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Fundamentos da Metodologia de Ciências Metodologia de Ensino Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Wanderli Cunha de Lima Revisão Textual: Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni 5 • Teorias da Aprendizagem • Projeto Educativo • Ciências como investigação Esta unidade tem como tema principal o estudo das metodologias para o ensino de Ciências Naturais na escola. A organização desta unidade se deu a partir dos pressupostos das teorias da aprendizagem, partindo da ideia que são elas que direcionam o desenvolvimento do trabalho pedagógico pelo docente. Apontamos a importância do projeto educativo e do estudo da ciência como investigação. Também abordamos questões relativas ao aprender Ciências dando ênfase aos processos de interação que ocorrem no processo de ensino e aprendizagem. Atente para as relações humanas envolvidas nesse processo e observe como o conhecimento se processa a partir de uma lógica interna e do confronto das ideias. Para realizarmos aprofundamento da discussão acerca do tema, faremos uma atividade reflexiva, com a escrita de um texto argumentativo. Participe dessa atividade colocando em prática o que foi estudado na unidade. Como você já sabe, é muito importante aproveitar as indicações feitas no material teórico e no material complementar, eles favorecem a compreensão e completam o conteúdo estudado auxiliando no momento da realização das atividades, tanto de sistematização do conhecimento, como a de aprofundamento do tema. · Estamos iniciando a unidade “Metodologia de Ensino” da disciplina “Fundamentos Metodológicos do Ensino de Ciências I”. Sejam todos, bem-vindos! · Nesta unidade, veremos como as teorias servem de aporte para o ensino de ciências, e, como diferentes posicionamentos didáticos-metodológicos podem favorecer a aprendizagem do conhecimento científico. Metodologia de Ensino • Aprender Ciências Atenção “Aproveitem as indicações de sites e leituras feitas nesta unidade, elas contribuirão com seu processo de aprendizagem. Bom estudo!” 6 Unidade: Metodologia de Ensino “Partindo do conceito vygotskyano de zona de desenvolvimento proximal, assumimos que o trabalho da educação científica é conseguir que os alunos construam, nas salas de aula, atitudes, procedimentos e conceitos que não conseguiram elaborar sozinhos em contextos cotidianos e que, sempre que esses conhecimentos sejam funcionais, saibam transferi-los para novos contextos e situações.” (POZO; GÓMEZ CRESPO, 2010, p. 244-245). Partindo dessa afirmação, assista ao vídeo: “Relação professor aluno (Paulo Freire)”, observe as variáveis existentes no processo de ensino e aprendizagem, se autoquestionando sobre: • Por que é importante conhecer a realização da transposição didática? • No que esse conhecimento irá contribuir com a minha formação pessoal? • E na minha formação e atuação profissional, no que implicam esses conhecimentos? Contextualização Explore http://www.youtube.com/watch?v=-NQzQlPrQwQ 7 Segundo a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional – Lei 9.394/96, em seu artigo 13, inciso III, cabe ao professor “zelar pela aprendizagem dos alunos”. Isto quer dizer, promover um ensino que privilegie a aprendizagem. Para tanto, cabe ao professor à responsabilidade do ensino com vistas à eficácia da aprendizagem dos alunos, percebendo que a escola não é um espaço de ensaios pedagógicos. Nesse sentido, Bizzo (2009) alerta: [...]. Ademais, não se pode entender que o espaço da sala de aula seja essencialmente experimental, no sentido de admitir qualquer tipo de resultado. Ao contrário, o espaço escolar é o mais privilegiado em relação à certeza da aprendizagem revestida de toda sorte de zelo. (BIZZO, 2009, p. 16). Não pretendemos nesta unidade nos ater às teorias de aprendizagem, apenas as referenciamos a fim de situar sua importância para o desenvolvimento da função docente. E para desempenhar sua função docente, o professor necessita de um aporte teórico que oriente suas ações ao ensinar. Então, as teorias de aprendizagem apresentam-se como verdadeiros depósitos de ideias sobre como se dá a aprendizagem dos indivíduos. Contudo, o professor deve conhecer o que há por detrás de cada uma dessas teorias, refletir sobre seus pontos positivos e negativos, para que possa utilizá-las de modo a contribuir para com o trabalho pedagógico a ser desenvolvido. Podemos dizer que as teorias de aprendizagem apresentam diversos modelos na busca de justificar os caminhos pelo qual o indivíduo concretiza suas aprendizagens, procurando reconhecer o que está envolvido no ato de ensinar e aprender. Tradicionalmente, o ensino de Ciências baseia-se na transmissão de conceitos. Entretanto, as demandas formativas da nossa sociedade trazem consigo a necessidade de se ensinar Ciências não somente na sua dimensão conceitual, mas também nas suas dimensões procedimental e atitudinal. [...]