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O LÚDICO E A MUSICALIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

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O LÚDICO E A MUSICALIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
RESUMO
Os termos relativos ao lúdico variam de país para país e são considerados polissêmicos, diante do uso indiscriminado dos vocábulos como jogo, brinquedo e brincadeiras para se referir a um mesmo objetivo, prezando ainda assim pela a aprendizagem. A explicitação dos termos neste texto não pretende limitá-los, mas iluminar nossa reflexão diante de diferentes categorias que podem fazer parte do cotidiano de nossas crianças.
Essas categorias lúdicas têm o principal objetivo de trazer as crianças e são importantes em si mesmas, por isso não devem ser utilizados de forma mecânica, descontextualizada com finalidade externa ao brincar.
A partir do exposto, aposta-se no espirito lúdico dos profissionais para possibilitar situações interativas e lúdicas entre crianças e entre crianças e adultos, na curiosidade em buscar mais informações sobre o tema e na seriedade em incluir tal espirito lúdico definitivamente em suas discussões, reflexões, estudos e práticas com as crianças de 0 a 6 anos, possibilitando assim, o entendimento sobre a importância do brincar e do cantar no desenvolvimento infantil e as estruturas capazes de estabelecer relações entre ser e estar no mundo, ou seja, ser cidadão apto a exercer sua cidadania.
Palavras chave: Lúdico; Musicalização; Ensino Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
 Atualmente o uso do lúdico é sem dúvida um recurso fundamental de ampliação e representação do conhecimento. A utilização do lúdico nas aulas evidencia-se como uma atividade que rompe com barreiras disciplinares, torna permeável as suas fronteiras e caminha em direção a uma postura interdisciplinar para compreender e transformar a realidade em prol da melhoria da qualidade de vida pessoal, grupal e global.
A ludicidade é essencial ao ser humano e ao seu desenvolvimento, visto que é um modo de expressar-se, pois pode-se fazer um paralelo entre os jogos e as brincadeiras com as situações do cotidiano. Essas ferramentas lúdicas muitas vezes exercem papel fundamental no processo de ensino aprendizagem, uma vez que sua utilização em sala de aula mostra-se mais eficiente do que os meios tradicionais de ensino.
Ao falar do papel da música na educação, evidencia que esta é facilitadora do processo de aprendizagem, como instrumento para tornar a escola um lugar mais alegre e receptivo, ampliando o conhecimento musical do aluno e não apenas uma experiência estética. Afinal, se a música é considerada um bem cultural, seu conhecimento não deve ser privilégio de poucos.
A música tem que ser tratada como um agente formador e facilitador do aprendizado. Sendo assim, os benefícios da música para a criança é uma potente ferramenta de educação voltada ao desenvolvimento global da criança, pois é capaz de socializar, comunicar, entreter educar e principalmente, despertar a sensibilidade do ser humano.
A educação assume um papel importante e indispensável no processo global, devemos sempre buscar diversas formas de estudos para seu aperfeiçoamento, pois em qualquer meio sempre haverá diferenças individuais, diversidade das condições ambientais que são originários dos alunos e que necessitam de um tratamento diferenciado e adaptado as suas necessidades. Focando nesse sentido devem-se desencadear atividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência e pensamento crítico da criança, como exemplo: práticas ligadas à música e a dança, pois a música torna-se uma fonte para transformar o ato de aprender em atitude prazerosa no cotidiano do professor e do aluno, onde o aluno aprende cantando e dançando. A criança precisa ser incentivada para o mundo dos sons, pois, é pelo órgão da audição que ela possui o contato com os fenômenos sonoros e com o som.
A brincadeira lúdica nas escolas ainda não ocupa um lugar de destaque, mas é um importante meio de aprendizagem, uma vez que estudos comprovam que o lúdico é uma estratégia positiva para a aprendizagem infantil, pois enquanto a criança se desenvolve e se socializa, descobrindo, assim, seu papel na sociedade.
