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1.11.ET.Norma ISO IATF 16949 (1)

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Ferramentas de 
Gestão 
Automobilística 
 
Prof. Leandro Cardoso da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
BLOCO 1. NORMA ISO IATF 16949 
Apresentação 
Alguns segmentos necessitam de ferramentas específicas para melhorarem seus 
processos de gestão e aumentarem sua competitividade. O setor automotivo é um 
deles! 
Montadoras como Ford, General Motors, Chrysler etc., no passado, integraram ideias e 
necessidades e, como em qualquer setor industrial, padronização e ferramentas de 
gestão específicas para o segmento passaram a ser uma obsessão. 
Derivando da ISO 9000, a ISO IATF 16949 tem o objetivo de padronizar e trazer 
qualidade ao setor automotivo, levando fornecedores e montadoras do segmento a se 
adequarem a padrões preestabelecidos na produção de seus componentes e, com isso, 
aumentarem sua competitividade no mercado. 
É o que veremos neste bloco. Bons Estudos! 
 
1.1 Conceito IATF 16949 
Uma empresa que obtém a certificação ISO IATF 16949 está habilitada a desenvolver 
produtos para montadoras e empresas do setor automotivo. Essa certificação na área 
automobilística traz grande competitividade e avanço às empresas, pois permite 
desenvolvimento local de produtos específicos ou não de um determinado projeto. 
Diretrizes e processos específicos ao segmento foram desenvolvidos para garantir a 
qualidade do sistema de gestão e também garantir ao cliente o maior nível de 
confiabilidade possível, padronizando, por meio dessa norma, aquilo que se espera do 
sistema de gestão do produto, gestão da qualidade e gestão da manufatura. 
Os requisitos específicos do cliente passam a ser a base primária para a condução do 
processo de desenvolvimento como também da gestão do produto e processo, 
contemplando especificidades e exigências a serem consideradas durante esse 
desenvolvimento. Não há uma regra nesses requisitos, de modo que cada cliente trata 
suas particularidades e exigências de acordo com normas e metodologias internas. 
Assim como qualquer metodologia, norma e especificação, os requisitos específicos 
passam por evoluções de acordo com o tempo, acompanhadas de lições aprendidas, 
 
 
 
3 
 
desenvolvimento e pesquisa, novas tecnologias e exigências do mercado. Ou seja, os 
requisitos específicos do cliente podem mudar a cada desenvolvimento de um novo 
produto, por exemplo: 
a) Adoção de uma norma de tolerâncias gerais para cotas geométricas de 
produtos sem tolerância. Exemplo: ISO 2768. 
b) Adoção de tolerância fixa para cotas geométricas de produtos sem tolerância. 
Exemplo: X ± 0,2 mm, onde X será o valor da cota sem tolerância. 
c) Simplesmente não ter nenhuma especificação referente ao tema, ficando a 
cargo do fornecedor decidir a melhor opção e validá-la junto ao cliente. 
 
Figura 1: Desenho técnico de coxim do radiador ‒ Corte A-A 
Fonte: autor. 
 
Vamos agora definir em mais detalhes os exemplos apresentados anteriormente: 
a) 22,5 ± 0,1 mm conforme ISO 2768 definido nos requisitos específicos do 
cliente. 
b) 22,5 ± 0,2 mm conforme requisitos específicos de tolerância fixa. 
c) 22,5 ± 0,3 mm definido pelo fornecedor e validado pelo cliente por não haver 
especificação ou exigência nos requisitos específicos do cliente. 
 
Como podemos ver pelos exemplos, a norma ISO IATF 16949 coloca o cliente como 
protagonista de todo o processo do sistema de gestão, buscando incessantemente a 
melhoria contínua para promover a qualidade no processo. A própria norma aborda a 
 
 
 
4 
 
importância da melhoria contínua nas etapas da gestão da qualidade, pois 
considerando as etapas de “entrada – processamento – saída”, fica mais fácil controlar 
o processo de desenvolvimento do produto segundo a abordagem do processo. 
Em outras palavras, quando temos a abordagem do processo aplicada ao sistema de 
gestão da qualidade, temos enfatizada a importância: 
 do entendimento e atendimento dos requisitos; 
 da necessidade de considerar os processos em termos de valor agregado; 
 da obtenção de resultados de desempenho e eficácia de processo; 
 da melhoria contínua de processos baseada em medições objetivas. 
 
