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UNIDADE VI Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas

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Prévia do material em texto

Administração 
da Produção
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Giovana Gavioli Ribeiro da Silva
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
• Qualidade
• Custos da Qualidade
• Indicadores de Qualidade
• Novas Abordagens Produtivas
• Tecnologia de Processo
• Robótica
• Melhoria Contínua
• Produção mais Limpa (P+L)
• Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS)
 · Apresentar o conceito de Qualidade e como ela pode ser controlada no 
processo produtivo, inclusive com a aplicação de novas abordagens 
produtivas às tecnologias emergentes.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Controle de Qualidade e Novas 
Abordagens Produtivas
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
Qualidade
Desde o início do século XX, a preocupação com a qualidade tomou maior 
importância nas Empresas à medida que a produção passou de uma forma artesanal 
para industrial. Desde Ford, passando pelo sistema Toyota de produção, Crosby e 
Deming (1990), Juran (1992) e Ishikawa (1993), a qualidade é tratada como fator 
essencial para a eficiência da Empresa e possui diversas interpretações do que é 
efetivamente definido como Qualidade.
Johansson et al. (1995) caracterizam a Qualidade como parte integrante das 
“medidas de valor”, ou seja, itens que compõem o que o consumidor final irá 
entender como o benefício proporcionado pela Empresa em relação às demais 
Empresas do mesmo Mercado. 
Nesse caso, a Qualidade é definida como a habilidade da Empresa em:
1. Satisfazer as necessidades do cliente;
2. Adequar o produto ao uso;
3. Garantir a integridade do processo;
4. Proporcionar variações mínimas;
5. Eliminar os desperdícios;
6. Garantir a melhoria contínua.
A qualidade é ligada à modificação dos processos internos da Empresa, 
na qual as Empresas mudam seus processos implantando técnicas e 
princípios que melhoram a sua eficiência. Dessa forma, o trabalho flui 
de forma mais suave, com um fluxo de produção constante e reduzindo, 
assim, os estoques de produtos acabados e seus custos (JOHANSSON et 
al., 1995, p.47).
Para outros autores como Slack; Chambers; Johnston (2002), um processo 
pode ser considerado como possuidor de qualidade quando sua manufatura, seja 
de produtos, seja de serviços, acontece sem erros, acelerando todo o processo. 
Pelo contrário, erros produtivos, ou seja, processos sem qualidade, impactarão na 
velocidade, tornando o fluxo não confiável. 
“A confiabilidade no fornecimento entre os estágios do processo ficará 
comprometida” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002, p. 31).
O conceito de qualidade pode ser dividido em:
• Intrínseco: a qualidade existe objetiva e concretamente e pode ser avaliada e 
mensurada mediante padrões e especificações;
• Extrínseco: qualidade que a pessoa subjetivamente percebe ou imagina. 
Variável para cada pessoa.
8
9
Importante!
A subjetividade é defi nida pelo dicionário Aurélio como aquilo que é subjetivo, ou seja, 
relativo ao sujeito ou nele existente. 
Você Sabia?
A qualidade é complexa pois é considerada como algo interno ao consumidor, 
seja de produtos, seja de serviços, por conta de sua subjetividade. O que eu considero 
como qualidade é diferente do que aquilo que você considera como qualidade. Isso 
acontece porque temos famílias e amigos diferentes ou estudamos em diferentes 
escolas. Mesmo entre indivíduos da mesma família, existem definições diferentes 
de qualidade, isto é, cada modo de vida afeta a percepção do consumidor.
Vamos exercer a subjetividade da qualidade? Pense em algum produto ou serviço que você 
considera como de altíssima qualidade. Agora pense em alguém que você conheça ou 
procure na Internet uma crítica ou reclamação referente a esse mesmo produto ou serviço. 
Certamente, você encontrará consumidores insatisfeitos ou que possam sugerir alterações 
àquilo que você considera bom ou ótimo.
Ex
pl
or
Por conta da subjetividade, é muito importante que, antes de montar qualquer 
estratégia produtiva, seja para produtos ou para serviços, a Empresa considere as 
diferentes dimensões da qualidade.
