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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLASSICA:
1º MÓDULO: Explicar as características da Educação na Grécia Clássica
Antes de tratar especificamente sobre a Educação na Grécia Clássica, você precisa conhecer as características e fatos que levaram a formação do que chamamos de mundo grego. Destaca-se os ideais de três dos maiores pensadores da Filosofia clássica:
· Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.): entendia a Filosofia como a procura da verdade, trilhando o caminho da sabedoria. Com a famosa frase “Conhece a ti mesmo”, o filósofo ateniense impulsionou a busca das verdades universais: o caminho para a prática do bem e da virtude. Em resumo, ele almejava que as pessoas se livrassem das falsas certezas para alcançar a verdade própria do ser humano. Assim, no século IV a.C., Sócrates criou a Maiêutica, método de ensino investigativo que se baseava nas interrogações para dar à luz o conhecimento. Esse método tinha duas etapas que destruíam as falsas verdades para criar a universal. São elas:
1ª etapa: De início, implantava-se a dúvida, de modo que o saber adquirido fosse interrogado para revelar as fraquezas e contradições na forma de pensar.
2ª etapa: Depois, estimulava-se a busca de novos conceitos, de novas opiniões, o pensamento por si mesmo, a fim de desvelar a verdade, livrando-se do falso conhecimento. 
· Platão (429 a.C. – 348/347 a.C.): A teoria do conhecimento desenvolvida por Platão tem como base a convicção de que o mundo sensível em que vivemos é apenas um mundo aparente, incapaz de nos oferecer conhecimento verdadeiro. Para chegarmos a esse tipo de conhecimento, necessitamos buscar o mundo inteligível, onde está a verdadeira essência das coisas. Assim, o conhecimento se dá a partir da ideia até a realidade. Para ratificar suas concepções intelectuais, Platão criou o Mito da Caverna, cuja história é a seguinte: Prisioneiros acorrentados em frente a uma parede podiam ver apenas sombras. Quando um deles, enfim, se liberta, encontra uma realidade diferente. Impressionado, o preso volta para contar aos demais sobre o mundo que existia fora da caverna. A intenção dele era livrá-los da escuridão. Mas os outros prisioneiros não só se recusaram a acreditar no homem, como o mataram.
· Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): Para Aristóteles, somente na pólis, o homem se realizava plenamente em busca do bem supremo. No entanto, essa realização não era definitivamente alcançada, pois não estava presa a um tempo específico, mas se refazia – inclusive como sensação –, à medida em que o homem decidia por novas determinações em seu ato constitutivo e reconstitutivo. O Conhecimento segundo Aristóteles: Aristóteles propõe uma teoria do conhecimento praticamente inversa à teoria de Platão (que foi seu mestre) ao defender que a relação de nossos sentidos com o mundo visível nos possibilita a chegada ao conhecimento. As etapas desse processo de chegada ao conhecimento seriam as seguintes: 
Para o pensamento aristotélico, o aprendizado era visto como uma prática política. Somente pelo entendimento do conceito de pólis seria possível compreender seu projeto de educação como canal capaz de desenvolver as condições necessárias para a segurança do regime e para a saúde do Estado. A Educação, para Aristóteles, deveria ocupar toda a vida do cidadão desde sua concepção. Ao Estado, cabia: 1 Guiar os cidadãos à prática das virtudes. 2 Ocupar-se da educação dos jovens. 3 Estabelecer leis que promovessem a educação conforme a moral, voltada à vida política, o que estabelecia seu equilíbrio. 4 Tornar a educação um assunto público.
Pintura da Escola de Atenas feita por Raffaello Sanzio (ou apenas Rafael) em um conjunto de cômodos pintados pelo artista (Os Quartos de Rafael). Essa obra sintetiza os maiores pensadores gregos. Os cômodos, hoje, fazem parte do museu do Vaticano.
Educação Grega: 
Não existia o modelo de escola como conhecemos na Grécia Clássica. O jovem cidadão estava constantemente aprendendo. A própria família tinha essa responsabilidade, conforme a tradição religiosa, e muitas atividades reuniam os gregos em comemoração: esses eram os momentos que faziam a Educação acontecer naturalmente. O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, pois, na formação escolar, a preocupação recaía, prioritariamente, sobre a prática esportiva. Os gregos tratavam a educação como um processo de preparação para a vida social. O homem era visto não só como um ser racional, mas como o centro do universo. A busca pelo conhecimento e o estudo da natureza, do ser humano e das artes, da observação e da investigação do mundo levaram ao desenvolvimento da Filosofia, entendida como a formação do homem, de seu espírito e de sua alma. Assim como o aspecto intelectual, a educação pelas artes era fundamental para gerar esse homem. Esse processo era resumido pela palavra paideia, que não é possível traduzir em virtude de seus inúmeros significados. 
 
A educação de cada pólis refletia a forma de organização e os ideais de cada sociedade
Educação Ateniense:
O principal objetivo da educação em Atenas era preparar integralmente o cidadão. Na pólis ateniense, a Ágora era o principal lugar de manifestação da opinião pública, adequado à cidadania cotidiana, onde o povo se reunia em assembleia para debater e deliberar sobre as questões de interesse da comunidade. 
A Educação de Atenas tinha como finalidade preparar os futuros cidadãos para a política, ou seja, para a retórica, de modo que fossem capazes de se expressar oralmente, prontos para o diálogo e o convencimento. 
Educação Elementar: Até os sete anos de idade, a educação era responsabilidade das famílias e ocorria no espaço doméstico. As crianças atenienses eram preparadas para o debate e a deliberação. Tinham um dia de estudos e de instrução para a cidadania. Elas iam à palestra – local onde estudavam – duas vezes ao dia: de manhã, quando aprendiam música e ginástica, e à tarde, após o almoço em casa, para o ensino da leitura e da escrita, que era acompanhado por um escravo, chamado de pedagogo.
Educação por gênero: As meninas continuavam a ser educadas no ambiente familiar, especificamente no gineceu. A educação masculina organizava-se em três níveis:
• Elementar (até os 13 anos);
• Secundário;
• Superior. 
A partir da Educação Elementar, as crianças eram encaminhadas para aprender algum ofício ou continuavam estudando e frequentando os ginásios.
Inicialmente, esses lugares eram destinados apenas aos exercícios físicos, mas, com o tempo e as exigências da pólis, incluíram as práticas musicais e literárias.
Ensino Superior: A partir dos 16 ou 18 anos, o jovem se dedicava ao Ensino Superior. Esse foi o momento em que Sócrates, Platão e Aristóteles desenvolveram suas reflexões e teorias. 
O ensino profissional desenvolvia-se no cotidiano, durante a própria execução do trabalho. 
Assim, a educação ateniense propiciou o surgimento e o desenvolvimento da Filosofia, que pode ser dividida em três fases:
Período pré-socrático: Buscava-se explicar as questões da natureza e a origem do mundo.
Período socrático: A reflexão residia sobre o homem. Este foi o momento em os filósofos clássicos estudados se destacaram
Período helenístico: A Filosofia ficou marcada pela visão cristã e por soluções individuais em detrimento do coletivo.
Educação espartana:
A educação em Esparta era mais voltada para a formação de soldados para as guerras. A estrutura da Educação espartana – chamada de agogê – foi organizada por Licurgo (800 a.C.-730 a.C.). O ensino era obrigatório e estava voltado à formação militar. O poder político-militar norteou a Educação de Esparta, que, patrocinada pelo Estado, tinha como principal objetivo preparar os futuros soldados. A prática educacional consistia em desenvolver as habilidades físicas para a formação do guerreiro, tais como força, bravura e obediência – virtudes necessárias à guerra.
Educação elementar: Semelhante ao que ocorria em Atenas, até os sete anos, os meninos permaneciam em casa sob os cuidados das mães, que os treinavam de formarigorosa.
Após esse período, o Estado assumia a educação: os jovens eram afastados da família e encaminhados para as casernas públicas, onde recebiam ensinamentos militares e treinavam: ginástica, saltos, natação, corrida, lançamentos de dardo e de disco.
Eles também aprendiam a suportar a fome, o frio, a dormir com desconforto e a vestir-se de forma despojada. Além disso, estudavam as armas e manobras militares, com o propósito de se tornar hábeis, perspicazes e com autodomínio.
Educação por gênero: As mulheres também se preparavam fisicamente e eram criadas para viver de maneira saudável, a fim de conceber filhos sadios. A educação sexual fazia parte da instrução feminina a partir da puberdade e era de responsabilidade da mãe.
Em torno dos 20 anos, a moça recebia autorização do governo para casar e procriar e era estimulada a engravidar, pois, quanto mais filhos nasciam, mais soldados havia na cidade.
2º MÓDULO: Descrever os elementos que marcaram a Educação na Roma Clássica.
Para compreender a Educação no Império Romano, necessitamos buscar alguns elementos entre aqueles conhecidos como seus grandes pensadores: poetas, filósofos e historiadores. Destacaremos três destes ilustres personagens:
· Horácio (65 a.C. - 27 a.C.): Além de sua importância como poeta, pois trouxe muito da filosofia grega para Roma através de sua poesia, Horácio (65 a.C. - 27 a.C.) presenciou o nascimento do Império Romano, sendo contemporâneo de Julio Cesar, Marco Antonio, Cleópatra e Otaviano Augustus. De sua vasta obra, que influenciou o pensamento romano, podemos destacar uma frase que será reconhecida como a marca do filósofo: Sapere aude! Ouse saber! 
Séculos mais tarde, Immanuel Kant, um dos fundadores do pensamento contemporâneo, traduziu a frase como: “Tenha coragem de pensar por si mesmo”.
