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Ao final do Módulo I, os participantes deverão ser capazes de definir a gestão da integridade no âmbito da Embrapa.
“Integridade Pública refere-se ao alinhamento consistente e à adesão de valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados no setor público.”1, segundo o Conselho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre Integridade Pública.
A Controladoria-Geral da União (CGU), em seu Guia Prático de Gestão de Riscos para a Integridade, definiu que constituem riscos para a integridade: a) abuso de posição ou poder em interesses privados; b) nepotismo; c) conflito de interesses; d) pressão interna ou externa ilegal ou antiética para influenciar o agente público; e) solicitação ou recebimento de vantagem indevida; e f) utilização de recursos públicos em favor de interesses privados.2
O processo Integridade da Embrapa envolve diversas áreas e todos os empregados. O sucesso dele está diretamente ligado à inter-relação dos envolvidos. São os atores:
a) a Ouvidoria, no papel de responsável pelo Canal de Denúncias;
b) a Comissão de Ética da Embrapa, atuando preditiva, preventiva e reativamente para garantir o cumprimento do comportamento ético;
c) a área de gestão de riscos e os agentes de riscos, no mapeamento de riscos para a integridade;
d) a Auditoria Interna, avaliando a eficácia da governança, do gerenciamento de riscos para a integridade e dos controles estabelecidos;
e) a área de gestão da integridade, buscando apoiar a sinergia de todos os atores envolvidos no processo, e estruturando as informações referentes ao tema;
f) a Alta Administração da Embrapa que pelo engajamento e apoio contribuirá de forma significativa para o desenvolvimento da cultura de integridade na Embrapa;
g) o Comitê de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos (CGRIC), responsável estratégico pela implantação desses processos no âmbito da Embrapa;
h) os empregados que devem manter o comportamento ético e íntegro.
Integridade de forma genérica pode ser compreendida como medidas de prevenção e combate a fraude e a corrupção. Com o advento das ações da Operação Lava-Jato o tema despertou o interesse na população brasileira e tanto a iniciativa privada quanto o setor público desenvolveram estratégias para lidar com o problema corrupção.
E você? Tem a integridade como um valor essencial?
Age de acordo com as leis e regras estabelecidas sempre ou só quando pode ser visto?
Transita dentro do limite de velocidade? Ou freia em frente ao radar?
Faz carteirinha de estudante, mesmo sem frequentar instituições de ensino, apenas para pagar meia entrada?
                                                      Cede o assento no transporte coletivo ao idoso ou a grávida?
No entanto, eventos de fraude (quaisquer atos ilegais caracterizados por desonestidade, dissimulação ou quebra de confiança, que não implicam o uso de ameaça de violência ou de força física) e de corrupção (solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou mesmo antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem) não são exclusivos do Brasil e tão pouco uma questão apenas atual. O Código de Hammurabi, escrito em cerca de 1780 a.C, já punia os vendedores que alteravam pesos e medidas de suas mercadorias, bem como os que vendiam mercadorias roubadas, ou seja, há dados que evidenciam a punição para eventos de fraude na antiga Mesopotâmia, um dos berços da civilização humana, e no primeiro código de leis escritas.
Segundo Brasiliano 2015:3 
“sob o impacto dos escândalos corporativos internacionais verificados desde a década de 90, inúmeros países vêm adotando regras cada vez mais rígidas contra fraudes e condutas impróprias. São regras impostas, também para coibir outros problemas graves da economia globalizada, como a lavagem de dinheiro decorrente da corrupção, do tráfico de drogas e do terrorismo. Apenas a Anti-Bribery Convention (Convenção contra a Corrupção), elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), já foi assinada por 36 países enquanto a Austrália, Alemanha e África do Sul adotaram legislações semelhantes. Leis como a Sarbanes-Oxley (SOX - dos Estados Unidos), JSOX (Japão) e Canadian SOX (Canadá), relativas a governança corporativa, também apresentam inúmeras normas diferentes.”
A Lei Sarbanes-Oxley, também conhecida como SOX foi sancionada em 2002, pelo Congresso dos Estados Unidos para proteger investidores e demais stakeholders dos erros das escriturações contábeis e práticas fraudulentas. A lei surgiu como resposta a uma série de escândalos financeiros que atingiram empresas como Enron, Xerox, Tyco, WorldCom etc.
A SOX foi elaborada pelos congressistas Paul Sarbanes e Michel Oxley (o primeiro democrata e o segundo republicano) e visa aprimorar a governança corporativa e a prestação de contas. Em outras palavras, o objetivo da SOX é identificar, combater e prevenir fraudes que impactam no desempenho financeiro das organizações. Empresas, sejam americanas ou não, com ações na SEC (Securities and Exchange Comission, ou seja com ações nas bolsas americanas) devem seguir as definições da SOX. http://www.soxlaw.com/
A Lei Sarbanes-Oxley, também conhecida como SOX foi sancionada em 2002, pelo Congresso dos Estados Unidos para proteger investidores e demais stakeholders dos erros das escriturações contábeis e práticas fraudulentas. A lei surgiu como resposta a uma série de escândalos financeiros que atingiram empresas como Enron, Xerox, Tyco, WorldCom etc.
A SOX foi elaborada pelos congressistas Paul Sarbanes e Michel Oxley (o primeiro democrata e o segundo republicano) e visa aprimorar a governança corporativa e a prestação de contas. Em outras palavras, o objetivo da SOX é identificar, combater e prevenir fraudes que impactam no desempenho financeiro das organizações. Empresas, sejam americanas ou não, com ações na SEC (Securities and Exchange Comission, ou seja com ações nas bolsas americanas) devem seguir as definições da SOX. http://www.soxlaw.com/
Abordagens tradicionais baseadas na criação de mais regras, conformidade mais rigorosa e cumprimento mais rígido têm eficácia limitada. Uma resposta estratégica e sustentável à corrupção é a integridade pública.
E você? 
Pede nota fiscal dos produtos que compra ou prefere pagar mais barato por produtos piratas ou que não pagam impostos? 
Pede recibo em consultas ou aceita pagar menos sem recibo? 
Denuncia casos de corrupção e fraude às instâncias competentes?
1.1.1 – Integridade Pública - Parte 1
A aprovação da Lei 12.846,4 de 1º de agosto de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção, fortaleceu as discussões sobre o tema da integridade corporativa e estimulou a adoção dos Programas de Integridade à categoria de principal fator mitigador dos riscos de corrupção e fraude contra a Administração Pública.
O artigo 5º da referida Lei, trata “Dos atos lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira: 
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: 
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimentolicitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a administração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.”
1.1.1 – Integridade Pública - Parte 2
Antes da publicação da Lei Anticorrupção, apenas as pessoas físicas eram punidas. No entanto, com o advento da referida lei, empresas, fundações e associações passam a responder civil e administrativamente por atos lesivos praticados em seu interesse ou benefício que causem prejuízos ao patrimônio público ou infrinjam princípios da administração pública ou compromissos internacionais em que o Brasil seja signatário. 
Para conhecer a Lei 12.846/2013 na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm
As empresas estatais, inclusive a Embrapa, se orientam pelos princípios da administração pública, gerem recursos públicos, cumprindo objetivos de interesse público que justificam sua criação e manutenção. Por isso, devem ter papel de destaque no desenvolvimento de uma cultura corporativa pautada pela ética e a elaboração de políticas e mecanismos capazes de prevenir, detectar e remediar atos de corrupção e fraude.
Em 2016 com a aprovação da Lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, foi instituída a obrigatoriedade de adoção de medidas de integridade. Várias mudanças na governança da Embrapa são decorrência de adequações à Lei:
Conheça a Lei das Estatais na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm
1.1.2 – Dimensões de um Programa de Integridade - Parte 1
Em dezembro de 2015, com o intuito de auxiliar a implantação de Programas de Integridade nas Empresas Estatais, a CGU elaborou e publicou o “Guia de Implantação de Programa de Integridade nas Empresas Estatais - Orientações para a Gestão da Integridade nas Empresas Estatais Federais5”, disponível no seguinte endereço: https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/etica-e-integridade/arquivos/guia_estatais_final.pdf/view
Do Guia, destacamos a estrutura integridade do programa de integridade das empresas estatais: 
Figura elaborada pela CGU: [https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/etica-e-integridade/arquivos/guia_estatais_final.pdf/view]
1.1.2 – Dimensões de um Programa de Integridade - Parte 2
Sugerimos que você conheça o Guia e as outras publicações da CGU sobre o tema, na página: https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/etica-e-integridade/colecao-programa-de-integridade. 