 Este Tcc tem como objetivo a importância do lúdico e da música na vida das crianças da educação infantil como forma de facilitar a aprendizagem. A musicalização é um processo de construção do conhecimento que desperta nas crianças o prazer pelas diversas áreas do conhecimento através da música, contribuindo a mesma na organização da memória, da percepção e do pensamento das crianças, sendo também um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem sendo uma linguagem muito importante, pois é um meio de expressar sentimentos e ideias. A relação da criança com o lúdico e com a música torna as aulas mais atraentes e estimulantes, despertando a criatividade e a imaginação, pois o lúdico é uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as crianças envolvidas e a música é uma arte de preencher uma determinada quantidade de tempo com sons organizados de forma a manter a atenção de quem escute e assim sucessivamente lhe proporcione diversos momentos de aprendizagens. O lúdico e a música são ferramentas pedagógicas que contribuem significativamente na construção do conhecimento das crianças. Sendo assim, se concluiu que a música é um instrumento desencadeador de aprendizagem, tornando mais lúdico e prazeroso o desenvolvimento infantil.
3 HISTÓRICO DO LÚDICO
Para que haja uma retrospectiva sobre o lúdico, é preciso procurar entender a infância e as crianças na sociedade e contextos, pois o brincar vem repleto de sentidos e complexidade, dimensão criadora das ações infantis, essas, expressando uma visão peculiar da cultura infantil, oferecendo importantes eixos que orientam maneiras toda própria de ver as crianças e compreender as nuances do seu desenvolvimento e de suas ansiedades em imaginar, exemplificar o vivido e transformar sua história.
As crianças fazem história a partir dos restos da história, o que as aproxima dos inúteis e dos marginalizados (Benjamim,1984). Elas reconstroem das ruínas: refazem dos pedaços interessados em brinquedos e bonecas, atraídos por contos de fadas, mitos, lendas, querendo aprender e criar, as crianças estão mais próximas do artista, do colecionador e do mágico do que de pedagogos bem intencionados.
A cultura infantil é a produção e criação. As crianças produzem cultura e são produzidas na cultura em que inserem (em seu próprio espaço) e lhes é contemporânea (de seu tempo). A pergunta que cabe fazer é: Quantos de nós, trabalhando nas escolas públicas, nos projetos educacionais e nas práticas cotidianas, garantimos espaço para esse tipo de ação e interação das crianças? Nossas creches, pré-escolas e escolas tem oferecido condições para que as crianças produzam cultura? Nossas propostas curriculares garante o tempo e o espaço para criar?
Nesse refazer reside o potencial da brincadeira como experiência de cultura. Não é por acaso que, em diversas línguas, a palavra brincar-spillen, to play, jower possui o sentido de dançar, praticar esporte, representar em uma peça teatral, tocar instrumento musical, brincar ao valorizar a brincadeira, Benjamim critica a pedagogização da infância e faz cada um de nós pensarmos: é possível trabalhar com crianças sem saber brincar, sem ter nunca brincado?
3.1 A CRIANÇA, A EDUCAÇÃO E O LÚDICO.
A concepção de criança é uma noção historicamente construída e constantemente vem mudando ao longo dos tempos, não se apresentando de forma homogênea nem mesmo no interior de uma mesma sociedade e época. Assim é possível que, por exemplo, em uma mesma cidade, existam diferentes maneiras de se considerar as crianças, dependendo da classe social a qual pertencem ou do grupo étnico ao qual fazem parte.
Boa parte das crianças brasileiras enfrenta um cotidiano bastante adverso que as conduz desde muito cedo a precárias condições de vida, ao trabalho infantil, ao abuso e exploração por parte dos adultos. Outras crianças são protegidas de todas a maneiras, recebendo de suas famílias e da sociedade em geral cuidados necessáriosao seu desenvolvimento. 
A Proposta Curricular de Santa Catarina (1998,p21) define que:
“a criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que esta inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo social em que se desenvolve, mas também o marca”
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo deve ser o grande desafio da educação infantil. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia e sociologia possam serve grande valia para desvendar o universo infantil apontando alguma características comuns do ser, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças.
Rosamilha (1979,p77), alerta que:
“ A criança é, antes de tudo, em ser feito para brincar: O jogo, eis ai um artificio que a natureza encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artificio, coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não inimigos”.
A capacidade de brincar possibilita as crianças um espaço para resolução dos problemas que as rodeiam. A literatura especializada no crescimento e no desenvolvimento infantil considera que o ato de brincar é mais que a simples satisfação de desejos. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprio, um fazer que se constitui de experiências culturais, que são universais, e próprio da saúde porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros.
