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MEIOS DE CULTURA DE MICRORGANISMOS Meios de cultura são composições de substâncias que fornecem nutrientes necessários para o desenvolvimento de microrganismos. Além dos nutrientes, existem condições ambientais para o crescimento microbiano, como temperatura, pH, umidade, presença ou não de oxigênio (condição aeróbia e anaeróbia), entre outros O que são meios de cultura? De acordo com seu estado físico, podendo ser: sólido, quando possui agentes solidificantes como o ágar; semissólido, quando a consistência de ágar e/ou gelatina é intermediária, líquido, quando não possui solidificantes, caracterizando-se como caldo. Classificação Devido à diversidade dos microrganismos, existem vários meios de cultura específicos que atendem às exigências para o desenvolvimento de cada um. Os meios básicos permitem o crescimento, porém não atendem a nenhuma condição nutricional específica de um determinado microrganismo. São exemplos de meio de cultura simples o caldo e o ágar simples. Já os meios especiais ou complexos possuem condições específicas que atendem às exigências de determinado microrganismo, pois contêm substâncias que propiciam a produção de enzimas e secreções específicas de determinados microrganismos, e que impedem o crescimento de outros que não são de interesse de análise. Um exemplo de meio de cultura especial é o Manitol, um meio salino com indicador de pH que tem a sua cor alterada quando ocorre o processo de fermentação e produção de ácido. Nesse meio é possível a identificação da bactéria Staphylococcus aureus. De acordo com o tipo de microrganismo a ser identificado, os meios de cultura possuem diferenciação química, podendo ter: extratos vegetais (malte, tomate), animais (carne), microrganismos (levedura) e sintéticos. Meios de Enriquecimento – São preparações liquidas normalmente que promove o aumento das bactérias. Esses meios têm a propriedade de estimular o crescimento de determinados microrganismos, mas existem alguns que também podem inibir o crescimento de outros. Ex. Caldo Tetrationato e Selenito-Cistina para cultivo de Salmonelas (líquidos). De acordo com a finalidade bacteriológica ou micológica os meios especiais podem ser classificados em: Diferenciais - quando contém substâncias que permitem estabelecer diferenças entre microrganismos muito parecidos, tais como meio de Azul de Metileno (diferencial para coliformes) Seletivos - os que contém substâncias que inibem o desenvolvimento de determinados grupos de microrganismos, permitindo o crescimento de outros. Exemplo:, ágar Salmonella-Shigella (SS) e ágar MacConkey Identificação - prestam-se para a realização de provas bioquímicas e funções fisiológicas do organismos submetidos a identificação (meios Oxidação/Fermentação, Ágar Citrato, Caldo nitrato) TÉCNICAS DE SEMEADURA E ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS Isolamento de um microrganismo: O isolamento consiste na obtenção de uma cultura pura (colônias isoladas de um único microrganismo, separando-o de outros que se encontram no mesmo material). CONCEITOS IMPORTANTES Finalidades do isolamento: Identificação de um microrganismo. A simples observação de caracteres morfológicos não é suficiente para a identificação e classificação dos microrganismos. Para isto, são avaliadas várias características como: características bioquímicas, sorológicas, de patogenicidade, etc. O estudo destas características está na dependência do microrganismo que se pretende identificar. Semeadura: Consiste na inoculação ou plantio de um microrganismo em um meio de cultura, a partir de um material contaminado qualquer. Repique: Consiste na transferência de um microrganismo de um meio de cultura para outro. Temperatura de armazenamento de 3 a 5°c 17 Semeadura em Meio Sólidos TÉCNICAS DE SEMEADURA SEMEADURA EM TUBOS DE ENSAIO Esgotamento de alça: técnica utilizada para obtenção de crescimento bacteriano e/ou para a observação de propriedades bioquímicas da bactéria. A semeadura é, geralmente, feita da base do meio para a extremidade do mesmo (pode também ser chamada de estriamento). SEMEADURA EM PLACAS DE PETRI: O material a ser semeado deverá conter poucos microrganismos porque o inóculo para o isolamento deve ser leve. Lembrar que cada colônia formada na superfície de um meio sólido é originada de um ou alguns microrganismos. Quanto maior o número, menor possibilidade de isolamento e maior probabilidade de crescimento confluente. Consiste em espalhar o material com o auxílio de uma alça bacteriológica, fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de modo a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra. A semeadura poderá ser realizada em um sentido ou em vários, de acordo com a pessoa que realizará a técnica, lembrando-se sempre que o objetivo principal desta técnica de semeadura é a obtenção do isolamento bacteriano. Estrias Múltiplas para Isolamento “ESPALHAMENTO” EM PLACA. Alternativamente, para se obter um tapete uniforme de crescimento microbiano, ou colônias isoladas (após diluição) utiliza-se o método de “espalhamento” em placa. Consiste em espalhar o material (suspensão bacteriana na maioria das vezes) com o auxílio de um swab (para obtenção de tapete uniforme) ou alça de Drigalski (para obtenção de colônias isoladas após diluição), fazendo a semeadura por toda a superfície da placa de Petri a ser utilizada nesta técnica. Deve-se ter o cuidado para que toda a superfície da placa seja semeada, evitando regiões sem semeadura. Recomenda-se que faça o procedimento de semeadura com o swab em três direções distintas, com a alça em toda a superfície rodando a placa. Em Profundidade ou Incoporação: “Pour-Plate” - técnica que consiste em se adicionar 1 mL de uma suspensão bacteriana que esteja sendo estudada (analisada) a 20 mL de um meio de cultura fundido e resfriado, com posterior homogeneização com movimentos circulares. É utilizada por alguns microbiologistas para quantificar microrganismos. Difusão: Técnica que consiste em acrescentar microrganismos através da alça ou agulha de platina em meio líquidos. Tem como principal finalidade a observação de propriedades bioquímicas através de testes microbiológicos, bem como poderá ser utilizada para o favorecimento do crescimento bacteriano, quando é realizada em meios que possibilitem o enriquecimento. Segurar a alça com a mão direita, flambar primeiro na chama azul, depois na amarela. Esperar esfriar (a alça é flambada na posição vertical e deverá ficar atrás da chama para proteção do operador); Técnica para semeadura em meios líquidos: Flambar a boca do tubo, e retirar o inóculo com a alça fria; Flambar novamente a boca do tubo e fechar; Pegar o tubo onde se irá realizar a semeadura, retirar a rolha e flambar; Semear o material, flambar a boca do tubo e fechar; Esterilizar a alça, identificar o tubo semeado e levar para incubação em estufa.