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Didática Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Kethlen Leite de Moura Revisão Textual: Jaquelina Kutsunugi A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica • Introdução; • A Didática da Antiguidade à Idade Média; • Os Filósofos Pós-iluministas na Contribuição da Orientação Pedagógica para a Instrução de Crianças; • Princípios da Didática. • Compreender o processo histórico e fi losófi co da didática e sua infl uência no processo de ensino. OBJETIVO DE APRENDIZADO A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófi ca Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica Introdução Iniciamos nossas discussões nesta unidade lhes apresentando o objetivo de aprendizagem que buscaremos com essas propostas, a Didática. Estudar o con- ceito de Didática, bem como seus campos de atuação se justifica pelo fato de que esta disciplina é fundamental para a atuação docente, pois é uma das disciplinas principais do núcleo pedagógico, indispensável ao processo de formação e atuação dos profissionais da educação. Ao longo dos séculos, a Didática deixou de ser considerada uma disciplina ape- nas instrumental, constituída por métodos e técnicas de ensino. Após longos anos de estudos e reflexões, hoje a compreendemos como uma área do conhecimento responsável pelo estudo do processo de ensino-aprendizagem. Assim, a Didática pode ser entendida como “a arte de ensinar”, e por mais que nos pareça algo atual, ela envolve um conteúdo científico filosófico, educacional e metodológico, pensado e organizado no século XVII. Figura 1 – Didática Fonte: Goran Bogicevic / 123RF Um dos primeiros passos para se compreender essa disciplina é conhecer o processo histórico pelo qual a didática passou ao longo dos anos, buscando em sua gênese a compreensão desse conceito. Objetivando compreender a configuração da didática que conhecemos atualmente, precisamos recapitular sua constituição e institucionalização, e para isso vamos estudar o pensamento de um dos principais autores dessa temática, observando nele os fundamentos didáticos utilizados para transmitir o conhecimento historicamente produzido. Desde os primórdios da civilização encontramos indícios de práticas de instrução utilizadas pelos povos antigos para passar o conhecimento de geração em geração. Vemos na história, filósofos consagrados pela sua forma de ensinar, tais como 8 9 Platão, Aristóteles, Sócrates, os quais utilizavam de diversas formas para construir e transmitir o conhecimento para seus discípulos. Importante! A Didática é um campo em constante construção e/ou reconstrução, de uma práxis que não tem como objetivo fi car pronta e acabada e sim articular as diferentes dimensões do processo de ensino-aprendizagem. Importante! Sempre houve formas diversas de instrução e de aprendizagem, a comunidade primitiva é um exemplo disso, pois os conhecimentos produzidos eram passados aos jovens de geração em geração, instruindo-os para ingresso na vida adulta. Esse exemplo, pode ser considerado uma forma de ação pedagógica, mesmo não sendo formal e intencional, é possível identificar a questão pedagógica (LIBÂNEO, 1994) presente na educação. Como forma de apreendermos a influência da didática na educação, vamos resgatar um pouco dos princípios da didática encontrados no período da Antiguidade até a Idade Média. A Didática da Antiguidade à Idade Média Para iniciarmos nosso resgate histórico organizamos aqui uma linha histórica que auxiliará na compreensão das formas de ações pedagógicas que eram desenvolvidas na Antiguidade Clássica, essas ações eram disseminadas por meio dos mosteiros, das igrejas e também de universidades. No entanto, mesmo com esses indícios de instrução, é em meados do século XVII que se pode falar em didática como a teoria do ensino, uma prática sistematizada de estudar as formas de ensinar. Ainda que tenhamos essas referências sobre a forma de ensinar, é com o início da era moderna, que se iniciam os estudos a respeito da Didática. Tais estudos surgem em um período marcado pela transição do feudalismo para o capitalismo, ocasionando a necessidade de transmissão de saberes mínimos para os segmen- tos mais pobres da população, com vista a formação de mão de obra produtiva. O professor Libâneo (1994) é enfático ao destacar que o desenvolvimento do siste- ma de produção capitalista, ainda por se constituir enquanto tal, já influenciava na organização da vida social, política e cultural. A palavra Didática surge quando os adultos começam a participar do processo de aprendizagem das crianças e dos jovens de uma forma planejada e direciona- da, diferente das formas de