De maneira direta, a norma utiliza o modelo de um sistema de gestão da qualidade 
que trata suas etapas de acordo com o ciclo PDCA (do inglês: PLAN – Planejar, DO – 
Executar, CHECK – Avaliar, ACT ou Adjust – Corrigir). 
 
Figura 2: Modelo de Sistema de Gestão da Qualidade baseado em processo. 
Fonte: autor. 
 
 
 
 
5 
 
 
1.2 Sistema de Gestão da Qualidade – ISO IATF 16949 
A ISO IATF 16949 utiliza a ISO 9001 como base para construção de suas exigências. Os 
requisitos gerais definem que a organização deve estabelecer, documentar, 
implementar e manter um sistema de qualidade, devendo: 
 determinar os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade; 
 determinar interação e sequência desses processos; 
 determinar critérios, métodos e controles para garantir a eficácia dos 
processos; 
 monitorar, medir e analisar os processos; 
 gerar planos de ação para atingir os resultados planejados, garantindo a 
melhoria contínua desses processos. 
Para comprovar a gestão de maneira mais específica, surgem algumas necessidades 
para justificar o respeito aos requisitos. Veremos isso em detalhes na sequência. 
 
1.2.1 Requisito de documentação 
O Sistema de Gestão da Qualidade deve realizar diversas comprovações e controles. 
Dentre eles é necessário definir, nos padrões da Qualidade, as documentações 
pertinentes para garantir e desenvolver cada necessidade de gestão e comprovação do 
Sistema de Gestão da Qualidade. 
Alguns documentos são normalizados e obrigatórios; outros são desenvolvidos para 
assegurar e registrar o planejamento, assim como alguns documentos são 
desenvolvidos sem obrigatoriedade de apresentação à certificação da norma, sendo 
somente necessária a organização para fazer gestão de processos e controle. A ISO 
IATF 16949 certifica que a documentação do sistema de gestão da qualidade deve 
incluir: 
 declarações documentadas de uma política da qualidade e dos objetivos da 
qualidade; 
 manual da qualidade; 
 procedimentos documentados e registros requeridos pela norma ISO 16949; 
 
 
 
6 
 
 documentos, incluindo registros determinados pela organização como 
necessários para assegurar o planejamento, a operação e o controle eficazes de 
seus processos. 
Além de apresentados no período de certificação, esses documentos são de extrema 
importância para o sistema de gestão da qualidade, devendo estar sempre atualizados 
e fazer parte da discussão e retroalimentação contínua da melhoria dos processos da 
organização. 
 
1.2.2 Manual da qualidade 
O manual da qualidade tem a função de estabelecer as diretrizes básicas para a eficaz 
implementação dos elementos dos Sistemas de Gestão da Qualidade de qualquer 
organização, de acordo com os requisitos estabelecidos pela norma ISO 9001, ISO 
14001 e a especificação técnica ISO IATF 16949. 
O manual da qualidade tem o principal objetivo de identificar os processos 
operacionais e de apoio da organização, suas interfaces e relacionamento com o 
cliente e, através do sistema de gestão, definir as formas, procedimentos, 
documentação e normas para medir e monitorar os processos que vão garantir a 
qualidade esperada pelo cliente. Para isso, a norma ISO IATF 16949 determina que a 
organização deve estabelecer e manter um manual de qualidade que inclua: 
 o escopo do sistema de gestão da qualidade, incluindo detalhes e justificativas 
para quaisquer exclusões; 
 os procedimentos documentados estabelecidos para o sistema de gestão da 
qualidade, ou referências a eles; 
 uma descrição da interação entre os processos do sistema de gestão da 
qualidade. 
 
1.2.3 Controle de documentos 
De acordo com a ISO IATF 16949, um procedimento deve ser construído e validado na 
organização para disseminar a metodologia e forma de controle dos documentos. Esse 
procedimentovisa estabelecer metodologias de controle para aprovação, reprovação, 
localização etc., conforme previsto na norma: 
 
 
 
7 
 
 aprovar documentos quanto à sua adequação, antes da sua emissão; 
 analisar criticamente, atualizar ‒ quando necessário ‒ e reaprovar documentos; 
 assegurar que as versões pertinentes de documentos aplicáveis estejam 
disponíveis nos locais de uso; 
 assegurar que os documentos permaneçam legíveis e prontamente 
identificáveis; 
 assegurar que documentos de origem externa determinados pela organização 
como necessários para planejamento e operação do sistema de gestão da 
qualidade sejam identificados e que sua distribuição seja controlada; 
 evitar o uso não pretendido de documentos obsoletos e aplicar identificação 
adequada nos casos em que eles forem retidos por qualquer propósito. 
 