Destaca-se, no entanto, que no mundo em que vivemos o lúdico esta sendo extraído do universo infantil. As crianças estão brincando cada vez menos por inúmeras razões: uma delas é o amadurecimento precoce, outra é a redução violenta do espaço físico e do tempo de brincar, ou seja, o excesso de atividades atribuídas, tais como escola, natação, inglês, computação, ginastica, dança, pintura,etc. Tudo isso toma o tempo das crianças e, na hora de brincar, quando sobra tempo, muitas vezes ficam horas em frente a televisão divertindo-se com jogos violentos e rodeadas de brinquedos eletrônicos, onde as interações sociais e a liberdade de agir ficam determinadas pelo próprio brinquedo. Eles fazem quase tudo pelas crianças, se movimentam e até falam, sobrando pouco espaço para o faz de conta.
Entretanto, o mais grave de tudo, é que os pais estão esquecendo a importância do brincar. Muitos acham que um bom presente é um tênis de grife ou uma roupa porque é “mais útil”. Brinquedo virou supérfluo. No desespero por fazer economia, os pais estão cortando o brinquedo do orçamento familiar. Grande engano, com consequências muito sérias se o erro não for reparado a tempo, pois as roupas e acessórios em geral não vão desenvolver o raciocínio nem a afetividade. Pelo contrário, vão transformar a criança em um mini adulto que, desde já, precisa estar “sempre ligado”. Mas e o resto? É a criatividade, a emoção, o desenvolvimento lógico e casual, a alegria de brincar? Tudo isso pode ser economizado?
É indispensável respeitar o tempo da criança ser criança, sua maneira absolutamente original de ser e estar no mundo, de vive-lo, de descobri-lo, de conhece-lo, tudo simultaneamente. É preciso quebrar alguns paradigmas que foram sendo criados. Brinquedo não é só um presente, um agrado que se faz a criança: é um investimento em crianças sadias do ponto de vista psicossocial. Ele é a estrada que a criança percorre para chegar ao coração das coisas, para desvelar os segredos que lhe esconde um olhar surpreso ou acolhedor, para desfazer temores, explorando o desconhecido.
3.2 O PAPEL DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.
A criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem, segundo Vygotsky (1984), tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança a medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento.
Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz de conta, são reelaboradas. Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e reproduções do real, de acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem.
Tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceitos.
Negrine (1994,p.19), sustenta que:
“As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integra indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança”.
Brincar é sinônimo do aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As interações que o brincar e o jogo oportunizam e favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo.
4 O LÚDICO E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INAFNTIL.
As reflexões desenvolvidas aqui se voltam para uma perspectiva na educação contemporânea para a educação infantil e essa perspectiva vem de encontro com o lúdico. O tempo da infância é o tempo de aprender e de ensinar com as crianças, através das brincadeiras e dos brinquedos.
Esses recursos pautados na solidariedade, no respeito a diversidade, na formação social e pessoal, não assuma posição de levá-los a conhecer o mundo através das experiências, modelos e interações, as quais vão se modelando de acordo com as necessidades, realidade, mediação de conflitos e principalmente na construção do próprio conceito de ser e estar no mundo.
Para tanto o jogo e a brincadeira são processos que apresentam especificidades de acordo com o grupo em que está inserido. Isso acontece porque em cada grupo estão envolvidos os indivíduos e a sua cultura. A maneira que as crianças jogam ou brincam é um meio que constrói sua identidade cultural. Reflita, por exemplo, numa criança indígena, com seus animais, mas, para a cultura indígena, esse ato representa a forma de ensinar os animais perigosos que podem ser encontrados na floresta. Nota-se ai, a necessidade de conhecer a cultura em que estamos inseridos.
O mesmo acontece com a criança. Quando ela compreende sua cultura, é capaz de aprender, conhecer, identificar e se constituir como um ser pertencente a um determinado grupo. Ao mesmo tempo, o jogo e a brincadeira são ações humanas, ocorrem trocas, partilhas, negociações e confrontos de ideias. Portanto, a brincadeira e o jogo são atividades que envolvem emoções, afetividades, estabelecimento e ruptura de laços e compreensão da dinâmica interna que perpassa entre as pessoas.
