Buscar

Procedimento trabalhista

Prévia do material em texto

Resumo dos Procedimentos trabalhistas.
O procedimento comum trabalhista é dividido em sumário, sumaríssimo e ordinário, e classificados pelo valor da causa e também por outras características. 
O procedimento sumário é o mais incomum na Justiça do Trabalho, pois ocorre nas causas em que o seu valor é igual ou menor a dois salários mínimos de acordo com os §§ 3º e 4º da Lei nº 5.584/70. 
Se o valor da causa for superior a dois e inferior a 40 salários mínimos, o rito poderá ser o sumaríssimo.
Se o valor da causa for superior a 40 salários mínimos, teremos o procedimento mais utilizado, o rito ordinário.
Quanto ao Procedimento ordinário: audiências de conciliação, instrução e julgamento
No processo do trabalho, o procedimento ordinário dos dissídios individuais está regulamentado, de forma esparsa, entre o art. 763 e o art. 852 da CLT, e as ações trabalhistas que se submetem a tal rito são aquelas em que os valores ultrapassem a 40 salários mínimos, na data de seu ajuizamento.
Em consonância ao princípio da concentração dos atos processuais, e com fulcro no art. 843 da CLT, as ações ajuizadas perante a Justiça do Trabalho devem ser resolvidas em uma única audiência, o que englobaria a conciliação, a instrução e o julgamento em uma única oportunidade.
Porém, diante da impossibilidade fática de seguir essa norma, outro procedimento tem prevalecido na prática trabalhista e as audiências têm-se dividido em Conciliação, Instrução e Julgamento.
 48 horas após a recepção da inicial pelo secretário da Vara, este, notificará a parte ré pela via postal ordinariamente ou por edital para os casos de reclamada em local incerto e não sabido, para comparecer à audiência, que acontecerá no prazo mínimo de 05 dias de acordo com o art. 841 CLT.
Segundo ainda o art. 813, da CLT, as audiências trabalhistas são públicas e se realizam na sede do Juízo ou Tribunal, nos dias úteis entre 08 e 18 horas, não podendo se delongar por mais de cinco horas seguidas, salvo quando versarem sobre matéria urgente.
Devidamente cientificadas, as partes devem comparecer à audiência inicial, independentemente do comparecimento de seus representantes, na qual, não havendo conciliação, será concedido à reclamada (ré) o tempo de 20 minutos para que apresente oralmente sua resposta, que, será reduzida a termo com fulcro no art. 847 da CLT.
Na prática, a resposta é sempre escrita, sendo possível, inclusive, inseri-la no processo judicial eletrônico, antes mesmo da audiência, novidade descrita pela reforma trabalhista, no parágrafo único, do art. 847, da CLT.
Antes da reforma trabalhista, o preposto deveria ser necessariamente empregado da empresa, agora o empregador poderá ser representado em audiência por qualquer preposto, sem necessidade de vínculo empregatício com a reclamada, bastando que tenha conhecimento do fato, sob a luz do art. 843, § 3º da CLT.
A reforma trabalhista, advinda com a Lei 13.467/2017, também impôs algumas mudanças, quanto à consequência da ausência das partes em audiência.
A ausência do Reclamado ou de seu preposto na 1ª audiência gera, via de regra, a revelia, por não ter comparecido à assentada e a confissão ficta, pela qual se presumirão verdadeiros os fatos alegados pelo autor na inicial.
Entretanto, a revelia pode ser afastada, pois, ainda que ausente à reclamada, presente o advogado na audiência, serão aceitas a contestação e os documentos eventualmente apresentados conforme o art. 844, § 5º, CLT.
No caso de ausência do Reclamante à primeira audiência, o processo será arquivado e o autor, será condenado ao pagamento de custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita.
Cabe ressaltar que o pagamento das custas se tornou, a teor do § 3º, do art. 844 da CLT, condição para a propositura de nova demanda.
A Lei 13.467/2017 (reforma) deixou uma oportunidade ao Reclamante de afastar o arquivamento, cedendo ao mesmo, o prazo de 15 dias, para comprovar que sua ausência ocorreu por motivo “legalmente justificável”, conforme o disposto no § 2º, do art. 844 da CLT.
Comparecendo as partes e aberta a audiência inaugural, o juiz deverá propor a conciliação com base no art. 846 da CLT, que será lavrada a termo se houver êxito, e nela constará o valor, o prazo de pagamento e todas as demais condições para o seu cumprimento.
Não sendo possível a conciliação, o Magistrado concederá prazo para o Reclamante se manifestar sobre a contestação, normalmente de 10 dias, intimando as partes para a audiência de instrução, na qual serão ouvidos os depoimentos pessoais de autor e réu, inquiridas as testemunhas e produzidas eventuais provas necessárias ao deslinde da questão como ilumina o art. 848 da CLT.
