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Enxertos e retalhos - resumo NATY

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NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
1 
 
AULA PLÁSTICA – 07/10/2020 
- Enxertos e retalhos - 
 Todas as situações que serão aqui apresentadas vão envolver o maior órgão do corpo que é a pele – 2m² 
 Ela é formada basicamente por duas camadas: epiderme e derme 
 A espessura dessas camadas é variável de acordo com a região do corpo (alguns locais mais espessos – 
como palma das mãos e planta dos pés. E outros extremamente finos como nas pálpebras) 
 A pele também abriga os anexos cutâneos – pelos, glândulas sudoríparas, sebáceas, corpúsculos sensoriais 
(nervosos) 
 
 PELE 
1. EPIDERME 
 A epiderme pode ser dividida em estratos ou camadas, são elas (de superficial  profundo) : 
a) Camada córnea - 
b) Camada lucida 
c) Camada granulosa 
d) Camada espinhosa 
e) Camada basal 
 
 Lembrar do processo de migração das células da camada de base (germinativa) em direção a periferia a 
medida que vão envelhecendo e sendo impregnadas por queratina 
 
 A camada mais externa (superficial) da epiderme é o estrato córneo (células achatadas 
queratinizadas/ mortas) que é renovado diariamente 
 
 A camada mais profunda da epiderme é formada pelo estrato germinativo, é onde encontramos a 
camada basal responsável pela renovação celular contínua da pele 
 
 Os anexos epidérmicos (de origem ectodérmica) – invaginam em direção à derme  é importante 
lembrar que a presença dos anexos é muito importante no processo de cicatrização do tecido lesado 
(reepitelização) seja este por trauma direto ou por queimadura por exemplo 
 
2. DERME 
 Papilar (camada mais superficial) 
 Reticular (camada mais profunda) – rica em fibras elásticas e colágenas – capacidade de elasticidade 
(distensão) e contração 
 Anexos cutâneos (invaginações da epiderme) 
 
 
 
 
ESCADA DA RECUNSTRUÇÃO – PRINCÍPIO DA CIRURGIA PLÁSTICA 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
2 
 
Sempre avaliaremos a melhor conduta para cada caso, sempre que possível partindo de procedimentos mais simples 
e menos invasivos (os quais apresentam menor risco para o paciente bem como melhores chances de sucesso). 
Seguindo essa lógica temos o que chamamos de escada da “reconstrução” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENXERTO X RETALHO 
Enxertos 
Quando falamos em enxerto e retalho estamos nos referindo a transferência de pele de uma região do corpo para 
outra. O que difere é esta transferência estar ou não ligada a um pedículo vascular. No enxerto ocorre a retirada 
uma porção de pele (da área doadora) sem qualquer comunicação vascular com a área que irá recebe-la 
A vantagem do enxerto é permitir o fechamento de áreas que não podem ser fechadas diretamente, ou seja, 
a partir de suturas (lesão em que não é possível aproximar as bordas) 
A utilização de fragmentos de tecido no reparo de lesões é datada de 3000 a.C – A técnica propriamente dita foi 
estabelecida a partir do século XIX (experimentos com enxertos de pele em ovelhas). A taxa de insucesso desse 
procedimento era altíssima, justamente porque o enxerto não acompanha o pedículo vascular, de forma que funciona 
como a transferência de “aglomerados de células”. 
Somente com o passar dos anos percebeu-se que o sucesso da técnica estava atrelado a espessura do fragmento 
retirado – ou seja, enxertos mais finos possuíam maior taxa de sucesso – a partir do século XX, surgiram 
aparelh/os que auxiliaram maior precisão da técnica (ex. faca de Blair e dermátomo). 
ENXERTOS – TIPOS: 
1. QUANTO A ORIGEM DO ENXERTO 
1.1 AUTOENXERTO – O indivíduo é tanto o doador como o receptor 
 
1.2 HOMOENXERTO (HALOENXERTO) – quando doador e receptor são indivíduos diferentes, mas da mesma 
espécie. (utilização temporária – funciona como curativo biológico) – ex: enxertos de pele obtidos a partir de 
cadáveres frescos 
 
