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história,imagem e fotografia em sala de aula

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Unidade II
ESTUDOS DISCIPLINARES
História, Imagem e Fotografia em Sala de Aula
Prof. Vinícius Albuquerque
Estudos disciplinares: objetivos
 Aprimorar o conhecimento em áreas afins, observando 
diversos temas, assuntos correlacionados ou não à área 
de História.
 Busca de ampliação de práticas alternativas em sala de aula.
 Procura aprofundar demais assuntos trabalhados nas 
diferentes disciplinas do semestre.
Estudos disciplinares: tema desta edição
 Aprofundar conhecimentos da História com o uso de 
fotografias em sala de aula. 
 Apresentar novos recursos para o uso em aulas de História 
com o aprofundamento das discussões, tanto em História 
quanto em Didática e Educação de uma maneira mais geral. 
 Uso de recursos de aprendizagem com interesse de relacionar 
História a outros campos de conhecimento. 
Sugestão de leitura além dos textos propostos:
 KOSSOY, Boris. Fotografia e História. 5. ed. São Paulo: Ateliê 
Editorial, 2014.
Estudos disciplinares: dos artigos selecionados
Sequência das leituras:
 Primeiro texto: O trabalho com fotografias no ensino de 
história. Lucimar da Luz e Cristina Satiê.
Primeiro artigo:
 Do que se trata?
 Como discute a imagem como mediador cultural?
 Qual o papel da História Nova nesse processo?
 Para Le Goff, qual seria a função do uso do documento?
 Quais são as particularidades atribuídas à fotografia como 
documento? 
Do que se trata?
Nas palavras das próprias autoras:
“O presente texto consiste em divulgar os resultados obtidos no 
Estágio Supervisionado, desenvolvido no primeiro semestre de 
2011, com alunos do 3º ano do ensino fundamental de uma 
escola municipal em Campo Mourão. 
O estudo teve como objetivo trabalhar com fotografias como 
forma de produção de conhecimento e como um recurso 
pedagógico, relevante no ensino de História. Para tanto, foram 
analisadas algumas fotografias de família em diferentes épocas 
e das famílias dos próprios estudantes”.
Visões tradicionais versus escola dos Annales
 Existe em nossa História uma visão tradicional, baseada na 
concepção causal, linear e evolutiva de tempo, buscando 
acontecimentos e a preocupação apenas na descrição dos 
fatos constituídos em sequências cronológicas, de forma 
inquestionável.
 Uso apenas de informações, fatos e memorização.
 Escola dos Annales: novos tipos de perguntas sobre o 
passado; novos objetos de estudo e novas fontes. 
Novas análises
 O conhecimento histórico é um conhecimento textual, mas o 
texto pode estar inscrito nas imagens, nos sons, na 
arquitetura, na literatura, permeado de significações 
simbólicas construídas nas práticas culturais.
 A literatura, a música, o cinema, a fotografia são tomados 
como objetos de análise para a nova historiografia. (BRUCE; 
FALCÃO; DIDIER, 2006, p.6).
Novas análises
 De acordo com Schmidt e Garcia (2005), os professores 
devem buscar a renovação de conteúdos, em um movimento 
de reflexão acerca do ensino de História. 
 “(...) a construção de problematizações históricas, a 
apreensão de várias histórias lidas a partir de distintos 
sujeitos históricos, das histórias selecionadas, histórias que 
não tiveram acesso a História” (SCHMIDT; GARCIA, 2005, p. 
299).
 É nesse sentido que destacamos, aqui, a importância do uso 
das fotografias no ensino de História. 
Fotografia como mediador cultural: intencionalidades
 Uso de fotografias em compreensão de parte de determinado 
contexto, representando uma situação vivenciada e 
permitindo leituras próprias de mundo, carregadas de 
intencionalidades.
 Gejão e Molina (2008) afirmam que para ensinar com ajuda de 
imagens, o professor deve ter em mente que a fotografia 
funciona como um mediador cultural, ou seja, atua na 
interação entre conhecimentos prévios e novos 
conhecimentos. Esta interação ocorre de forma dialógica, 
onde está presente a ideia de múltiplas vozes, o contato com 
várias linguagens (GEJÃO; MOLINA, 2008, p. 01).
