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1 Pós-graduação - MBA Gestão Integrada em QSMS Daniela Assis de Oliveira Silva Implantação NBR ISO 9001:2015 Orientador: Prof. Cyro Rodrigues Barretto, M.Sc. Macaé - RJ 2021 2 Daniela Assis de Oliveira Silva Implantação NBR ISO 9001:2015 em empresas de pequeno porte Monografia apresentada como exigência do Curso de MBA na área de Gestão Integrada em QSMS da Universidade Católica de Petrópolis como requisito para obtenção do diploma. Aprovado em ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ Macaé -RJ 2021 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, por nunca terem medido esforços para me proporcionar um ensino de qualidade durante todo o meu período escolar. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela minha vida, e por me permitir ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo da realização deste trabalho. Aos amigos/familiares Carla Assis de Oliveira Silva e Luiz Carlos Silva, por todo o apoio e pela ajuda, que muito contribuíram para a realização deste trabalho. Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao longo do curso. A todos que participaram, direta ou indiretamente do desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, enriquecendo o meu processo de aprendizado. Às pessoas com quem convivi a longo desses anos de curso, que me incentivaram e que certamente tiveram impacto na minha formação acadêmica. 5 Qualidade é conformidade com requisitos. Philip Crosby 6 RESUMO Assis, Daniela Assis. Título: Implantação NBR ISO 9001:2015. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Católica de Petrópolis, Macaé, Rio de Janeiro, 2021. Nos últimos anos. houve uma grande busca por certificação pela ISO 9001:2015, o que exigiu implantação de Sistema de Gestão da Qualidade que auxiliem no gerenciamento dos processos e recursos, atualmente vivemos em um mundo preenchido de normas. Com a evolução, a competitividade e o surgimento de novas tecnologias têm obrigado as empresas em busca de novas formas de melhoria, para poderem alcançar um resultado desejado, mais eficiente e eficaz. As normas da ISO assumem um papel cada vez mais importante num mercado cada vez mais exigente, crescendo progressivamente e quase exponencialmente. Este trabalho tem como objetivo apresentar a implantação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), a fim de adequar o seu Sistema para alcançar a certificação de acordo com os requisitos solicitados pela norma e apontar, as vantagens adquiridas em se adotar um SGQ dentro das empresas, e como agregam positivamente no processo de desenvolvimento, elevação do nível de maturidade e consciência em gestão. Palavras-chave: Sistema de gestão da qualidade. SGQ. ISO 9001:2015. Implantação. Requisitos. 7 ABSTRACT In the last years. there was a great search for certification by ISO 9001: 2015, which required the implementation of a Quality Management System to assist in the management of processes and resources, currently we live in a world full of standards. With evolution, competitiveness and the emergence of new technologies have forced companies in search of new ways of improvement, in order to achieve a desired, more efficient and effective result. ISO standards assume an increasingly important role in an increasingly demanding market, growing progressively and almost exponentially. This work aims to present the implementation of the Quality Management System (QMS), in order to adapt its System to achieve certification in accordance with the requirements requested by the standard and point out the advantages acquired in adopting a QMS within the companies, and how they add positively in the development process, raising the level of maturity and awareness in management. Keywords: Quality Management System. QMS. ISO 9001: 2015. Implantation. Requirements. 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Tipos de certificações adotas pelo mercado Quadro 2 - Benefícios das motivações internas e externas da ISO 9001 Quadro 3 - Diferenças ISO 9001:2018 x ISO 9001:2015 Quadro 4 - Norma ISO 9000 e as suas séries. Quadro 5 - Princípios da Qualidade 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Espiral do progresso na qualidade Figura 2 – Representação Esquemática dos Elementos de um único Processo Figura 3 - Era da qualidade Figura 4 - Sistema de gestão estabelecido pela ISO 9001 Figura 5 - História das normas do Sistema de gestão da qualidade Figura 6 - Logo ISO Figura 7 - Membros ISO Figura 8 - Período de Transição Figura 9 - ISO 9001 – Versão 2008 e Versão 2015 Figura 10 - Compreensão Versão 2008 e Versão 2015 Figura 11 - Requisitos Versão 2008 e Versão 2015 Figura 12 - Grau de Mudança Figura 13 - ISO 9001 Figura 14 - Revisões ISO 9001 Figura 15 - Estruturação da pesquisa 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Certificações ISO 9001:2015 Sistema de gestão da Qualidade no Brasil em 2019 Tabela 2 - Certificações ISO 9001:2015 Sistema de gestão da Qualidade mundial em 2019 11 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica ANSI American National Standards Institute BRC British Retail Consortium BS British Standard CMM Capability Maturity Model ou Modelo de Maturidade em Capacitação CMMI Capability Maturity Model Integration DIN Deutsches Institut für Normung e.V HACCP Hazard Analysis and Critical Control Point IATF International Automotive Task Force IANORQ Interna Instituto Angolano de Normalização e Qualidade INNOQ Instituto Nacional de Normalização e Qualidade IPQ Instituto Português da Qualidade ISO International Organization for Standardization Normalização NBR Normas Brasileira OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series PDCA Plan-Do-Check-Act QSMS Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde SGQ Sistema de Gestão da Qualidade TI Tecnologia da Informação TS Technical Specification 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 1.1 Contextualização do tema ................................................................................... 11 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .............................................................................. 14 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 14 1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................... 15 2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 17 2.1 Fundamentação teórica ...................................................................................... 17 2.1.1 Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx ................................................................................. 17 2.1.2 Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx ................................................................................. 17 2.1.3 Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx ................................................................................. 17 3 METODOLOGIA ..................................................................................................52 3.1 Classificação da Pesquisa ................................................................................. 52 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .......................................... 57 4.1 Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx .................................................................................... 57 4.2 Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx .................................................................................... 60 5 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 79 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 80 ANEXOS ... ............................................................................................................... 13 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização do tema As empresas estão inseridas em um ambiente volátil, com intensas mudanças no campo da tecnologia, mudanças de padrões de consumo/exigência dos consumidores, diante desses empasses, que na verdade tratam da evolução natural das pessoas e das coisas, uma vez que tudo passa por aprimoramento constante (AQUINO; COSTA,2019). Diante disso, torna-se necessário desenvolver e/ou implementar algo que seja capaz de mensurar e atender as necessidades do consumidor e as constantes evoluções da tecnologia, através da melhoria contínua dos processos e demais ferramentas da qualidade. Conceituar qualidade não é nada fácil, uma vez que esta tem várias definições, o que torna complexo de se definir e com resultados difíceis de mensurar. Os sistemas de Gestão da Qualidade tornam-se uma interessante alternativa, uma vez que este sistema possui várias ferramentas para monitorar, corrigir e verificar se as atividades “começo”, “meio” e “fim”, estão sendo executadas da maneira adequada. Os sistemas de gestão da qualidade (SGQ) tem o objetivo de verificar todos os processos da empresa e como esses processos podem melhorar a qualidade dos produtos e serviços frente aos clientes. Nesse sistema, existem princípios e diretrizes da qualidade, que são aplicados em cada processo que envolve o dia a dia. Através desses, é possível executar a tomada de decisões de forma segura, pois, através das ferramentas utilizadas, o gestor poderá verificar os indicadores de desempenho da empresa (COSTA, 2013). Antes da transição da norma para ISO 9001: 2015, muitas empresas estavam vagarosas quanto a renovação do certificado, havendo queda no número de empresas certificadas no Brasil entre os anos de 2014 e 2015 (REZENDE, 2017). No Brasil, houve uma queda de 21,8% de certificações de 2016 para 2018, já o mundo houve uma queda de 17% de certificações de 2017 para 2018 e de 20,6% de 2016 para 2018 (ARAÚJO, 2018). Os últimos resultados da Pesquisa são para 2019 que mostram uma estimativa do número de certificados válidos a partir de 31 de dezembro de 2019. O escopo da Pesquisa 2019 permanece inalterado em relação à edição anterior, com um total de 12 normas do sistema de gestão ISO (International Organization for Standardization) incluídas (CHARLET, 2021). Os resultados da Pesquisa ISO contêm três conjuntos de dados: ▪ o número de certificados válidos para cada país para as 12 normas do sistema de gestão ISO; ▪ o número de sites cobertos pelos certificados para cada país para 12 padrões do sistema de gestão ISO. 14 Tabela 1 - Certificações ISO 9001:2015 Sistema de gestão da Qualidade no Brasil em 2019 País Certificados Sites Brasil 17.952 27.262 Extraído de: CHARLET, 2021 Notas: Web iso.org Tabela 2 - Certificações ISO 9001:2015 Sistema de gestão da Qualidade mundial em 2019 Total de Certificados Validados Número total de Sites ISO 9001 883.521 1.217.972 Extraído de: CHARLET, 2021 Notas: Web iso.org 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA 1.2.1 Objetivo geral O objetivo geral da pesquisa é apresentar , por meio de uma revisão sistemática de leitura , a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) para empresas , com o abjetivo de alcançar a certificação ISO 9001:2015 e apontar as vantagens adquiridas em se adotar SGQ. 1.2.2 Objetivos específicos Para que se atenda ao objetivo geral é necessário levantar os seguintes objetivos específicos: ▪ Identificar por meio de revisão de literatura mais recente, os principais conceitos e requisitos necessários para implantação de um sistema de gestão da qualidade com base na NBR ISO 9001:2015. ▪ Apresentar as principais fases e etapas do processo de implantação de um sistema de gestão da qualidade. ▪ Apresentar dentro do contexto pesquisado, os principais benefícios em adquirir um SGQ. 15 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO A pesquisa está estruturada em seções apresentadas conforme descrição a seguir: Na Introdução, o objetivo é fornecer ao leitor uma visão introdutória da necessidade e o objetivo da implementação do sistema de gestão da qualidade para obter a Certificação ISO 9001: 2015. Em seguida, são apresentados: delimitação da pesquisa , tanto âmbito geral quanto específicos, contendo a relação dos capítulos e um breve resumo dos respectivos conteúdos. No capítulo referente à Revisão da Literatura, apresentam-se os resultados de uma revisão da literatura, ou seja, a bibliografia mais recente sobre a importancia da implantação de um SGQ . Foram utilizadas referências internacionais, em estudos empíricos, publicados em periódicos científicos indexados pela ISO-International Organizarion for Standardization e também referências nacionais, retiradas de artigos e dissertações que mostraram a história e a importâcia da qualidade. A partir desta revisão, foram identificados a evolução da gestão da qualidade assim como a certificação e normatização ISO 9001:2015. Na Metodologia da Pesquisa, são apresentados detalhadamente os passos para o desenvolvimento da pesquisa, onde são descritos os meios que foram utilizados para obtenção dos resultados da revisão literaria e incluí levantamento bibliográfico, com utilização de uma abordagem mista da pesquisa exploratória. 16 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Fundamentação Teórica Qualidade é um meio sistemático que garante a organização e execução das atividades conforme foram planejadas. A qualidade é defeito zero (CROSBY, 1990 apud RAMOS FILHO, 2011). Segundo a 9000:2015, a qualidade dos produtos e serviços de uma organização é determinada pela capacidade de satisfazer os clientes e pelo impacto sobre outras partes interessadas relevantes (PORTAL ISO, 2021). Conforme Falconi (2021) descreve que um produto ou serviço de qualidade é aquele que satisfaz totalmente o cliente de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo. Independentemente de sua definição, percebe-se hoje um intenso movimento pela busca da qualidade. As organizações buscam produzir produtos com qualidade, não mais como estratégia de diferenciação no mercado, mas como uma condição de preexistência. Todavia, engana-se quem pensa que a qualidade dos produtos oferecidos é coisa recente (OLIVEIRA, 2004). 2.2 História da qualidade A gestão da qualidade é um assunto que ganhou grande importância a partir da década de 1980. Todavia, não se pode afirmar que seja uma invenção moderna, visto que a história da qualidade pode ser narrada de variadas formas. Muitosconcordam que o conceito de qualidade existe desde muito tempo, porém, há muita discordância quanto ao seu início, em que uns defendem que o conceito de qualidade existe desde algumas centenas de anos e outros falam em milhares de anos (ANTÓNIO; TEIXEIRA; ROSA, 2019). A qualidade sempre esteve presente na vida do homem. Desde os primórdios das civilizações já havia uma preocupação com a mesma. A busca pela qualidade de vida de forma instintiva se apresentava, por exemplo, com a preocupação que as primeiras civilizações tinham com os alimentos que extraíam da natureza, com o que plantavam e colhiam. Um exemplo claro de que a qualidade esteve presente desde os primórdios das civilizações, é quando se analisa a qualidade das matérias-primas utilizadas na fabricação das primeiras ferramentas. Estas foram se aprimorando e tiveram seus 14 períodos no decorrer da história do homem: Idade da Pedra, Idade do Bronze e Idade do Ferro (FERNANDES, 2011). 17 Os fenícios puniam o fabricante de determinados produtos se estes não seguissem os padrões governamentais pré-estabelecidos para o produto. Os romanos, por exemplo, para terem controle das terras rurais incorporadas ao império, criaram técnicas altamente eficazes de mapeamento territorial. Para realização desse serviço, eles também desenvolveram padrões de qualidade, métodos de medição e ferramentas específicas (OLIVEIRA,2004). Se tratando da história da qualidade, vale ressaltar as grandes construções dos edifícios maias, construídas por volta de 325 d.C. Estes edifícios apresentavam uma leveza e funcionalidade impressionantes, além de serem bem iluminados e ventilados (FERNANDES, 2011). Ao longo da história evolutiva do homem, quanto mais desenvolvida era a civilização, mais avançados e estratégicos eram os materiais à sua disposição e mais bem elaborados e eficientes os artefatos e equipamentos produzidos (NAVARRO,2006). Pode-se perceber que as teorias e práticas da gestão da qualidade percorreram um “longo” caminho até chegarem ao estágio em que se encontram atualmente (OLIVEIRA, 2004). 2.3 Importância da Qualidade Em qualquer organização os diversos departamentos estão encarregados de produzir e distribuir os seus produtos numa série de atividades especializadas. Em resultado cada departamento é responsável por funções de âmbito geral, tais como de relações humanas, financeiras e de qualidade (AQUINO; COSTA,2019). Na análise do âmbito da qualidade, “A função qualidade a nível da empresa surge do fato de que a qualidade do produto é resultado do trabalho de todos os departamentos ao longo da Espiral, cada um desses departamentos especializados é responsável por suas funções especiais e deve fazer o seu trabalho o mais corretamente possível – os seus produtos devem adequar-se ao uso (JURAN, 1992). 18 Figura 1 - A espiral do progresso na qualidade Extraído de: Theree experts on Quality manegement Para ter produtos e serviços perfeitos que cumprem com as expectativas dos clientes é necessária uma vivência numa atmosfera de qualidade e para a ter é necessário a ausência de defeitos. Não só há uma satisfação dos clientes no ambiente de qualidade, como também há nos colaboradores e nos acionistas. O interesse dos colaboradores reside na satisfação dos clientes, já que são estes que justificam o seu próprio trabalho. O interesse dos acionistas reside se a sua rentabilidade do capital investido justificar a manutenção do investimento da empresa e o contínuo reinvestimento (TEXEIRA, 2020). Assim, o processo de qualidade empresarial constitui um elemento agregador da empresa. De tal modo que Cruz e Carvalho (1998) mencionam a qualidade como a essência da atividade empresarial. 