1º estágio de avaliação - Direito Processual Civil 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL II
1º ESTÁGIO DE AVALIAÇÃO
1ª) Aos moldes doutrinários, recursos são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público, e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão, observando-se as suas características, nesse sentido, quais os pressupostos para interposição dos recursos de acordo com o novo CPC? Fundamente a questão. 
	São os Subjetivos: Aqueles que levam em consideração a pessoa do recorrente. Subdividindo-se em:  Legitimidade - em que o "vencido" está legitimado, isto é, a parte que tenha sofrido prejuízo jurídico com a decisão. Também estão legitimados o Ministério Público - quer esteja atuando na condição de parte, quer na de custos legis -, o terceiro interveniente e o terceiro prejudicado (CPC, art. 996); Interesse - para recorrer é indispensável que o recurso seja útil e necessário ao recorrente, a fim de evitar que este sofra prejuízos com a decisão.
Objetivos: aqueles que dizem respeito ao recurso em si. Subdividindo-se em: Tempestividade - para a interposição do recurso, há um prazo fixado na lei, sendo que para alguns recursos, o prazo é de 15 (quinze) dias (art. 1.003, §5º do CPC), para outros como o agravo retido ou de instrumento, é de 15 (quinze) dias (art. 1.015 do CPC) etc. Decorrido o prazo, não mais poderá ser interposto o recurso. Esses prazos são contados do momento em que o advogado tem conhecimento da decisão: quando a decisão for prolatada em audiência, conta-se da audiência - ainda que o advogado a ela não esteja presente, mas tenha sido intimado regularmente; Cabimento – a priori, todos os atos com conteúdo decisório são passíveis de recursos, uma vez que o legislador, além de prever o recurso para as sentenças e decisões terminativas, adotou o princípio da "recorribilidade das interlocutórias", pelo qual somente aquelas decisões que o legislador estabeleceu não serem passíveis de recurso é que não são recorríveis; Preparo - O art. 1.007, do CPC, determina que no ato da interposição do recurso se comprovará o preparo. Logo, o prazo para o preparo não é o mesmo do recurso, mas se encerra antes, já que no ato da interposição deve-se comprovar a sua realização. Ausente o preparo exigido em lei, ocorre a deserção, que é uma pena ao recorrente desidioso, mas que pode ser relevada, desde que alegado e provado o justo impedimento.
2ª) Para que seja cabível um recurso o ato deverá ser decisório, logo são atos do magistrado, seja singular ou colegiado, diante dessa premissa defina os casos em que cabem recursos.	
Os recursos são meios de impugnação de atos com cunho decisórios, logo não são de todos os atos processuais que se pode recorrer, por exemplo, de parecer do Ministério Público. Pode-se interpor recursos, no caso, contra: Sentenças - pronunciamentos do juiz por meio dos quais ele, com fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Contra elas caberá a apelação e, eventualmente, embargos de declaração; Decisões interlocutórias - são as decisões que ocorrem dentro do processo sem colocar um fim a este, resolvem os incidentes que ocorram no processo, das decisões interlocutórias são cabíveis o agravo de instrumento; Decisões monocráticas do relator - cabem recursos das decisões tomadas singularmente pelo relator, seja de processo de competência originária do tribunal, seja de competência recursal, conforme o artigo 932 CPC que trata da competência e poderes do relator; Acórdãos e decisões colegiadas dos tribunais - como contra qualquer decisão judicial cabem embargos declaratórios e ainda cabe o recurso especial (decisão que viola lei federal), recurso extraordinário (afronta à CF) e, o recurso ordinário contra decisão denegatória de habeas corpus ou mandado de segurança, proferida em segunda instância ou por tribunal superior
3ª) Os recursos como instrumentos para correção de um processo jurídico tem efeitos processuais contundentes no processo civil, que são consequências do juízo de mérito, sendo assim, explique e exemplifique quando surgem os efeitos processuais e quais são esses diante de uma interposição de um processo. 
Na seara jurídica, os efeitos de um processo são as consequências que este sofre com a sua interposição. E a lei quem estabelece de quais efeitos o recurso é dotado. Assim, caso se atribua um efeito que não exista em determinado recurso, o julgador deverá, ao reconhecer o equívoco, afastar o efeito. Temos então que os principais efeitos decorrentes da interposição de um processo são: 1. Efeito devolutivo - reabre-se a oportunidade de reapreciar e, novamente, julgar questão já decidida. Dessa forma, conclui-se que não se pode, logicamente, conceber um recurso que não restabeleça, no todo ou em parte, a possibilidade de rejulgamento. Por conta disso, esse é um efeito presente em todos os recursos; 2. Efeito suspensivo - refere-se ao impedimento da imediata execução do decisório impugnado. A nova legislação processual civil tratou esse efeito recursal como exceção, pelo fato de apenas o recurso de apelação possuir efeito suspensivo automático. Todavia, caso a imediata decisão produza efeitos que criem riscos de dano grave, de difícil ou impossível reparação e fique demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, poderá o litigante requerer o efeito suspensivo. Vale frisar que, essa concessão, dependerá sempre da decisão do relator, caso a caso; 3. Efeito substitutivo - é atribuído pelo Art. 1.008 do CPC aos recursos em geral, consiste ele na força do julgamento de qualquer recurso de substituir, para todos os efeitos, a decisão recorrida, nos limites da impugnação; 4. Efeito expansivo - é uma espécie de variação do efeito devolutivo do recurso. O efeito em questão delimita a área de cognição e decisão dos Tribunais Superiores, na espécie, consiste em reconhecer que a devolução operada pelo recurso não restringe às questões resolvidas na sentença, compreendendo também as que poderiam ter sido decididas, seja porque suscitadas pelas partes, seja porque conhecíveis de ofício; 5. Efeito translativo - diz respeito à limitação de cognição do tribunal, salvo se se tratar de matéria de ordem pública. Insta observar que as questões de ordem pública podem ser conhecidas pelo Tribunal ainda que não tenham sido reconhecidas objeto de recurso.
4ª) No seguinte caso hipotético, Carlos entrou com uma ação de reintegração de posse em face de Marcos, objetivando ter a retomada de seu imóvel, assim como também uma indenização por perdas e danos. Tal pretensão foi acolhida em parte pelo juízo para determinar a reintegração de Carlos na posse do imóvel. Carlos interpõe um recurso de apelação para o respectivo Tribunal de Justiça objetivando ter uma indenização por perdas e danos, porém foi negado pela Câmara que apreciou o recurso, o recorrente diante disso e acerca de pontos relevantes abordados no recurso, apresenta um pedido de reconsideração no prazo de 15 dias, que foi rejeitado de forma imediata pelo relator. Diante desse caso, responda se o pedido de reconsideração feito possui natureza recursal? E se o relator poderia aplicar o princípio da fungibilidade recursal nesse caso?
	Não possui, na verdade trata-se de um tipo de sucedâneo recursal, que nesse caso o objetivo modificar uma decisão mas que não pode ser encarado como recurso diante das circunstâncias relevantes. E o relator não poderia aplicar o princípio supracitado, uma vez que não se trata de um recurso.
5ª) Em relação a parte que envia o recurso e a legitimidade de pretensão recursal, o magistrado tem legitimidade para recorrer no caso de uma remessa necessária?
	Na verdade não, pois não é entendível que seja legitimidade, uma vez que o magistrado estaria recorrendo de sua própria decisão,ou seja, o que ocorre nesse caso é uma imposição legal de uma condição de eficácia de sua decisão.