Multiplicidade de perspectivas
 A intenção, assim, não é apenas tornar as aulas mais atrativas 
e motivadoras, mas trabalhar a multiplicidade de perspectivas 
do conhecimento histórico.
 De acordo com Gejão e Molina (2008), o trabalho com as 
fotografias na sala de aula deve levar em conta que estas 
representam apenas parte da realidade, sendo constituídas de 
elementos sociais, econômicos, políticos e referenciando um 
momento histórico específico. 
 Isto é, a imagem encontra-se vinculada a um determinado 
tempo e um espaço, e não pode ser encarada como a realidade 
em si.
Le Goff e os usos dos documentos 
Para Le Goff, o trabalho com o documento: 
 (...) escrito, arqueológico, figurativo, oral, que é interrogar os 
silêncios da História (...) algo que nos foi dado 
intencionalmente, ele é o produto de uma certa orientação da 
história, de que devemos fazer crítica, não só segundo as 
regras do método positivista, que obviamente continuam 
necessárias a um certo nível , mas também de uma maneira 
que eu qualificaria de quase ideológico. É preciso para 
explicar e reconhecer o documento o seu caráter sempre mais 
ou menos fabricado (LE GOFF apud ZAMBONI, 1998, p. 2).
 Os documentos carregam em si intencionalidades de ordem 
social, econômica e cultural, dessa forma, devemos atentar 
para essas questões a fim de não apenas reproduzir 
algo impregnado de ideologias.
Fotografias: várias significações
 Para Mauad (1996), as fotografias, desde seu surgimento até 
a contemporaneidade, vêm registrando diversas histórias. 
Do ponto de vista temporal, a imagem fotográfica permite a 
presença do passado, pois, segundo a autora, (...) a própria 
fotografia é um recorte espacial que contém outros espaços 
que a determinam e estruturam, como, por exemplo, o espaço 
geográfico, o espaço dos objetos (interiores, exteriores e 
pessoais), o espaço da figuração e o espaço das vivências, 
comportamentos e representações sociais (MAUAD, 1996, 
p. 10). 
 A fotografia não representa uma realidade pura e simples, pois 
emite várias significações e interpretações, sempre vinculadas 
às intencionalidades e ao contexto de sua produção.
Da experiência pedagógica exposta no texto
 Prática pedagógica desenvolvida no 3º ano do Ensino 
Fundamental de uma escola municipal, entre junho e 
julho de 2011.
Objetivo – possibilitar às crianças a compreensão de:
 mudanças e permanências na organização familiar ao longo 
do tempo.
 Procedimentos: em uma primeira etapa, trabalhamos com os 
estudantes algumas fotografias de diferentes famílias, ao 
longo do tempo. O objetivo foi mostrar como as diversas 
famílias se organizam no tempo e no espaço. 
Da experiência pedagógica exposta no texto
 A análise dessas fotografias foi realizada visando atentar para 
alguns elementos: semelhanças e diferenças entre as fotos e 
as famílias retratadas, técnica de produção, posição das 
personagens, pose, vestimentas, expressões, objetos, tempo 
retratado, tema retratado, número de pessoas na foto e 
atributos da paisagem (MAUAD, 1996).
 Em um segundo momento, após questionamentos e reflexões 
sobre elementos presentes nas fotos, para Mauad (1996), ao 
analisar as fotografias, devemos atentar para outros 
elementos, presentes nas fotos, que evidenciam as relações 
sociais e a própria passagem do tempo (cor da foto, moradia, 
objetos).
Interatividade
Podemos considerar que o ensino de História, ao longo do 
tempo, passa por modificações e isso nos conduz para um 
questionamento dos métodos tradicionais de ensino e de uma 
visão da História como uma verdade pronta e acabada. Nesse 
sentido, a fotografia:
a) Deve ser percebida como uma realidade pronta e hermética. 
b) Deve ser pensada como cada pessoa passa a ter um 
determinado olhar e buscar representações numa mensagem.
c) Só pode ser compreendida por especialistas. 
d) Deve ser trabalhada apenas em contextos muito específicos. 
e) É um suporte fundamental paraoutras discussões, não sendo 
um objeto em si. 
