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Neuro_I

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Neuro I 
Guilherme Viza 
 
Problema 01 – Divisões do Sistema nervoso e Sistema nervoso periférico: 
 
1 – Divisões do sistema nervoso: 
1 – Com base em critérios anatômicos: 
 
SNC: aquele que se encontra dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral). 
SNP: aquele que se encontra fora deste esqueleto. 
Encéfalo: parte do SNC que se encontra dentro do crânio: cérebro, cerebelo e tronco. 
Medula: parte do SNC que se encontra dentro do canal vertebral. 
Nervos: cordões esbranquiçados que unem o SNC aos órgãos periféricos. Se a união se faz com o encéfalo, os nervos 
são cranianos, se com a medula, os nervos são espinhais. 
Gânglios: dilatações constituídas por corpos celulares de neurônios localizadas fora do SNC (existem gânglios 
sensitivos e gânglios motores viscerais). 
Terminações nervosas: ficam nas extremidades das fibras que constituem os nervos e podem ser sensitivas ou 
motoras. 
2 – Com base em critérios embriológicos: 
 
3 – Com base em critérios funcionais: 
1 – Sistema nervoso somático: relaciona o organismo com o meio ambiente. Pode ser aferente ou eferente. 
2 – Sistema nervoso visceral: controla a integração das vísceras regulando a constância do meio interno. Pode ser 
aferente ou eferente (simpático ou parassimpático). 
4 – Com base na metameria (segmentação): 
1 – SN suprassegmentar: O cérebro e o cerebelo pertencem ao SN suprassegmentar. Os nervos olfatório e óptico se 
ligam diretamente ao cérebro, mas eles não são nervos típicos. 
2 – SN segmentar: A segmentação do sistema nervoso é evidencia pela conexão com os nervos. Pertence, assim, ao 
SN segmentar, todo o SNP, mais as partes do SNC que estão em relação direta com os nervos periféricos típicos, ou 
seja, a medula e o tronco. 
Diferenças: no órgãos do suprassegmentar existe córtex, uma fina camada de SC situada fora da SB. Já nos órgãos do 
segmentar não há córtex e a SC fica dentro da SB. 
 
2 – Sistema nervoso periférico: É constituído pelos nervos periféricos, gânglios e terminações nervosas. 
1 – Nervos e gânglios: 
• Nervos: são cordões que unem o SNC aos órgãos periféricos, levando impulsos nervosos de maneira centrípeta via 
fibras aferentes (SNC  TN) ou de maneira centrífuga via fibras eferentes (SNC  TN) ou de maneira mista, quando 
possuem tanto fibras aferentes quanto eferentes. 
OBS: Um nervo não é exclusivamente motor, uma vez que sempre apresenta fibras aferentes que veiculam impulsos 
propioceptivos originados nos fusos neuromusculares. Do mesmo modo, os nervos cutâneos não são exclusivamente 
sensitivos, pois apresentam fibras eferentes viscerais para as glândulas sudoríparas e músculos eretores dos pelos e 
vasos superficiais. 
• Fibra nervosa: são prolongamentos formados por axônios e envoltórios gliais como a bainha de mielina. 
- Cada fibra nervosa é envolvida por uma membrana basal denominada endoneuro. 
- Cada feixe de fibras nervosas é envolvido por um tecido conjuntivo (bainha) denominada perineuro. 
- Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo (envolvido por um t. Conjuntivo - epineuro). 
• Os nervos não possuem corpos celulares, umas vez que estes se localizam ou no SNC ou nos gânglios nervosos. 
• Gânglios: aglomerados de CCs localizados fora do SNC (dentro do SNC são chamados de núcleos). 
• Os nervos podem ser cranianos, quando se unem ao encéfalo ou espinhais, quando se unem à medula. 
• Os nervos quase não possuem sensibilidade e quando são estimulados ao longo de seu trajeto, a sensibilidade é 
sentida não no ponto estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva. 
• Isso explica a dor fantasma, na qual cotos nervosos irritados podem originar impulsos nervosos que são 
interpretados pelo cérebro como se fossem originados no membro retirado. 
• Os nervos tem origem real (local dos CCs) e aparente (ponto de emergência do nervo na superfície do SNC). 
1 – Condução dos impulsos nervosos: 
• Nas fibras sensitivas, o CC está localizado nos gânglios. 
• Seus neurônios são pseudounipolares, e possuem um prolongamento periférico que se liga ao receptor e um 
prolongamento central que se liga a neurônios da medula ou do tronco encefálico. 
• Os impulsos sensitivos são conduzidos do prolongamento periférico (axônio/dendrito) para o central (axônio). 
• Nas fibras motoras, os impulsos nervosos são conduzidos do CC para o efetuador (músculo, glândula ou órgão). 
• A velocidade de condução nas fibras nervosas é ↑ quanto ↑ for o calibre da fibra, podendo variar de 1 a 120m/s. 
2 – Lesões em nervos periféricos 
• Lesões em nervos periféricos são reversíveis, já que a extremidade lesada da origem ao cone de crescimento. 
• O cone de crescimento emite expansões semelhantes a pseudópodos, permitindo o alongamento dos axônios. 
• Para se conseguir melhor recuperação, as extremidades de um nervo seccionado devem ser ajustadas para colocar 
as bainhas perineurais em justaposição com o auxílio do microscópio cirúrgico. 
• Caso contrario, as fibras nervosas crescem desordenadamente, formando neuromas (emaranhados de fibras). 
2 – Terminações nervosas: 
• Nas extremidades periféricas das fibras nervosas há modificações chamadas de terminações nervosas. 
• Essas terminações podem ser classificadas de acordo com vários critérios. 
• T. Sensitivas: porção terminal de fibras aferentes, são estimuladas por calor, dor, luz, etc, conduzindo impulsos 
que seguem pela fibra até o SNC, onde são interpretados, resultando em diferentes formas de sensibilidade. 
• T. Motoras: porção terminal das fibras eferentes, conduzindo impulsos do SNC  músculos, glândulas e órgãos. 
1 – Terminações nervosas sensitivas: 
a) Classificação Morfológica: 
• T. Especiais: mais complexas. Fazem parte dos órgãos do sentido: visão, audição e equilíbrio, gustação e olfação. 
• T. Gerais: presentes em todo o corpo e respondem a estímulos específicos, como tato, dor e propriocepção. 
b) Classificação Fisiológica: 
• Quimiorreceptores: sensíveis a estímulos químicos como olfação e gustação. 
• Osmorreceptores: sensíveis à variação de pressão osmótica. 
• Fotorreceptores: sensíveis à luz, como os cones e bastonetes da retina. 
• Termorreceptores: sensíveis ao frio e ao calor. 
• Nociceptores: sensíveis a estímulos mecânicos, térmicos ou químicos capazes de causar lesões e dor. 
• Mecanorreceptores: sensíveis a estímulos mecânicos (tato, pressão, vibração, etc.). 
c) Classificação quanto à localização: 
• Exteroceptores (somáticos): superfície externa do corpo. Ativados por agentes externos (tato, pressão, luz e som). 
• Propioceptores (somáticos): Profundos, nos músculos, tendões e ligamentos. São responsáveis pelos sentidos de 
percepção da posição e movimento (mesmo de olhos fechados), ou seja, por impulsos nervosos propioceptivos. 
• Interoceptores (viscerais): Vísceras e vasos. Dão origem às sensações viscerais (fome, a sede e a dor visceral). 
d) Quanto à presença de capsula: 
• Livres: Presentes em quase todo o corpo, são terminações das fibras nervosas sensoriais que perdem a bainha de 
mielina. Veiculam informações de tato grosseiro, dor, temperatura e propriocepção. 
OBS: Os nociceptores, que sinalizam dor, estão presentes em quase todos os tecidos corporais, como ossos, órgãos 
internos, vasos, coração, etc. Os nociceptores das vísceras entram na medula pelo mesmo caminho dos 
exteroceptores, e as informações se misturam, resultando na dor referida, na qual a ativação de um nociceptor 
visceral dá origem a uma sensação cutânea. Ex: no infarto do miocárdio, o nociceptor está no coração, mas a dor é 
localizada na parede torácica superior ou braço esquerdo. 
• Encapsulados: São terminações que se encerram dentro de uma capsula de tecido conjuntivo. Importantes: 
- Corpúsculos de Vater-Pacini: Sensibilidade vibratória. Maiores receptores. Distribuição ampla, presentes 
principalmente no t. conjuntivo das mãos e dos pés. 
- Corpúsculos de Meissner: Tato, pressão e vibração mais lenta. Presentes nas papilas dérmicas, principalmente nas 
mãos e nos pés. 
- Corpúsculos de Ruffini: Tato e pressãoe estão presentes também nas papilas dérmicas. 
- Corpúsculos de Krause: Semelhantes aos de Meissner. Estão presentes também nos lábios, língua e genitais. 
- Fusos neuromusculares: R. Propioceptivos em forma de fuso inseridos nos MEE e dispostos paralelamente às fibras 
deste músculo. Eles respondem às mudanças no comprimento da fibra muscular. 
- Órgãos neurotendinosos: R. Propioceptivos. Localizados na junção dos MEE com seus tendões. São fascículos 
tendinosos com fibras nervosas aferentes enroladas à sua volta, envolvidos por uma cápsula conjuntiva. 
2 – Terminações nervosas motoras: 
a) Somáticas: 
• Relacionam-se com os músculos esqueléticos por meio das placas motoras. 
• Ao aproximar-se da fibra muscular, a fibra nervosa perde sua bainha de mielina, conservando o neurilema. 
• Na placa motora, a terminação axônica emite ramos contendo pequenas dilatações, os botões sinápticos, de onde 
é liberado neurotransmissor. 
• A TN apresenta vesículas sinápticas agranulares, de onde é liberada a acetilcolina no sarcolema da fibra muscular. 
• A acetilcolina, liberada na fenda sináptica causa despolarização do sarcolema, desencadeando contração muscular. 
b) Viscerais: 
• Nas TN viscerais, o neurotransmissor pode ser a acetilcolina ou a noradrenalina e não existe placa motora. 
• Os neurotransmissores são liberados em um trecho longo da parte terminal das fibras e não apenas na 
extremidade, podendo a fibra estabelecer contato com grande número de fibras musculares ou células glandulares. 
• As fibras terminais apresentam dilatações (varicosidades) ricas em vesículas contendo neurotransmissores 
• Nas TN motoras viscerais existem dois tipos de vesículas sinápticas: granulares(NA) e agranulares (aCh). 
• O impulso nervoso dos terminais colinérgicos e adrenérgicos causa a liberação desses neurotransmissores. 
3 – Unidade motora e unidade sensitiva 
• Unidade motora é o conjunto formado por: 1 neurônio motor e as fibras musculares por ele inervadas. 
OBS: O termo aplica-se apenas aos neurônios motores somáticos. 
• Por ação do impulso nervoso, todas as fibras musculares da unidade motora se contraem ao mesmo tempo. 
• Unidade sensitiva é o conjunto formado por: 1 neurônio sensitivo, suas ramificações e seus receptores. 
• Os receptores de uma unidade sensitiva são de um só tipo mas, como há superposição de unidades receptores na 
pele, diversas formas de sensibilidade podem ser percebidas em uma mesma área. 
 