Qualidade em Produtos
Segundo Martins e Laugeni (2015), a qualidade em produtos pode ser dividida 
em oito dimensões:
1. Desempenho – Resultado esperado para o desempenho de um produto a 
partir das suas características operacionais. Por exemplo, um relógio deve 
marcar a hora; um aparelho de televisão deve possuir definições mínimas 
de som e imagem;
2. Características secundárias – Itens complementares de personalização, 
sem os quais a função de desempenho continua acontecendo, mas que 
podem trazer maior satisfação ao usuário, facilitando seu uso, proporcionando 
maior comodidade ou economia de tempo. Um timer facilita o uso do forno 
e o controle remoto auxilia o uso da televisão; contudo, ambos funcionam 
sem essas funções ou aparelhos auxiliares;
3. Confi abilidade – Probabilidade de um produto não apresentar uma 
disfunção ou uma falha em determinado período de tempo. Geralmente, é 
definida pelo fabricante e pode ser um diferencial competitivo;
9
UNIDADE Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
4. Conformidade – Grau de adequação aos padrões estabelecidos, conforme 
a subjetividade dos consumidores finais. Costuma ser medida pela 
quantidade de peças defeituosas ou fora de especificação que um processo 
produtivo apresenta;
5. Durabilidade – Bastante associada à confiabilidade, a durabilidade pode ser 
considerada a medida de tempo de vida de um produto, que pode ser medida 
pela dimensão técnica (tempo de utilização de um produto até sua deterioração) 
ou pela dimensão econômica (até que ponto custa menos manter um produto 
em funcionamento do que substituí-lo por um produto novo);
6. Serviços agregados – Rapidez na qual um serviço é oferecido a um cliente 
com competência, cortesia e pronto atendimento. Alguns exemplos são: 
suporte de treinamento para uso do produto; informações completas sobre 
as diversas características de desempenho e secundárias do produto; rapidez 
e profissionalismo no conserto de eventuais defeitos, como a garantia e a 
assistência técnica;
7. Estética – Conceitos subjetivoscomo design, aparência, som, gosto, 
aroma etc.;
8. Qualidade percebida – Associação de determinado produto ao seu nome, 
marca ou reputação da Empresa fabricante.
Qualidade em Serviços
Assim como nas dimensões de qualidade de produtos, existem também 
dimensões da qualidade em serviços; contudo, a subjetividade é percebida muito 
mais rapidamente em serviços, vez que o feedback do consumidor é imediato à 
prestação. Da mesma forma, a subjetividade em serviços toma grandes proporções 
e afeta de forma profunda a percepção, tanto do lado do tomador, quanto do lado 
do prestador.
A ferramenta mais comum para se medir e controlar a qualidade em serviços é 
o modelo dos 5 Gaps.
Importante!
A palavra em inglês Gap significa lacuna, vão ou brecha. É utilizada em serviços para 
indicar possíveis divergências existentes dentro da Empresa e entre Empresa e cliente, e 
que possam resultar na má qualidade do serviço.
Você Sabia?
Os gaps são divididos em 4 grupos, todos levando ao gap 5.
10
11
Acesse o link e saiba mais sobre os 5 Gaps, inclusive com um diagrama ilustrando como cada 
um contribui para a divergência do Gap 5: https://goo.gl/PAzmXo.Ex
pl
or
Verificamos que a qualidade, tanto em produtos, quanto em serviços, é muito 
importante, pois impacta diretamente na percepção do consumidor quanto ao que 
a Empresa está oferecendo. Certamente, você não recomendaria um produto ou 
um serviço que, para você, possuiu má qualidade. 
Em serviços, sempre foi muito comum buscar recomendações e pessoas que já 
tivessem realizado projetos com pedreiros, pintores, dentistas, advogados etc. 
Com a evolução dos Sistemas de Informação e da disseminação pela Internet, 
com uso de websites específicos e redes sociais, essa recomendação é praticamente 
compartilhada em tempo real. É fácil consultar clientes satisfeitos ou insatisfeitos 
antes de tomar a decisão de compra.