2.4 Sistema de gestão da qualidade Entregar serviços com qualidade, atendendo as necessidades dos clientes/consumidores tornou-se uma árdua tarefa, uma vez que os consumidores têm se tornado cada vez mais exigentes. Diante disso, fez-se necessário desenvolver e implementar os sistemas de gestão da 19 qualidade nas organizações, de forma a garantir o comprometimento de todos, tornando possível o seu constante aprimoramento (AQUINO; COSTA,2019). Sistema é um conjunto de partes que interagem e se interdependem, formando um todo único com objetivos e propósitos em comum, efetuando sinergicamente determinada função (OLIVEIRA,2004). Os sistemas da qualidade são elementos dinamicamente inter-relacionados ou interativas, ou seja, são atividades que operam sobre entradas (inputs) e saídas (outputs), uma vez que este último se dá após o processo de transformação, objetivando sempre assegurar que seus serviços e processos atendam as expectativas de seus clientes (COUTINHO, 2019). Figura 2 - Representação Esquemática dos Elementos de um único Processo Extraído de: LORETTI, 2015 Notas: Web BGE – Blog da Gestão da Qualidade A Figura nº 2 mostra uma representação esquemática de todo o processo e apresenta a interação dos seus elementos. Os pontos de verificação para monitoramento e medição, que são necessários para o controle, são específicos para cada processo e irá variar em função dos riscos relacionados (LORETTI, 2015). Segundo Silva Jr. Et.al (1997 apud Santana,2006), pode-se destacar como premissas básicas para a implementação de um sistema de gestão da qualidade: 20 ▪ Política da Qualidade: A elaboração de uma política da qualidade, é justamente essa política a norteadora deste sistema, a política geralmente é definida pela alta gestão da empresa. É importante ressaltar que a política da qualidade deve estar em consonância com a identidade da organização e ser amplamente difundida e debatida com seus colaboradores. ▪ Documentação: A documentação tem um papel chave na manutenção/ Implementação do SGQ, uma vez que esta fundamenta-se no sistema de normas de cada empresa, isso engloba procedimentos administrativos, controle de qualidade e afins. ▪ A elaboração e a disseminação deste material devem ser controladas, pois desta forma é possível garantir que estas estejam nos locais certos e no momento adequado. ▪ Auditorias: As auditorias são de suma importância, uma vez que é nestas que são identificadas as evoluções e aperfeiçoamentos que outrora foram pontuados como não conformidade ou oportunidades de melhoria. ▪ Recursos Humanos: São estes os principais fatores que colaboram para a melhoria contínua da qualidade nas organizações, as organizações devem voltar seus olhos para as necessidades de seus colaboradores, para torná-los mais produtivos, proporcionar boas condições de trabalho e lazer, para que dessa forma este se sinta mais motivado a participar e colaborar com a tão desejável melhoria contínua. ▪ Logística e Suprimentos: Importante para assegurar a qualidade da matéria prima/ serviço, independente qual seja o ramo de atividade da empresa. ▪ Sistemas de informação: Um modelo participativo que esteja alinhado com os valores da empresa independentemente do grau hierárquico é de suma importância para que a organização caminhe na mesma direção e obtenha ganhos pela sinergia e convergência na tomada de decisões. Um modelo participativo de administração subtende a disseminação sistematizada de informações aos escalões mais baixo da empresa. ▪ Processo Produtivo: Mais uma vez, independentemente qual seja o ramo de atividade da empresa, se faz necessário o controle do seu processo produtivo, para que se consiga reduzir não conformidades, objetivando a qualidade total do produto/serviço que o cliente espera, para tal podemos utilizar ferramentas como (5 Porquês, Diagrama de Ishikawa, 5W2H, brainstorming e outros) De acordocom a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ISO 9001:2015, para desenvolver um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é necessário que a organização, determine, implemente, mantenha e desenvolva a melhoria contínua do sistema e suas interações. Sempre ensejando estar de acordo com o que é previamente estabelecido por esta mesma norma. 21 Uma vez que o mercado é cada mais exigente e as empresas têm que utilizar os seus recursos de uma forma que lhe permitam melhorar a sua posição no mercado, que a qualidade é essencial para a sobrevivência de uma organização (TEXEIRA, 2020). 2.4.1. Evolução da gestão da qualidade O controle da qualidade surgiu com a expansão da indústria do século XX e por intermédio da invenção da produção em massa. A partir daí, a evolução do controle da qualidade se dividiu em três períodos, filosofias ou “eras” principais, que serão analisadas a seguir: a era da inspeção, a era do controle estatístico e a era da qualidade total conforme Maximiano, (2000) 2000). A figura a seguir demonstra as ênfases apresentadas em cada era da qualidade. Figura 3 - Eras da qualidade Extraído: Maximiano (2000) 22 Segundo Maximiano (2000) na era da inspeção, que teve início antes da Revolução Industrial, o produto era verificado para identificação de possíveis defeitos. Essa verificação era praticada pelo próprio cliente e pelo prestador de serviços nas feiras livres e no comércio de produtos artesanais. Logo essa inspeção passou a ser realizada também pelos trabalhadores industriais e posteriormente tornou-se responsabilidade dos inspetores da qualidade no início da moderna era industrial. Com o desenvolvimento de técnicas estatísticas, o controle da inspeção foi aprimorado dando início a uma nova era: a era do controle estatístico. Tal era surgiu em função da grande produção em massa, que inviabilizou a execução da inspeção produto por produto, como na era anterior, favorecendo a utilização da técnica por amostragem. Nesse novo sistema, caracterizado pela aplicação de cálculos estatísticos, selecionava-se de forma aleatória certa quantidade de produtos para ser inspecionada e, a partir destes produtos, era examinado a qualidade de todo o lote (OLIVEIRA,2004). Ainda nessa era, Feigenbaum (1951, apud MAXIMIANO, 2000), defendeu a ideia de departamentalização da qualidade nas empresas. No que diz respeito aos produtos, defendeu a necessidade de mudar a ênfase da correção para a prevenção de defeitos. Seguindo essa ideia, as empresas já vinham praticando aquilo que Feigenbaum havia proposto. Além disso, o período pós-guerra estimulou muitas empresas a estarem mais atentas para as práticas de melhoria da qualidade. Todos esses acontecimentos possibilitaram o surgimento das condições necessárias para o início da era da qualidade total, no qual a ênfase passa a ser o cliente e os esforços das organizações são para atender às suas necessidades e expectativas (OLIVEIRA, 2004). Nessa fase a ênfase da qualidade está no planejamento de todas as etapas de produção e o controle da qualidade é feita através de medidas preventivas tanto na administração como na produção (FERNADES, 2011). Para Maximiano a era da qualidade total tem como ênfase o sistema da qualidade. Neste estágio a qualidade não diz respeito apenas ao produto ou serviço, e não é mais uma responsabilidade exclusiva do departamento da qualidade. A qualidade é tida como um problema de toda a empresa, abrangendo todos os aspectos de sua operação. Isto é, a mesma passa a ser uma questão sistêmica, assim necessário para garantir a qualidade dos produtos e serviços se faz necessário garantir a qualidade do sistema). Observa-se que a qualidade, independente da sua ênfase em cada era, obteve ao longo da história uma evolução significativa quanto às práticas adotadas para sua melhoria dentro das empresas. É importante ressaltar também a qualidade do ponto de vista sistêmico no contexto organizacional, nesse sentido, pode-se afirmar que os sistemas de gestão da qualidade são 23 assuntos de grande relevância para as empresas que buscam oferecer produtos e serviços de qualidade, como defendeu Maximiano (2000). 2.4.2 – Ciclo Plan-Do-Check-Act A gestão dos processos e do sistema como um todo, pode ser conseguida usando o ciclo PDCA, com um enfoque global sobre o pensamento baseado em risco, que visa tirar vantagem das oportunidades e evitar resultados indesejáveis. O ciclo PDCA pode ser aplicado a todos os processos e ao sistema de gestão de qualidade como um todo (LORETTI, 2015). O ciclo PDCA pode ser descrito brevemente como se segue: ▪ Planejar: estabelecer os objetivos do sistema e seus processos, e os recursos necessários para obter resultados em conformidade com os requisitos dos clientes e as políticas da organização. ▪ Fazer: implementar o que foi planejado ▪ Verificar: monitorar e (quando aplicável) medir processos e os produtos e serviços resultantes em relação às políticas, objetivos e requisitos e relatar os resultados ▪ Verificar: tomar ações para melhorar o desempenho, conforme necessário Figura 4 - Sistema de gestão estabelecido pela ISO 9001 Extraído de: LORETTI, 2015 Notas: Web BGE – Blog da Gestão da Qualidade 24 A Figura nº 4 ilustra a forma como requisitos 4 a 10 podem ser agrupados em relação ao ciclo PDCA. A norma ISO 9001:2015 introduz um conjunto de alterações significativas que podem ter um impacto variável nas organizações. Tem como finalidade reforçar o papel do SGQ na organização, promovendo no desenvolvimento de sistemas de gestão eficazes de modo a poder alcançar os seus objetivos relacionados com o enfoque no seu cliente (TEXEIRA, 2020). 