intervenção instantânea que ocorria anteriormente. Ao estabelecer uma intenção na forma de ensinar, ou seja, uma ação pedagógica, a escola começa a se constituir como um local de práticas de ensino, que passam a ser sistematizadas conforme níveis, respeitando as necessidades de cada criança, suas possibilidades e seu ritmo de aprendizagem (LIBÂNEO, 1994). Sabemos que as formas de ensinar, assim como objetivos que são direcionados à educação, sem- 9 UNIDADE A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica pre estão relacionadas à forma de produção e reprodução social de dado momento histórico. Assim, os métodos de ensino, o que ensinar e para quem ensinar tinham, e ainda têm, por objetivo atender as necessidades da sociedade, e isso se aplica também a didática (LIBÂNEO,1994). Segundo Gasparin (2010), um dos principais estudiosos da Didática, o entendi- mento da didática como “a arte de ensinar tudo a todos” surge por volta de 1617. No entanto, foi em 1629 com a publicação da obra Didática Magna escrita por João Amós Comênio que essa expressão se consagrou como tal, Baradel (2007, p. 11) enfatiza que “[...] inicialmente (século XVII), a didática tinhaseus pressupos- tos calcados na causa da Reforma Protestante, sendo um meio de luta contra o modelo de ensino da igreja católica medieval, ou seja, deveria ser um instrumento de libertação”. Assim, compreendemos caros estudantes que as formulações iniciais da didática são consagradas em um período de mudanças socioculturais na história da huma- nidade, e que essas transformações perduraram e adentram em outros períodos históricos que veremos a seguir. Do período medieval a modernidade O século XVII, período no qual começam a surgir os primeiros estudos sobre a Didática, é marcado por mudanças na concepção de homem e de sociedade. Na transição da Idade Média para a Idade Moderna, da mudança de produção ma- nufatureira para o desenvolvimento da maquinaria, institui-se a divisão do trabalho. Com o desenvolvimento do capitalismo, propagou-se também a necessidade de que todos se tornassem aptos ao trabalho nessa nova forma de produção. Nesse contexto, ocorrem também muitas mudanças no campo cultural, cientí- fico, presenciamos o desenvolvimento das ciências, da observação e experimen- tação científica. Houve a perda de poder da Igreja Católica por conta da reforma protestante, do surgimento de uma filosofia, caracterizando o período histórico conhecido como Iluminismo. Segundo Gasparin (2010), nesse novo mundo que vinha surgindo, havia a neces- sidade um novo homem, uma exigência social onde todos deveriam ser educados para essa nova vida. O conhecimento social deveria ser incluído nas escolas, com o objetivo de preparar os jovens para o novo tempo. Como se tratava de novos conhecimentos, estes não poderiam ser ensinados da forma antiga, era necessário um novo método, uma nova didática, da mesma grandeza dos conhecimentos que deveriam ser ensinados aos alunos. Como os novos conhecimentos que estavam sendo produzidos tornavam-se universais, era preciso um método mais amplo de ensino que lhe fosse corres- pondente. Nessa época os grandes educadores, cada um de uma forma diferente, compreendiam esse novo saber e o transmitiam por meio da instituição escolar. 10 11 Dentre os principais educadores, e pensadores da Idade Moderna destacamos Comênio, autor consagrado como o Pai da Didática Moderna. Comênio conseguiu nesse tempo, captar os novos conhecimentos e transportá-los para âmbito escolar, ou seja, para a sala de aula, utilizando um método específico e que atendesse às novas exigências da sociedade moderna. Frente a necessidade posta pelo novo modo de produção e pelas mudanças cul- turais e sociais, Comênio escreveu sua principal obra “Didática Magna – o Tratado de Ensinar Tudo a Todos”, a qual deveria ser seguida por todos aqueles que ensi- navam em grupos ou de maneira individual. Ao elaborar sua obra, o autor não a propôs com o objetivo de ser discutida, mas sim de ser seguida, para responder aos novos desafios sociais,com essa obra Comênio não anunciou apenas uma didática, mas sim uma grande Didática (GASPARIN, 2010). Comênio foi o primeiro pensador a estabelecer o entendimento de que o conhe- cimento deveria ser de acesso para todos, criando assim regras e princípios sobre a forma de ensinar, ou seja, sobre a didática. Esse educador fundamentava suas ideias nos princípios da ética religiosa, mas mesmo assim, seus pensamentos eram inovadores para a época e se contrapunham aos ideais conservadores da nobreza, a qual exercia grande influência naquele período. Nesse contexto, o Latim era a língua oficial e muito utilizada para ensinar