Essa postura legal deve respaldara postura educacional e isso nos reporta ao processo de ensino/aprendizagem, baseado no lúdico, pois desta forma defende Hoffmamm (1998), “...a criança reconstrói o processo vivido com o grupo, num contexto de reflexão que encontra significado na possibilidade de compartilhar com sua família e com seus próximos”.
Atualmente, temos no Brasil documentos importantes e legais, como a Constituição de 1988, a primeira que reconhece a educação infantil como direito das crianças de 0 a 6 anos de idade, dever do Estado e opção da família, o ECA Estatuto da Criança e do Adolescente (lei n° 8.069, de 1990), que afirma os direitos das crianças e as protege; e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996, que reconhece a educação infantil como primeira etapa da educação básica. Todos esses documentos são conquistas dos movimentos sociais, movimentos de creches, movimentos de fóruns permanentes de educação infantil.
No momento em que a criança brinca, muitas coisas sérias acontecem. Quando ela esta envolta na atividade lúdica, organiza todo o ser em função da ação. Quanto mais brinca, mais a criança esta exercitando sua capacidade de concentração e atenção, descobrindo o gesto de criar e permanecer em uma atividade.
Desde os primeiros anos de vida a criança realiza a tarefa de se inserir e compreender seu grupo, de explorar e conhecer o mundo físico, de desenvolver a função simbólica e a linguagem.
As brincadeiras alimentam o espirito imaginativo, exploratório e incentivo do faz de conta. Nesse sentido, cabe apontar os jogos e brincadeiras, o faz de conta, a musica e a dança, que abordaremos a seguir:
· Jogos e brincadeiras: frequentemente, as crianças brincam, e brincando ocorrem conflitos. Estes, mediados pelos adultos, se necessário, também fazem parte da aprendizagem, pois iniciam as regras convencionadas pela aceitação do grupo social, os jogos. Neles, a interação, a aceitação, o sentido de conquistas e competição orientam a vida social. Para propor jogos e brincadeiras, o educando precisa ter em mente os propósitos e a intencionalidade de levar a criança a participar efetivamente desses instrumentos, respaldando teoricamente as finalidades e os recursos a serem utilizados na busca do desenvolvimento da criança. O planejamento é fator imprescindível nesse processo. Assim, o brincar e o jogar são o mesmo que estudar e aprender, eles se tornam, claramente associados, resultando na organização do trabalho pedagógico, estimulando a imaginação e tornando interessante, proveitoso e prazeroso o ato de se desenvolver, critica e criativamente. Portanto o jogo e as brincadeiras,devem ser considerados imprescindíveis táticas educacionais, visto que, as perspectivas da Pedagogia, hoje, deve respeitar os direitos fundamentais da criança, essencialmente o seu direito a participação e ao brincar, não o limitando, mas renovando sempre um novo convite;
· Faz de conta: é um dos jogos de maior possibilidade de transformação do individuo, pois assume o importante papel no desenvolvimento psicológico, pois independe da época, cultura, raça ou classe social. Na brincadeira do faz de conta, encontra-se retardadas as representações de papéis, sócio-dramáticas, e principalmente a presença de situações imaginárias, fantasiosas e na hora da brincadeira do faz de conta é permitida, além do imaginário, a expressão de regras implícitas que se caracterizam no ato de brincar. Coloca-se que na brincadeira do faz de conta, a criança coloca seus sentimentos interiores, vivencias, papéis, brincando ela revela situações presentes em seu cotidiano, em sua vida familiar.