· Sêneca: (4 a.C - 65 d.C.): Vivenciou eventos fundamentais na sociedade romana, foi preceptor de Nero na sua infância e seu conselheiro até se tornar imperador. Como filósofo, advogado, dramaturgo e homem público, Sêneca é considerado um dos mais importantes autores do império. Além de vasta obra, deixou como herança sua preocupação ética: coerência entre aquilo que pensava e escrevia com aquilo que vivia. Também defendia o conceito de igualdade natural entre os homens – vivia em constante combate à escravidão, tão comum em seu tempo.
· Josefo (37d.C. – 100 d.C.): Foi um historiador judeu, tornado cidadão romano. Ele testemunhou eventos fundamentais de seu tempo, todos registrados em suas obras: a expansão definitiva do Império Romano sobre a Palestina, a destruição do Templo de Jerusalém (70 d.C.) e o nascimento do Cristianismo. Vivendo permanentemente dividido, não só como historiador, mas como homem público, deixou relatos fundamentais daquele período, que ainda hoje são fontes preciosas.
Educação romana:
Na fase latina da Educação romana, havia resistência à influência helenística. Os pequenos camponeses do Lácio protegiam-se das inovações estrangeiras pelo respeito a uma tradição ancestral, de acordo com a qual a finalidade da educação era prática e social. Esperava-se que se proporcionasse à criança o saber necessário para o exercício de sua profissão de soldado ou de proprietário rural. No século II a.C., o pater familias concedeu à mãe os direitos sobre a educação de seus filhos durante a primeira infância, incluindo as meninas, que também aprendiam os elementos iniciais do alfabeto. A criança crescia em casa, com os colegas, entre os brinquedos e as aprendizagens básicas. A mulher adquiriu uma autoridade desconhecida na Antiguidade grega. Essa tradição permaneceu por muito tempo, inclusive no século I d.C.
Resumindo, então, a formação da criança na Roma Antiga: 
· Por volta dos sete anos de idade, o pai deveria proporcionar ao filho a educação moral e cívica, baseada na tradição, bem como na aprendizagem de noções jurídicas e de conceitos estabelecidos na Lei das XII Tábuas, a fim de desenvolver sua consciência histórica e o patriotismo. Para isso, a Educação romana compreendia, também, os exercícios físicos e militares.
· Em torno de 16 anos, finalmente livre da infância, o jovem dava início à aprendizagem da vida pública, militar ou política, acompanhado do pai ou, se necessário, de um parente e, até mesmo, de um escravo instruído, com o objetivo de se inserir na sociedade. Durante cerca de um ano, antes de cumprir o serviço militar, adquiria conhecimentos de Direito, de prática pública e da Eloquência (baseada diretamente nos estudos gregos em Retórica).
Influência grega na Educação romana: 
No início da República, o crescimento do comércio e a expansão de Roma propiciaram transformações na organização da sociedade. Inclusive, aos poucos, consolidou-se outro modelo de educação mais coerente com o novo momento vivido pelos romanos.
E quem eram esses escravos? 
A maioria deles veio da Grécia conquistada pelos romanos.
Em Roma, os escravos gregos ensinaram a própria língua e transmitiram sua cultura aos romanos. Além disso, os etruscos (povo da Etrúria, uma terra antiga da Península Itálica) também foram influenciados pelos gregos, com quem aprenderam o alfabeto.
De modo gradual, a Educação tornou-se um ofício praticado, inicialmente, por escravos no interior da família e, em seguida, por libertos na escola.
Nesse período, os mestres eram mais desprezados do que estimados e, muitas vezes, lembrados pelos castigos corporais e pela pobreza. Apesar de sua severidade, é comum encontrarmos relatos de revoltas por parte dos alunos, que até os agrediam fisicamente.
Em seguida, foram criadas as cátedras de Retórica nas grandes cidades. Além disso, houve favorecimento e promoção da instituição de escolas municipais de gramática e de retórica nas províncias.
Então, pela primeira vez, os romanos desenvolveram um sistema de ensino: um organismo centralizado que coordenava inúmeras instituições escolares espalhadas por todas as províncias do império, constituídas em caráter oficial pela intervenção do Estado.
IMPORTANTE: Observamos a influência grega e etrusca sobre a origem de uma forma de educação não familiar, mas institucionalizada na escola. Logo, a cultura grega converteu-se em patrimônio comum dos povos do Império Romano e, depois, foi repassada durante muito tempo à Europa medieval e moderna, chegando, assim, à nossa época.
3º MÓDULO: Identificar traços da Educação na Antiguidade Clássica na Educação contemporânea.
A herança da antiguidade clássica: É provável que você já tenha identificado os elementos que marcam a influência da Educação Clássica sobre nós. No entanto, gostaríamos de destacar alguns pontos sobre isto, pois é importante que você possa posicionar-se frente a eles e, assim, repensar a prática educativa que conhece e aquela que assumirá como sua.
Mundo inteligível (Platão): É preciso conhecer as formas, a verdade e a razão de tudo o que existe no mundo sensível. Tudo o que nasce e desaparece não pode ser considerado o ser de maneira plena. Neste mundo, tudo é instável, pois se transforma com o tempo. A verdade é o lugar para onde devemos retornar, pois viemos dela, das formas inteligíveis e das essências.
Educação: Missão: A instrução deve culminar na formação do cidadão e da cidade dos justos. Por isso, é necessário haver equilíbrio entre as três almas presentes no homem: animal, passional e intelectual. O intelecto (razão) tem de dominar as paixões e os instintos.
Prática Dialética: Embora nossa legislação educacional, nos últimos anos, tenha passado por muitas alterações, é fácil perceber que alguns dos pontos definidos como essenciais por Platão estão presentes ainda hoje. Sim, a dialética ainda permanece nos discursos, mas é fundamental para que haja, verdadeiramente, Educação.
O Mito Da Caverna:Provavelmente você já percebeu, mas é importante destacar que não há nada mais emancipador para o ser humano que a Educação. Ela que permite ao homem “ter coragem de pensar por si mesmo” (uma conclusão também romana). Moral da história: a educação liberta, ilumina os que estão no mundo das sombras e levaà verdade.
Formação Cidadã: Outro ponto em que esta influência é perceptível corresponde à preocupação da formação do cidadão. Ou melhor: a Educação é uma prática social, no seio da pólis. Portanto, representa uma prática política. A educação era, portanto, uma condição da pólis e não podia ser negligenciada. Para Aristóteles, a política era a ciência mais importante, e, apenas por meio da educação, o homem desenvolvia a prática do bem-estar comum. Mas, para que a educação alcançasse seus objetivos, era necessário um conjunto de atividades pedagógicas e coordenadas, que visassem a uma cidade perfeita e a um cidadão feliz.
O filósofo grego também deixou de herança o método peripatético, que discutia as questões filosóficas mais profundas, relacionadas à metafísica, à Física e à Lógica.
Educação Romana: A crítica a esse modelo de educação se fez presente e partiu de dentro da própria sociedade, que, por meio de seus importantes pensadores ou filósofos, não só condenou como também externou proposições a respeito da escola. 
Percepções gerais sobre o atual modelo de ensino: Precisamos superar a visão de que a escola não tem conseguido educar porque estamos muito mal posicionados na classificação mundial de desempenho. Devemos assumir nossa responsabilidade, como sociedade, para realizarmos uma educação plena. 
Dentre os inúmeros passos que podemos dar, além de oferecer formação acadêmica de qualidade, é preciso investir esforços para termos um relacionamento sadio e respeitoso entre escola e sociedade e entre professores e alunos.
EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA:
Como você imagina a Idade Média? Castelos e princesas, lembrando as histórias infantis? Lutas de espadas e as ações da Igreja, como nos filmes e séries? Professores que explicam que a Idade Média era a Idade das Trevas? Essas visões construídas fazem parte do nosso cotidiano e têm relação com os iluministas, que queriam se afirmar contra o pensamento da Igreja. Além disso, há o Romantismo, que idealizou as figuras do cavaleiro e da donzela e, por fim, o cinema e a literatura contemporânea que veem com certo fascínio a Idade Média.
1º MÓDULO: Identificar as principais características da transição da Educação entre a Antiguidade e a Idade Média
Contexto: A Idade Média é um período marcado pelo surgimento de um novo tipo de intelectual na Europa Ocidental: os padres cristãos. Esse grupo foi o principal responsável por manter uma Educação formal (escolas) na Europa entre os séculos V e XV. Os primeiros a inaugurarem esse novo pensamento são conhecidos como membros da Patrística.
Obs.: A Igreja Cristã foi a única instituição que atravessou todo o período de transição da Antiguidade para a Idade Média.
Em meados do século III, o Império Romano apresentava graves sinais de crise econômica e política. Na busca de reformulações que permitissem sua permanência, foram procuradas novas formas de governo – chega-se a ter quatro imperadores de uma só vez. Outra tentativa foi a organização das mensagens e preceitos religiosos que dessem sentido à nova construção imperial. Quando o Imperador Constantino se converteu ao cristianismo, houve um movimento que pode ser interpretado como uma tentativa de coesão pela religião. Mesmo assim, após a fragmentação do Império Romano Ocidental, a Educação foi creditada à Igreja, já que valorizava os princípios educacionais herdados da Antiguidade para ocupação dos seus quadros e para sua pregação.
A Igreja, por meio de seus membros, transmitiu uma mistura das culturas antigas (greco-romana) cristianizadas. Sua pregação era levada às praças, para o cotidiano dos reis, para todos que ouviam a Igreja, fazendo com que a Educação fosse difundida por meios não formais. No entanto, sua estrutura de manutenção era formal, organizada em centros de formação desses clérigos.
Conceitos: A Igreja Católica foi importante para o desenvolvimento da ciência e para a preservação da cultura. Além disso, foi fundamental na manutenção da Educação. Os monges copistas foram responsáveis pela armazenagem do saber, pois copiavam e guardavam os registros escritos. Assim, toda a produção de conhecimento nas civilizações antigas – principalmente dos sábios gregos – foi preservada e retomada no período do Renascimento.
