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DEMÊNCIA • Doença de Alzheimer • Demência Vascular • Demência de Corpúsculo de Lewy • Demência Fronto temporal ou Pick Palavra de origem latina (dementia), é definida como: “qualquer deterioração mental” (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) DEMÊNCIA A demência é uma evidência de declínio, em simultâneo, da memória e do pensamento (capacidade de raciocínio), suficientemente marcada para interferir nas atividades da vida diária, tendo, pelo menos, seis meses de evolução e podendo ainda coexistir alteração, nas seguintes funções: linguagem, cálculo, julgamento, praxias, gnosias ou personalidade. DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) Alois Alzheimer (1864 – 1915), médico alemão, comunicou seu 1º caso da doença em 1906 – 1907. Posteriormente, em 1910, foi denominada por Kraepelin de Doença de Alzheimer (DA). EPIDEMIOLOGIA • DA, causa mais frequente de demência no idoso e sua prevalência aumenta exponencialmente entre 65-95 anos. • Ocorre em cerca de 1% da população entre 65-69 anos, em 15-20% após os 80 anos e em 40-50% após os 95 anos • Em cerca de 6-7% dos casos, inicia-se precocemente, antes dos 60-65 anos • Aproximadamente 7% de todos os casos de início precoce têm origem genética, com padrão de herança autossômica dominante. Por exemplo, síndrome de Down, parente de primeiro grau. • Predomina em mulheres de idade mais avançada, tem distribuição universal e é uma das principais causas de doença no idoso, constituindo um dos maiores problemas médicos e sociais da atualidade. FATORES DE RISCO / AMBIENTAIS • Idade – fator de risco + importante! • História familiar positiva • Síndrome de Down. A proteína beta-amiloide é codificada no cromossoma 21, devido a cópia extra do cromossoma 21, produzem 1.5 vezes mais proteína precursora amilóide. • Baixo nível educacional - Talvez, pessoas com mais escolaridade administrem suas limitações cognitivas com maior facilidade que analfabetos ou com baixo nível de escolaridade. A plasticidade neuronal também pode estar implicada nesse processo. • Gênero feminino (após 80 anos de idade), > incidência! • Hipercolesterolemia. O colesterol tem grande importância na mielinização de nossos axônios, porém com um transporte deficiente até os neurônios teremos um decréscimo de sua função. FISIOPATOLOGIA Características histopatológicas proteína beta-amiloide placas senis grupos de pequenos pedaços As placas são formadas quando pedaços da proteína chamada beta-amiloide se agrupam. Em quantidades muito pequenas são necessárias para manter os neurônios viáveis. Quando sua produção aumenta muito e moléculas acumulam-se como placas, levam à alteração nas sinapses. As formas mais nocivas de beta-amiloide talvez sejam os grupos de pequenos pedaços do que as placas em si. Os pequenos agrupamentos podem bloquear a sinalização entre as células nas sinapses. Neurônio saudável (A) e um neurônio de um paciente com DA (B) É normal em pequenas quantidades em cérebros de idosos sadios, mas o aumento na produção deste tipo de peptídeo é considerada central na patologia da DA. Enviam sinais químicos ao interior da célula. A proteína Tau são proteínas que estabilizam os microtúbulos (transporte e manutenção axonal), encontradas no citoplasma neuronal e seu número está diretamente relacionado com o grau de severidade da doença. Sulcos LINGUAGEM FALA LINGUAGEM MEMÓRIA Atrofia grave no HIPOCAMPO, região do córtex que exerce papel importante na formação de novas lembranças. Córtex atrofia danificando as regiões envolvidas com planos, pensamentos e lembranças DECLÍNIO COGNITIVO Área de Broca Presente no hemisfério frontal esquerdo é a área onde ocorre o processamento motor da fala. Responsável pela expressão: produção e articulação da fala. Área de Wernicke Presente no hemisfério temporal esquerdo é a área onde ocorre o processamento sensorial da fala: compreensão da linguagem. A LINGUAGEM é o sistema utilizado pelo ser humano para expressar suas ideias e sentimentos. É a capacidade humana em dar significado e representações, interagir e se relacionar com objetos, pessoas e o meio. Simplificando, podemos dizer que a Linguagem é o sentido que damos a tudo que nos rodeia. QUADRO CLÍNICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER Os estágios da doença são determinados segundo a escala de Braak, que avalia, principalmente, os sintomas clínicos de demência em correlação com a distribuição de emaranhados neurofibrilares no cérebro. ESTÁGIOS I e II - quando o envolvimento dos emaranhados está confinado principalmente à região transentorrinal (imagem à direita, estruturas em destaque vermelho) do cérebro, traduzido sintomatologicamente como níveis de cognição normais e levemente afetadas, respectivamente. (emoções) (orientação no espaço) ESTÁGIOS III e IV - há também o envolvimento das regiões límbicas, como o hipocampo, levando ao prejuízo cognitivo de leve a moderado, de confusão e perda de memória, desorientação, problemas com tarefas cotidianas, mudanças na personalidade e na capacidade de julgamento no estágio III e sintomas psicóticos como ansiedade, desconfiança e agitação, além de distúrbios do sono no estágio IV. O Sistema Límbico compreende todas as estruturas cerebrais que estejam relacionadas, principalmente, com comportamentos emocionais e sexuais, aprendizagem, memória, motivação, mas também com algumas respostas homeostáticas. Tálamo - dentre suas funções estão a transmissão de sinais motores e sensitivos para o córtex, além da regulação da consciência, sono e estado de alerta. Amígdala - centro regulador do comportamento sexual, do comportamento agressivo, respostas emocionais ESTÁGIOS V e VI - existe grande envolvimento neocortical, acarretando a dificuldade em reconhecer familiares e amigos, perda da fala, do apetite e do controle da bexiga e do intestino. A Teoria do cérebro Triuno foi elaborada em 1970 pelo neurocientista Paul MacLean. Segundo ele o ser humano é resultado de uma evolução de bilhões de anos, ultrapassando várias fases no seu desenvolvimento que fizeram do ser humano um ser superior com pensamento abstrato e racional, consciência, inteligência e cultura. DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DE ALZHEIMER NO BRASIL Recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia • Exames de sangue: hemograma completo, concentrações séricas de uréia, creatinina, tiroxina (T4) livre, hormônio tíreo-estimulante (TSH), albumina, enzimas hepáticas (TGO, TGP, GamaGT), vitamina B12 e cálcio, reações sorológicas para sífilis e, em pacientes com idade inferior a 60 anos, sorologia para HIV. • Análise do líquido cefalorraqueano (LCR): punção lombar do líquido cefalorraquidiano (LCR) – análise dos níveis da proteína beta- amilóide e Tau. E ainda, infecções do sistema nervoso central (SNC) e doenças neoplásicas e inflamatórias. 2) Delirium: Método de Avaliação da Confusão (CAM). 3) Outros transtornos mentais possivelmente associados com demência – Transtornos mentais ou comorbidades, como uso de medicações (benzodiazepínicos), e abuso/dependência de substâncias (álcool), devem ser investigadas na avaliação de pacientes com demência. • Avaliação neuropsicológica: 1) Depressão: Escala de Depressão Geriátrica (GDS), Escala de depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos (CES-D), ou a Escala de Depressão de Hamilton. • Exame de Neuroimagem: Tomografia Computadorizada (TC), Ressonância Magnética (RM),Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT) e Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET). SPECT e PET podem ser estudados química cerebral, neurotransmissão (neurônios pré e pós-sinápticos), assim como outras funções cerebrais, como por exemploa utilização de glucose.
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