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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: METODOLOGIA DA PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AUTORIA: ISABELE SANTOS ELEOTÉRIO Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 2 Módulo de: Metodologia Aplicada à Educação a Distância Autoria: Isabele Santos Eleotério Primeira edição: 2008 CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste Módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização e direitos autorais. E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. Todos os direitos desta edição reservados à ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 Bairro Itaparica – Vila Velha, ES CEP: 29102-040 Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 3 Apresentação O curso de Metodologia Científica em Educação a Distância visa debater o papel e os aspectos éticos e técnicos da pesquisa científica, em Educação a Distância. Cada vez mais, essa modalidade de ensino, ganha destaque num país de dimensões continentais, como o Brasil. Por isso, é imprescindível que os futuros tutores estejam preparados para atender adequadamente seus alunos e acima de tudo estimulá-los a buscar e produzir conhecimento. Lembre-se na EaD - Educação a Distância, você é o grande responsável pelo sucesso da aprendizagem. Você tem papel decisivo para o sucesso de sua aprendizagem neste Módulo. Isto porque a aprendizagem acontece de maneira independente e autônoma. Desejo-lhe sucesso e disciplina! Objetivo Compreender o papel do tutor em relação à utilização de Metodologia Científica; Empregar a Metodologia Cientifica nos processos de ensino-aprendizagem na Educação a Distância; Examinar aspectos éticos e técnicos da pesquisa científica, em Educação a Distância; Estimular a utilização de bibliotecas on-line e da internet como campo de pesquisa; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 4 Ementa O papel do tutor e os aspectos éticos e técnicos da pesquisa científica, em Educação a Distância. A utilização de bibliotecas on-line e da internet como campo de pesquisa. Noções básicas de Estatística. A importância da leitura e da escrita na produção acadêmica. A divulgação científica e suas modalidades, no cenário do século XXI. Citações e referências. Do projeto a configuração de trabalho científico: tema, justificativa, objetivos, referencial teórico, o texto e a apresentação visual de dados. Cuidados no processo de revisão de texto. Sobre o Autor Mestre em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, 2000; Graduada Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, 1997. Graduada Comunicação Social / Habilitação Jornalismo, Universidade Federal do Espírito Santo, 1990. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 5 SUMÁRIO UNIDADE 1 ....................................................................................................... 8 O Ponto de Partida ......................................................................................... 8 UNIDADE 2 ..................................................................................................... 10 O Papel do Tutor .......................................................................................... 10 UNIDADE 3 ..................................................................................................... 14 A Pesquisa Científica e a Ética ..................................................................... 14 UNIDADE 4 ..................................................................................................... 19 Os tipos de Conhecimento ............................................................................ 19 UNIDADE 5 ..................................................................................................... 22 A Preparação da Pesquisa ........................................................................... 22 UNIDADE 6 ..................................................................................................... 26 A Pesquisa Bibliográfica ............................................................................... 26 UNIDADE 7 ..................................................................................................... 29 A Divulgação Científica ................................................................................. 29 UNIDADE 8 ..................................................................................................... 32 A Organização Pessoal e a Produção Científica ........................................... 32 UNIDADE 9 ..................................................................................................... 36 A Leitura como Matéria-Prima do Pesquisador ............................................. 36 UNIDADE 10 ................................................................................................... 40 Noções Básicas de Estatística ...................................................................... 40 UNIDADE 11 ................................................................................................... 47 O Resumo Informativo .................................................................................. 47 UNIDADE 12 ................................................................................................... 50 A Escrita para o Diálogo ............................................................................... 50 UNIDADE 13 ................................................................................................... 52 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 6 O Parágrafo .................................................................................................. 52 UNIDADE 14 ................................................................................................... 54 A Gramática .................................................................................................. 54 UNIDADE 15 ................................................................................................... 56 Os Componentes da Monografia .................................................................. 56 UNIDADE 16 ................................................................................................... 58 O Texto Monográfico .................................................................................... 58 UNIDADE 17 ................................................................................................... 60 A Formatação do Texto Acadêmico .............................................................. 60 UNIDADE 18 ................................................................................................... 64 A Citação Literal ........................................................................................... 64 UNIDADE 19 ................................................................................................... 68 A Paráfrase sem Plágio ................................................................................68 UNIDADE 20 ................................................................................................... 69 As Referências ............................................................................................. 69 UNIDADE 21 ................................................................................................... 73 O Projeto de Pesquisa .................................................................................. 73 UNIDADE 22 ................................................................................................... 79 O Tema ......................................................................................................... 79 UNIDADE 23 ................................................................................................... 83 O Referencial Teórico ................................................................................... 83 UNIDADE 24 ................................................................................................... 86 A Justificativa ................................................................................................ 86 UNIDADE 25 ................................................................................................... 88 Os Objetivos ................................................................................................. 88 UNIDADE 26 ................................................................................................... 91 O Cronograma .............................................................................................. 91 UNIDADE 27 ................................................................................................... 96 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 7 O Orçamento do Projeto ............................................................................... 96 UNIDADE 28 ................................................................................................... 99 Apresentação de Tabela e Quadro. .............................................................. 99 UNIDADE 29 ................................................................................................. 103 Apresentação de Gráficose Figuras ............................................................ 103 UNIDADE 30 ................................................................................................. 