Resposta
Podemos considerar que o ensino de História, ao longo do 
tempo, passa por modificações e isso nos conduz para um 
questionamento dos métodos tradicionais de ensino e de uma 
visão da História como uma verdade pronta e acabada. Nesse 
sentido, a fotografia:
a) Deve ser percebida como uma realidade pronta e hermética. 
b) Deve ser pensada como cada pessoa passa a ter um 
determinado olhar e buscar representações numa mensagem.
c) Só pode ser compreendida por especialistas. 
d) Deve ser trabalhada apenas em contextos muito específicos. 
e) É um suporte fundamental para outras discussões, não sendo 
um objeto em si. 
Fotografia, cidadania e democratização no Brasil
 Fotografia popularizada na sociedade contemporânea pode ser 
usada como chave de leitura de mundo.
 Material: série “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado, com as 
fotografias da Serra Pelada.
 Proposta: problematizar o processo de Democratização do 
Brasil e seus reflexos ainda na sociedade globalizada, divulgar 
a fotografia enquanto arte visual, potencializar seu uso 
enquanto instrumento pedagógico, desenvolver uma proposta 
pedagógica que perpasse pelos saberes escolares das 
disciplina de História e Artes.
Metodologia 
Metodologia:
 Uso de fotografias da Serra Pelada com o 9º ano do Ensino 
Fundamental da rede pública do Estado de Minas Gerais, 
durante a disciplina de História com o conteúdo 
‘Democratização do Brasil’.
 Análise pelos educandos das fotografias, sem especificar o 
período em que foram retiradas. 
 Professor: contextualização do Brasil a caminho da 
democratização, a turma foi dividida em cinco grupos para 
realizar sua própria série fotográfica, onde deveriam registrar 
a comunidade em que estão inseridos, demonstrando através 
da Arte fotográfica o país democratizado e a crítica social de 
seu meio.
Fotografia: registros das comunidades
 Utilizando como máquinas seus próprios celulares, os 
educandos saíram pela comunidade para realizar seus 
registros, sendo orientados a fazer um trabalho crítico, onde 
fossem retratadas as dificuldades do bairro onde moram, 
situações e conflitos antes não retratados, ou pelo menos 
não vistos pelos moradores. 
 Trata-se de denunciar o cotidiano em busca de ações mais 
conscientes e respeitosas no meio em que eles estão 
inseridos.
Das fotografias dos alunos: o trabalho
 O bairro foi dividido em cinco partes, uma por grupo.
 Foram discutidas com os alunos algumas técnicas básicas de 
fotografia, como por exemplo, a importância da luz, a posição 
do fotógrafo, a resolução das máquinas, entre outras. 
 Diferenças entre tipos de fotografias como as que os 
educandos têm costume de produzir para postar nas redes 
sociais, demonstrando as diferentes finalidades entre elas.
 Projeção na sala, onde todos pudessem ver e discutir as 
questões políticas e artísticas. Foram selecionadas quatro 
fotografias para serem expostas, em tamanho maior, na feira 
de cultura da escola, dentro da sala de aula da turma.
Fotografia: feira de cultura e a comunidade 
 A feira de cultura da escola foi aberta a toda comunidade.
 Na sala onde estavam as fotografias, as pessoas puderam 
analisar, perguntar, tirar suas próprias conclusões, deixar 
recadinhos para os artistas e votar na melhor fotografia que 
representava seu bairro ou local de trabalho.
 O grupo vencedor pela melhor fotografia foi premiado com 
uma cesta de doces pela direção da escola e com a conclusão 
do trabalho, foi produzido um livro com todas as fotografias 
retiradas, numa perspectiva de registro histórico através de 
um fazer artístico.
Fotografias e arte crítica 
 Consideramos que Arte Política ou Arte Crítica podem ser 
feitas por todos nós.