. O ensino de qualidade que a sociedade demanda atualmente expressa- se aqui como a possibilidade de o sistema educacional vir a propor uma prática educativa adequada às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as motivações dos alunos e garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem. (BRASIL, 2001, v. 1, p. 33) Ensinar e aprender ciência na escola deve compreender seu pertencimento na construção histórica e social. 1. Teorias da Aprendizagem 8 Unidade: Metodologia de Ensino Para que se possa garantir a formação dos alunos de modo a contribuir com sua inserção no meio social, faz- se necessário que a escola apresente uma organização que seja eficaz no cumprimento desse propósito. Para tanto, a escola não pode ser vista e tratada como um espaço de trabalho individualizado, antes deve privar por “uma organização com objetivos próprios, elaborados e manifestados pela ação coordenada de seus diversos profissionais.” (BRASIL, 2001, v. 1, p. 48). Estamos falando de uma construção coletiva e permanente entendida como Projeto Educativo. Neste processo, o trabalho é pensado de acordo com as necessidades particulares de cada escola, abrindo-se espaço para determinar metas e refletir sobre os meios para atingi-las, tendo por fim a formação coerente dos alunos ao longo da escolaridade. (BRASIL, 2001). Isto demanda planejamento, trabalho em equipe, trocas de ideias e reflexão coletiva. “A contínua realização do projeto educativo possibilita o conhecimento das ações desenvolvidas pelos diferentes professores, sendo base de diálogo e reflexão para toda a equipe escolar.” (BRASIL, 2001, v. 1, p. 49). Como ensinar e aprender Ciências na escola partindo dessa visão de Projeto Educativo? Como já citado, inicialmente os professores devem definir quais são as metas a atingir em cada ano de ensino, vislumbrando a apreensão do conhecimento científico por parte dos alunos. Mas como ensinar Ciências para as crianças? Quando as crianças adentram os muros escolares, seu maior anseio – assim como de seus responsáveis – é se apropriar dos conhecimentos acadêmicos, pois, desde muito pequenos, já reconhecem o valor social da educação formal. Ensinar Ciências demanda os mesmos cuidados que ensinar Matemática ou alfabetização. Todavia, o ensino de conceitos científicos permite – se realizado de modo a favorecer o processo de aprendizagem – a ampliação de saberes que contribuem, também, com outras áreas do conhecimento.Um dos cuidados que o professor deve ter ao ensinar Ciências é o de aproximar o aluno desse conhecimento formando uma imagem positiva de Ciências. 2.Projeto Educativo Fonte: freedigitalphotos.net/ Fonte: freedigitalphotos.net/ 9 É nos anos iniciais do Ensino Fundamental que as crianças entram em contato, pela primeira vez, com certos conceitos científicos, sua aprendizagem subsequente depende muito desse primeiro contato. Assim como em outras áreas do conhecimento, também em Ciências, dependendo da experiência vivida neste primeiro contato com o conhecimento, o aluno poderá desenvolver simpatia ou aversão pela disciplina. Então, se for uma experiência prazerosa de aprendizagem e descoberta, o aluno terá maior probabilidade de ser “bom”, ou de “gostar” dessa disciplina. O contrário também é verdadeiro, se, no seu primeiro contato, ele se deparar com textos desconectados com sua realidade, além de seu alcance de compreensão; ou, ainda, se tiver uma cobrança exacerbada sobre as atividades com a intenção de mera reprodução do conteúdo, certamente ele desenvolverá aversão à Ciência ensinada na escola. Podemos afirmar que várias são as formas de se ensinar e aprender Ciências na escola. Como citado na unidade anterior, as crianças trazem consigo o conhecimento espontâneo que deve ser confrontado de modo que avance para o conhecimento científico. Isto pode ser realizado através da problematização ou da busca de informações – através da observação, da experimentação e da leitura de textos