3 – Nervos Espinhais: 
• Fazem conexão com a medula e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça. 
• São em 31 pares, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes. 
• São 8 pares cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. 
• Cada nervo é formado pela união das raízes dorsal e ventral, que entram na medula através dos sulcos lateral 
posterior e lateral anterior, na forma de filamentos radiculares. 
• Na raiz dorsal localiza-se o gânglio espinhal, onde estão os corpos celulares (CCs) dos neurônios sensitivos. 
• A raiz ventral é formada por axônios que se originam em CCs situados nas colunas anteriores da medula. 
• Da união da raiz dorsal com a ventral, forma-se o tronco do nervo espinhal, que é misto, sensitivo e motor. 
1 – Trajeto dos nervos espinhais: O tronco do nervo espinhal sai pelo forame intervertebral e se divide em: 
- Ramo Dorsal: distribuem aos músculos e à pele da região dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. 
- Ramo Ventral: distribuem aos músculos, pele, ossos e vasos dos membros, pescoço e tronco. 
OBS: Os ramos ventrais dos nervos torácicos, tem trajeto paralelo, seguindo cada um seu espaço intercostal. O 
mesmo não ocorre com os ramos ventrais de outros nervos, que se anastomosam, resultando na formação de 
plexos. Nervos originados dos plexos são plurissegmentares (fibras originadas em + de 1 segmento medular). Já os 
nervos intercostais são unissegmentares. 
2 – Plexos: 
a) Cervical (C1-C5) É formado pelos ramos anteriores de C1 a C5 e se distribui principalmente pelo pescoço, 
originando 2 tipos de ramos: 
- Ramos sensitivos: sensibilidade da região posterior do crânio e do pescoço. 
- Ramos motores: alça do hipoglosso: músculos infra-hióideos, ramos para o escaleno médio, ramos para o nervo 
acessório (XI): músculos esternocleidomastóideo e trapézio e nervo frênico (C3-C5): motricidade do diafragma. 
• As lesões traumáticas do plexo cervical são raras por este encontrar-se bem protegido. 
• A lesão de seus ramos sensitivos determina déficit sensitivo no território de inervação destes ramos. 
• Na lesão dos ramos motores, ocorre fraqueza dos músculos infra-hióideos e escalenos (flexão anterior e lateral da 
cabeça), do trapézio (elevação do ombro) e esternocleidomastoídeo (flexão e rotação da cabeça). 
• Na lesão bilateral do nervo frênico, ocorre perda do movimento do diafragma. 
b) Braquial (C5-T1) É formado pela anastomose dos ramos anteriores de C5 a T1 e é constituído por 3 troncos 
primários: 
- O tronco superior é formado pela união das raízes C5 e C6. 
- O tronco médio é a continuação de C7. 
- O tronco inferior resulta da união de C8 e T1. 
• Esses troncos se dividem em ramos anteriores e posteriores. 
• As fibras anteriores inervam os m. anteriores (flexores) e as posteriores, os m. posteriores (extensores) do MS. 
• Estes ramos dos troncos primários unem-se para formar os troncos secundários ou fascículos: 
- Fascículo lateral: formado pela união dos ramos anteriores dos troncos primários superior e médio. 
- Fascículo medial: continuação do ramo anterior do tronco primário inferior. 
- Fascículo posterior: constituído pela união dos ramos posteriores dos 3 troncos primários. 
• Os troncos secundários ou fascículos dão origem aos ramos terminais do plexo braquial. 
• As lesões do plexo braquial manifestam-se por várias síndromes que variam de acordo com os nervos lesados. 
• Os sinais mais significativos são os déficits motor e sensitivo, estendendo-se a mais de um tronco periférico. 
c) Lombar (L1-L4) É formado pelos ramos de L1 a L4. 
• Seus ramos terminais são representados pelos nervos: femoral (L2-L4) e obturador (L2-L4). 
• Lesão: paralisia da flexão da coxa sobre o quadril, adução da coxa (adutores) e extensão da perna (quadríceps). 
• O déficit sensitivo acomete a região lateral (nervo cutâneo femoral lateral), anterior (nervo femoral) e medial 
(nervo obturador) da coxa e a face medial da perna (inervada pelo nervo safeno, ramo do nervo femoral). 
• O reflexo patelar (nervo femoral) é abolido. 
d) Sacral (L4-S3) é formado por pelos ramos de L4 a S3. 
• Seus ramos colaterais são os nervos glúteo superior, glúteo inferior, cutâneo posterior da coxa e pudendo 
• Seu ramo terminal é o nervo ciático. 
• Lesão: paralisia dos músculos inervados pelo ciático (flexão da perna e pé; rotação interna e externa do pé), pelo n. 
glúteo superior (abdução e rotação interna da coxa) e n. glúteo inferior (extensão da coxa). 
• O déficit sensitivo acomete o território de inervação do ciático (face lateral da perna, planta e borda lateral do 
dorso do pé) e do nervo cutâneo posterior da coxa (face posterior da coxa). 
• O reflexo aquileu é abolido e pode ocorrer distúrbio dos esfíncteres anal e vesical (nervo pudendo). 
3 – Dermátomos São territórios cutâneos inervados por fibras de uma única raiz dorsal e recebe o nome da raiz que 
o inerva. É importante para a localização de lesões radiculares ou medulares e, para isso, existem mapas onde são 
representados nas diversas partes do corpo. Ao se ter uma raiz seccionada, o dermátomo correspondente não perde 
completamente a sensibilidade, visto que raízes dorsais adjacentes inervam áreas sobrepostas. Para a perda 
completa da sensibilidade seria necessário a secção de 3 raízes. No embrião, os dermátomo se sucedem na mesma 
sequência das raízes espinhais, em faixas aproximadamente paralelas, disposição essa que, após o nascimento, se 
mantém apenas no tronco. 
4 – Síndrome radicular É causada por lesão ou pressão exercidapor uma hérnia de disco ou por alterações 
degenerativas na coluna que causam irritação e inflamação das raízes nervosas. Cria um padrão de dor e parestesia 
nos membros superiores ou inferiores, na área da pele que recebe fibras sensoriais da raiz nervosa acometida, além 
de paresia nos músculos que também são inervados pela mesma raiz nervosa. O sintoma mais comum de 
radiculopatia lombar é a dor ciática, (dor que se irradia das nádegas para as pernas). Os sintomas sensoriais são mais 
comuns. A presença de paresia muscular é sinal de que a compressão é grave. O tipo de dor pode variar de dor chata 
e difícil de localizar, à dor forte, em queimação e fácil de identificar. A radiculopatia cervical normalmente se 
manifesta com dor, dormência e fraqueza que se estendem desde o pescoço até os ombros, braços e mãos, os 
reflexos do braço também podem ser prejudicados. A radiculopatia pode criar hipersensibilidade ao toque, bem 
como hipoestesia na área da pele inervada pela raiz. Herpez zoster: [...] 
 