artes, ciências e demais línguas. Dessa maneira, Comênio propôs então que se fosse utilizada a língua pátria (no caso, o latim) para o ensino, pois naquele período os Estados Nacionais estavam se constituindo, “[...] a língua vernácula passou a ter uma importância fundamen- tal como identidade de um povo, como nova forma de manifestação da cultura, e como novo instrumento de comunicação no processo de ensino [...]” (GASPARIN, 2010, p. 23). No que diz respeito aos aspectos pedagógicos, a natureza e o estudo por meio da experimentação eram os princípios fundamentais que deveriam per- mear o processo educacional. Comênio acreditava que no processo educacional tanto de crianças quanto de adolescentes, as coisas deveriam ser ensinadas apenas uma de cada vez, pois ao ser ensinado várias coisas ao mesmo tempo, as crianças poderiam ficar confusas, e essa confusão dificultaria no processo de ensino e de aprendizagem. Assim, era preciso estabelecer uma ordem, e os conteúdos deveriam ser muito bem aprendi- dos para poder ser ensinados outros conteúdos, somente a partir de uma educação completamente organizada e ministrada com clareza é que outros conteúdos pode- riam ser ensinados às crianças e adolescentes. O pai da didática, acreditava que a indução e a experiência são princípios que mar- cariam a educação naquele momento, tanto como método geral de ensino, como também como método específico para ensino das ciências, da moral e da piedade. Vejam estudantes que o surgimento da didática teve origem fora do ambiente escolar, e foi proposta como forma de compreender as questões filosóficas, científi- cas, educacionais e metodológicas do período, e tornou-se, na escola uma resposta 11 UNIDADE A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica aos anseios e necessidades para a transmissão e assimilação dos novos conheci- mentos (GASPARIN, 2010). Apesar das grandes contribuições de Comênio ao campo educacional, e princi- palmente à Didática, desempenhando a instituição de método rápido e eficiente, assim como o anseio que Comênio demonstrava a fim de todos pudessem usufruir do conhecimento, bem como, apresentando ideias inovadoras para o período, algumas considerações críticas devem ser feitas. Embora, Comênio partisse da ob- servação e da experiência para ensinar, ainda utilizava-se o método de transmissão do ensino. O método transmissão-assimilação proposto por Comênio, consistia em ensinar tudo a todos, é o momento em que o professor ou professora passa a atender a um grande número de alunos, e deveria ser utilizado por todos para que se chegasse a equalização social. A partir desse método, Comênio propôs cinco passos para que ele fosse execu- tado: preparação do aluno, apresentação do conteúdo, assimilação do conte- údo, generalização e aplicação. Não podemos esquecer que este método seguia os pressupostos tradicionalistas da época em que foi criado. Comênio (2001) foi buscar nos pressupostos religiosos ações pertinentes para implementar a didática magna, ele ressaltou muito em sua obra que “[...] nunca será em vão o trabalho começado em nome do Senhor” (p. 30). O pai da didática ainda salienta a sua utilidade e que ela está baseada em retos princípios, como: • a ajuda de Deus para obter o resultado esperado; • os estudantes irão aprender como se estivessem jogando; • os professores não precisarão mais mudar de método para que o aluno aprenda. Para Libâneo (1994) por mais inovadores que sejam as ideias, sabemos que eles demoraram tempo para serem efetivadas na prática, no século em que Comênio viveu, bem como em alguns séculos seguintes ainda havia a predominância de práticas escolares da Idade Média: ensino intelectualista, verbalista e dogmático, memorização e repetição mecânica dos ensinamentos do professor, além de que nas escolas, assim como na Idade Média não havia lugar para as ideias dos alunos, muito menos para as experiências vividas por eles. A Igreja ainda continuava a exercer grande poder tanto na religião, como na vida social. Importante! A Reforma Protestante marcou o caráter revolucionário de luta conta o tipo de ensino que era transmitido pela Igreja Católica Medieval. Você Sabia? Vimos estudante que, Comênio é um dos principais pensadores e educadores no campo de desenvolvimento de uma Didáticaplanejada, sistematizada e com uma 12 13 intenção social. Porém, Comênio não foi o único, a constituição da Didática como uma disciplina que estuda os processos de ensino, contou com a participação de muitos outros autores da época que, cada um a sua maneira, contribuiu com ideias que ainda hoje embasam nossa prática de ensino em sala. É sobre esses autores que conversaremos no item a