informativos. Ainda podemos considerar como mais uma alternativa de ensino de Ciências para as crianças, o desenvolvimento de projetos de estudo, pois estes se inserem nos processos de produção e apropriação do conhecimento. Com a globalização, o advento da internet e o avanço científico e tecnológico, a necessidade de repensar as relações professor-aluno-objeto do conhecimento é uma constante. Nesse contexto, ressurge o trabalho com projetos, já vivenciado na década de 1960, mas com proposta diferenciada. Esse trabalho, além de favorecer a construção da autonomia e da autodisciplina, pode constituir-se num processo de aprendizagem mis dinâmico, significativo e interessante para quem aprende, minimizando a imposição dos conteúdos de maneira autoritária. (PORTO, RAMOS e GOULART, 2009, p. 59). O trabalho com projetos viabiliza a inserção de temas pertinentes à realidade dos alunos, os quais podem ser escolhidos e definidos por eles. Também favorece o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar ampliando as possibilidades de estudo, pois articula os diferentes conteúdos da área de ciências naturais com outras áreas do conhecimento. Ainda propicia a interação entre os alunos. (PORTO, RAMOS, e GOULART, 2009). O projeto é uma estratégia de trabalho em equipe que favorece a articulação entre os diferentes conteúdos da área de Ciências Naturais e desses com os de outras áreas do conhecimento, na solução de um dado problema. Conceitos, procedimentos e valores apreendidos durante o desenvolvimento dos estudos das diferentes áreas podem ser aplicados e conectados, ao mesmo tempo que novos conceitos, procedimentos e valores se desenvolvam. (BRASIL, 2001, p. 126). É necessário pensar num pluralismo metodológico no ensino de Ciências considerando os recursos pedagógicos, tecnológicos e os conhecimentos científicos que devem ser ensinados na escola. Da mesma forma, proporcionar atividades que coloquem os alunos em contato direto com o conhecimento científico, levando-os a construir esse conhecimento contando com a mediação do professor. O que significa conduzi-los na construção do seu conteúdo conceitual, a partir das oportunidades de argumentação, ao invés da aceitação passiva de conceitos e respostas definidas pelo professor numa visão fechada das ciências. (CARVALHO, 2004). 10 Unidade: Metodologia de Ensino Falar de Ciências como investigação é dar ao professor um papel essencial na proposta de ensino. Isto porque trabalhar com investigação não é algo simples, ao contrário, demanda um planejamento estratégico por parte do professor, tornando-o figura-chave no desenvolvimento das atividades. Isso significa romper com o ensino tradicional de aulas expositivas com cópias e explicações por parte do professor. Implica o desenvolvimento de uma metodologia que possibilite o desenvolvimento da autonomia dos alunos, que os conduza à cooperação entre seus pares e leve-os a reconhecer o erro como parte da construção do conhecimento. Isto significa levar o aluno a refletir, discutir, explicar e relatar sobre o objeto em questão; produzindo seu próprio conhecimento a partir da sua interação entre o fazer, o pensar e o sentir. Criar alunos autônomos, que saibam pensar, tomar as próprias decisões e estudar sozinhos, é uma das metas do ensino. Muito se tem falado que um dos principaisobjetivos da escola é levar o aluno a aprender a aprender, mas para alcançar esse objetivo é necessário redefinir as relações professor-aluno na sala de aula. [...]. Quando o professor leva seus alunos a pensarem por si mesmos e a cooperarem sem coerção, ele os ajuda a construir suas próprias razões morais e, portanto, sua autonomia. (CARVALHO et al., 2009, p. 27). A autonomia intelectual decorre da autonomia moral, o que quer dizer que somente quando as crianças atingem o nível de responsabilidade partilhada – a respeito das regras de convivência – poderá, também, se tornar corresponsável por seu aprendizado. Quando os alunos alcançam a autonomia moral, são capazes de realizar trabalhos em cooperação. A respeito do desenvolvimento de trabalho em cooperação entre os alunos, verificamos que também se opõe ao ensino tradicional, no qual as interações se dão exclusivamente entre professor-aluno. 