2.4.3 - Pensamento Baseado em Risco É essencial para alcançar um sistema de gestão de qualidade eficaz o pensamento baseado em risco. O conceito de pensamento baseado no risco estava implícito nas edições anteriores desta Norma Internacional, incluindo, por exemplo, o estabelecimento de ações preventivas para eliminar não-conformidades potenciais, analisando quaisquer não- conformidades que ocorrem, e tomando ações que sejam apropriadas aos efeitos da não conformidade, para evitar reincidência. Para estar em conformidade com os requisitos desta Norma Internacional, uma organização precisa planejar e implementar ações para abordar os riscos e as oportunidades (LORETTI, 2015). Abordando tanto os riscos como as oportunidades se estabelece uma base para aumentar a eficácia do sistema de gestão da qualidade, alcançar melhores resultados e prevenir efeitos negativos, as oportunidades podem surgir como resultado de uma situação favorável para atingir um resultado pretendido, por exemplo, um conjunto de circunstâncias que permitem a organização para atrair clientes, desenvolver novos produtos e serviços, reduzir o desperdício ou melhorar a produtividade (FELICIANO, 2016). Ações para abordar oportunidades também podem incluir a consideração dos riscos associados. O risco é o efeito da incerteza e qualquer incerteza pode resultar em efeitos positivos ou negativos. Um desvio positivo resultante de um risco pode proporcionar uma oportunidade, mas nem todos os efeitos positivos do risco resultam em oportunidades (LORETTI, 2015). 2.5 Certificação e Normatização Conforme a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnica) normalização é assim o processo de formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global. No estabelecimento dessas regras recorre-seà tecnologia como o instrumento para estabelecer, de 25 forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de segurança. Tais normas estipulam uma espécie de protocolo a ser cumprindo, objetivando alcançar a qualidade de determinado produto ou serviço. Essas normas são estabelecidas pelas partes envolvidas, e sempre será auditada por um órgão certificador. Dentre estes as mais conhecidas: ICQ BRASIL e BUREAU VERITAS (AQUINO; COSTA, 2019). No Brasil, a ABNT é o órgão oficial de normalização e, segundo ela, alguns dos objetivos da normalização são: ▪ Proteção ao consumidor ▪ Proporcionar a redução crescente na variedade de produtos e serviços ▪ Evitar a existências de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviço O quadro 1 resume as principais certificações, normas e leis junto com a ISO, existentes no mercado. Quadro 1 - Tipos de certificações adotadas pelo mercado Tipos de Certificações Área Industrial Normas e Leis Significado das Normas Setor da Qualidade ISO 9000:2008 Conjunto de normas publicadas pela ISO que especifica os itens necessários para a implantação de um Sistema de Gestão Qualidade. Foi publicada inicialmente em 1987 ISO 9001:2015 ISO 9004:2019 ISO 19011:2018 Setor da Segurança e Saúde ISO 45001:2018 Normas direcionadas a segurança e saúde no trabalho OHSAS18001:2007 SMS(Singapura,2002) Cool Program (Singapura,2003) Setor Ambiental ISO 14001:2015 Normas e leis regulamentar práticas ambientais Licenciamento ambiental Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/12) Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81) 26 Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) Setor da Tecnologia da Informação (TI) ISO 20000:2018 Sistema utilizado para gerenciar a informação de acordo com as políticas baseadas na análise de risco do negócio. CMM(US.2000) BS7799- 1/2(UK.1998/1999 CMMI(US.2002) Setor Automobilístico ISO 9001:2015 Normas relacionadas às montadoras de automóveis IATF 16949:2016 ISO/TS 1649:2009 Setor de Segurança Alimentar ISO 22000:2018 Sistema que apresenta boas prática de higiene e segurança alimentar de acordo com métodos e regulamentos específicos HACCP(Dinamarca,1994) BRC(UK,1998) Extraído de: Aquino Wellington e Costa, Igor, 2019 A figura 5 mostra a história das normas do Sistema de Gestão da Qualidade desde da primeira norma até a última atualização da ISO 9001:2015. Figura 5 – História das normas do Sistema de gestão da qualidade Extraído de: Stojanovic, Strahinja, Notas: Web 9001 Academy Centro de Consultoria Online da ISO 9001 27 2.6 ISO (International Organization for Standardization) A Organização Internacional de Normalização ou Organização Internacional para Padronização (em inglês: International Organization for Standardization; em francês: L'Organisation internationale de normalisation), popularmente conhecida como ISO é uma entidade que congrega os grémios de padronização/normalização de 162 países (Organização Internacional de Normalização, 2021). Figura 6 – Logo ISO Extraído de: CHARLET, LAURENT,2019 Notas: Web iso.org Em 1946, em Londres, 65 autoridades de 25 países se reuniram para discutir meios de facilitar internacionalmente a coordenação e unificação de padrões industriais. Em 23 de fevereiro de 1947, a ISO inicia oficialmente suas atividades com 67 comitês técnicos, tendo mudado sua sede em 1949 para Genebra, na Suíça, onde permanece até hoje. A ISO aprova normas internacionais em um grande número de áreas de interesse econômico e técnico. O Brasil é membro desde a fundação oficial em 1947. Portugal entrou na ISO em 1949 (Organização Internacional de Normalização, 2021). 2.6.1 - Entre os tipos de classificações da ISO, encontram-se ː ▪ Normas Técnicas, como por exemplo as da ABNT; https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francesa https://pt.wikipedia.org/wiki/1946 https://pt.wikipedia.org/wiki/Londres https://pt.wikipedia.org/wiki/23_de_fevereiro https://pt.wikipedia.org/wiki/23_de_fevereiro https://pt.wikipedia.org/wiki/1947 https://pt.wikipedia.org/wiki/1949 https://pt.wikipedia.org/wiki/Genebra https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Norma_t%C3%A9cnica https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil 28 ▪ Classificações, como por exemplo, os códigos de países (PT / PRT / 620 para Portugal; BR / BRA / 076 para Brasil); ▪ Normas de Procedimento, como por exemplo as de gestão da qualidade, de acordo com a ISO 9001. 2.6.2 - Algumas organizações responsáveis pelas edições das normas ISO, por país: ▪ Alemanha - Deutsches Institut für Normung e.V. (DIN) ▪ Angola - Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (IANORQ) ▪ Brasil - Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ▪ Estados Unidos - American National Standards Institute (ANSI) ▪ Moçambique - Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ) (em inglês) ▪ Portugal - Instituto Português da Qualidade (IPQ) 2.6. 3 - A ISO tem 162 membros nacionais, distribuídos por categorias: ▪ Corpos Associados - entidades ou instituições representativas dos standards em cada país. o Estes são os únicos membros ISO que têm direito a voto. ▪ Membros Correspondentes - países que não têm instituições ou entidades que gerem os standards desse país. o São informados dos trabalhos em curso, mas não participam na promulgação dos standards. ▪ Membros Subscritores - países de economias muito pequenas. o Pagam taxas reduzidas de associado e podem acompanhar os trabalhos de desenvolvimento dos standards. Os membros participantes são apelidados de "P" e os membros observadores apelidados de "O". https://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_qualidade https://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_9000 https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha https://pt.wikipedia.org/wiki/Deutsches_Institut_f%C3%BCr_Normung https://pt.wikipedia.org/wiki/Angola https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Instituto_Angolano_de_Normaliza%C3%A7%C3%A3o_e_Qualidade&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_de_Normas_T%C3%A9cnicas https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/American_National_Standards_Institute https://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambique https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Portugu%C3%AAs_da_Qualidade 29 Figura 7 – Membros ISO Extraído de: Organização Internacional de Normalização, 2021 Notas: Web in WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2021 2.7 Principais diferenças ISO 9001:2008 e 9001:2015 2.7.1 Período de transição Organizações certificadas pela versão 2008 da ISO 9001 tiveram o prazo para transição para a nova versão até setembro de 2018. os principais organismos de certificação anunciaram planos para parar de certificar pela versão 2008 em setembro de 2016 (STOJANOVIC, STRAHINJA,2016). 30 Figura 8 – Período de Transição Extraído de: Stojanovic, Strahinja, Notas: Web 9001 Academy Centro de Consultoria Online da ISO 9001 2.7.2 Estrutura da Norma A ISO 9001:2015 criou uma estrutura mais detalhada, subdividindo alguns itens para facilitar o seu entendimento e sua implementação, como é o caso do item 7 que diz respeito a realização do produto, que foi dividido nos itens Apoio e Operação. Adicionou também alguns subitens que não era bem definidos na versão 2008, como porexemplo o subitem de mentalidade de Riscos e também o de expectativa das Partes Interessadas. Alguns termos também foram repensados (ROMÃO, 2017). 31 Figura 9 – ISO 9001 – Versão 2008 e Versão 2015 32 Extraído de: Airton, 2013 Notas: Web – Cirius Quality Consultoria e Treinamentos em Qualidade Existem agora sete princípios ao invés dos oito da versão 2008, mas a essência é a mesma. A nova versão tem 10 ao invés de oito cláusulas na antiga versão, e ao invés de seis procedimentos obrigatórios, há agora seis documentos obrigatórios que não tem que estar na forma de um procedimento. Isto pode ser um pouco confuso, mas a intenção foi prover mais liberdade na documentação do Sistema de Gestão da Qualidade (STOJANOVIC, STRAHINJA,2016). 