O Programa de Integridade para ser efetivo deve contemplar todas as dimensões citadas e sempre se retroalimentar. Os novos riscos de integridade mapeados, as denúncias recebidas, apuradas e, se for o caso, penalidades e punições aplicadas aos agentes que cometeram irregularidades são insumos para ajustes no Programa, bem como desenvolvimento de capacitações e comunicação focadas nas necessidades da Empresa.
1.2 – Integridade na Embrapa - Parte 1
Diante do contexto nacional e internacional, a Embrapa também se insere no combate a fraude e a corrupção. No ano de 2017 adere ao Programa de Fomento à Integridade do Governo Federal (Profip - CGU), em um compromisso firmado em 31 de maio no então Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e em conjunto com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) essa iniciativa demonstra o compromisso da Empresa com o tema Integridade, tanto no ambiente interno quanto em suas relações com parceiros externos.
Os programas de integridade funcionam por meio de quatro eixos:
● Comprometimento e apoio da Alta Administração;
● Instância responsável pelo Plano de Integridade; 
● Análise de Risco; e
● Monitoramento Contínuo.
Sobre o Profip na página da CGU: https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/etica-e-integridade/profip
1.2 – Integridade na Embrapa - Parte 2
Em fevereiro de 2018, com a publicação do Regimento Interno das Secretarias, em consequência da reestruturação da Sede da Embrapa, foi criada a Gerência de Riscos, Integridade e Transparência da Secretaria de Desenvolvimento Institucional (GRIT/SDI), que apoia o Comitê de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos (CGRIC), atendendo ao disposto no novo Estatuto que prevê unidades internas de Governança, entre elas a área de Conformidade, Integridade e Gerenciamento de Riscos.
Em 2019, houve a publicação da Política de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos, aprovada pelo CONSAD que estabeleceu o direcionamento estratégico e determinações para as atividades corporativas de gestão de riscos, controles internos, integridade e conformidade, de forma a assegurar sua integração aos processos organizacionais, reduzir a exposição a riscos, danos ao patrimônio e à imagem empresarial; além de fortalecer os mecanismos de governança e o alcance dos objetivos estratégicos da Embrapa. 
São diretrizes da Política:
a) A Gestão de Riscos, Controles Internos, Integridade e Conformidade é um mecanismo de governança e de tomada de decisão, cuja finalidade é facilitar o alcance dos objetivos da Embrapa. 
b) A Área de Conformidade, Integridade e Gerenciamento de Riscos é formada pelo Comitê de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos (CGRIC), colegiado de caráter estratégico e deliberativo, responsável pela condução das ações corporativas de Gestão de Riscos, Controles Internos, Integridade e Conformidade na Embrapa, composto por um dos membros da Diretoria-Executiva, indicado pelo CONSAD, que irá presidi-lo, pelo Chefe da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, pelo Chefe da Secretaria de Desenvolvimento Institucional e pelo Ouvidor. 
c) Integram o Sistema de Gestão de Riscos, Controles Internos, Integridade e Conformidade da Embrapa o Conselho de Administração da Embrapa, a Diretoria Executiva, a Comissão de Ética da Embrapa, a Ouvidoria da Embrapa, o Comitê de Gestão de Riscos, Controles Internos, Integridade e Conformidade da Embrapa, o Comitê de Auditoria, a Assessoria de Auditoria Interna e a Secretaria de Desenvolvimento Institucional. 
d) A Gestão de Riscos, Controles Internos, Integridade e Conformidade deve focar nos valores e no respeito às normas, leis e princípios constitucionais.e) O comprometimento da alta administração, evidenciado pelo apoio inequívoco, é garantia da independência na execução dos mecanismos previstos nesta política. 
f) Os responsáveis pela Gestão de Riscos, Controles Internos, Integridade e Conformidade da Embrapa devem ter acesso irrestrito a registros, informações, sistemas e bens móveis e imóveis, relevantes à execução de suas atividades. 
g) A organização da gestão de riscos, controles internos, integridade e conformidade é estabelecida e mantida em ciclos de melhoria, para permitir ajustes e sua adaptação às mudanças organizacionais. 
h) A gestão de riscos, conformidade, integridade e controles internos é parte integrante de todos os processos organizacionais. 
i) Todos os gestores e empregados são responsáveis pela gestão de riscos, controles internos, integridade e conformidade em seus processos de atuação, e serão orientados para o uso dos instrumentos normativos e procedimentos para executar estas tarefas. 
j) A capacitação em gestão de riscos, controles internos, integridade e conformidade deve ser desenvolvida de forma continuada e oferecida a todos os empregados. 
k) Os membros do Conselho de Administração, da Diretoria e do Conselho Fiscal, participarão, na posse e anualmente, de treinamentos sobre as temáticas de conformidade, controles internos, integridade e gestão de riscos. 
l) A Gestão de Riscos, Controles Internos, Integridade e Conformidade serão integradas às políticas, ao planejamento estratégico e aos processos estabelecidos pela Embrapa. 
Diretrizes específicas para a Gestão da Integridade:
a) A Gestão da Integridade envolve temas como conduta ética, orientações e exemplos de lideranças, processos e divisões de trabalho, políticas de incentivo a determinados comportamentos, prestação de contas, processos de monitoramento e uso de recursos e as interações com a sociedade em geral. 
b) O Comitê de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos deve articular as diferentes instâncias de integridade da Embrapa, sendo o interlocutor sobre a temática junto aos órgãos de controle interno e externo. 
c) A Embrapa deverá adotar mecanismos que possibilite contratar, preferencialmente, fornecedores que tenham Programa de Integridade implantado. 
d) A Embrapa disseminará uma cultura de Integridade dentro da organização, por meio de treinamentos e campanhas contínuas. 
e) Os riscos de integridade, independente de sua classificação, devem ser reportados ao Comitê de Gestão de Riscos, Conformidade, Integridade e Controles Internos, ao Conselho de Administração da Embrapa e ao Comitê de Auditoria. 
f) A Comissão de Ética da Embrapa deve zelar pela conduta ética e subsidiar o Comitê de Gestão de Riscos, Conformidade, Integridade e Controles Internos, com informações, as necessidades de capacitação e comunicação sobre integridade. 
g) As denúncias referentes à temática integridade, ao serem recebidas pela Ouvidoria, devem ser comunicadas ao Comitê de Gestão de Riscos, Conformidade, Integridade e Controles Internos, após o juízo de admissibilidade. 
h) O Comitê de Gestão de Riscos, Conformidade, Integridade e Controles Internos deve aprovar a metodologia para o levantamento de riscos à integridade da Embrapa, contribuindo para a mitigação de fraudes e desvios de conduta. 
Para conhecer a Política de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos na íntegra clique aqui. 
1.2.1 – Instâncias do Sistema de Integridade na Embrapa - Parte 1
Conforme vimos no tópico anterior, uma das inovações da Política de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos é a institucionalização do Sistema de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos. Integram o Sistema todos os responsáveis por gerenciar, coordenar, monitorar e operacionalizar os temas relacionados à gestão de riscos, controles internos, integridade e conformidade. São eles:
1.2.1 – Instâncias do Sistema de Integridade na Embrapa - Parte 2
No Módulo 2 deste curso, você vai entender o papel da CEE.
● Ouvidoria
A Ouvidoria é subordinada ao Conselho de Administração (Consad) e vinculada administrativamente ao Presidente da Embrapa, resguardada sua independência funcional no âmbito de suas atribuições, e é responsável pelo aprimoramento das relações da Empresa com seus públicos interno e externo em suas diferentes instâncias administrativas. É responsável também pela implantação da Lei de Acesso à Informação.
Também responde pelo canal de denúncias da Embrapa, utilizando o eOUV (Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal, que será explicado no Módulo 4) como sistema de entrada e tratamento das denúncias.
O módulo 4 deste curso detalha melhor as atribuições da Ouvidoria.
Comitê de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos (CGRIC)
É um colegiado de caráter estratégico e deliberativo, responsável pelas ações corporativas de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos, pela articulação das diferentes instâncias de Integridade da Embrapa e interlocutor sobre o assunto junto aos órgãos de controle interno e externo. 
É presidido por um dos membros da Diretoria-Executiva, indicado pelo CONSAD, e têm como membros o Chefe da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, Chefe da Secretaria de Desenvolvimento Institucional e Ouvidor. 
Comitê de Auditoria Estatutário
Comitê criado pela Lei 13.303/2016, também conhecida como Lei das Estatais, é composto por membros independentes. Responsável por supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de controle interno e de auditoria interna. Monitora a qualidade e a integridade dos mecanismos de controle interno, das demonstrações financeiras e das informações e medições divulgadas pela Embrapa e avalia e monitora a exposição ao risco da Embrapa.