3. Ciências como investigação © peiqianlong 11 Numa perspectiva construtivista de ensino e aprendizagem, a relação aluno-aluno é um importante instrumento para o desenvolvimento da racionalidade e dos conteúdos metodológicos e atitudinais. (CARVALHO et al., 2009). Aprender a ouvir, a considerar as ideias de outro colega não é só, do ponto de vista afetivo, um exercício de descentralização; é também, do ponto de vista cognitivo, um momento precioso de tomada de consciência de uma variedade de hipóteses diferentes sobre o fenômeno discutido. Nessa situação de diálogo, os alunos são ainda estimulados por desafios a suas ideias, reconhecendo a necessidade de reorganizá-las e conceitua-las. (CARVALHO et al., 2009, p. 29). Assim sendo, compartilhar ideias em grupo ou coletivamente dentro da sala de aula estimula a habilidade de argumentação, a qual é muito importante na educação científica. Não basta, porém, que os alunos interajam para se apropriarem de novos saberes, é preciso que a atividade seja planejada e acompanhada pelo professor. Portanto, cabe ao professor criar um clima favorável e estar atento aos acontecimentos em sala de aula para que se efetive esse aprendizado. Nessa perspectiva, o professor poderá observar e intervir nos momentos em que surgir algum problema ou dúvida, ou ainda fazer intervenções que aproximem os alunos do conhecimento científico, dando ao erro um lugar de destaque no que diz respeito à produção do conhecimento. E, ainda, abrir espaço para o desenvolvimento afetivo. Aspectos do desenvolvimento afetivo, dos valores e das atitudes também merecem atenção ao se estruturar a área de Ciências Naturais, que deve ser concebida como oportunidade de encontro entre o aluno, o professor e o mundo, reunindo os repertórios de vivências dos alunos e oferecendo- lhes imagens, palavras e proposições com significados que evoluam, na perspectiva de ultrapassar o conhecimento intuitivo e o senso comum. (BRASIL, 2001, v. 4, p. 32). Por muito tempo, o erro foi visto como algo negativo na produção do conhecimento escolar. Segundo Luckesi (2002), “o erro não é fonte de castigo, mas suporte para o crescimento”. Hoje, a proposta de trabalho é a de transformaro erro em situações de aprendizagem, todavia, não é uma tarefa fácil a se realizar. Primeiro, porque muitos professores ainda detém a concepção de que o erro nunca deveria aparecer, e se isso acontecer a correção imediatamente deve ser feita apontando o certo e o errado. Segundo porque trabalhar com os erros dos alunos exige do professor a capacidade de intervir, fazendo bons questionamentos – ou, boas perguntas – que suscitem conflitos cognitivos nos alunos a fim de dar-lhes condições de se apropriarem de novos conhecimentos e assim, superar o erro. (CARVALHO et al., 2009). Fonte: Pmorgan - Flickr.com 12 Unidade: Metodologia de Ensino Numa sociedade em que se convive com a supervalorização do conhecimento científico e com a crescente intervenção da tecnologia no dia-a-dia, não é possível pensar na formação de um cidadão crítico à margem do saber científico. (BRASIL, 2001, p. 23). Aprender é algo intrínseco do indivíduo, isto porque envolve a construção de significados por parte do aprendiz1 . É claro, que a intervenção do professor, a interação com seus pares – os demais alunos da classe –, os materiais didáticos utilizados podem contribuir, mas nada substitui a atuação do próprio indivíduo. Desta forma, o aprender é uma “propriedade” do sujeito. É fato que através da intervenção pedagógica, novos e outros saberes são agregados aos já existentes – conhecimentos prévios, ou espontâneos – possibilitando a preensão de novos saberes. “Se o projeto educacional exige ressignificar o processo de ensino e aprendizagem, este precisa se preocupar em preservar o desejo de conhecer e de saber com que todas as crianças chegam à escola” (BRASIL, 2009, v.1, p. 54). Nesse percurso, as propostas pedagógicas devem propiciar situações de aprendizagens condizentes com as capacidades cognitivas dos alunos, potencializando-as. Sendo o aprender inerente a cada aprendiz, e sendo cada aprendiz um ser único, ou seja, com suas vivências singulares e individuais é necessário que se respeite essas diferenças. O que não significa fazer distinções ou discriminações, mas, zelar2 pela aprendizagem de todos. Aprender Ciências envolve o ensino da história das ideias científicas e da história das relações do ser humano consigo mesmo e com a natureza. A história das ideias científicas e a história das relações do ser humano com seu corpo, com os ambientes e com os recursos naturais devem ter lugar no ensino, para que se possa construir com os alunos uma concepção interativa de Ciência e Tecnologianão-neutras, contextualizada nas relações entre as sociedades humanas e a natureza. (BRASIL, 2009, v. 4, p. 32). 