 O mesmo celular utilizado para produzir fotos que alimentam 
redes sociais pode ser utilizado como ferramenta para 
enxergar o mundo de outras maneiras.
 Foi através da fotografia que o trabalho de Salgado veio 
ilustrar, dialogar e acrescentar a este projeto.
 Trata-se de um fotógrafo contemporâneo, conhecido
mundialmente por seu trabalho e por sua vontade de 
denunciar, através da fotografia, as mazelas que o mundo 
globalizado enfrenta.
Sebastião Salgado: Trabalhadores (1996)
 A série “Trabalhadores” (1996) está inserida num período tão 
difícil para sociedade brasileira. 
 Era um momento em que muitos tinham o sonho de uma 
democracia que poderia resolver os problemas sociais, mas o 
que se encontra em suas fotos indica justamente o contrário. 
 Ao trazer o educando para fazer esse tipo de Arte, 
questionamos se a democracia alcançou os sonhos dos 
brasileiros, se houve melhorias nas condições sociais, 
econômicas, culturais e políticas. 
Potencialidades dos alunos: História e Arte
 Através da Arte fotográfica, ocorre a possibilidade de registrar 
histórias, além dos alunos perceberem com maior propriedade 
a construção dessa ideia. 
 Na aula (de Arte), quando você não mais entrega ao educando 
uma folha com um desenho pronto, lhe dizendo quais cores 
devem ser utilizadas, mas lhe apresenta um contexto e uma 
possibilidade de abertura no processo de criação, a visão dele 
sobre a Arte ganha outros rumos e, no caso do projeto, de 
História também.
Sobre a bibliografia utilizada
 BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua 
reprodutibilidade técnica. In: “Magia e técnica, arte e política”. 
(Obras Escolhidas, vol. 1). São Paulo: Brasiliense, 1985.
 MURITIBS, Maiara. Mini currículo Sebastião Salgado. 
Disponível em:
<http://www.eca.usp.br/nucleos/cms/index.php?option=com_co
ntent&view=article&id=67:sebas> Acesso em: 2013.
 SALGADO, Sebastião. Trabalhadores. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1996.
 _________________. Êxodos. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2000.
 _________________. Terra. Vol. 1. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1997.
Interatividade
Sobre a proposta apresentada, podemos corretamente afirmar 
que:
a) As fotos de Sebastião Salgado não servem para a discussão 
da sociedade atual. 
b) O trabalho de Sebastião Salgado dialoga com o momento em 
que foi produzido, bem como o momento atual da sociedade 
em que os alunos estão inseridos. 
c) Por ser muito específico, esse trabalho gera muitas 
dificuldades aos alunos, demandando muita explicação 
técnica. 
d) Sebastião Salgado já foi superado em sua temática. 
e) Sebastião Salgado fotografa a sua sociedade ideal. 
Resposta
Sobre a proposta apresentada, podemos corretamente afirmar 
que:
a) As fotos de Sebastião Salgado não servem para a discussão 
da sociedade atual. 
b) O trabalho de Sebastião Salgado dialoga com o momento em 
que foi produzido, bem como o momento atual da sociedade 
em que os alunos estão inseridos. 
c) Por ser muito específico, esse trabalho gera muitas 
dificuldades aos alunos, demandando muita explicação 
técnica. 
d) Sebastião Salgado já foi superado em sua temática. 
e) Sebastião Salgado fotografa a sua sociedade ideal. 
Estudos disciplinares: dos artigos
Terceiro artigo: Repensando o fazer histórico: a fotografia e o 
seu papel didático na sala de aula. Bárbara Maria Santos 
Caldeira.
 Observar nesse texto as linguagens apresentadas. 
 Quais as possibilidades interdisciplinares?
 Qual a contribuição dessa estratégia de trabalho no sentido 
de propor interpretações?
 Quais são os possíveis processos críticos propostos na 
discussão?
 Quais as principais sugestões apresentadas para a elaboração 
do plano de aula?