Mesmo com a expansão do cristianismo, ainda na Antiguidade, bem como nos séculos subsequentes, os jovens romanos e cristãos frequentavam as mesmas escolas, liam os mesmos textos, recebiam a mesma instrução. O ensino da cultura clássica era necessário, sobretudo para aqueles oriundos das classes médias e altas, que formariam os quadros das carreiras administrativas. 
Por conta dessa característica, a cultura clássica influenciava os principais intelectuais da Igreja de forma intensa. (O modelo educacional da Igreja era uma cópia do modelo do Império Romano.)
Por outro lado, a cultura romana também foi muito influenciada pelo catolicismo. As pinturas, as esculturas e os livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas apresentavam cenas bíblicas, pois essa era uma forma didática de transmitir o evangelho a uma população quase toda formada por iletrados. Assim como os romanos faziam com seus monumentos e afrescos, a Igreja repaginou e permaneceu com sua utilização.
Correntes filosóficas medievais: Pode-se dividir, de forma generalista, a Idade Média, no que diz respeito à Educação, em duas linhas principais:
· Patrística: Pretende expor racionalmente a doutrina religiosa, com destaque para Agostinho de Hipona. se configurou como uma corrente de pensamento fundada pelos padres da Igreja Católica que procuravam estabelecer uma concepção racional dos fundamentos dos dogmas da fé cristã e uma resposta às suas perspectivas antagônicas, que eles denominavam de heresias.
· Escolástica: Predominante nos espaços escolares durante o Renascimento Carolíngio e readaptada a partir do racionalismo cristão e de Tomás de Aquino.
Educação: Base do pensamento educacional na Idade Média é o neoplatonismo cristão. Essa corrente filosófica misturava traços da leitura de Platão e princípios diversos filosóficos do Mediterrâneo, como estoicismo, e os preceitos da religião cristã. A influência de Agostinho de Hipona no campo educacional foi notória na Idade Média com suas obras: De magistro e A doutrina Cristã.
Vimos que para Agostinho o conhecimento era advindo de Deus, mas para quem se destinava os ensinamentos? Quem eram os alunos? Quem estudava, nesse momento, era a elite. Essa escola servia para formar novos quadros de clérigos, mas acabava também servindo à elite local. 
2º MÓDULO: Descrever a importância das artes liberais para a formação dos sujeitos na Idade Média
As Sete Artes Liberais: Foi criado por Marciano Capela. Essa divisão é marcada por três artes da alma (Trivium), inspiradas por Deus, e quatro artes humanas (Quadrivium), como veremos a seguir.
TRIVIUM: A capacidade de bem falar, bem escrever e bem argumentar é atribuída à Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo: 
Dialética: Exercício filosófico do convencimento, o ponto preciso para se atingir a verdade. É uma das grandes bases de relação entre o exercício da cultura greco-romano e a religião.
Retórica: Exercício do bem falar, da praça pública, e lida com estilo, com o envolvimento.
Gramática: Exercício de escrever, dominar os aspectos do que já havia sido escrito, reproduzir e construir a escrita com perfeição. O latim era uma língua entendida como sagrada.
QUADRIVIUM: As artes humanas tinham relação direta com a mão humana, trabalhos artesanais e com a interpretação do mundo.
Aritmética: Representa a interpretação do mundo, a base matemática de explicação das coisas. Ela fez com que muitos clérigos virassem contadores, ou controladores dos reinos. Os números são seu principal objeto.
Geometria: Era usada nos exercícios de medida, normalmente voltados à prática e à interpretação da prática, como construção de moinhos, rodas de transportes e construções como igrejas e muralhas. Envolve também a medida de distâncias, rios e trajetos diversos.
Música: Muitosnão sabem, mas existiam escalas e teoria musical na Idade Média. No entanto, é importante destacar que, para a Igreja, só era música aquilo que tinha as escalas corretas, tocadas nos ambientes corretos e com o objetivo de aproximar o homem de Deus. Músicas de festa e cantos de guerra eram duramente recriminados.
Astronomia: A mais contestada das artes. Muitos defendiam que era perigosa por ser confundida com relações pagãs, pois era responsável pelas colheitas, marcação de datas e calendários e ainda efeitos.
O homem comum aprendia o quadrivium, mas o trivium era para aqueles que gostariam de assumir uma outra condição, de líderes, de próximos à Igreja.
Também devemos destacar as escolas monásticas. Estas se originaram a partir dos mosteiros, ainda sem a adesão dos estudos filosóficos. A regra agostiniana, por exemplo, recomenda muitas horas de estudo, enquanto a Regula Monachorum, de São Jerônimo, sugere instruir-se com os filósofos segundo a sua utilidade religiosa.
É importante informar que a cultura intelectual estava monopolizada pela Igreja. Isso fazia da Educação um campo feito de sacerdotes para sacerdotes, com os conteúdos orientados às necessidades do culto. 
Histórias arturianas: Durante a Alta Idade Média, os reinos viviam um quadro de constante disputas, quedas e substituição das estruturas políticas. Nesse momento, aparece uma das principais iconografias representativas da Idade Média: as histórias arturianas. Nos séculos anteriores, as ilhas britânicas eram o verdadeiro fim do mundo romano. As muralhas de Adriano representavam, de alguma forma, o fim da civilidade. A ideia de fim do mundo acaba sendo um processo dúbio. O norte e a Irlanda, por sua vez, eram um espaço místico, bárbaro e iconográfico. Durante as “invasões saxônicas” à ilha, passaram a coexistir três tradições – as locais, tidas como místicas, as romanas e a dos novos grupos, entendidos como bárbaros. Ainda que derrotados pelos saxões, a ideia de que um libertador reuniria as forças locais e expulsaria os inimigos passa a ser fortemente construída. A figura de Arthur só ganhou seus contornos mais típicos nos textos franceses do século XII.
Por que essa história é importante para a Educação? A ideia de um unificador, um salvador que uniria aqueles povos, também seria utilizada pela religião, mas de forma diferente. Se um une pela espada, o outro une pela palavra, pela proposta de unir as pessoas sob uma mensagem de cunho religioso. A Educação teria a função de mostrar esse papel. Existem muitos “mitos” britânicos nesse sentido, mas o mais famoso é Beda, o Venerável, que, na Irlanda, fundou mosteiros, recuperou Patrício como herói que trouxe o cristianismo aos bárbaros e explicou como a Educação, pautada nas Sete Artes Liberais, era o caminho para a religião e, por consequência, para a Salvação.
Estudo da Teologia: Finalizadas as etapas do Trivium e do Quadrivium, passava-se para o último nível: o estudo da Teologia. Em razão do ambiente cultural e do próprio objetivo que se conferia ao conhecimento, o pleno desenvolvimento das “ciências investigativas” ficava restrito. Prevalecia o princípio de que o fim último do homem era chegar ao Reino de Deus e que a Revelação se encontrava nas Sagradas Escrituras. Dessa maneira, não se procurava contemplar a natureza com o intuito de formular deduções explicativas ou mesmo elaborar hipóteses, mas unicamente para procurar os símbolos dos desígnios divinos.
3º MÓDULO: Comparar aspectos da Reforma Carolíngia e da Educação islâmica na Europa Ocidental
Agora vamos falar da segunda grande reforma da Educação na Idade Média: a Escolástica. A Escolástica é um movimento que vem de diversas influências. Optamos por duas delas: Reforma Carolíngia: Termo histórico inventado para mostrar como importantes mudanças da Educação na corte de Carlos Magno foram iniciadas e abriram caminho para a Escolástica. Influência dos muçulmanos: Maomé não trouxe só outra religião. A partir da sua fundação, um novo mundo, um novo sistema de governo e uma nova forma de ver a Educação foram criados. O tamanho e o poder dessa presença foram tão grandes que fizeram com que eles dominassem norte da África, sul da Europa e partes importantes da Ásia. Mas não era pela espada, era uma expansão que tinha muito comércio e cultura.
Contexto: Império carolíngio x Islamismo: Essas duas culturas desempenharam importante papel na História da Educação e a junção dessas influências possibilitam a compreensão do surgimento da Escolástica.
Cultura cristã x islâmica
ERUDIÇÃO
	ISLAMISMO
	CRISTIANISMO
	Essa cultura teve dois tipos de escola: elementar e superior. Na escola elementar, o foco do ensino era o Alcorão, que possui um conteúdo interdisciplinar, pois aborda, além da questão religiosa, assuntos sobre direito, política, sociedade e noções básicas sobre ciências. Já no ensino superior, além da abordagem religiosa, havia várias áreas do saber, como a Química e a Erontologia, estudo do sexo, e a Medicina – inclusive com o desenvolvimento de cirurgias.
A erudição se manifestava pela tradução de intelectuais de diversas religiões e partes do mundo para o árabe, permitindo que suas ideias circulassem.
	O que dá legitimidade a algum elemento, ou seja, o que deixa algo reconhecido de forma viva e valorizada? Mostrar que existem antecessores importantes e pares poderosos. Esse é um traço da cultura escolar construída. O tempo todo afirma-se por meio de herdeiros de santos, herdeiros de intelectuais, pares de reis, bispos, ou seja, criando uma rede, que é valorizada ao dizer que um estudou com o outro e isso foi tônica durante o Renascimento Carolíngio
ESCRITA
	O sentimento de que o mundo falava árabe era comum aos cronistas que, ao andar pelo mundo, sempre encontravam alguém que conhecia o idioma. A expansão do islamismo teve diversos desafios, mas um dos maiores foi integrar povos tão diversos. Os muçulmanos não impunham a sua religião, no entanto, davam vantagens a quem se convertia.