Você conhece o website Reclame Aqui? Ele foi criado em 2001, com o intuito de reunir 
diversas reclamações de consumidores de quaisquer produtos ou serviços. Além dos 
consumidores, as Empresas monitoram as reclamações recebidas e as respondem, por meio 
do próprio website. Acesse e consulte: www.reclameaqui.com.br.
Ex
pl
or
Custos da Qualidade
Podemos entender, portanto, que manter e controlar a qualidade é muito 
importante para a Empresa e, consequentemente, para seu faturamento. Contudo, 
para manter a sua qualidade, a Empresa deve estar preparada para lidar com seus 
custos, que são classificados em quatro grupos:
1. Custos de Prevenção: quaisquer gastos provenientes de ações preventivas 
que visem a manter em níveis mínimos os custos de falhas e avaliação. Podem 
estar relacionados a novos produtos, processos produtivos, manutenções, 
treinamento, avaliação de fornecedor e quaisquer processos que sejam 
feitos antes que defeitos sejam encontrados na operação;
2. Custos de Avaliação: relacionados a atividades para avaliar a qualidade ao 
longo do processo, realizando medições, inspeções, avaliação e auditorias 
de forma a garantir o atendimento dos requisitos especificados;
3. Custos de Falhas Internas: custos resultantes de falhas, defeitos ou falta 
de conformidade com especificações, antes da entrega do produto ou 
serviço ao consumidor final. Podem envolver refugos, reparos, perda de 
rendimento e retrabalhos;
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UNIDADE Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
4. Custos de Falhas Externas: resultantes de falhas, defeitos ou falta de 
conformidade com as especificações, após a entrega ao consumidor final. 
Esse tipo de custo causa maior impacto pois, além de resultar em garantias, 
devoluções, assistência técnica, descontos e substituições, pode ocasionar 
processos de responsabilidade civil, recall e multas, impactando de forma 
significativa a reputação da Empresa.
É importante ressaltar que os custos se relacionam de forma inversamente 
proporcional, conforme a Figura 1. 
Os custos de falhas internas, somadas às externas, somente diminuem quando 
as atividades de prevenção e avaliação aumentam, assim como seus custos.
Região de Operação
CUSTO TOTAL 
DA QUALIDADE
Região de
melhoria
Região de
perfeição
Custo de falha
Custo de prevenção
+ avaliação
Custos
Qualidade
Ruim Ótima
Figura 1 – Custos da qualidade
Fonte: Martins; Laugeni, 2015
Indicadores de Qualidade
Existem inúmeras formas de controlar a qualidade na Empresa. Programas 
como CEP (Controle Estatístico de Processo), TQM – Total Quality Management 
(Gerenciamento da Qualidade Total), Just in Time (JIT) e as normas ISO representam 
os principais programas relacionados à qualidade e utilizados pelas Empresas 
atualmente. Veja os materiais complementares indicados para leitura que abordam 
de forma clara cada um deles.
Fora esses programas específicos, outras ferramentas, criadas pelos principais 
teóricos sobre o tema, podem ser utilizadas e facilitam o gerenciamento da qualidade 
no dia a dia da Empresa.
Alguns exemplos são:
• Ciclo PDCA: criado por Deming, consiste em 4 etapas que buscam a solução 
de um determinado problema, sendo elas: P – Plan (Planejar), D – Do (Fazer), 
C – Check (Checar) e A – Act (Agir);
12
13
• Folha de verificação ou Checklist: permite listar os problemas ocorridos e 
quantificá-los. É a base para o Histograma, o Diagrama de Pareto e o Diagrama 
de Ishikawa;
• Histograma: demonstra a porcentagem ou o número de ocorrências de 
cada situação;
• Diagrama de Pareto: criado por Vilfredo Pareto, visa a identificar o número 
de ocorrências de cada situação, colocando-as em ordem decrescente por 
frequência ou valor;
• Diagrama de Ishikawa: também denominado de diagrama de causa-efeito ou 
espinha de peixe, identifica como os fatores material, mão de obra, máquinas, 
métodos de trabalho, medidas e outros influenciam a ocorrência de um 
determinado problema.