1.3 XENOENXERTO – quando o doador e o receptor são de espécies diferentes. Tem sido usado como cobertura 
temporária, parecendo estar associado com a estimulação do tecido de granulação, ajudando a preparar a 
região para um posterior autoenxerto. – serve como um curativo biológico - ex: utilização de pele de porco no 
manejo de pacientes queimados - OBS:. Atualmente tem-se utilizado a pele de tilápia como curativo 
biológico 
 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
3 
 
2. QUANTO A ESPESSURA DO ENXERTO 
2.1 ENXERTO DE PELE PARCIAL (enxerto de 
espessura parcial) – enxerto que carrega 
epiderme e parte da derme – pode ainda ser 
subdividido em: 
a) Fino – pequena porção de derme 
b) Espesso – maior porção de derme 
Possui extensa utilização – ex: pacientes 
grandes queimados; ulcerações, etc. – 
permite a cobertura de grandes áreas 
corporais. Quanto menor é a espessura 
mais fácil e melhor é a integração do 
enxerto a área lesada, isso porque ele não 
carrega consigo vasos sanguíneos. Dessa 
forma, sua nutrição irá se dar por um 
processo de difusão a partir da área 
receptora, até que sejam formados os 
novos vasos sanguíneos (angiogênese) 
2.2 ENXERTO DE PELE TOTAL – (enxerto de espessura total) enxerto que carrega epiderme e derme em sua 
totalidade, pode ainda até carregar consigo parte de tecido subcutâneo 
 O índice de sucesso desse enxerto é menor ao ser comparado ao parcial 
 Qualidade estética e funcional de maior magnitude comparado ao enxerto de pele parcial 
 Devido a limitação de áreas doadoras, seu uso fica restrito a lesões não muito grandes da face, mãos e 
dedos, mas sempre que possível, é preferível a sua utilização. 
 Necessita de uma região receptora com uma boa irrigação e sem contaminações. 
 É importante ressaltar que por ser um enxerto total, a região receptora se tenderá a se aproximar e 
adaptar suas características funcionais a região não lesada. 
 Ou seja, é mais próximo “ao normal” – observa-se melhor retorno à sensibilidade do que os enxertos 
parciais. 
3. TIPOS DE CONTRAÇÕES DO ENXERTO: 
3.1 CONTRAÇÃO PRIMÁRIA – é a contração que ocorre logo após retirar o enxerto total da pele doadora, 
ela encolhe logo na hora que tira. Porém quando colocamos na região de destino, nao haverá mais 
encolhimento, esse processo é causado pelas fibras de elastina (presentes na derme). 
Essas fibras conferem a propriedade de resistencia ao enxerto. Dessa forma, em enxertos de pele total 
retiramos uma quantidade maior de tecido doador (maior do que a área receptora necessita), tendo em mente 
que o processo de contração primária ocorre logo após a retirada do fragmento de pele da área doadora. 
 É importante ressaltar que tais enxertos não sofrem contratutura secundária, ou seja, após serem 
reposicionados na região de destino (área receptora). 
3.2 CONTRAÇÃO SECUNDÁRIA – é a contração que ocorre só depois do enxerto parcial ser reposicionado na 
região receptora, uma vez que esse tipo de enxerto não possui toda a derme, ele não possui elastina, portanto, 
ele não encolherá após ser retirado, mas também não terá resistência para aguentar a pressão gerada pelos 
miofibroblastos da região receptora e acabará contraindo após ser colocado. 
Exemplos: defeito em pálpebra inferior em que não consigo fechar as bordas, uso pele total, pois a parcial pela 
contração secundaria, encolherá e puxará a pálpebra pra baixo (ectrópio); em articulação interfalangeanas 
preciso que a pele me permita movimento dos dedos, por isso, se usar enxerto parcial, ele encolherá após 
aplicado e perderei a mobilidade/funcionalidade pela retração gerada. 
4. FORMATO DO ENXERTO 
4.1 ESTAMPILHA/ SELO 
 Antigamente os enxertos eram em forma de estampilha, pequenos fragmentos eram dispostos na área 
receptora de forma aleatória (deixando áreas crulentas e áreas cobertas) – esse tipo ainda é utilizado 
nos dias de hoje quando se tratam de áreas extensas de lesão e também nos enxertos de couro 
cabeludo por exemplo (em que são retirados diminutos fragmentos, que serão reinseridos em 
outras áreas). 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
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Mas qual é o objetivo desse tipo de enxerto? É importante lembrar que a cicatrização se dá da periferia 
para o centro, então quando temos várias pequenas áreas integradas pelo enxerto há o aumento de 
possibilidade de epitelização de toda a área 
 