Conhecimento das imagens
 O conhecimento das imagens, de sua origem, suas leis é uma 
das chaves de nosso tempo. (...) É o meio também de julgar 
o passado com olhos novos e pedir-lhe esclarecimentos 
condizentes com nossas preocupações presentes, refazendo 
uma vez mais a história a nossa medida, como é o direito 
e dever de cada geração, Pierre Francastel. 
 Walter Benjamin: “a névoa que recobre os primórdios da 
fotografiaé menos espessa do que a que obscurece as 
origens da imprensa”.
Fotografia: memórias individuais e desejos pessoais
 A (re)produção da imagem inicia uma nova fase no âmbito 
artístico e cultural das sociedades ocidentais, e a 
representação de elementos cotidianos e simbólicos da vida 
pública e privada da época assume características até então 
exclusivas das artes plásticas.
 A fotografia permitiu o nascimento de um novo fetiche entre 
os sujeitos: o de registrar e preservar memórias individuais e 
desejos pessoais convertidos em imagens reais e fiéis à 
verdade tão buscada pelos princípios civilizatórios da época 
e pelo imaginário evolucionista e positivista que definiu a 
segunda metade do século XIX. 
Ensino de História e linguagens contemporâneas
 Ensino de História: discussões sobre a função social da 
História, apoiada nas novas tecnologias e no uso de 
linguagens contemporâneas.
 Questionamentos sobre documentos e a afirmação da 
fotografia na categoria de fonte histórica.
 Como trabalhar imagens fotográficas em sala de aula? A 
fotografia é um suporte didático ou uma fonte visual? Como 
podemos acreditar nas imagens que a fotografia reproduz? 
Podemos considerá-la como instrumento da interpretação 
historiográfica? Quais os caminhos teóricos e metodológicos 
para introduzirmos a fotografia no dia a dia da disciplina 
História?
Relações entre História e Fotografia
O objetivo:
 discussão acerca da relação entre História e Fotografia e, ao 
mesmo tempo, mostrar as possibilidades do “fazer histórico” 
em sala de aula, a partir do trabalho interpretativo dos 
contextos sociais e dos sujeitos trazidos pela imagem que a 
fotografia brinda à memória e à formação de identidades, 
como tentativa de responder ou chegar mais próximo das 
dificuldades enfrentadas por alunos e professores no âmbito 
escolar. 
 Interpretar contextos sociais. 
 A imagem fotográfica: “obra humana” da produção cultural.
Fotografias: ideias e discursos
O historiador e os discursos: 
 trata-se de buscar os nexos entre as ideias contidas nos 
discursos, as formas pelas quais elas se exprimem e o 
conjunto de determinações extratextuais que presidem a 
produção, a circulação e o consumo de discursos. Em uma 
palavra, o historiador deve sempre, sem negligenciar a forma 
do discurso, relacioná-lo ao social (CARDOSO; VAINFAS, 
1997, p.377).
Do trabalho do historiador
A função social do historiador determina novos horizontes, ganha 
espaços e uma atmosfera temporal contínua de atuação, sentido e 
significado da historicidade na vida cotidiana dos sujeitos:
 A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais 
que vinculam nossa experiência pessoal a das gerações 
passadas, (...) os jovens de hoje crescem numa espécie de 
presente contínuo, sem qualquer relação com o passado 
público da época em que vivem. Por isso, os historiadores, cujo 
oficio é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais 
importantes que nunca no fim do segundo milênio 
(HOBSBAWM, 1995, p.13).
Memória social: continuidades e rupturas
 O presente contínuo não pode e não deve ser ignorado pelos 
sujeitos, porém, a História Temática proposta nos atuais 
projetos curriculares não pode ser apresentada em “migalhas” 
aos alunos (LE GOFF, 1991). 
 A história imediata precisa ser entendida como uma tentativa 
da historiografia de estabelecer constantemente as 
continuidades e as rupturas nas relações temporais e 
espaciais.
 A construção da memória social pelo ensino de História está 
intimamente ligada às representações e à aprendizagem de 
identidades e produção da cidadania no processo ensino-
aprendizagem da educação formal e informal (SCHMIDT; 
CAINELLI, 2004), (BONFIM, 2004, p. 01).
