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IRENE MAGALHÃES CRAVEIRO MYRIAN PASTORE DA SILVA APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 1a edição 2016 Rio de Janeiro IRENE MAGALHÃES CRAVEIRO MYRIAN PASTORE DA SILVA APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - Sumário 1 Introdução 3 2 O princípio da Inclusão e Exclusão 5 2.1 O princípio da inclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3 Aplicações do princípio da inclusão e exclusão 11 3.1 Permutações caóticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 3.2 Contando funções sobrejetivas de domínio finito . . . . . . . . . . 14 3.3 Divisibilidade e Números Primos. . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 3.4 A Função ϕ de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.5 Soluções de Equações lineares em N com coeficientes unitários . . 22 3 V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - Prefácio Neste minicurso apresentaremos e demonstraremos uma fórmula para a car- dinalidade da união de um número finito de conjuntos finitos, conhecida como o Princípio de Inclusão e Exclusão. Esse resultado é uma ferramenta útil para resolver diversos problemas de contagem. Várias aplicações desse resultado se- rão abordadas durante a execução desse trabalho, sendo alguns problemas práticos de contagem, e aplicações desse princípio em permutações caóticas e no cálculo do número de funções sobrejetivas cujo domínio e o contradomínio sejam finitos. Também exploraremos o conceito de divisibilidade, números primos e a função ϕ de Euler interligando com o princípio da inclusão e exclusão. Finalmente, iremos abordar as equações lineares com coeficientes unitários, cujas soluções estão res- tritas ao subconjunto dos números naturais e veremos diversos problemas dessa natureza onde o princípio de inclusão e exclusão é de grande utilidade. 1 V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 2 SUMÁRIO V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - Capítulo 1 Introdução Os jogos de azar, tais como lançamentos de dados, jogos de cartas, loterias, entre outros contribuíram para o desenvolvimento da Análise Combinatória. A ne- cessidade de calcular o número de possibilidades nos jogos gerou o estudo dos métodos de contagem. Essa tendência levou Euler e d’Alembert a escreverem pro- blemas referentes a loterias, sendo que um deles Euler publicou no ano de 1765. [...] Suponha que n bilhetes são numerados consecutivamente de 1 a n e que três bilhetes são tirados ao acaso. Então a probabilidade de que três números consecutivos sejam tirados é 2.3 n(n − 1) ([3], p.314). Questões de contagem aparecem com frequência em Estatística, Física, Quí- mica, Biologia, Informática e em várias outras áreas do conhecimento. Já os Pa- râmetros Curriculares Nacionais [8], trazem a necessidade do estudo da Análise Combinatória desde as séries iniciais do ensino fundamental. Segundo este do- cumento, no Ensino Médio, deve-se ter em mente que as técnicas de contagem estudadas em Matemática devem estar relacionadas entre as várias ciências. [...] aplicar as ideias de probabilidade e combinatória a fenômenos naturais e do cotidiano são aplicações da Matemática em questões do mundo real que tiveram um crescimento muito grande e se tornaram bastante complexas. Técnicas e raciocínios estatísticos e probabilís- ticos são, sem dúvida, instrumentos tanto das ciências da Natureza quanto das Ciências Humanas. Isto mostra como será importante uma cuidadosa abordagem dos conteúdos de contagem, estatística e proba- bilidades no Ensino Médio, ampliando a interface entre o aprendizado da Matemática e das demais ciências e áreas ([8], p.44). A ideia básica da combinatória enumerativa é desenvolver técnicas para quan- tificar objetos de um dado conjunto finito sem a necessidade de listar todos os seus elementos. Algumas dessas técnicas consistem em dividir um problema maior em 3 V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 4 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO pequenos problemas similares. O princípio da inclusão e exclusão é uma ferra- menta de grande utilidade na resolução de problemas de contagem. Nos problemas de combinatória trabalhados no Ensino Médio os métodos mais utilizados são o Princípio Multiplicativo, o Princípio Aditivo, os Arranjos e as Combinações. No entanto, quanto mais se impõe restrições ao problema mais difícil será chegar a sua solução. Diferentes técnicas podem ser aplicadas a um mesmo problema. Dessa forma o princípio da inclusão e exclusão pode ser uma ferramenta facilitadora na resolução de diversos problemas combinatórios. Este minicurso é composto, essencialmente, de assuntos retirados de diversos materiais bibliográficas que citamos durante o desenvolvimento deste trabalho; In- troduzimos inicialmente o princípio da inclusão e exclusão para o caso particular de dois conjuntos finitos e, em seguida apresentamos uma aplicação direta deste resuldado e analisamos o caso do princípio de inclusão e exclusão para o caso mais geral, ou seja, validamos a fórmula para o cálculo de uma união de número finito de conjuntos finitos. Os outros tópicos abordam importante aplicações, como por exemplo, uma fórmula para determinar a quantidade de permutações caóticas. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - Capítulo 2 O princípio da Inclusão e Exclusão O Princípio de Inclusão e Exclusão é uma generalização do princípio aditivo. Um dos tópicos desse minicurso é a obtenção de uma fórmula para contar o número de elementos de uma união finita de vários conjuntos finitos, não necessariamente disjuntos, tal fórmula é denominada princípio de inclusão e exclusão. Iremos va- lidar essa fórmula e em seguida abordaremos diversas aplicações desse resultado. Dado um conjunto finito A, iremos denotar por n(A) o número de elementos de A. Nesse capítulo nosso principal objetivo é validar a fórmula dada no teorema 1 e aplicar alguns exemplosimediatos. Proposição 1. Considere A e B conjuntos finitos. Então: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B). Demonstração: A demonstração da proposição 1 que faremos consiste de ve- rificar que n(A)+n(B)−n(A∩B) conta o número de elementos na união A∪B. Ou seja, vamos mostrar n(A) + n(B) − n(A ∩ B) conta cada elemento x ∈ A ∪ B exatamente uma vez. Um elemento x ∈ A ∪ B pode pertencer somente a um dos dois conjuntos, ou exatamente dois deles. 