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Candau_Koff_2020_Didática_1

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
DEPARTAMENTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
CURSO DE LETRAS E LITERATURAS
DISCIPLINA DIDÁTICA 1
Aluno: Humberto Teixeira 
	“A Didática Hoje: reinventando caminhos”, pontos salientes:
- reinventar a escola e a didática;
- estudo de caso em escola particular do RJ;
- perspectiva intercultural crítica;
- proposta: ampla reorganização de: tempos e espaços, ofício de aluno/a e de professor/a, conhecimentos, currículos, práticas para aprendizagem e avaliação, ritos, estratégias de gestão, entre outras dimensões que possibilitam e/ou configuram o formato escolar;
- não objetiva esgotar o tema, mas contribuir com conhecimento para a área;
- conclusão
A didática como ciência depende do empirismo, de como os idealizadores produzem seus conceitos e de como vêem os atores educacionais no papel formativo da escola.
O tema do artigo em epígrafe ressalta que as últimas três décadas têm se revelado bastante producentes e o conhecimento convergiu em perspectivas críticas e homogêneas, principalmente na década de 1980 como declara Maria Rita Sales Neto de Oliveira, integrante da mesa redonda, no X Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE), realizado no Rio de Janeiro, em 2000, quando contabiliza os dados colhidos e o progresso obtido nas duas décadas em que esse encontro foi realizado. Destaca as contribuições de personagens ilustres que em muito contribuíram para o exercicio da didática atual, como: Pimenta (2000; Pimenta et al., 2013); Libâneo (2000; Libâneo, 2008); Candau (2008); André (2008); Gatti (2008); Marcondes e Leite (2011). 
Entretanto, percebe-se que a pesquisa e reflexões relativas ao tema suscitam novas abordagens e uma busca incessante pela excelência. Um ciclo contínuo de significação, ressignificação, construção e desconstrução, a fim de que a didática transcenda o simples conceito e seja vista como ciência aplicada, evolutiva e contextualizada em melhores práticas no processo ensino-aprendizagem.
Os enfoques são diversos e cada autor percebe a didática e seu papel na educação dentro de uma matriz. Na educação escolar são muitas variáveis a considerar e os desafios imensos sobre a atual configuração do campo da Didática. Nesse grande laboratório, onde os elementos são variados, as condições nem sempre são as ideais ou favoráveis, pois as discussões sobre o assunto ocorrem espaços acadêmicos dos mais diversos.
Discussão sobre possibilidades e dificuldades entre a metodologia de projetos e educação intercultural no que se refere a reinvenção da escola e suas práticas pedagógicas e a relação entre a metodologia de projetos e a perspectiva intercultural crítica no ambiente escolar, segundo a experiência da autora nos trabalhos desenvolvidos junto ao ensino fundamental.
A didática e a educação escolar hoje expõe o embate entre os sistemas de ensino já consolidados versus a escolarização, face a necessidade de suprir as demandas sociais, políticas e culturais. 
A escola e sua dinâmica pedagógica, uma pedagogia atual e voltada ao senso crítico: sob pressão, como implementar melhorias? temos uma elevada carga de encargos, cobranças e prescrições em atendimento a diversos vetores: universalização da escolarização, qualidade da educação, projetos politico-pedagógicos, dinâmica interna das escolas, concepções curriculares, relações com a comunidade, função social da escola, gestão educacional, sistemas de medição no plano internacional e nacional, formação e condições de trabalho de professores/as, manifestações de violência e bullying na escola (Candau;Koff, 2015, p. 331);
Além disso, graves problemas de infraestrutura, condições insalubres ou precárias que trazem desconforto tanto para professores como para os alunos. Vale destacar, ainda, as crises identitárias e o subjetivismo que nem sempre são percebidos ou assinalados pelos atores educacionais. Esses fatores inviabilizam ou dificultam a abordagem e consequentemente a solução das questões de foro íntimo ou particulares prementes no ambiente escolar. Aponta como solução para esses óbices uma forma singular de gestão pelo controle, monitoramento e avaliação dos resultados implementados nas estratégias empregadas. Aplica uma citação de DUBET (2011) que atribui as "mutações" socio-antropológicas no ambiente escolar à modernidade, como o que confere o formato escolar na sociedade moderna. Por conseguinte, obriga-se ao cientista da educação um olhar mais profundo na realidade das escolas e no exercício da docência. Essa proposta visa a completude, a construção do sujeito em sua plenitude.
O projeto de pesquisa apresentado por Candau e Koff ( 2015, P. 334) é um estudo de natureza qualitativa, etnografico em que no ambiente da amostra encontra-se uma escola envolvida na elaboração de seu Projeto Político Pedagógico para implemetação do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano. O método empregado foi de observação, audição e escrita das rotinas em análise, cujo objetivo buscou interpretar e construir conhecimentos sobre as ações (reuniões, entrevistas, conversas e análise documental) da escola, dados que validassem nas medidas ali tomadas a reinvenção do campo da Didática. No bojo da pesquisa outras questões/indagações orientaram o trabalho de pesquisa: 
- que significados os projetos implementados pela escola têm para os diferentes sujeitos neles envolvidos?
- quais os ‘sentidos’ atribuídos aos projetos pelos diversos sujeitos que dele participam e/ou o constroem?
