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Nome: Matrícula: Polo: EDUCAÇÃO E TRABALHO Coordenação: Prof. Dr. Dalton Alves Equipe de Professores Mediadores a Distância: Profª. Drª. Fátima Chaves Profª. Ma. Roberta Guimarães Prof. Dr. Robert Lee Segal APX-1 / 2020.1 Esta é uma Avaliação a Distância Especial, em substituição a Primeira Avaliação Presencial, cancelada em decorrência da atual pandemia do Coronavírus (COVID-19). Você irá encontrar 3(três) questões dissertativas nesta avaliação; Leia atentamente seus enunciados; Revise suas respostas e verifique se as ideias estão claras; Responda com suas próprias palavras a partir dos estudos e leituras que realizou, não serão aceitos plágios; Esta avaliação é individual. BOA TRABALHO! *** ATENÇÃO *** Data Limite para a POSTAGEM VIA PLATAFORMA desta APX1 dia 26 de abril (domingo) até as 23:59. Obs.: Esta é a data final, mas pedimos para que envie antes, se possível. COMO POSTAR ESTA APX1 VIA PLATAFORMA: O aluno/a depois baixar o arquivo em seu computador, deve elaborar a atividade solicitada e depois SALVAR EM PDF e enviar o arquivo desta APX1 com as suas respostas conforme descrição a seguir. Acessar a Plataforma no lugar correspondente para anexar o seu arquivo em INTRODUÇÃO localizar a inscrição: “Como ENTREGAR a APX1 de Educação e Trabalho_2020.1” Você deve entrar na Atividade e clicar no botão "Adicionar Atividade" e anexar o arquivo da APX1 (em PDF), clique em "Salvar Mudanças" e em seguida "Enviar Arquivo". ATENÇÃO, caso apareça no menu "Status de Envio" o termo: "Rascunho", significa que o arquivo ainda não foi enviado corretamente. Neste caso, para concluir o envio certifique-se de ter clicado em "Enviar Atividade". Qualquer dúvida acesse o tutorial aqui: Tutorial de Entrega da AD (em anexo) (É o mesmo processo que usaremos para esta APX1). Ou entre em contato com a Equipe de Mediadores da Disciplina. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO GABARITO QUESTÕES DISSERTATIVAS (10.0 Pontos) QUESTÃO 01: [3.5 Pontos] Desde o início da quarentena e do confinamento em massa da população em suas casas devido a pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19), imposto em nível nacional em alguns estados e cidades e noutros países, surgiram muitas pessoas nas redes sociais e até lideranças políticas, empresários etc., que fizeram fortes críticas contra estas medidas alegando que isto traria sérios problemas econômicos para o país. Em nível internacional, por exemplo, são notórias as críticas do presidente Donald Trump, dos EUA, o qual alegou, nesta linha, sobre a necessidade de afrouxamento do isolamento social em nome do bem-estar da economia. A RAIZ DO PROBLEMA É A SEGUINTE: “O QUE VEM PRIMEIRO, ECONOMIA OU SAÚDE? ” A resposta a esta questão está amparada, em última análise, na organização do trabalho que é a base da sociedade atual. Considerando estas ideias e o duplo conceito de trabalho analisado nos itens 1 e 2 da Unidade I, do Cronograma, redija um texto dissertativo em resposta a seguinte pergunta: Qual é a forma de organização do trabalho na sociedade atual que está na base da defesa da primazia da economia sobre a saúde, subjacente às críticas contra o “confinamento de massa” e a favor do “afrouxamento do isolamento social”? (Mínimo de 25 linhas ou mais...) GABARITO: Em linhas gerais, para responder adequadamente esta questão era necessária a leitura atenta dos textos 01, 02, 03 do Cronograma. Daí se perceberia que o duplo conceito de trabalho supramencionado se trata do trabalho no sentido ontocriativo (Txt 02) e o trabalho como exploração, trabalho alienado (Txt 03). E que a resposta à questão está no Texto 03, no trabalho como exploração. Pois, a forma atual de organização do trabalho é a do trabalho capitalista, que se sustenta na exploração da força de trabalho assalariada, alienada, logo, naquela concepção do trabalho como emprego em contraposição a concepção do trabalho como produção da existência humana, da concepção ontocriativa do trabalho. Isto justifica a propaganda atual a favor da primazia da economia sobre a saúde neste momento de pandemia, pois, de cada uma dessas duas formas de organização do trabalho decorre necessariamente determinada visão