4 – Neuropatias: 
1 – Definição e classificação: Doença ou lesão dos nervos periféricos sensitivos, motores ou autonômicos. Assim, a 
neuropatia pode ser motora, sensitiva ou mista. Pode ocorrer simetricamente em todo o corpo (polineuropatia), 
individualmente em nervos únicos (mononeuropatia) ou em múltiplos nervos com distribuição irregular 
(mononeuropatia múltipla). 
2 – Etiologia 
a) Mononeuropatia: São resultantes da compressão de um nervo, que usualmente afeta os nervos superficiais 
(ulnar, radial e peroneal) em proeminências ósseas ou em canais estreitos. Essas compressões podem ser causadas 
por movimentos repetitivos, como a operação de teclados. Entre as causas também estão: os traumas, a 
desmielinização e a deficiência do suprimento vascular do nervo. A compressão do nervo mediano, responsável pela 
síndrome do túnel do carpo, é a mononeuropatia mais comum. 
b) Polineuropatia: Podem ter várias causas. O diabetes melito e a hanseníase são as causas mais comuns de 
polineuropatias no mundo. Podem ser causadas também devido à doenças autoimunes, como no caso das síndrome 
de Guillain-Barré, devido a agentes tóxicos como metais pesados, devido distúrbios nutricionais como carência de 
algumas vitaminas, devido ao alcoolismo, entre outras. 
c) Mononeuropatia múltipla: podem ter origem em mecanismos autoimunes e vasculares, que resultam em 
inflamação, oclusão e isquemia de nervos periféricos e cranianos de maneira multifocal e assimétrica. 
3 – Patogênese: 
• A integridade do axônio é essencial para a propagação do potencial de ação no nervo motor ou sensitivo. 
• Assim, a lesão axonal pode bloquear essa transmissão, além disso, a desmielinização também atrapalha a 
transmissão, pois interrompe a condução saltatória, desacelerando a velocidade de condução nervosa. 
• Assim, patologicamente, as lesões podem ser divididas em 4 categorias principais: 
- Degeneração neuronal: lesão de CCs dos nervos motores ou sensitivos, com subsequente degeneração de seus 
axônios periféricos. 
- Degeneração walleriana: lesão em um ponto específico do axônio, com degeneração distal à lesão. 
- Degeneração axonal: lesão axonal difusa. 
- Desmielinização segmentar: lesão da bainha de mielina, sem lesão do axônio. 
4 – Sinais e sintomas: 
a) Mononeuropatias: as alterações motoras, sensoriais e reflexas se restringem às áreas inervadas pelos nervos 
comprimidos ou lesionados. Mononeuropatia única ou múltipla, é caracterizada por dor, paresia e parestesia na 
distribuição do nervo afetado. A mononeuropatia múltipla é assimétrica e todos os nervos afetados podem ser 
envolvidos desde o início ou progressivamente. O envolvimento de muitos nervos pode simular uma polineuropatia. 
b) Polineuropatias: A polineuropatia é relativamente simétrica. 
• A forma mais comum de polineuropatias, observadas em doenças metabólicas (p. ex., diabetes melito, 
insuficiência renal, desnutrição), se desenvolve lentamente, frequentemente após meses ou anos; usualmente inicia-
se com anormalidades sensoriais nas extremidades inferiores. 
• As anormalidades usualmente são mais graves na região distal que proximal. 
• Os sintomas de polineuropatias incluem dor distal, parestesias, paresias e hipoestesias. 
• A dor pode ser espontânea ou provocada por estimulação da pele, e pode ser em ardência ou em pontada. 
• Frequentemente, a dor piora à noite e pode ser agravada por alterações de temperatura. 
• A hipoestesia pode ocasionar lesões traumáticas repetidas pela não percepção da dor. 
• Podem ser demonstrados sinais objetivos de perda sensorial, tipicamente com distribuição em bota e luva. 
• O tendão de Aquiles e outros reflexos profundos do tendão estão diminuídos ou abolidos. 
• A deficiência proprioceptiva ou sensorial pode conduzir a anormalidades de marcha e Romberg positivo. 
• O SNA pode ser envolvido, conduzindo a diarreia noturna, incontinência intestinal e vesical e impotência. 
5 – Diagnóstico: Realização de um exame clínico completo, com enfoque nas possibilidades diagnósticas das 
mono/polineuropatias. Os achados laboratoriais frequentemente são úteis, tais como: 
- O hemograma, que pode revelar hemácias pontilhadas de intoxicação por chumbo. 
- Glicose e creatinina no sangue podem sugerir um diagnóstico de insuficiência renal ou diabetes melito. 
- A urina deve ser checada para metais pesados. 
- A pesquisa de anticorpos direcionados contra componentes dos nervos ou contra a mielina. 
- A função tireoide deve ser avaliada pela dosagem de T3 e T4 e TSH. 
- A Eletromiografia (EMG) e testes de velocidade de condução nervosa auxiliam a confirmar a neuropatia e a 
documentar o envolvimento específico do nervo e o tipo predominante de fibra envolvida (sensorial, motora). 
Lesões desmielinizantes diminuem as conduções nervosas e pode ser detectado pela EMG. 
6 – Principais mononeuropatias e mononeuropatias múltiplas 
1 – Síndrome do túnel do carpo (Compressão do nervo mediano): 
• O nervo mediano origina-se do plexo braquial e inerva os músculos do antebraço e da mão e propicia sensibilidade 
cutânea da face palmar dos 3 primeiros dedos e metade do 4º dedo da mão. 
• O túnel do carpo se localiza na base da palma da mão e nessa localização o nervo mediano está sujeito a 
compressão pela flexão e extensão repetitivas, bem como por traumas. 
• A compressão também pode se dar acima do cotovelo ou no cotovelo. 
• Os principais sintomas são: dor e parestesia nos 3 primeiros dedos da mão, dificuldade de tarefas manuais finas. 
• O tratamento envolve o uso de anti-inflamatórios, imobilização e fisioterapia. 
2 – Compressão do nervo Ulnar: 
• O nervo ulnar com origem no plexo braquial, inerva os músculos do antebraço e da mão e proporciona 
sensibilidade ao dorso da mão e aos 5º dedo e metade do 4º dedo. 
• Ele passa por diversos estreitamentos ósseos no membro superior, onde pode sofrer compressão (Canal de Guyon) 
• A compressão frequentemente é causa de repouso do cotovelo sobre superfícies duras por muito tempo. 
• Os principais sintomas são: a parestesia e dor no 4º e 5º, deformidade em garra e dificuldade em tarefas manuais. 
• Anti-inflamatório, imobilização e fisioterapia. 
3 – Mononeuropatia Multiplex 
• É o nome dado a várias síndromes em que uma crise autoimune envolvendo a vascularização dos nervos 
periféricos que resulta em inflamação, oclusão e isquemia dos nervos periféricos e cranianos, de maneira multifocal. 
• Se instalam em questão de horas ou dias. 
• Os principais sintomas são as a queda do punho, do pé e paralisia facial. 
• é uma emergência neurológica, pois pode progredir para insuficiência respiratória. 
• O tratamento é a base de imunossupressores. 
4 – Plexite Braquial 
• Consiste em uma crise dolorosa, inflamatória do plexo braquial, geralmente com distribuição multifocal. 
• Acredita-se que tem origem autoimune. 
• Os pacientes apresentam dor aguda no ombro e fraqueza e parestesia do braço dentro de horas a dias. 
• A maioria dos pacientes se recupera sem tratamento, mas a fisioterapia é útilpara prevenir complicações. 
5 – Principais Polineuropatias 
1 – Síndrome de Guillain-Barré (PDIA) 
• Refere-se a um grupo de doenças autoimunes que acometem os nervos periféricos. 
• A forma mais comum da SBG é denominada polirradiculopatia desmielinizante inflamatória aguda. 
• Se caracteriza pela: redução ou ausência de condução do impulso nervoso que leva à contração da musculatura 
estriada esquelética, resultado em fraqueza muscular progressiva e atenuação ou perda dos reflexos. 
• Os antígenos alvo estão localizados na bainha mielínica. 
• No quadro típico, a paralisia evolui de forma ascendente, iniciando-se nos MMII, podendo levar à perda da marcha. 
• A desmielinização começa nos nervos proximais, estendendo-se para os distais, à medida que a doença progride. 
• A PDIA usualmente começa 1-3 semanas após uma infecção ou evento incitante, como uma cirurgia. 
• A paralisia é máxima por volta de 2 semanas a 1 mês e se progredir mais é considerada crônica. 
• A síndrome de Guillain-Barré é aguda e de evolução rápida, período de estabilização e melhora completa. 
• A paralisia da musculatura respiratória pode se instalar rapidamente, à medida que a doença progride, por isso é 
necessária a identificação desses pacientes para intubação e ventilação mecânica até que a doença seja estabilizada. 
• Além do suporte ventilatório, são utilizados imunoglobulinas e imunomoduladores. 
OBS: é igual à esclerose múltipla, no entanto, esta ocorre no SNP. 
2 – Polineuropatia causada por Hanseníase 
• Os monócitos infectados transmitem a bactéria (M. Leprae) aos nervos durante o transporte macrofágico. 
• A bactéria ataca as células de Schwann, produzindo lesão axonal difusa e formação de granulomas. 
• A hanseníase neurítica manifesta-se como disfunção sensitiva em direção distal, gerando déficits e fraqueza mais 
proeminentes e territórios inervados pelos nervos ulnar e tibial. 
• Característica incomum é que os reflexos tendinosos estão preservados (não acontece em outras neuropatias). 
• O tratamento é medicamentoso. 
3 – Neuropatia Alcoólica A neuropatia periférica é a doença neurológica mais frequente associada ao alcoolismo. Ela 
é causada tanto pela toxicidade direta do álcool como pela deficiência de tiamina. Os pacientes apresentam uma 
perda sensitiva distal e simétrica, de inicio gradual, fraqueza muscular, redução dos reflexos tendinosos e parestesia 
nos membros. O tratamento consiste na abstinência de álcool e na reposição de tiamina. 
4 – Neuropatias Tóxicas Os nervos podem ser lesados por toxinas, metais pesados como chumbo e mercúrio e 
agentes farmacológicos. Uma neuropatia com distribuição simétrica tipo botas e luvas é encontrada com maior 
frequência, estando associada à paresia distal e hiporreflexia. Tratamento: interrupção do agente ofensor. 
5 – Neuropatias diabéticas O diabetes melito é uma das causas mais comuns de neuropatia e a lesão nervosa 
diabética pode produzir diferentes tipos de síndromes clinicas. 
a) Neuropatia simétrica distal 
• É o tipo mais comum e se manifesta inicialmente por parestesia nos pés. 
• Por meses a anos, os sintomas ascendem nos 2 MMII e, por fim, afetam os MMSS. 
• A perda da sensibilidade do pé aumenta a probabilidade de ulceração cutânea que pode resultar em necrose. 
• A perda da sensibilidade é seguida pela perda da propriocepção, que pode causar ataxia da marcha. 
• Por fim, há paresia distal e atrofia, com ascensão gradual. 
b) Neuropatia dolorosa de fibras pequenas: Pequenas fibras cutâneas de sensibilidade dolorosa e térmica são 
lesadas, resultando na perda sensitiva. Além disso, outros sintomas como a dor neuropática e o emagrecimento 
podem estar presentes. 
c) Neuropatia autonômica: Está presente em 50% dos diabéticos e usualmente causa disfunção geniturinária e 
dismotilidade gastrointestinal. Pode gerar isquemia cardíaca e arritmias, sendo a causa mais comum de morte em 
diabéticos. 
d) Síndromes neuropáticas regionais: Produz lesão seletiva em um grupo de nervos em uma região específica, como 
na amiotrofia diabética. Manifesta-se por paresia na região proximal do MI, que se instala gradualmente, muitas 
vezes acompanha por perda de peso e dor na coxa. 
 Tratamento: O controle da glicemia é o método mais eficaz para a prevenção do desenvolvimento da neuropatia 
diabética, além de limitar a sua progressão, caso já tenha se instalado. 
 