Novas Abordagens Produtivas
A Era da Informação, também conhecida como a Terceira Revolução Industrial, 
teve início na década de 1960, e se fortaleceu e consolidou em 1990, com a 
crescente e expoente evolução dos computadores e dos Sistemas de Comunicação 
e a Internet. 
O conhecimento passa a ser o principal recurso produtivo e a velocidade torna as 
mudanças mais profundas e imprevisíveis. A globalização traz novas possibilidades 
de mercado, assim como de fornecimento, pautada na capacidade da Tecnologia 
de Informação em unir e integrar o mundo. 
Todos esses fatores levam as Empresas a buscar novas abordagens produtivas 
e alterar a Tecnologia empregada nas atividades da produção. Vamos aprofundar 
esses conceitos.
Tecnologia de Processo
No mundo moderno, a Tecnologia se faz necessária na busca da eficiência e no 
atendimento dos níveis de serviço. 
Segundo Slack; Chambers; Johnston (2002), as Tecnologias de Processos são 
formadas pelas máquinas, equipamentos e dispositivos que ajudam a produção a 
transformar materiais, informações e consumidores de forma a agregar valor e 
atingir os objetivos estratégicos da produção. 
Máquinas de fax, computadores, telefones móveis, ordenhadeiras mecânicas, 
robôs, aparelhos de radiologia, colheitadeiras combinadas, aviões, retroprojetores, 
scanners de reconhecimento de caracteres ópticos, máquinas-ferramentas e 
máquinas de lavagem de carros são todos exemplos de tecnologia de processo. 
13
UNIDADE Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
Todas as operações usam Tecnologias de Processos, mesmo as de trabalho mais 
intensivo. Pode ser somente um telefone, mas ajuda a processar seus recursos 
transformados e, fazendo isso, adiciona valor. 
Tecnologia de Processo e de Produtos/Serviços
As diferenças entre Tecnologia de Processo e Tecnologia de Produtos/Serviços 
estão relacionadas, porém são distintas. Enquanto a Tecnologia de Processo está 
ligada à realização das atividades, isto é, tecnologias para produzir o bem, a Tecnologia 
de Produtos e Serviços está relacionada ao avanço que a Tecnologia sofreu.
Segundo Slack; Chambers; Johnston (2002), mesmo que as Tecnologias de 
Produtos/Serviçose de Processos possam ser sensivelmente separadas em uma 
operação produtiva, elas nem sempre vão receber igual atenção.
Algumas vezes, desenvolver Tecnologia de Produtos/Serviços será visto como 
mais importante do que desenvolver Tecnologia de Processo, e algumas vezes, 
vice-versa. A evolução de Mercado é que indicará qual deles é mais importante. 
Temos exemplo de Tecnologias de Produtos que sofreram alteração como a 
vitrola ou o toca discos, que evoluiu para o walkman, posteriormente, para o 
discman e, por fim, para o MP3.
Exemplos de Tecnologia de Processamento de Materiais
Desde os anos 1980, a maioria das operações produtivas tem visto um notável 
aumento na taxa de inovação de suas Tecnologias de processamento.
Radicais mudanças em Tecnologias de Telecomunicações, como as “superave-
nidas de informação”, a “fábrica do futuro”, totalmente automatizada, os aviões 
maiores e/ou mais rápidos, são somente algumas das Tecnologias de Processo que 
possuem forte impacto sobre o gerenciamento de operações. 
As Tecnologias fazem com que consigamos diminuir o custo de fabricação, 
fazendo com que o produto possa ser utilizado por uma camada maior da população.
A Tecnologia de Processamento de materiais está ligada à capacidade tecnológica 
que a Empresa tem de modificar o estado natural do produto. E a forma pela qual 
metais, plásticos, tecidos e outros materiais são processados, geralmente, melhora 
com o tempo. 