33 Figura 10 – Compreensão Versão 2008 e Versão 2015 Extraído de: Stojanovic, Strahinja, Notas: Web 9001 Academy Centro de Consultoria Online da ISO 9001 2.7.3 Requisitos Existem alguns novos requisitos, mas os mais significativos são o Contexto da organização (Cláusula 4) e Ações para tratar riscos e oportunidades (Cláusula 6.1). A ideia por trás destes novos requisitos é incorporar o SGQ às atividades diárias do negócio. Alguns requisitos antigos são história agora: o representante da direção e ações preventivas não são mais parte da ISO 9001, embora eles possam ser mantidos pelas organizações (STOJANOVIC, STRAHINJA,2016). 34 Figura 11 – Requisitos Versão 2008 e Versão 2015 Extraído de: Stojanovic, Strahinja, Notas: Web 9001 Academy Centro de Consultoria Online da ISO 9001 2.7.4 “Produtos” ou “Produtos e Serviços” A ISO 9001 sempre foi uma norma aplicável para todas as empresas, independente do seu segmento. Entretanto, as organizações prestadoras de serviços sempre ficavam na dúvida sobre a possibilidade de implementação da norma. Essa dúvida se dava pelo fato da norma ISO 9001:2008 utilizar o termo “Realização do Produto” para citar a atividade da empresa. Devido a isso, muitas organizações achavam erroneamente que a certificação só era possível para fábricas de produtos. O mesmo engano se dava no item “Verificação do produto adquirido”, aonde se achava que a qualidade só deveria ser assegurada para aquisição de produtos, e não de serviços. Para acabar com essa falha na interpretação, a ISO 9001:2015 passou a utilizar o termo “produtos e serviços”, deixando claro de uma vez por todas a aplicabilidade da norma para todos os seguimentos. E não é só o termo que mudou, alguns requisitos são direcionados exclusivamente à serviços, que devido ao fato de terem pelo menos parte da saída realizada diretamente para o cliente final, não pode ter sua conformidade assegurada antes do seu termino (ALBUQUERQUE, DANIELA,2019). 35 2.7.5 Mentalidade de Risco A ISO 9001:2008, a questão de Riscos não era abordada diretamente, entretanto, sempre esteve ali, implícita em meio aos itens de planejamento, análise e melhoria, principalmente no item que aborda a Ação Preventiva. O “Risco” na verdade, é uma situação que ainda não ocorreu mais que pode vir a afetar os resultados da organização caso ocorra. A ISO 9001:2015 inseriu o item de mentalidade de risco justamente para formalizar a necessidade da realização do controle dos riscos no momento da realização do planejamento (TELES, JHONATA,2017). Este item tem como objetivo fazer com que a organização trabalhe de maneira preventiva e não precise vir a tratar problemas quando eles ocorram, e sim, evite-os antes mesmo que eles aconteçam. O item ação preventiva vinha justamente com esse propósito na versão 2008, entretanto, como a nova versão detalhou mais esse processo, este item deixou de existir para dar lugar a uma sistemática mais completa (TELES, JHONATA,2017). 2.7.6 Entendendo as expectativas e necessidades das Partes Interessadas Entender as expectativas das Partes Interessadas virou um requisito na nova versão da norma. Até a versão anterior, era levantada a questão de atender as necessidades dos clientes. Na versão 2015, fica levantado como requisito que a organização entenda e atenda às necessidades não só de seus clientes, mais de todos os stakeholders que possam influenciar no contexto e nos resultados da organização caso não tenham suas necessidades atendidas. Como a norma não deixa claro como definir as partes interessadas, cabe a organização definir com base em análise quais são essas partes e como atender as suas expectativas (TELES, JHONATA,2017). o 2.7.7 Estrutura e Terminologia Durante a implementação de um SGQ, existem diversas expressões utilizadas pela ISO 9001, que caso não sejam compreendidas pela organização, podem dificultar muito o processo. Essa terminologia utilizada pela norma não precisa necessariamente ser utilizada pela organização no momento de manter informações documentadas, mas ela precisa ser muito bem compreendida para obter conformidade com os requisitos da norma. Justamente por isso existe a ISO 9000, apenas para explicar os fundamentos e vocabulário utilizados pela ISO 9001.Tanto nas versões 2008 como na versão 2015, existem diversas expressões, como “não conformidade”, “manual da qualidade”, “produto adquirido”, “ação corretiva”, “monitoramento e medição”, 36 “rastreabilidade”, dentre outros, que precisam ser compreendidos antes mesmo de entender de fato o que precisa ser feito para atender ao requisito (TELES, JHONATA,2017). Na ISO 9001:2015, algumas expressões utilizadas na versão anterior foram substituídas, o que deixo muitos gestores de qualidade com o “pé atrás”, pela familiaridade que já tinham com os termos. Pensando nisso, a própria norma expos no Anexo A.1 para auxiliar as organizações na transição, conforme quadro 5 (TELES, JHONATA,2017): Quadro 3 - Diferenças ISO 9001:2018 x ISO 9001:2015 Diferenças ISO 9001:2018 x ISO 9001:2015 ISO 9001:2008 ISO 2001:2015 EXPLICAÇÃO Produtos Produtos e Serviços A norma tratava as saídas de uma organização como produtos, mais como essa expressão causava confusão nas organizações prestadoras de serviço, resolveu adequar o termo. Exclusões Não utilizado (seu conteúdo agora é tratado no item aplicação) O item exclusões tinha como objetivo permitir a organização excluir algum item que se julga não aplicável ao seu sistema. Na versão 2015 essa possibilidade fica dentro do item escopo, na parte que trata da aplicabilidade. Representante da Direção Não utilizado (As autoridades e atribuição ainda são as mesmas, mais não a necessidade de ser concentrado em um único representante) O representante da direção era o responsável por ser o disseminador das diretrizes da qualidade entre a direção da organização e o restante dos setores. Na versão 2015 ainda existe essa responsabilidade, entretanto, não é mais necessário o ente centralizador. 37 Documentação, Manual da Qualidade, Procedimentos Documentados, Registros Informação documentada A ISO 9001:2008 exigia que informações fossem documentadas de maneiras diferentes, para isso ela utilizava diversos termos para explicar o método de documentação de uma informação. Na nova versão, ainda há a necessidade de se manter informações documentadas, entretanto, a norma se refere a isso de maneira genérica como “informação documentada” cabendo ao gestor da implementação do sistema definir que tipo de documento será elaborado para cada situação. Ambiente de Trabalho Ambiente para operação de processos Se refere ao ambiente aonde os processos são executados. A modificação da expressão não alterou em nada o seu entendimento. Equipamento de Monitoramento e Medição Recursos de Monitoramento e Medição Diz respeito a todos os recursos utilizadospara controlar o processo. O termo foi modificado pois um recurso utilizado para controle não precisa ser propriamente dito um equipamento. Produto Adquirido Produtos e Serviços providos externamente Como citado anteriormente, esse item teve seu nome modificado para que não haja dúvidas quanto a necessidade de controle dos serviços contratados pela organização. Fornecedor Provedor Externo Refere-se a pessoa física ou empresa que fornece qualquer tipo de produto ou serviço à organização. Extraído de: Teles, Jhonata,2017 Notas: Web – Engeteles Diferentes partes da norma viram diferentes níveis de mudança. Política da Qualidade, Liderança, Competência, Treinamento e conscientização, Análise crítica pela direção, Auditoria interna e Ação corretiva tiveram apenas mudanças sutis, e a maior parte do SGQ existente relacionado a estes requisitos pode permanecer como esta. O segundo grupo, que possui mudanças moderadas, inclui o Controle de processos, produtos e serviços providos externamente; Objetivos da qualidade e planos para atingi-los; Avaliação de desempenho; 38 Gestão de documentos; Produção e provisão de serviços; e Escopo do SGQ, e estes elementos deveriam se revisados e atualizados para estar em conformidade com a nova versão da norma (STOJANOVIC, 2016). Há também um grupo de novos requisitos que tem que ser estabelecidos e incorporados ao SGQ existente a partir do zero. Riscos e oportunidades, Contexto da organização, e Partes interessadas são agora novos requisitos que precisam ser atendidos, e eles deveriam ser implementados com cautela porque eles lançam uma luz completamente nova sobre o Sistema de Gestão da Qualidade norma (STOJANOVIC, 2016). Figura 12 – Grau de Mudança Extraído de: Stojanovic 2016 Notas: Web 9001 Academy Centro de Consultoria Online da ISO 9001 2.7.8 Informação Documentada Como parte do alinhamento com outras normas de sistema de gestão, um capítulo comum sobre “informação documentada” foi adotada sem alteração ou acréscimo significativos em relação à ISO 9001:2008.Consequentemente, “informação documentada” é usada para todos os requisitos de documento. Onde a ISO 9001:2008 usou terminologia específica como https://certificacaoiso.com.br/iso-9001-requisitos-7-5-informacao-documentada/ 39 “documento” ou “procedimentos documentados”, “manual da qualidade” ou “plano da qualidade”, esta edição desta Norma define requisitos para “manter informação documentada” (ALBUQUERQUE, 2019). Onde a ISO 9001:2008 usou o termo “registros” para denotar documentos necessários para prover evidência de conformidade com requisitos, isso agora é expresso como um requisito para “reter informação documentada”. A organização é responsável por determinar qual informação documentada precisa ser retida, o período de tempo pelo qual ela deve ser retida e o meio a ser usado para sua retenção (ALBUQUERQUE, 2019). Um requisito para “manter” informação documentada não exclui a possibilidade de que a organização possa também precisar “reter” essa mesma informação documentada para um propósito particular, por exemplo reter versões anteriores dela. Onde esta Norma se refere a “informação” em vez de “informação documentada”, não há requisito para que essa informação seja documentada. Nessa situação, a organização pode decidir se é ou não necessário ou apropriado manter informação documentada (ALBUQUERQUE, 2019). 