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Problema 02 – Medula Espinhal: 
 
1 – Medula macroscópica: 
• A medula espinhal é uma massa cilíndrica de 45cm que fica dentro do canal vertebral e que, juntamente com o 
encéfalo, forma o SNC. 
• Cranialmente limita-se com o bulbo ao nível do forame magno e caudalmente termina em L2, onde forma o cone 
medular, que continua com um filamento meníngeo, o filamento terminal. 
• Após o cone medular, há apenas nervos espinhais que formam a cauda equina. 
OBS: Mielomeningocele: O tubo neural pode não se fechar completamente durante o desenvolvimento fetal 
(geralmente por carência de ácido fólico na gestação), gerando a mielomeningocele. Quando isso acontece, o tecido 
nervoso sai por esse orifício, formando uma protuberância, na qual a medula espinhal fica sem proteção. A 
exposição da medula resulta em deficiências neurológicas com distúrbios sensitivos e ortopédicos, geralmente nos 
MMII. O paciente pode apresentar graus variáveis de paralisia e ausência de sensibilidade abaixo da lesão medular. 
1 – Estrutura geral da medula: 
• A medula não tem um calibre uniforme, apresentando intumescência cervical e lombar, que correspondem as 
áreas em que as raízes nervosas formam os plexos braquial e lombossacral, que inervam os MMII e MMSS. 
• Isso se deve a maior quantidade de fibras nervosas necessárias para a inervação dos membros. 
• A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais: fissura mediana anterior, sulco mediano 
posterior, sulco intermédio posterior e sulco lateral posterior e anterior (por onde entram as raízes dos NE). 
• Na medula, a SC se localiza por dentro da branca e apresenta forma de borboleta. 
• Nela, existem 3 colunas de cada lado, a anterior, a posterior e a lateral (medula T1 a L2 SNAS). 
• A SB é formada por fibras mielinizadas que sobem e descem na medula, agrupadas de cada lado em 3 funículos: 
- Funículo anterior: entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. 
- Funículo lateral: entre o sulco lateral anterior e posterior. 
- Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior o mediano posterior (septo mediano posterior ligado a SC). 
• O funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em dois fascículos, o grácil e o cuneiforme, regiões 
por onde passarão tratos que carregam estímulos nervosos aos núcleos do bulbo (núcleos grácil e cuneiforme) e 
destes, ao tálamo, onde serão interpretados. 
2 – Segmentos medulares (conexões com os nervos espinhais): 
• A partir do 4º mês de vida embrionária, o crescimento das vértebras é mais rápido que o da medula e os 
filamentos nervosos caudais da medula, descem para acompanhar seus respectivos forames intervertebrais, 
formando a cauda equina, a partir de L2. 
• Devido a isso, os únicos segmentos medulares adjacentes aos respectivos corpos vertebrais são os cervicais. 
• Abaixo desse nível, as vértebras deixam de manter relação com seus respectivos segmentos medulares e devemos 
considerar a seguinte regra: 
- Processos espinhoso de C2 a T10: adiciona-se 2 ao nº da vértebra e tem-se o seguimento medular correspondente. 
- Processos espinhosos de T11 e T12 – segmentos L1 a L5 
- Processo espinhoso L1 – segmentos S1 a S5 
3 – Meninges e espaços: Assim como todo SNC, a medula é envolvida por membranas fibrosas, as meninges: 
a) Dura-máter: é mais rígida devido à espessura proporcionada pelas muitas fibras colágenas presentes. 
Cranialmente continua com a dura-máter craniana e caudalmente termina em um fundo-de-saco em S2. Seus 
prolongamentos laterais formam o epineuro,que envolve os nervos espinhais. 
b) Aracnoide: é um folheto justaposto à DM composto por trabéculas que unem este folheto à pia-máter. 
c) Pia-máter: é a meninge mais interna e delicada. Ela adere ao tecido nervoso da superfície da medula e continua 
caudalmente, quando a medula termina no cone medular, formando o filamento terminal pial, que perfura o fundo 
do saco dural e continua até o hiato sacral, onde recebe prolongamentos da dura-máter e forma o filamento 
terminal dural, que ao se inserir no cóccix forma o ligamento coccígeo. A pia-máter forma, de cada lado da medula, 
uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado que constitui, ao lado do ligamento coccígeo, meios de 
fixação da medula, limitando o seu deslocamento. 
• Com relação às meninges que envolvem a medula, existem três cavidades ou espaços: 
- Epidural: fica entre o periósteo do canal vertebral e a dura-máter. 
- Subdural: fica entre a dura-máter e a aracnoide. 
- Subaracnóideo: Fica entre a aracnoide e a PM. É o maior espaço, onde se localiza grande quantidade de líquor. 
OBS: O melhor lugar para exploração clínica do espaço subaracnóideo é entre L2 e S2 pois, entre esses dois níveis o 
espaço subaracnóideo é maior e contém maior quantidade de líquor, além disso, nele encontram-se apenas o 
filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina, não havendo perigo de lesão medular. 
• A exploração do espaço subaracnóideo pode servir para: 
- Retirada de líquor para fins terapêuticos ou diagnósticos. 
- Medida da pressão do líquor. 
- Introdução de anestésicos nas anestesias raquidianas. 
- Administração de medicamentos. 
4 – Anestesias: Em geral são feitas anestesias peridurais e raquidianas nos espaços meníngeos para bloquear as 
raízes nervosas que os atravessam, sobretudo em cirurgias do períneo, cavidade pélvica e abdominal: 
a) Raquidianas: O anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha, que perfura a pele, a 
tela subcutânea, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, a DM, e a aracnoide. Certifica-se que a agulha 
atingiu o espaço subaracnóideo pela presença do líquor que goteja de sua extremidade. 
OBS: É comum o paciente relatar cefaleia no pós-operatório com raquianestesia. Essa é explicada pelo fato de que, 
ao perfurar a DM, cria-se um canal de saída, formando um gradiente de pressão, que por sua vez leva à saída do 
líquor. A saída do líquor por ação da gravidade promove um tracionamento das meninges que levará à cefaleia. 
b) Epidurais: São feitas geralmente na região lombar, introduzindo-se o anestésico no espaço epidural, onde se 
difunde e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos NE. Certifica-se que a agulha atingiu o 
espaço epidural quando ocorre uma súbita baixa de resistência, indicando que ela perfurou o ligamento amarelo. 
 