· A música e a dança: o desenvolvimento da criança é determinado pelo tipo de atividade predominante de seu processo de apropriação cultural, pelo modo como ela se apropria da realidade a sua volta e pelo tipo de educação a qual a criança tem acesso em diferentes momentos de existência, e essas situações estão diretamente ligadas às expressões corporais como a dança e a música. A inserção no mundo dos sons, mesmo antes de nascer. Pesquisas relatam que já no ventre materno, percebemos a diferença entre os sons, reconhecemos a voz materna como aguda e a paterna como grave. A música esta em todas as culturas, nas danças, rituais religiosos, manifestações politicas e cívicas, nas festividades e comemorações traduzindo sensações e organizando as emoções, seja ouvindo, aprendendo uma canção, brincando de roda, realizando brinquedos rítmicos e toda a atividade musical vem coberta de significado para a criança, conseguindo expressar afetividade, sendo estético e características cognitivas, pois envolvem as vivencias a percepção e a reflexão, encaminhando-as para a aprendizagem. Quanto a dança, é uma das linguagens corporais, uma linguagem que é aprendida através dos grupos culturais, e pela qual expressamos e comunicamos nossas emoções e sentimentos. A dança, desde o inicio da humanidade parece existir uma necessidade de expressar angústias, desejos e ideias através dos movimentos que a dança proporciona. A criança da educação infantil gosta se participar de atividades que envolvam a dança, pois os sons e os movimentos corporais são experiências prazerosas e experiências essas que constituem no desenvolvimento total das perspectivas da criança, pois a partir da música e da dança ela se sente livre para mostrar suas capacidades, habilidades, ansiedades, necessidades essas que proporcionam vivencias e consequentemente a aprendizagem.
O QUE É MUSICALIZAÇÃO?
A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização
e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação e na educação infantil está relacionada a uma motivação diferente do ensinar, em que é possível favorecer a autoestima, a socialização e o desenvolvimento do gosto e do senso musical das crianças dessa fase.
É um processo de construção do conhecimento, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação.
A prática interdisciplinar na música é algo que pode ser alcançado facilmente, pois a música assim como todas as ciências, musicais ou não, tem ligações entre si, então é simplesmente associá-las de acordo com o objetivo que se deseja alcançar e colocá-lo em prática. Esta ação possui uma natureza ambígua e tem como pressuposto a incerteza, por que trata com a complexidade dos saberes. Portanto precisa do domínio da interdisciplinaridade com metodologia, conhecimento disciplinares, culturais, pedagógicos, didáticos e práticos. As atividades de musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de limite corporal, e também permitem a comunicação com o outro. 
Essas atividades podem contribuir como reforço no desenvolvimento cognitivo, lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança, da seguinte forma:
· Desenvolvimento cognitivo/ lingüístico: a fonte de conhecimento da criança são as situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu dia a dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu desenvolvimento intelectual.
· Desenvolvimento psicomotor: as atividades musicais oferecem inúmeras
oportunidades para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar
seus músculos e mova-se com desenvoltura. Por isso atividades como cantar e fazer
gestos ao mesmo tempo como, dançar, bater palmas, pés, são importantes para a
criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da escrita.
· Desenvolvimentosócio-afetivo: a criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros. As atividades musicais coletivas favorecem o desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. As atividades de exploração sonora devem partir do ambiente familiar da criança, passando depois para ambientes diferentes. Por exemplo, o educador pode pedir para que as crianças fiquem em silêncio e observem os sons ao seu redor, depois elas podem descrever, desenhar ou imitar o que ouviram. Também podem fazer um passeio elo pátio da escola para descobrir novos sons, ou aproveitar um passeio fora da escola e descobrir sons característicos de cada lugar. É importante estimular a audição da criança pedindo para que ela identifique, ou descubra de que material o som foi produzido (agitado, esfregado, rasgado, jogado no chão) ou (plástico, vidro, metal, papel). Assim como são de grande importância as atividades onde se busca localizar a fonte sonora e estabelecer a distância em que o som foi produzido (perto ou longe).
Posteriormente o educador pode trabalhar os atributos do som:
Altura: agudo, médio, grave.
Intensidade: forte, fraco.
Duração: longo, curto.
Timbre: é a característica de cada som, o que nos faz diferenciar as vozes e os instrumentos. Através dessas atividades o educador pode perceber quais os pontos fortes e fracos das crianças, principalmente quanto à capacidade de memória auditiva, observação, discriminação e reconhecimento dos sons, podendo assim vir a trabalhar melhor o que está defasado. É importante tanto para o professor quanto para a família saber como se deve trabalhar a música em cada fase da criança:
De 0 a 02 anos:
· (Sensório-Motor) - São atividades que relacionam o som e o gesto. A criança pode fazer gestos para produzir sons e expressar-se corporalmente formulando assim seu próprio dicionário corporal e auditivo ( cada som tem um significado), favorecendo o desenvolvimento da motricidade.