social de mundo (seja a do trabalho ontocriativo ou do trabalho alienado), sendo uma mais favorável à produção da existência humana (vida, saúde – Trab. Ontocriativo) e outra mais a favor de um processo de trabalho concebido para a produção de lucro, para o bem-estar da economia, custe o que custar, nem que custe vidas humanas (Trab. Alienado). A economia deve ser “salva” acima de tudo e de todos. Isto não significa que a economia neste caso não seja também importante, mas, esta deveria ser pensada sempre a favor da “vida” e não somente de si própria, como se fosse um ser em si, independente dos seres humanos que a criaram, a movimentam e dela tiram o seu sustento. Entende-se que a “economia foi feita para os seres humanos e não os seres humanos para a economia”. Enfim, conclui-se que a base material concreta que está subjacente, em última instância, à defesa da primazia da economia sobre a saúde e às críticas contra o “confinamento de massa”, a favor do “afrouxamento do isolamento social” nos tempos atuais, é o trabalho alienado, estranhado, o trabalho como exploração com vistas a acumulação ampliada do capital. QUESTÃO 02: [3.0 Pontos] De acordo com a história da origem do processo educativo baseado na Escola (Scholé) no mundo antigo, grego e romano, estudado na UNIDADE I, Item 03, do Cronograma, vimos que a escola surge como uma modalidade específica de educação formal, intelectual e científica, destinada apenas à aristocracia, aos nobres e ricos, permanecendo a formação geral da maioria da sociedade restrita a uma educação informal, manual, espontânea e empírica. Observa-se desde a criação da escola uma radical diferença, pela raiz, entre a qualidade inferior de educação destinada a maioria da sociedade, em comparação aquela das classes dirigentes, nobres e ricas. E hoje, como é? Estamos muito diferentes disto? Como é hoje a educação da maioria da sociedade? Diferentemente do mundo antigo, no presente a escola é a modalidade principal de educação para todos. Mas seria ela (a escola) do mesmo tipo para todos do ponto de vista da qualidade do acesso ao conhecimento? Temos ensino presencial e ensino a distância; ensino público e privado etc., todos oferecem o mesmo nível de formação? E mais ainda: estamos vivenciando, no mundo todo, um isolamento social por causa do coronavírus (Covid-19), e devido a isto, muitas escolas e universidades estão atualizando suas práticas pedagógicas e reinventando formas educativas não presenciais, nos moldes da educação a distância (EAD), porém, o que se observa é na realidade uma aplicação na maioria dos casos improvisada da EAD, entendida genericamente como um tipo qualquer de educação sem a presença física de alunos e professores na escola. Mas a EAD se reduz a isto? É possível um bom desempenho na modalidade de educação a distância de forma improvisada? No contexto atual, quem poderá se adequar mais rápida e eficazmente a EAD, as escolas públicas ou as renomadas escolas particulares? Quais destas têm mais recursos humanos e técnicos para atenderem em tão pouco tempo a montagem de um curso EAD com certa qualidade? E por que isto é assim? Considerando essas ideias e questionamentos: 2.1. Faça um Texto Comparativo das finalidades do processo educativo baseado na Scholé (Escola), de ontem e de hoje; (1.5 pontos) 2.2. Redija um texto dissertativo sobre a importância e os limites da educação pública a distância (EAD) no contexto atual, sobretudo da forma como está sendo aplicada, como paliativo para a educação presencial, neste período de pandemia; (1.5 pontos) GABARITO = Item 2.1. – Basicamente éler os textos, assistir o vídeo do Saviani (sobretudo: 1ª. e 2ª. seções), que trata da origem da educação e o surgimento da escola. Identificar as finalidades desta escola das origens, seu currículo e as suas diferenças com a educação em geral da sociedade naquela época, mundo grego e romano. Identificar a “dualidade educacional” ou “dualidade estrutural” como a marca congênita da criação da escola (Scholé), bem como a divisão entre formação manual x formação intelectual. Tudo está nos textos, se lerem com atenção chega a ser evidente por si. Um bom caminho é tratar da própria palavra “Escola” (Scholé) extrair desta o seu