2 – Medula microscópica: 
1 – Conceitos básicos: 
- Trato: feixe de fibras com a mesma origem, função e destino. 
- Fascículo: trato mais compacto. 
- Funículo: vários tratos ou fascículos (usado para a SB da medula). 
- Lemnisco: feixes de fibras sensitivas que levam impulsos ao tálamo. 
- Decussação: formação anatômica formada por fibras que cruzam obliquamente o plano mediano. 
- Comissura: formação anatômica formada por fibras que cruzam perpendicularmente o plano mediano. 
- Fibras de projeção: fibras de uma área do SNC que se projetam para fora dos limites dessa área. 
- Fibras de associação: fibras que associam pontos de uma mesma área, sem sair dela. 
2 – Organização: Como visto, a medula possui sulcos e a SC da medula, dotada de cornos, é circundada pela SB, 
constituindo, de cada lado, os funículos anterior, lateral e posterior, este ultimo compreendendo os fascículos grácil 
e cuneiforme. Entre a fissura mediana anterior e a SC, localiza-se a comissura branca, local de cruzamento de fibras, 
principalmente sensitivas. 
3 – Substancia cinzenta: 
• A SC pode ser dividida por linhas que tangenciam os contornos anterior e posterior do ramo horizontal do H. 
• Assim a SC é dividida em coluna anterior, posterior e SC intermédia, esta ultima, subdivida em central e lateral 
(onde fica a coluna lateral – SNA – T1 a L2). 
1 – Classificação dos neurônios medulares da SC: 
a) Neurônios de axônio grande: 
 Radiculares: apresentam axônio muito longo e saem da medula para constituir a raiz ventral. 
• Radiculares viscerais: neurônios pré-ganglionares do SNA, cujos CC localizam-se na SC intermédia lateral (T1 a L2), 
inervam musculo liso, glândula e músculo cardíaco. 
• Radiculares Somáticos: (neurônios motores inferiores): 
- Inervam os músculos estriados esqueléticos e têm o corpo celular na coluna anterior. Podem ser alfa ou gama: 
- Alfa: são fibras extrafusais que contribuem efetivamente para a contração muscular. 
- Gama: são responsáveis pela inervação motora das fibras intrafusais e atuam na sensibilidade proprioceptiva dos 
fusos neuromusculares. Para a execução de um movimento voluntário, eles são ativados simultaneamente com os 
alfa, o que permite que os fusos neuromusculares continuem a enviar informações proprioceptivas ao SNC, mesmo 
durante a contração muscular desencadeada pela atividade dos neurônios alfa. 
 Cordonais: seus axônios ganham a SB, onde tomam direção ascendente ou descendente, constituindo as fibras 
que formam os funículos da medula. 
• Cordonais de projeção: possuem um axônio ascendente longo, que termina fora da medula (tálamo, cérebro, etc), 
integrando as vias ascendentes da medula. 
• Cordonais de associação: possuem axônio curto que, ao chegar à substância branca, se bifurca em um ramo 
ascendente e outro descendente, ambos terminando na SC da própria medula. 
- As fibras nervosas formadas por estes neurônios dispõem-se em torno da substancia cinzenta, formando os 
fascículos próprios, existentes nos três funículos da medula. 
- Integram os segmentos medulares, permitindo reflexos intersegmentares da medula. 
- Ao contrário dos reflexos intrasegmentares, onde a parte aferente do arco reflexo se liga à eferente no mesmo 
segmento, nos reflexos intersegmentares, o impulso aferente chega à medula em um segmento e a resposta 
eferente se origina em segmentos às vezes distantes. 
Ex: reflexo de coçar do cão. Em um cão submetido à uma secção da medula cervical, estimula-se a pele da parte 
dorsal do tórax puxando-se um pelo, observa-se que a pata posterior do mesmo lado inicia movimentos de coçar. 
Esse arco reflexo envolve: neurônios sensitivos ligando a pele ao segmento na medula torácica, neurônios de 
associação com axônio ligando a parte torácica aos segmentos dos nervos da pata posterior e neurônios motores 
para os músculos das patas posteriores. 
b) Neurônios de axônio curto (internunciais): Neurônios pequenos que permanecem na SC. 
• Estabelecem conexão entre as fibras aferentes e os neurônios motores, interpondo-se em vários reflexos. 
• Além disso, muitas fibras que trazem impulsos do encéfalo terminam em neurônios internunciais. 
• Ex: célula de Renshaw: os impulsos nervosos das células de Renshaw inibem neurônios motores, que antes de 
deixarem a medula, emitem um ramo colateral recorrente que volta e termina estabelecendo sinapse com uma 
célula de Renshaw, que, por sua vez, faz sinapse com o próprio neurônio motor que emitiu o sinal. 
• Arco reflexo cruzado: Quando um impulso nervoso de dor chega à coluna posterior, muitas vezes o estímulo se 
propaga até os motoneurônios alfa por meio de dos neurônios internunciais do mesmo lado, gerando o arco reflexo 
simples. No entanto, algumas vezes é comum que haja um prolongamento desse neurônio internuncial para o lado 
oposto, que faz sinapse com o neurônio motor para avisar a necessidade de contração simultânea. 
Ex: se uma pessoa pisa em um prego, esse estímulo faz com que os músculos da coxa se contraiam para a perna ser 
retirada do local. Porém, essa contração não acontece sozinha, pois, ao retirar a perna da superfície cortante, 
automaticamente a perna de apoio contrai seus músculos para não cairmos.2 – Núcleos e lâminas da SC: Os neurônios da SC medular se agrupam em núcleos e lâminas. 
• Coluna anterior: divide-se em 2 grupos de neurônios: 
- Grupo medial: estão em todos os níveis medulares e inervam a musculatura axial. 
- Grupo lateral: estão apenas nas regiões das intumescências lombar e cervical e inervam a musculatura apendicular 
superior e inferior. Os neurônios mais mediais inervam a musculatura proximal e os + laterais, a distal. 
• Coluna Posterior: são mais evidentes 2 núcleos: o torácico (núcleo dorsal) e a substância gelatinosa: 
- Substância gelatinosa: É chamada de portão da dor, pois recebe fibras sensitivas e regula a entrada de impulsos 
dolorosos no SNC. 
- Núcleo torácico: está anterior à substancia gelatinosa e se relaciona com a propriocepção inconsciente, contendo 
neurônios que se projetam até o cerebelo na forma do trato espinocerebelar posterior. 
4 – Substância branca: As fibras da SB agrupam-se em tratos e fascículos que formam vias por onde passam os 
impulsos nervosos. Temos assim, tratos e fascículos que constituem as vias descendentes e ascendentes da medula, 
formados por neurônios de projeção. 
1 – vias descendentes: 
• São formadas por fibras que saem do córtex cerebral ou do tronco e terminam em neurônios medulares. 
• Quando terminam em neurônios pré-ganglionares são classificadas como vias descendentes viscerais. 
• Outras vias terminam fazendo sinapse com neurônios da coluna posterior e regulam a penetração de impulsos 
sensoriais no SNC. 
• O contingente mais importante termina direta ou indiretamente em neurônios motores somáticos, constituindo as 
vias motoras descendentes somáticas, que podem ser divididas em sistema lateral e sistema medial. 
 Sistema Lateral: 
a) Corticoespinhal Lateral: Passa pelo funículo lateral. 
- Origem: córtex cerebral contralateral. 
- Função: motricidade voluntária da musculatura distal dos membros. 
- Na decussação das pirâmides, algumas fibras do trato corticoespinhal se cruzam, assim, a motricidade voluntária 
também é cruzada. Um pequeno número de fibras não se cruza na decussação das pirâmides e continua em posição 
anterior, constituindo o trato corticoespinhal anterior (funículo anterior) e faz parte do sistema medial. 
b) Rubroespinhal: Passa pelo funículo lateral. 
- Origem: núcleo rubro (mesencéfalo) contralateral. 
- Função: motricidade voluntária da musculatura distal dos membros. 
- Se assemelha ao TCE lateral, no entanto possui um número muito pequeno de fibras. 
 Sistema Medial: 
a) Corticoespinhal Anterior: Passa pelo funículo anterior. 
- Origem: córtex motor ipsilateral. 
- Função: motricidade axial e proximal dos MMSS. 
- Antes de terminar, cruza o plano mediano e termina em neurônios motores do lado oposto. 
b) Tetoespinhal: Passa pelo funículo anterior. 
- Origem: Colículo superior do mesencéfalo. 
- Função: Participa da orientação sensorial motora da cabeça, estando mais limitado a reflexos em que a 
movimentação decorre de estímulos auditivos, visuais e táteis. 
c) Reticuloespinhal pontino e bulbar: Funículo anterior e lateral, respectivamente. 
- Origem: Formação reticular pontina e bulbar no tronco encefálico. 
- Funções: Ajustes corporais ativando (pontino) e relaxando (bulbar) a musculatura extensora do MI, além de 
atuarem na motricidade da musculatura axial e proximal. 
d) Vestibuloespinhal medial e lateral: Funículo anterior e lateral. 
- Origem: Núcleo vestibular medial e lateral (área vestibular do IV ventrículo). 
- Função: Ajustes posturais do corpo, cabeça e tronco, para manutenção do equilíbrio. 
2 – Vias ascendentes: 
a) Vias do Funículo Posterior: 
- Funções de ambos: propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia. 
- Fascículo grácil: 
* Origem: inicia-se no limite caudal da medula, terminando no núcleo grácil do bulbo. 
* Conduz impulsos dos MMII e da metade inferior do tronco e pode ser identificado em toda a extensão da medula. 
- Fascículo cuneiforme: 
* Origem: é evidente a partir da medula torácica alta, e é formado por fibras que penetram pelas raízes cervicais e 
torácicas superiores, terminando no núcleo cuneiforme do bulbo. 
* Conduz impulsos originados nos MMSS e na metade superior do tronco. 
b) Vias do Funículo Anterior: Trato Espinotalâmico Anterior: formado por axônios de neurônios situados na coluna 
posterior que cruzam o plano mediano e fletem-se cranialmente, terminando no tálamo (pressão e tato protop.). 
c) Vias do Funículo Lateral: 
- Trato Espinotalâmico lateral: formado por axônios de neurônios da coluna posterior que cruzam o plano mediano 
na comissura branca e ganham o funículo lateral, onde se fletem cranialmente, terminando no tálamo. (temperatura 
e dor). Junto dele, seguem as fibras espinoreticulares, que também conduzem impulsos dolorosos. 
- Trato Espinocerebelar posterior formado por axônios da coluna posterior que emitem axônios que ganham o 
funículo lateral do mesmo lado, fletindo-se cranialmente e penetrando o cerebelo pelo PCI (propriocepção 
inconsciente). 
- Trato Espinocerebelar anterior: formado por axônios de neurônios da coluna posterior e SC intermédia. Emitem 
axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto, fletindo-se cranialmente para penetrar o 
cerebelo pelo PCS (usada pelo cerebelo para controle da motricidade). 
 