2.7.9 Conhecimento Organizacional A norma levanta a necessidade de determinar e gerenciar o conhecimento mantido pela organização, para assegurar que ela possa alcançar conformidade de produtos e serviços. Pode ser definido como conhecimento organizacional o conhecimento específico para a organização; ele é obtido por experiência. É a informação usada e compartilhada para alcançar os objetivos da organização (ALBUQUERQUE, 2019). Pode ser citado como exemplo de conhecimento organizacional de fontes internas – Propriedade intelectual, conhecimento obtido de experiência, lições aprendidas de falhas de projetos bem-sucedidos, resultados de melhorias de processo, etc. (ROMÃO, 2017). Pode ser citado como exemplo de conhecimento organizacional de fontes externas – Normas, conferências e compilação de conhecimentos de clientes ou provedores externos (ROMÃO, 2017). A própria norma cita alguns benefícios em manter conhecimento organizacional, como podemos ver em uma abstração: a) Salvaguardar a organização de perdas de conhecimento, por exemplo. ▪ Por meio de rotatividade de pessoas; ▪ Falha em capturar e compartilhar informação; b) Encorajar a organização a adquirir conhecimento, por exemplo. ▪ Aprendendo com a experiência; https://certificacaoiso.com.br/iso-9001-requisitos-7-5-informacao-documentada/ https://certificacaoiso.com.br/diferenca-entre-documentos-registros/ 40 ▪ Mentoreamento; ▪ Comparando-se com referências. 2.7.7 Controle de Processos, Produtos e Serviços providos externamente Este item da ISO 9001:2015 deixa claro a necessidade de controlar qualquer tipo de entrada externa de uma organização independente de se tratar de um produto ou de um serviço, desde que essa entrada interfira na conformidade do produto ou serviço da organização (ALBUQUERQUE, 2019). A versão 2008 utilizava o termo “Verificação de produto adquirido”, o que para muitas organizações, causava confusão, por achar que apenas produtos deveriam ser controlados no seu recebimento (ROMÃO, 2017). Com este novo item, qualquer tipo de entrada que a organização tenha, seja uma matéria prima ou insumo adquirido, uma terceirização de um serviço ou um arranjo com uma companhia associada, devem ser controladas no ato do seu recebimento, evitando assim que itens com defeitos ou serviços mau-realizados sejam encaminhados para os próximos processos da organização. Desta forma, o problema é “barrado na porta”. Os controles requeridos para provisão externas podem ser bem variados dependendo do tipo de produto ou de serviço. Para determinar os tipos de controle a se realizar para cada item, a organização pode utilizar de critérios de criticidade do item, grau de relevância da qualidade do item em relação ao funcionamento dos todos e mentalidade de risco para definir potenciais problemas (ROMÃO, 2017). 2.8 ISO 9001:2015 As certificações em diversos lugares do mundo, tem apelo comercial e institucional, posicionando a organização certificada em vantagem frente a concorrência, dentre as principais certificações se destacam: a) ISO 9000; b) ISO 9001 e a c) ISO 9004 (AQUINO; COSTA, 2019) As normas ISO 9000 e 9001, são as principais normas relacionadas ao modelo de gestão da qualidade. Essas normas são utilizadas por empresas que desejam utilizar sistemas de gestão e serem certificadas. A norma ISO 9001 é um padrão certificável pelas certificadoras citadas acima este tem o foco principal na obtenção de eficácia durante a realização dos processos, e a satisfação do cliente. Essa certificação é aplicável em qualquer organização independentemente 41 do seu ramo de atuação, pois trata-se de um elemento básico para organização dos processos, sendo um grande “start” para o alcance da qualidade total (THE CASE FOR ISO 9000, 2003). Figura 13 – ISO 9001 Extraído de: LORETTI, 2015 Notas: Web BGE – Blog da Gestão da Qualidade Esta norma identifica os atributos básicos do sistema de gestão da qualidade de uma empresa e específica procedimentos e abordagens práticas para garantir que os produtos e serviços sejam produzidos de acordo com as normas especificas da organização (TEXEIRA, 2020). A ISO 9000 é composta por 5 séries, como demonstra a quadro nº3. Quadro 4 - Norma ISO 9001 e as suas séries ISO 9001, 9002 e 9003 ISO 9000 e 9004 São normas de conformidade para sistemas de garantia de qualidade e estão direcionadaspara a relação fornecedor-cliente São diretrizes que se relacionam ao desenvolvimento de sistemas de qualidade dentro da empresa 42 ISO 9001 é mais abrangente e aplica-se a organizações que projetem, desenvolvam, produzam, instalam e realizem manutenção dos seus próprios produtos ISO 9000 engloba pontos referentes à garantia da qualidade, desenvolvimento, produção, instalação e serviços com objetivo da satisfação do cliente pela prevenção de não conformidades. ISO 9002 aplica-se a empresas que fornecem bens ou serviços consistentes com as especificações fornecidas pelo cliente ISO 9004 fornece normas para implementar o sistema da qualidade, tais como: - Fatores técnicos - Administrativos e humanos que afetem a qualidade de serviços ou produtos - Aperfeiçoamento da qualidade -Referência para o desenvolvimento e implementação de um sistema de qualidade ISO 9003 aplica-se apenas aos procedimentos finais de inspeção e teste Extraído de: Journal of Quality management vol. 4 Os desafios enfrentados atualmente por empresas e negócios são bem diferentes comparativamente com algumas décadas atrás tendo sido publicada a ISO 9001:2015 para uma versão mais. Esta revisão da norma coloca mais em ênfase na gestão de risco, na gestão do conhecimento, na liderança e nos clientes (TEXEIRA, 2020). Os principais objetivos da nova norma são: ▪ Fornece um quadro estável de requisitos para os próximos 10 anos ou mais. ▪ Permanecer genérico e relevante para todos os tamanhos e tipos de organizações de diversos setores. ▪ Manter foco na gestão de processos na obtenção de resultados desejados. ▪ Considerar as alterações do SGQ nas suas práticas e nas suas tecnológicas desde a sua última grande revisão de 2000. ▪ Reflexão nas alterações ambientais cada vez mais complexas, exigentes e dinâmicas. ▪ Utilização de uma linguagem e estilos de escrita simplificados para auxiliar na compreensão e interpretação dos seus requisitos. 43 Figura 14 – Revisões ISO 9001 Extraído de: Ramalho, 2015 Notas: Web – Consiste Consultoria e Sistemas Para entender um pouco mais sobre os requisitos da norma, é necessário analisar a base de sua fundação: os sete princípios da qualidade. São eles que devem nortear o sistema de gestão (COUTINHO, 2019). Quadro 5 - Princípios da Qualidade Princípios Foco no Cliente Atender às necessidades dos clientes e emprenhar-se para superar suas expectativas para atrai-los e retê-los Liderança Os líderes, em todos os níveis da organização, devem estabelecer objetivos, direcionamento e criar condições para que as pessoas engajadas possam alcançar estes objetivos https://www.voitto.com.br/blog/artigo/7-ferramentas-da-qualidade 44 Engajamento das pessoas Os colaboradores, em todos os níveis da organização, dever ser competentes (em educação, treinamento ou experiência), e estar envolvidas e engajadas, para elevar a capacidade da organização em criar e entregar produtos que atendem e superem as expectativas dos clientes Abordagem de processo Quando a empresa determina seus principais processos de negócio (entrada – atividades – saída), ela é mais eficiente entregando produtos e serviços com a qualidade esperada pelos seus clientes Melhoria As organizações devem ter foco contínuo na melhoria. Assim, podem reagir com mais facilidade às mudanças do ambiente interno e externo, mantendo ou melhorando os seus níveis de desempenho Tomada de decisão baseada em evidências As organizações que tomam decisões com base em dados e informações tendem a ser mais eficazes no alcance de seus resultados (objetivos) Gestão de relacionamentos As organizações quem compreendem as influências das partes interessadas em sua organização, são mais preparadas para enfrentar as ameaças e aproveitar as oportunidades do ambiente interno e externo Extraído de: BARROS, ELSIMA, 2019 Notas: Web QSMS Brasil - QSMS Blog 2.9 Requisitos de Gestão da Qualidade ISO 9001:2015 Segundo Airton, José 2020, o Anexo SL (anteriormente Guia ISO 83) dentro da norma ABNT NBR ISO 9001:2015, define o enquadramento para um genérico Sistema de gestão. o Anexo SL veio com o intuito de facilitar a integração com outras normas de gestão de forma consistentes e compatíveis, descreve a estrutura para um sistema de gestão genérico, no futuro, todas as novas normas de sistemas de gestão terão a mesma forma e o mesmo sentido, O Anexo SL aborda os requisitos de apresentação de propostas de normas de sistema de gestão. Isso consiste em 9 clausulas e 3 anexos. 