Assessoria de Auditoria Interna
A AUD, tem por atribuições auxiliar o CONSAD da Embrapa, apoiar o CGRIC e avaliar o Sistema de Gestão de Riscos, Integridade, Conformidade e Controles Internos.
Secretaria de Desenvolvimento Institucional 
Secretaria de nível tático, vinculada à Diretoria-Executiva de Gestão Institucional, tem a missão de apoiar o CGRIC. Por meio de sua Gerência de Riscos, Integridade e Transparência (GRIT), tem entre outras, as seguintes finalidades: propor as diretrizes táticas de riscos, integridade e transparência em alinhamento com as diretrizes da governança corporativa; coordenar a implementação das diretrizes táticas de riscos, integridade, transparência, conformidade e controles internos. Monitora a evolução dos níveis de risco e as medidas de controle executadas, bem como a implementação do Plano de Integridade.
1.2.1 – Instâncias do Sistema de Integridade na Embrapa - Parte 3
Cabe à supervisão de riscos e conformidade fornecer metodologia para o levantamento de riscos à integridade da Embrapa, contribuindo para a mitigação de fraudes e desvios de conduta.
A supervisão de integridade apoia a articulação das diferentes instâncias de integridade da Embrapa, inclusive no que se refere à interlocução junto aos órgãos de controle interno e externo.
Também há na Embrapa a Gerência de Apurações Internas, uma importante área para o ciclo da Integridade, mas que, por força normativa, não integra o Sistema. As atribuições dela são tratadas no módulo 5.
1.3 – Resumo do Módulo
Neste módulo, aprendemos que apesar do tema fraude e corrupção estarem na mídia atualmente, principalmente, em decorrência das ações da operação lava-jato, eventos de fraude e corrupção, não são exclusividade do Brasil e nem tão pouco da era contemporânea.
O Código de Hammurabi, escrito na antiga Mesopotâmia, já tratava de punições para fraudes detectadas no comércio e mais recentemente várias legislações foram criadas com o intuito de evitar fraudes e corrupção como, por exemplo, a Lei SOX nos Estados Unidos. O Brasil, em 2013, publicou a Lei 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção.
Em 2015, visando a implantação de Programas de Integridade, a CGU publica o Guia de Implantação de Programa de Integridadenas Empresas Estatais, contendo as dimensões do referido programa: a) desenvolvimento do ambiente de gestão do programa de integridade, b) análise periódica de riscos, c) estruturação e implantação de políticas e procedimentos do programa de integridade, d) comunicação e treinamento e e) monitoramento do programa, medidas de remediação e aplicação de penalidades. 
Em 2017 a Embrapa adere ao PROFIP e se compromete com o Tema Integridade, e em 2018, com a reestruturação da Sede da Empresa, é criada uma área responsável por coordenar a implementação das diretrizes táticas de Integridade. As instâncias que formam o Sistema de Integridade da Embrapa são: CGRIC, CEE, Ouvidoria e SDI.
Módulo 2 - O papel da comissão de ética
Apresentação do módulo
Será apresentado o trabalho realizado pela Comissão de Ética, para que os participantes possam conhecer: o seu principal papel educativo, o rito processual das consultas e denúncias de apuração ética, bem como o que pode ser considerado uma infração ética.
Neste Módulo, apresentamos uma introdução à gestão da ética e ao papel da Comissão de Ética, a descrição do rito processual das demandas tratadas pela Comissão, exemplos de infrações éticas e um destaque ao papel do gestor.
2.1.1 Qual é a origem da palavra ética?
A palavra Ética tem origem em duas palavras gregas: A primeira, traduzida como éthos, significa costume e hábito e a segunda, traduzida como êthos, designaria um modo de ser, um caráter habitual, um conjunto de tradições e ações que constituem a identidade de quem se é.
A palavra moral é a tradução da palavra ética do grego e tem origem no latim mos (plural mores).
2.1.2 A diferença entre ética e moral
Assim, as palavras ética e moral poderiam ser usadas como sinônimos. Contudo, atualmente se define como moral todo o sistema próprio de regras de diferentes grupos sociais. São todas as normas e valores que são aceitos e praticados como certo e errado por um determinado grupo, comunidade, organização.
A ética é uma parte da filosofia que estuda a moral, os diferentes sistemas públicos de regras, seus fundamentos, características e justificações, a partir de uma análise dos valores éticos de forma transversal e universal.
2.1.3 Quais são as teorias que fundamentam a ética?
Há duas teorias que fundamentam a ética: a deontológica e a teleológica.
A teoria deontológica refere-se a regras gerais e não específicas. A palavra deontologia tem como base a palavra grega deon que significa obrigação. Uma ação será considerada correta se tiver como motivo princípios universais, auto evidentes, que independem das consequências. Não há exceção para a prática de condutas consideradas não éticas.
No Decreto nº 1.171/1994, Capítulo I, Seção I do Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal refere-se às regras Deontológicas, como premissas para a conduta ética no serviço público.
2.1.4 A ética das virtudes de Aristóteles
A virtude tem origem na Grécia com a palavra areté, que também pode ser traduzida como excelência. Foi traduzida para o latim como virtus, que é sua raiz em português. Virtude, segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida para fazer o bem e que podem ser aperfeiçoadas com o hábito.
A virtude é a mediana entre dois vícios – por ausência/deficiência ou por excesso. A virtude está em encontrar qual é o meio termo para cada indivíduo nas suas ações.
A teoria teleológica baseia-se em ações certas ou erradas de acordo com suas consequências, de acordo com o seu fim (télos) e não de acordo com princípios auto evidentes ou pré-definidos. Assim, as consequências da ação definem se a ação é ética. Nesse sentido, são previstas algumas exceções para condutas não éticas.
Para o alcance da excelência moral, a prudência parece ter um papel bastante importante. A prudência é uma das quatro virtudes cardeais (prudência ou sabedoria, justiça, coragem e temperança) da Antiguidade e da Idade Média, mas ficou reduzida a um aspecto: cautela, cuidado. Contudo, em seu significado mais amplo, a prudência é basicamente tomar a decisão certa (risco com cautela) para o momento. Envolve, além do caráter de cuidado, de precaução, uma necessidade de arriscar, de algo que deve ser feito. Através do hábito, aprende-se a ser prudente.
2.1.5 A concepção utilitarista da ética
O principal lema dos utilitaristas ingleses como Jeremy Bentham (1748-1832), John Stuart Mill (1806-1873) e Henry Sigdwick (1830-1900) pode ser interpretado da seguinte forma “o maior bem para o maior número possível de pessoas”.
Segundo Michel Walzer (2004), se a situação for extrema, pode-se transgredir a ética. Em momentos de “emergência suprema”, certas ações, que envolvem uma inegável transgressão moral, podem ser justificadas não tanto com referência aos princípios universais, mas sim, através das circunstâncias. Nesses casos pode-se aceitar a ausência da ética como uma exceção para fazer o bem para a maioria das pessoas envolvidas.
2.1.6 Como é possível educar para a ética?
Falar em educação para a ética é perguntar sobre que tipo de motivações que temos para agir moralmente. E que tipo de expectativas devemos ter com aqueles que nos rodeiam.
É possível educar alguém para ser ético? Sócrates e Aristóteles afirmam que é possível.
Para Sócrates a educação para a ética se baseia no convencimento de alguém a perceber a importância de ser ético.
Aristóteles acredita que é pelo hábito que se desenvolve uma disposição de caráter, ou seja, é através da prática reiterada de ações virtuosas que adquirimos a virtude. Ensinar a ser ético seria ajudar a criar o hábito da ética.
Já Maquiavel não apostaria na educação para a ética, tendo em vista que, para ele, as pessoas agem, na maioria das vezes, na defesa de seus próprios interesses.
2.1.7 Gestão da Ética na Administração Pública
A instância da ética foi pensada a partir de um cenário de insatisfação da sociedade civil em relação às imperfeições dos sistemas políticos, os evidentes conflitos de interesses inerentes à dificuldade de separação das esferas públicas e privadas colocando em dúvida a moralidade da Administração Pública, e a iminente necessidade de prevenir desvios quanto às condutas praticadas em detrimento de valores éticos.
Nesses termos foram criadas algumas regulações, incluindo a criação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP/PR) que coordena o Sistema de Gestão da Ética na Administração Pública:
2.1.8 As Comissões de Ética e seu papel educativo
Atualmente em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta, autárquica e fundacional, ou qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo Poder Público, deve ser criada uma Comissão de Ética (CE), encarregada de orientar e aconselhar sobre ética.
Destaca-se que a Comissão de Ética tem principalmente um papel educativo no desenvolvimento de um Plano de Trabalho de ações preventivas de comunicação e educação, assim como no tratamento das consultas e denúncias.