Mesmo para grupos tão diferentes, todos os que buscavam a conversão precisavam escrever e falar em árabe. O entendimento era de que o Alcorão não era uma revelação só pela mensagem, mas na forma. 
	Para mostrar e difundir este olhar sobre a Educação, não basta uma revisão superficial do texto bíblico, que já tinha sido modificado no decorrer dos séculos. Era preciso ir além. Assim, duas inovações foram seguidas. A primeira foi a adoção de uma escrita de melhor qualidade. Dessa forma, os clérigos carolíngios generalizam o uso da minúscula carolíngia, espécie de letra menor e mais elegante, que foi utilizada nos séculos precedentes. Essa mudança tornou os livros mais manuseáveis e legíveis.
A segunda mudança, também na época carolíngia, foi a adoção do hábito de separar as palavras e as frases umas das outras com um novo sistema de pontuação em oposição ao modo antigo de escrita que o ignorava completamente.
LÍNGUA
	O crescimento de seu domínio e o despertar do interesse de governos gerava uma ampla circulação de pessoas, que desejavam conhecer e dominar a língua e os ensinamentos. O reino do Gana, por exemplo, vai aos principais intelectuais pedir ajuda para se converter. Turcos e mongóis, que surgem como inimigos da religião e do domínio muçulmano, acabam sendo convertidos pelos seus líderes à nova religião.
Professores e intelectuais eram contratados nas cidades maiores e circulavam pelo mundo muçulmano dedicados a ensinar a língua e outros fundamentos da cultura e da religião. Esse interesse se dava pelo que representava seus conhecimentos. 
	Outra forma de divulgação das obras antigas é a perpetuação de um conhecimento regular das regras do latim, que faz com que a gramática e a retórica sejam as principais disciplinas da erudição carolíngia. Vale lembrar que estamos em um período em que a língua latina evolui de maneira distinta em cada região. Nesse momento, os eclesiásticos carolíngios adotam uma decisão que conduziu o futuro linguístico da Europa. Eles admitiam que as línguas faladas pelas populações se distanciavam irrevogavelmentedo latim clássico, a ponto de aconselharem que os sermões fossem traduzidos para as distintas línguas vulgares. 
De um lado, havia uma multiplicidade de línguas vernáculas faladas localmente pela população e, de outro, uma língua erudita, aquela do texto sagrado e da Igreja, incompreensível para os fiéis.
ESCOLAS
	A instrução básica ocorria em centros formados dentro das mesquitas. Deveria ser ensinado a todos uma formação básica no idioma e alguns rudimentos de filosofia/religião islâmica.
Os estudos avançados eram realizados em centros maiores conhecidos como “Casas de Cultura” chamados por muitos de embriões das universidades medievais. Esses espaços reuniam escritos, sábios de regiões diversas e o ensino era marcado pelo ecletismo. Só poderiam participar muçulmanos ou povos dos livros – salvo quando cristãos e muçulmanos estavam em conflito.
	As escolas cristãs eram organizadas principalmente nos mosteiros. A partir dos oito anos, as crianças seguiam para esses locais e, ao completarem 18 anos, poderiam escolher se seguiriam a vida eclesiástica ou não. No período do governo Franco de Carlos Magno, surgem as primeiras escolas nas cidades, com profissionais que ofereciam seus serviços como professores particulares. Esses locais eram reconhecidos como escolas menores. Elas eram depreciadas pelas grandes escolas monacais e, por isso, tratadas com desdém, como escolinhas ou Escolástica. 
Desenvolvimento da Educação na cultura islâmica:
Povo árabe foi, de alguma forma, aquele que reinseriu a cultura clássica no Ocidente. Esse fato foi possível em virtude, do entendimento que tiveram da ciência grega, o que não se caracterizou como imitação. Dessa maneira, ao inserir seus elementos religiosos e científicos, acabaram difundindo elementos gregos que tinham sido remodelados. O ensino árabe também recebeu forte influência das escolas gregas e romanas.
Normalmente, imaginamos um mundo de conflito, em especial quando começam os movimentos das Cruzadas, em 1095, mas a relação de troca no mundo mediterrânico foi intensa. Em um primeiro momento, os textos gregos traduzidos para o árabe ajudam a consolidar os espaços culturais muçulmanos conhecidos como casas de cultura. Depois, esses mesmos materiais foram traduzidos do árabe para as línguas românticas (início das línguas modernas).
Desenvolvimento da Educação na cultura cristã: Reformas realizadas por Carlos Magno e seus conselheiros foram importantes. A principal delas foi a reforma da escrita. A nova escrita, minúscula carolíngia, é clara, normalizada, elegante, mais fácil de ler e escrever. Podemos dizer que foi a primeira escrita europeia. Numa intensa atividade de cópia de manuscritos nos scriptoria monásticos, reais e episcopais, Alcuíno introduziu uma nova preocupação com a clareza e a pontuação. Carlos Magno também buscou corrigir o texto da Bíblia.
Rumo à Escolástica: A Educação urbana, considerada menor, que passou a se organizar e se difundir a partir da Reforma Carolíngia, é fortalecida com o crescimento das cidades. Assim, aumentaram as trocas comerciais e culturais com o mundo muçulmano. A soma destes dois fatores criou um terreno fértil para outra cultura educacional.
Por isso, o movimento intelectual conhecido como Escolástica, que marca a mudança do pensamento educacional medieval, só pode ser compreendido a partir do entendimento deste novo mundo.
4º MÓDULO: Determinar a importância da Escolástica para as escolas urbanas e universidades na Baixa Idade Média
A escolástica é um movimento relacionado ao crescimento do comércio e dos centros urbanos na Europa e, consequentemente, marcado pela disputa de intelectuais. 
Ela muda o lugar de Deus. Sim! Se Deus era algo a ser alcançado, agora Ele está dentro de cada um de nós e alcançá-lo é uma operação racional.
O papel da Educação nisso é preparar o sujeito para que ele possa ativar sua centelha divina, seu lugar de razão e mergulhar em si para poder alcançar a Deus e explicar o mundo.
Neoplatonismo x Neoaristotelismo: Neoplatonismo: Herdeiro da Patrística, partindo especialmente de Agostinho – Deus deve ser sentido, ele não precisa de uma explicação racional. Precisamos de mestres para conduzir os sujeitos pela prática, pela repetição de nomes da Igreja para alcançar Deus. Como Deus é tudo, inclusive todo o conhecimento, a busca por Ele é um exercício constante de alcançar a verdade em algum lugar. Neoaristotelismo: 
Herdeiro da Escolástica, em especial de Tomás de Aquino – Deus deve ser explicado. Todo homem tem uma essência, um caminho racional que explica tudo. Essa essência, no caso dos homens, é divina. Logo, Deus não está em um lugar que deva ser alcançado, mas deve ser buscado dentro de cada um. Se minha capacidade de pensar e entender o mundo é centelha divina e a razão é divina, é divino fomentar o conhecimento e o racionalismo. Deus deve ser conhecido.
As universidades: A primeira universidade foi a de Bolonha, ainda que tenha sido regulamentada pelo papa apenas em 1252. Desde 1154, o Imperador Frederico Barba Ruiva conferira prerrogativas aos mestres e aos estudantes de Bolonha. Só para entendermos, há várias associações de mestres que transformavam as cidades em polos de atração de alunos. Esses alunos eram famosos pelas bebedeiras, festas e pelo conhecimento, mas estas escolas não eram reconhecidas como nada diferente do que um centro de cultura. A partir do final do século XII, principalmente ao longo do XIII, vemos a consolidação de uma instituição, com regras e cátedras (cadeiras) reconhecidas pelo papa. Seu modelo era semelhante ao de um mosteiro, mas, ao invés de um abade, havia um rector (reitor). Além disso, o reconhecimento do título passa a ter uma cerimônia em que o mestre, representando ser o portador do conhecimento, dá a outorga ao aluno, transformando-o em um novo portador do dom. A partir do final do século XII, principalmente ao longo do XIII, vemos a consolidação de uma instituição, com regras e cátedras (cadeiras) reconhecidas pelo papa. Seu modelo era semelhante ao de um mosteiro, mas, ao invés de um abade, havia um rector (reitor). Além disso, o reconhecimento do título passa a ter uma cerimônia em que o mestre, representando ser o portador do conhecimento, dá a outorga ao aluno, transformando-o em um novo portador do dom.
Fundamento aristotélico da Escolástica: Dois grandes nomes se destacam na corrente Escolástica. São eles: Aristóteles e Tomás de Aquino.
Escolástica deriva do desenvolvimento da Dialética, uma das artes que compõem o Trivium.
Esse método era baseado em três etapas: Quaestio: Elaboração de um problema, ou seja, na exposição de uma questão. A disputatio: Discussão do questionamento entre mestres e alunos. A Determinatio: Resolução do problema por parte do mestre. 
Escolástica ampliou-se quando Tomás de Aquino introduziu ao método elementos da Filosofia de Aristóteles. Historicamente, na Idade Média latina, a partir da segunda metade do século XIII e no século XIV, a Filosofia apresentava-se de duas formas distintas. Vejamos: Filosofia articulada à Teologia e Filosofia voltada à tradição antiga.
As universidades foram fundadas a partir das disciplinas disponíveis nas faculdades. Existiam quatro faculdades que faziam parte de todas as universidades: Direito, Teologia, Medicina e Artes.
EDUCAÇÃO E RENASCIMENTO: 
1º MÓDULO: Conceituar modernidade para a História
Quantas vezes escutamos, em nosso dia a dia, o uso da expressão moderno se referindo a algo novo ou diferente? Mas, de onde vem exatamente essa ideia sobre o que é moderno?
A origem da ideia de moderno como novo surge de uma construção histórica. Tradicionalmente, os historiadores convencionaram dividir a História em eras para melhor compreendê-la e ensiná-la. Essa proposta, que chamamos de linha do tempo, foi muito utilizada como método de estudo, sobretudo no século XIX, pelos positivistas.