1.2.4 Controle de registros 
Este item trata especificamente do procedimento que deve ser adotado pela 
organização para promover a evidência de conformidade com os requisitos da norma e 
operações estabelecidas pelo sistema de gestão da qualidade. Esse procedimento diz 
respeito à identificação, armazenamento, proteção, recuperação, retenção e 
disposição dos registros. 
De maneira imperativa, o controle de registros também deve tratar os procedimentos 
e processos para descarte de documentos envolvidos nas operações de controle de 
registros e qualquer outro que precise ser arquivado fisicamente ou eletronicamente. 
Alguns desenvolvimentos de novos produtos demandam documentos próprios dos 
clientes como requisitos de produto e/ou processo; esses documentos devem ser 
inclusos nos controles dos registros para garantir as devidas evidências e 
conformidades dos requisitos específicos daquele cliente em especial. 
 
1.3 Gestão de Recursos 
A gestão de recursos é uma das partes mais importantes e complexas de tratativa da 
norma ISO IATF 16949, pois é nessa etapa que a organização formaliza a infraestrutura 
necessária para cumprir com os requisitos específicos do cliente, garantindo assim 
 
 
 
8 
 
recursos humanos, infraestrutura e ambiente de trabalho. Vamos explicar cada um 
desses itens. 
 
1.3.1 Recursos humanos 
Os recursos humanos envolvem: 
 Competências, conscientização e treinamento: este tópico trata uma grande 
especificidade do setor; devido à grande tecnologia, muitas competências 
precisam ser desenvolvidas para exercer determinadas atividades, como por 
exemplo, especialista em arquitetura veicular. 
 Habilidades para o projeto do produto: algumas habilidades para projetar 
determinados produtos pertencentes ao segmento da empresa precisam ser 
comprovadas através de estímulos internos. 
 Treinamento: em auditorias, muitas vezes é solicitada a comprovação de 
treinamentos realizados na empresa; isso pode ser interno ou externo. Todas 
as funções da empresa envolvidas diretamente no desenvolvimento do 
produto devem estar detalhadas com suas respectivas necessidades de 
treinamento anual (treinamento ou reciclagem). 
 Motivação e atribuição de poder ao funcionário: principalmente para os 
gestores do projeto, são analisadas a autonomia para tomada de decisão e 
gestão do projeto; a cobrança sobre a participação da autogestão no processo 
é muito grande, assim como incentivos não financeiros para programas de 
motivação da organização. 
 
1.3.2 Infraestrutura 
Fazem parte da infraestrutura: 
 Planejamento da planta, instalações e equipamentos: os requisitos específicos 
do cliente deixam claras as exigências do produto, mas não especificam a 
organização, como deve ser o layout e nem os equipamentos e máquinas a 
serem obtidos; todas essas questões devem ser propostas pelo fornecedor e 
validadas pelo cliente, a fim de estarem em conformidade com os requisitos 
tanto do cliente quanto do produto. 
 
 
 
9 
 
 Planos de contingência: as organizações possuem adversidades em seus 
processos e estruturas, que necessitam do plano de contingência; nada mais é 
do que um plano formalizado pela organização, descrevendo as ações que 
deverão ser desencadeadas diante de perdas, danos e desastres, sejam de 
ordem pessoal ou patrimonial. 
 
1.3.3 Ambiente de trabalho 
Devem estar presentes no ambiente de trabalho: 
 Segurança do pessoal para obter a conformidade com os requisitos do produto: 
compreende estudos de segurança no trabalho para os processos a serem 
desenvolvidos, tais como ergonomia, segurança, ruído, dentre outros; essas 
questões precisam ser comprovadas não somente para o processo do produto, 
como também para a segurança pessoal dos funcionários. 
 Limpeza do local: este requisito é fortemente derivado da ISO 9001; para 
alguns segmentos industriais, é muito mais do que manter o ambiente limpo. É 
livrar o produto e as pessoas de possíveis contaminações ou degradações. 
 
1.4 Planejamento do Produto e Processo 
O planejamento do produto e processo é a etapa da norma ISO IATF 16949 mais 
complexa e fortemente observada nas certificações. Este tópico visa demonstrar o 
quanto o planejamento do produto e processo precisa ser consistente. A identidade da 
organização demonstra-se muito presente nesta etapa, porém, de acordo com a 
norma, os requisitos específicos do cliente devem ser levados em consideração. 
A norma estabelece que algumas determinações devem ser consideradas ao planejar o 
produto e processo: 
 objetivos da qualidade e requisitos para o produto: 
o Baseadas em seu rico e abrangente histórico de qualidade, as 
montadoras possuem bancos de dados que permitem, uma vez eleitos 
seus fornecedores de componentes, a correta e sistêmica definição de 
seus objetivos de qualidade e requisitos dos clientes, visando à melhoria 
contínua do que já foi desenvolvido em projetos anteriores. 
 