Trabalho interdisciplinar 
 O diálogo proposto pelo trabalho interdisciplinar entre 
História, Antropologia e Sociologia ultrapassa a crítica formal 
das imagens. 
 O conhecimento referente ao documento é relacionado à 
preocupação com os modelos de representação e significado 
como processo de “expressão e de conteúdo”. 
 Um modelo de interpretação do mundo, da construção de 
“visões de mundo” e da articulação de signos que 
caracterizam a narrativa histórica.
 Em uma situação de ensino-aprendizagem é essencial o 
professor saber escolher o momento ideal para o trabalho 
com imagens.
Interrogar os documentos 
 Ao trabalhar com documentos, os alunos poderão perceber 
que “ele(s) não fala(m) por si mesmo(s), isto é, ele precisa ser 
interrogado a partir do problema estudado, construindo na 
relação presente-passado” (PCNs, 1997, p.86).
 Ao apresentar um documento, o professor pode eleger quais 
os aspectos atendem melhor à proposta de trabalho do 
planejamento: contexto da imagem, identificação de ideias 
centrais, objetivos do autor, quais os temas abordados, 
identificação dos autores e legendas, etc. Assim, “é preciso 
considerar, ainda, o fato de que as primeiras impressões de 
quem lê um texto ou observa uma gravura estão impregnadas 
de ideias, valores e informações difundidas no senso comum” 
(PCNs, 1997, p. 86).
Do uso das fotografias 
Descrição das fotografias: 
 caberá ao professor oferecer informações sobre aspectos 
relevantes para a crítica da documentação;
 pode-se discutir sobre o jogo de luzes e a técnica de 
contrastes entre as cores pretas e brancas, tons cinzentos, 
sombra e claridade, cores, etc.;
 o professor pode oferecer informações sobre quem produziu 
as fotografias e a sociedade em que se insere. 
 Os professores podem considerar a ideia de levantar as 
representações – imagens e ideias que habitam o senso 
comum dos alunos acerca de determinado fato histórico, 
contexto social ou de grupos sociais. 
Interpretações 
 Em uma turma do Ensino Fundamental, à primeira vista, os 
alunos terão impressões iniciais ligadas ao senso comum e, 
por isso, uma percepção limitada ao personagem central do 
objeto, as crianças. 
 Porém, depois de orientados por métodos de observação e 
crítica, os alunos tendem a identificar outros personagens 
presentes na imagem, suas ações, vestimentas, calçados e 
adornos, (...) o cenário, o tipo e o estilo de edificações ao 
fundo, o tipo de calçamento do ambiente, se há presença de 
vegetação, o que está em primeiro plano e ao fundo da 
gravura, sobre o que ela fala no seu conjunto e detalhes 
(PCNs, 1997, p.87).
Significados e questões simbólicas 
 Apresentar a informação de que o fotógrafo traz consigo uma 
série de significados (imagens e palavras) e significantes 
(representações), ou seja, há uma ordem simbólica presente 
na produção da imagem, que se inicia desde a organização 
do equipamento (marca da máquina, tipo de filme, asa) até a 
escolha dos locais, situações e personagens que serão 
referências para interpretações diversas e que dialogará 
com inúmeras identidades.
 Além disso, o momento da associação e comparações é ideal 
para que o professor desconstrua o mito de que a fotografia 
traduz a realidade, como um espelho que reflete, de forma 
unívoca e verdadeira, expressões e dimensões da sociedade 
em sua volta.
Iconografia e ensino médio
Para os alunos do Ensino Médio, um conjunto iconográfico pode 
ser vislumbrado em uma interpretação mais subjetiva: 
 a problemática da fragmentação e fragilidade de identidades; 
 a queda do eurocentrismo e o fim do modelo civilizatório 
francês e a ideia crescente entre historiadores, sociólogos 
e cientistas políticos de voltar a atenção das Humanidades 
para os sujeitos até então negligenciados e marginalizados 
pela sociedade e historiografia: crianças, mulheres, 
trabalhadores e negros.
Imagens: desconstrução e questionamentos
 Os alunos podem aprender a desconstruir imagens e 
questionar preconceitos.