1 caso) x pode pertencer somente a um dos dois conjuntos: Se x estiver em A e x ̸∈ B, n(A) conta x uma vez, n(B) conta x zero e n(A ∩ B) conta x zero vez. Logo x é contado por n(A)+n(B)−n(A∩B) uma vez. Analogamente analisamos os casos em x estiver somente em B. 2 caso) x está em exatamente dois dos conjuntos: se x ∈ A ∩ B temos: n(A) conta x uma vez; n(B) conta x uma vez; n(A∩B) conta x uma vez. Logo x é contado por n(A)+n(B)−n(A∩B) = 1 + 1 − 1 = 1 vez. Segue dos casos: 1 e 2 que: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B). 5 V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 6 CAPÍTULO 2. O PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO � Exemplo 2.1. Numa classe de 30 alunos, 14 falam inglês, 5 falam alemão e 3 falam inglês e alemão. Quantos alunos falam pelo menos uma língua dentre inglês e alemão. Solução 2.1. Vamos definir: A= conjunto formado pelos alunos que falam inglês; B= conjunto formado pelos alunos que falam alemão; A ∩ B= conjunto formado pelos alunos que falam inglês e alemão. Temos que n(A) = 14, n(B) = 5 e n(A ∩ B) = 3. Observe que: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B) = 14 + 5 − 3 = 16. Quando somamos 14 com 5, teremos contado duas vezes aqueles alunos que se encontram em A ∩ B, ou seja, os que falam inglês e alemão. Proposição 2. Considere três conjuntos A, B e C, tais que A, B e C são finitos. Então: n(A∪B∪C) = n(A)+n(B)−n(A∩B)−n(A∩C)−n(B∩C)+n(A∩B∩C). Demonstração: A demonstração da proposição 2 que faremos consiste de ve- rificar que n(A) + n(B) − n(A ∩ B) − n(A ∩ C) − n(B ∩ C) + n(A ∩ B ∩ C) conta o número de elementos na união A ∪ B ∪ C. Ou seja, vamos mostrar n(A) + n(B) − n(A ∩ B) − n(A ∩ C) − n(B ∩ C) + n(A ∩ B ∩ C) conta cada elemento x ∈ A ∪ B ∪ C exatamente uma vez. Um elemento x ∈ A ∪ B ∪ C pode pertencer somente a um dos três conjuntos, ou exatamente dois deles ou aos três conjuntos. 1 caso) x pode pertencer somente a um dos três conjuntos: Se x estiver em A então: n(A) conta x uma vez; n(B) conta x zero vez; n(C) conta x zero vez; n(A ∩ B) conta x zero vez; n(A ∩ C) conta x zero vez; n(B ∩ C) conta x zero vez e n(A ∩ B ∩ C) conta x zero vez. Logo x é contado por n(A) + n(B) + n(C) − n(A ∩ B) − n(A ∩ C) − n(B ∩ C) + n(A ∩ B ∩ C) uma vez. Analogamente analisamos os casos em x estiver somente em B ou x estiver somente C. 2 caso) x está em exatamente dois dos conjuntos: x ∈ A∩B e x ̸∈ C, ou x ∈ A∩C e x ̸∈ B, ou x ∈ B ∩ C e x ̸∈ A. Se x ∈ A ∩ B e x ̸∈ C, temos: n(A) conta x uma vez; n(B) conta x uma vez; V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 2.1. O PRINCÍPIO DA INCLUSÃO 7 n(C) conta x zero vez; n(A ∩ B) conta x uma vez; n(A ∩ C) conta x zero vez; n(B ∩ C) conta x zero vez; n(A ∩ B ∩ C) conta x zero vez. Logo x é contado por n(A)+n(B)+n(C)−n(A∩B)−n(A∩C)−n(B ∩ C) + n(A ∩ B ∩ C) = 1 + 1 + 0 − 1 − 0 − 0 + 0 = 1 vez. Analogamente analisamos os casos ou x ∈ A ∩ C e x ̸∈ B, ou x ∈ B ∩ C e x ̸∈ A. 3 caso) x está em exatamente três dos conjuntos: x ∈ A ∩ B ∩ C. Então: n(A) conta x uma vez; n(B) conta x uma vez; n(C) conta x uma vez; n(A ∩ B) conta x uma vez; n(A ∩ C) conta x uma vez; n(B ∩ C) conta x uma vez; n(A ∩ B ∩ C) conta x uma vez. Logo x é contado por n(A) + n(B) + n(C) − n(A ∩ B) − n(A ∩ C) − n(B ∩ C) + n(A ∩ B ∩ C) = 1 + 1 + 1 − 1 − 1 − 1 + 1 = 1 vez. � 2.1 O princípio da inclusão Agora faremos a generalização das proposições 1 e 2, nesses casos fizemos demonstrações para o Princípio da Inclusão e Exclusão no caso particular em que n = 2, 3 onde n denota a quantidade de conjuntos. Teorema 1. Considere um coleção de conjuntos finitos A1, A2, A3, ..., An. Então: n(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ ... ∪ An) = n∑ i=1 n(Ai) − ∑ 1≤i1≤i2≤n n(Ai1 ∩ Ai2)+ + ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤n n(Ai1 ∩ Ai2 ∩ Ai3) + . . . . . . + (−1)p−1 ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤...≤ip≤n n(Ai1 ∩ Ai2 ∩ Ai3 ∩ ... ∩ Aip)+ +... + (−1)n−1n(Ai1 ∩ Ai2 ∩ Ai3 ∩ ... ∩ Ain). (2.1) Demonstração: Para provarmos o teorema 1, basta mostrar que dado p = 1, 2, 3, ..., n temos que cada elemento que pertence a p dos conjuntos A′is é contado exatamente uma vez em 2.1. De fato, se x pertence a p dos conjuntos A′is ele será contado:( p 1 ) vezes em ∑n i=1 n(Ai); V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - 8 CAPÍTULO 2. O PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO ( p 2 ) vezes em ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤n n(Ai1 ∩ Ai2);( p 3 ) vezes em ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤n n(Ai1 ∩ Ai2 ∩ Ai3); ...( p p ) vezes em ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤...≤ip≤n n(Ai1 ∩ Ai2 ∩ Ai3 ∩ ... ∩ Aip); E claro que a interseção de mais que p conjuntos dentre os A′is não fornecerá ne- nhuma contribuição, uma vez que o elemento em questão x pertence a exatamente p dos conjuntos dentre A1, A2, A3, ..., An. Somando todas as contribuições com seus respectivos sinais temos:( p 1 ) − ( p 2 ) + ( p 3 ) − ( p 4 ) + . . . + (−1)p−1 ( p p ) (2.2) Queremos provar que a expressão dada em 2.2 é igual a 1. Segue do Teorema binomial que para todo x ∈ R e p ∈ N que: (x + 1)p = ( p 0 ) + ( p 1 ) x + ( p 2 ) x2 + ( p 3 ) x3 + . . . + ( p p ) xp, e fazendo x = −1 temos: 0 = ( p 0 ) − ( p 1 ) + ( p 2 ) − ( p 3 ) + . . . + (−1)p−1 ( p p ) , ou seja ( p 0 ) =( p 1 ) − ( p 2 ) + ( p 3 ) +. . .