Novas tecnologias conformadoras, formadoras, cortadoras, moldadoras e 
ligadoras, usando ferramentas mais duras, eletroerosão e lasers impactaram muitas 
indústrias. A busca por Tecnologia de Processamento de materiais pode gerar 
minimização das perdas dos processos produtivos.
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Máquinas-Ferramentas de Controle Numérico (CNC – Comando 
Numérico Computadorizado)
Segundo Slack; Chambers; Johnston (2002), as máquinas-ferramentas de 
controle numérico, também conhecidas como CNC, representam o conjunto de 
instruções codificadas e os computadores ligados à máquina, que tomaram o lugar 
do operador, que anteriormente controlava a máquina manualmente.
Essa substituição dá mais acuidade, precisão e repetitividade ao processo. Pode 
também dar mais produtividade, seja por meio da eliminação de possíveis erros de 
operador, ou porque o controle por computador pode definir padrões ótimos de 
corte, e até mesmo por causa da substituição de mão de obra habilidosa e cara. 
A capacidade de geração de dados e relatórios faz com que esta tecnologia 
contribua para a velocidade e para a eficiência nas tomadas de decisão operacional 
e gerencial.
Robótica
Os robôs podem ser utilizados na produção de três formas, segundo Slack; 
Chambers; Johnston (2002):
• Robôs de manuseio: utilizados para efetuar a carga e a descarga de centros 
de trabalho;
• Robôs de processo: seguram a peça nos mais variados tipos de operações de 
trabalho, para que a produção seja realizada pelo operador;
• Robôs de montagem: usados para a montagem de peças, componentes e 
produtos completos. Podem trabalhar em conjunto com os robôs de processo.
A tecnologia robótica mais recente permite o feedback imediato do processo 
produtivo utilizando controle de visão e de toque, ainda que limitados. Muitos 
também são adaptados para o controle da qualidade nos processos produtivos, 
comparando a produção com padrões ótimos previamente cadastrados. 
Veículos Guiados automaticamente (AGVS – Automated Guided 
Vehicles)
Segundo Slack; Chambers; Johnston (2002), os AGVs são pequenos veículos 
autônomos que movem materiais de e para operações agregadoras de valor. São, 
usualmente, guiados por cabos enterrados no chão da fábrica e recebem instruções 
de um computador central. 
Variações desse arranjo incluem AGVs que têm seus próprios computadores ou 
sistemas de guia a bordo. Temos os transportadores e até os transelevadores como 
exemplo da movimentação de produtos dentro da fábrica.
15
UNIDADE Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
Sistemas Flexíveis de Manufatura (FMS – Flexible 
Manufacturing Systems)
Slack; Chambers; Johnston (2002, p. 246) definem o FMS como “uma configu-
ração controlada por computador de estações de trabalho semi-independentes, co-
nectadas por manuseio de materiais e carregamento de máquinas automatizados”. 
O FMS permite que a integração das Tecnologias obtenha resultados melhores 
que a soma das partes. O Sistema é capaz de fabricar componentes completos, do 
começo ao fim, mantendo a flexibilidade do Sistema. É necessário destacar que o 
FMS é mais adequado para produções de peças similares e de lotes pequenos. 
Seus resultados, nas Empresas que o empregaram, são impressionantes. Slack; 
Chambers; Johnston (2002) relatam Empresas que tiveram entre 60% e 70% na 
redução do seu lead time ou melhoria de 50% a impressionantes 90% no seu 
tempo de setup.
Manufatura Integrada por Computador (CIM – Computer 
Integrated Manufacturing)
O CIM representa uma ampliação dos sistemas FMS a fim de incluir não 
somente as atividades do processo de transformação, mas também atividades de 
projeto e programação.
Slack; Chambers; Johnston (2002, p. 249) o definem como: “Monitoramento 
baseado em computador e controle de todos os aspectos do processo de manufatura, 
baseado num banco de dados comum e comunicado por meio de alguma forma de 
rede de computadores”.