Tendo em vista a competência da CE de disseminar as normas éticas, esta deve ajudar a criar o hábito das ações éticas por meio de capacitações, de treinamentos, de estudos de casos, da promoção de debate sobre situações reais e supostas, e da organização de eventos.
Nesse contexto, a CE é incumbida de fornecer, aos responsáveis pela área de gestão de pessoas, os registros sobre falta de conduta ética para poder instruir e fundamentar a análise de promoções e procedimentos da carreira do servidor. A penalidade aplicável pela CE ao servidor é a Censura Ética.
2.1.8.1 Composição da Comissão de Ética e Secretaria Executiva
As Comissões de Éticas são compostas por servidores e empregados do quadro permanente sendo 3 titulares e 3 suplentes, designados pelo dirigente máximo da instituição, com mandatos não coincidentes de três anos, podendo ser reconduzidos uma vez.
Cada Comissão de Ética conta com uma Secretaria Executiva (Unidade Organizacional), que deve ser vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano de trabalhopor ela aprovado e prover apoio técnico e material necessário ao cumprimento das suas atribuições.
As Secretarias Executivas das Comissões de Ética serão exercidas por empregado do quadro permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo gerencial compatível com sua estrutura, alocado sem aumento de despesas. Esse titular da Unidade é o Secretário Executivo.
2.1.8.2 Responsabilidades da Comissão de Ética
As competências e atribuições da Comissão de Ética na instituição, conforme previsto na Resolução CEP/PR nº 10/2008 compreende, resumidamente:
a) Atuar como instância consultiva dos agentes públicos da organização, respondendo as consultas com orientações alinhadas ao Código de Ética da Empresa, ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e ao Código de Conduta da Alta Administração Federal;
b) Apurar denúncias, realizando as devidas diligências para análise de comportamentos sob o recorte ético, propondo-se um Acordo de Conduta Pessoal e Profissional, Recomendações Éticas e/ou Censura Ética, de acordo com a gravidade do desvio ético, em conformidade com o rito processual da Comissão de Ética;
c) Desenvolver ações de comunicação e educação com base no Plano de Trabalho de Gestão da Ética na organização, incluindo orientações aos Representantes Locais que contribuem com atividades preventivas de comunicação e educação para a Ética.
O rito processual das consultas e denúncias de apuração ética, submetidas à análise da Comissão de Ética, segue as orientações da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP/PR), em conformidade com os Decretos nº 1.171/1994 e nº 6.029/2007, a Resolução nº 10/2008 da CEP/PR e Regimento Interno.
As demandas de consultas e denúncias na Embrapa podem ser enviadas à Comissão de Ética por e-mail (etica@embrapa.br), em caráter RESERVADO, por ser acessível apenas aos membros e Secretaria Executiva da Comissão de Ética da Embrapa (CEE). Para maiores informações, orientamos acessar a página do colegiado na intranet (https://www.embrapa.br/group/intranet/comissao-de-etica-da-embrapa-cee).
Ressalta-se a importância do encaminhamento RESERVADO apenas à Comissão, para preservação do sigilo até conclusão do processo de apuração.
2.2.1 – Consultas e sua importância
As consultas recebidas geralmente são por telefone ou pelo e-mail, sendo respondidas brevemente. Dependendo da complexidade dos esclarecimentos solicitados, as consultas são analisadas pelo colegiado nas reuniões mensais e definido um membro responsável por atender a demanda.
As consultas são muito importantes, por exemplo, para orientar gestores na condução de equipes, para esclarecer dúvidas de empregados e outros agentes públicos sobre como agir em determinadas situações no ambiente de trabalho ou, ainda, para informar como a Comissão de Ética pode contribuir numa determinada demanda.
Quando ocorrem problemas ou conflitos no ambiente de trabalho, é importante saber que há um canal de consultas disponível a todos os empregados, gestores e colaboradores. Incentivamos a todos a utilizar esse canal da Comissão de Ética, com o objetivo de evitar que problemas emergentes se tornem cada vez mais difíceis de administrar, podendo acarretar em situações mais gravosas, caso não sejam resolvidas assim que surgir um determinado problema.
2.2.2 – Denúncias - Parte 1
As denúncias geralmente são recebidas pelo e-mail, pois precisam ser documentadas por escrito e por ser um meio RESERVADO, com acesso restrito aos integrantes da Comissão de Ética e da Secretaria Executiva.
Ressaltamos que as demandas são tratadas pela Comissão de Ética com extremo zelo pela:
a) Proteção da honra e da imagem da pessoa investigada;
b) Proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar;
c) Independência e imparcialidade dos membros na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas em lei;
d) Sigilo do procedimento ético.
Ao receber uma denúncia, primeiramente a Comissão de Ética analisa os critérios de admissibilidade a partir do pressuposto que o demandante esteja agindo de boa-fé (o qual pode identificar-se, solicitar reserva de identidade ou enviar uma denúncia anônima). As informações encaminhadas devem atender aos seguintes critérios:
I. Descrição da conduta
Incluindo a narrativa detalhada dos fatos ocorridos (local, data, pessoas envolvidas etc.) que, na visão do denunciante, possam ter infringido o Código de Ética da Empresa ou o Código de Ética Profissional do Servidor Público do Poder Executivo Federal;
II. Indicação de autoria
Especificando o nome do(s) denunciado(s) (empregado, gestor ou colaborador), incluindo Unidade de lotação;
III. Apresentação de elementos de prova documentais ou testemunhais
Que possam comprovar o desvio ético ou indicação de onde podem ser encontrados. Se houver indicação de testemunhas, orientamos incluir o contato destas. Em geral, a Comissão contata até 4 testemunhas.
A denúncia é analisada pelo colegiado nas reuniões mensais da Comissão de Ética e, caso tenha atendido os critérios de admissibilidade, abre-se inicialmente um Procedimento Preliminar (PP) e define-se um Relator entre os membros para analisar a documentação, se atende os critérios de admissibilidade e identificar se há indícios de quebra de conduta. Ao final dessa fase preliminar, o colegiado delibera entre 3 possíveis desdobramentos:
(1) Arquivamento, por falta de materialidade nas provas apresentadas, por falta de autor, ou por não ser identificado indício de quebra de conduta ética;
(2) Termo de Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP) ao demandado, pelo período de até 2 (dois) anos dependendo da característica do fato ocorrido ser um episódio pontual ou um comportamento reiterado ou mais gravoso. Em caso de assinatura e homologação do acordo, o processo é sobrestado; ou 
(3) Abertura de Processo de Apuração Ética, caso atenda aos critérios de admissibilidade ou em casos abrangidos pelas vedações que constam no Código de Ética Profissional do Servidor Público do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1171/1994).
Com relação ao Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP), salienta-se que se trata de um instrumento educativo firmado, de forma reservada, entre a Comissão de Ética e o demandado, em defesa dos valores institucionais da Embrapa e da Administração Pública. A assinatura do acordo na fase preliminar não implica em culpabilidade dos fatos ocorridos, mas sim na oportunidade de leitura atenta dos normativos éticos para reflexão sobre a atitude adequada no ambiente de trabalho, no sentido de prevenir que situações similares ocorram novamente. O documento do Acordo não constará no histórico funcional, por ser um documento reservado à Comissão de Ética e ao demandado.
Ao ser iniciado um Processo de Apuração Ética (PAE), o colegiado realiza diligências para instrução documental complementar e solicita a manifestação de defesa ao demandado. Ao final do processo, o colegiado delibera entre 4 possíveis desdobramentos:
(1) Arquivamento:
Por improcedência e/ou ausência de infração ética ou elementos de prova suficientes;
(2) Proposta de assinatura do Termo de Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP):
Ao demandado, pelo período de até 2 (dois) anos dependendo da característica do fato ocorrido ser um episódio menos ou mais gravoso. Entretanto, as faltas éticas do inciso XV do Decreto nº 1.171/1994 não são passíveis de proposta de ACPP. Em caso de assinatura e homologação do ACPP, o processo é sobrestado;
(3) Recomendações Éticas:
Recomendações especificando os itens dos Códigos de Ética que o demandado deve observar atentamente no seu comportamento pessoal e profissional, ou ainda podem ser enviadas recomendações aos gestores dos processos como forma de alerta e prevenção a possíveis infrações semelhantes; ou
(4) Censura Ética:
Que trata-se da penalidade aplicada pela Comissão de Ética ao dem
A Censura Ética é encaminhada à CEP/PR e à área de gestão de pessoas da Empresa para constar na pasta funcional do empregado por 3 (três) anos deefetivo exercício, contados da data em que a decisão do colegiado, considerando-se um período de reabilitação ética do empregado. Ressalta-se que, na Embrapa, a censura ética impacta na inelegibilidade do empregado no processo de progressão e premiação. Além da censura ética, a Comissão de Ética pode deliberar por encaminhar ao dirigente máximo sugestão de dispensa do cargo não efetivo ou, em caso de cedido, retorno ao órgão de origem.