seguir. O educador tcheco João Amós Comenius ou Jan Amos Komenský, seu nome original, nas- ceu em 28 de março de 1592, na cidade de Uherský Brod (ou Nivnitz), na Moravia, região da Europa Central pertencente ao Reino da Boêmia (antiga Tcheco-Eslováquia). Seus pais Martinho e Ana, também eslavos, eram cristãos adeptos dos Irmãos Morávios, uma seita cuja história remonta aos tempos de Jan Huss, líder religioso muito popular no século XV, tendo sido padre, professor e reitor da Universidade de Praga. A seita dos Irmãos Morá- vios, organizada em 1467, era uma das mais rígidas em doutrina e conduta, destacando-se pelo extremado apego às Sagradas Escrituras, pela humildade e pela profunda piedade, impondo a seus seguidores vida austera, com preces diárias e leitura cotidiana da Bíblia. E diferentemente do costume da época, adotavam como língua literária o checo em vez do latim” (WALKER, 2001, s/p). Ex pl or Os Filósofos Pós-iluministas na Contribuição da Orientação Pedagógica para a Instrução de Crianças Sabemos estudante que, a história é dia- lética, está sempre em movimento, em pro- cesso de construção e transformação. Assim, com o passar do tempo o poder da nobreza e do clero que no século XVIII ainda era predo- minante, foi perdendo força e a burguesia se fortalecendo enquanto classe social, e lutando pela conquista do poder no campo político, econômico e cultural. Com o fortalecimento da burguesia frente a nobreza e ao clero, novas necessidades fo- ram surgindo no mundo da produção e dos negócios, ao passo que a necessidade de um ensino que contemplasse o desenvolvimento de capacidades para atender às tais necessi- dades também cresceram. Figura 2 – Jean Rousseau Fonte: Antonio Iván Santos González-Guerrero / 123RF 13 UNIDADE A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica Em meio a esse processo, um pensador chamado Jean Jacques Rousseau, bus- cou interpretar os anseios do período, propondo uma nova forma de ensinar, a qual se fundamentava nas reais necessisdades e interesses imediatos das crianças. Convido você a assistir o documentário sobre os Filósofos da Educação, abordando as características de Rousseau e suas contribuições para a didática. Disponível em: https://bit.ly/2VKnBuk. Ex pl or Rousseau ficou conhecido como o primeiro filósofo do Romantismo, por meio da publicação de seu livro “Contrato social”. Nessa obra, Rousseau defende a ideia de que o homem (ser humano) é inatamente bom e tem seu comportamento corrompido pela sociedade. Além desta obra genial, o pensador é autor de inú- meras obras, como: poesia, música e uma das mais notáveis autobiografias da literatura europeia. Outra obra, muito conhecida de Rousseau e de fundamental importância para educação é intitulada “Emílio”, na qual o autor explicita o caráter corruptor da sociedade. Entre as principais ideias disseminadas por Rousseau, podemos ressaltar a se- guinte: o ensino das crianças deve ser pautado em seus necessidade e inte- resses atuais, sendo que antes que lhe sejam ensinadas as ciências, sejam- -lhe despertados o interesse pelo estudo. Para o autor, a principal professor é a natureza, a experiências, os sentidos, pois é o contato com o mundo que a despertará seu interesse e consequentemente suas potencialidades naturais. Aqui a educação é compreendida como um “[...] processo natural, ela se fundamenta no desenvolvimento interno do aluno. As crianças são boas por natureza, elas têm uma tendência natural para se desenvolverem” (LIBÂNEO, 1994, p. 60). Apesar de ter formulado tais pensamentos e o reproduzido por meio de suas obras, Rousseau não os colocou em prática, tal tarefa, couber a outro pedagogo chamado Pestalozzi. Educador de origem Suíça, viveu entre os anos de 1746 à 1827, trabalhando do início ao fim de sua vida no campo educacional. Na perspec- tiva de Libâneo (1994, p. 60), o filósofo Pestalozzi, “[...] deu grande importância ao ensino como meio de educação e desenvolvimento das capacidades humanas, como cultivo do sentido, da mente e do caráter”. A utilização do método intuitivo também era uma das características de Pestalozzi, incentivando seus alunos a desenvolverem a capacidade de observação e de análise dos objetos, fundamentando-se nos fenômenos naturais e na linguagem para regis- tro das observações. Seu ensino era de caráter intelectual, e priorizava a psicologia como fonte de desenvolvimento do ensino. A partir das ideias elaboradas por Comênio, desenvolvidas por Rousseau e co- locadas em prática por Pestalozzi, muitos outros educadores foram influenciados. Dentre os mais importantes iremos conhecer Johann Friedrich Herbat, pedagogo de origem Alemã, viveu entre os anos de 1766 a 1841. Herbat é um dos principais 14 15 autores que influenciaram a pedagogia conservadora (tradicional), pedagogia esta que veremos mais profundamente nas próximas unidades. Libâneo (1994) esclarece que juntamente com a formulação dos objetivos da educação e da Pedagogia como ciência, Herbat realizou uma análise sobre o desenvolvimento do processo psicológico-didático de aquisição de conhecimentos, sob a direção do professor. Para esse autor, a finalidade da educação é a moral, a qual pode ser atingida por meio da educação. Educar o homem para Herbat consistia em instruí-lo “[...] para querer o bem, de modo que aprenda a comandar a si próprio [...]”