 
 
 
 
 
4.2 ENXERTOS EM MALHA 
 Os enxertos de pele parcial são expandidos e submetidos a pequenos cortes quando manuseados em um 
aparelho que funciona como uma espécie de rolo. Essa técnica permite expandir a área do tecido 
disponível 1,5-9x (propriedade das fibras elásticas) que ganha aspecto de malha ou rede 
 
 Em resumo, com essa técnica faz-se uma malha multiperfurada com um pequeno pedaço de pele, 
permitindo a expansão do enxerto e cobertura da área do ferimento, dessa forma, parte da ferida é 
cicatrizada por segunda intenção, apresentando efeito menos estético. 
É bom de se usar em grandes queimados, pois tem pouca pele doadora. Por causa dos furos, facilita a 
drenagem e impede formação de hematomas e serosas, permitindo uma maior integração do enxerto. 
 
4.3 ENXERTOS LAMINARES (EM TIRA) 
 Superfície continua/ ininterrupta  boa cicatrização (1ª intenção) – bom resultado estético 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. ESCOLHA DA 
ÁREA DOADORA DO ENXERTO 
 Depende da extensão da lesão 
 Áreas receptoras grandes necessitam enxerto de pele parcial fino (por exemplo quando há a retirada 
de um tumor e uma grande área a ser coberta) – isso porque iremos precisar de uma grande quantidade 
de tecido e quanto mais fino for o enxerto melhor será a adesão a área receptora (e melhor cicatrização – 
por 2ª intenção); 
 
 Depende do local de retirada – por ex. enxertos de couro cabeludo (calvície) retiro do próprio couro cabeludo 
do paciente. Já quando precisamos por exemplo um enxerto de maior extensão na cobertura de uma lesão 
por retirada de tumor por ex. podemos utilizar um enxerto de pele parcial utilizando como áreas doadoras o 
abdome ou coxa por exemplo 
 
 Quanto mais próximas a área doadora e receptora, melhor é o resultado estético (espessura, coloração 
e textura semelhante a área receptora) 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
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 Por exemplo quando fazemos uma intervenção na face, a área doadora deve ser o mais próximo possível 
dessa região, podemos utilizar enxertos advindos do pescoço por exemplo ou fragmentos de pele do 
próprio rosto 
 
6. COMO ESCOLHER ENTRE ENXERTO DE PELE PARCIAL E TOTAL? 
Enxertos de pele total (derme + epiderme) garante aspecto estético muito mais próximo da pele original (não 
lesada) isso porque carrega epiderme, derme (juntamente com suas fibras elásticas e colágenas). 
 
Contudo, quando retiramos um enxerto total é importante observar que por causa da grande quantidade de fibras 
ele se contrai bem rápido depois da retirada dele da área doadora. No entanto quando colocado na área 
receptora ele possui uma adaptação muito boa, e uma contração muito menor. 
O grande problema do enxerto de pele total é a escassez de áreas que podem funcionar como doadoras - 
região retro-auricular, supraclavicular, pálpebras, inguinal, abdome, dobras articulares (punho cotovelo), aréolas 
e grandes lábios (reconstruções perineais). 
O enxerto de pele parcial, por não carregar consigo fibras (elásticas e colágenas próprias da derme) possui uma 
resistência muito menor, ou seja, tem menor capacidade de reestabelecer a característica original da pele. Há a 
adaptação do local, mas não há mesmo resultado estético de um enxerto total por exemplo – a função 
dele é garantir a oclusão da área lesada  metaplasia – com o tempo o enxerto parcial passa a adquirir 
características do tecido local 
Enxertos de pele parcial podem ser retirados de vários locais do corpo – são áreas doadoras: face interna 
da coxa (evitar = área de atrito); face anterior e lateral da coxa; abdome; dorso; face anterolateral de braço; e 
couro cabeludo 
OBS: O enxerto de pele parcial – quando ele é um xenoenxerto funciona como um curativo biológico – de forma 
a proteger/ reduzir perdas da área receptora 
 