Melhoria Contínua
Independentemente da Tecnologia utilizada, a Empresa deve manter o seu foco 
em produzir seus produtos e serviços com qualidade total, que pode ser medida e 
acompanhada por testes e análises. Vamos conhecer três ferramentas de melhoria 
contínua usualmente aplicadas à produção:
• Desdobramento da função qualidade (QFD – Quality Function Deploy-
ment): a qualidade, aspecto importante no projeto na avaliação de melhoria, é 
apoiada por algumas ferramentas da melhora contínua, denominadas Kaizen. 
A melhora contínua deve ser controlada por indicadores de desempenho, me-
didas criadas para avaliar se a condução do projeto está diretamente ligada e 
relacionada aos objetivos do projeto;
• Engenharia de Valor (VE – Value Engineering): a Engenharia de Valor tem 
como princípio gerar valor ao cliente e consumidor, sendo esse valor os benefí-
cios que eles entendem e reconhecem como um benefício ou diferencial. Seus 
16
17
objetivos são tentar reduzir o número de componentes, usar materiais mais 
baratos e simplificar os processos.
A redução do número de componentes facilita o processo de montagem, 
armazenagem e movimentação. O uso de materiais mais baratos propicia a redução 
de preço, custo e, consequentemente, funciona como estratégia para o aumento 
da margem de contribuição (lucro). A simplificação dos processos ajuda na redução 
dos tempos de execução e movimentação;
• Engenharia Simultânea: a resposta rápida ou imediata é a função princi-
pal da Engenharia Simultânea e significa que as pessoas, as quais projetam 
ou fabricam produtos, trabalham com os mesmos objetivos/senso de valores 
para atacar problemas desde as primeiras fases. Os objetivos são: redução do 
tempo de desenvolvimento, projeto para a manufatura, desenvolvimento de 
produto e desenvolvimento de novas Tecnologias de Produção.
Produção mais Limpa (P+L)
A partir da explosão do consumo com formas diversas de produção e das questões 
ambientais, legais, econômicas e de imagem, as Empresas buscam produzir de 
forma a minimizar os impactos gerados pela poluição.
Segundo Giannetti (2006), o principal ponto desse conceito é a necessidade de 
desenvolver mais e mais os processos de produção, passo a passo, com a análise 
contínua do processo, melhorando e otimizando o processo antigo e implantando 
total ou parcialmente os novos processos.
A produção mais limpa busca minimizar a geração de resíduos e poluentes, 
utilizando Técnicas e Tecnologias disponíveis para reduzir os impactos ambientais, 
bem como o custo, eliminando as perdas desnecessárias.
Diversos grupos de pesquisas são mantidos por Órgãos Governamentais e 
iniciativaprivada na busca de redução dos impactos ambientais e no aumento da 
eficiência produtiva.
Uma das abordagens mais tradicionais da produção mais limpa é chamada de 
Final de Tubo ou End of Pipe. Nela, os resíduos são tratados após a geração. Após 
a produção e geração do efluente e resíduo, é iniciado o processo de tratamento 
para que se possa dar o descarte adequado.
A crescente busca por uma produção mais verde e a conscientização do consumidor 
por Empresas que contribuam com o meio ambiente faz com que, cada vez mais, 
novas formas de aproveitamento dos materiais e dos recursos produtivos ocorram.
Muitas Empresas continuam a trabalhar com o tratamento de resíduos como final 
de tubo, mas começaram a procurar formas de reduzir a geração do resíduo, tornando-
se mais socialmente responsável e também economizando recursos e custos.
Um dos incentivos do Governo brasileiro para a busca por melhorias contínuas 
e que diminuam os resíduos é a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS).
17
UNIDADE Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS)
Instituída pela Lei n. 12.305, de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos 
trata dos problemas ambientais, sociais e econômicos, decorrentes do manejo ina-
dequado dos resíduos sólidos.
Visando a criar um gerenciamento integrado no manuseio dos resíduos, um dos 
principais aspectos da PNRS é a responsabilidade compartilhada dos geradores 
de resíduos, ou seja, de toda a cadeia, envolvendo fabricantes, importadores, 
distribuidores, comerciantes, o próprio cidadão, que representa o consumidor 
final, como os responsáveis pelo manejo dos resíduos, inclusive das embalagens 
de pós-consumo.