+(−1)p−1 ( p p ) . Como ( p 0 ) = 1 , então segue o resultado. � Exemplo 2.2. Quantos são os anagramas da palavra PERDÃO em que P ocupa o primeiro lugar ou R ocupa o segundo lugar ou D ocupa o sexto lugar? Solução 2.2. Vamos usar o princípio da inclusão e exclusão, pois se trata de um problema de contagem da cardinalidade da união de um número finito de conjuntos finitos. Para isso, definimos: A1, A2, A3 A1= conjunto de todos os anagramas da palavra PERDÃO que começa com a letra P; A2= conjunto de todos os anagramas da palavra PERDÃO tendo a letra R na segunda posição; A3 = conjunto de todos os anagramas da palavra PERDÃO tendo a letra D na sexta posição; A1 ∩ A2= conjunto de todos os anagramas da palavra PERDÃO tendo as letras P na primeira posição e R na segunda posição; A1 ∩ A3= conjunto de todos os anagramas da palavra PERDÃO tendo as letras P na primeira posição e D na sexta posição; A2 ∩ A3= conjunto de todos os anagramas da palavra PERDÃO tendo as letras R na segunda posição e D na sexta posição; V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 2.1. O PRINCÍPIO DA INCLUSÃO9 A1 ∩ A2 ∩ A3= conjunto de todos os anagramas da palavra PERDÃO tendo as letras P na primeira posição, R na segunda posição e D na sexta posição. Note que, para i = 1, 2, 3 cada elemento de Ai é uma permutação de 6 letras com uma delas fixas. Portanto n(Ai) = 120. Temos que o número de anagramas da palavra PERDÃO com duas letras fixas é igual a 24. Logo, n(A1 ∩ A2) = n(A1 ∩ A3) = n(A2 ∩ A3) = 24. Por último vamos contar a cardinalidade de, A1 ∩ A2 ∩ A3, n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = 6 que é o total de anagramas da palavra PERDÃO com 3 letras fixas. n(A1 ∪ A2 ∪ A3) = n(A1) + n(A2) + n(A3) − n(A1 ∩ A2) − n(A1 ∩ A3) − −n(A2 ∩ A3) + n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = 3 · 120 − 3 · 24 + 6 = 294. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 10 CAPÍTULO 2. O PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - Capítulo 3 Aplicações do princípio da inclusão e exclusão Neste capítulo apresentaremos diversas aplicações do princípio da inclusão e exclusão exploradas em algumas bibliografias de matemática discreta. Estas apli- cações podem ser encontradas em [5] e [7]. 3.1 Permutações caóticas Uma das aplicações do princípio de inclusão e exclusão [5], consiste em deter- minar o número de permutações caóticas de um conjunto com n elementos. Apre- sentaremos a demonstração de tal resultado, e em seguida faremos alguns exem- plos práticos. O teorema 2 é tópico principal dessa seção e é uma das interessantes aplicações do princípio de inclusão e exclusão que exibiremos. Definição 3.1. Uma permutação de n objetos, a1, a2, a3, ...an, é chamada caótica quando nenhum dos a′is se encontra na posição original, isto é na i- ésima posição. Por exemplo, a2a1a5a3a4 e a5a4a1a2a3 são permutações caóticas. Temos que a3a4a1a2a5 não é permutação caótica, pois existe i = 5 e a5 está na posição 5. Exemplo 3.1. Determine o número de permutações simples dos elementos a1, a2, a3, ..., an, nas quais a1 está em primeiro lugar ou a2 está em segundo lugar. Solução 3.1. Vamos definir: A1, A2. A1= conjunto das permutações a1, a2, a3, ..., an, tal que a1 está em primeiro lu- gar; A2= conjunto das permutações a1, a2, a3, ..., an, tal que a2 está em segundo lu- gar; A1 ∩ A2= conjunto das permutações a1, a2, a3, ..., an, tal que a1 está em primeiro lugar e a2 está em segundo lugar. 11 V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 12CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO Temos que n(A1) = n(A2) = (n − 1)! e n(A1 ∩ A2) = (n − 2)!. Logo, n(A1 ∪ A2) = n(A1) + n(A2) − n(A1 ∩ A2) = 2(n − 1)! − (n − 2)! = 2(n − 1)(n − 2)! − (n − 2)! = (n − 2)!(2(n − 1) − 1) = (n − 2)!(2n − 3). Nesse exemplo as permutações contadas aqui não são caóticas. Exemplo 3.2. Dentre as permutações simples dos elementos a1, a2, a3, ..., an, de- termine o número daquelas em que a1 não está em primeiro lugar, a2 não está em segundo lugar e nem a3 não está em terceiro lugar. Solução 3.2. Vamos definir para i = 1, 2, 3 Ai= conjunto das permutações de a1, a2, a3, ..., an em que ai está no i-ésimo lu- gar; Note que, para i = 1, 2, 3, cada elemento de Ai é uma permutação de n letras com uma delas fixas. Portanto n(Ai) = (n − 1)!. Temos que o número de permutações n letras com duas letras fixas é igual a (n − 2)!. Logo, n(A1 ∩ A2) = n(A1 ∩ A3) = n(A2 ∩ A3) = (n − 2)!. Por último vamos contar a cardinalidade de A1 ∩ A2 ∩ A3, n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = (n − 3)!, que é total de permutações de a1, a2, a3, ..., an com 3 letras fixas. O total de per- mutações de a1, a2, a3, ..., an é n!. Dessa forma a solução do exemplo é: n! − n(A1 ∪ A2 ∪ A3) = n! − n(A1) − n(A2) − n(A3) + n(A1 ∩ A2) + n(A1 ∩ A3) + +n(A2 ∩ A3) − n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = n! − 3 · (n − 1)! + 3 · (n − 2)! − (n − 3)!. Teorema 2. Se Dn é total de permutações caóticas de a1, a2, a3, ..., an, então Dn = n! ( 1 − 1 1! + 1 2! − 1 3! + ... + (−1)n 1 n! ) . Demonstração: Vamos definir para i = 1, 2, 3, ..., n: Ai= conjunto das permutações de a1, a2, a3, ..., an em que ai está na i-ésima posi- ção. Para calcularmos Dn devemos calcular o total de permutações de a1, a2, a3, ..., an que não pertence a nenhum dos Ai’s, ou seja, o número de elementos no comple- mentar da união dos Ai’s. Portanto, Dn = n! − n∑ i=1 n(Ai) + ∑ 1≤i1≤i2≤n n(Ai1 ∩ Ai2) − ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤n n(Ai1 ∩ Ai2∩ ∩Ai3) + ∩ . . . ∩ +(−1)nn(A1 ∩ A2 ∩ A3 + . . . + An). V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - 3.1. PERMUTAÇÕES CAÓTICAS 13 Note que, para i = 1, 2, ..., n cada elemento de Ai é uma permutação de n letras com uma delas fixas. Portanto n(Ai) = (n − 1)!. Temos que: n(Ai ∩ Aj) = (n − 2)!, ∀1 ≤ i ≤ j ≤ n; n(Ai ∩ Aj ∩ Ak) = (n − 3)!, ∀1 ≤ i ≤ j ≤ k ≤ n ... n(A1 ∩ A2 ∩ ... ∩ An) = 1. Temos ( n 1 ) parcelas na soma: ∑n i=1 n(Ai) e n(Ai) = n(A1) = (n − 1)! Temos ( n 2 ) parcelas na soma: ∑ 1≤i1≤i2≤n n(Ai1 ∩Ai2) e n(Ai1 ∩Ai2) = n(A1 ∩ A2) = (n − 2)! Temos ( n 3 ) parcelas na soma: ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤n n(Ai1 ∩Ai2 ∩Ai3) e n(Ai1 ∩Ai2 ∩ Ai3) = n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = (n − 3)! ... n(A1 ∩ A2 ∩ ... ∩ An) = 1 = ( n n ) Então: Dn = n! − ( n 1 ) n(Ai) + ( n 2 ) n(Ai1 ∩ Ai2) − ( n 3 ) n(Ai1 ∩ Ai2 ∩ Ai3) + . . . + +(−1)nn(A1 ∩ A2 ∩ A3 + . . . + An) = n! − ( n 1 ) (n − 1)! + ( n 2 ) (n − 2)! ( n 3 ) (n − 3)! + . . . + (−1)n1 = n! − n! 1!