Para melhor compreensão do rito processual das demandas tratadas pela Comissão de Ética, importante ressaltar ainda que:
● O demandante não é parte do processo, uma vez que a Comissão de Ética admite a denúncia e com a parte demandada busca-se um alinhamento dos princípios éticos para salvaguardar os valores institucionais e da Administração Pública. Como denunciante, terá conhecimento da deliberação final do Procedimento Preliminar ou Processo de Apuração Ética.
● A parte demandada tem direito a ter acesso aos autos, solicitando formalmente vistas ou cópia dos documentos do processo que indicam suposta quebra de conduta, com oportunidade de defesa.
● Todo processo tratado pela Comissão de Ética será mantido com a chancela de RESERVADO, permitindo-se o acesso aos autos apenas aos integrantes da Comissão e da Secretaria-Executiva e às partes diretamente interessadas, após solicitação formal. Em caso de documento acobertado por sigilo legal, o acesso somente será permitido aos interessados diretamente envolvidos, facultada à Comissão de Ética consultar previamente a área jurídica.
● A Comissão de Ética, sempre que constatar a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infração disciplinar, encaminhará cópia dos autos às autoridades competentes para a apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência.
● A Comissão de Ética pode instaurar um Procedimento Preliminar ou um Processo de Apuração Ética de ofício, ou seja, fundamentada pelos integrantes do colegiado e apoiada em notícia pública de conduta ou em indícios capazes de lhe dar sustentação.
A seguir, apresentaremos um exemplo de denúncia tratada pela Comissão de Ética.
2.3 – O que é uma infração ética?
Infração ética é uma conduta contrária ao Código de Ética institucional ou da Administração Pública (vedações descritas no Decreto 1.171/1994), passível de penalidade. No âmbito das demandas tratadas pela Comissão de Ética, Ética refere-se às condutas dos agentes públicos relacionadas com moral administrativa.
Como exemplo, apresenta-se 1 CASO de denúncia para melhor compreensão da atuação da Comissão de Ética ao longo de um Processo na Comissão de Ética da Embrapa:
EXEMPLO – Denúncia de uso inadequado de e-mail institucional
Mensagem é postada, via correio eletrônico institucional, em uma lista de empregados, com comentários que desqualificam uma área de atuação da empresa. Na área objeto de denúncia há de fato posicionamentos técnicos favoráveis e desfavoráveis sobre sua atuação.
Na referida lista estava inscrita a pessoa responsável pela pesquisa e desenvolvimento do tema na Unidade, que entendeu que houve falta de conduta ética do empregado que postou a mensagem.
Por isso, a pessoa responsável pelo tema comunica o ocorrido aos gestores. Paralelamente faz a denúncia formal à Comissão de Ética.
Encaminhamentos da Comissão de Ética:
Quando recebida a denúncia pela Comissão foi avaliado o juízo de admissibilidade, contemplando os três requisitos: a) Descrição da conduta: mensagem postada via correio eletrônico para empregados da Unidade, desqualificando uma área de atuação da Empresa; b) Indicação de autoria: empregado que postou a mensagem; c) Apresentação dos elementos de prova ou indicação de onde podem ser encontrados: print das mensagens postadas no e-mail institucional.
Foi recomendada pelo relator do processo a conversão desse Procedimento Preliminar em Processo de Apuração Ética tendo em vista, além da necessidade de observância dos deveres, as faltas éticas referente às vedações que constam no Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994), conforme citadas a seguir:
● Na Seção II, Dos Principais Deveres do Servidor Público, XIV, entre eles: g) Ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se dessa forma, de causar-lhe dano moral;
● Na Seção III, Das Vedações ao Servidor Público, XIV, destaca-se: permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
● E relativa ao Código de Conduta da Empresa - Deveres Comuns: Ser cortês no exercício de sua função.
No Processo de Apuração Ética, a Comissão solicitou a manifestação do empregado investigado (defesa). O empregado, reconhecendo a possibilidade de ter se exaltado em seus comentários, se retratou por escrito, solicitando desculpas pelo ocorrido.
Diante da apuração da denúncia e em conformidade com o Regimento Interno da Comissão e a Resolução nº 10/2008 da CEP/PR, o Processo de Apuração Ética pode desencadear em um dos 4 (quatro) tipos de encaminhamentos, a saber: 1- Arquivamento; 2- Censura Ética; 3 – Recomendações Éticas e 4- Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP).
A Comissão de Ética deliberou pela aplicação de Recomendações Éticas ao demandado, nesse caso, reconhecendo a culpabilidade de quem postou a mensagem e a retratação por escrito, que consiste em um compromisso formal em que o empregado se compromete em seguir o que está previsto nos Códigos de Ética da Empresa e da Administração Pública, ao desenvolver suas atribuições profissionais.
Os ocupantes de cargos de chefia, conforme contemplado no Código de Conduta da Embrapa, em seu item 8.1.4, tem o dever de: “tomar providências de forma imediata para aplicação de sanção disciplinar quando membro de sua equipe cometer falta”. Assim, não poderá se eximir de atuar nessas situações. A Comissão de Ética poderá, como os outros canais de denúncia, auxiliá-los nessas situações.
Outros exemplos comuns de denúncias envolvem os seguintes temas: Ausência de menção à autoria em projetos de pesquisa ou publicações; Agressão verbal e conflitos nas relações interpessoais no ambiente de trabalho; Percepção de assédio ou injustiça em processos de avaliação de desempenho e de gestão de equipes.
2.4. O papel dos gestores na Gestão da Ética no ambiente de trabalho - Parte 1
Vive-se um momento em que falar da necessidade de se ter um ambiente ético para trabalhar é senso comum, buscando-se condutas alinhadas aos valores institucionais. Mas difícil mesmo é colocar em prática a postura ética, seja na realização de um serviço de qualidade, na entrega de um produto, no fechamento de um negócio, respeitando o interesse de fornecedores e clientes, e principalmente, nas relações interpessoais.
Em nome de um ambiente de trabalho ético, as empresas divulgam seus valores institucionais e criam seus códigos de Ética, de Conduta, de Integridade, de Atendimento por Excelência, divulgam esses códigos aos seus empregados, aos seus pares de negócio, aos cidadãos, dedicam mais atenção às suas áreas de compliance e pronto! Acreditaram que se tornaram empresas éticas e dignas de toda confiança por parte da sociedade.
Mas, apesar disso, o que se tem percebido são relatos que afirmam que mesmo as empresas que publicamente assumiram compromisso em atuar, baseadas no respeito ao valor ético, ainda apresentam ocorrências de condutas não éticas e que, infelizmente, ainda hoje, existem registros de ocorrências antiéticas graves como assédio moral, assédio sexual e corrupção.
O que se precisa fazer então? Desenvolver a cultura ética corporativa. E como se faz isso? A partir de uma política interna de desenvolvimento permanenteda cultura ética para todos os gestores e empregados. 
2.4. O papel dos gestores na Gestão da Ética no ambiente de trabalho - Parte 2
É sabido que as ações da Empresa e o como ela toma suas decisões refletem na sua imagem e na conduta de seus empregados. E considerando que quem representa a Empresa nos contextos decisórios, demonstrando credibilidade ou não de sua atuação é o gestor. Portanto, este deve estar preparado para a prática da conduta ética, valorizando a credibilidade, a reputação, a transparência e a correção na condução dos negócios, execução de rotinas, e, principalmente, no relacionamento com as pessoas, sejam os seus superiores, subordinados, seus pares (outros gestores), clientes ou fornecedores.
Ser modelo, acompanhar e avaliar o comportamento e conduta dos empregados é uma atividade que exige o comprometimento de cada um dos gestores de todos os níveis, desde o supervisor de equipe até diretores executivos e o Presidente da empresa.
Na Embrapa, a atuação dos gestores, no que diz respeito a sua própria conduta ética e atuação no direcionamento ético de seus subordinados, está prevista em normativos específicos, entre eles destacam-se: o Código de Conduta da Embrapa, o Código de Ética Embrapa e a Norma de Procedimentos para Aplicação de Penalidades, além do Código de Conduta da Alta Administração Federal, contemplando o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal - Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994.