significado terminológico e social na época, ou seja, a palavra escola vem do grego “Scholé” que significa o “lugar do ócio”, mas não no sentido de lugar de lazer ou de descanso, era o lugar para onde eram enviadas as crianças que não precisavam trabalhar para viver. Estas crianças tinham este privilégio, pois, faziam parte das famílias dos indivíduos que detinham a propriedade privada dos meios de produção da vida material, que no mundo antigo era principalmente a posse da terra. A partir da propriedade privada da terra, surge uma classe ociosa, livre do trabalho produtivo. Antes disso, nos primórdios da humanidade, as sociedades eram organizadas com base no regime de propriedade coletiva, normalmente sob o domínio da tribo ou gens (família). Depois, continua e fala da origem da propriedade privada, das suas características e as consequências sociais e para a educação em decorrência disto. Cria-se uma divisão de classe da sociedade entre os proprietários privados e os não-proprietários e que isto levou a escravização dos segundos pelos primeiros. Disto resultará a necessidade de se criar uma educação diferenciada baseada na escola apenas para esta classe dos proprietários privados, que passaram não viver no ócio, uma vez que todo trabalho produtivo material passou a ser feito por escravos ou serviçais (classe ociosa). Nessa escola das origens os proprietários aprendiam conhecimentos e técnicas para dirigirem os trabalhos da mente, os quais exigiam esforço mental e intelectual. Quanto aos demais, não-proprietários, os trabalhadores, continuavam a se educar como sempre fizeram, de modo empírico, pela própria experiência e neste processo desenvolviam mais os conhecimentos e técnicas necessários para dirigirem os trabalhos das mãos. Portanto, a escola nasce com a marca congênita da divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual. O trabalho intelectual para os nobres, aristocratas e ricos e o trabalho manual para os serviçais, subalternos e pobres. A especificidade da escola, neste contexto, é desenvolver os conhecimentos teóricos, intelectuais da classe economicamente dominante da sociedade. Passa a existir, a partir disto, duas modalidades diferenciadas de educação, uma não tendo relação com a outra, que é a educação intelectual de um lado e a educação manual, empírica, do outro. Esta dualidade educacional constitui a base sob a qual se estrutura a educação escolar em suas origens e é a qual ainda continua a determinar o tipo de escolarização que se mantem no mundo contemporâneo. Por exemplo, quando se comenta da má qualidade da escola pública popular hoje, deve-se entender que esta não é de má qualidade, e sim, que ela tem a qualidade que interessa ao sistema para a classe trabalhadora. Isto é válido para a Escola de hoje, tanto quanto era para a Scholé da antiguidade. Portanto, em comparação, pode-se concluir que, em certa medida, esta situação da escola de “ontem” permanece atual e se reproduz, de uma forma ou de outra, na organização, estrutura e funcionamento da educação escolar de “hoje”. Item 2.2. – Trata-se de partir da noção construída no item 2.1 sobre a escola de hoje e de ontem, para fazer uma análise, reflexão, sobre a adoção da EAD como paliativo em substituição da educação presencial neste período de pandemia, em especial na escola pública, onde estudam a maioria da sociedade. Assim como na Scholé, na escola das origens, o ensino de qualidade era destinado às classes nobres e ricas, na atualidade, essa substituição improvada da educação presencial pela EAD nas escolas públicas tende a resultar num baixíssimo nível de qualidade, não representando mais do que um simulacro de educação, um faz de conta. A tendência é que apenas nas escolas particulares de renome se tenha melhor resultado, mesmo assim com muitas ressalvas. Em outros termos, a adoção da EAD como paliativo no contexto atual para atenuar os problemas que as escolas passaram a ter após a suspensão das aulas presenciais, no sentido de que, em geral, terão maior sucesso na aplicação da EAD aquelas escolas e alunos que tiverem uma infraestrutura profissional e técnica mais apropriadas ao estudo a distância. Certamente, neste aspecto, as escolas públicas e seus alunos