 
 
 
 
 
 
7. PLANO DE ENXERTO 
I. Tipo de enxerto e escolha da área doadora 
 Áreas receptoras pequenas: podemos escolher regiões doadoras que irão garantir enxertos totais 
 Áreas receptoras grandes: devemos escolher áreas doadoras que podem fornecer a quantidade de 
tecido que necessitamos 
II. Preparo da área receptora (capacidade de nutrição da área receptora) 
 Limpa  debridamento se necessário (em caso de necrose  retirar todo o tecido necrótico) 
 Sem infecção 
 Hemostasia – a região não pode estar sangrando demais, isso porque o sangue vai dificultar a aderência 
do enxerto a área receptora 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
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 Boa vascularização – É importante garantir que a área receptora tenha capacidade de nutrir o tecido 
receptor 
OBS: osso, tensão e cartilagem são avasculares – enxertos não são indicados – para que estas áreas 
possam receber o enxerto, estas áreas devem estar cobertas por periósteo, paratendão e pericôndrio 
respectivamente 
#Exemplo prático: “quando atendemos no PS um paciente que caiu de moto, chegou com perda de tecido 
da perna e com fratura óssea exposta NÃO devemos indicar um enxerto nesse paciente!!!” temos nesse 
caso que manter o meio úmido (evitar necrose), criar um meio para o que o osso não se perca (fazer pequenos 
furos na cortical óssea, para que haja extravasamento de medula para a área externa e assim a formação de 
tecido de granulação ai, só assim num segundo momento conseguiremos fazer a enxertia) 
 
III. Fixação do enxerto 
 Fixação do enxerto (boa imobilização) – pode ser feita com fio ou com grampo sempre que possível 
 Curativo (imobilização e absorção do excedente de extravasamento plasmático) - 
 Curativo de Brown 5-7 dias – curativo oclusivo – geralmente utiliza-se um chumaço de gaze ou esponja 
costurado ao enxerto que normalmente é coberto por uma camada de vaselina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV. Avaliar a extensão do enxerto  valida a mesma premissa: “áreas receptoras grandes necessitam de 
enxertos de pele parcial fino” 
V. Quanto mais próximas a área doadora e receptora, melhor o resultado estético (espessura, coloração, 
textura) 
 
VI. Obtenção do enxerto 
 Bisturi – enxerto de pele total  retirada do fragmento e logo após faz-se o “emagrecimento” deste, ou 
seja, tornar o fragmento “mais fino” para facilitar a pega 
 Preparo ex situ de enxerto em espessura total, com 
esengorduramento realizado com tesoura e lâmina. 
O enxerto de pele total envolve um preparo mais 
demorado, porém tecnicamente simples, estando 
indicado para leitos receptores com melhores 
condições. Apresentam melhores resultados 
estéticos e funcionais devido à menor contratura 
secundária, sendo a escolha de diversos autores 
 Faca de Blair – enxertos de pele 
parcial – lamina fica perpendicular à área doadora, são feitos movimentos de “vai e vem”  A grande 
desvantagem da utilização desse instrumento é que não são retiradas faixas de pele uniformes (aspecto 
repicado) de forma que o aspecto estético final não é tão bom 
 