Nesse recurso, vemos que a História começa na Idade Antiga com o aparecimento da escrita. Isso se fundamenta na premissa da tradição europeia de que povos sem escrita não teriam história,por isso, Pré-História. (Essa concepção justifica, por exemplo, o estudo dos povos indígenas e africanos ter sido relegado durante tanto tempo.)
Após a Idade Antiga, surgiu a Idade Média, considerada a Idade das Trevas. Esse termo surge no período renascentista, já na Idade Moderna. Os historiadores desse período não viam um valor na Idade Média, entendendo-a simplesmente como uma fase entre a cultura clássica e a moderna. Daí a visão, equivocada, de que a Idade Média havia sido um período de estagnação e obscurantismo.
O Moderno surge em oposição ao Medieval. O Novo e o Velho. Essa ideia se populariza, e temos ainda dificuldade em compreender que o moderno é algo concebido em seu próprio tempo. Nesse caso, seguindo a convenção, entre os séculos XV e XVIII.
Um período histórico não começa e termina com um único evento, por mais importante e significativo que ele seja. O conhecimento e a cultura são frutos de um acúmulo, que ocorre ao longo dos séculos. Temos, portanto, em nosso modo de viver, contemporâneo, diversos legados de períodos anteriores, dos quais alguns são notórios enquanto outros são menos evidentes.
Como exemplo, podemos citar a nossa percepção estética, que é claramente derivada da cultura clássica, greco-romana. Com certeza gostos, culturas e ideais de beleza se alteram, porém de modo lento e sempre deixando resquícios.
Período Moderno: O ser humano é questionador por natureza; e esse desejo de aprender, sobre si e sobre o ambiente em que vive fortalece e consolida a criação de instituições escolar. Em cada tempo histórico, esse aprendizado teve um fundamento, uma forma de organização.
	Importante: Perceba que o fato da Ciência começar a se estruturar como fonte de conhecimento na modernidade não faz, de forma alguma, com que a questão religiosa seja deixada de lado ou esquecida. A religião, em geral, e o cristianismo, em particular, assumem novos papéis na ordem social que se altera progressivamente.
Dois elementos foram fundamentais para que a Idade Moderna se consolidasse: FAMÍLIA e ESCOLA
Se antes apenas as crianças de origem nobre eram alvo de alguma educação estrutural, agora também se começa a educar fora da nobreza.
Essa estrutura familiar, que se tornou uma das características da modernidade, fez com que surgisse outro conceito que modificaria definitivamente as relações sociais: a infância. Retomando Ariès (1986), no medievo não havia uma grande separação entre as idades, e as crianças eram tratadas como pequenos adultos.
2º MÓDULO: Reconhecer a Educação no Renascimento
Renascimento
O Renascimento, movimento intelectual ocorrido no final da Idade Média e durante a Idade Moderna, é um tema que tem sido exaustivamente estudado. Não só pela sua importância na concepção da história intelectual do Ocidente, mas também pelas rupturas que provocou na organização do conhecimento até então estabelecido.
Quando falamos em Renascimento, imaginamos a arte do período e seus representantes, como Michelangelo e Leonardo da Vinci.
O Renascimento não é apenas um. Por ser multifacetado, ele pode ser pensado em aspectos distintos (comercial, urbano, científico e cultural), os quais estão interligados e juntos compõem um quadro de mudanças extraordinárias e de grande movimentação intelectual que marcaria definitivamente o campo da Educação.
A dinâmica do Renascimento é expressa em um movimento de rupturas e continuidades. Por um lado, há a retomada de valores clássicos que passaram a ser discutidos e aperfeiçoados, não só do ponto de vista estético – a arte renascentista recupera em grande medida a arte clássica –, mas também do ponto de vista político e filosófico.
É necessário atentar para a ideia de retomada que tão frequentemente se utiliza ao discutir esse momento. Essa “retomada de valores” não é, sob nenhuma circunstância, uma mera transposição. Historicamente, não é possível fazer uma transposição sem alteração de um período histórico para outro.
Pensadores:
Nicolau Maquiavel (1469-1527), autor de uma das principais obras de política já produzidas, O Príncipe; um manual de política escrito no século XVI, que expunha suas principais ideias acerca da arte de governar.
Note que não é ainda a ideia de educação formal como mais tarde seria estruturada, mas uma educação prática, para a vida em sociedade. Maquiavel e outros pensadores que o sucederam entendiam que o ser humano em estado natural tende a ser selvagem. Sem um Estado e leis que o regulem, ele é dominado por suas paixões e seus desejos, tomando para si aquilo que cobiça sem que haja consequências ou punições. Essa natureza torna impossível a vida em sociedade, pois - sem disciplina e regulamentos, além de uma figura de autoridade para impor, mesmo que com o uso da força - não haveria a ordem social. A educação dá-se pelo exemplo. A Educação para Maquiavel estava, inegavelmente, vinculada à virtude.
O sentido de virtude aparecia em outras propostas pedagógicas, como a do filósofo inglês John Locke (1632-1704). O pensamento de Locke faz parte do que chamamos de autores contratualistas. Para Locke, a educação possuía um caráter eminentemente moral. De nada adianta a um indivíduo dominar os princípios da Ciência se isso não o torna uma pessoa e um cidadão melhor.
Esses pensadores acreditavam na existência de um contrato social que seria, de forma bastante resumida, um contrato tácito entre Estado e indivíduo.
Apesar de os renascentistas questionarem e criticarem a Igreja como instituição, entendiam-na separada da fé em Deus. Os movimentos do Renascimento não eram ateus, mas colocavam em xeque as instituições e a forma como elas se relacionavam.
O racionalismo renascentista permitiu que essas discussões ocorressem. Esse princípio buscava compreender o mundo por meio da observação dos fenômenos, recusando explicações simplistas ou de caráter religioso. Mesmo os questionamentos simples, possuíam anteriormente, respostas teológicas.
A Física, a Química, a Medicina e a Botânica passam a oferecer novas formas de compreender o mundo. Essas ciências se baseiam no empirismo, na observação dos fenômenos. O empirismo foi um dos pilares da modernidade e, como pensamento, está presente até nossos dias.
Renascimento ou Iluminismo?
A razão e a empiria renascentista eram alguns dos pilares do movimento iluminista, que ocorreu no século XVIII. Esse período ficou conhecido como Século das Luzes, em oposição às trevas que obscureciam a razão. Cada vez mais razão e ciência passaram a ser vistas como fontes de conhecimento, e aumentava a necessidade de se educar com base nos princípios da empiria e da razão. Um de seus principais representantes, no que toca ao debate acerca do conhecimento e do aprendizado, foi Immanuel Kant (1724-1804).
3º MÓDULO: Identificar o movimento da Reforma, da Contrarreforma e o modelo de educação jesuítica implantado no Brasil
Na Idade Média a religião era o centro do conhecimento e da vida em sociedade, na Idade Moderna ela se modificou e adquiriu novo sentido.
Isso ocorre, em parte, devido às transformações, como os movimentos renascentistas, e pelo movimento de Reforma Religiosa. As obras de Michelangelo são encontradas no Vaticano e não chegaram lá por acidente!
À medida que a instituição enriquecia, afastava-se das questões espirituais e se aproximava do campo da política.
Reforma Religiosa
Não havia uma separação entre Igreja e Estado. Isso significa que a Igreja podia prender e julgar aqueles que, segundo seu entendimento, cometessem crimes de fé, como renegar princípios católicos. A despeito do temor que as punições provocavam, diversos pensadores, chamados de reformistas, questionavam a conduta da Igreja Católica, o que desencadeou, na Idade Moderna, na chamada Reforma Religiosa.
Um dos primeiros pensadores a questionar a doutrina e a conduta da Igreja Católica foi Jan Hus (1369-1415), ainda no século XIV. Para Hus, a Igreja devia se aproximar de seus fiéis e, por essa razão, defendia que as missas deviam ser celebradas na língua de cada povo.
Embora houvesse punições severas, elas não impediram o movimentoreformista. Diversas contradições eram apontadas pelos críticos da Igreja: COMÉRCIO DE RELÍQUIAS, ENRIQUECIMENTO AO INVÉS DE CARIDADE, VENDA DE INDULGÊNCIAS, ADORAÇÃO DE SANTOS, CELIBATO.
Atuação de Lutero: É nesse contexto que as reformas de Martinho Lutero (1483-1546), considerado o Pai da Reforma Protestante, ganham força. Daquilo que via como contradição, era a venda de indulgências um dos principais alvos de suas críticas. As propostas teológicas de Lutero logo se espalharam, em parte, devido a uma invenção que modificou o mundo intelectual: a imprensa. A impressão de livros permitiu que a Educação ganhasse corpo e que a leitura, antes restrita, começasse a ser popularizada. O reformista traduziu a Bíblia para o alemão, aumentando assim o número de pessoas com acesso à sua doutrina.
Lutero estimulava o desenvolvimento da Educação a fim de que não fosse restrita à elite e à nobreza, mas alcançasse a população para que esta pudesse ler a Bíblia livremente, permitindo-lhe se aproximar de Deus e de sua própria salvação.
Contrarreforma: A Reforma Protestante provocou a resposta da Igreja Católica, conhecida como Contrarreforma Católica. Foi realizado então o Concílio de Trento, que começou em 1545, cujas competências eram: Reforçar a autoridade do Tribunal da Inquisição, Estabelecer o Index Librorum Prohibitorum (uma lista de livros que deveriam ser abolidos e cuja leitura era proibida), Enfatizar a autoridade papal (segundo a doutrina, o papa era infalível, o que era criticado pelos reformistas), Constituir os seminários para promover e controlar a formação do corpo eclesiástico.