estão em desvantagem. Assim como na Scholé, na escola das origens do mundo antigo, onde o ensino de qualidade era destinado às classes nobres e ricas, na atualidade, a chance de se ter alguma qualidade nesta substituição improvisada da educação presencial pela EAD e que não represente um simulacro de educação, tudo indica que somente será possível isto para as classes ricas e mais privilegiadas da sociedade. Toda esta situação mostra que as finalidades da escola na atualidade pouco se diferenciam das suas finalidades de quando foi criada no mundo antigo, grego e romano, salvo as devidas diferenças históricas. Em última instância, a democratização real do saber ainda continua elitizada, ou seja, não existe de fato e realmente para os/as estudantes das escolas públicas nacionais. QUESTÃO 03: [3.5 Pontos] “Atualmente a educação escolar é tão natural e óbvia que muitos nem têm a noção de que nem sempre ela foi uma necessidade para todos da sociedade”. (SAVIANI. Vídeo 01, Parte III). Considerando a citação em destaque, bem como os demais textos da UNIDADE II do Cronograma, responda: 3.1. Quais foram os principais fatores históricos e sociais que deram origem a escola pública para todos, “hoje tão natural e óbvia”? (1.75 Pontos) 3.2. Escola pública para todos, até para os trabalhadores, porém, isto não aconteceu sem enormes contradições. Neste caso, quais foram as contradições em relação a proposta de escolarização pensada “para” a classe trabalhadora naquele período? (1.75 Pontos) GABARITO = Item 3.1 – Inicialmente vale aqui o mesmo que já foi apontando nas outras questões, tem que ler os textos respectivos que serviram de base para a elaboração da questão. Neste caso, além dos textos 05, 06, 07, tem o vídeo 01, da palestra do prof. Saviani, relacionada ao texto 07. No vídeo, sobretudo, se tem uma visão geral do tema, com atenção especial a partir da 3ª seção, pois, é onde Saviani principia a falar do processo de criação da escola pública para todos na Modernidade e depois das Revoluções industriais que se seguiram após o século XVIII e de como estas mudanças influenciaram na conformação de um novo modo de vida social e de produção econômica centrados na cidade e na indústria. Época de uma transformação profunda, radical, pela raiz, do modo de vida das sociedades daquele período, inicialmente na Europa e depois no mudo inteiro, até os dias atuais, nos quais sentimos fortemente os impactos das transformações tecnológicas do processo produtivo industrial, que têm provocado grandes mudanças em nosso modo de vida, na alimentação, transporte, comunicação, saúde, enfim, em todos os campos da vida humana e até sobre o meio ambiente. A questão ecológica está aí para demonstrá-lo, bem como as epidemias. Essas transformações provocaram a derrocada do antigo regime, feudal, teocêntrico, sob a hegemonia da Igreja e da Nobreza, sendo superados pela Burguesia, a qual conseguiu se impor como a nova classe dominante, bem como instituiu um novo Modo de Produção, o Capitalismo,e criou novas relações de produção mais adequadas aos novos interesses em jogo. O novo modo de vida centrado na cidade, na presença da ciência em nossas vidas se fez presente cada vez mais fortemente com o passar do tempo. A complexidade da vida social decorrente da produção industrial, científica, mudou e marcou a partir daí, definitivamente, os novos rumos que seriam tomados pela humanidade, hoje já globalizado. “É neste contexto que a escola deixa de ser uma forma de educação limitada a pequenos grupos para se colocar como uma exigência generalizada, ou seja, como um instrumento de universalização daqueles elementos necessários a viver nessas novas condições sociais. Neste sentido é que vai se firmar a ideia de uma escola primária, universal, pública, gratuita e leiga” (SAVIANI, Vídeo 01, 3ª. Parte). Item 3.2 – Trata-se de mostrar como surgiu a necessidade de dar uma formação escolar até para os trabalhadores, com destaque para a importância da escola para a classe trabalhadora, a qual, porém, da forma como foi realizada, esta apresenta contradições. Deve ficar clara quais são essas contradições, o que está evidente nos textos indicados. Deve-se apresentar e desenvolver essa ideia. Ou