 
 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
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 Dermátomo Elétrico – acoplado a pele  movimentamos o instrumento em apenas um sentido (“para 
frente”) – retirada de faixas mais uniformes em extensão e espessura de enxertos de pele parcial – 
melhor aspecto estético da cicatriz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VII. Fechamento da área doadora 
 Quando se trata de uma área doadora grande apenas colocaremos um curativo e aguardaremos a 
re-epitelização  quando se trata de um enxerto de pele parcial que carrega apenas epiderme e parte 
da derme a re-epitelização é feita pela camada basal 
 
 Quando é um enxerto de pele total apenas fazemos uma sutura primaria e fechamos 
 
VIII. OBS: INTEGRAÇÃO DO ENXERTO – processo no qual o enxerto se fixa a área receptora e é dividido em 
três fases: embebição/ inosculação e revascularização  vale ressaltar que a principal causa de não 
integração é o surgimento de hematoma na área receptora 
 
Lembrar que um enxerto 
é um aglomerado de 
células que não possui 
nutrição própria 
 
Nas primeiras 24-48 h 
da colocação do enxerto 
a nutrição desse tecido 
vai se dar por 
embebição plasmática 
 
Por isso é importante 
que tanto em enxertos 
de pele parciais como 
em totais que estes 
sejam “o mais fino” 
possível, isso porque 
sua nutrição depende 
diretamente da difusão 
de plasma a partir da 
área receptora 
Até que a partir das 48 h tem início da formação dos brotos vasculares e somente no 4-6 dia ocorre a revascularização 
tecidual 
IX. Complicações que podem ocorrer nos enxertos 
 Seroma; extravasamento de liquido e plasma e descolamento do enxerto 
 
 Necrose do enxerto: por exemplo quando há sangramento importante (descolamento do enxerto) – 
dificulta/ impede a difusão a partir da área receptora e a formação de brotos vasculares, o tecido sem 
nutrição morre (necrosa) 
OBS: normalmente a necrose ocorre na porção mais superficial do enxerto (ou seja, nas camadas 
mais superficiais) preservando a área em contato com o leito receptor que tem boa adesão 
 
 Infecção 
 Epidermólise – necrose da camada córnea do enxerto 
 Hipercromia – tanto da área que recebeu o enxerto quanto da área doadora  melhora com uso de 
clareador 
 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
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IMPORTANTE!! Lembrar que os enxertos podem funcionar como curativos biológicos – um exemplo é o 
xenoenxerto em que a utilização de pele animal ou mesmo de materiais sintéticos serve para cobrir áreas extensas 
de lesão (como é o caso de pacientes grandes queimados) – atuam reduzindo a perda hidroeletrolítica da área 
acometida e mantendo a umidade local reduzindo o ressecamento da ferida (manutenção de meio adequado 
para a formação posterior do tecido de granulação e dos brotos vasculares). 
Além disso funcionam como proteção das terminações nervosas expostas (redução da dor/ desconforto do 
paciente) e também contra microrganismos patogênicos. 
 
Contudo é bastante difícil encontrar um tecido doador que possua compatibilidade com o receptor – (até mesmo 
enxertos provenientes de cadáver possuem prazo de validade curto – max 10 dias) tanto local quanto sistêmica. O 
mais comum era a utilização de enxertos oriundos a partir de pele de porco e de cadáveres frescos. 
Os enxertos sintéticos também tem custo bastante elevado o que reduzia as possibilidades 
Recentemente pesquisadores descobriram que a pele de tilápia tem características favoráveis para servir como um 
bom enxerto – fácil manuseio, além de ter baixo custo, permite maior tempo de cobertura 
Em resumo: O segredo para um bom enxerto: deve ser fino (facilita adesão a área receptora); boa adesão ao leito 
receptor (não pode haver sangramento pois isso descola o enxerto); e boa fixação (para que não corra – na fase de 
inosculação quando há início da formação dos brotos vasculares – pois quando isso acontece o enxerto não consegue 
se nutrir e se perde, ou seja, necrosa) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Retalhos 
 Segmento de tecido contendo uma rede de vasos sanguíneos, que pode ser transferido da área doadora para 
a reconstrução da área secundária (receptora). 
 