Na ocasião da audiência de instrução, prestarão depoimento em primeiro lugar as partes – Reclamante e Reclamada, em seguida, as testemunhas, no máximo 03 para cada parte, com exceção dos Inquéritos para Apuração de Falta Grave em que se admitem 06 testemunhas.
 Destaca-se que as partes não necessitam apresentar com antecedência rol de testemunhas como ilumina o art. 825 da CLT. Além disso, poderá haver a requisição de produção de prova pericial.
Encerrada a instrução, as partes poderão apresentar suas razões finais, pelo prazo máximo de 10 minutos cada um, para, em seguida, o juiz renovar a proposta de conciliação, e não sendo possível, será designada a data para a audiência de julgamento - art. 850 da CLT.
Na audiência de julgamento, via de regra, as partes não comparecem, sendo apenas um prazo para que o juiz publique a sentença, a partir do qual as partes ficam intimadas e começa a fluir o prazo para eventual interposição de recursos - art. 849 da CLT.
Por fim, os trâmites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, da qual constará, na íntegra, a decisão a partir da publicação da sentença inicia-se o prazo recursal. - Art. 851 da CLT. 
Quanto ao Procedimento Sumaríssimo.
O rito sumaríssimo foi criado com o intuito de tornar mais célere o processo trabalhista, dando efetividade à satisfação da verba de natureza alimentar pleiteadas pelo trabalhador. 
O procedimento apresenta particularidades, na petição inicial, na audiência e na sentença. 
Como dito, as ações submetidas ao procedimento sumaríssimo são aquelas em que o valor da causa é superior a 2 e inferior a 40 salários mínimos, serão instruídas e julgadas em audiência única. 
São pressupostos próprios do rito sumaríssimo:
Audiência única para produção de provas, cuja ata registra, resumidamente, os atos importantes;
Pedido: certo ou determinado e líquido (art. 852-B, I, da CLT);
Valor: somatório de todos os pedidos (art. 852-B, I, da CLT);
Número de testemunhas: no máximo, 02 testemunhas;
Citação por edital: proibida no sumaríssimo. 
Deverão ser indicados pelo reclamante, o nome e o endereço completos e corretos da reclamada (art. 852-B, II, da CLT);
Não se aplica aos dissídios coletivos (art. 852-A, da CLT);
Estão excluídas do procedimento as demandas em que é parte a administração pública direta, autárquica e fundacional (art. 852-A, da CLT);
Estão incluídas no procedimento sumaríssimo as demandas em que são parte as sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica (inciso II do § 1º do art. 173 da CR/88);
Apreciação da reclamação deverá ocorrer em 15 dias contados do ajuizamento da ação;
A sentença é proferida na própria audiência e não há necessidade da emissão de relatório.
A petição inicial no procedimento sumaríssimo deve apresentar o pedido certo e quantitativamente determinado, sob pena de arquivamento da reclamação e condenação de custas sobre o valor da causa conforme o art. 852-B, § 1º, da CLT.
Como nas demandas sujeitas ao rito sumaríssimo não há citação por edital, o Reclamante deve indicar o nome e endereço do reclamado, sob pena de arquivamento da Reclamação.
Cientificadas as partes, a reclamação será julgada em audiência una (art. 852-C, da CLT), podendo ser também sugerida a conciliação pelo Juiz a qualquer tempo.
 As partes poderão levar no máximo duas testemunhas, as quais comparecerão à audiência de instruçãoe julgamento, independentemente de terem sido intimadas (art. 852-H, § 2º, da CLT).
No processo trabalhista é possível que as provas sejam produzidas em audiência, independentemente de requerimento antecipado, inclusive, a parte deverá se manifestar sobre os documentos, na própria audiência, exceto se provada a absoluta impossibilidade, por exemplo: um grande volume de documentos.
A prova pericial é permitida no procedimento sumaríssimo e é chamada de prova técnica, podendo ser determinada de ofício ou por requerimento com fundamento no art. 852-H, § 2º, da CLT. 
Apresentado o laudo técnico, as partes serão intimadas a se manifestar no prazo comum de cinco dias, ficando vedada a retirada dos autos da secretaria.
Observa-se que não obstante a audiência seja una, será permitida a interrupção e o seu prosseguimento dar-se-ão no prazo de trinta dias, salvo por motivo relevante, conforme aponta o art. 852-H, § 7º, da CLT.
As ações especiais são importantes para o direito processual do trabalho, cada uma dispondo de características e finalidades próprias, concedendo aos demandantes meios de impugnar assuntos especiais relacionados ao trabalho, por meio de ações específicas.

Continue navegando