(n − 1)! (n − 1)! + n! 2!(n − 2)! (n − 2)! − n! 3!(n − 3)! (n − 3)! + . . . + +(−1)n n! n!(n − n)! = n! − n! 1! + n! 2! − n! 3! + . . . + (−1)n n! n! = n! ( 1 − 1 1! + 1 2! − 1 3! + . . . + (−1)n 1 n! ) . � Utilizando a fórmula do teorema 2, podemos ver que o número de permutações caóticas de 3 objetos abc é: D3 = 3! ( 1 1! + 1 2! − 1 3! ) = 6 (3 − 1 6 ) = 2. As seis permutações abc, acb, bac, bca, cba e cab. Sendo as permutações caóticas de abc: bca e cab. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 14CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO Exemplo 3.3. Quantas permutações dos inteiros 1, 2, 3, 4, ..., 9, 10 tem exatamente 4 dos números em suas posições originais. Solução 3.3. Como são fixados os 4 números dentre 1, 2, 3, 4, ..., 9, 10, que perma- necem nas posições originais, então devemos escolher estes 4 números, o que pode ser feito de ( 10 4 ) maneiras distintas, em seguida permutar os 6 números restantes caoticamente. Logo a resposta do problema é: ( 10 4 ) · D6. ( 10 4 ) ·D6 = ( 10 4 ) · 6! · ( 1 − 1 1! + 1 2! − 1 3! + 1 4! − 1 5! + 1 6! ) = ( 10 4 ) · ( 6! − 6! 1! + 6! 2! − 6! 3! + 6! 4! − 6! 5! + 6! 6! ) = ( 10 4 ) · (6 · 5 · 4 · 3 − 6 · 5 · 4 + 6 · 5 − 6 + 1) = 55.650. Exemplo 3.4. Uma professora distribui nove livros diferentes para nove crianças. Um mês depois recolhe os livros e, novamente, distribui um livro para cada cri- ança. De quantas maneiras os livros podem ser distribuídos de modo que somente três crianças receba o mesmo livro desta vez? Solução 3.4. Vamos escolher 3 crianças dentre as 9 para receber o mesmo livro, que podemos fazer de ( 9 3 ) maneiras distintas. Daí restam 6 crianças que não poderão receber o mesmo livro que podem ser distribuídos de D6 maneiras dife- rentes. Portanto a solução para o problema é:( 9 3 ) · D6 = ( 9 3 ) · 6! · ( 1 − 1 1! + 1 2! − 1 3! + 1 4! − 1 5! + 1 6! ) = ( 9 3 ) · 265 = 22.260. 3.2 Contando funções sobrejetivas de domínio finito Segue direto do princípio multiplicativo que o número de funções f de A em B, onde n(A) = t e n(B) = k é kt. Consideremos o caso k = t, ou seja, A = {a1, a2, a3, ..., ak} e B = {b1, b2, b3, ..., bk} queremos determinar o número de funções f : A −→ B bijetoras. De fato, temos k possíveis imagens para a1. Depois de escolhido a imagem para a1, temos k − 1 imagens para a2, pois f é bijetora. Fazendo isso su- cessivamente temos uma imagem para ak. Então segue do princípio multiplicativo V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 3.2. CONTANDO FUNÇÕES SOBREJETIVAS DE DOMÍNIO FINITO 15 que o número de funções bijetoras de A em B é k!. No caso t ≤ k, então o número de funções injetoras de A em B é: k(k − 1)...(k − t + 1). De fato, se A = {a1, a2, a3, ..., at} e B = {b1, b2, b3, ..., bt, bt+1, ..., bk}. Te- mos k possíveis imagens para a1. Como f : A −→ B é injetora então temos k − 1 imagens para a2 depois de já ter escolhido imagens para a1. Fazendo isso sucessivamente até o objeto at, vemos que há k − (t − 1) imagens possíveis para at. Dessa forma, segue do princípio multiplicativo o resultado. Considere A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} e B = {a, b, c, d}. Vamos definir as funções f : A −→ B e g : A −→ B, tais que: f(1) = f(2) = f(3) = f(4) = a; f(5) = f(6) = b; f(7) = f(8) = c e f(9) = d; g(1) = g(2) = g(3) = g(4) = a; g(5) = g(6) = b; g(7) = g(8) = g(9) = c; Im(f) = B e f é sobrejetora. Im(g) = {a, b, c} ̸= B e g não é sobrejetora. Observe que g não é sobrejetora, pois dado d ∈ B não existe x ∈ A, tal que d = g(x), ou seja, a equação d = g(x) não tem solução em B. Dados A = {a1, a2, a3, ..., at}, B = {b1, b2, b3, ..., bk} e f : A −→ B, definimos: f−1({bi}) = {x ∈ A; f(x) = bi} Do exemplo anterior temos: f−1({a}) = {1, 2, 3, 4}; f−1({b}) = {5, 6}; f−1({c}) = {7, 8}; f−1({d}) = {9}; g−1({a}) = {1, 2, 3, 4}; g−1({b}) = {5, 6}; g−1({c}) = {7, 8, 9}; f−1({d}) = ∅. Agora iremos contar as aplicações sobrejetoras f : A −→ B, onde n(A) = t e n(B) = k, com t ≥ k. Teorema 3. Para t ≤ k, o número de funções sobrejetoras f : A −→ B, onde n(A) = t e n(B) = k, é dado por: S(t, k) = k∑ i=0 (−1)i ( k j ) (k − i)t Demonstração: Temos que existe kt funções f : A −→ B, então vamos subtrair deste total o número de funções f : A −→ B que não são sobrejetoras. Para isso, sejam A = {a1, a2, a3, ..., ak, a(k+1), ..., at}, B = {b1, b2, b3, ..., bk}. Sabemos que uma função f : A −→ B é sobrejetora se, e somente se, para todo b ∈ B, existe a ∈ A, tal que b = f(a), ou seja, a equação b = f(a) tem solução em B. Dessa forma, vamos definir para todo 1 ≤ i ≤ k: Ci= conjuntos de todas as funções f : A −→ B, tais que, f−1({bi}) = ∅, ou seja, f(a) ̸= bi, ∀ a ∈ A. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 16CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO Como uma função f : A −→ B que não é sobrejetora pertence a pelo menos um dos C ′is, então o conjunto formado pelas funções f : A −→ B que não são sobrejetoras é: C1 ∪ C2 ∪ C3 ∪ ... ∪ Ck. Segue do princípio da inclusão e exclusão que n(C1 ∪ C2 ∪ C3 ∪ ... ∪ Ck) = k∑ i=1 n(Ci) − ∑ 1≤i1≤i2≤n n(Ci1 ∩ Ci2)+ + ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤n n(Ci1 ∩ Ci2 ∩ Ci3) + ... + (−1)n−1n(C1 ∩ C2 ∩ C3 ∩ ... ∩ Ck) Queremos saber o total de funções f : A −→ B, tal que, o elemento bi não se corresponde com elementos A. Nesse caso, esse número é n(Ci) = (k − 1)t, para i = 1, 2, ..., k. Agora queremos calcular n(Ci ∩ Cj), que é o total de fun- ções f : A −→ B, tal que, o elemento bi e bj não se corresponde com elementos de A. Logo n(Ci ∩ Cj) = (k − 2)t para todo 1 ≤ i < j ≤ n. De maneira análoga, temos n(Ci ∩ Cj ∩ Cl) = (k − 3)t para todo 1 ≤ i < j < l ≤ n. E n(C1 ∩ C2 ∩ C3 ∩ ... ∩ Ck) = 0 = (k − k)t. Além disso, temos:( n 1 ) termos na soma ∑n i=1 n(Ci) e n(Ci) = n(C1) = (k − 1)t( n 2 ) termos na ∑ 1≤i1≤i2≤n n(Ci1 ∩Ci2) e n(Ci1 ∩Ci2) = n(C1 ∩C2) = (k−2) t( n 3 ) termos em ∑ 1≤i1≤i2≤i3≤n n(Ci1 ∩ Ci2 ∩ Ci3) e n(C1 ∩ C2 ∩ C3) = (k − 3) t ...