 O tecido transplantado para outra região mantem a sua vascularização própria intacta por um pedículo, 
ao contrário dos enxertos que são desprovidos de sua vascularização original e dependem do tecido de 
granulação para sobreviverem. 
 
Assim, situações em que o tecido de granulação não 
consegue se desenvolver, como osso sem periósteo, 
tendão sem paratendão, nervo sem perinervo e cartilagem 
sem pericôndrio são indicações clássicas para 
reconstruções com retalhos e não com enxertos 
Outra indicação para coberturas com retalhos são áreas 
lesionadas com processos infecciosos associados, como os 
casos de osteomielite por exemplo, em que os enxertos são 
contraindicados 
 
 
1. PLANEJAMENTO DO RETALHO 
 Sempre iremos partir de uma técnica de retalho mais simples 
(preferência) de menor complexidade 
 Optar sempre por escolher áreas doadoras mais próximas das 
áreas receptoras 
 Garantia de boa vascularização e mobilidade 
Enxertos compostos 
PELE + CARTILAGEM (pericôndrio) – reconstrução de asa do nariz (amputação por tumor, mordedura,... 
ENXERTO DE GORDURA: preenchimento ou recuperação da qualidade de alguns tecidos – associada a presença de 
células tronco, com capacidade regenerativa - 
 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
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 Observar a relação largura x comprimento (2-3:1) – a partir disso já é indicada uma autonomização??? 
(preparação da parte distal do retalho para um possível sofrimento) 
 Não pode estar tenso 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DO RETALHO 
2.1 Quanto ao destino: 
 Retalho local – compartilha 1 dos lados do defeito 
 Retalho regional – área doadora próxima da área receptora 
 Retalho a distância – pode estar pediculado com um feixe vasculonervoso ou ser livre (isola-se a artéria e 
veia e anastomosam-se aos vasos da área receptora) 
 
2.2 Quanto a forma do retalho: 
a) RETALHO EM Z-PLASTIA (TRANSPOSIÇÃO TRIANGULAR DUPLA) 
Essa técnica é utilizada para redirecionar as linhas de força de cicatrizes previas para linhas 
sem tensão. Desse modo, pode-se aumentar o comprimento da cicatriz, afim de relaxar áreas de 
tensão causadas pela contratura cicatricial 
Frequentemente utilizado em queimaduras (pacientes grandes queimados) e em cicatrização de regiões 
como axila, fossa cubital, fossa poplítea e pescoço 
Para executá-la, é necessário criar um losango fino para retirada da cicatriz retraída, correspondendo 
à porção que precisa ser alongada. 
Cria-se uma linha perpendicular imaginária no médio 
da linha de maior tensão. Fazem-se, então, duas 
incisões diagonais, paralelas entre si, nos lados 
opostos, com o objetivo de criar uma letra “Z” até a 
linha imaginária central, permitindo lados de igual 
comprimento. Descola-se a pele das áreas 
triangulares e transpõem-se os dois triângulos. O 
ponto de maior tensão encontra-se no vértice dos 
triângulos a cada lado. 
O ângulo entre as incisões é normalmente de 
60°, gerando um ganho de 75% no comprimento da 
cicatriz. Teoricamente, quanto maior o ângulo, maior 
o ganho no comprimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Aspecto transoperatório. Marcação das Zetaplastias. Figura 4 - Pós-operatório imediato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Pós-operatório de 7 dias. Figura 6 - Pós-operatório de 30 dias. 
 
O paciente evolui com boa recuperação pós-operatória e cicatrização satisfatória dos retalhos, apresentando expressiva melhora 
da retração do lábio inferior (pela diminuição da tração inferior causada pela retração mento-torácica), melhora da extensão 
cervical e abdução dos membros superiores, comprovada pelo controle pós-operatório com 30 dias e com 6 meses (Revista 
Brasileira de cirurgia plástica – relato de caso – volume 25 - ano 2010) 
 
 
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b) RETALHO DE LIMBERG (TRANSPOSIÇÃO QUADRANGULAR/ RETALHO ROMBÓIDE) 
Retalho cutâneo romboide de transposição utilizado para reparo de defeitos em diferentes regiões 
anatômicas do corpo, mas apresenta bons resultados, especialmente na face. 
Para executá-lo, deve-se fazer o desenho de losango (paralelogramo equilátero), possuindo 
ângulos internos de 60° e 120° sobre a lesão que será retirada. 
 