 
 
10 
 
 necessidade de estabelecer processos e documentos e prover recursos 
específicos para o produto: 
o O próprio histórico de desenvolvimento de novos produtos na indústria 
automotiva demonstra forte tendência a não repetir processos de 
desenvolvimento de seus produtos. Isso porque a melhoria contínua 
embasa o processo. Assim, na busca incessante por melhorar seus 
produtos e processos, as indústrias se modernizam com novas 
tecnologias e/ou redução de custo de produção. 
o Nem sempre isso é contínuo, pois em muitos casos, componentes de 
projetos anteriores são reaproveitados por motivos de funcionalidade, 
custo, tecnologia e histórico de qualidade. Para produtos e processos 
como esses continuarem existindo, a justificativa deve estar embasada 
em requisitos internos dos clientes, de modo que sua permanência seja 
deferida. 
 verificação, validação, monitoramento, medição, inspeção e atividades de 
ensaio requerido, específico para o produto, bem como critérios para a 
aceitação do produto: 
o Estas determinações geralmente estão bem especificadas nos requisitos 
do cliente, seja em um documento enviado (requisitos específicos do 
cliente) ou no próprio desenho do produto, em forma de notas. Através 
de normas ou especificações, são informados os requisitos que validam 
a concepção do produto. Veja a seguir o exemplo de um desenho 
técnico de uma guarnição de borracha de perfil de porta: do lado 
direito, temos notas especificando exigências do material (borracha ‒ 
compact rubber ‒ conforme norma STD 1223.14): 
 
 
 
11 
 
 
Figura 3: Desenho técnico – Exemplo de especificação de exigências no Perfil 
Extrudado. 
Fonte: autor. 
 
 registros necessários para fornecer evidência de que os processos de realização 
e o produto resultante atendem aos requisitos. 
o Este ponto exige muita atenção e cautela; registros e evidências 
demandados pela norma são processos longos que são consequências 
de documentos que registram os procedimentos feitos para realização 
de atividades pertinentes do desenvolvimento do produto e processo. 
o Desde o recebimento dos requisitos específicos do cliente e autorizaçãopara desenvolver um produto até a validação da produção, há diversas 
etapas que precisam garantir a qualidade do desenvolvimento do 
 
 
 
12 
 
produto, conforme o planejamento e datas afixadas para entrega de 
amostras e peças manufaturadas. 
o Algumas metodologias foram desenvolvidas para garantir a qualidade 
dos processos e documentos, e melhorar a gestão do desenvolvimento 
do produto. Essas metodologias foram aceitas pelo mercado 
automotivo para uniformizar a maneira de desenvolver e planejar 
produtos e processos. As montadoras e fornecedores automotivos que 
possuem particularidades ou requisitos específicos diferentes dos 
empregados nas metodologias do APQP (Planejamento Avançado da 
Qualidade do Produto) e PPAP (Processo de Aprovação de Peças de 
Produção) registram em seus requisitos específicos suas necessidades 
para serem tratadas e inclusas no processo de desenvolvimento do 
produto e processo. Essas ferramentas serão abordadas nesta disciplina 
no devido momento. 
 
Outras questões também devem ser consideradas no processo de desenvolvimento do 
produto e processo. A seguir, descreveremos brevemente algumas delas: 
 critérios de aceitação: 
o Os critérios de aceitação de um produto podem se resumir somente às 
especificações existentes no acervo técnico de normas e 
procedimentos, mas também podem se estender a critérios contidos 
nos requisitos específicos do cliente, como por exemplo, a embalagem 
para transporte e entrega; o não cumprimento dessa exigência pode 
caracterizar que o produto sofreu possíveis danos no transporte, 
estando não conforme para o recebimento. 
o Critérios de recebimento para assegurar a qualidade são muito comuns, 
como por exemplo, aprovação por amostragem, atributo, zero defeito 
etc. 
 confidencialidade: 
o A confidencialidade é um item muito preocupante e importante, 
geralmente contratualizado entre as partes, ou seja, assegurar 
 
 
 