( n n ) = 1 termo em (−1)n−1n(C1 ∩ C2 ∩ C3 ∩ ... ∩ Ck) = (k − k)t. Portanto n(C1 ∪ C2 ∪ C3 ∪ ... ∪ Ck) = ( n 1 ) n(C1) − ( n 2 ) n(C1 ∩ C2)+ + ( n 3 ) n(C1 ∩ C2 ∩ C3) + ... + (−1)k−1n(C1 ∩ C2 ∩ ... ∩ Ck) = ( n 1 ) (k − 1)t − ( n 2 ) (k − 2)t + ( n 3 ) (k − 3)t + ...+ +(−1)k−1(k − k)t = k∑ i=1 (−1)i−1 ( n i ) (k − i)t. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - 3.3. DIVISIBILIDADE E NÚMEROS PRIMOS. 17 Subtraindo n(C1 ∪ C2 ∪ C3 ∪ ... ∪ Ck) do total kt obtemos o resultado: S(t, k) = kt − k∑ i=1 (−1)i−1 ( n i ) (k − i)t = kt + k∑ i=1 (−1)i ( n i ) (k − i)t = k∑ i=0 (−1)i ( n i ) (k − i)t. � 3.3 Divisibilidade e Números Primos. Iremos explorar, nesta seção seguindo as ideias dadas em [5] e [7] os conceitos de divisibilidade, números primos e o máximo divisor comum e as suas respectivas relações com o princípio de inclusão e exclusão. Para isso, usaremos a notação [x] para indicar o maior inteiro menor do que ou igual ao número real x. Para qualquer inteiro positivo a e b > 0, temos que existem inteiros q, r, tais que a = bq + r, onde r = 0 ou r < b. Quando r = 0, dizemos que a é divisível por b, ou a é múltiplo de b ou ainda, b é um divisor de a. Observe que: a b = q+ r b e r b < 1. Logo, [ a b ] = [ q + r b ] = q, onde é chamado de quociente da divisão de a por b. Exemplo 3.5. Quantos são os inteiros entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 3, 5 ou 7? Solução 3.5. Para isso vamos definir: A= conjunto dos números entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 3; B= conjunto dos números entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 5; C=conjunto dos números entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 7; A ∩ B= conjunto dos números entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 3 e 5; A ∩ C= conjunto dos números entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 3 e 7; B ∩ C= conjunto dos números entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 5 e 7; A∩B ∩C=conjunto dos números entre 1 e 3.600, inclusive, que são divisíveis por 3, 5 e 7. Temos que: n(A)= [3600 3 ] = 1200; n(B) = [3600 5 ] = 720; n(C) = [3600 7 ] = 514; n(A ∩ B) = [3600 3 · 5 ] = [3600 15 ] = 240; V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 18CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO n(A ∩ B) = [3600 3 · 7 ] = [3600 21 ] = 171; n(B ∩ C) = [3600 5 · 7 ] = [3600 35 ] = 102; n(A ∩ B ∩ C) = [ 3600 3 · 5 · 7 ] = [3600 105 ] = 34. Portanto a resposta para o nosso exemplo é: n(A ∪ B ∪ C) = n(A) + n(B) + n(C) − n(A ∩ B) − n(A ∩ C) − n(B ∩ C) + +n(A ∩ B ∩ C) = 1200 + 720 + 514 − 240 − 171 − 102 + 34 = 1955. Usaremos o princípio de inclusão e exclusão para validar o caso geral do exem- plo 3.5, que enunciamos no teorema 4: Teorema 4. Dado um número inteiro m > 0 e sendo p1, p2, p3, ..., pr números me- nores ou iguais m e primos entre si. Então a quantidade de inteiros positivos meno- res ou iguais a m que não são divisíveis por nenhum dos números p1, p2, p3, ..., pr é dada pela fórmula: m − r∑ i=1 [ m pi ] + ∑ 1≤i≤j≤r [ m pipj ] + ... + (−1)r · [ m p1, p2, ..., pr ] Demonstração: A demonstração consiste em: dos números de 1 até m vamos retirar todos aqueles que são divisíveis por p1 ou p2 ou p3 ou ... ou pr e assim teremos todos aqueles que não são divisíveis por nenhum desses números. Para isso vamos definir: A = {1, 2, 3, ..., m}; A1 = {x ∈ A; x = p1k1, k1 ∈ N}; A2 = {x ∈ A; x = p2k2, k2 ∈ N}; A3 = {x ∈ A; x = p3k3, k3 ∈ N}; ... Ar = {x ∈ A; x = prkr, kr ∈ N}; De fato, n(A) − n(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ ... ∪ Ar) = m − r∑ i=1 [ m pi ] + ∑ 1≤i≤j≤r [ m pipj ] + +... + (−1)r · [ m p1, p2, ..., pr ] , V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - 3.3. DIVISIBILIDADE E NÚMEROS PRIMOS. 19 Pois, n(A1) = [ m p1 ] ; n(A2) = [ m p2 ] ; n(A3) = [ m p3 ] , ..., n(Ar) = [ m pr ] n(Ai ∩ Aj) = [ m pipj ] , ∀1 ≤ i < j ≤ r; n(Ai ∩ Aj ∩ Al) = [ m pipjpl ] , ∀1 ≤ i < j < l ≤ r; ... n(A1 ∩ A2 ∩ A3 ∩ ... ∩ Ar) = [ m p1p2p3...pr ] . � Exemplo 3.6. Quantos são os inteiros entre 1 e 42.000, inclusive, que não são divisíveis por 2, por 3 e nem por 7? Solução 3.6. Para isso vamos definir: A = {1, 2, 3, ..., 42000}; A1 = {x ∈ A; x = 2k, k ∈ N}; A2 = {x ∈ A; x = 3k, k ∈ N}; A3 = {x ∈ A; x = 7k, k ∈ N}. A resposta do exemplo é: n(A) − n(A1 ∪ A2 ∪ A3). Temos que: n(A1) = [42000 2 ] = 21000; n(A2) = [42000 3 ] = 14000; n(A3) = [42000 7 ] = 6000. n(A1 ∩ A2) = [42000 2 · 3 ] = [42000 6 ] = 7000; n(A1 ∩ A3) = [42000 2 · 7 ] = [42000 14 ] = 3000; n(A2 ∩ A3) = [42000 3 · 7 ] = [42000 21 ] = 2000; n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = [ 42000 2 · 3 · 7 ] = [42000 42 ] = 1000; Portanto a resposta para o nosso exemplo é: n(A) − n(A1 ∪ A2 ∪ A3) = n(A) − n(A1) − n(A2) − n(A3) + n(A1 ∩ A2)+ +n(A1 ∩ A3) + n(A2 ∩ A3) − n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = 42000 − 21000 − 14000 − 6000 + 7000 + 3000 + 2000 − 1000 = 12000 Usando o fato que um número inteiro composto é divisível por um número primo não excedente a sua raiz quadrada podemos encontrar a quantidade de nú- meros primos não excedentes a 100, por meio do princípio de inclusão e exclusão, de acordo com exemplo dado em [7], essa ideia será explorada nesse trabalho. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - 20CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO Exemplo 3.7. Encontrar a quantidade de números primos não excedentes a 100. Solução 3.7. Os números compostos não excedentes a 100 deve ter um fator primo não excedente a 10. Desta forma precisamos encontrar a quantidade de inteiros positivos menores ou iguais a 100 que não são divisíveis por nenhum dos primos 2, 3, 5 e 7 e depois somar esses 4 primos que não entraram nessa contagem. A quantidade de inteiros positivos menores ou iguais a 100 que não são divisíveis por nenhum dos primos 2, 3, 5 e 7 é: 100 − [100 2 ] − [100 3 ] − [100 5 ] − [100 7 ] + [ 100 2 · 3 ] + [ 100 2 · 5 ] + [ 100 2 · 7 ] + + [ 100 3 · 5 ] + [ 100 3 · 7 ] + [ 100 5 · 7 ] − [ 100 2 · 3 · 7 ] − [ 100 2 · 5 · 7 ] − [ 100 3 · 5 · 7 ] − − [ 100 2 · 3 · 5 ] + [ 100 2 · 3 · 5 · 7 ] = 100 − 50 − 33 − 20 − 14 + 16 + 10 + 7 + 6 + 4 + 2 − 2 − 1 − 0 − 3 + 0 = 22. Temos que 22 é o total de números não divisíveis por 2, 3, 5 e 7. Como 1 não é primo e um entra nesse total 22, então temos 21 números primos maiores do que 7 e menores do que 100. Somando 21 com 4 que são os primos 2, 3, 5 e 7 que não entraram na contagem acima temos no total 21 + 4 = 25 números primos que não excedem 100. A tabela abaixo ilustra esses 25 primos que é o total que acabamos de encontrar. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 3.4 A Função ϕ de Euler Definição 3.2. Chamamos de função ϕ de Euler a função que atribui a cada inteiro positivo o número de inteiros menores ou iguais a m relativamente primos com m. Ou seja, ϕ : N − {0} → N; ϕ(s) = n({x ∈ N; 1 ≤ x ≤ s e mdc(x, s) = 1}) Por meio do princípio de inclusão e exclusão iremos validar a fórmula para o cálculo de ϕ(m), onde m é um natural maior do que 1 dado no Teorema 5. Segue da definição que ϕ(1) = 1. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 3.4. A FUNÇÃO ϕ DE EULER 21 Teorema 5. Seja m > 1 e m = pα11 p α2 2 . . . p αr r a decomposição de m em fatores primos. O valor de ϕ(m) é dado por: ϕ(m) = m ( 1 − 1 p1 )( 1 − 1 p2 ) ... ( 1 − 1 pr ) . Demonstração: A estratégia da demonstração consiste: dos números de 1 até m, vamos retirar todos aqueles que são divisíveis por p1 ou p2 ou p3 ou ... ou pr e assim teremos todos aqueles que não são divisíveis por nenhum desses números. Para isso vamos definir: A = {1, 2, 3, ..., m}; A1 = {x ∈ A; x = p1k1, k1 ∈ N}; A2 = {x ∈ A; x = p2k2, k2 ∈ N}; A3 = {x ∈ A; x = p3k3, k3 ∈ N}; ... Ar = {x ∈ A; x = prkr, kr ∈ N}; Como ϕ(m) é o número de elementos no complementar da união dos A′is em A, temos: ϕ(m) = m − n(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ ... ∪ Ar) = = m − r∑ i=1 n(Ai) + ∑ 1≤i<j≤r n(Ai ∩ Aj) + ... + (−1)r · n(A1 ∩ A2 ∩ A3 ∩ ... ∩ Ar). Temos que: n(A1) = m p1 ; n(A2) = m p2 ; n(A3) = m p3 , ..., n(Ar) = m pr n(Ai ∩ Aj) = m pi · pj , ∀1 ≤ i < j ≤ r; n(Ai ∩ Aj ∩ Al) = m pi · pj · pl , ∀1 ≤ i < j < l ≤ r; ... n(A1 ∩ A2 ∩ A3 ∩ ... ∩ Ar) = m p1 · p2 · p3...pr . Portanto ϕ(m) = m − r∑ i=1 m p1 + ∑ 1≤i<j≤r m pi · pj + ... + (−1)r · m p1 · p2 · p3...pr = m 1 − r∑ i=1 1 p1 + ∑ 1≤i<j≤r 1 pi · pj + ... + (−1)r · 1 p1 · p2 · p3...pr = m ( 1 − 1 p1 )( 1 − 1 p2 ) ... ( 1 − 1 pr )� V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 22CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO 3.5 Soluções de Equações lineares em N com coeficientes unitários Para finalizar o trabalho, iremos abordar as equações lineares com coeficientes unitários, cujas soluções estão restritas a subconjunto dos números naturais e ve- remos diversos problemas dessa natureza enfatizando a utilidade do princípio da inclusão nesse contexto. A ideia dessa seção é baseada em [5], inclusive alguns exemplos e a demons- trações de certos resultados foram retirados dessa bibliografia. Para isso vamos descrever primeiramente, o número de solução inteiras de uma equação da forma x1 + x2 + ... + xr = m, onde xi, para i = 1, 2, ..., r e m são inteiros. Por exemplo, x1 + x2 = 5. Se exigirmos que x1, x2 sejam inteiros, não vamos ter um número finito de soluções. Pois x1 = 5 − x2, fazendo x2 variar no conjunto dos inteiros temos uma infinidade de valores para x1. Se restringirmos as soluções ao conjunto dos inteiros positivos obtemos um número finito de soluções, e as soluções inteiras positivas de x1 + x2 = 5: (1, 4), (2, 3), (3, 2), (4, 1). Nesse caso são quatro soluções. Nosso próximo passo é determinar uma fórmula que faça essa contagem, para isso vamos considerar em particular a equação: x1 + x2 + x3 + x4 = 11, x1, x2, x3, x4 ≥ 1 (3.1) Soluções inteiras para 3.1 são quádruplas ordenadas (x1, x2, x3, x4) de inteiros positivos cuja soma é 11, por exemplo (2, 2, 4, 3), (1, 8, 1, 1), (3, 4, 2, 2). Com objetivo de contar todas as soluções positivas de 3.1, vamos escrever 11 como soma de onze 1′s, ou seja, 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 = 11 (3.2) Iremos separar 11 em parcelas de 1′s em quatro parcelas, sendo cada elas um inteiro positivo. Para isso vamos colocar três barras (|) entre os 1′s em 3.2. Por exemplo, 1 + 1︸ ︷︷ ︸ 2 | +1 + 1︸ ︷︷ ︸ 2 | +1 + 1 + 1 + 1︸ ︷︷ ︸ 4 | +1 + 1 + 1︸ ︷︷ ︸ 3 = 11, e temos a solução (2, 2, 4, 3). Observe que temos 10 sinais de + entre os onze 1′s e queremos colocar as 3 barras dentre os 10 sinais de + que separam os 1′s. (1, 8, 1, 1) → 1| + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1| + 1| + 1 = 11 V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - 3.5. SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES LINEARES EM N COM COEFICIENTES UNITÁRIOS23 (3, 4, 2, 2) → 1 + 1 + 1| + 1 + 1 + 1 + 1| + 1 + 1| + 1 + 1 = 11. Portanto o nosso problema resume-se em escolhermos três dentro os 10 sinais ”+” para colocarmos as 3 barras separadoras. + + + + + + + + + Portanto a solução do problema é ( 10 3 ) Proposição 3. O número de soluções inteiras positivas da equação x1 + x2 + ... + xr = m, (3.3) onde xi, para i = 1, 2, ..., r e m são inteiros é igual a ( m − 1 r − 1 ) . Demonstração: Como estamos interessados em expressar o inteiro positivo m como soma de r inteiros positivos basta colocarmos r − 1 barras divisoras entre os m1′s. Como cada possível distribuição das barras corresponde uma única solução para a equação 3.3, basta contarmos de quantas formas isto pode ser feito. Deve- mos selecionar r − 1 dos m − 1 possíveis locais (os sinais ” + ” que separam os 1′s) para a colocação das barras divisoras, o que pode ser feito de (m−1 r−1 ) maneiras diferentes.