 Discutir a condição de marginalizados ou dos estereótipos 
criados ao longo da história sobre homens, mulheres e 
crianças, personagens que sempre figuraramno trabalho das 
representações do imaginário visual e da realidade social de 
qualquer grupo cultural e político.
 A fotografia articula conteúdos e temas transversais para o 
ensino de História que favorecem o aprender a conhecer e 
entender “as diferenças culturais, étnicas, etárias, religiosas, 
de costume, gênero e poder econômico” (PCNs, 1997, p.48).
Interatividade
Considerando o trabalho do historiador e sua relação com as 
fotografias, podemos afirmar que: 
a) Deve-se buscar questionar os nexos entre as ideias contidas 
nos discursos, pois as fotografias também são discursos.
b) Devemos reconstruir o passado usando essas imagens.
c) Devemos enfatizar apenas o ensino técnico com as 
informações sobre a produção das fotografias. 
d) Deve-se separar fotografia e discurso.
e) Por não ser discurso, a fotografia deve ser trabalhada em 
sua produção e depois o professor deve associá-la, como 
ilustração, a um certo conteúdo por ele escolhido. 
Resposta
Considerando o trabalho do historiador e sua relação com as 
fotografias, podemos afirmar que: 
a) Deve-se buscar questionar os nexos entre as ideias contidas 
nos discursos, pois as fotografias também são discursos.
b) Devemos reconstruir o passado usando essas imagens.
c) Devemos enfatizar apenas o ensino técnico com as 
informações sobre a produção das fotografias. 
d) Deve-se separar fotografia e discurso.
e) Por não ser discurso, a fotografia deve ser trabalhada em 
sua produção e depois o professor deve associá-la, como 
ilustração, a um certo conteúdo por ele escolhido. 
Estudos disciplinares: dos artigos
Quarto texto: Caixa de história: recuperando e valorizando a 
história local através do uso de fotografias. Sandi Mumbach e 
Debora Silvana Vaz Soares
 Tradição de crítica política em fotografia.
 De que maneira a proposta discute o direito à educação?
 Como aparecem no trabalho as noções de identidade, de 
cultura e de tradições do lugar e de seus habitantes? 
 Como o professor deve proceder na elaboração dessas 
discussões? De que maneira deve ser realizada a 
problematização entre saber popular e saber científico? 
História, cultura e História Local 
 Projeto Interdisciplinar Educação do Campo, atuando na 
Escola Estadual de Ensino Fundamental Arroio Grande.
 Novas possibilidades de aprendizagem. 
 Atividade “Caixa de História”: Ensino de História Local.
 Esta teve como objetivo estimular o interesse dos alunos pela 
história do local onde vivem, buscando a valorização da 
história e dos patrimônios culturais locais através do uso 
fotografias. 
 Ensino de História por conexões com a sua própria história e 
com a história do lugar onde vive. 
 Analisar as contribuições desta atividade e do trabalho com o 
Ensino de História Local na formação do sujeito histórico.
Educação no e do campo
 Aproximar o ensino escolar da realidade dos alunos é 
fundamental ao pensar uma educação do campo de qualidade. 
 Um dos traços fundamentais que vêm desenhando a 
identidade deste movimento por uma educação do campo é 
a luta do povo do campo por políticas públicas que garantam 
o seu direito à educação, e a uma educação que seja no e 
do campo. 
 No: o povo tem direito a ser educado no lugar onde vive; Do: o 
povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e 
com a sua participação, vinculada à sua cultura e às suas 
necessidades humanas e sociais (CALDART, 2002 p.18).
Movimentos sociais e políticas públicas
 Os movimentos sociais sabem que as políticas públicas são 
formas de garantir alguma coisa para a população, pois a 
sociedade capitalista, como já vimos anteriormente, utiliza-se 
da educação do campo como um mecanismo social e político 
a seu favor para se manter no poder, tanto no aspecto 
econômico como político, pois saber escolar é um ato que 
ocorre no cotidiano da vida, que atua no indivíduo como 
verdades, valores, princípios, etc., que orientam sua 
postura social e política de cada ser humano (BORGES, 2007, 
p. 89).