3 – Síndromes medulares: 
1 – Generalidades: 
a) Tipos de paralisia/plegia (diferente de paresia, que significa fraqueza): 
- Hemiplegia: paralisia de um dos lados do corpo, incluindo o MS, a metade do tronco e o MI. 
- Monoplegia: paralisia de apenas um membro. 
- Diplegia: paralisia de dois membros correspondentes. 
- Paraplegia: paralisia dos membros inferiores. 
- Quadriplegia: paralisia de todos os quatro membros. 
b) Alterações da sensibilidade: 
- Anestesia: desaparecimento de uma ou mais modalidades de sensibilidade, mais para a tátil, uma vez que, para a 
dolorosa o termo mais utilizado é analgesia. 
- Hipoestesia: diminuição da sensibilidade. 
- Hiperestesia: aumento da sensibilidade. 
- Parestesia: aparecimento, sem estimulação, de sensações espontâneas e mal definidas como o “formigamento”. 
- Algias: dores, em geral. 
c) Síndrome do neurônio motor inferior: Trauma, infecções (poliomielite), distúrbios vasculares, etc, podem, todos, 
produzir lesão do neurônio motor inferior, por destruírem o corpo celular, localizado na coluna anterior da SC 
medular, ou seu axônio, na raiz ventral ou no nervo espinhal. Sinais clínicos: 
- Paralisia flácida: nos músculos que inerva. 
- Atrofia: nos músculos que inerva. 
- Arreflexia: nos músculos que inerva. 
- Fasciculações: é o tremor dos músculos. 
d) Síndrome do neurônio motor superior: lesões das vias descendentes medulares produzem os seguintes sinais: 
- Sinal de Babinski: Dorsiflexão do hálux e abertura em abano dos outros artelhos. Ocorre pois, os tratos 
corticoespinhais provocam a flexão plantar dos artelhos, em resposta à estimulação sensorial da pele do pé. Quando 
os tratos corticoespinhais não estão funcionantes, a influencia de outros tratos descendentes sobre os artelhos 
passa a ser aparente, como um reflexo de retirada. 
- Hiperreflexia: abaixo da lesão. 
- Hipertonia/espasticidade: o MI é mantido em extensão e o MS em flexão. 
- Reflexos abdominais superficiais ausentes: esse reflexo depende do trato corticoespinhal. 
2 – Síndrome do choque espinhal: Imediatamente após traumatismo da medula as funções abaixo da lesão ficam 
deprimidas ou perdidas, ocorrendo o comprometimento sensorial e paralisia flácida (SNMI). O choque pode persistir 
por 1 a 4 semanas e à medida que diminui, os neurônios recuperam sua excitabilidade, e os efeitos da perda dos 
neurônios motores superiores abaixo do nível da lesão SNMS (ex: espasticidade e reflexos exagerados) vão aparecer. 
3 – Síndrome das colunas dorsais da substância branca (Tabes dorsalis): Geralmente causadas por sífilis, traumas 
ou deficiência de vitamina B12, as lesões do funículo posterior, geralmente comprometem os fascículosgrácil e 
cuneiforme. Esse comprometimento acomete as funções dessas vias, com a perda da propriocepção consciente, 
manifestada por ataxia, além da perda da sensibilidade vibratória, da estereognosia e do tato epicrítico. 
4 – Síndrome central da medula (siringomielia, hepatomielia) É observada na siringomielia. Caracteriza-se pela 
formação de uma cavidade no interior da medula, levando à destruição da SC intermédia central e da comissura 
branca, interrompendo os tratos espinotalâmicos laterais, quando eles cruzam ventralmente ao canal central. 
Ocorre, assim, perda da sensibilidade térmica e dolorosa de ambos os lados, em uma área que corresponde aos 
dermátomo relacionados com as fibras lesadas, dependendo da localização e da extensão da cavidade. Na forma 
habitual da siringomielia, as alterações resultantes do acometimento da SC apresentam-se nos MMSS e tronco, com 
disposição topográfica em xale ou jaqueta. Nestas áreas, não há comprometimento do funículo posterior, 
permanecendo o tato epicrítico, a propriocepção consciente, a sensibilidade vibratória e a estereognosia. Há 
também a persistência do tato protopático, uma vez que, as fibras do trato espinotalâmico anterior são, em parte, 
poupadas, porque as fibras da raiz dorsal da medula, dão ramos ascendentes muito grandes, que emitem colaterais 
em várias alturas antes de fazer sinapse na coluna posterior e cruzar para o lado oposto. Com a extensão do 
processo, a siringomielia pode acometer as colunas ventrais da medula, aparecendo amiotrofias e paralisias dos 
MMSS e tronco. 
OBS: a perda da sensibilidade térmica e dolorosa, com persistência da sensibilidade tátil e proprioceptiva, é 
denominada dissociação sensitiva. 
5 – Síndrome da hemissecção medular: A hemissecção da medula produz um conjunto de sintomas conhecido por 
síndrome de Brown-Séquard. Os sintomas resultam da interrupção dos principais tratos que percorrem a metade da 
medula. Os sintomas resultantes da secção dos tratos que não se cruzam na medula, aparecem do mesmo lado da 
lesão. Já os resultantes da lesão dos tratos que se cruzam na medula, manifestam-se do lado oposto ao lesado. E 
todos esses sintomas aparecem abaixo do nível da lesão: 
a) Sintomas do mesmo lado da lesão: 
- SNMS, por interrupção dos tratos descendentes na metade da lesão. 
- Perda da propriocepção consciente, do tato epicrítico, da sensibilidade vibratória e estereognosia, por interrupção 
das fibras dos fascículos grácil e cuneiforme. 
b) Sintomas do lado oposto ao da lesão (tratos cruzados): 
- Perda da sensibilidade térmica e dolorosa, a partir de 1 ou 2 dermátomos abaixo do nível da lesão, por interrupção 
do trato espinotalâmico lateral. 
- Pequena diminuição da sensibilidade de pressão e tato protopático, por comprometimento do trato espinotalâmico 
anterior. Esse comprometimento é pequeno, porque as fibras da raiz dorsal dão ramos ascendentes muito grandes, 
que emitem colaterais em várias alturas antes de fazer sinapse com a coluna posterior e cruzar para o lado oposto. 
6 – Síndrome das colunas anteriores da medula: (ELA e poliomielite) Na poliomielite (paralisia infantil), o vírus 
destrói especificamente os neurônios motores da coluna anterior. Nesse caso, ocorre uma SNMI nos músculos 
correspondentes à área da medula lesada. Quando a destruição se dá nos neurônios responsáveis pelos movimentos 
respiratórios, pode haver morte por insuficiência respiratória. Já a ELA, é uma doença de etiologia desconhecida que 
atinge, além dos neurônios motores das colunas cinzentas anteriores da medula, os tratos corticoespinhais, ficando 
mantida as sensibilidades. Assim, os sinais da SNMI (atrofia muscular, paresia e fasciculações) são sobrepostos aos 
sinais da SNMS (Hiperreflexia, espasticidade e resposta de Babinski positiva). 
7 – Síndrome medular anterior: (artéria espinhal anterior): Os sintomas se estabelecem abruptamente, iniciando-se 
por intensa dor constritiva, localizada nos territórios correspondentes à lesão, acompanhada de SNMI bilateral no 
segmento da lesão e SNMS bilateral abaixo da lesão (interrupção dos tratos corticoespinhais anteriores e laterais). 
Perda bilateral da sensibilidade térmica e dolorosa (interrupção dos TETL) abaixo da lesão, leve perda bilateral da 
sensibilidade de pressão e tato protopático (interrupção dos TETA) abaixo da lesão, presença de perturbações 
esfinctéricas como incontinência urinária e propriocepção consciente preservada. 
8 – Síndrome da transecção medular: Pode ser causada por traumatismos raquimedulares, processos compressivos 
da medula, degenerativos, inflamatórios ou desmielinizantes, caracteriza-se por SNMI no segmento da lesão e SNMS 
abaixo do nível da lesão, perda bilateral de todas as sensibilidades abaixo da lesão e possivelmente, 
comprometimento vesical e intestinal. 
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Problema 03 – Bulbo: 
 
1 – Bulbo macroscópico: 
• O forame magno marca o limite inferior do bulbo e o sulco bulbo-pontino, o superior (contorno ventral do órgão). 
• No bulbo estão os sulcos que continuam com os da medula e que delimitam as áreas anterior, lateral e posterior. 
• Área anterior: Nos lados da fissura mediana anterior existem uma eminências alongadas, a pirâmide, formada pelo 
trato corticoespinhal que liga as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula. Na parte caudal do 
bulbo, fibras do T. CE cruzam o plano mediano obliterando a fissura mediana anterior na decussação das pirâmides. 
• Área lateral: Fica entre os sulcos lateral anterior e posterior, onde fica a oliva, formada pelo núcleo olivar inferior. 
Ventralmente à oliva emergem, do sulco lateral anterior, os filamentos radiculares do nervo hipoglosso (XII). Do 
sulco lateral posterior emergem os filamentos radiculares dos nervos glossofaríngeo (IX), vago (X) e da raiz bulbar do 
nervo acessório (XI) que se une com a raiz espinhal vinda da medula. 
• Área posterior: é uma continuação do funículo posterior da medula e possui os f. grácil e cuneiforme, que 
terminam nos núcleos grácil e cuneiforme, formando os tubérculos grácil e cuneiforme, que se afastam como um V 
no aparecimento do IV ventrículo e continuam para cima com o PCI, formado por fibras que penetram o cerebelo. 
• O canal central da medula se abre na parte posterior do bulbo para formar esse IV ventrículo, que tem seus limites 
laterais formados pelo afastamento do sulco mediano posterior. Nessa porção aberta do bulbo estão o trígono do 
hipoglosso e do vago (projeções dos núcleos do XII e X) e a área vestibular, onde se localizam os núcleos vestibulares 
e o locus ceruleus. Abrigam ainda, o colículo facial (formado pelo núcleo do abducente) e as estrias medulares. 
• Função: Quanto à sua função, o bulbo controla o ritmo respiratório e o cardíaco. Isso é possível pois nele existem 
neurônios da formação reticular, que se agrupam no centro respiratório e cardiovascular e são responsáveis por 
receber informações do núcleo do trato solitário, que está intimamente ligado com o controle das funções 
cardiovasculares e respiratórias. 
 