45 Apêndice 2 do anexo SL 1. Estrutura de alto nível, 2. Texto de base idêntica, 3. Termos e definições do núcleo comum. Nota: Uma norma que segue a mesma estrutura do anexo SL é a PAS 99:2012. Nota 1: A ISO 9001: 2015 não exige o manual e nem procedimentos específicos, permite uma flexibilidade da organização na forma de como escolher para documentar seu sistema de gestão da qualidade (SGQ), porém se a estrutura da organização está definida em cima do manual ou deste ou aquele procedimento nada o impede que seja mantido. Nota 2: Na norma NBR ISO 9001:2008 era exigido o manual da qualidade e os seis (6) procedimentos; 4.2.3 Controle de Documentos, 4.2.4 Controle de Registros, 8.2.2 Auditoria Interna, 8.3 Controle de Produto Não Conforme, 8.5.2 Ação Corretiva, 8.5.3 Ação Preventiva. Nota 3: O fato de a norma NBR ISO 9001:2015 não exigir o manual e nem os procedimentos específicos não queira dizer que você é obrigado a abolir os mesmos, se a estrutura de seu sistema de gestão foi montada em cima desses documentos não tem por que não manter, basta que seja feita as revisões para se adequar a norma. Nota 4: A norma NBR ISO 9001:2015 dá liberdade para que você monte a estrutura do seu sistema de gestão da forma que melhor lhe convier, desde que atenda aos requisitos da mesma. Conforme a tradução livre do Final Draft da ISO 9001:2015 realizado pelo LORETTI,2015, abaixo segue requisitos da ABNT NBR 1SO 9001:2015 Sistema de Gestão da Qualidade. 4. Contexto da Organização 4.1 Compreender a Organização e seu Contexto A organização deve determinar os fatores internos e externos, que são relevantes para seu direcionamento estratégico e que afetam sua capacidade de atingir os resultados pretendidos para seu Sistema de Gestão da Qualidade. A organização deve monitorar e analisar criticamente as informações sobre esses fatores internos e externos. 46 Nota 1: Questões podem incluir fatores positivos ou negativos ou condições a serem consideradas. Nota 2: A compreensão do contexto externo, pode ser facilitada se forem considerados fatores relacionados a aspectos legais, tecnologia, competitividade, mercado, culturais, sociais e ambiente econômico, seja internacional, nacional, regional ou local. Nota 3: A compreensão do contexto interno pode ser facilitada se forem considerados fatores relacionados a valores, conhecimento da cultura e performance da organização. 4.2 Compreender as Necessidades e Expectativas das Partes Interessadas Devido ao seu impacto ou impacto potencial na capacidade da organização para consistentemente prover produtos e serviços que atendam aos clientes e requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis, a organização deve determinar: a) as partes interessadas que são relevantes para o Sistema de Gestão da Qualidade; b) os requisitos das partes interessadas que são relevantes para o Sistema de Gestão da Qualidade; c) a organização deve monitorar e analisar criticamente as informações sobre as partes interessadas e seus requisitos relevantes. 4.3 Determinar o Escopo do Sistema de Gestão da Qualidade Aorganização deve determinar as restrições e aplicabilidades para estabelecer o escopo do seu Sistema de Gestão da Qualidade. Quando da determinação do escopo, a organização deve considerar: a) os fatores externos e internos referenciados em 4.1; b) os requisitos relevantes das partes interessadas referenciados em 4.2; c) os produtos e serviços da organização. A organização deve aplicar todos os requisitos desta Norma Internacional, se eles forem aplicáveis dentro do escopo determinado do sistema de gestão da qualidade. O escopo do sistema de gestão da qualidade da organização deve estar disponível e ser mantido como informação documentada. O escopo de aplicação deve indicar os tipos de produtos e serviços cobertos, e incluir justificativa a algum requisito desta Norma Internacional que a organização determinar como não aplicável ao escopo do seu sistema de gestão da qualidade. Conformidade com esta Norma Internacional só pode ser reivindicada se os requisitos considerados não 47 aplicáveis, não afetarem a capacidade ou responsabilidade da organização para assegurar a conformidade dos seus produtos e serviços e a melhoria da satisfação do cliente. 4.4 Sistema de Gestão da Qualidade e seus Processos 4.4.1 A organização deve estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente o Sistema de Gestão da Qualidade, incluindo os processos necessários, suas interações, em conformidade com os requisitos desta Norma Internacional. A organização deve determinar os processos necessários para o Sistema de Gestão da Qualidade e sua aplicação através da organização e deve: a) determinar as entradas requeridas e saídas esperadas para esses processos; b) determinar a sequência e interação desses processos; c) determinar e aplicar os critérios, métodos (incluindo monitoramento, medições e indicadores para relatar a performance), necessários para assegurar a efetiva operação e controle desses processos; d) determinar os recursos necessários desses processos e assegurar sua disponibilidade; e) atribuir as responsabilidades e autoridades desses processos; e) abordar os riscos e oportunidades determinados de acordo com os requisitos de 6; f) avaliar esses processos e implementar as mudanças necessárias para assegurar que esses processos alcancem os resultados pretendidos; g) melhorar os processos e o sistema de gestão da qualidade. 4.4.2 Na extensão necessária, a organização deve: a) manter informação documentada para apoiar a operação desses processos; b) reter informação documentada para ter confiança de que os processos foram executados conforme planejado. 5. Liderança 5.1 Liderança e Comprometimento 5.1.1 Geral A alta direção deve demonstrar liderança e comprometimento, com respeito ao Sistema de Gestão da Qualidade, por: 48 a) assumir a responsabilidade pela eficácia do sistema de gestão da qualidade. b) assegurar que a política e os objetivos da qualidade são estabelecidos para o sistema de gestão da qualidade e são compatíveis com a estratégia da direção e o contexto da organização; c) assegurar a integração dos requisitos do sistema de gestão da qualidade nos processos do negócio da organização; d) promover o uso da abordagem de processos e do pensamento baseado em risco; e) assegurar que os recursos necessários para o sistema de gestão da qualidade estão disponíveis; f) comunicar a importância de uma gestão da qualidade eficaz e da conformidade com os requisitos do sistema de gestão da qualidade; g) assegurar que o sistema de gestão da qualidade atinge os resultados esperados; h) envolver, direcionar e apoiar as pessoas que contribuem para a eficácia do sistema de gestão da qualidade; i) promover a melhoria; j) apoiar outras funções relevantes de gestão, para demonstrar sua liderança no que se aplica às suas áreas de responsabilidade. Nota 1: A referência a “negócios” nesta Norma Internacional pode ser interpretada para significar amplamente aquelas atividades que são foco do propósito da existência da organização; se a organização for pública, privada, com ou sem fins lucrativos. 5.1.2 Foco no Cliente A alta direção deve demonstrar liderança e comprometimento em relação ao foco no cliente assegurando que: a) os requisitos dos clientes e os requisitos regulatórios e estatutários aplicáveis são determinados e consistentemente atendidos; b) os riscos e oportunidades que possam afetar a conformidade de produtos e serviços e a capacidade para aumentar a satisfação do cliente são determinados e enfrentados; c) o foco em aumentar a satisfação do cliente é mantido. 49 5.2 Política 5.2.1 Estabelecer a Política da Qualidade A Alta Direção deve estabelecer, implementar e manter uma política de qualidade que: a) seja apropriada ao propósito e contexto da organização e dê suporte ao direcionamento estratégico; b) forneça uma estrutura para definição dos objetivos da qualidade; c) inclua um comprometimento com a satisfação dos requisitos aplicáveis; d) inclua um comprometimento com a melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade. 5.2.2 Comunicação da Política da Qualidade A política da qualidade deve: a) estar disponível e ser mantida como uma informação documentada; b) ser comunicada, entendida e aplicada através da organização; c) estar disponível para as partes interessadas relevantes, como apropriado. 5.3 Organizacionais Funções, Responsabilidades e Autoridades A alta direção deve assegurar que as responsabilidades e autoridades para as funções relevantes sejam atribuídas, comunicadas e entendidas dentro organização. A alta direção deve atribuir autoridade e responsabilidade para: a) assegurar que o sistema de gestão da qualidade esteja em conformidade com os requisitos desta norma internacional; b) assegurar que os processos estejam atendendo os resultados desejados; c) reportar a performance do sistema de gestão da qualidade, sobre oportunidades de melhorias (ver 10.1), especialmente para a alta direção; d) assegurar a promoção do foco no cliente, através da organização; e) assegurar que a integridade do sistema de gestão da qualidade é mantida quando mudanças no sistema de gestão da qualidade são planejadas e implementadas. 