Professor: ação intermediária 
 Cabe ao professor ser o intermediário entre o saber científico 
e os saberes dominados pelos alunos. 
 A união entre o saber popular e o conhecimento científico 
pode, sem dúvida, gerar um universo de intensa aprendizagem. 
 O professor e a professora devem refletir sobre o modo de vida 
de cada comunidade para compreender melhor a realidade em 
que está inserida, incluir os saberes dominados por estas 
comunidades e promover o consenso entre o saber popular 
e o saber científico. 
A caixa de história 
“Caixa de História”: 
 Compreender e recuperar a história local como forma de 
valorizar os patrimônios culturais locais, e motivar nas 
crianças e adolescentes o interesse em conhecer a história do 
local onde moram, buscando mostrar-lhes que eles também 
são sujeitos desta. 
 Este esforço constitui uma tentativa de valorização e 
preservação da identidade, da cultura e das tradições deste 
lugar e de seus habitantes.
A caixa de história: a atividade 
 A atividade consiste em uma caixa e nesta foram colocadas 
fotografias antigas de locais da própria comunidade de Arroio 
Grande, além de fotografias atuais dos mesmos locais. 
Também dentro desta caixa foram colocados fragmentos de 
textos contendo informações a respeito destas fotografias. 
 Esta atividade foi desenvolvida com alunos de 1º a 8ª ano, 
sendo que com os alunos de 1º a 5º ano foram utilizadas 
apenas fotografias e não os textos.
Caixa de história: a atividade 
 Para a realização da atividade, os alunos eram dispostos em 
círculo dentro da sala de aula, a caixa era posta no centro do 
círculo. Cada aluno retirava de dentro da caixa uma fotografia 
ou um fragmento de texto, em seguida cada aluno deveria 
procurar o colega que estava com a fotografia do mesmo 
local, mas em épocas diferentes, e também procurar o colega 
que estava com o fragmento de texto que explicava um pouco 
da história desta fotografia.
 Os alunos formaram trios com uma foto antiga de 
determinado local, uma foto atual deste mesmo local e um 
fragmento de texto que contava um pouco da história deste 
local. Depois de formados, cada trio por sua vez expunha ao 
grupo as fotografias e faziam questões. 
Conclusão da proposta
 A fotografia, como um instrumento didático, facilitou a 
visualização e compreensão, possibilitou que os alunos 
realizassem uma comparação entre o passado e o presente, 
com as fotografias antigas e atuais. 
 Visualização, interpretação, análise e reflexão, a fotografia 
permite um universo de aprendizagem muito intenso.
 Proporcionou-lhes conhecer um pouco mais da história de 
sua própria comunidade e também uma reflexão a cerca da 
história de seus próprios pais e avós. 
 A atividade gerou uma maior valorização e conscientização 
em torno do patrimônio e da história local.
Interatividade
Sobre a Caixa de História, podemos afirmar que:
a) É uma proposta exclusiva daquela situação social.
b) Deve ser utilizada com grandes restrições, pois demanda 
muito tempo e o professor deve cuidar de outras atividades. 
c) Foi uma proposta mal sucedida. 
d) Obteve sucesso em sua proposta e serve como sugestão de 
atuação, e não como modelo pronto e acabado de 
construção de práticas de ensino de história. 
e) É uma proposta antiga, retomada de práticas educacionais 
colocadas em desuso pela Nova História. 
Resposta
Sobre a Caixa de História, podemos afirmar que:
a) É uma proposta exclusiva daquela situação social.
b) Deve ser utilizada com grandes restrições, pois demanda 
muito tempo e o professor deve cuidar de outras atividades. 
c) Foi uma proposta mal sucedida. 
d) Obteve sucesso em sua proposta e serve como sugestão de 
atuação, e não como modelo pronto e acabado de 
construção de práticas de ensino de história. 
e) É uma proposta antiga, retomada de práticas educacionais 
colocadas em desuso pela Nova História. 
ATÉ A PRÓXIMA!

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