- quais os limites e os alcances desses projetos, enquanto uma alternativa didática inovadora para lidar com diferentes saberes, conhecimentos e culturas que circulam na escola, inclusive para viabilizá-la como um lugar de cruzamento desses mesmos saberes, conhecimentos e culturas, segundo
esses mesmos sujeitos?
- que potencial têm os projetos de trabalho, enquanto possibilidade de vivência de uma educação intercultural crítica?
A perspectiva da reinvenção da escola contextulaizada social e historicamente é : 
- uma escola plural, democrática, apta a superar os desafios da modernidade no processo formativo do cidadão/cidadã, como sujeitos da construção de um mundo melhor;
 -que debata o modo de viver o currículo e/ou a prática educativa, refletindo e discutindo modos de organização de tempos e espaços, relações e papéis de seus diferentes sujeitos e atores, saberes e conhecimentos, métodos, técnicas e recursos, linguagens, planejamento.
A reinvenção da escola para Candau; Koff( 2015,P. 336) a reinvenção da escola é orientada pelos princípios de uma Educação Intercultural Crítica e, consequentemente, tais princípios devem impregnar toda a escola/processos, afetando, portanto todas as suas dimensões e ações. 
No tocante ao tema “A Educação Intercultural Crítica”: a polissemia; multiculturalismo e interculturalismo centrados em questões relativas aos processos imigratórios, destaca a professora Catherine Walsh, da Universidad Andina Simon Bolívar (sede do Equador) e especialista em educação intercultural, que distingue-a em três concepções principais: 1ª interculturalidade relacional; 2ª interculturalidade funcional funcional; 3ªinterculturalidade crítica.
Interculturalidade relacional: refere-se basicamente ao contacto e intercâmbio entre culturas e sujeitos socioculturais, entre suas distintas práticas, saberes, valores e tradições. Esta Interculturalidade funcional : orientada a diminuir as áreas de tensão e conflito entre os diversos grupos e movimentos sociais, sem afetar a estrutura e as relações de poder vigentes. 
Interculturalidade crítica: a que questiona as diferenças e desigualdades construídas ao longo da história entre diferentes grupos socioculturais, étnico-raciais, de gênero, orientação sexual,
entre outros. 
A concepção e realização do processo ensino-aprendizagem requer o desempenho dos atores em seus papéis: o professor, que atua como facilitador da aprendizagem valorizando e capacitando esse aluno; o/a aluno/a, foco do processo, é o agente realizador que deve ser preparado para exercer autonomia noprocesso de construção dos saberes; O ambiente escolar atua como fornecedor da infraestrutura para consecução dos processos de ensino, em dinâmicas voltadas para o modelo de aprender a aprender, valorizando o/a aluno/a , na situação de sujeito/ator, real protagonista nesse processo de aprendizagens. Portanto, a função da escola é favorecer a busca das informações disponíveis em vários meios e/ou linguagens, processar e transformar em conhecimentos, inserção crítica no mundo em que vivem. incutir no/na aluno/a que em sua autonomia, como protagonista é ele/a quem constrói conhecimentos, a partir das relações e diferentes tipos de experiências que ele/a estabelece com o ‘outro’ à nível social, o que lhe dá a concepção de sociedade. 
Ao tratar do assunto “avaliação”, como instrumento de medida da aprendizagem não deve ser uma avaliação somativa, classificatória e/ou seletiva, mas um instrumento de medida que valorize o aprendizado crítico, as habilidades adquiridas durante o processo da aprendizagem, constituindo-se, assim, em uma avaliação formativa, que valore o conhecimento sem o peso do grau, aprovação ou reprovação, um instrumento que consagre o ato de aprender, a aprender, sem os constrangimentos de instrumentos de avaliação historicamente ineficazes.
Abstraiu-se, ainda na pesquisa, que no processo de ensino visitado na escola, objeto da observação, pareceu-lhes estar criando nos discentes mais oportunidades e maior responsabilidade sobre suas aprendizagens, além da facilitação e ampliação do diálogo professor-aluno nesse processo de aprendizagem.
Finalizam a pesquisa afirmando que o trabalho com projetos, articulado à perspectiva intercultural crítica é de possível implantação e favorece processos de reinvenção da escola. Além de colocar em questão ou desconstruir o formato escolar em vigor e as relações professor-aluno. 
Reinventar a escola, reinventando seu modo de ser e agir, tendo como alternativa o trabalho centrado em projetos, configurados segundo os princípios da perspectiva intercultural crítica, parece ser não só uma possibilidade – mesmo que sua implementação exija superar conflitos, romper com rotinas já cristalizadas, se envolver com ações cooperativas, realizar muitas pesquisas, estar disposto a aprender de forma solidária e pleno compromisso e engajamento profissional –, como também um caminho viável e promissor para a reinvenção da Didática como campo teórico-prático do conhecimento pedagógico.
	Nota pessoal: - penso que a amostra realizada pelo projeto junto a escola da Zona Sul do Rio de Janeiro, não contempla a realidade das escolas do Estado do Rio de janeiro. Creio que a diferenciação entre pública e particular, de escola do interior ou de periferia ampliaria o trabalho e possivelmente traria realidades diferentes e resultados interessantes.
Referências:
- Candau, Vera Maria Ferrão; KoffI, Adélia Maria Nehme Simão e . A Didática Hoje: reinventando caminhos. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 40, n. 2 330 , p. 329-348, abr./jun. 2015.
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