Acesse: https://goo.gl/hnNIm e conheça mais detalhes sobre a Política Nacional dos Re-
síduos Sólidos Ex
pl
or
Importante!
• A preocupação com a qualidade tomou maior importância nas Empresas à medida 
que a produção passou de uma forma artesanal para industrial;
• A qualidade é parte integrante dos itens que compõem o que o consumidor final 
irá entender como o benefício proporcionado pela Empresa em relação às demais 
Empresas do mesmo Mercado; 
• Um processo pode ser considerado como possuidor de qualidade quando sua manufatura, 
seja de produtos ou de serviços, acontece sem erros, acelerando todo o processo;
• O conceito de qualidade pode ser intrínseco, quando a qualidade existe objetiva e 
concretamente e pode ser avaliada e mensurada mediante padrões e especificações, 
ou extrínseco, quando a qualidade que a pessoa subjetivamente percebe ou imagina 
e pode variar para cada pessoa;
• Os custos da qualidade podem ser divididos em custos de prevenção, custos de avaliação, 
custos de falhas internas e custos de falhas externas. Os custos se relacionam de forma 
inversamente proporcional, os custos de falhas internas e externas somente diminuem 
quando as atividades de prevenção e avaliação aumentam, assim como seus custos.
• Existem inúmeras formas de controlar a qualidade na Empresa. Programas como CEP 
(Controle Estatístico de Processo), TQM – Total Quality Management (Gerenciamento 
da Qualidade Total) e as normas ISO;
• Outros exemplos são o Ciclo PDF, a folha de verificação ou Checklist, o Histograma, o 
Diagrama de Pareto e o Diagrama de Ishikawa;
Importante!
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Importante!
• A evolução das Tecnologias de Informações e Comunicações levaram a novas 
Tecnologias de Processo. As Tecnologias de Processo são formadas pelas máquinas, 
equipamentos e dispositivos que auxiliam no processo de transformação;
• Como exemplos de Tecnologias de Processo temos as Máquinas CNC, o uso da robótica, 
os veículos guiados automaticamente, os AGVs, os sistemas FMS e a manufatura 
integrada por computador, ou CIM;
• A melhoria contínua deve fazer parte da estratégia produtiva, independentemente 
da Tecnologia utilizada. A Empresa pode efetuá-la por meio do desdobramento da 
função qualidade e do Kaizen, com a aplicação da Engenharia de Valor e também da 
Engenharia Simultânea;
• As ações de melhoria contínua devem ser acompanhadas com foco na redução e no 
reaproveitamento máximo dos materiais, resultando em menos resíduos e tornando 
a produção mais limpa. 
19
UNIDADE Controle de Qualidade e Novas Abordagens Produtivas 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Sistemas de produção: conceitos e práticas para projetos e gestão da produção enxuta
ANTUNES, J. (org.) Sistemas de produção: conceitos e práticas para projetos e 
gestão da produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008;
Introdução à Gestão da Qualidade e Produtividade
NETO, A. S.; CAMPOS, Letícia M. F., Introdução à Gestão da Qualidade e 
Produtividade. Curitiba: Intersaberes, 2016
 Vídeos
AGV - Veículo Guiado Automaticamente da Spark (Automated Guided Vehicle)
https://youtu.be/0Zk9MrQrWkQ
 Leitura
Aplicação das Ferramentas Lean
https://goo.gl/svJzJt
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Referências
GIANETTI, Biagio F.; ALMEIDA, Cecília M. V. B. Ecologia Industrial: conceitos, 
ferramentas e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.
JOHANSSON, J. H. et al. Processos de Negócios. São Paulo: Pioneira, 1995.
MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 
São Paulo: Saraiva, 2015.
MINISTÉRIO do Meio Ambiente, Política Nacional dos Resíduos Sólidos. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/
politica-nacional-de-residuos-solidos/contextos-e-principais-aspecto>. Acesso em: 
jul. 2017.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da 
Produção. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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