A partir de 02 anos:
· (Simbólico) – nessa fase se busca representar o significado da música, o sentimento, a expressão. O som tem função de ilustração, de sonoplastia. Contribuem para o desenvolvimento da linguagem.
A partir dos 04 anos:
· (Analítico ou de Regras) – trabalhar com jogos que envolvam a estrutura da música, onde são necessárias a socialização e organização são importantes nessa fase. Ela precisa escutar a si mesma e aos outros, esperando sua vez de cantar ou tocar. Ajudam no desenvolvimento do sentido de organização e disciplina. A duração das atividades deve variar conforme a idade da criança, dependendo de sua atenção e interesse, respeitando a forma de expressão de cada um, mesmo que venha a parecer repetitivo ou sem sentido. É importante que a criança sinta-se livre para se expressar e criar.
· 
5 CONCLUSÃO
A criança faz uma ligação entre o presente, o passado e o futuro, contextualizando no lúdico essa vivencia graças a habilidade de representar. 
Tanto que, ao longo de todo esse estudo, compreende-se a importância do olhar do professor frente ao desenvolvimento das crianças e ao trabalho que pode e deve ser executado através da ludicidade.
Precisa-se garantir espaços para que o aprendizado a partir do lúdico possa ter o aprimoramento da representação da realidade e da consciência critica da transformação pessoal e social.
O lúdico é o estimulante do encantar as ações pedagógicas que efetivam o conhecimento envolvendo elementos do cotidiano, o prazer, a imaginação e a emoção.
Para a criança, o lúdico é a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com pessoas muito diferentes entre si, de compartilhar ideias, regras, objetos e brinquedos, de solucionar os conflitos que, tornando-a autônoma e capaz de experimentar papéis desenvolvendo as bases da sua personalidade.
Tem-se a ludicidade como a mais segura das formas de desenvolvimento de nossas crianças, pois é interminável a luta pelo conhecer, aprender e ensinar. Isso torna-se possível quando esse circuito de interesses vem acrescido no prazer em fazer e saber.
O aprendizado continuo, construirá as características e um repertório de habilidades que vão demonstrando o modo de agir, de pensar, de sentir e transformar o mundo o qual a criança se insere, pois, o lúdico dá significado a essas interações, levando a exercer o papel e parceiro e autor do seu próprio desenvolvimento, adquirindo uma representação de seu contexto através da brincadeira de faz de conta, do desenho e da capacidade de modelar o pensamento da realidade vivida.
É necessário que se compreenda que o desenvolvimento da criança é sócio histórica. Isso implica na capacidade de considerar, desvelar e perceber como a criança se apropria do universo cultural que a cerca, sem perder de vista que esta criança pertence a uma comunidade e que essa fica claramente impressa na maneira de apresentação e representação da criança no contexto lúdico que sua realidade traz.
Ao pesquisar e analisar o lúdico e a musicalização como forma de aprendizagem na educação infantil,é importante ressaltar e concluir que as experiências vividas pelas crianças são representadas em suas relações e interações de forma tão intensa, que é a partir dele que os conceitos e significados das situações cotidianas tomam forma e se contextualizam.
Logo, todas as manifestações de pensamentos, jogos, brincadeiras e conflitos, são produções essenciais para a garantia da aprendizagem e consequentemente o desenvolvimento, pois é através do lúdico que a criança dá sentido ao mundo exterior e além de experimentar a cada dia uma nova sensação e emoção ao entender-se como sujeito ativo do processo de construção de seu próprio conhecimento.
O lúdico reconhece o trabalho pedagógico a partir das expressões e informações que a criança apresenta. A mesma realidade pode ser refletida de modos diferentes por diferentes crianças, por isso sempre que se estabelece espaços lúdicos e tempos destinados a brincadeira nas instituições de educação infantil, é afetiva a materialização do desenvolvimento pleno da criança.
Torna-se essencial que, nós educadores, tenhamos claro a finalidade da ludicidade para a compreensão de mundo que a criança tem, mas com intencionalidade e comprometimento no brincar e na música como forma de aprendizagem. Ambos funcionam como uma estratégia para a construção da individualidade, construídas na relação constante entre o ser e o meio, como para a compreensão da cultura a qual a criança se insere.

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