Sabe-se, contudo, que a missão de desenvolver uma cultura ética não é fácil. É um desafio que exige comprometimento pessoal, resiliência, pois poderá haver conflitos. Afinal, o gestor vai ter que cobrar, por exemplo, a correção da conduta de profissionais, sejam aqueles que estão iniciando a carreira ou os que têm anos de trabalho na empresa, tendo que identificar e orientar sobre não realizar atividades eticamente inapropriadas.
2.4. O papel dos gestores na Gestão da Ética no ambiente de trabalho - Parte 3
Investir na formação ética dos gestores é o caminho mais seguro para a manutenção da boa imagem da empresa, de sua lucratividade e, consequentemente, da sustentabilidade empresarial.
Valorizar a boa reputação, a credibilidade conquistada pelos gestores que investiram na priorização dos valores éticos na prática do dia-a-dia, também são formas de demonstrar o tipo de conduta que a empresa deseja de seus empregados.
O exemplo que eles passam vai nortear o caminho a ser seguido por aqueles que ambicionam o sucesso representado pelo exercício de cargos de comando. É um ciclo virtuoso, onde o bom exemplo deverá confirmar o que está explícito nos Códigos institucionais.
Desenvolver a cultura ética, associada a uma política de gestão de pessoas que valoriza os méritos de cada empregado, vai permitir que as empresas mantenham seus melhores profissionais, a qualidade de seus produtos e dos seus negócios e, consequentemente, sua imagem pública e sustentabilidade organizacional (SOUZA, 2009).
2.5 Condutas Éticas do Servidor Público Federal 
Então, o que se espera do servidor público (Segundo o Decreto nº 1.171/1994, item XXIV, para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público “todo aquele que, por força da lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal. Como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado”)
O principal norteador da conduta ética do agente público federal é o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal - Decreto nº 1.171/1994  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm . Do qual as instituições públicas se inspiram para produzir os seus próprios códigos customizados com seus valores e cultura que passam a integrar o próprio cerne de qualquer ato estatal como elemento indispensável à sua validade e eficácia.
O referido Código de Ética Profissional do Servidor Público contempla essencialmente duas partes. A primeira parte de ordem substancial sobre os princípios morais e éticos, que constitui o Capítulo I, abrangendo as regras deontológicas (Seção I), os principais deveres do servidor público (Seção II), bem como as vedações (Seção III). A segunda parte de ordem formal que constitui o Capítulo II, o qual trata da criação e do funcionamento das Comissões de Ética em todos os órgãos do Poder Executivo Federal.
E, ao final deste Módulo, convidamos a conhecer o texto de "Exposição de Motivos” https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/40108/mod_book/chapter/566/Exposicao%20de%20Motivos%20de%20Romildo%20Canhik%20-%20sobre%20Codigo%20de%20Etica%20do%20Servidor%20%20Publico.pdf
 da necessidade de se conceber um Código de Ética Profissional para o Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. O texto foi escrito pelo professor Romildo Canhim, que à época era Ministro Chefe da Secretaria da Administração Federal da Presidência da República.
A Exposição de Motivos não faz parte do Decreto nº 1.171/1994, mas conhecê-lo é extremamente importante para que possamos compreender as ideias que foram consideradas para o referido Código, dando sentido ao seu propósito.
O texto contempla a necessidade de um Código de Ética Profissional, principalmente num momento em que os atos de corrupção generalizada são estimulados, sobretudo pelo exemplo decorrente da impunidade, também quase sempre, da ausência de valores éticos e morais. Resgata na Constituição Federal de 1988 os seus fundamentos de soberania, cidadania e dignidade da pessoa humana. Os princípios doutrinários da legalidade, da impessoalidade e da publicidade e prestigia o princípio da moralidade administrativa.
Ressalta que, mesmo que não haja efetivo prejuízo de ordem material ao patrimônio público, se o ato da Administração for lesivo à moralidade administrativa deverá ser invalidado judicialmente, via ação popular, ou mesmo, antes, revisto administrativamente. E que, atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
O autor vislumbra dois objetivos primordiais a serem alcançados com a elaboração do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal: A primeira se refere à possibilidade de se proporcionar uma ampla discussão sobre o tema, fazendo com que o maior número possível de pessoas adote-o para reflexão e, posteriormente, tome-o como guia de conduta profissional e pessoal apoiado no sentimento de adesão moral e de convicção própria. E a segunda é a de contribuir para o esclarecimento às pessoas sobre seus direitos de serem tratados com dignidade e respeito por todos os agentes do serviço público.
Reforça também que: “o agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o bem do mal, o honesto do desonesto, não podendo desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto" (HAURIOU, 1926 apud MEIRELLES, 1993).
Enfim, as Comissões de Ética devem ser um elo entre o cidadão e o serviço público, encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética na Administração Pública, sobretudo no tratamento das pessoas e na proteção do patrimônio moral e material do serviço público (GUIMARÃES, 2018).
Resumo do Módulo
Neste módulo, aprendemos inicialmente sobre as teorias que estudam a ética desde a origem da Grécia, a diferença entre ética e moral e como podemos educar para a ética.
Na sequência, identificamos a principal legislação que rege a gestão da ética na administração pública(Decretos nº 1.171/1994 e nº 6.029/2007), coordenada pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, e entendemos sobre o papel primordialmente educativo das comissões de ética, incluindo a composição, as responsabilidades, o rito processual e o tratamento de consultas e denúncias, com exemplos de infração ética.
Ao final do módulo, destacamos o importante papel dos gestores para a Gestão da Ética no dia a dia do ambiente organizacional na condução das equipes de trabalho, com base no Código de Ética e de Conduta da Empresa e nas condutas éticas esperadas de todo servidor público.
Módulo 3 - Riscos para a integridade
Apresentação do módulo
Ao final do Módulo 3, os participantes deverão ser capazes de identificar os principais riscos para integridade.
A gestão de riscos para a Integridade é a conhecida gestão de riscos, conforme prevista na Instrução Normativa Conjunta MP/CGU nº 1, de 10 de maio de 2016, com a lente em integridade, ao invés do foco operacional, financeiro...
A capacitação “Gestão de Riscos Corporativos” oferecida pela Embrapa é uma oportunidade para o aprofundamento dos conhecimentos na área de gestão de riscos.
Na Portaria CGU nº 1.089/2018 6 é adotada a seguinte definição para Riscos à Integridade: 
“Art. 2º, II - Riscos para a integridade: riscos que configurem ações ou omissões que possam favorecer a ocorrência de fraudes ou atos de corrupção.
Parágrafo único. Os riscos para a integridade podem ser causa, evento ou consequência de outros riscos, tais como financeiros, operacionais ou de imagem.”
Vale ressaltar que as ações referentes à quebra de integridade são consequências de atos praticados por uma ou mais pessoas envolvendo um desrespeito a um dos princípios da administração pública. Portanto, não é possível que um desastre da natureza, cause um risco a integridade.
Os princípios da administração pública são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
 Riscos para a integridade
Apresentação do módulo
Ao final do Módulo 3, os participantes deverão ser capazes de identificar os principais riscos para integridade.
A gestão de riscos para a Integridade é a conhecida gestão de riscos, conforme prevista na Instrução Normativa Conjunta MP/CGU nº 1, de 10 de maio de 2016, com a lente em integridade, ao invés do foco operacional, financeiro...
A capacitação “Gestão de Riscos Corporativos” oferecida pela Embrapa é uma oportunidade para o aprofundamento dos conhecimentos na área de gestão de riscos.
Na Portaria CGU nº 1.089/2018 6 é adotada a seguinte definição para Riscos à Integridade: 
Os riscos a integridade estão relacionados à ocorrência de fraudes e atos de corrupção, e na maioria das vezes, há a intenção da pessoa em praticar o ato, ou seja, trata-se de um ato doloso. Lembramos que ao tratar de riscos, estamos nos referindo a possibilidade que um evento aconteça, ou seja, a palavra risco sempre vem acompanhada de uma incerteza, pode ser que o evento ocorra, mas também pode ser que nada aconteça. De toda forma, podemos atuar na diminuição da probabilidade em que o evento de risco aconteça ou na redução de seu impacto caso o evento ocorra.
A seguir, trataremos das situações mais comuns que podem levar a quebra de integridade: a) abuso de posição ou poder em interesses privados; b) nepotismo; c) conflito de interesses; d) pressão interna ou externa ilegal ou antiética para influenciar o agente público; e) solicitação ou recebimento de vantagem indevida; e f) utilização de recursos públicos em favor de interesses privados, conforme estipulados pela CGU no Guia Prático de Gestão de Riscos para a Integridade - 2018. 
Abuso de posição ou poder em favor de interesses privados
Este ato ocorre quando o agente público, valendo-se de sua condição, atua em favor próprio ou de terceiros em detrimento ao interesse público. Essa atuação fere em especial o princípio da impessoalidade, ou seja, a pessoa utiliza-se de sua condição para obter favorecimentos para si ou para outrem.