2 – Bulbo microscópico: 
• Existem algumas diferenças entre o bulbo e a medula, por exemplo, no bulbo há a fragmentação da SC, devido ao 
aparecimento de fibras transversais. 
• Com isso, surgem os núcleos dos NC, que são formados por uma SC homóloga à da medula, motoras ou sensitivas. 
• Já os núcleos que não têm tem correspondência com a SC da medula, constituem a SC própria do bulbo. 
• Outra diferença entre a medula e o bulbo é a presença da formação reticular, que preenche o espaço entre os 
núcleos e tratos e tem uma estrutura intermediária entre a SB e SC, sendo composta de corpos de neurônios e 
neuroglia. Essa formação tem como função conectar centros do SNC, como o hipotálamo e o sistema límbico a 
núcleos de NC e à medula, por exemplo. 
• À medida que se sobe no bulbo, ele fica mais diferente da medula, devido a: 
- Aparecimento de núcleos própriosdo bulbo: sem correspondentes na medula (ex: grácil, cuneiforme e olivares) 
- Decussação das pirâmides: formada pelo cruzamento das fibras do TCE, atravessam a SC separando a cabeça da 
base da coluna anterior. 
- Decussação dos lemniscos: são fibras que se originam nos núcleos grácil e cuneiforme (arqueadas internas), que 
passam através da coluna posterior, fragmentando-a e cruzam o plano mediano para se fletirem cranialmente e 
formarem o lemnisco medial, que conduz ao tálamo os impulsos dos F. Grácil e cuneiforme da medula do lado 
oposto. 
- Abertura do IV ventrículo: ocorre pois, em níveis mais altos do bulbo, as fibras dos f. grácil e cuneiforme vão 
diminuindo à medida que terminam nos núcleos. Não havendo estrutura no funículo posterior, o canal central se 
abre, formando o IV ventrículo. 
1 – Substância cinzenta do bulbo: 
1 – SC homóloga à da medula: Se resume a núcleos de NC: 
a) Núcleo do hipoglosso: Motor. Localizado no assoalho do IV ventrículo (trígono do hipoglosso), origina fibras 
eferentes somáticas que se dirigem ventralmente, saindo pelo sulco lateral anterior para inervar a língua. 
b) Núcleo dorsal do vago: Motor visceral. Localizado no assoalho do IV ventrículo (trígono do vago), origina fibras 
pré-ganglionares que saem pelo vago para encontrar as pós-ganglionares. Corresponde à coluna lateral da medula. 
c) Núcleo salivatório inferior: Motor. Origina fibras pré-ganglionares que saem pelo glossofaríngeo p/a parótida. 
d) Núcleo ambíguo: Motor visceral do glossofaríngeo, vago e acessório para a musculatura da laringe e faringe. 
e) Núcleo do trato espinhal do trigêmeo: Sensitivo. Recebe fibras aferentes, trazendo sensibilidade da cabeça, pelos 
nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo e vago (3 últimos: sensibilidade geral do pavilhão e conduto auditivo). 
Corresponde à substância gelatinosa da medula, com a qual continua. 
f) Núcleo do trato solitário: Sensitivo. Recebe fibras que entram pelo facial (2/3 anteriores língua), glossofaríngeo 
(1/3 posterior língua) e vago (gustação epiglote), e são responsáveis pela gustação e informações viscerais. 
g) Núcleos: vestibular inferior e medial: Sensitivos. Localizam-se no assoalho do IV ventrículo (área vestibular) e 
recebem fibras da porção vestibular do VIII, estando relacionado com o equilíbrio. 
2 – SC própria: SC que não apresenta correspondência na medula: 
a) Núcleos grácil e cuneiforme: recebem fibras dos fascículos grácil e cuneiforme e dão origem às fibras arqueadas 
internas, que cruzam o plano mediano para formar o lemnisco medial que levará os impulsos ao tálamo. 
b) Complexo olivar (n. olivar inferior, medial e dorsal): massa de SC que recebe fibras do córtex cerebral, medula e 
núcleo rubro do mesencéfalo e que se liga ao cerebelo pelas fibras olivocerebelares, que cruzam o plano mediano e 
penetram no cerebelo pelo PCI – aprendizagem motora repetitiva. 
c) Núcleo cuneiforme acessório: recebe impulsos proprioceptivos inconscientes do pescoço e MMSS. Os axônios 
desses neurônios formam o trato cuneocerebelar, que entra no cerebelo pelo PCI. 
2 – Substância branca do bulbo: 
1 – Fibras transversais: 
1 – Arqueadas Internas: Formam dois grupos: as de axônios dos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme no 
trajeto entre estes núcleos e o lemnisco medial e as constituídas pelas fibras olivocerebelares que, do complexo 
olivar, cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo do lado oposto, pelo PCI. 
2 – Arqueadas Externas: Saem do núcleo cuneiforme acessório c/ trajeto próximo à superfície do bulbo e penetram 
no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior (impulsos proprioceptivos inconscientes do pescoço e MMSS). 
2 – Vias ascendentes: 
a) Fascículos grácil e cuneiforme: visíveis na porção inferior e fechada do bulbo. 
b) Lemnisco medial: se origina no bulbo, a partir das fibras arqueadas internas que saem dos núcleos grácil e 
cuneiforme. Suas fibras terminam no tálamo. 
c) T. ETL: situado na área lateral do bulbo, posição correspondente à sua posição na medula. 
d) T. ETA: posição correspondente à sua posição na medula. Sobe junto ao T.ETL. 
OBS: na ponte, esses dois tratos se unem para formar o lemnisco espinhal, que termina no tálamo. 
e) T. ECA: Situa-se superficialmente na área lateral do bulbo, continua na ponte e entra no cerebelo pelo PCS. 
f) T. ECP: Superficial na lateral do bulbo, entre o T. ECA e o PCI, pelo qual penetra no cerebelo. 
g) Pedúnculo cerebelar inferior (PCI): fibras ascendentes que percorrem as bordas laterais da metade inferior do IV 
ventrículo até os recessos laterais, onde se fletem dorsalmente para penetrar no cerebelo. Constituído por fibras 
olivocerebelares, fibras do T.ECP e fibras arqueadas externas dorsais. 
3 – Vias descendentes: Como na medula, passam os tratos: corticoespinhal (anterior e lateral antes da decussação), 
rubroespinhal, tetoespinhal, reticuloespinhais pontino e bulbar, vestibuloespinhais lateral e medial, e: 
a) T. Corticonuclear: Origem: córtex cerebral. Terminam em núcleos motores do tronco. No bulbo, terminam nos 
núcleos ambíguo e do hipoglosso permitindo o controle dos músculos da laringe, faringe e da língua. 
b) T. Espinhal do trigêmeo: fibras sensitivas que penetram na ponte pelo nervo trigêmeo até o núcleo do trato 
espinhal do trigêmeo, onde fazem sinapse e se encerram. 
c) T. Solitário: fibras sensitivas, que trazem informações gustativas e que penetram no tronco pelos nervos facial, 
glossofaríngeo e vago, fazendo sinapse e se encerrando ao longo do núcleo do trato solitário. 
4 – Via de associação: São formadas por fibras que constituem o fascículo longitudinal medial (FLM) (corresponde ao 
fascículo próprio – via de associação da medula), presente em toda a extensão tronco encefálico e níveis mais altos 
da medula. Localiza-se posteriormente ao lemnisco medial e liga os núcleos motores dos NC, sendo importantes suas 
conexões com os núcleos dos nervos relacionados com o movimento do bulbo ocular (III, IV, VI) e da cabeça. Recebe, 
ainda, fibras dos núcleos vestibulares, trazendo impulsos que informam sobre a posição da cabeça. Deste modo, o 
FLM é importante para a realização de reflexos que coordenam os movimentos da cabeça com os olhos (como poder 
cavalgar, mas continuar mirando um ponto no horizonte), além de vários outros reflexos envolvendo estruturas 
situadas em diferentes níveis do tronco. 
OBS: Lesões no FLM causa a chamada oftalmoplegia internuclear, em que os movimentos do olho não mais 
acompanham os da cabeça ou os do olho do outro lado, comprometendo o olhar conjugado horizontal, 
caracterizado por fraqueza da adução do olho afetado e nistagmo horizontal em abdução do olho contralateral. 
3 – Formação reticular do bulbo: Nela, localiza-se o centro respiratório, importante para regulação do ritmo 
respiratório e o centro vasomotor e do vômito, o que torna as lesões nesse órgão, graves. 
 
3 – Síndromes bulbares: 
1 – Lesão da base do bulbo: Geralmente acomete pirâmide e hipoglosso. 
• Lesão da pirâmide: compromete o T. CE e, como este se cruza abaixo da lesão, causa déficit motor contralateral. Se 
a lesão se estende dorsalmente, atingindo outros tratos descendentes, ocorre hemiplegia contralateral. 
• Lesão do hipoglosso: causa paralisia da hemilíngua homolateral, com desvio para o lado lesado. 
2 – Síndrome de Dejerine A parte medial do bulbo é suprida pela artéria vertebral e sua trombose produz: 
• Lesão da pirâmide: déficit motor contralateral 
• Lesão do lemnisco medial: comprometimento contralateral da propriocepção consciente, sensibilidade vibratória, 
tato epicrítico e estereognosia. 
• Lesão do hipoglosso: causa paralisia homolateral dos músculos da língua, com desvio para o lado lesado. 
3 – Síndrome de Wallemberg: Trombose da artéria cerebelar inferior posterior que irriga o bulbo dorsolateral. 
• Lesão do PCI: falta de coordenação motora na metade do corpo do lado da lesão. 
• Lesão do T. Espinhal do trigêmeo e seu núcleo: perda da sensibilidade térmica e dolorosa na hemiface homolateral 
• Lesão do T.ETL:perda da sensibilidade térmica e dolorosa na metade do corpo contralateral à lesão. 
• Lesão do núcleo ambíguo: perturbações na deglutição e fonação por paralisia dos músculos da faringe e da laringe. 
• Lesão das vias descendentes do hipotálamo: dirigem-se aos neurônios relacionados com a inervação da pupila 
(simpático): síndrome de Horner (semiptose palpebral, miose, vasodilatação e anidrose). 
• Lesão de fibras do núcleo dorsal do vago: Taquicardia e dispnéia. 
• Lesão de fibras do núcleo do trato solitário: Perda da sensibilidade gustativa da hemilíngua do lado lesado. 
4 – Síndrome da decussação piramidal: É uma síndrome onde a lesão da decussação piramidal é feita em um ponto 
onde as fibras correspondentes ao MS já se cruzaram e as do MI ainda não, consistindo em hemiplegia cruzada, 
afetando de um lado um MS e do outro o MI. 
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Problema 04 – Ponte e via auditiva: 
 
1 – Ponte microscópica: 
• A ponte tem como limite inferior o sulco bulbo pontino e o superior, o mesencéfalo. 
• Sua base (anteriormente) apresenta a estriação transversal em virtude de fibras transversais q formam o PCM. 
• No limite entre a ponte e o PCM emerge o trigêmeo (origem aparente no SN). 
• Na superfície ventral da ponte existe o sulco basilar, que aloja a artéria basilar. 
• No sulco bulbo-pontino, emergem de cada lado os nervos cranianos: abducente, facial e vestibulococlear. 
• A parte dorsal da ponte não tem demarcação com a parte aberta do bulbo. Constituindo, ambas, o assoalho do IV. 
 