. O professor assume um papel primodial, que sendo considerado um “arquiteto de mentes”. Cabe ao professor “[...] trazer à atenção dos alunos aquelas ideias que deseja que dominem suas men- tes. Controlando os interesses dos alunos, o professor vai construindo uma massa de ideias na mente, que por sua vez vão favorecer a acumulação de ideias na mente das crianças” (LIBÂNEO, 1994, p. 60). Os filósofos apresentados anteriormente, como: Rousseau e Pestalozzi busca- vam direcionar preceitos filosóficos capazes de modificar o processo de ensino e de aprendizagem; e não obstante, Herbat também busca desenvolver um método de ensino que fosse único e que estivesse de acordo com as leis psicológicas do conhe- cimento. Nesse contexto, o educador desenvolveu quatro passos a serem seguidos: • 1° passo: clareza. A preparação e apresentação da matéria deveria ser muito clara e completa; • 2° passo: associação. Relacionar as ideias antigas com as novas; • 3° passo: sistematização. Os conhecimentos deveriam ser sistematizados para se obter a generalização; • 4° passo: método. Referente ao uso de conhecimentos adquiridos por meio de exercícios. Posteriormente, esses passos foram mais desenvolvidos por educadores discípulos de Herbat, estando presentes ainda hoje nas práticas de ensino em sala de aula (LIBÂNEO, 1994). A contribuição de Herbat para o campo da didática pode ser apreendido na prática docente, pois o autor instigou a necessidade de que haja uma estruturação e uma ordenação no processo de ensino, ressaltou a importância da compreensão e não apenas da memorização dos conteúdos, e a necessidade da disciplina como característica fundamental para a formação do caráter. Estudamos até aqui, alguns dos principais autores que formularam o pensamen- to pedagógico europeu, o qual se espalhou por todo o mundo, chegando até ao Brasil e influenciando hoje – século XXI – nossas ações em sala de aula. As ideias dos autores estudados nesta aula estão presentes nas concepções pe- dagógicas e didáticas que estudaremosao longo da disciplina. Compreender o percurso da histórica da didática, desde a sua formulação como método sistematizado e intencional de ensino, foi importante para podermos en- 15 UNIDADE A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica tender a definição de Didática como técnica de ensino, definição esta utilizada lá no século XII, para então compará-la a definição que atualmente temos incorporado sobre o que é a Didática e quais são o seus objetivos, pois conforme veremos, é essa última definição que vem a atender nossas atuais necessidades enquanto professores. A Didática está inserida no conjunto de conhecimentos pedagógicos essenciais à formação docente, e por isso vamos estudá-la nesse item, como um dos ramos de estudo da Educação. Para isso fizemos a definição dos principais conceitos, neces- sários à compreensão do tema, ou seja, a própria Didática, o processo de ensino que é o objeto de estudo da Didática e a Educação. Princípios da Didática Vamos iniciar nossa discussão conversando sobre a Didática, como já vimos no item anterior, em cada momento da história essa temática ganhando significados e objetivos diferentes, a fim de, atender as demandas de determinado período. Mui- tos são os autores que conceituam a didática, cada um conforme sua corrente te- órica. Aqui utilizaremos três autores fundamentais para conceituar a Didática, que são: Libâneo, trabalhado anteriormente, Gasparin e uma teórica muito conhecida nessa área de estudos que é a Candau. Estes são autores contemporâneos, os quais têm contribuído de forma significativa para o campo da educação. Segundo Libâneo (1994), a ciência que estuda a práxis educativa, ou seja, a teoria e a prática da educação “[...] nos seus vínculos com a prática social global. Assim, sendo a Didática uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino tendo em vista as finalidades educa- cionais, que são sempre sociais, ela se fundamenta na Educação[...]” (LIBÂNEO, 1994, p. 85); é, assim, uma