� O número de soluções positivas inteiras de x1 + x2 = 5 é ( 5 − 1 2 − 1 ) = ( 4 1 ) = 4, como tínhamos visto anteriormente. Nossa próxima questão é determinar o número de soluções da equação 3.3 não negativas, ou seja, xi ≥ 0, para i = 1, 2, ..., r. Por exemplo, (5, 0) e (0, 5) são soluções de x1 +x2 = 5. Nesse caso é 4+2 = 6 = ( 5 + 2 − 1 2 − 1 ) = ( 5 + 2 − 1 5 ) . Proposição 4. Sejam xi e m inteiros. O número de soluçẽs inteiras não negativas da equação x1 + x2 + ... + xr = m, xi ≥ 0 (3.4) é igual a ( m + r − 1 r − 1 ) = ( m + r − 1 r ) . Demostração:Some 1 em cada variável x1, x2, ..., xr e dai obtemos 3.4 é equi- valente a (x1 + 1) + (x2 + 1) + ... + (xr + 1) = m + r, xi + 1 ≥ 1. Faça yi = xi + 1 e observe que yi ≥ 1. Então 3.4 é equivalente a V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U F R J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U F R J - 24CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO y1 + y2 + ... + yr = m + r, yi ≥ 1 (3.5) As soluções de 3.5 são soluçẽs de 3.4 e vice-versa. Portanto segue da proposi- ção 4 que o número de soluçẽs de 3.4 é igual a ( m + r − 1 r ) . � Exemplo 3.8. Encontrar o número de soluções em inteiros não negativos da equa- ção x1 + x2 + x3 = 16 onde xi ≤ 7. (3.6) Solução 3.8. O número de soluções inteiras não negativas de x1 + x2 + x3 = 16 é ( 16 + 3 − 1 3 − 1 ) = ( 18 2 ) = 18! 16!2! = 18 · 17 2 = 9 · 17 = 153. Queremos as soluções (x1, x2, x3) tal que 0 ≤ xi ≤ 7. Vamos calcular todas as soluções em que x1 > 7 ou x2 > 7 ou x3 > 7 e sub- trair do total 153 e esse valor é total de soluções de 3.6. Para isso vamos definir: A1= conjunto das soluçẽs (x1, x2, x3) de x1 + x2 + x3 = 16, com x1 > 7; A2= conjunto das soluções (x1, x2, x3) de x1 + x2 + x3 = 16, com x2 > 7; A3= conjunto das soluções (x1, x2, x3) de x1 + x2 + x3 = 16, com x3 > 7; A1 ∩ A2= conjunto das soluções (x1, x2, x3) de x1 + x2 + x3 = 16, com x1 > 7 e x2 > 7; A1 ∩ A3= conjunto das soluções (x1, x2, x3) de x1 + x2 + x3 = 16, com x1 > 7 e x3 > 7; A2 ∩ A3=conjunto das soluções (x1, x2, x3) de x1 + x2 + x3 = 16, com x2 > 7 e x3 > 7; A1 ∩ A2 ∩ A3= conjunto das soluções (x1, x2, x3) de x1 + x2 + x3 = 16, com x1 > 7, x2 > 7 e x3 > 7. Vamos calcular n(A1) x1 + x2 + x3 = 16, com x1 > 7 e x2, x3 ≥ 0. Os outros casos são análogos: n(A2) e n(A3). Faça y1 = x1 − 7 e y2 = x2; y3 = x3, então temos que nossa equação é equi- valente a y1 + y2 + y3 = 9 com y1 > 0 e y2, y3 ≥ 0. Agora faça z1 = y1 − 1 e z2 = z2; z3 = x3, então temos que nossa equação é equivalente a z1 +z2 +z3 = 8 com z1, z2, z3 ≥ 0. O número de soluções inteiras não negativas de z1 +z2 +z3 = 8 é ( 8 + 3 − 1 3 − 1 ) =( 10 2 ) = 5 · 9 = 45. Logo n(A1) = 45. Analogamente temos n(A2) = n(A3) = 45. Vamos calcular n(A1 ∩ A2), os casos n(A1 ∩ A3) e n(A2 ∩ A3) são análogos. n(A1 ∩ A2) é total de soluções de x1 + x2 + x3 = 16, com x1 > 7 e x2 > 7 e x3 ≥ 0. Faça y1 = x1 − 7 e y2 = x2 − 7; y3 = x3, então temos que nossa equação é V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 3.5. SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES LINEARES EM N COM COEFICIENTES UNITÁRIOS25 equivalente a y1 + y2 + y3 = 2 com y1 > 0 e y2 > 0, y3 ≥ 0. Agora faça z1 = y1 − 1, z2 = z2 − 1 e z3 = x3, então temos que nossa equação é equivalente a z1 + z2 + z3 = 0 com z1, z2, z3 ≥ 0. O número de soluções inteiras não negativas de z1+z2+z3 = 0 ’e ( 0 + 3 − 1 3 − 1 ) =( 2 2 ) = 1. Logo n(A1∩A2) = 1. Analogamente, n(A1∩A3) = n(A2∩A3) = 1. A equação x1+x2+x3 = 16,onde xi > 7 não tem solução por 7+7+7 = 21 > 16, logo n(A1 ∩ A2 ∩ A3) = 0. A resposta do problema é 153 − 3 · 45 + 3 · 1 = 21. V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - 26CAPÍTULO 3. APLICAÇÕES DO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO E EXCLUSÃO V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at ea m át ic a -R io de Ja ne ir o -R J -I M PA /U FR J -V II IB ie na ld a So ci ed ad e B ra si le ir a de M at em át ic a R io de Ja ne ir o- R J -I M PA /U FR J - Referências Bibliográficas [1] BURGER, M.; HACKL, B.; RING, W. Incorporating topological derivatives into level set methods. Journal of Computational Physics, v. 194, n. 1, p. 344-362, 2004. [2] LITTLE, R. W. Elasticity. New Jersey: Prentice-Hall, 1973. [3] BOYER, CARL B. Historia da matemática. 3.ed. São Paulo: E. Blucher, 2010. [4] HEFEZ, ABRAMO. Curso de Álgebra Volume 1. 3ed Rio de Janeiro. IMPA. 2002. [5] SANTOS, J.P. O. E MURARI , I. T. C. Introdução à Análise Combinatória. 3 Ed. Editora da Unicamp. 2002. [6] STANLEY, R.P. Enumerative Combinatorics, Vol II. Cambridge Studies in Advanced Mathematics 49. Cambrige Univesity Press, New York, 1997. [7] SANTOS, L. G.M. O Problema de Lucas, Monografia apresentada ao pro- grama de Pós-graduação em Matemática do Departamento de Matemática da UFMG, Belo Horizonte, 2011. [8] MEC. PCN - PARAMETROS NACIONAIS DO ENSINO MÉDIO.portal.mec.gov.br. 2000. www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf (acesso em 05 de agos. de 2015). [9] MORGADO, AUGUSTO CEZAR DE O, et al. Análise Combinatória e Pro- babilidade. Rio de Janeiro: SBM, 1991. 