comprova, documentalmente para fins civis, o nascimento com vida, bem como 
a aquisição dos direitos da personalidade.
Obviamente não há necessidade de se comprovar a vida por meio de certidões lavra-
das em cartório, mas é importante a sua existência para que a pessoa seja individu-
alizada, sendo demonstrado assim, seu nome, idade, nacionalidade, parentesco etc.
Para todo nascimento, é necessário que seja dado o registro competente, dentro do 
prazo de quinze dias, que será ampliado em até três meses para os lugares com mais 
de 30 quilômetros de distância do cartório (artigo 50, da Lei de Registros Públicos).
O provimento nº 63, de 2017, do CNJ trouxe a exigência de um modelo específico 
para o registro de nascimento, que conterá dados essenciais para identificação e in-
dividualização do recém-nascido para fins civis.
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Além do modelo de registro de nascimento, importante ressaltar que o referido pro-
vimento também implantou modelos específicos e únicos para as certidões de óbito 
e casamento, devendo todos apontar a matrícula que identifica o código nacional de 
serventia, o código do acervo, o tipo de serviço prestado, o tipo de livro, o número 
do livro, o número da folha, o número do termo e o dígito verificador, observados os 
códigos de cada modelo. 
É importante que o aluno guarde as diferenças das teorias sobre o início da personali-
dade. É um tema muito cobrado em concursos, por exemplo, mas, e toda forma, es-
sencial para a compreensão do Direito Civil, especialmente o de família e sucessões.

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