1 O termo aprendiz está sendoutilizado neste texto, referindo-se ao aluno dos anos iniciais do Ensino Fundamental. 2 Estamos utilizando a palavra “zelar” em seu sentido mais estrito – como se preconiza nos PCNS, o de tomar conta com dedicação e diligência. 4. Aprender Ciências 13 Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os alunos trazem consigo uma lógica interna sobre seu corpo e fenômenos naturais, os quais estão envoltos de símbolos de sua cultura e apresentam limitações. Cabe ao professor criar condições apropriadas para que os alunos consigam ressignificar esse conhecimento. Para tanto, precisa criar situações interessantes e significativas – para que os alunos avancem, reelaborem e ampliem seus conhecimentos – além de auxiliar na sistematização do conhecimento. Aprender Ciências significa incorporar esses novos saberes. O ensino de Ciências deve conduzir a apropriação dos conhecimentos científicos. Não basta o aluno saber o conteúdo apenas para responder questões de uma prova. Esse “saber momentâneo” tende a diluir, podendo não ser possível utilizá-lo em outra situação ou aplicá-lo na resolução de um problema. Aprender Ciências de modo mecânico conduz a perda do sentido do conhecimento científico, o que pode limitar a utilidade ou aplicabilidade por parte dos alunos e também desmotivá-los por não perceberem a relevância dessa disciplina. O espaço educacional deve ser rico na criação de situações de aprendizagem. Na busca de favorecer a aquisição de conhecimentos, os PCNs propõem o trabalho com os diferentes blocos temáticos na área de Ciências: Ambiente; Ser humano e saúde; Recursos tecnológicos; e Terra e Universo. Para cada bloco temático, diferentes propostas didático-metodológicas podem ser utilizadas. Para além do ensinar e do aprender devemos destacar que no contexto de sala de aula, a prática educativa é muito complexa, pois traz questões de ordem afetiva, emocional, cognitiva, física e de relação pessoal. (BRASIL, v. 1 2001). Portanto, passível de mudanças em seu decurso. A aprendizagem não é estanque, nem imóvel; e, em sala de aula o professor deve estar preparado para flexibilizar o ensino a fim de favorecer a aprendizagem dos alunos. Com isso, desenvolver a autonomia dos alunos, a interação e a cooperação entre eles e criar uma cultura de disponibilidade para aprender. Para que se atinja esse objetivo, o professor precisa organizar o processo de ensino baseado em metodologias que possibilitem uma boa organização do tempo e dos espaços, e que possibilitem a apreensão dos conteúdos tanto conceitual, como os atitudinais e procedimentais. Estes blocos temáticos sugeridos pelos PCNs serão tratados com maior detalhamento na próxima unidade. 14 Unidade: Metodologia de Ensino Material Complementar Agora, que tal colocar em prática todos esses conhecimentos na realização de suas atividades? Bom trabalho! Explore Explore um pouco mais sobre como ensinar Ciências para as crianças, através do artigo: “O ensino de ciências naturais nos anos iniciais do Ensino Fundamental”, visitando o site: http://goo.gl/3gFvu1 Para conhecer um pouco mais sobre o ensino de Ciências acesse: http://www.youtube.com/ watch?v=qX1VFlYvh6o e veja o vídeo que retrata as dificuldades e as possibilidades do ensino de Ciências na Educação Básica. Para complementar sua leitura visite o site abaixo e tenha acesso a artigos publicados pela Ciência Hoje das Crianças. http://www.cienciahoje.uol.com.br 15 Referências BIZZO, Nélio. Mais ciência no ensino fundamental: metodologia de ensino em foco. São Paulo: Editora do Brasil, 2009. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução. v.1. 3. ed. Brasília, DF: MEC, 2001. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. v.4. 3. ed. Brasília, DF: MEC, 2001. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. (org.). O ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo. 2004. _____________ et al. Ciências no ensino fundamental: o conhecimento físico. São Paulo: Scipione, 2009. LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2002. PORTO, Amélia; RAMOS, Lizia; GOULART, Sheila. Um olhar comprometido com o ensino de ciências. Belo Horizonte: Editora FAPI, 2009. 16 Unidade: Metodologia de Ensino Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000