A fundamentação teológica da Igreja é que, se houve perda de fiéis, foi porque alguns fundamentos, caminhos, precisavam ser recuperados, os desvios combativos.
Os jesuítas: O exercício do ensinar e do aprender não podia ser para si, mas para conduzir, para levar os outros à divindade, à salvação. O princípio máximo jesuítico era ensinar o caminho da salvação e, para isso, era necessário ser educado, direcionado. Os jesuítas eram considerados uma ordem militar. Sua missão era converter os povos não cristãos e desde sua origem aproximaram-se da Educação, seguindo o que ficou conhecido como metodologia inaciana, em referência ao fundador da ordem, Inácio de Loyola. Sua pedagogia estava fundamentada no Ratio Studiorum, publicado em 1599. Com o estabelecimento do Ratio Studiorum, os jesuítas ganharam uma importante ferramenta pedagógica. Esse manual determinava não só os conteúdos e as disciplinas que deveriam ser ministrados, mas se detinha de forma detalhada na própria prática docente que seria aplicada pelos membros da ordem.
	Importante: É importante frisar que o Ratio Studiorum foi um dos primeiros planejamentos pedagógicos e escolares da educação ocidental, tendo influenciado a Pedagogia séculos depois de sua elaboração. Constitui-se de uma sistematização inédita de métodos, teorias, procedimentos curriculares que se tornaram um dos pilares da pedagogia moderna.
4º MÓDULO: Distinguir as linhas do pensamento pedagógico na modernidade
Pedagogia na modernidade
A Idade Moderna trouxe uma preocupação com a natureza do conhecimento, o que levantou alguns questionamentos: Qual o método de aprendizagem mais eficiente? Como acontece o aprendizado? O aprendizado se dá somente por aquilo que aprendemos ao longo da vida? Nascemos com algum conhecimento? Nascemos como telas em branco?
Você consegue reparar que nossa forma de ver, pensar e discutir a Educação tem muita influência desse momento?
e, na Idade Média, não houve uma grande preocupação em sistematizar a Educação para todos, de modo geral, a partir de então se começa a pensar qual a melhor e mais eficiente forma de educar.
O pensamento moderno foi muito importante para se debater a natureza do conhecimento. A disciplina, tão importante na Idade Média e na educação religiosa, seria rediscutida, sendo revista como o principal fator do aprendizado. Não houve uma ruptura definitiva. Os projetos pelo racionalismo e pela empiria influenciaram o processo iluminista, passaram a se digladiar e acabaram se unindo.
Autores: Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Ele escreveu depois do início do movimento que marcou a modernidade, porém tornou-se um ícone desse movimento por não estar preso à dinâmica do pensamento iluminista francês, mas às demais correntes filosóficas presentes na sociedade. Para Pestalozzi, o afeto seria um dos principais componentes do processo educacional. É o amor que estimula a criança a aprender, preenchendo-a de dentro para fora. Sua teoria comparava a escola a uma casa. Uma casa bem organizada funciona a partir do amor e da disciplina.
Johann Friedrich Herbart (1776-1841). Ao compartilhar a ideia de Locke sobre a tabula rasa, entendendo que nascemos desprovidos de conhecimento e o vamos adquirindo ao longo da vida, Herbart via a Educação como uma ciência. Coube a Herbart a tarefa de cientificizar a Pedagogia, dotando-a de métodos, formas de medir e de avaliar o conhecimento obtido. Um aspecto fundamental – e revolucionário – em sua obra foi a aproximação com a Psicologia, ciência que, no início do século XIX, ainda engatinhava. Sua proposta se dividia em três procedimentos fundamentais: GOVERNO, INSTRUÇÃO, DISCIPLINA.
Friedrich Wilhelm August Fröbel (1782-1852). Fröebel foi quem primeiro entendeu o brincar como uma forma de aprender e desenvolveu a ludicidade como ferramenta pedagógica. Ainda preso ao individualismo da modernidade, Fröebel propôs o desenvolvimento autônomo, não vinculado a uma prática coletiva, embora focasse também na moralidade como objetivo do processo de aprendizagem.
É interessante notar que esses pensadores têm em comum a ideia de uma educação prática.
Que o aprendizado só ocorre através do fazer e que a teoria, sozinha, é algo vazio.
Evolução não linear da Educação
Os fatores culturais renascentistas contribuíram para a busca de uma melhor forma de educar. Embora os desdobramentos históricos desse movimento não tenham seguido uma linearidade, ora sendo influenciados pela Ciência, ora pela religião, também não se pode dizer que sofreram uma ruptura definitiva; ainda somos guiados por alguns desses modelos quando vivenciamos a Educação.
PROJETO DE EDUCAÇÃO ILUMINISTA
1º MÓDULO: Identificar as premissas do pensamento iluminista
O pensamento iluminista: 
A Idade Contemporânea, na qual vivemos, começa com uma série de eventos que podem ser resumidos nas revoluções no fim do século XVIII, que são: Revolução Industrial Inglesa, Revolução Francesa e Revolução Americana. Mas, além dessas, outra revolução foi fundamental naquele momento e afetou diretamente a Educação: o Iluminismo!
O Iluminismo foi um movimento intelectual francês do século XVIII, denominado também de “Esclarecimento”. Esse movimento foi liderado por filósofos e políticos, que pregavam a necessidade de se “trazer luz/ esclarecimento” à sociedade, combatendo, especificamente, o absolutismo e a religião, entendidos como entraves ao livre pensar. O Iluminismo teve a sua maior representação na Revolução Francesa (1789), mas já havia expandido suas ideias na Europa bem antes disso.
Em qual contexto o Iluminismo se estabeleceu?
No século XVI, período conhecido como Antigo Regime, um acordo de governo foi estabelecido entre a burguesia e a nobreza. Nesse acordo, a Igreja era a base ideológica, responsável por legitimar o poder do rei e por educar os burgueses sobre a ordem natural do mundo. Nesse contexto, por um lado, o rei era visto como uma figura divina e ungida por Deus; por outro, era responsável pela manutenção da ordem e da lei, fazendo justiça e guerra, quando necessário.
Desde o Humanismo, o pensamento racionalista instaurou-se buscando superar o regime anterior, apresentando a razão humana como única necessária e capaz de dar aos homens condições plenas de vida. No século XVIII, o Iluminismo manifestou esse racionalismo de forma radical.
Como vimos, o Iluminismo atingiu seu apogeu na luta contra a monarquia absolutista durante a Revolução Francesa, que tinhacomo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nesse contexto dois elementos se destacam: Valorização da razão como único guia dos desejos e vontades iluministas e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789).
O desejo dos iluministas era iluminar as trevas, pois consideravam que o pensamento religioso era equivocado e obscuro. Por isso, o século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes. Foi nesse período que ocorreu o apogeu da razão, que combatia o teocentrismo da Idade Média. Nesse sentido, cabia à razão – e somente a ela – responder as indagações humanas. Qualquer outra concepção, inclusive advinda da Teologia, atrapalhava o desenvolvimento da humanidade. O Iluminismo, então, colocou o homem como centro do universo.
É nesse contexto que a ciência racional se estabelece, tendo como base o antropocentrismo. O pensamento, então, era de que no homem, pelo homem, com o homem e somente nele estava a possibilidade de progresso, que aconteceria pela valorização exclusiva da razão.
o Iluminismo influenciou de forma significativa a sociedade, promovendo mudanças políticas, econômicas e sociais. No entanto, apesar de trazer um discurso de liberdade e de garantia de direitos, muitas das práticas dos iluministas eram contraditórias. Dentre essas incoerências internas.
2º MÓDULO: Reconhecer os impactos do Iluminismo na Educação com destaque para a Reforma Pombalina
A influência do Iluminismo na Educação: o Iluminismo transformou a sociedade de maneira significativa, afetando diretamente a Educação. Nesse campo, o propósito era romper drasticamente com o modelo de educação tradicional anterior (monárquico, religioso), denominado pelos iluministas de obscuro e oposto à verdade. 
De maneira prática, quais foram as mudanças que o Iluminismo trouxe para a Educação? 
Com a expulsão dos jesuítas, não só em Portugal, mas em todas as suas colônias, inclusive no Brasil, houve mudanças significativas, principalmente no campo da Educação. Isso, em decorrência do fato de que todo o sistema de ensino da época era jesuíta. Elencamos, a seguir, as principais consequências da expulsão dos jesuítas no campo da Educação: Eliminação dos métodos de ensino; Agressão à identidade jesuítica em suas comunidades religiosas; Proibição do exercício do ministério sacerdotal.
Reforma educacional de marquês de Pombal
Após a expulsão dos jesuítas, marquês de Pombal precisou criar um novo modelo de ensino, tendo como base os ideais iluministas. Seu principal objetivo era formar uma elite econômica portuguesa preparada para o comércio. Para isso, ele criou a Escola de Comércio e a Escola Náutica, nas quais se aprendia caligrafia, contabilidade, escritura comercial e línguas modernas. Assim, a estrutura deixada pelo sistema único de educação dos jesuítas foi destruída pela reforma educacional de Pombal. Pombal decretou, por meio do alvará régio, a suspensão das escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias. Também criou as aulas régias ou avulsas de Latim, Grego, Filosofia e Retórica. Estabelece-se, assim, a Educação Pública, que, vale destacar, naquele momento, não correspondia a uma educação direcionada a todas as pessoas, mas a uma educação que é mantida pelo governo, ou seja, marquês de Pombal estruturou um modelo de educação vinculado aos Governos Gerais e suas províncias.
Quais são os principais pontos da reforma educacional de marquês de Pombal
· Criação das aulas régias gratuitas de Gramática latina, Grego e Retórica, junto com o decreto que expulsou os jesuítas.
· Centralização do ensino com a criação do cargo de diretor-geral dos estudos, que tinha a função de fazer cumprir as disposições do diploma, ficando a ele subordinados todos os professores régios das disciplinas citadas.