disciplina pedagógica. Dentro do campo educacional temos algumas disciplinas pedagógicas que se dividem em: teoria da escola, teoria da educação, organização do ensino e a Didá- tica como teoria do ensino. Visto que o objetivo principal de todo profissional que trabalha com a educação é o ensino, então a Didática ocupa um lugar central. Por muito tempo, a Didática foi concebida por uma perspectiva instrumental, abrangendo apenas um conjunto de conhecimentos técnicos, sobre o “como fa- zer”. Tratada de forma universal, a didática se desvinculava dos problemas refe- rentes aos objetivos da educação. Atualmente temos a visão da necessidade de superação dessa perspectiva técnica sobre a didática, estamos em um momento em que ultrapassar essa visão é fundamental, e para tal necessitamos, “[...] pensar a prática pedagógica concreta, articulada com a perspectiva de transformação social, que emergirá uma nova configuração para a Didática” (CANDAU, 2011, p. 14). A prática docente é fator integrante do processo educativo, pelo qual os in- divíduos são preparados para sua participação na vida social. Podemos dizer as- sim, que a Educação é um fenômeno social, portanto podemos considerá-la uma 16 17 atividade humana imprescindível a formação do homem e à existência da socieda- de. A Educação não é apenas uma exigência social, mas “[...] sim um processo que objetiva a promoção de conhecimentos e experiências culturais que proporcionam ao homem o convívio social” (LIBÂNEO, 1994, p. 17). O processo educativo é sempre social e politicamente contextualizado, sabemos, pois, que a educação não é neutra, ela é historicamente determinada, para se atin- gir, objetivos, exigências e ideologias de uma determinada classe social. Assim, a prática educativa é integrada nas relações sociais, no trabalho docente. Ela faz parte dos processos de organização social que são determinados por classes antagônicas. A prática social dos profissionais da educação, não é uma prática isolada que se re- duz somente ao que fazem. Pelo contrário, a prática social é sempre uma prática geral do grupo social ao qual o professor está inserido. Isso ocorre porque a totalidade social é sempre histórica e contraditória composta por elementos subjetivos e objetivos. Para Candau (2011) todo processo de ensino-aprendizagem é situado, assim a dimensão política é inerente a ele. O processo de ensino ocorre sempre numa cultura específica e é direcionado à pessoas que ocupam um lugar definido na or- ganização social em que estão inseridas. Assim, a dimensão político-social “[...] não é um aspecto do processo de ensino-aprendizagem. Ela impregna toda a prática pedagógica que, querendo ou não (não se trata de uma decisão voluntária) possui em si uma dimensão política” (CANDAU, 2011, p. 14). Sabemos que as finalidades da educação estão sempre subordinadas a interesses de determinadas classes sociais, devido a nossa forma de organização e produção social. Portanto, a prática educativa requer direcionamento, deve ser orientada sobre suas finalidades e meios para sua realização, de acordo com a concepção de homem e de sociedade que se quer formar. Cabe então a Educação tal tarefa, sendo esta considerada a práxis educativa, ou seja, como a teoria e a prática do processo educativo. A Educação tornou-se assim “[...] um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista prepará-los para as tarefas da vida social” (LIBÂNEO, 1994, p. 24). Nesse contexto, a Didática se enquadra no principal ramo de estudos da educa- ção, pois como já vimos a Didática estuda os processos de ensino, que fazem parte da Educação, que por sua vez é Estudada pelas Licenciaturas. A Didática, conforme explica Libâneo (1994, p. 25-26) investiga os fundamentos, as condições e o modo de realização do ensino, cabe a ela [...] converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensi- no, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabele- cer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvol- vimento da capacidade dos alunos. 17 UNIDADE A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica Há que se estabelecer uma diferenciação entre a Didática, e as metodologias específicas de ensino. A Didática diz respeito à teoria geral do ensino. As meto- dologias específicas estão articuladas à Didática, mas referem-se aos métodos e conteúdos próprios de cada matéria. A Didática em consonância com a Pedagogia generaliza os processos e métodos de ensino que são obtidos pelas metodologias específicas, os quais fundamentam o ensino e a prática docente. A Didática é uma disciplina de extrema importância para nós professores, pois compreender o “como ensinar” pressupõe compreender que a escola, na busca por cumprir sua função social e pedagógica, organiza, desenvolve e avalia os elemen- tos (aluno-professor-conteúdo-recursos) envolvidos no processo educativo. Esses elementos, na perspectiva de Damis (2006, p. 30) “[...] expressam e sistematizam as condições e necessidades predominantes na realidade, direciona o aluno, ao ser levado a estabelecer relações entre um conhecimento específico e a realidade natural e social mais ampla [...]”