3.1.2 Nepotismo - Parte 1
Nepotismo ocorre quando um agente público usa de sua posição para nomear, contratar ou favorecer um ou mais familiares, sejam por vínculo da consanguinidade ou da afinidade, em violação às garantias constitucionais de impessoalidade administrativa. Por isso, pode-se considerar que o nepotismo é uma forma de abuso de posição ou poder em favor de interesses privados, neste caso, visando beneficiar parentes.
O Decreto nº 7.203, de 4 de junho de 2010, dispõe sobre a vedação do nepotismo no âmbito da administração pública federal. Para o Decreto são considerados familiares: cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau.
presumido ou pode requerer apuração específica.
Nepotismo presumido:
● contratação de familiares para cargos em comissão e função de confiança: é proibida nomeação ou designação de familiar de dirigentes ou de ocupantes de cargo em comissão, função de confiança, chefia ou assessoramento para cargo em comissão ou função de confiança;
● contratação de familiares para vagas de estágio: caso a contratação tiver sido precedida de processo seletivo assegurado o princípio da isonomia entre os concorrentes, não se caracteriza o nepotismo;
● contratação de pessoa jurídica de familiar por agente público responsável por licitação: nos casos de inexigibilidade e de dispensa de licitação é proibida a contratação direta, sem licitação, por órgão ou entidade da administração federal, de pessoa jurídica na qual haja administrador, ou sócio com poder de direção, que seja familiar de detentor de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área responsável pela demanda ou contratação ou de autoridade a ele hierarquicamente superior.
3.1.2 Nepotismo - Parte 2
Exceções:
A única situação absoluta de nepotismo presumido é a manutenção de familiar ocupante de cargo em comissão ou função de confiança sob subordinação direta. Para os demais casos, é importante verificar se a situação concreta não se enquadra no rol de exceções do artigo 4.
“Art. 7 4 Não se incluem nas vedações deste Decreto as nomeações, designações ou contratações:
I - de servidores federais ocupantes de cargo de provimento efetivo, bem como de empregados federais permanentes, inclusive aposentados, observada a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo ou emprego de origem, ou a compatibilidade da atividade que lhe seja afeta e a complexidade inerente ao cargo em comissão ou função comissionada a ocupar, além da qualificação profissional do servidor ou empregado;
II - de pessoa, ainda que sem vinculação funcional com a administração pública, para a ocupação de cargo em comissão de nível hierárquico mais alto que o do agente público referido no art. 3º;
III - realizadas anteriormente ao início do vínculo familiar entre o agente público e o nomeado, designado ou contratado, desde que não se caracterize ajuste prévio para burlar a vedação do nepotismo; ou
IV - de pessoa já em exercício no mesmo órgão ou entidade antes do início do vínculo familiar com o agente público, para cargo, função ou emprego de nível hierárquico igual ou mais baixo que o anteriormente ocupado.
Parágrafo único. Em qualquer caso, é vedada a manutenção de familiar ocupante de cargo em comissão ou função de confiança sob subordinação direta do agente público.”
Apuração específica:
Nepotismo cruzado:
Quando autoridades de um órgão nomeiam familiares de autoridades de outro órgão, compensando-se reciprocamente;
Contratação de familiares para prestação de serviços terceirizados:
Os órgãos devem estabelecer vedação expressa, em seus editais de licitação para a contratação de empresa prestadora de serviço terceirizado, assim como em seus convênios e instrumentos equivalentes, de que familiares de agente público com cargo ou função de confiança prestem serviços no mesmo órgão;
Nomeações, contratações não previstas expressamente no referido decreto:
Deverá ser objeto de apuração específica quando houver indícios de influência de autoridade administrativa ou,ainda, ocupante de cargo em comissão ou função de confiança de direção, chefia ou assessoramento, na nomeação, designação ou contratação de familiares em hipóteses não previstas no Decreto nº 7.203/2010.
Para mais informações, consulte a página que a CGU elaborou sobre o tema Nepotismo: https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/etica-e-integridade/nepotismo
3.1.3 Conflito de interesses - Parte 1
O Brasil possui uma lei específica para tratar do tema Conflito de Interesses, a Lei 12.813/2013.
Para a referida Lei, conflito de interesses é “a situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da função pública".8  A existência de conflito de interesse independe da ocorrência de fraude ou corrupção.
No entanto, o simples confronto entre o interesse público e o privado por si só, não configura uma situação de conflito. Para que haja o conflito, é necessário que esse confronto implique prejuízo para o interesse coletivo ou para o desempenho da função pública. Vale esclarecer que, para que ocorra o conflito de interesses, não é necessário que haja dano ao patrimônio público nem que o agente público tenha algum ganho financeiro decorrente da situação de conflito.
A Lei 12.813/2013 em seus artigos 5 e 6 define as situações que caracterizam esse prejuízo.
“Configura conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal:
● divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas;
● exercer atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe;
● exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua natureza seja incompatível com as atribuições do cargo ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias correlatas;
● atuar, ainda que informalmente, como procurador, consultor, assessor ou intermediário de interesses privados nos órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
● praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe o agente público, seu cônjuge, companheiro ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele beneficiada ou influir em seus atos de gestão;
● receber presente de quem tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe fora dos limites e condições estabelecidos em regulamento; e
● prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja atividade seja controlada, fiscalizada ou regulada pelo ente ao qual o agente público está vinculado.
3.1.3 Conflito de interesses - Parte 2
Configura conflito de interesses após o exercício de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal:
● a qualquer tempo, divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em razão das atividades exercidas; e
● no período de seis meses, contado da data da dispensa, exoneração, destituição, demissão ou aposentadoria, salvo quando expressamente autorizado, conforme o caso, pela Comissão de Ética Pública ou pela Controladoria-Geral da União:
a) prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego;
b) aceitar cargo de administrador ou conselheiro ou estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica que desempenhe atividade relacionada à área de competência do cargo ou emprego ocupado;
c) celebrar com órgãos ou entidades do Poder Executivo federal contratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades similares, vinculados, ainda que indiretamente, ao órgão ou entidade em que tenha ocupado o cargo ou emprego; ou
d) intervir, direta ou indiretamente, em favor de interesse privado perante órgão ou entidade em que haja ocupado cargo ou emprego ou com o qual tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego".9
Todos os agentes públicos estão sujeitos à Lei de Conflito de Interesses. Os casos envolvendo possível conflito de interesses por parte de presidentes e diretores de empresas estatais será de competência da Comissão de Ética Pública, casos envolvendo demais empregados públicos serão tratados pela CGU.
3.1.3.1 Prevenção ao Conflito de interesses
Caso você tenha dúvidas se determinada situação envolvendo sua atuação pode gerar conflito de interesses, (exemplos: dar aulas, prestar consultorias a terceiros) não se preocupe. A CGU desenvolveu o Sistema Eletrônico de Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), que possibilita o envio das consultas e pedidos de autorização (para o caso de aulas e/ou consultorias, por exemplo) de forma simples e ágil pelos agentes públicos, via web.
No caso da Embrapa, as solicitações serão encaminhadas pelo Sistema diretamente à Gerência de Gestão de Pessoas, e o grupo de trabalho constituído por meio da Portaria nº 1285/201510 realizará análise preliminar, podendo encaminhar os pedidos eletronicamente à CGU.
Para mais informações, consulte a página que a CGU elaborou sobre o tema Conflito de Interesses: https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/etica-e-integridade/conflito-de-interesses
10 PORTARIA Nº 1285, de 26.10.2015. Designa, a partir de 26 de outubro de 2015, Arquimedes Fontoura Borges, Analista A (DGP), presidente, Jaqueline Zaina de Oliveira, Analista A (AJU), membro, Kepler Euclides Filho, Pesquisador A (DPD), membro, e Maria Quitéria dos Santos Marcelino, (DTT), membro, para compor o grupo de trabalho que tem por objetivo 1. auxiliar o DGP nas análises de consultas sobre conflito de interesse e de pedidos de autorização para o exercício de atividade privada apresentados pelos empregados da Embrapa, nos termos da Lei Nº 12.813, de 16.05.2013, e da Portaria Interministerial nº 333, de 19.09.2013, da Ministra de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministro de estado Chefe da Controladoria-Geral da União (CGU). 2. As atividades do Grupo de Trabalho serão realizadas independentemente de remuneração adicional e em consonância com os procedimentos previstos na legislação mencionada no item 1 desta Portaria.