seja, mudou-se a forma e até o conteúdo do Regime, mas, na essência, se manteve a mesma lógica de sustentação das sociedades anteriores, baseando-se, também, no regime da propriedade privada dos meios de produção. Apenas se alterou quem são agora os “novos proprietários”, antes os senhores feudais, a nobreza e o clero, agora são os burgueses, os capitalistas. A relações de trabalho, apesar de melhorarem em muitos aspectos para a classe trabalhadora, no fundamental continuaram como antes, ou seja, manteve-se a divisão de classe da sociedade entre proprietários e não proprietários. E para implementar e sustentar seu modelo de sociedade a Burguesia precisou construir novas relações de produção mais adequadas aos seus interesses de classe. É neste contexto que irá emergir juntamente com a proposta de uma escola pública para todos a necessidade de escolarização da classe trabalhadora. Proposta historicamente inédita e original, desde a criação da Scholé no mundo antigo, grego e romano. Todavia, tal se deu marcado por enormes contradições. A principal é que a efetivação da escolarização para os trabalhadores se deu a partir das necessidades e interesses dos capitalistas e não daquilo que efetivamente interessava aos próprios trabalhadores. A contradição se caracterizava por um dilema: “(...) até onde poderia ir o domínio, por parte dos trabalhadores, dos conhecimentos veiculados pela escola”. (TEXTO 06, p. 48). A solução encontrada foi: “(...) organizar um tipo de escola PARA a classe trabalhadora, por quem não é trabalhador, mas dele precisa. Assim essa escola é planejada e oferecida aos trabalhadores, em sua forma e conteúdo, de acordo com as necessidades dos seus idealizadores”. Neste caso, os idealizadores da escola pública popular foram os próprios burgueses, os capitalistas. Daí dizer-se que a escolarização da classe trabalhadora foi pensada “para” e não “com” os trabalhadores. “Este modelo foi pensado a partir dos interesses dos capitalistas, para atender às suas necessidades de acumulação ampliada do capital, pouco interessando a formação dos trabalhadores, a seu serviço, naquilo que não atendesse a estas necessidades. Tal modelo de escolarização não considerava, em última instância, favorecer o desenvolvimento mais amplo das potencialidades humanas e profissionais dos indivíduos da classe trabalhadora para além dos interesses imediatos da economia capitalista” (Id., p.49). Portanto, é assim que se compreende que na realidade o objetivo da Burguesia foi atingir a meta de consolidar a sua hegemonia em prol do seu do seu projeto de sociedade. O qual não considerava os trabalhadores como sujeitos desse processo, ao contrário, a classe trabalhadora foi concebida como objeto. Na correlação de forças entre a Burguesia e os Trabalhadores, estes (os trabalhadores) não conseguiram construir uma hegemonia favorável a si e foram superados e dominados pela Burguesia. Neste sentido, “a classe proprietária” (a Burguesia), ao criar a escola pública popular para os trabalhadores o faz para ensiná-los a como ser um trabalhador de novo tipo na “era” industrial, mas a serviço dos seus interesses (dos capitalistas). Daí o adágio que diz: “Educação para os operários, sim, mas em doses homeopáticas” (Adam Smith). Em pequenas doses, educação mínima. Só o necessário para o trabalho que as empresas dele precisam. Porém, as contradições não se limitam a isto, pois, apesar de tudo, essa escola, burguesa, pode, contraditoriamente, também ser útil aos trabalhadores, caso se consiga que essa escola eduque e instrua a classe trabalhadora “para além das doses homeopáticas” desejadas pelo sistema, uma vez que se alcance isto, se faz dessa escola um lugar de luta contra-hegemônica, a favor da classe subalterna, contra os interesses de classe da própria burguesia. Daí ser isto o que justifica hoje toda a luta por uma escola pública em quantidade e qualidade para todos e as investidas dos grupos economicamente dominantes e conservadores para impedir que isto aconteça, com seus movimentos como o Escola Sem Partido, “ideologia de gênero”, redução dos gastos públicos em educação (pública), reformas curriculares tipo a BNCC e afins.
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