50 6. Planejamento 6.1 Ações para enfrentar os Riscos e Oportunidades 6.1.1 Quando do planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade, a organização deve considerar questões referenciadas em 4.1 e os requisitos referenciados em 4.2 e determinar os riscos e oportunidades que precisam ser abordados para: a) dar segurança para que o sistema de gestão da qualidade, possa atingir os resultados esperados; b) aumentar os efeitos desejáveis; c) prevenir ou reduzir efeitos indesejados; d) alcançar melhoria. 6.1.2 A organização deve planejar: a) ações para abordar os riscos e oportunidades; b) como: 1) integrar e implementar ações em seus processos do sistema de gestão da qualidade (ver 4.4). 2) avaliar a eficácia dessas ações. ações tomadas para abordar os riscos e oportunidades, devem ser proporcionais ao impacto potencial sobre a conformidade de produtos e serviços. Nota 1: Opções para abordar os riscos, podem incluir: evitar os riscos, assumir os riscos a fim de buscar uma oportunidade, eliminar a fonte de risco, mudar a probabilidade ou consequências, dividir o risco, ou assumir o risco por tomada de decisão. Nota 2: Oportunidades podem levar à adoção de novas práticas, lançamento de novos produtos, abertura de novos mercados, abordagem de novos clientes, construção de parcerias, utilização de novas tecnologias e outras possibilidades desejáveis e viáveis para atender às necessidades da organização ou seus clientes. 6.2 Objetivos e Planejamento para alcançá-los Qualidade 6.2.1 A organização deve estabelecer objetivosda qualidade para as funções, níveis e processos relevantes necessários para o sistema de gestão da qualidade. Os objetivos da qualidade devem: 51 a) ser consistentes com a política da qualidade; b) ser mensuráveis; c) considerar os requisitos aplicáveis; d) ser relevantes para a conformidade de produtos e serviços e aumento da satisfação dos clientes; e) ser monitorados; f) ser comunicados; g) Ser atualizados como apropriado. A organização deve manter informações documentadas sobre os objetivos da qualidade. 6.2.2 Quando planejar como atingir os objetivos da qualidade, a organização deve determinar: a) o que será feito; b) quais recursos serão necessários; c) quem será o responsável; d) quando será concluído; e) como os resultados serão avaliados. 6.3 Planejamento de Mudanças Planejamento de Mudanças Quando a organização determinar a necessidade de mudanças no Sistema de Gestão da Qualidade, as mudanças devem ser realizadas de forma planejada (ver 4.4). A organização deve considerar: a) o propósito da mudança e suas consequências potenciais; b) a integridade do sistema de gestão da qualidade; c) a disponibilidade dos recursos; d) a definição ou redefinição de responsabilidades e autoridades. 52 7. Suporte 7.1 Recursos 7.1.1 Geral A organização deve determinar e prover os recursos necessários para estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente o Sistema de Gestão da Qualidade. A organização deve considerar: a) as capacidades e restrições sobre os recursos internos existentes; b) o que precisa ser obtido de fornecedores externos. 7.1.2 Pessoas A organização deve determinar e prover as pessoas necessárias para a implementação efetiva do seu sistema de gestão da qualidade e para a operação e controle de seus processos. 7.1.3 Infraestrutura A organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura necessária para a operação dos processos e para atingir a conformidade de produtos e serviços. Nota: Infraestrutura pode incluir: a) edifícios e instalações associadas; b) equipamentos incluindo hardware e software; c) recursos de transportes; d) tecnologia de informação e comunicação. 7.1.4 Ambiente para Operação dos Processos A organização deve determinar, prover e manter o ambiente necessário para a operação dos seus processos e para atingir a conformidade dos produtos e serviços. Nota: Um ambiente adequado pode ser uma combinação de fatores humanos e físicos, ais como: 53 a) social (por exemplo: não-discriminatório, calma, não-confrontador); b) psicológico (por exemplo, para reduzir o stress, prevenção de esgotamento, emocionalmente de protetivo); c) físico (por exemplo: temperatura, calor, umidade, luz, ventilação, higiene, ruído). Esses fatores podem diferir substancialmente dependendo dos produtos e serviços prestados. 7.1.5 Monitoramento e Medição recursos 7.1.5.1 Geral A organização deve determinar e prover os recursos necessários para assegurar resultados válidos e confiáveis quando o monitoramento ou medição é utilizada para verificar a conformidade aos requisitos dos produtos e serviços. A organização deve assegurar que os recursos fornecidos: a) são adequados para o tipo específico de atividades de monitoramento e medição a ser realizado; b) são mantidos para assegurar sua contínua aptidão da sua finalidade. A organização deve reter a informação documentada apropriada como evidência da aptidão da sua finalidade dos recursos de monitoramento e medição. 7.1.5.2 Rastreabilidade de Medição Quando a rastreabilidade de medição é um requisito, ou é considerado pela organização uma parte essencial para prover confiança na validade dos resultados de medição, equipamento de medição deve ser: a) calibrado ou verificado, ou ambos, a intervalos especificados ou antes do uso, contra padrões de medição rastreáveis a padrões de medição internacionais ou nacionais; quando esse padrão não existir, a base usada para calibração ou verificação deve ser mantida como informação documentada; b) identificado, para determinar sua situação; c) protegido contra ajustes, dano ou deterioração que poderiam invalidar a situação de calibração e subsequentes resultados de medição. A organização deve determinar se a validade dos resultados de medições anteriores foi adversamente afetada quando o equipamento de medição for considerado impróprio para a sua 54 finalidade, e tomar as medidas adequadas, se necessário. 7.1.6 O Conhecimento Organizacional A organização deve determinar o conhecimento necessário para a operação dos processos e para atingir a conformidade de produtos e serviços. Esse conhecimento deve ser mantido e disponibilizado na extensão necessária. Quando abordadas novas mudanças e tendências, a organização deve considerar seu conhecimento atual e determinar como adquirir ou acessar as necessidades de conhecimentos adicionais e atualizações requeridas. Nota 1: O conhecimento organizacional é o conhecimento específico para a organização; ele é adquirido pela experiência. É a informação que é usada e compartilhada para atingir os objetivos da organização. Nota 2: Conhecimento organizacional pode ser baseado em: a) fontes internas (por exemplo: propriedade intelectual, conhecimentos adquiridos com a experiência; lições aprendidas com os fracassos e projetos bem-sucedidos; captação e compartilhamento de conhecimento e experiência em situação não documentada; os resultados de melhorias em processos, produtos e serviços); b) fontes externas (por exemplo: normas, academia, conferências, compilação de conhecimentos com clientes ou fornecedores externos). 7.2 Competência a) determinar a competência necessária do pessoal que faz o trabalho sob seu controle que afeta o desempenho e eficácia do sistema de gestão da qualidade; b) assegurar que essas pessoas são competentes com base na educação, treinamento ou experiência apropriada; c) onde aplicável, tomar ações para adquirir as competências necessárias e avaliar a eficácia das ações tomadas; d) reter informações documentadas apropriadas, como evidência da competência. Nota: Ações aplicáveis podem incluir, por exemplo, prover treinamento, orientações, ou a retribuição de pessoas designadas; ou a terceirização ou contratação de pessoas competentes. 55 7.3 Conscientização A organização deve assegurar que pessoas fazendo trabalhos sob o controle da organização, estejam conscientizadas sobre: a) a política da qualidade; b) os objetivos da qualidade relevantes; c) sua contribuição para a eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade, incluindo os benefícios da melhoria do desempenho; d) as implicações de não conformidade para os requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade. 7.4 Comunicação A organização deve determinar as comunicações internas e externas relevantes para o Sistema de Gestão da Qualidade, incluindo: a) sobre o que irá se comunicar; b) quando se comunicar; c) com quem se comunicar; d) como se comunicar; e) quem comunicará. 7.5 Informação Documentada 7.5.1 Geral O Sistema de Gestão da Qualidade da organização, deve incluir: a) informação documentada requerida por esta Norma Internacional; b) informação documentada determinada pela organização como sendo necessárias para a eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade; Nota: A extensão da informação documentada para o Sistema de Gestão da Qualidade, podem diferir de uma organização para outra devido a: o tamanho da organização e seus tipos de atividades, processos, produtos e serviços; a complexidade dos processos e suas interações; a competência do pessoal. 56 7.5.2 Criação
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