· Estabelecimento de cadeiras de retórica e dos chamados Estudos Menores, que incluíam, também, o estudo de Filosofia com quatro professores: um para Lisboa, um para Coimbra, um para Évora e um para o Porto.
· Ensino feito exclusivamente em português, mesmo para os índios, aos quais era oferecido na língua tupy pelos jesuítas.
· Instituição do subsídio literário, uma espécie de imposto, para gerar recursos para o pagamento dos professores.
Para atender a essa nova demanda, diversos professores foram nomeados. Aqueles que foram direcionados para atuar no Brasil provavelmente não tinham a formação específica para lecionar na área a qual foram designados. Apesar do esforço de marquês de Pombal, houve inúmeras perdas com o desmantelamento de um aparato educativo que já funcionava há mais de duzentos anos, que era o modelo de educação jesuíta. Um exemplo que ilustra essa perda é o fato de que as aulas régias, isoladamente, não conseguiram suprir o conjunto de aulas e disciplinas que eram aplicadas pelos jesuítas. Sobre isso, reflita: Será que o modelo de educação jesuítica de fato era tão danoso para a sociedade?
3º MÓDULO: Descrever o processo de modernização da Educação implementado pela família real portuguesa
A modernização da Educação
A estrutura educacional instituída pelo marquês de Pombal, posteriormente, foi modernizada com a chegada da família real portuguesa ao Brasil. A primeira medida de D. João VI ao chegar ao Brasil foi a abertura dos portos às nações amigas. Essa atitude foi de crucial importância para reverter a condição do Brasil de colônia de Portugal, pois rompeu com o monopólio comercial da metrópole portuguesa até então existente. A partir de então, todos os países poderiam negociar livremente em portos brasileiros. Ao retornar a Portugal em 1821, D. João deixa seu filho D. Pedro no comando do Brasil. Em 1822, D. Pedro assume o governo brasileiro, agora como D. Pedro I. Sua breve administração se encerra em 1831, quando abdica do trono. Como sucessor, ele deixou seu filho, D. Pedro II, que ainda era uma criança. Inicia-se, assim, o Período Regencial no Brasil. Considerando esses três períodos – Período Joanino (1808 - 1821), Primeiro Reinado (D. Pedro I) e Período Regencial (1831 - 1840).
Período Joanino: Criação da Imprensa Régia; Criação do Jardim Botânico; Criação de uma biblioteca com quase 60 mil volumes trazidos nos navios; Criação das escolas de ensino superior na Bahia e no Rio de Janeiro; Missão cultural francesa; Criação do Museu Real.
Primeiro Reinado: Constituinte de 1823 é dissolvida; primeira constituição do Brasil; Proposta de adoção do método Lancaster em escolas primárias.
Período Regencial: Ato adicional; Primeira escola normal; Escola normal da Bahia; Definição do Pedro II como escola modelo.
Apesar dessas medidas terem representado uma modernização da estrutura educacional implementada por Pombal, as mudanças ocorridas não atenderam às reais necessidades da população brasileira. Mesmo no Segundo Reinado (1840-1889), governado pelo Imperador D. Pedro II, as medidas no campo educacional foram inexpressivas. Isso mostra que, em quase 400 anos de história, não havia sido criada no país uma estrutura escolar sólida que permitisse à população plena formação e, consequentemente, fornecesse condições de um desenvolvimento que atendesse a todos os cidadãos.
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA
1º MÓDULO: Identificar as transformações da Educação no mundo contemporâneo
A divisão do tempo: a ideia de separar o tempo foi criada por pessoas que viviam seu próprio tempo. Elas não tinham noção de como aquele momento seria chamado no futuro. Dessa forma, o tempo foi dividida:
A visão de tempo europeia visava exaltar o que eles entendiam como seu auge: do desenvolvimento da escrita em áreas próximas ao Mediterrâneo – com gregos e romanos, incluindo as civilizações reconhecidas como poderosas, como os egípcios –, passando por um período considerado pouco produtivo para o homem – Idade Média –, quando retoma o seu caminho de crescimento, na Era Moderna, até atingir o ápice, no início da Era Contemporânea.
E se o tempo fosse contado de outra forma? Maias, astecas, chineses e muçulmanos, por exemplo, têm calendários bem diferentes, em formato circular ou espiral. 
Como vimos, a vitória da visão europeia construiu o conceito deum calendário, uma vivência e, consequentemente, um mundo ocidental. Dessa forma, em sua divisão do tempo, tudo o que estava após o seu auge passa a ser chamado de contemporaneidade. Em outras palavras, essas divisões cronológicas da História foram pautadas pelos acontecimentos ocorridos na Europa e por sua forma de pensar os acontecimentos históricos, ou seja, a História da humanidade ficou restrita, durante muito tempo, às definições dos historiadores europeus.
A História Contemporânea
A contemporaneidade nada mais é do que a ideia de estar em seu próprio tempo. Estar no seu tempo é perceber que a História é viva. Alguns dizem que é a recuperação da imagem de Cronos – dos gregos – e o tempo que engole seus filhos. Mas, aqui, no nosso cronotopo, ele é constantemente recriado.
O que chamamos de contemporaneidade em História é a junção de dois grandes eventos europeus: REVOLUÇÃO FRANCESA e REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
A Educação Contemporânea é fruto de uma grande expansão das características da Educação europeia. As matérias que nós costumamos estudar, a implementação de linhas educacionais adotadas nas escolas, as formas de construir a Pedagogia e a Didática e suas principais teorias: tudo isso foi produzido por europeus ou intelectuais influenciados pelo pensamento eurocêntrico. É claro que o mundo já mudou muito, que não seguimos mais cegamente o modelo europeu, pois cada país tem buscado desenvolver novas formas de pensar, de educar, de aproximar as pessoas de sua forma de ver o mundo. Hoje, o mundo inteiro tende a dividir o processo de formação em: Formação voltada às crianças, voltadas à jovens e voltada à adultos.
Não restam dúvidas de que o eurocentrismo, que marcava isoladamente a nossa cultura nas últimas décadas, de 1980 em diante, sofreu a influência de novos fenômenos: a globalização, com maior integração tecnológica, política e econômica, e o encurtamento de distâncias favoreceu esse movimento.
Podemos dizer que, atualmente, o mundo inteiro tem adotado uma Educação mais técnica. Esse modelo é bastante antigo, veio do grande movimento das industrializações, quando precisavam preparar funcionários para assumir cargos e funções técnicas. Os primeiros eram empiristas, olhavam, tentavam, erravam e acertavam, e, se acertavam mais do que erravam, viravam grandes técnicos, e passavam a treinar e formar aqueles que os substituiriam.
Atente para o fato de que o capitalismo transformou a Educação em um bem para o trabalhador. Acreditava-se que as nações só iriam se desenvolver plenamente nesse novo urbano com a formação de mão de obra mais qualificada. Não significa que o modelo pedagógico é tecnicista, mas, sim, que a formação é de especialistas, isto é, sujeitos que se assumem como técnicos em uma função.
Durante o período da Primeira e da Segunda Guerra Mundial – entre 1914 e 1945 –, a Educação passa a ganhar um novo papel: atender aos anseios nacionalistas. Fascistas e nazistas apostavam no papel da Educação como um importante instrumento de convencimento das massas, trabalhando de maneira incisiva a ideia de que o jovem precisava estar integrado à noção de país, civilidade e nacionalismo. Uma reflexão interessante é notar que a Educação se tornou vital para os governos como estratégias políticas. Note que até mesmo regimes bem diferentes tinham uma coisa em comum: viam a Educação como algo vital.
Tendência: o mundo em contestação 
A Educação, ao mesmo tempo em que representa diálogo com o governo e manutenção da ordem, também pode ser a base da luta contra determinadas estruturas políticas. É isso que visamos apresentar com as tendências. Com a Guerra Fria, eclodiram uma série de guerras locais na África, Ásia e América Latina. Entre as décadas de 1950 e 1960, o mundo assistiu ao surgimento de movimentos de contestação da ordem política. Toda essa efervescência também se fez sentir no campo educacional. Vamos conhecer alguns desses movimentos: Levante de Paris, Movimentos sociais – direitos civis, Protesto da Praça da Paz celestial.
O que destacamos aqui é a contradição central da Educação Contemporânea, pois seu crescimento é uma ação e responsabilidade de Estados. No entanto, ela está envolta em projetos políticos e econômicos em que a Educação pode funcionar como negação, libertação e crítica ao cotidiano social.
2º MÓDULO: Comparar as perspectivas futuras da Educação a partir de modelos educacionais brasileiros e de outros países
O Brasil está inserido no contexto mundial, ou seja, todas as principais mudanças que acontecem no mundo, de alguma forma, chegam até nós.
Conceitos:
Qual é o grande ícone de “mundialização” da Educação Contemporânea? Sem dúvida, podemos indicar dois documentos, a saber: Declaração Universal dos Direitos Humanos e Declaração Universal do Direito das Crianças.
De 1988 para cá, houve muitas discussões, como: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
Como é possível imaginar, os desafios para melhorar os índices educacionais estão presentes no mundo inteiro, não apenas no Brasil. Dessa forma, com o aprofundamento do processo de globalização, cada vez mais presenciamos a necessidade de uma reflexão conjunta sobre como alcançar a justiça social e a convivência harmoniosa entre os povos.
A solução para tornar a Educação uma linguagem universal pode ser a cooperação internacional entre os países, já que é um problema de todos.
Podemos perceber até aqui que desafio é a palavra-chave para todos aqueles que assumem a Educação, profissionalmente ou não, como algo com grande relevância na vida das pessoas.