27 COLEÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA • Logaritmos - E. L. Lima • Análise Combinatória e Probabilidade com as soluções dos exercícios - A. C. Morgado, J. B. Pitombeira, P. C. P. Carvalho e P. Fernandez • Medida e Forma em Geometria (Comprimento, Área, Volume e Semelhança) - E. L. Lima • Meu Professor de Matemática e outras Histórias - E. L. Lima • Coordenadas no Plano as soluções dos exercícios - E. L. Lima com a colaboração de P. C. P. Carvalho • Trigonometria, Números Complexos - M. P. do Carmo, A. C. Morgado e E. Wagner, Notas Históricas de J. B. Pitombeira • Coordenadas no Espaço - E. L. Lima • Progressões e Matemática Financeira - A. C. Morgado, E. Wagner e S. C. Zani • Construções Geométricas - E. Wagner com a colaboração de J. P. Q. Carneiro • Introdução à Geometria Espacial - P. C. P. Carvalho • Geometria Euclidiana Plana - J. L. M. Barbosa • Isometrias - E. L. Lima • A Matemática do Ensino Médio Vol. 1 - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado • A Matemática do Ensino Médio Vol. 2 - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado • A Matemática do Ensino Médio Vol. 3 - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado • Matemática e Ensino - E. L. Lima • Temas e Problemas - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado • Episódios da História Antiga da Matemática - A. Aaboe • Exame de Textos: Análise de livros de Matemática - E. L. Lima • A Matemática do Ensino Medio Vol. 4 - Exercicios e Soluções - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado • Construções Geométricas: Exercícios e Soluções - S. Lima Netto • Um Convite à Matemática - D.C de Morais Filho • Tópicos de Matemática Elementar - Volume 1 - Números Reais - A. Caminha • Tópicos de Matemática Elementar - Volume 2 - Geometria Euclidiana Plana - A. Caminha • Tópicos de Matemática Elementar - Volume 3 - Introdução à Análise - A. Caminha • Tópicos de Matemática Elementar - Volume 4 - Combinatória - A. Caminha • Tópicos de Matemática Elementar - Volume 5 - Teoria dos Números - A. Caminha • Tópicos de Matemática Elementar - Volume 6 - Polinômios - A. Caminha • Treze Viagens pelo Mundo da Matemática - C. Correia de Sa e J. Rocha (editores) • Como Resolver Problemas Matemáticos - T. Tao • Geometria em Sala de Aula - A. C. P. Hellmeister (Comitê Editorial da RPM) • Números Primos, amigos que causam problemas - P. Ribenboim • Manual de Redação Matemática - D.C de Morais Filho COLEÇÃO PROFMAT • Introdução à Álgebra Linear - A. Hefez e C.S. Fernandez • Tópicos de Teoria dos Números - C. G. Moreira , F. E Brochero e N. C. Saldanha • Polinômios e Equações Algébricas - A. Hefez e M.L. Villela • Tópicos de Historia de Matemática - T. Roque e J. Bosco Pitombeira • Recursos Computacionais no Ensino de Matemática - V. Giraldo, P. Caetano e F. Mattos • Temas e Problemas Elementares - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado • Números e Funções Reais - E. L. Lima • Aritmética - A. Hefez • Geometria - A. Caminha • Avaliação Educacional - M. Rabelo • Geometria Analítica - J. Delgado, K. Frensel e L. Crissaff • Matemática Discreta - A. Morgado e P. C. P. Carvalho • Matemática e Atualidade - Volume 1 - C. Rousseau e Y. Saint-Aubin • Fundamentos de Cálculo - A. C. Muniz Neto • Matemática e Atualidade - Volume 2 - C. Rousseau e Y. Saint-Aubin • Exercícios Resolvidos de Álgebra Linear - A. Hefez e C. de Souza Fernandez • Exercícios Resolvidos de Aritmética - A. Hefez COLEÇÃO INICIAÇÃO CIENTÍFICA • Números Irracionais e Transcendentes - D. G. de Figueiredo • Números Racionais e Irracionais - I. Niven • Tópicos Especiais em Álgebra - J. F. S. Andrade COLEÇÃO TEXTOS UNIVERSITÁRIOS • Introdução à Computação Algébrica com o Maple - L. N. de Andrade • Elementos de Aritmética - A. Hefez • Métodos Matemáticos para a Engenharia - E. C. de Oliveira e M. Tygel • Geometria Diferencial de Curvas e Superfícies - M. P. do Carmo • Matemática Discreta - L. Lovász, J. Pelikán e K. Vesztergombi • Álgebra Linear: Um segundo Curso - H. P. Bueno • Introdução às Funções de uma Variável Complexa - C. S. Fernandez e N. C. Bernardes Jr. • Elementos de Topologia Geral - E. L. Lima • A Construção dos Números - J. Ferreira • Introdução à Geometria Projetiva - A. Barros e P. Andrade • Análise Vetorial Clássica - F. Acker • Funções, Limites e Continuidade - P. Ribenboim • Fundamentos de Análise Funcional - G. Botelho, D. Pellegrino e E. Teixeira • Teoria dos Números Transcendentes - D. Marques • Introdução à Geometria Hiperbólica - O modelo de Poincaré - P. Andrade • Álgebra Linear: Teoria e Aplicações - T. P. de Araújo • Introdução à Análise Matemática na Reta - C. I. Doering • Topologia e Análise no Espaço Rn - R. Freire de Lima • Equações Ordinárias e Aplicações - B. Scárdua COLEÇÃO MATEMÁTICA APLICADA • Introdução à Inferência Estatística - H. Bolfarine e M. Sandoval • Discretização de Equações Diferenciais Parciais - J. Cuminato e M. Meneguette • Fenômenos de Transferência – com Aplicações às Ciências Físicas e à Engenharia volume 1: Fundamentos - J. Pontes e N. Mangiavacchi COLEÇÃO OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA • Olimpíadas Brasileiras de Matemática, 1ª a 8ª - E. Mega e R. Watanabe • Olimpíadas Brasileiras de Matemática, 9ª a 16ª - C. Moreira e E. Motta, E. Tengan, L. Amâncio, N. C. Saldanha e P. Rodrigues • 21 Aulas de Matemática Olímpica - C. Y. Sh • Iniciação à Matemática: Um Curso com Problemas e Soluções - K. I. M. Oliveira e A. J. C. Fernández • Olimpíadas Cearenses de Matemática 1981-2005 Nível Fundamental - E. Carneiro, O. Campos e M.Paiva • Olimpíadas Cearenses de Matemática 1981-2005 Nível Médio - E. Carneiro, O. Campos e M.Paiva • Olimpíadas Brasileiras de Matemática - 17ª a 24ª - C. G. T. de A. Moreira, C. Y. Shine, E. L. R. Motta, E. Tengan e N. C. Saldanha COLEÇÃO FRONTEIRAS DA MATEMÁTICA • Fundamentos da TeoriaErgódica - M.Viana e K. Oliveira • Tópicos de Geometria Diferencial - A. C. Muniz Neto • Formas Diferenciais e Aplicações - M. Perdigão do Carmo COLEÇÃO MATEMÁTICA PARA O ENSINO • Livro do Professor de Matemática na Educação Básica Volume I Números Naturais - C. Ripoll, L. Rangel e V. Giraldo • Livro do Professor de Matemática na Educação Básica Volume II Números Inteiros - C. Ripoll, L. Rangel e V. Giraldo
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