13 
 
especificações de engenharia e características do produto torna as 
empresas extremamente competitivas com o lançamento de seus 
produtos. Esse requisito na automobilística é fundamental, pois 
componentes automotivos trazem novas tecnologias dotadas de 
empenho e desenvolvimento de pesquisa. Com a concorrência 
extremamente canibalizada no setor, despontar com uma tecnologia 
com seis meses de antecipação em relação ao concorrente pode 
representar o aumento do número de vendas, elevando o faturamento 
da empresa por um determinado período. 
 controle de alteração: 
o Com um processo extenso e cheio de controles e documentos para 
garantir a qualidade do desenvolvimento e cumprimento de prazos, as 
alterações passam a ser controladas durante todo o processo, o que 
significa que, desde a autorização do desenvolvimento até a validação 
do processo produtivo, todos os documentos envolvidos devem ter 
controle de alteração. 
o A importância desse controle é que junto com modificações, erros e 
acertos, o histórico do desenvolvimento do produto acaba criando uma 
identidade cercada de registros, sendo parâmetro para mostrar o que 
foi feito para pessoas que futuramente possam trabalhar com esse 
produto e, porventura, não tenham participado de seu 
desenvolvimento, deixando todo o histórico disponível para quem 
queira ou precise conhecê-lo. 
o Podemos usar como exemplo os próprios desenhos técnicos que, 
sempre que passam por ajustes, modificações, adaptações etc., têm seu 
registro na tabela de revisões, juntamente com a motivação da 
modificação. 
 
 
 
 
14 
 
 
Figura 4: Desenho técnico ‒ Exemplo de controle de alteração em desenhos. 
Fonte: autor. 
 
 características especiais definidas pelo cliente: 
o Este item demanda muita atenção já que tais características especiais 
muitas vezes são medidas geométricas que irão exigir controles 
estatísticos de medição para comprovar que o processo de fabricação 
está controlado, como também podem exigir equipamentos ou ensaios 
 
 
 
15 
 
para comprovar sua conformidade. Esses itens precisam ser 
minuciosamente identificados e verificados, pois, em caso de exigência 
de novos equipamentos para medição ou controle, serão necessários 
novos investimentos, mudando totalmente a oferta comercial a ser feita 
ao cliente. 
o Em caso de dúvida, o cliente deve ser acionado e uma reunião prévia 
para sanar as dúvidas deverá ser marcada, com todos os pontos 
registrados em uma ata de reunião. 
o Segue o exemplo de uma característica especial solicitada para controle, 
conforme requisitos específicos do cliente. 
 
Figura 5: Desenho técnico – Exemplo de característica especial na Mangueira para 
bocal de combustível. 
Fonte: autor. 
 
 
 
 
 
16 
 
o Conforme demonstrado no exemplo anterior, o controle das medidas 
de ø48+0-0,6 mm, dureza de 75±5 shore A (medida de dureza) e isenção 
de falhas, rebarbas e bolhas, dentro do universo dimensional, são fáceis 
de serem controladas, e seus controles são introduzidos no processo 
produtivo; porém, a resistência à pressão e à permeabilidade, nesse 
caso, demandam equipamentos específicos a serem desenvolvidos para 
esse produto, que deverá ser previsto na gestão de recursos, conforme 
abordado no item 1.3. 
 viabilidade de manufatura pela organização: 
o A viabilidade de manufatura exige uma análise detalhada e criteriosa 
sobre os riscos em produzir o produto em questão, desde os riscos na 
manufatura do produto até riscos pertinentes a investimentos, pois 
dependendo dos tipos de equipamentos, contamos somente com 
produtos importados feitos sob encomenda que, além de grande tempo 
para fabricação da máquina, equipamento ou ferramental em questão, 
ainda exige tempo de transporte. 
 comunicação com cliente: 
o A norma recomenda uma comunicação constante entre todas as fases 
do desenvolvimento do produto, priorizando: 
a) Informações sobre o produto; 
b) Tratamento de consultas, contratos ou pedidos, incluindo 
emendas; 
c) Realimentação do cliente, incluindo suas reclamações. 
o Estas animações feitas durante o desenvolvimento podem ser 
registradas de diversas formas; a mais popular e tradicional seria a ATA 
de reunião de desenvolvimento do produto. 
 Projeto e desenvolvimento: 
o O principal e mais complexo tópico envolve o planejamento do 
desenvolvimento do produto. Muito mais que um cronograma, é fazer 
previsão de recursos, desde pessoas a máquinas e equipamentos. 
Dependendo do segmento de atuação da organização, prever recursos é 
 
 
 
17 
 
a fase de maior complexidade. Um exemplo são as indústrias que 
contemplam, em seus processos, a robotização para ganho de 
produtividade e confiabilidade; qualquer dimensionamento malfeito 
poderá acarretar sérios impactos. 
o Este item tem muitos desdobramentos, conforme a norma ISO IATF 
16949, e iremos aproveitar os Blocos 4 e 5 para detalharmos e 
demonstramos de forma aplicada o seu desdobramento. 
 