“Educação: um tesouro a descobrir”
Tomemos como ponto de partida o documento Educação: um tesouro a descobrir, relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Esse relatório, publicado em 1996, foi solicitado à equipe de educadores de várias parte do mundo, liderada por Jacques Delors, para que pudesse refletir os caminhos da Educação nos países ligados à ONU.
Esse documento influenciou de forma intensa e definitiva os rumos da Educação, reforçando ou questionando ações já realizadas e propondo novas ações a fim de alcançar seus objetivos. Este, aliás, é um ponto de convergência: o mundo precisa dialogar aos moldes dos congressos que levaram à formação do documento. A Educação deve considerar o indivíduo, mas ainda é pensada como um fenômeno social. No documento, Delors traz o conceito de que a Educação é baseada em quatro Pilares: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser. 
Base Nacional Comum Curricular: Pelo menos dois aspectos são fundamentais para compreendermos melhor a importância da BNCC:
1. Foi pensada na esteira da LDB/96, dos PCN e das DCNEB, portanto faz sentido pensar todos esses documentos conjuntamente, como se um auxiliasse e completasse o outro.
2. É mais do que um documento que estabelece como, quando e por que determinados conteúdos serão ensinados. Assim, o que importa é construir um projeto educacional que contemple todas as dimensões do desenvolvimento humano, como os aspectos cognitivo e socioemocional, o desenvolvimento físico, cultural etc. A ideia é que o aluno consiga aplicar o conhecimento aprendido no seu cotidiano. O objetivo é formar o indivíduo para a vida cidadã, por meio da transmissão de valores que permitam a boa convivência social.
Nesse sentido, o Projeto Político-Pedagógico de cada escola ganha destaque no cenário, pois será preciso que toda comunidade seja reunida para discutir, refletir e planejar os rumos do processo de ensino-aprendizagem. Os professores também terão a incumbência de elaborar seus planos de aula de acordo com a BNCC. Outro ponto importante a ser destacado é que a BNCC não é uma medida vinculada a determinado governo ou partido. Ela é uma política de Estado, prevista no Plano Nacional de Educação, na LDB/96 e na Constituição de 1988.
Competências na Base Nacional Comum Curricular: A palavra-chave da Base Nacional Comum Curricular é competências.A BNCC propõe o desenvolvimento de dez competências (que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento) distribuídas nas disciplinas curriculares e que devem, por meio do desenvolvimento das diversas habilidades, serem respondidas pelas atitudes concretas do aluno em todos os locais de sua convivência.
Competências Gerais – BNCC:
1. Conhecimento 6. Cultura Digital
2. Pensamento científico 7. Auto Gestão
3. Senso Estético 8. Autoconhecimento e autocuidado 
4. Comunicação 9. Empatia e Cooperação 
5. Argumentação 10. Autonomia 
Agora veja quais são as cinco Áreas de Conhecimento, de acordo com o Parecer CNE/CEB nº 11/201025: 
Modelos tradicionais de Educação x Modelos inovadores
Embora a proposta da “Educação centrada no aluno” não tenha sido aceita de forma unânime no exterior (como o caso da pedagoga sueca Inger Enkvist), no Brasil, esse pensamento tem crescido e confunde-se com a utilização das tecnologias digitais na Educação por meio das chamadas metodologias ativas.
O que é uma Educação de sucesso?
De acordo com publicação do jornal O Globo, os países nórdicos e asiáticos possuem altas taxas de suicídio. Isso nos leva a perguntar por que, nos locais onde a Educação é mais bem-sucedida e nos países que possuem as maiores rendas per capta do mundo, as pessoas se matam? Essa reflexão é relevante para que busquemos um modelo educacional que, além da formação técnica do indivíduo, possa formá-lo de forma integral.
3º MÓDULO: Reconhecer como a História da Educação nos prepara para os desafios da sociedade tecnológica
Afinal de contas, qual é o papel do ambiente escolar e de seus profissionais em um mundo globalizado?
Nas bases legais dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, temos a reafirmação constante de que a Educação não deve ser estruturada a partir do acúmulo de conhecimentos, mas a partir da preparação do aluno para o desenvolvimento da capacidade de lidar com os desafios da sociedade tecnológica.
O compromisso das ciências humanas é compreender como os estudos sobre a Educação nos fornecem ferramentas para enfrentarmos os desafios da sociedade contemporânea e refletirmos sobre o futuro.
Os personagens da Educação no século XXI: 
PROFESSOR E ALUNO.
Esse cenário não mudou completamente, mas podemos afirmar que o ambiente escolar não é o mesmo. Ele vem sendo reciclado continuamente.
No âmbito das novas propostas pedagógicas adotadas pela legislação brasileira, a ideia é que a Educação forneça instrumentos para que o aluno construa seu próprio conhecimento e tenha curiosidade sobre tudo aquilo que o rodeia. A formação de um indivíduo para a vida cidadã parte, em primeiro lugar, da sua atuação como sujeito ativo.
A formação de sujeitos críticos implica, portanto, a revisão das práticas educativas.
Como já vimos, uma das propostas presentes na BNCC é a formação por competências. A ideia é que o aluno tenha autonomia para decodificar determinada informação, pesquisar outras referências, comparar fontes e saber estabelecer conexões entre o passado e o presente.
A Educação do futuro tem como pressuposto incentivar o aluno a construir seu próprio conhecimento, associando o conteúdo ensinado na escola à sua trajetória de vida. Nesse sentido, a tecnologia, quando usada de modo correto, é um instrumento bastante eficaz na democratização da informação e do conhecimento. O importante é capacitar o educador para que conheça as potencialidades e os limites dos recursos virtuais.
Que caminhos seguir? A História da Educação está atenta a esse debate e, hoje, nota que tem se discutido a possibilidade de que muitos desses problemas poderiam ser resolvidos a partir da adoção de modelos pedagógicos ativos. Ou seja, colocar o aluno como agente central no processo de aprendizagem. A despeito das ferramentas utilizadas, a noção é sempre a mesma: incentivar a autonomia, reconhecer e respeitar a diversidade no ambiente escolar e estimular a cooperação e integração entre alunos, estimulando a construção de projetos em grupos. A ideia é que cada vez mais os projetos educacionais adotem a chamada metodologia ativa de aprendizagem.
Metodologia ativa de aprendizagem: O psiquiatra americano William Glaser, a partir de suas pesquisas no campo da Educação, construiu uma pirâmide que avalia como aprendemos.
A modalidade EaD (Ensino a Distância) é um ótimo exemplo da adoção da metodologia ativa de aprendizagem.
Essa metodologia parte da ideia de que o aluno é o principal responsável pela sua própria aprendizagem. O ideal é que ele seja estimulado a aprender a partir de exemplos concretos, que tenham correspondência com seu cotidiano.
Temas Tranversais: Os chamados temas transversais não são disciplinas curriculares, mas debates de cunho social e político presentes na sociedade contemporânea, como meio ambiente, ética, consumo etc. A função dos temas transversais é conduzir o professor, em sua ação educativa, a sintonizar o cotidiano do aluno com a aprendizagem cognitiva.
EDUCAÇÃO NO BRASIL: Da primeira República à década de 1960
1º MÓDULO: Identificar fatos referentes à educação que fizeram parte da transição do Brasil Império para o Brasil República
Proclamação Da República:
A República no Brasil foi proclamada no dia 15 de novembro de 1889, instaurando a forma republicana presidencialista de governo e inaugurando uma época com desafios de diferentes ordens. Contra a monarquia, forças muito diversas se uniram, mas seus interesses não eram semelhantes.
Diante do caos da criação da República, alguns fatores foram eleitos como primordiais para transformar o Brasil, e um dos principais era a Educação. Não houve um compromisso de transformação dos problemas sociais brasileiros através da Educação. Mas, a ideia de modernização da sociedade – que era o objetivo – passava obrigatoriamente pela criação de um projeto de Educação que atendesse ao principal anseio do país: capacitar trabalhadores urbanos para que eles cumprissem seus papeis em sociedade. Este é o ideal positivista e sua movimentação em favor da Educação.
Primeiras Décadas após a Proclamação:
As décadas seguintes à Proclamação da República foram marcadas pelo desenvolvimento da indústria. O povo precisava ser instruído a ser brasileiro, levado a perceber seu papel social e como poderia atuar para a melhora do grande projeto nacional.
Iniciativas Educacionais: A maior parte da população era autodidata por necessidade ou simplesmente não tinha educação formal. Classes médias de profissionais liberais, filhos de funcionários públicos, ou filhos da elite financeira ocupavam os bancos formais de Educação e, entre eles, existiam posições diferentes.
Mas a pressão pelo avanço que seria proporcionado pela modernização cresceu e as iniciativas pela Educação acompanharam. Repare, então, nas iniciativas.
Conteúdos Previstos: Foi organizada em duas categorias: de 1º grau, para crianças de 7 a 13 anos e de 2º grau para os de 13 a 15 anos. Para ingressar nas escolas primárias de 2º grau, o aluno deveria apresentar o certificado de estudos do grau precedente.
Dentre todas as disciplinas estudadas, a Instrução Moral e Cívica teve objetivos específicos na formação do alunado, conforme anunciava o parágrafo único do Regulamento da Instrução Primária e Secundária do Distrito Federal, “a instrucção moral e cívica não terá curso distincto, mas ocupará constantemente e no mais alto gráo a atenção dos professores” (DECRETO Nº 981, 1890, p. 3476).
Com isso, a Escola Primária do 1º grau foi dividida em três cursos:
• Elementar, para os alunos de 7 a 9 anos;
• Médio, para os de 9 a 11;
• Superior, para os de 11 a 13 anos de idade.
Obs.: nas demais escolas, a Primária do 2º grau e na Escola Normal a disciplina Instrução Moral e Cívica não era trabalhada em sala de aula.
2º MÓDULO: Relacionar a influência do positivismo na sociedade brasileira e consequentemente

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