3.1 – Riscos a Integridade
3.1.4 Pressão interna ou externa ilegal ou antiética para influenciar o agente público
Pressões explícitas ou implícitas de natureza hierárquica (interna), de colegas de trabalho (organizacional), política ou social (externa), que podem influenciar indevidamente atuação do agente público.
São exemplos de pressão interna:
● Pressão de superior para que subordinado viole norma interna;
● Medidas visando retaliação contra denunciantes de boa-fé.
Exemplo de pressão externa:
● Tráfico de influências.
3.1.5 Solicitação ou recebimento de vantagem indevida
Ao agente público não é permitido receber qualquer vantagem em virtude do exercício de sua função.
Hospitalidade: Incluem-se despesas como o pagamento de viagens, hospedagem, alimentação, transporte de qualquer natureza, entre outras, que podem ser necessárias para viabilizar, por exemplo, apresentação dos produtos ou das dependências da empresa para terceiros, convites para a participação de parceiros em eventos promovidos pela empresa ou, até mesmo, para participação em eventos sociais apoiados ou patrocinados pela empresa.
Brindes: lembrança distribuída a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos ou datas comemorativas de caráter histórico ou cultural.
Presentes: São usualmente bens perecíveis (vinhos, chocolates, etc.) ou não perecíveis (relógios, eletrônicos, etc.) dados ou trocados no curso de atividades comerciais ou em situações protocolares, como missões diplomáticas e visitas oficiais de autoridades estrangeiras.
As despesas com hospitalidade,brindes e presentes podem ser uma forma de dissimular o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos, sujeitando à responsabilização da Lei Anticorrupção Brasileira. Configura como conflito de interesse o recebimento de presente ofertado por quem tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe, conforme a Lei nº 12.813/2013.
O Tribunal de Contas da União (TCU) entende por presente “qualquer benefício direto ou indireto, tais como ingresso para eventos, hospedagem, empréstimo de veículo ou moradia, concessão de transporte de qualquer natureza, upgrades de passagens, pagamento de refeições e descontos em geral não extensivos a qualquer um.” 11
A Resolução 03/2000 da Comissão de Ética Pública permite: brindes e presentes de até R$100,00, desde que a periodicidade não seja inferior a 12 meses e de caráter geral. 
São vedados pela Resolução, presentes de qualquer valor quando o ofertante:
● Está sujeito à jurisdição regulatória do órgão a que pertença a autoridade; 
● Tem interesse em decisão a ser tomada pela autoridade;
● Mantem relação comercial com o órgão a que pertença a autoridade;
● Represente interesse de terceiros, como procurador ou preposto, de entidades ou pessoas compreendidas nos itens anteriores.
11BRASIL. Tribunal de Contas da União. 2018, p.45.
3.1.6 Utilização de recursos públicos em favor de interesses privados
Pode ser caracterizado por apropriação indevida, por irregularidades em contratações e também por uso de equipamentos do escritório para interesse privado ou por se utilizar o tempo de trabalho para afazeres de seu interesse particular.
3.2 – Resumo do Módulo
Neste módulo, identificamos os riscos de integridade mais comuns: a) abuso de posição ou poder em interesses privados; b) nepotismo; c) conflito de interesses; d) pressão interna ou externa ilegal ou antiética para influenciar o agente público; e) solicitação ou recebimento de vantagem indevida; e f) utilização de recursos públicos em favor de interesses privados.
Vale a pena lembrar que essa lista não é exaustiva e você poderá se deparar com outras possibilidades em que ocorram eventos de fraudes e atos de corrupção.
Fique atento, pois cabe a cada um de nós mantermos um ambiente íntegro na nossa Empresa.
Módulo 4 - O papel da ouvidoria enquanto canal oficial de denúncias
Apresentação do Módulo
Onde será distinguido o que pode ser considerado denúncia; e indicado os trâmites de registro e tratamento das denúncias pelo canal oficial da Ouvidoria.
4.1.1 Ouvidorias Públicas federais: o que são e o que fazem?
Para iniciarmos este módulo, precisamos entender o que é uma Ouvidoria Pública e quais as suas competências.
As ouvidorias públicas são instituições próprias do regime democrático, por meio das quais o cidadão pode se comunicar diretamente com o Estado.
O recebimento e tratamento de denúncias são atividades de interesse público que ligam as ouvidorias públicas a outras áreas de controle, como as auditorias internas, corregedorias, tribunais de contas, polícias e Ministério Público. A ouvidoria é a área competente para fazer análise inicial dessas denúncias, verificando se existem elementos mínimos de autoria e materialidade que permitam que a instituição dê início à apuração de forma mais consistente, culminando, se for o caso, na responsabilização dos agentes públicos envolvidos .
OUVIDORIA PÚBLICA instância de controle e participação social responsável pelo tratamento das reclamações, solicitações, denúncias, sugestões, elogios, solicitação de simplificação de serviços e acesso a informação relativos às políticas e aos serviços públicos, prestados sob qualquer forma ou regime, com vistas ao aprimoramento da gestão pública.
Módulo 4 - O papel da ouvidoria enquanto canal oficial de denúncias
4.1 Ouvidorias Públicas federais aspectos introdutórios - Parte 2
Dito isto, qual seria a função de uma Ouvidoria Pública?
As ideias de participação e controle social estão intimamente relacionadas: por meio da participação na gestão pública, os cidadãos podem intervir na tomada da decisão administrativa orientando a Administração para que adote medidas que realmente atendam as suas expectativas e, ao mesmo tempo, podem exercer controle sobre a ação do Estado, exigindo que gestor público preste contas de sua atuação e aprimore a prestação dos serviços sob sua gestão.
A participação da sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela Constituição Federal, permitindo que os cidadãos não só participem da formulação das políticas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente a aplicação dos recursos públicos.
Neste sentido, foi sancionada a Lei nº 13.460 de 26 de junho de 2017, a qual dispõe sobre a participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos, da administração pública. Esta lei federal apresenta vital importância para as ouvidorias públicas, na medida em que disciplina a atuação das Ouvidorias no âmbito de todos os poderes e esferas de governo.  
As Ouvidorias Públicas federais integram o Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo federal, instituído pelo Decreto 9.492/2018, que regulamenta a Lei 13.460/2017. O sistema é composto pelo órgão central e pelas unidades setoriais.
Módulo 4 - O papel da ouvidoria enquanto canal oficial de denúncias
4.1 Ouvidorias Públicas federais aspectos introdutórios - Parte 3
A Ouvidoria-Geral da União é o órgão central do sistema, cabendo a ela as competências:
I - estabelecer procedimentos para o exercício das competências e das atribuições definidas nos Capítulos III, IV e VI da Lei nº 13.460, de 2017; 
II - monitorar a atuação das unidades setoriais do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal no tratamento das manifestações recebidas;
III - promover a capacitação e o treinamento relacionados com as atividades de ouvidoria e de proteção e defesa do usuário de serviços públicos; 
IV - manter sistema informatizado de uso obrigatório pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal a que se refere o art. 2º, com vistas ao recebimento, à análise e ao atendimento das manifestações enviadas para as unidades setoriais do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal;
V - definir, em conjunto com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, metodologia padrão para aferir o nível de satisfação dos usuários de serviços públicos;
VI - manter base de dados com as manifestações recebidas de usuários;
VII - sistematizar as informações disponibilizadas pelas unidades setoriais do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal, consolidar e divulgar estatísticas, inclusive aquelas indicativas de nível de satisfação dos usuários com os serviços públicos prestados; e
VIII - propor e monitorar a adoção de medidas para a prevenção e a correção de falhas e omissões na prestação de serviços públicos.
As Ouvidorias Públicas federais são as unidades setoriais do sistema, cabendo-lhes as seguintes competências:
I - executar as atividades de ouvidoria previstas no art. 13 da Lei nº 13.460, de 2017;
II - propor ações e sugerir prioridades nas atividades de ouvidoria de sua área de atuação;
III - informar ao órgão central do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal a respeito do acompanhamento e da avaliação dos programas e dos projetos de atividades de ouvidoria;
IV - organizar e divulgar informações sobre atividades de ouvidoria e procedimentos operacionais;
V - processar as informações obtidas por meio das manifestações recebidas e das pesquisas de satisfação realizadas com a finalidade de avaliar os serviços públicos prestados, em especial sobre o cumprimento dos compromissos e dos padrões de qualidade de atendimento da Carta de Serviços ao Usuário, de que trata o art. 7º da Lei nº 13.460, de 2017; e
VI - produzir e analisar dados e informações sobre as atividades de ouvidoria, para subsidiar recomendações e propostas de medidas para aprimorar a prestação de serviços públicos e para corrigir falhas.
Parágrafo único. Os canais de atendimento ao usuário de serviços públicos dos órgãos e das

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