1.5 Mediação, Análise e Melhoria 
A norma deixa clara a preocupação com o cliente, seus requisitos, mediação, análise e 
melhoria, e propõe que a organização deve planejar e implementar esses processos, 
para: 
 demonstrar a conformidade aos requisitos do produto; 
 assegurar a conformidade do sistema de gestão da qualidade; 
 melhorar continuamente a eficácia do sistema de gestão da qualidade. 
 
O monitoramento sobre a satisfação do cliente e a implementação de ferramentas 
para medir e controlar esse requisito passa a ser cada vez mais importante para novos 
desenvolvimentos. Os clientes têm implementado, em seu painel de fornecedores, 
programas de incentivo ao zero defeito, Just in time, entrega de protótipos na data 
planejada e produtividade em negociações comerciais; exemplos como esses 
alavancam a relação e desenvolvem parcerias baseadas na pontuação dos programas e 
no bom atendimento. 
Vista a situação, reinar em grandes montadoras e sistemistas no segmento automotivo 
é o desejo de qualquerindústria, portanto, esse item passa a ter grande importância 
dentro das organizações. Controlando, analisando e medindo é possível garantir boas 
participações nesse mercado tão competitivo. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
SAIBA MAIS 
A ISO IATF 16949: 2015 sofreu uma pequena modificação em 2016. A direção da 
empresa passa a assumir o papel principal na auditoria para certificação e 
recertificação ao sistema. Os auditores passam a olhar como a empresa está sendo 
dirigida e, quanto à direção, se está engajada e participa dos processos para que o 
sistema de gestão seja integrador e transversal. 
As certificações da ISO 9001 e ISO 16949 não podem estar paralelas às direções de 
negócios da empresa. Este vídeo demonstra as novas tendências de análise nas 
certificações da ISO 16949 desde 2016: 
https://www.youtube.com/watch?v=7ESxBpevcfk. 
 
Conclusão 
A norma ISO IATF 16949 deriva da norma ISO 9001, tratando especificidades do setor 
automotivo para indústrias que desejam se certificar e obter a autonomia para fazer 
desenvolvimentos locais. 
A participação do cliente nesse processo é simultânea e acontece em todas as fases, 
não significando que o cliente tenha responsabilidades de desenvolvimento do 
produto e processo, porém, de maneira indireta, suas necessidades devem estar 
traduzidas em seus requisitos, para que, assim, o processo ocorra de maneira 
homogênea e garanta a qualidade desejada. 
É fato que a gestão de recursos e de planejamento do produto e processo demanda 
grande energia e sinergia de ambos, tanto do cliente quanto do fornecedor, mas é 
evidente que é o fornecedor que estará responsável pelo desenvolvimento do 
produto, e este será contemplado com os trabalhos de prototipagem, industrialização, 
testes e todas as demais etapas que norteiam o seu desenvolvimento. Ao 
desdobrarmos todas as fases, deparamos com enormes trabalhos de concepção e 
controle. 
A norma parametriza as principais necessidades e direções para obtenção da 
qualidade do sistema de gestão. Nos próximos blocos, começaremos a imergir no 
desdobramento de ferramentas para aumentarmos nossa capacidade de gestão nesse 
https://www.youtube.com/watch?v=7ESxBpevcfk
 
 
 
19 
 
segmento e nos capacitarmos para atendermos a um dos maiores mercados do 
mundo. 
 
Referências Bibliográficas 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 9001:2008, 
Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro, 2008. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. ABNT NBR ISO/TS 16949:2010, 
Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos particulares para aplicação da ABNT 
NBR 2001:2008 para organizações de produção automotiva e peças de reposição 
pertinentes. Rio de Janeiro, 2010. 
ARNOSTI, J. C. M. NEUMANN, R. A.; COUTO, M. N.; LUGOBONI, L. F. ISO / TS 16949 - 
Ganhos e vantagens da certificação na indústria automobilística. XXXIII Encontro 
Nacional de Engenharia de Produção. Salvador, 2013.

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