Traça-se uma linha horizontal imaginária desde o ponto 
médio do losango; projeta-se sobre esta linha uma das linhas 
oblíquas (X e X’). Após, projeta-se o outro lado da linha 
oblíqua (Y) paralelamente à linha X, desde a linha X’. Assim, 
se formará uma imagem em espelho do mesmo. Deve-se 
descolar a pele e rotar o retalho romboide. O ponto de maior 
tensão e que deve ser colocado primeiro corresponde ao 
ângulo Y-X’ (Figura 5).c) RETALHO BILOBADO (TRANSPOSIÇÃO CIRCULAR) 
Retalho de dupla transposição e pedículo único, em que o primeiro retalho é transposto em um defeito 
e o segundo e menor retalho é transposto para preencher o defeito secundário, causado pela transposição 
do retalho maior. Desse modo, distribuem-se as forças de tensão em várias direções e se reduzem as 
distorções e redundâncias cutâneas, geradas por um retalho de transposição simples. Existem dois tipos 
de Retalhos bilobados. 
O clássico, descrito por Esser, consiste em dois retalhos de tamanhos idênticos, separados por 
ângulo de 90° e um ângulo de 180° entre o defeito e o segundo retalho. Com esta técnica, ocorre uma 
grande translocação dos retalhos frequentemente associada a distorções da pele. 
 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
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O retalho bilobado modificado tem apresentado melhores resultados estéticos, visto que sua 
rotação é menor, o que causa menos distorções. Nesta técnica, os retalhos não possuem tamanhos 
iguais. O primeiro depende da elasticidade da 
pele a ser utilizada, mas, geralmente, 
corresponde ao tamanho do defeito ou é 
ligeiramente menor e é realizado de forma a obter-
se um ângulo de 45° com o defeito. Já o segundo 
retalho é triangular, mais estreito e de maior 
comprimento do que o primeiro, devendo ser 
orientado a 90° do defeito. 
 
Após o descolamento dos retalhos, são rotados 
de modo que o primeiro retalho preencha o defeito 
primário e o segundo preencha o defeito secundário. 
Eventualmente, é necessário remover a ponta do 
triângulo do segundo retalho, permitindo haver uma 
correspondência uniforme do retalho triangular em 
relação ao defeito secundário. O ponto de maior 
tensão corresponde às bases do retalho triangular 
(Figura 6). 
Como podemos observar nas figuras a seguir o retalho bilobado é bastante versátil, podendo ser utilizado em 
várias situações 
 
Complicação. Em A, carcinoma basocelular ulcerado em 
antebraço esquerdo. Em B, planejamento cirúrgico. Em C, 
infecção e necrose parcial do retalho. Em D, pós-operatório de 10 
meses, demonstrando excelente resultado funcional e estético, 
após debridamento e cicatrização por segunda intenção. 
 
 
Figura 1 - Marcação de Meadows et al.16. Em A, carcinoma basocelular em dorso e desenho. Em B, tumor ressecado e retalho 
pronto para transferência. Em C, pós-operatório de 3 meses, evidenciando boa acomodação tecidual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 quanto ao pedículo 
único 
bipediculado 
 
com vaso em especial 
ou com vaso aleatório 
 
pedículo somente de subcutâneo – com pequenos vasos- cobre estruturas nobres? Áreas pouco vasculari 
sequelas de queimaduras de brida, após grandes ressecções 
 
 
complicações semelhantes ao enxerto. Podendo ocorrer necrose do retalho (total/ parcial) por lesão do 
pedículo vascular, torção ou mesmo hematoma que 
 
retakhos a partir de musculo, pele e musculo, fascia e musculo – 
 
 
retalhos estéticos- ex. abdomnoplastia, em braço (braçoplastia), lifting de coxa 
cobertura de áreas de queimadura

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