. Por meio do saber transmitido, o aluno acaba por adquirir à compreensão de mundo, habilidades e valores necessários a vida social. Compreender a Didática de um ponto de vista dialético é entender que ação da escola para a formação do aluno, possui uma finalidade social determinada, possui significados que vão além da operacionalização do ensino, pois o ensino tem por objetivo preparar o aluno para a vida social, a qual é marcada por determinaçõese condições de uma prática social mais ampla. Destarte, a Didática deve ser enten- dida não apenas do ponto de vista técnico, mas sim como um movimento amplo que sistematiza o ensino, objetivando adaptar o homem a determinada sociedade (DAMIS, 2006). Atualmente – século XXI – devemos nos fundamentar na concepção de que a Didática se constitui enquanto forma e conteúdo, ela é fundamental para que pos- samos compreender e analisar as relações que se estabelecer entre a sociedade e a escola, relação está que ocorre por meio do ensino. O professor ao definir sua forma de ensinar, institui também um conteúdo implícito a sua ação pedagógica. Nesse relação conteúdo e forma, o professor desenvolve o ensino de forma crítica e contextualizada, superando a perspectiva técnica sobre a didática. Assim, compreendemos que a Didática é um processo teórico-metodológico imprescindível à prática e formação do professor. Elaboramos um infográfico que busca resumir tudo aquilo que discutimos ao longo dessa aula, apresentamos nele conceitos essenciais que resumem os pressu- postos teóricos discutidos aqui nesta aula. Apresentamos quatro conceitos que são indispensáveis para se compreender o processo de desenvolvimento da didática, tendo em vista que a arte de ensinar é algo intrínseco da prática docente e na or- ganização do trabalho docente. 18 19 Didática signi�ca arte de ensinar, acerca desta arte, desde há pouco tempo, alguns homens eminentes, tocados de piedade pelos alunos condenados a rebolar o rochedo de Sísifo, puseram-se a fazer investigações, com resultados diferentes. A Didática é o método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar rapidamente, ou seja, sem nenhum enfado e sem nenhum aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para uns e para outros. (COMENIUS, 2001, p. 13) A motivação é intrínseca quando se trata de objetivos internos, como a satisfação de necessidades orgânicas ou sociais, a curiosidade, a aspiração pelo conhecimento; é extrínseca, quando a ação da criança é estimulada de fora, como as exigências da escola, a expectativa de benefícios sociais que o estudo pode trazer, a estimulação da família, do professor ou dos demais colegas. (LIBÂNEO, 1994, p. 88) Ela [a aula] é feita de prévias e planejadas escolhas de caminhos, que são diversos do ponto de vista dos métodos e técnicas de ensino; [...] também se constrói, em sua operacionalização, por percalços, que implicam correções de rota na ordem didática, bem como mudanças de rumo; [...] está sujeita a improvisos, porque não foram previstos, mas não pode constituir-se por improvisações. (ARAUJO, 2008, p.60-62) Nas últimas décadas �zeram-se muitas pesquisas sobre o conhecimento pro�ssional dos professores. Sabemos que di�cilmente o conhecimento pedagógico básico tem um caráter muito especializado, já que o conhecimento pedagógico especializado está estreitamente ligado à ação, fazendo com que uma parte de tal conhecimento seja prático, adquirido a partir de experiência que proporciona informação constante processada na atividade pro�ssional. A formação inicial deve fornecer base para se adquirir esses conhecimentos especializados (IMBERNÓN, 2011, p. 60). “O projeto pedagógico não é um conjunto de planos e projetos de professores, nem somente um documento que trata das diretrizes pedagógicas da instituição educativa, mas um produto especí�co que re�ete a realidade da escola, situada em um contexto mais amplo que a in�uência e que pode ser por ela in�uenciado". Portanto, trata-se de um instrumento que permite clari�car a ação educativa da instituição educacional em sua totalidade. O projeto pedagógico tem como propósito a explicitação dos fundamentos teóricos-metodológicos, dos objetivos, do tipo de