107 Avaliação do Módulo ................................................................................... 107 GLOSSÁRIO ................................................................................................. 109 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 114 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 8 UNIDADE 1 O Ponto de Partida OBJETIVO:Iniciar o Módulo de Metodologia de Pesquisa em Educação a Distância. Introdução A utilização de Metodologia de pesquisa, nos dias atuais, é uma exigência constante para alunos, professores e pesquisadores de graduação e pós-graduação. Há um vasto acervo de livros e artigos a respeito do tema. Contudo, embora o assunto esteja em pauta, no meio acadêmico, ainda hoje são comuns inúmeros deslizes, quer por descuido ou descaso dos atores do universo científico. Alguns desses queixam-se por não sentirem-se capazes de utilizar com desenvoltura a enorme gama de conceitos, técnicas, métodos, regras, normas e práticas que perpassam o campo da pesquisa científica. É evidente que as coisas não se resolvem num passe de mágica. Mas com disposição, esforço, disciplina e empenho só se têm a ganhar. Além disso, se for considerado que os aspectos relacionados à metodologia de pesquisa, para alguns, é vista como um nó. Imagine só se for acrescentado, a isso, o fato de ser no Ensino a Distância? Pois bem, é chegada à hora de desatar os nós para percorrer um novo caminho. É importante deixar para trás as dúvidas, as incertezas, as angústias para dar o pontapé inicial em uma construção, na qual a metodologia de pesquisa passa a ser uma ferramenta na caixinha chamada de “os fazeres do professor”. Como ferramenta, será possível utilizá-la por longos anos, desde que seja tratada com carinho, guardando, tirando o pó e deixando-a, a cada momento, pronta para o uso. Após esta nova visão para a metodologia de pesquisa é possível entendê-la e superar os possíveis obstáculos. Bem- vind@ (o) ao Módulo de Metodologia de Pesquisa em Educação a Distância! Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 9 Numa folha de papel em branco, trace um quadro com três colunas. Faça as anotações a lápis. Na primeira coluna, relacione suas dificuldades com relação à metodologia de pesquisa. Na segunda coluna, liste suas necessidades; o que gostaria de aprender ou adquirir em termos de conhecimentos para facilitar seu trabalho docente. E na última coluna, anote o que você precisa fazer para que suas necessidades se tornem realidade. Guarde essa folha e vá fazendo os ajustes que achar adequados, no decorrer do Módulo. Organize seus livros e deixe à mão os títulos relacionados à metodologia de pesquisa, pesquisa e Educação a Distância. Inicie a leitura de uma dessas obras, mesmo que o seu tempo seja curto. É importante cultivar o hábito de ler, para além dos módulos. Isso poderá potencializar o seu desempenho e ao mesmo tempo lhe dará familiaridade com expressões e conceitos próprios da área. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 10 UNIDADE 2 O Papel do Tutor OBJETIVO: Refletir sobre o papel do tutor em relação ao acompanhamento de alunos na produção de trabalhos acadêmicos em EAD. Educação a Distância é o processo de ensino-aprendizagem que é mediado por tecnologias. Sua principal característica é que alunos e professores estão separados, no espaço e tempo. Entretanto, as barreiras físicas do tempo e da distância são superadas por meio de utilização de estratégias promotoras de intercâmbio, via comunidades virtuais, que interagem em plataformas apropriadas ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Neste contexto, o termo tutor, oriundo do latim tutoris, significa aquele que defende, preserva, sustenta, socorre, ampara, protege, dirige ou tutela alguém, torna-se inadequado no que tange ao trabalho desenvolvido pelos tutores na Educação a Distância. Sobretudo, porque o trabalho desenvolvido por um “tutor” é o trabalho de um Professor, de um Educador. O trabalho do Professor-tutor não deve ser desvalorizado. E, sim, ser amplamente debatido e aprimorado por técnicas e estratégias ousadas de interação on-line. É importante refletir que a Educação a Distância, não significa ensino sem Professor, nem mesmo significa um monte de informações acessadas através de uma máquina. Trata-se de uma nova modalidade de ensino, onde professor e aluno interagem por meio de um novo veículo tecnológico. Portanto, o Professor-tutor deve adequar-se a essa nova modalidade de Educação, que absorve elementos utilizados tradicionalmente, como: estudo dirigido, material impresso complementar, comunicação pessoal, palestras etc. O ambiente de EAD, mediado por computador, exige o desenvolvimento de capacidades especificas, como: conhecer a linguagem específica de interação, os limites impostos pela Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 11 interação digital, as possibilidades de assimilar novas formas de interação digital e superar barreiras de comunicação etc. Para tanto, é necessário quebrar paradigmas, desenvolvendo competências necessárias a prática da tutoria, tais como: 1. Competência Tecnológica • Requer de um tutor, as seguintes habilidades: • Familiaridade, naturalidade, agilidade e aptidão com os recursos no ambiente tecnológico (capacitação), para estimularo aluno a criar o hábito da pesquisa bibliográfica e utilização dos recursos multimídia; • Dispor de equipamentos/recursos tecnológicos atualizados; • Competente navegador e pesquisador na rede (sites de pesquisa, uso do correio, fóruns, comunidades virtuais de aprendizagem); • Conhecimento pleno das funções do ambiente de aprendizagem escolhido para o curso; • Disponibilidade, assiduidade e agilidade para: o Orientar os alunos a respeito da utilização dos recursos disponíveis para a aprendizagem; o A interação mediada com os alunos, atendendo às consultas dos mesmos seguindo o modelo de tutoria estabelecido. 2. Competências Sociais e Profissionais • Requerem de um tutor, as seguintes habilidades: • Interesse pela Educação a Distância; • Formação mínima, compatível com a área de conhecimento na qual a tutoria será desenvolvida; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 12 • Conhecimento do Projeto Político Pedagógico do curso e do material didático da disciplina: o Dominar o conteúdo específico da área para esclarecimento de dúvidas sobre o conteúdo estudado; o Autoconhecimento e liderança de grupo; o Gerenciamento de equipes; gestão de pessoas e talentos (pessoas de culturas, vivências e interesses diversos); o Habilidade de motivar o aluno pelo tema e conscientizá-lo sobre a importância da execução das tarefas, exercícios propostos; o Boa comunicação textual (sem colocações dúbias); o Observação de critérios éticos com os alunos e demais colegas de trabalho. No que tange as atribuições, pode-se destacar as atribuições dos tutores em dois grupos, a saber: Participar: • Das atividades de capacitação e de avaliação, promovidas pelas coordenações. • Aplicação das Avaliações Presenciais; • Correção das Avaliações a Distância (AD); • Construção do modelo de atendimento tutorial; • Elaboração de um relatório mensal, para ser entregue ao coordenador da disciplina no prazo estabelecido; • Estabelecimento dos horários de atendimento presencial ou à distância e cumpri-los com pontualidade e assiduidade; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 13 Estimular: • A frequência dos alunos às atividades desenvolvidas, mantendo contato com os alunos ausentes utilizando-se do e-mail e estimulando-os a lançarem mão dos recursos de interação; • O aluno a buscar a construção de uma metodologia própria de estudo, no sentido de ajudá-lo a adquirir autonomia e a lançar mão de diversas fontes de informação, como as bibliotecas e laboratórios dos pólos, bibliotecas virtuais, etc. • A participação do aluno, orientando-o em aulas teóricas, práticas e trabalhos em grupo. O Professor-tutor é o responsável por aproximar o aluno dos conteúdos do curso ministrado e do ambiente virtual de aprendizagem. Vivenciar a rede de ambientes virtuais é fundamental para o Professor exercer com êxito seu papel de facilitador/mediador no processo de ensino- aprendizagem. A tutoria é um dos principais componentes para o estabelecimento da comunicação com os alunos. É aconselhável uma comunicação de mão dupla, com ênfase no diálogo. As dificuldades cognitivas são sanadas pela interação entre tutor e aluno. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 14 UNIDADE 3 A Pesquisa Científica e a Ética OBJETIVO: Discutir aspectos éticos no contexto da pesquisa científica Os avanços tecnológicos facilitam a vida do homem e lhe retira algumas amarras, por deixá- lo mais livre para utilizar seus potenciais em atividades mais prazerosas e criativas, uma vez que inúmeras ações rotineiras e repetitivas podem ser desenvolvidas adequadamente por máquinas. As máquinas estão aí para ajudar a executar algumas tarefas de forma mais ágil e eficiente. Às vezes excesso de facilidade pode ser prejudicial. A existência de um veículo pode exacerbar a sensação de comodidade, e levar o homem a imaginar que só há um caminho possível para se chegar à padaria do bairro, e para cruzá-lo esse caminho será preciso utilizar o veículo. Entretanto, se pensar com calma, ele irá perceber que há inúmeros caminhos possíveis, e quem sabe outras padarias, até mais perto. Além disso, em geral se tem uma tendência a procrastinar as tarefas. Ao invés de fazê-las logo para ficar livres para outras práticas. Na maioria das vezes, o que se faz, é deixar para depois e, se der, para mais a frente. Portanto, chega um momento que não dá mais para adiar. A humanidade é marcada pelo tempo, e numa hora ou outra, o prazo vence e é preciso entregar a tarefa pronta. E daí, num passe de mágica, o que deveria ter sido produzido enquanto processo, surge do nada e vem pronto. Fora a inspiração iluminada, que é virtude de poucos. Infelizmente, quem atua no ensino tem sido testemunha de uma prática nada digna de um ser humano, a prática do plágio que é a utilização indevida de informações, conceitos ou produções acadêmicas de outros se que tenha havido a devida concessão. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 15 É evidente que o diálogo no mundo científico precisa acontecer. Os autores precisam conversar, por meio de suas obras. A ciência é antes de tudo um processo cumulativo de conhecimentos. Não há uma verdade absoluta sobre nada. Tudo pode ser mudado, atualizado e revisto. Por tanto, o que é a última palavra hoje sobre um feito qualquer, amanhã poderá ser jogado ao vento desde que haja uma nova versão sobre o fato ou uma nova pesquisa que demonstre a inovação surgida ou que apresente a inadequação sobre um procedimento até então aceito e referendado pelo meio científico. Pois bem, se por um lado há flexibilidade para mudanças conceituais, técnicas ou metodológicas; por outro, não há qualquer tolerância para o desrespeito e a hipocrisia no campo científico. O plágio é nefasto, tanto para executor do plágio quanto para o autor plagiado. Para o executor do plágio fica de a sensação o melhor caminho é o “jeitinho” e um trabalho acadêmico seria meramente a ambivalência de “Ctrl+C X Ctrl+V”; ou seja, a utilização dos “atalhos” de teclado de computador para copiar e colar. O autor plagiado tem a sensação de ter sido furtado não de um objeto como uma carteira, mas de suas ideias e do resultado do seu trabalho. Muitas vezes, para publicar um breve artigo ou um resumo nos anais de um congresso, é necessário trabalhar por horas e horas seguidas; abre-se mão de algumas noites de sono para tentar encontrar respostas para questões problemas, que são alavancas de muitas pesquisas por aí a fora. E aí, aquele sujeito que levou as coisas na flauta, acessa a obra do pesquisador, e retira o que lhe interessa sem nem pedir licença. Pior ainda, o tal sujeito entrega a sua “colcha de retalhos” para seu professor como se nada tivesse acontecido. Ainda bem que “não há crime sem pistas”, pois quem plagia sempre deixa rastro e o professor quase sempre encontra. E não se sabe, até hoje, porque quando se lança zero, ou há reprovação de trabalho devido ao plágio, alguns comportamentos são frequentes, como: o choro, a negação e ameaça de procurar justiça (desde recorrer às instâncias superiores na mesma instituição de ensino até a busca de órgãos da esfera jurídica para reverter a situação). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 16 No primeiro caso, o choro é do tipo “lágrimas de crocodilo” acompanhado com expressões do tipo “eu não sabia que isso era plágio” ou “todo mundo faz e por isso eu resolvi fazer também”. Quando há a negação do plágio, basta apresentar a prova do plágio, em geral uma ou mais páginas da internet copiladas ipsis litteris. Nesse caso, o pior de tudo é o ar de injustiçado ou a “sonseira” do sujeito, que fica com aquele olhar vago e rostinho de coitado, como se nada tivesse acontecido. Com talento cênico,para interpretar o papel do aluno certinho, o sujeito tem o cinismo de repetir que nada fez. Por isso, aqui fica uma dica, o plágio só pode ser comprovado se houver prova. Antes de levantar suspeita ou afirmar que ocorreu plágio é preciso consultar páginas da internet, de livros ou revistas para encontrar a origem do plágio. Em geral a intuição do professor é certeira e ele quase sempre acha a fonte do plágio. Como isso, mesmo que o aluno recorra a instâncias superiores, para questionar sobre a injustiça que acredita ter sofrido, havendo provas, o professor terá respaldo para reprovar o trabalho do aluno. Como evitar o plágio Embora se saiba que os alunos tenham conhecimento da ilegalidade e da imoralidade de um plágio, nunca é demais informá-los e esclarecê-los sobre este fato. Deste modo, mesmo que haja o desejo de fazê-lo, o aluno pensará duas vezes antes de agir, pois foi orientado de que essa é uma prática inadequada no campo acadêmico. Outra medida importante é ensinar ou relembrar o estudante que ele pode utilizar material de internet, de livros e revistas por meio de citações, diretas ou textuais, indiretas ou livres, desde que haja a indicação da autoria do trecho utilizado. Esse é um dos caminhos para eliminar o plágio. Será que o plágio, de alguma forma, não esconderia a inabilidade de alunos ao lidar com técnicas de redação? Como em algumas faculdades a redação não é mais eliminatória, mas classificatória, ela vem aos poucos perdendo a sua importância junto aos quesitos de estudo Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 17 dos jovens, principalmente, nas séries do Ensino Fundamental e Médio. A falta do exercício da escrita e da utilização excessiva e inadequada do computador pode apontar indícios de plágio no universo acadêmico. Antes de buscar um “bode expiatório” para o problema, torna-se importante o trabalho numa visão preventiva e, se possível, identificar os alunos que apresentem dificuldade quando da elaboração de texto. Para esses alunos, é necessário um cuidado maior e a indicação de literatura e exercícios específicos, com o intuito de amenizar dificuldades acumuladas pelo aluno. Outra saída é trabalhar os valores como dignidade, respeito, honestidade a partir de temas transversais, dentro do conteúdo da própria disciplina. Se as pessoas são éticas, cívicas, generosas e honestas provavelmente a vida em comunidade será melhor, em todos os sentidos. Leia as matérias: 1) A era da cópia, no endereço abaixo: http://veja.abril.com.br/140499/p_126.html 2) Cancelado um mestrado na UFRGS por plágio. Endereço: http://www.idelberavelar.com/archives/2006/07/cancelado_um_mestrado_na_ufrgs_por_pla gio.php 3) Plágio em trabalho universitário e o papel do educador. Endereço: http://jus.com.br/revista/texto/16692/plagio-em-trabalho-universitario-e-o-papel-do-educador Após ler as matérias, escreva um breve texto, com a sua opinião, sobre o plágio e quais as estratégias para evitá-lo, em sua prática docente. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 18 Organize seus livros e deixe à mão os títulos relacionados à: Metodologia da Pesquisa, Pesquisa e Educação a Distância. Inicie a leitura de uma dessas obras, mesmo que o seu tempo seja curto. É importante cultivar o hábito de ler, para além dos módulos. Isso poderá potencializar o seu desempenho, e ao mesmo tempo, lhe dará familiaridade com expressões e conceitos próprios da área. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 19 UNIDADE 4 Os Tipos de Conhecimento Objetivo: Caracterizar os tipos de conhecimentos existentes. Há diversos tipos de conhecimentos, construídos pelo homem, ao longo da evolução, para explicar fenômenos presentes em seu cotidiano. Pode-se considerar o conhecimento religioso (ou mítico), o conhecimento filosófico, senso comum ou empírico e o conhecimento científico. A arte, apesar de tida por alguns autores como um tipo de conhecimento, é considerada com uma forma de expressão. Relembrado os tipos de conhecimento: Conhecimento Religioso – é baseado em princípios morais e mistérios. Caracterizado como: a) Valorativo, pois se apóia em doutrinas sagradas; b) Inspiracional, pois é revelado por uma força sobrenatural que geralmente está para além do mundo físico; c) Sistemático, pois apresenta uma origem a uma figura, fazendo uma espécie de ponte entre mundo real e o mundo sobrenatural, e neste processo, vários significados são apresentados. Tendo uma finalidade e uma ideia com destino previsto; d) Não verificável – não necessita de nenhuma comprovação experimental, pois é baseado na fé; e) Absoluto – é tido como infalível e exato, pois não pode haver questionamento quanto a sua mensagem, mesmo que essa possa ser apresentada de modo enigmático. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 20 Conhecimento filosófico – é um conhecimento hipotético. Caracterizado como: a) Não observado, pois não pode ser submetido à observação ou a experimentação; b) Racional – é baseado em enunciados lógicos e c) Sistemático – tem com objetivo construção de uma representação coerente da realidade. Senso comum – é uma forma prática de conhecer a realidade. Caracterizado como: a) Intuitivo – é baseado em observações, crenças e tradições e interpretações. b) Espontâneo – não obedece a padrões pré-estabelecidos; c) Não sistemático – não há um método definido, baseado em tentativas de ensaio e erro. Conhecimento científico – é uma forma sistemática de conhecer a realidade. Caracterizado por apresentar: a) Objeto específico – é preciso definir o que se busca conhecer; b) Objetividade – para isso é preciso estabelecer com rigor e clareza o que de fato se pretende investigar e afastar elementos que possam confundir ou ampliar, de modo desnecessário, o que se quer; c) Métodos e técnicas – para se obter um saber é preciso pesquisá-lo. Repousa aí a grande diferença deste tipo de conhecimento, em relação aos demais, pois é preciso explicitar quais as estratégias e técnicas serão utilizadas para alcançar o conhecimento buscado; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 21 d) Linguagem rigorosa – em todo processo é preciso cuidar para que não haja dúvidas acerca do que o autor diz por isso as palavras precisam ser utilizadas de modo cuidadoso e criterioso buscando a clareza, a concisão e a objetividade; e) Processo – é um conhecimento dinâmico em que não há verdades pré-estabelecidas ou absolutas. O que hoje é aceito como uma verdade científica pode mudar. Para isto, basta que outros cientistas provem e que o novo conhecimento seja validado pela comunidade científica. O conhecimento científico é baseado na realidade, mas há necessidade de certo afastamento para que se possa vir a conhecer um dado fenômeno. Esse afastamento possibilita ao cientista conhecer dos fatos e ir além das aparências. Procure nos livros de metodologia que você tiver em sua casa o(s) capitulo(s) relacionado(s) aos tipos de conhecimento. Caso não disponha desses livros dê uma olhada nos títulos disponíveis nas livrarias da sua cidade. Se na sua cidade não tiver livraria, pesquise nas bibliotecas que você tiver acesso. CIÊNCIA reflexão Realidade = objeto de estudo Conhecimento além das aparências afastamento Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 22 UNIDADE 5 A Preparação da Pesquisa Objetivo: Preparar um projeto ou plano para elaboração de uma pesquisa científica. A pesquisa científica é o modo de estabelecer um conhecimento. Para Medeiros (2007, p. 41), “a pesquisa científica objetiva fundamentalmente contribuir para a evolução do conhecimento humano em todos os setores, da ciência pura, ou aplicada; da Matemática ouda Agricultura, da Tecnologia ou da Literatura”. A pesquisa científica busca explicar de modo sistemático um assunto de interesse da humanidade. No entanto, essa explicação precisa seguir certos preceitos (métodos) para obter validade junto à comunidade científica. Nesse caso, não basta apenas explicar é preciso provar como se chegou àquela conclusão. A pesquisa precisa ser planejada e algumas instituições adotam roteiros. A ESAB propõe um plano de monografia, composto por itens, tais como: 1. Identificação; 2. Problema de pesquisa; 3. Objetivos: a. Objetivo geral; b. Objetivos específicos; 4. Metodologia: a. Tipo de pesquisa, b. Coleta de dados, c. Análise de dados. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 23 Na unidade 21 deste módulo o plano de pesquisa será apresentado detalhadamente. Para se realizar uma pesquisa é preciso seguir alguns passos, que vão desde a concepção de hipóteses até a definição dos procedimentos para testá-la. Depois disso, apresentar os dados obtidos e as conclusões advindas desse processo. A seguir, é necessário divulgar os conhecimentos adquiridos junto às pessoas ou entidades que possam avalizar o trabalho desenvolvido. No caso do trabalho de conclusão de curso, é composta uma banca examinadora para avaliação do trabalho. No quadro a seguir, você verá os procedimentos da ESAB para esse caso: O trabalho de conclusão de curso (TCC) constitui-se em um momento de potencialização e sistematização de habilidades e conhecimentos adquiridos, na forma de pesquisa acadêmico-científica. Trata-se de uma experiência fundamental uma vez que proporciona a oportunidade de resolver de forma rigorosa e criativa problemas teóricos e empíricos relativos à formação1. Como trabalho que se submete aos padrões da produção científica, a Monografia deve respeitar seus parâmetros. Na ESAB, ela envolve três etapas: 1. Plano de Monografia 2. Produção da Monografia 3. Avaliação da Monografia Estas três etapas conjugadas e sujeitas ao crivo da lógica de procedimento da Ciência asseguram à Monografia um caráter diferente dos trabalhos normalmente desenvolvidos pelos estudantes em suas respectivas disciplinas. A Monografia é, portanto, um trabalho de 1 Assim, é que a ESAB define como etapa final de seus cursos Lato Sensu e MBA a apresentação da Monografia como elemento avaliador. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 24 síntese que articula o conhecimento global do aluno no interior de sua área de formação. Desta forma, a Monografia deve ser concebida e executada como uma atividade científica. Tomando como base o caráter científico, a Monografia na ESAB compreende, em sua Primeira Etapa a elaboração de um Plano de Monografia. Como critérios básicos para esta fase, o Plano terá que atender aos seguintes requisitos: a escolha da linha de pesquisa e tema, a definição do problema, a identificação dos objetivos da pesquisa, a estrutura do referencial teórico e da bibliografia a ser utilizada e a breve descrição da metodologia. A Segunda Etapa – Produção da Monografia – corresponde à fase de elaboração e envio da Monografia finalizada para análise do tutor orientador. Para concluir a Monografia é imprescindível que o aluno aplique os conhecimentos científicos de sua área de conhecimento, bem como efetue as atividades dentro de parâmetros mínimos de cientificidade. O aluno deve valer-se de métodos e técnicas universalmente aceitas pela comunidade científica que incluem pertinência, consistência, manipulação de variáveis e de hipóteses, mensuração de dados primários e/ou secundários de acordo com padrões de representatividade e generalização compatíveis com seu tema, seu problema/hipótese de trabalho e sua área de conhecimento ou de exercício profissional. O trabalho deve obedecer às orientações desse Manual, bem como os padrões existentes para a produção científica. Finalmente, na Terceira Etapa, Avaliação da Monografia, como toda investigação que possui caráter científico, a Monografia deve ser submetida ao crivo da crítica da comunidade. De fato, para lograr sua aprovação final, terá que ser levada à apreciação de uma Banca Examinadora. A Banca Examinadora tem a função de avaliar a Monografia sob a ótica de diferentes perspectivas. Neste sentido, a banca deverá avaliar a consistência lógica da investigação, a coerência entre problema de investigação, hipótese e nível de demonstração ou de validade argumentativa na correlação entre pressupostos, postulados e corroboração empírica, observando as normas para a produção científica. Sujeito à crítica, na multiplicidade de perspectivas representadas pelos avaliadores, a Monografia estará cumprindo seu papel de atividade de iniciação científica. Do ponto de vista do aluno, a defesa diante de uma Banca Examinadora significa a Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 25 possibilidade de testar sua competência discursiva, de exercitar sua capacidade argumentativa e de defender sua perspectiva frente a outras diferentes ou concorrentes. Ao mesmo tempo, permitir-lhe-á esclarecer elementos de seu trabalho que possam ter ficado obscuros ou frágeis do ponto de vista de sua consistência ou pertinência científica. Neste sentido, a defesa da Monografia exercitará a capacidade lógico-dedutiva, de análise e de síntese do aluno, bem como sua fluência em resposta diante de argumentos distintos daqueles que desenvolveu. A necessidade de defesa diante de uma Banca justifica-se pela imposição da previsão legal.2 QUADRO 2 – Procedimentos para avaliação de Trabalho de Conclusão de Curso. Fonte: ESAB, 2008 Acesse a página da ESAB e baixe o manual de monografia http://www.esab.edu.br/arquivos/TCC/Manual_Monografia_ESAB.pdf e conheça os procedimentos para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. 2 Resolução CNE/CES nº 1 de 2007. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 26 UNIDADE 6 A Pesquisa Bibliográfica Objetivo: Debater a utilização da pesquisa bibliográfica As novas tecnologias estão aí à disposição de todos. Alguns poderão dizer que não é bem assim, pois nem todos têm condições ou acesso a essas tecnologias. Será? Como acesso não significa necessariamente posse, é possível considerar que o acesso à informação está mais democratizado que em outros tempos. É evidente que nem todos podem dispor de computador ou notebook em sua residência para lazer, trabalho ou estudo. No entanto, há laboratórios de informática em várias escolas e na maioria das empresas. Existem lan house espalhadas em todo país, e em muitas cidades há bibliotecas públicas, ou locais que possibilitam o acesso gratuito à internet. A internet é um mar e “navegar é preciso” para ampliar o conhecimento. Nela é possível acessar revistas, artigos e livros digitalizados sobre vários temas. Portanto, conteúdo para trabalhar é o que não falta. Os alunos dispõem de múltiplas possibilidades, facilidades sem fim. Agora há uma barreira que precisa ser vencida: a falta do hábito de leitura. Há muita produção e variedade de texto disponível, no entanto, o tempo é curto para conseguir processar o que é produzido e divulgado. A utilização da internet como ferramenta de trabalho permite a execução da pesquisa bibliográfica. No entanto, a pesquisa bibliográfica é baseada na utilização de fontes secundárias para pesquisa. Neste caso, o estudante não terá acesso à compilação de uma entrevista ou de um documento original; mas, sim, ao texto baseado naquele material que o autor do livro, do artigo ou da revista selecionou. Com isso, esse material apresentará o ponto de vista do autor que o escolheu. Se o estudante ou um pesquisador tivesse acesso ao material original poderia fazer outro tipode seleção e tecer outras considerações acerca do assunto. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 27 A pesquisa bibliográfica pode ser o ponto inicial para outras pesquisas ou ser uma pesquisa em si mesma. Para Medeiros (2007), a pesquisa bibliográfica apresenta quatro etapas: 1. Identificação: refere-se ao recolhimento do material produzido a respeito do tema escolhido; 2. Localização: refere-se à busca da localização exata das obras selecionadas; 3. Compilação: refere-se à obtenção e reunião de todo material recolhido; 4. Fichamento: refere-se ao tratamento dos dados obtidos e o registro para utilização posterior O fichamento pode ser registrado em fichas pautadas ou digitado em computador. Não há um modelo, mas sugestões de itens necessários: ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO FICHAMENTO Formatação: Digitado: papel A4; margem superior e esquerda de 3 cm, inferior e direita de 2cm. O texto deverá ser digitado no programa “Word” com espaço de 1,5; margens justificadas; fonte Arial 11 para o corpo do texto e Arial 14 para o título. Partes: Assunto (título); ex: Monografia. Referência Ex: SALOMON, Décio Vieira. Como fazer uma monografia. 10 ed. São Paulo: Martins Fontes: 2001. Tema central (enfoque) – sobre que aspectos o tema foi discutido pelo autor; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 28 Aspectos mais enfatizados (síntese): Ex: capítulo 1 – o método eficiente: Introdução; investigação das habilidades [...]; capítulo 2 [...] Utilizar preferencialmente “as próprias palavras” e tentar “enxugar as ideias” do autor com fidedignidade. Caso prefira destacar trechos do texto original, é necessário utilizar aspas e indicar o autor, o ano da obra e a(s) página(s), pois neste caso é uma citação. Ex.: “A experiência ensina que o estudo em grupo só tem eficácia se todos os elementos já vão para o estudo coletivo com o conhecimento da matéria” (SALOMON, 2001, p. 42). Conclusões do autor (aonde o autor quer chegar). Conclusões do leitor (do aluno). Considerações finais (Quais reflexões são suscitadas, em relação ao tema investigado, após a leitura do texto?) QUADRO 2 - orientações para elaboração fichamento Fonte: autora deste módulo Se a opção do aluno for a realização de uma pesquisa bibliográfica, além das quatro fases propostas por Medeiros, é necessário incluir outras etapas. Pois a última etapa apresentada refere-se à coleta de dados. O aluno precisará analisar e sistematizar os dados obtidos para poder ter condição de escrever uma monografia. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 29 UNIDADE 7 A Divulgação Científica Objetivo: Perceber a importância da divulgação científica. Em diversos lugares do mundo pesquisadores trabalham buscando conhecer fenômenos atuais ou históricos, descobrir novas sustâncias para produção de medicamentos que poderão salvar vidas ou melhorar a condição das já existentes. São inúmeras produções realizadas diariamente. São tantas, que se torna difícil acompanhar os avanços da ciência. No entanto, de que adiantaria se essas pesquisas, descobertas ou comprovações não fossem divulgadas? Se os pesquisadores não divulgassem seu trabalho, com certeza a humanidade perderia e não teria alcançado os avanços científicos e tecnológicos que hoje dispõe. Mas onde divulgar? Não adianta subir num caixote - colocado na esquina da cidade onde reside - para apresentar as suas pesquisas. Existem entidades e eventos criados com a finalidade de divulgação científica. Nesses espaços, os pesquisadores irão encontrar seus pares para realizar interlocuções. Eles poderão ouvir seus colegas e apresentar seus trabalhos. Há inúmeras formas de apresentar trabalhos. Nos eventos, geralmente, podem ocorrer: mesas-redondas, apresentação oral de trabalhos, exposição de pôster ou mesa de demonstração. Desses eventos são produzidos anais que registram artigos e resumos dos trabalhos apresentados. Outra forma é divulgar junto a entidades científicas específicas, como sociedades e associações que congregam pesquisadores e profissionais (e, em alguns casos, estudantes), de uma área específica do conhecimento. Por meio dessas entidades são realizados debates, seminários, revistas e livros relacionados temas abordados. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 30 Para participar dos eventos ou das entidades é necessário se inscrever, e, geralmente, se paga uma taxa. Essa taxa precisa ser reconhecida pelo estudante ou pesquisador não como um gasto, mas como um investimento. Pois, a presença em eventos enriquece o recicla o conhecimento de seus participantes. Lá é possível conhecer o autor do livro ou artigo que você leu. Geralmente, há espaço para perguntas ou a possibilidade de contato pessoal com os demais pesquisadores. Há a chance de conhecer novas pessoas e se atualizar. Se participar como ouvinte já é bom, melhor ainda é poder apresentar trabalhos. É claro que algumas pessoas podem sentir inibição ao apresentar seus trabalhos. Isso é mais do que normal. Até os grandes atores sentem um “friozinho na barriga” na hora da estreia de uma nova peça de teatro. O que dizer então de um pesquisador ou estudante que precisa divulgar seu trabalho, publicamente. Há uma diferença grande entre uma coisa e outra, pois a plateia científica não é hostil e se houver alguma crítica, essa terá a função de única e exclusivamente qualificar ainda mais o trabalho devolvido. Tantos são os elementos com que o pesquisador se depara que, por vezes, algo pode passar despercebido, e nesse caso, se outro pesquisador apontar é possível fazer um ajuste, se necessário. Um hábito que merece ser cultivado é ler revistas e jornais científicos, acessar sites de entidades científicas e, se possível, associar-se a uma relacionada à área do seu interesse, pois há quase sempre um espaço para divulgação de eventos afins. Se for possível, é indicado fazer uma reserva financeira, pois muitos eventos interessantes (nacionais ou internacionais) acontecem fora do seu local de domicilio e vale à pena inscrever trabalhos e participar. Na próxima unidade serão apresentadas orientações para elaboração de resumo científico. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 31 Procure eventos científicos de sua área de interesse, na Internet. Faça uma lista com até cinco eventos que gostaria de participar e busque as orientações relacionadas à inscrição de trabalhos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 32 UNIDADE 8 A Organização Pessoal e a Produção Científica Objetivo: Estimular reflexões acerca da necessidade da organização temporal e espacial do produtor de trabalho acadêmico A bandeira brasileira apresenta uma expressão positivista, que de tão familiar por vezes passa despercebida: Ordem e progresso! Esse deve ser o ponto de partida. É evidente que um pouco de despojamento seja bem-vindo. No entanto, para tornar-se um produtor de textos científicos precisa-se, minimamente, criar um ambiente adequado para o trabalho. Não se trata de espaço físico. Há pessoas que possuem em suas residências ou escritórios metros e metros quadrados e não conseguem produzir. Mas de um espaço que conduza ao encorajamento para a experimentação, a companhia terna da solidão, a sensação de conforto por encontrar um cantinho com o seu jeito onde serão espalhados livros, revistas e ideias. Nesse espaço, há um tempo próprio, que é diferente do tempo cronológico. Porque é diferente da marcação do relógio. Ele funciona a partir de uma marcação interna daquele que se embrenha nas matizes do conhecimento. Ir de encontro ao conhecimento é considerado o próprio processo de evolução do pesquisador. Se há um espaço e um tempo diferentes, então é perfeitamente possívelcrer que cada pessoa tem uma maneira própria de funcionar. Alguns têm ritos para iniciar seus trabalhos e fazem marcações à medida que conclui etapas. Outros escolhem dias e horários específicos para trabalhar e aí investem na disciplina para dar cota das tarefas autoimpostas. Cada um vai encontrar o seu modo de exercer suas atividades. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 33 Entretanto, existem pontos comuns. Cada dia mais, estudantes, profissionais, pesquisadores e professores têm à disposição novas produções e invenções. São informações novas, prazos quem diminuem e demandas que aumentam. E o ser humano ainda é o mesmo. Se não tomar cuidado ou deixar de fora o lazer e o prazer, na vida particular, pode ficar frustrados e até adoecer. Por isso, antes de qualquer coisa é imprescindível lembrar que o trabalho é uma das dimensões da vida, mas existem inúmeras outras: a família, os amigos, a espiritualidade, os cuidados com o corpo, etc. Considerando tudo isso, é adequado usar alguns instrumentos para que se consiga integrar o tempo interno com o externo. E assim, fazer o que necessário, sem ser atropelado pelo tempo e pelos outros. Neste quesito, dois instrumentos são importantes: uma agenda pessoal pequena, que caiba na bolsa ou no bolso, e uma planilha semanal. Há pessoas que compram agendas grandes e pesadas e não a usam para a sua finalidade. Geralmente, essas agendas ficam nas mesas e cheias de contas, papéis, recados e outras coisas. Quando a pessoa precisa da agenda, ela nunca está à mão e com isso algumas atividades deixam de ser registradas e depois, pode ser tarde demais. É preciso construir o hábito de consultar a agenda diariamente. Quanto à planilha semanal é preciso muito critério ao preenchê-la e incluir todas as atividades de seu cotidiano, como dormir, dar banho no cachorro etc. O ideal é fazer duas cópias da sua planilha, uma para deixar no quadro de avisos e a outra na contracapa da agenda de bolso. Lembrar de atualizá-la é importante, pois a vida é dinâmica. Muda-se de horários e de atividades constantemente. PLANILHA SEMANAL Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 34 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h 24h Ao iniciar um projeto pessoal ou profissional é essencial criar um cronograma e ir acompanhando o andamento dos trabalhos. Por exemplo, se decidir que deseja publicar um artigo. É preciso estabelecer as etapas para a realização deste, pesquisar os locais para onde esse artigo poderá ser encaminhado, os prazos para apresentação dos originais etc. O fato de se fazer um cronograma não garante que ele seja cumprido, mas facilita, e muito, transformar um desejo em realidade. Na primeira unidade deste módulo, foi sugerida a organização dos seus livros. Como está o trabalho? É demorado, mas vale à pena! Além de organizar os livros, é imprescindível arrumar e cuidar do espaço físico. O ambiente preciso estar limpo e aconchegante, para seu usuário. A iluminação precisa ser adequada para facilitar a leitura e proteger a saúde. A ventilação não pode ser esquecida, pois um espaço arejado é mais indicado e produtivo. Somado a tudo isso, soma-se a tranquilidade e o silêncio. Para quem mora em cidades a poluição sonora é uma constante. Mesmo assim, é preciso encontrar um cantinho sossegado para estudar, onde não haja interrupções. Quem sabe incluir uma cortina sonora com músicas instrumentais do tipo new age. Para quem mora com a família, isso nem sempre é possível. O ideal é fazer um combinado com os demais moradores e criar talvez uma sinalização para indicar que naquele momento Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 35 não é possível interromper, pois a pessoa está ocupada. Se o acordo for bem trabalhado, será bom para todos. Haverá conciliação. É importante deixar claro que, em outro momento, a pessoa poderá deixar de lado as inquietações do estudo e poderá dar atenção devida aos seus familiares. Para “trabalhador científico” não há como separar casa do trabalho. Algumas pessoas dizem que as preocupações do trabalho devem ficar da “soleira da porta para fora”. Nesse caso isso não é possível, pois parte do trabalho acontece na própria casa. Portanto, geograficamente, não há como separar, mas a separação deverá ser realizada simbolicamente, por meio da criação de códigos específicos. Como os sugeridos anteriormente. Analise o espaço que você tem utilizado habitualmente para trabalhar em casa ou no escritório. Responda com sinceridade: Ele está adequado em termos de mobiliário, iluminação e ventilação? E a disposição de equipamentos e objetos para realização dos seus estudos e produções? Está satisfatória? O que você pode fazer para melhorá-los? Então, mãos à obra! Copie a planilha pessoal e cole-a num novo arquivo. Preencha-a com suas atividades do dia a dia. Depois reflita acerca da possibilidade de incluir, no seu cotidiano, uma agenda de bolso para utilizá-la de fato, Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 36 UNIDADE 9 A Leitura como Matéria-Prima do Pesquisador Objetivo: Expor a importância da leitura com matéria-prima de pesquisar. O padeiro trabalha com massa, formas e o forno para preparar o pão de cada dia. O escultor com a madeira, a pedra, formões e martelos, para criar sua obra. Como os demais trabalhadores, o estudante, o professor e pesquisador precisam de matéria-prima e de ferramentas para realizar sua produção. No caso do pesquisador, a matéria não é palpável. Para dar início às pesquisas científicas são necessárias ideias. Essas ideias, em geral, emergem da leitura de obras de estudiosos ou especialistas de uma determinada área de conhecimento, de eventos científicos ou da observação que o pesquisador faz da realidade. Por ora, o Módulo irá se deter na concentrar na leitura. Para começar nada melhor do que recorrer a um grande mestre: Paulo Freire. Ele escreveu (2003): “Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada através de uma leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto”. A leitura é algo maior que debruçar-se sobre palavras organizadas por meio de frases. Ela demanda um entendimento, uma reflexão e com isso ela tende a ser significativa e útil ao leitor. Inúmeras pessoas passam horas e horas em companhia de textos, mas aproveitam muito pouco ou quase nada destes. No caso da leitura enquanto matéria-prima do pesquisador, ela apresenta um diferencial, ou seja, tem um objetivo. Pode ser para investigar uma temática, conhecer a obra de um autor, entender um conceito ou outra necessidade para aquela pessoa e naquele momento. Se há um interesse específico, obviamente não há porque dar voltas, postergar a tarefa. Além disso, a leitura é um processo, no qual, à medida que é realizada; o leitor vai Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 37 melhorando a sua a marca e ficando mais qualificado para uma nova leitura. O vocabulário é ampliado, novos conhecimentos são adquiridos e isso poderá facilitar as próximas leituras. Algumas vezes, a leitura poderá parecer difícil, não pelo conteúdo desta, mas, pelo desconhecimento de alguns termos. Por isso, a companhia generosa e solícita de um bom dicionário deve ser uma constante. Ao utilizá-lo, sempre se aprende mais do que apenas encontrar o sentido daquilo que se procura. São revistos textos pouco utilizados ou palavras novas são descobertas para antigos dilemas. O dicionário é de grande ajuda, mas não suprimeo que de fato deve ser a essência da leitura: a compreensão do texto. Quando o autor produziu sua obra, por certo, procurou conversar com seu leitor. Embora em tempos distintos, pois o autor pode ter escrito um livro há 12 anos ou divulgado numa revista científica o seu artigo on-line há 12 horas. Ainda assim, há alguém que deseja divulgar uma mensagem e alguém que quer conhecê-la. Para conhecê-la o leitor precisa estar disponível para interagir com aquele escritor. Essa interação se processa quando leitor demonstra interesse em entender o que aquele autor buscou comunicar. Muitas vezes para entender um texto é preciso conhecer algumas obras de referência ou outras produções relacionadas à temática abordada. Por isso, na maioria das vezes um texto não é fechado em si próprio. Ele está conectado com outras obras sobre um dado assunto. A leitura enquanto espaço de diálogo A leitura, portanto, apesar de aparentemente ser um processo solitário e rotineiro, é na verdade social e dinâmico. Social porque o leitor precisa ter desenvoltura na utilização da língua e compreender os códigos que estão dispostos no trabalho apresentado. Dinâmico porque o leitor capta os estímulos; na forma de palavras e sinais, com os olhos e processa essas informações; faz associações; reflete forma opiniões; levanta novos questionamentos e, contudo o texto sai do papel e ganha vida e quem sabe poderá servir de referência ou de inspiração para novos textos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 38 Muitos leitores gostam de sublinhar os textos que leem. Até aí tudo bem, é uma maneira de selecionar material, desde que esse texto não seja de uma biblioteca ou de outra pessoa. Além disso, hoje está em moda à utilização de canetas marca-texto, nas papelarias há de várias cores: amarela, rosa - choque, verde-limão, azul-celeste etc. Depois de alguns dias, o leitor vai perceber que o carnaval já passou, mas aquelas cores berrantes permanecerão no seu texto e com o passar do tempo poderá desbotar, e algumas vezes borrar a página do verso. Para evitar esses males, é bem melhor usar o velho lápis, que pode ser apagado e não faz tanta bagunça no texto. Não é demais lembrar que a poluição visual atrapalha a atenção e pode ser um fator de desestímulo à leitura. Por outro lado, o fato de ter muitas linhas sublinhadas não é sinônimo de produtividade. A leitura como inúmeras coisas da vida precisa de um “ritual”. É isso mesmo! Não dá para começar a ler do nada. É preciso organizar o tempo e o espaço. É desacelerar. Relaxar um pouco, ouvir uma música, ir ao banheiro, beber água, respirar e espreguiçar. E o momento de concentrar-se na leitura. Antes ainda de começar, defina o que deseja ler agora ou quanto tempo disponibilizará para leitura. Feito isso, trace seu objetivo nesta leitura, Tenha um lápis à mão e um bloco de notas. A seguir leia no seu ritmo. Cada pessoa tem uma forma própria de ler. Alguns preferem ler rapidamente para depois voltar ao texto para sublinhar trechos, ou fazer anotações. Outros preferem ler mais devagar e sublinhar simultaneamente o que achar importante. Neste caso, convém dar uma segunda olhada para ver ser não deixou escapar nada. Terminada a leitura, se for possível terminar no mesmo dia, é o momento de registrar suas reflexões e tentar perceber a obra de forma global. Feito isso, é indicado planejar os passos seguintes. Será necessário dar continuidade a essa leitura ou é necessário consultar outra obra a respeito da temática. Caso precise, qual? Depois disso, encerra-se este momento de leitura. Se for elaborado um cronograma, é necessário conferir como estão as atividades. Estão dentro do prazo? A seguir, é só retornar as demais tarefas do cotidiano e assim... A vida prossegue. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 39 A leitura é uma das atividades do cotidiano do pesquisador, e como toda matéria-prima, precisa ser conservada para não passar da validade ou faltar. Neste aspecto, percebe-se que a disciplina e a constância da leitura, podem ser fundamentais para o equilíbrio do trabalho no campo acadêmico. O site do Plano Nacional do Livro e Leitura. O endereço é http://189.14.105.211/ Anote em um caderno o dia e os horários de início e termino da leitura, com se fosse um livro de ponto e, a cada quinzena, analise o custo/benefício, ou seja, o tempo disponibilizado e os ganhos apurados em termos de eficiência da leitura. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 40 UNIDADE 10 Noções Básicas de Estatística Objetivo: Relembrar conceitos básicos de estatística Em muitas situações estudantes se deparam com dados estatísticos e quase sempre se sentem confusos. Por isso, não é demais relembrar algumas noção básicas de estatística. Estudos por amostras Segundo Richardson (1999, p, 158): “Em geral, resulta impossível obter informação de todos os indivíduos ou elementos que formam parte do grupo que se deseja estudar” Por quê? “O número de elementos é demasiado grande”; “Os custos são muito elevados”; “O tempo pode atuar como agente de distorção” (RICHARDSON, 1999, p.158). Termos Básicos de Estatística 1. Universo ou população “É o conjunto de elementos que possuem determinadas características. [...] Em termos estatísticos, população pode ser o conjunto de indivíduos que trabalham num mesmo lugar, Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 41 os alunos matriculados em uma mesma universidade, toda a produção de refrigeradores [...]” (RICHARDSON, 1999, p. 158). “É o conjunto de elementos (pessoas ou objetos) que interessam à pesquisa” (FARHAT, 1998, p. 34). 2. Elemento “Cada unidade ou membro de uma população, ou universo” (RICHARDSON, 1999, p. 158). 3. Amostra “Quando se toma certo número de elementos para averiguar algo sobre a população a que pertencem, fala-se de amostra. Define-se amostra, portanto, como qualquer subconjunto do conjunto universal ou da população” (RICHARDSON, 1999, p. 158). Ex: Estado nutricional das crianças brasileiras População – todas as crianças brasileiras Amostra – todas as crianças escolares de Brasília “Para que os resultados obtidos com relação à amostra possam ser estendidos a toda a população, é necessário que essa parcela seja representativa do universo, incluindo elementos de todos os grupos que o compõem” (FARHAT, 1998, p. 35). 4. Parâmetro São “os valores característicos de uma população” (RICHARDSON, 1999, p. 158). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 42 5. Variável “Numa pesquisa, os aspectos que estão sendo considerados são as variáveis” (FARHAT, 1998, p. 35). a. Variável qualitativa – “Se o diretor de uma escola quer saber a relação entre a formação cultural dos pais e o interesse dos alunos por literatura, está trabalhando basicamente com duas variáveis. Se também for considerada a disponibilidade de bons livros em casa, serão três variáveis” (FARHAT, 1998, p. 35). As variáveis qualitativas revelam “características relacionadas ao grupo pesquisado” (FARHAT, 1998, p. 35). b. Variável quantitativa – É representada “por valores numéricos, podendo ser de natureza discreta ou contínua”. No exemplo anterior, poderíamos atribuir valores numéricos: • de 0 a 10, conforme a formação cultural dos pais; • de 0 a 10, de acordo com as notas da prova, para o item interesse dos alunos por literatura; • quantidade de livros, para o item “disponibilidade de bons livros em casa” (FARHAT, 1998, p. 35). • Variável discreta – “É um valor que se registra ‘aos saltos’, ou seja, avança sem regularidade. Como exemplo, pode-se citar o número de filhos, o salário ou as notas de uma turma em matemática” (FARHAT, 1998, p. 35). • Variável contínua – Registra “quaisquer valores entre doispontos. Uma pesquisa pode apontar, por exemplo, quantos adolescentes medem entre 1,80 e 1,93 metros ou pesam entre 40 e 50 quilos” (FARHAT, 1998, p. 35). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 43 6. Intervalo “A variável pesquisada delimita intervalos, que podem ser: fechados; abertos; semifechados à esquerda; ou semifechados à direita” (FARHAT, 1998, p. 36). a. Intervalo Fechado “Os extremos são levados em consideração” (FARHAT, 1998, p. 36). Representação: --------------- b. Intervalo Aberto “Quando o intervalo não inclui as extremidades” (FARHAT, 1998, p. 36). Representação: -------------- c. Intervalo Semifechado à esquerda “Se apenas a primeira extremidade está incluída no intervalo” (FARHAT, 1998, p. 36). Representação: -------------- d. Intervalo Semifechado à direita “Quando apenas a segunda extremidade do intervalo está incluída” (FARHAT, 1998, p. 36). Representação: ------------- Medidas Estatísticas 1. Média Aritmética = X “É a medida de tendência central mais utilizada. Para obtê-la, soma-se um conjunto de escores e divide-se a soma pelo número de escores” (LEVIN; FOX, 2004, p. 81). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 44 X X = N “X” barra Soma (letra grega sigma) Exemplo: tabela 1 Entrevistados idade 1 José 20 2 Paulo 32 3 Maria 17 4 Soraia 68 5 Ruth 18 Total 155 31 2. Moda - Mo “É o valor mais frequente, mais típico ou mais comum em uma distribuição” (LEVIN; ALAN, 2004, p. 80). Ex: 1, 2, 3, 1, 1, 6, 5, 4, 1, 4, 4, 3 => Mo= 1 (unimodal) Escore bruto de um conjunto de escores Número total de escore no conjunto _ X = 155 5 _ X = 31 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 45 Ex: 1, 2, 3, 1, 6, 5, 4, 1, 4, 4, 3 => Mo= 1 e 4 (bimodal) Ex: 2, 8, 1, 2, 6, 5, 1, 4, 4, 3 => Mo= 1, 2 e 4 (multimodal) Quando três ou mais valores se repetem com a mesma frequência 3. Mediana – Mdn “Quando dados ordinais ou intervalos são dispostos em ordem de tamanho, torna-se possível localizar a mediana (Mdn), o ponto médio de uma distribuição” (LEVIN; FOX, 2004, p. 80). Exemplos: Número de elementos ímpares = meio da distribuição. Ex: 11, 12, 13, 16, 17, 20, 25 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º Fórmula: t = n + 1 => t = 7 + 1/2 => t= 8/2 => t= 4 2 Número de elementos pares = centro entre os elementos médios. Ex: 11, 12, 13, 16, 17, 20, 25, 26 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Fórmula: t = n + 1 => t = 8 + 1/2 => t= 9/2 => t= 4,5 2 Obs: “Se os dados não estão ordenados do menor para o maior (ou do maior para o menor), é preciso ordená-los antes de procurar achar a mediana” (LEVIN; FOX, 2004, p. 81). Mdn = 16,5 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 46 Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 47 UNIDADE 11 O Resumo Informativo Objetivo: Elaborar resumo informativo para inclusão em monografia ou envio para evento científico. O resumo é uma síntese de um texto mais amplo como um relatório de pesquisa e serve para apresentar ao leitor as principais informações da pesquisa ou do trabalho realizado. Como não é possível ler a integralidade das produções mais recentes, o pesquisador pode se manter atualizado com a leitura dos resumos dos artigos e das publicações de sua área de interesse. Gonçalves (2001, p. 40) esclarece que o resumo informativo contém as informações mais importantes apresentadas no texto-base e dispensa a leitura desse último, se for o caso. O objetivo desse tipo de resumo é informar o conteúdo e as principais ideias do autor contidas naquele texto- base, destacando o objetivo do autor, a metodologia adotada e as conclusões obtidas. O resumo informativo possui, no final, um conjunto de palavras-chaves. Há inúmeras possibilidades de se elaborar um resumo e a sua qualidade dependerá da habilidade do pesquisador relatar de forma simples e objetiva os principais elementos do texto principal. No entanto, existem elementos que não podem faltar para que o resumo consiga de divulgar adequadamente as principais informações produzidas. O que deve conter o resumo? Qual a natureza do trabalho; Qual o objeto tratado? Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 48 Quais os objetivos propostos? Quais as referências utilizadas? Quais os procedimentos metodológicos utilizados? Quais as conclusões apresentadas? Quais os resultados alcançados? QUADRO 1 – Elementos para elaboração de um resumo Fonte: SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 22 ed. São Paulo: Cortez, 2002, p. 173. O resumo é exposto de modo peculiar: é apresentado em um único parágrafo. Sua aparência é similar a um “quadrado”. É bom lembrar-se disso, pois inúmeros alunos costumam mudar de linha quando as informações apresentadas referem-se à outra parte do texto principal. Em geral, os resumos têm a dimensão de 200 a 400 palavras. No entanto, a formatação e quantidade indicada de palavras dependerão normas da entidade que solicita. Isto pode variar de acordo com os critérios da revista ou dos organizadores do evento, por exemplo. Para conferir qual é a quantidade de palavras do resumo: Após acessar o programa Word, selecione todo texto e clique no menu “Ferramentas”, a seguir selecione o item “contar palavras” que aparecerá quantas palavras tem o resumo. Elabore um resumo de 200 a 300 palavras, de um trabalho que você gostaria de divulgar. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 49 Pesquise, ao menos, um resumo artigo de um assunto de seu interesse no endereço: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_home&lng=pt&nrm=iso. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 50 UNIDADE 12 A Escrita para o Diálogo Objetivo: Demonstrar a necessidade de estímulo ao diálogo por meio da escrita. A escrita é uma forma de comunicação. Por meio dela é possível registrar informações que posteriormente serão acessadas. Quando essas informações forem acessadas seu autor por certo não está fisicamente no mesmo lugar que o leitor. Daí, demanda a necessidade de ter cuidado com as palavras, com a pontuação e com as construções utilizadas, porque o leitor não poderá pedir auxilio ao autor do texto, em caso de não compreender o sentido do texto. O texto permite a divulgação de uma mesma informação para uma gama inimaginável de leitores. Tanto faz se o texto está impresso ou disponível on-line. Seu autor não saberá quando exatamente o leitor o procurará para tomar conhecimento daquelas informações. Diferente da fala, que se não for gravada sumirá no espaço, a escrita se preserva. Até hoje existe a carta de Pero Vaz de Caminha informando ao Rei de Portugal o “Descobrimento do Brasil”. O Rei naquela época leu, e depois a carta foi reproduzida. E, séculos depois, qualquer pessoa pode conhecer o teor das informações repassadas ao Rei, por Pero Vaz. A escrita tem essa vantagem. Se não for possível ler agora, pode-se ler depois. Se o assunto despertar interesse, poderá ser relido posteriormente. Com tantas vantagens, como já citado, é preciso muito cuidado com a escrita. O aluno que deseja apresentar seu Trabalho de Conclusão de Curso deve atentar para aspectos que, por vezes passam despercebidos, como é o caso do rigor da linguagem científica, pois essa apresenta características diferentesda utilizada pelo aluno, em seu dia a dia. O escritor de um texto acadêmico precisa valer–se da: Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 51 1. Objetividade – é preciso evitar os “rodeios” e informar o que de fato é relevante. O autor dispõe de muitas informações e precisa selecionar o que de fato é necessário e importante apresentar, caso contrário poderá produzir um emaranhado de palavras inúteis; 2. Clareza – é preciso utilizar palavras que sejam entendidas com facilidade pelo leitor, pois esse tanto pode ser um especialista no assunto, quanto um iniciante no tema. No entanto, ambos têm o direito de entender o que foi apresentado. Os períodos precisam ser curtos a fim de facilitar a leitura, impedir interpretações equivocadas e facilitar a compreensão do leitor. Para isso, é adequado optar por usar a ordem direta nas frases – primeiro o sujeito, depois o verbo e só então o complemento. 3. Concisão – é preciso que o autor preste atenção à construção dos parágrafos. Esses precisam conter uma única unidade de pensamento e estar interligado aos demais, a partir de uma ordenação de ideias, previamente estabelecidas pelo autor, a partir de um roteiro. Se essas três características estiverem presentes no texto, por certo, haverá grande possibilidade de que a leitura flua e o diálogo aconteça. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 52 UNIDADE 13 O Parágrafo Objetivo: Estruturar o parágrafo no texto acadêmico Escrever o texto pode ser complicado, para alguns alunos, devido à falta de prática e/ou as exigências da vida moderna que os impede de refletir sobre o cotidiano. Para escrever é preciso antes pensar. Embora a prática possa trazer desenvoltura na hora de redigir um texto, é necessário que seu autor tenha, anteriormente, elaborado algumas idéias. A grande maioria dos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação são trabalhadores e, quase sempre, dispõem de pouco tempo para ler e estudar. Talvez por isso, muitos deles apresentem dificuldade ao se deparar com a elaboração dos trabalhos acadêmicos e, em especial, o Trabalho de Conclusão de Curso. Não há como mudar essa realidade, mas buscar estratégias que permitam ao aluno superar essa dificuldade. Uma possibilidade é estabelecer o roteiro de um dos capítulos a ser construído na monografia. Com isso, o orientador poderá perceber qual é dificuldade. À medida que o aluno vai dando respostas, ou seja, construindo seus parágrafos, ele irá executando o trabalho e internalizando essa aprendizagem. Provavelmente, um aluno comprometido conseguirá, no capitulo seguinte, fazer sozinho seu próprio roteiro e escrever seus parágrafos com maior facilidade. Para fazer o roteiro não há segredos. É preciso escrever, numa folha, as ideias que deseja transmitir. Inicialmente as ideias poderão surgir embaralhadas como num quebra-cabeça. Tão logo todas as ideias estejam listadas é a vez de organizá-las, de modo lógico e objetivo. Depois é só desenvolvê-las, cada uma em um parágrafo distinto. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 53 É adequado esclarecer que o roteiro é um plano e não uma camisa de força. Se for necessário, alterar alguma ordem, acrescentar uma nova ideia é possível fazer desde que a qualidade do texto seja a meta. Acesse a página http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1grafo_(s%C3%ADmbolo) para conhecer algumas curiosidades relacionadas aos parágrafos e aproveite para clicar na coluna “sinais gráficos” os sinais de pontuação mais usados na língua Portuguesa. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 54 UNIDADE 14 A Gramática Objetivo: Reconhecer, através da leitura, a importância da utilização gramatical adequada, no texto acadêmico. Saber utilizar a língua pátria adequadamente, ao invés de ser uma obrigação de todos aqueles que tiveram acesso à escolarização passou a ser um diferencial no mundo atual. Hoje ser revisor de textos acadêmicos parece se configurar como um negócio próspero. Isso mesmo um negócio! Alguns alunos acreditam que é o revisor que irá melhorar seu texto. Ledo engano! Às vezes até piora, pois os revisores por mais experientes que sejam não são versados em todos e qualquer assunto que exista. Muitas vezes, excluem termos importantes ou realizam substituição inadequada. E o aluno, sem o devido tempo de revê-lo, muitas vezes, é pego de surpresa e só descobrirá o problema depois de ter realizado o depósito para submissão do trabalho á banca. Para evitar maiores problemas, algumas vezes é indicado sugerir ao aluno que faça uma revisão: na acentuação gráfica, nas regras de crase, pontuação gráfica, emprego de hífen, concordância nominal e verbal e regência verbal e nominal. É claro que essa recomendação precisa ser apresentada num tom respeitoso e cordial, pois o aluno poderá se sentir constrangido. É uma situação delicada. Mas o problema precisa ser abordado. Não dá para fazer de conta que não existe. Os corretores ortográficos ajudam, mas não resolvem o problema. Se o aluno for obstinado, ele certamente “dará a volta por cima”. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 55 Acesse, para conhecer, o site http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/gramatica.shtml Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 56 UNIDADE 15 Os Componentes da Monografia Objetivo: Reconhecer, através da leitura, os componentes de uma monografia Etimologicamente, o termo Monografia é composto de mónos (único) e graphein (escrever), ou seja: um texto acadêmico elaborado a respeito de um único assunto. O manual de TCC (ESAB, 2007) traz: O desenvolvimento da Monografia consiste na fundamentação lógica de um tema cuja finalidade é expor, explicar, demonstrar as suas principais ideias, com objetividade, clareza e impessoalidade. De acordo com o tema, o desenvolvimento poderá ser dividido em partes (capítulos) conforme permite o assunto. Não há uma quantidade de páginas estipulada enquanto norma geral. Por isso, cada instituição define a quantidade de páginas que considera suficientes para apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso. Não há porque o aluno escrever páginas e páginas desnecessariamente. O mundo atual exige objetividade e qualidade, portanto o tempo precisa ser utilizado de modo criterioso. O texto da monografia deve ter no mínimo 40 páginas e no máximo 65 páginas, na formatação estipulada no presente Manual. Para efeito de quantidade de páginas não serão considerados os anexos e elementos pré-textuais (capa, folha de rosto, agradecimentos...) (ESAB, 2007). A monografia é dividida em três partes: os elementos pré-textuais, os elementos textuais e os pós-textuais. Observe o quadro a seguir: Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 57 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA Elementos Pré-Textuais Capa Folha de rosto Folha de aprovação Folha de dedicatória (opcional) Folha de agradecimento (opcional) Folha de epígrafe (opcional) Resumo na língua vernácula Lista de Ilustrações (opcional) Lista de abreviaturas e siglas (opcional) Folha de sumário Elementos Textuais Introdução; Desenvolvimento; Conclusão Elementos Prós-Textuais Referências Anexos (elemento opcional) Glossário (elemento opcional) Fonte: Manual de Monografia da ESAB Para Gonçalves (2001, p. 20): “a monografia é caracterizada por um trabalho rigoroso, que sistematiza observações, críticas e reflexões feitas pelo aluno”. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 58 UNIDADE 16 O Texto Monográfico Objetivo: Detalhar a constituição de um texto monográfico O texto monográfico é constituído por três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. O aluno deve iniciar a elaboração
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