organização e das formas de implementação e de avaliação institucional.” (Veiga (1998, p. 11- 113) À primeira vista, parece que os professores perderam suas funções de transmissores e construtores de conhecimentos. As profundas mudanças que se estão processando na sociedade dão a impressão de que eles são dispensáveis e podem ser substituídos por computadores e outros equipamentos tecnológicos, por meio dos quais o educando adquire conhecimentos. Todavia, quando se buscam mudanças efetivas na sala de aula e na sociedade, de imediato se pensa no mestre tanto do ponto de vista didático-pedagógico quanto político. Não se dispensam as tecnologias, pelo contrário, exige-se, cada vez mais, sua presença na escola, mas como meios auxiliares e não como substitutos dos professores. (GASPARIN, 2005, p.1) Didática Processo Ensino e Aprendizagem Projeto Político Pedagógico e participação docente Planejamento e Prática Docente II: plano de ensino e plano de aula Saberes necessários a prática docente Planejamento e Prática Docente I Figura 3 – O processo de desenvolvimento da Didática Fonte: Acervo do Conteudista O infográfico apresentado nos possibilita verificar que a didática é o caminho fundamental para se compreender o processo da prática docente, logo compreen- der seus conceitos a partir de teóricos que são especialistas na área contribui para a formação do profissional da educação. E assim, finalizamos nossos estudos demonstrando que, Comênio ao elaborar uma teoria clássica para abarcar o processo de ensino modificou a forma de ensi- nar através dos tempos, sua luta foi para que todos tivessem acesso aos conheci- mentos historicamente construídos pela humanidade. E, os filósofos posteriores ao pai da didática, contribuíram de maneira significativa para que os fundamentos do processo de ensino abarcassem instrumentos teóricos e pedagógicos para orientar a instrução da criança, e como a teoria precede a prática, é visível que as relações apresentadas a partir da filosofia modificaram a arte de ensinar nas escolas até os dias atuais. 19 UNIDADE A Didática e sua Relação com a Educação: uma Análise Histórica e Filosófica Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Didática: velhos e novos temas O livro organizado pelo renomado teórico Libâneo reúne uma coletânea de textos que se tornaram relevantes sobre as discussões que envolvem a didática. São textos para nos fazer pensar sobre o processo de construção e materialização da didática. Repensando a Didática O livro de Veiga visa pensar e repensar o papel da didática e a sua importância na formação inicial e continuada de professores, a intenção da autora é estimular a busca por uma didática que de fato concretize a prática pedagógica. Filmes Nenhum a Menos O filme intitulado Nenhum a menos acontece em uma aldeia no vilarejo de Shuiquan, a história baseia-se na vida de um professor da escola primária que precisa afastar-se da docência por um tempo, e a única pessoa que poderá substituí-lo é uma jovem de 13 anos de idade. A jovem sem nenhuma experiência irá enfrentar inúmeros desafios para cumprir com o propósito de lecionar para seus alunos, até que o pequeno Zhang deixa a aldeia e caminha rumo a cidade para buscar trabalho, e a pequena professora, determinada em sua função vai atrás de seu aluno a fim de trazê-lo para os braços da escola. Leitura Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa O livro de Paulo Freire visa demonstrar aos profissionais da educação a importância da rigorosidade metódica, da pesquisa, da estética e da ética na educação. O autor ainda ressalta que, ensinar esta para além da transferência de conhecimento é uma ação que exige apreensão da realidade, pois o ensino é uma especificidade humana.https://bit.ly/2rd9Bru 20 21 Referências BARADEL, C. de B. Didática: contribuições teóricas e concepções de professo- res. Bauru, 2007. Disponível em: <http://www.fc.unesp.br/upload/pedagogia/ TCC%20Carina%20Baradel%20-%20Final.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2019. CANDAU, V. M. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis: Vozes, 2011. DAMIS, O. T. Unidade didática: uma técnica para a organização do ensino e da aprendizagem. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Técnicas de ensino: novos tempos, no- vas configurações. Campinas: Papirus, 2006. GASPARIN, J. L. Processo histórico-cultural. In: ALTOÉ, A. Didática: processos de trabalho em sala de aula. Maringá: Eduem, 2010. p. 97-105. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. WALKER, D. Comenius: o criador da didática moderna. Juazeiro do Norte: HB Editora, 2001. 21
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