2 – Ponte microscópica: 
1 – Tegmento da ponte (parte dorsal): 
1 – SC homóloga à da medula: 
a) Núcleos cocleares, corpo trapezoide e lemnisco lateral: 
• 2 núcleos cocleares: um dorsal e um ventral onde terminam as fibras da porção coclear do vestibulococlear. 
• A maioria dessas fibras dos núcleos cocleares cruza para o lado oposto, constituindo o corpo trapezoide (fibras 
transversais) contornam o núcleo olivar superior e infletem-se cranialmente para constituir o lemnisco lateral, 
terminando no colículo inferior, de onde os impulsos nervosos seguem para o corpo geniculado medial através do 
braço do colículo inferior. 
OBS: muitas fibras originadas dos núcleos cocleares sobem no lemnisco lateral do mesmo lado, apresentando 
componentes cruzados e não cruzados, ou seja, o hemisfério cerebral de um lado recebe informações dos dois 
ouvidos. Uma lesão unilateral no lemnisco lateral, dificilmente causa anacusia. 
b) Núcleos vestibulares: superior e lateral: 
• Recebem impulsos da parte vestibular do ouvido interno que informam sobre a posição e movimento da cabeça. 
• As fibras eferentes dos núcleos vestibulares formam ou entram na composição dos seguintes tratos e fascículos: 
- F. Vestibulocerebelar: formado por fibras que terminam no córtex do espinocerebelo. 
- F. Longitudinal medial: origina-se a maioria das fibras do FLM, que está envolvido em reflexos que permitem ao 
olho ajustar-se aos movimentos da cabeça. 
- Trato Vestibuloespinhal: levam impulsos aos neurônios motores da medula para a manutenção do equilíbrio. 
- Fibras vestibulotalâmicas: levam impulsos ao tálamo, de onde vão ao córtex cerebral. 
c) Núcleos do facial e abducente: 
• O nervo facial origina-se na ponte a partir de 4 núcleos: motor, trato solitário, salivatório superior e lacrimal. 
- Os prolongamentos dos neurônios do núcleo motor do facial contornam o núcleo do abducente (joelho interno do 
facial), formando o colículo facial no assoalho do IV ventrículo e emergem do sulco bulbo-pontino. 
• Núcleo salivatório superior e núcleo lacrimal: dão origem a fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo 
intermédio, conduzindo impulsos para a inervação das glândulas submandibular, sublingual e lacrimal 
• O núcleo do abducente localiza-se na parte inferior da ponte, no assoalho do quarto ventrículo. Junto a ele, 
encontra-se um grupo de neurônios: formação reticular pontina paramediana (FRPP), cujos axônios cruzam a linha 
mediana e ascendem no FLM contralateral para terminarem no núcleo do oculomotor. Assim, este núcleo coordena 
a ação de ambos os olhos para produzir o olhar conjugado lateral ou horizontal. 
d) Núcleo do trigêmeo: 
• Além do núcleo do trato espinhal, já descrito no bulbo, o nervo trigêmeo tem ainda, na ponte, o núcleo sensitivo 
principal, o núcleo do trato mesencefálico e o núcleo motor. 
• O núcleo motor está situado no tegmento da ponte e recebe fibras do T. Corticonuclear, que na ponte, mais da 
metade cruza a linha mediana, explicando por que a lesão unilateral das vias supranucleares do trigêmeo não 
determina paralisia importante dos músculos da mastigação (fibras cruzadas e não cruzadas). 
• As fibras sensitivas do trigêmeo penetra na ponte e termina fazendo sinapse com o 2º neurônio da via trigeminal 
que fica no núcleo do trato espinhal do trigêmeo (dor e temp.) e no núcleo sensitivo principal do trigêmeo (tato). 
• Os axônios dos 2º neurônios da via trigeminal, cruzam para o lado oposto e formam o lemnisco trigeminal, que 
termina fazendo sinapse com o 3º neurônio, localizado no tálamo que, através das radiações talâmicas, projetam-se 
na área somestésica do giro pós-central. 
2 – Fibras Longitudinais do tegmento: Além dos lemniscos lateral e trigeminal, percorrem também o tegmento da 
ponte, feixes de fibras ascendente originadas no bulbo, medula e cerebelo: 
a) Lemnisco medial: cruzam perpendicularmente as fibras do corpo trapezoide, sobem e terminam no tálamo. 
b) Lemnisco espinhal: é formado na ponte, pela união dos tratos espinotalâmico lateral e anterior 
c) Pedúnculo cerebelar superior: emerge do cerebelo, constituindo a parede dorsolateral da metade cranial do IV 
ventrículo. A seguir, aprofunda-se no tegmento e, já no limite com o mesencéfalo, suas fibras começam a se cruzar 
com as do lado oposto, constituindo o início da decussação dos pedúnculos cerebelares superiores. 
3 – Formação reticular da ponte: Nela, localiza-se o locus ceruleus, que contém neurônios ricos em noradrenalina, e 
os núcleos da rafe, contendo neurônios ricos em serotonina. Estão envolvidos na ativação do córtex cerebral. 
2 – Base da ponte (parte ventral): Nela são encontradas as seguintes formações: 
1 – SC própria da ponte: 
a) núcleos pontinos: aglomerados de neurônios dispersos na base da ponte, relacionados ao planejamento motor 
(recebem fibras corticopontinas e enviam fibras pontocerebelares). 
b) núcleo olivar superior, núcleo do corpo trapezoide, núcleo do lemnisco lateral. OBS: estes ficam no tegmento da 
ponte. 
2 – Fibras longitudinais: 
a) T. CE: Fibras das áreas motoras do córtex cerebral que se dirigem para neurônios motores da medula. Na base da 
ponte, o TCE forma feixes dissociados ,não tendo a estrutura compacta que apresenta nas pirâmides do bulbo. 
b) T. Corticonuclear: fibras das áreas motoras do córtex cerebral que se dirigem aos neurônios motores dos núcleos 
motores dos NC que podem terminar do mesmo lado ou do lado oposto. No caso da ponte, núcleos do V, VI e VII. 
c) T. Corticopontino: fibras que se originam em várias áreas do córtex cerebral, fazendo sinapse com os neurônios 
dos núcleos pontinos. 
3 – Fibras transversais e núcleos pontinos: 
- Fibras pontinas e PCM: Os axônios dos neurônios dos núcleos pontinos constituem fibras transversais ou fibras 
pontocerebelares, que cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo PCM. 
- Fibras do corpo trapezoide. 
- Decussação dos pedúnculos cerebelares superiores. 
 
3 – Síndromes pontinas: 
1 – Síndrome de Millard-Gubler (lesão da base da ponte): 
• Uma lesão na base da ponte compromete o trato corticoespinhal e as fibras do nervo abducente, resultando no 
quadro denominado hemiplegia/hemiparesia cruzada (SNMS), com lesão do abducente, que causa paralisia do 
músculo reto lateral do mesmo lado da lesão. 
• Como o olho não afetado move-se normalmente, os movimentos dos dois olhos deixam de ser conjugados e os 
raiosluminosos incidem em partes não simétricas das retinas dos dois olhos. 
Ex: luz incide na mácula de um olho e em um ponto ao lado da mácula do outro olho. 
• É devido a isso que o indivíduo vê duas imagens, fenômeno chamado de diplopia. 
• Além disso, a lesão do abducente resulta em desvio do bulbo ocular em direção medial (estrabismo convergente). 
• Quando essa lesão se estende lateralmente, pode comprometer as fibras do facial, gerando o quadro de paralisia 
facial periférica. 
2 – Lesão da ponte ao nível da emergência do trigêmeo: Lesões da base da ponte podem comprometer o trato 
corticoespinhal e as fibras do trigêmeo, determinando um quadro de hemiplegia/hemiparesia cruzada (SNMS) com 
lesão do trigêmeo, que gera as seguintes perturbações: 
- motoras: lesão do componente motor do trigêmeo causa paralisia da musculatura mastigadora do lado da lesão. 
Por ação dos músculos pterigoideos do lado normal, há desvio da mandíbula para o lado paralisado. 
- sensitivas: ocorre anestesia da face do mesmo lado da lesão, no território correspondente aos 3 ramos do 
trigêmeo, além de perda do reflexo corneano. 
 
4 – Anatomia e neurofisiologia da via auditiva 
1 – Condução sonora da membrana timpânica para a cóclea: 
• A membrana timpânica e os ossículos, conduzem o som do ouvido médio até o ouvido interno, onde está a cóclea. 
• O cabo do martelo está ligado à membrana timpânica, onde o músculo tensor do tímpano mantém a membrana 
timpânica tensionada para que as vibrações do som, em qualquer parte da membrana sejam transmitidas aos 
ossículos. 
a) Equalização da impedância: 
• A articulação da bigorna com o estribo faz que esse empurre, para frente, a janela oval e o líquido coclear, quando 
a membrana timpânica se move para dentro, e para trás, quando se move para fora. 
• Esse sistema ossicular aumenta cerca de 22 vezes a força exercida sobre o líquido da cóclea, em relação à exercida 
pelas ondas sonoras contra a membrana timpânica. 
• Como o líquido tem inercia muito maior que o ar, é necessário aumentar a quantidade de força, para que a 
vibração aérea seja transmitida para o líquido (equalização da impedância). 
OBS: Na ausência do sistema ossicular e da membrana timpânica, as ondas sonoras ainda podem trafegar através do 
ar do ouvido médio e entrar na cóclea pela janela oval, no entanto, a sensibilidade ficaria menor (qse imperceptível). 
b) Reflexo de atenuação: 
• Quando sons intensos são transmitidos pelo sistema ossicular, ocorre um reflexo de atenuação causando 
contração dos músculos estapédio, que puxa o estribo pra fora e o tensor do tímpano, que puxa o cabo do martelo 
para dentro. 
• Essas forças se opõem e fazem com que o sistema ossicular fique rígido, reduzindo a condução do som para 
proteger a cóclea. 
OBS: outra função dos músculos tensor do tímpano e estapédio é diminuir a sensibilidade auditiva da pessoa à sua 
própria fala. Esse efeito é ativado por sinais nervosos colaterais, transmitidos a esses músculos ao mesmo tempo em 
que o cérebro ativa o mecanismo da voz. 
2 – Transmissão do som através do osso: A cóclea está incrustada na cavidade óssea do osso temporal (labirinto 
ósseo), assim, as vibrações do crânio podem causar vibrações do líquido da cóclea. Portanto, o diapasão colocado 
em alguma protuberância óssea do crânio faz com que a pessoa ouça som. 
3 – Cóclea: 
• A cóclea é um sistema que consiste em 3 tubos: a rampa vestibular, a rampa média e a rampa timpânica. 
• A rampa vestibular e a média são separadas pela membrana vestibular. 
• A rampa média e a timpânica são separadas pela membrana basilar, que possui, em sua superfície, o órgão de 
Corti, que contém as células ciliadas, receptores das vibrações. 
• Assim, as fibras nervosas, estimuladas pelas células ciliadas, levam os impulsos ao gânglio espiral de Corti, de onde 
suas células neuronais enviam axônios para o nervo coclear e depois, para o SNC através do sulco bulbo-pontino 
a) Transmissão de ondas sonoras na cóclea: 
• Quando o pé do estribo se movimenta para dentro, contra a janela oval, a janela redonda fica abaulada, pois a 
cóclea é delimitada por paredes ósseas. 
• O efeito inicial da onda, que entra na janela oval, é fazer com que a membrana basilar se curve na direção da 
janela redonda. 
• A tensão elástica que se cria na membrana basilar quando esta se curva em direção à janela redonda desencadeia 
uma onda de líquido que trafega ao longo da membrana basilar em direção ao helicotrema. 
b) Excitação das células ciliadas: Os estereocílios se projetam cranialmente das células ciliadas e emergem na 
superfície da membrana tectorial. A curvatura dos cílios, em uma direção, despolariza as células ciliadas, e a 
curvatura na direção oposta, as hiperpolarizam. Isso, por sua vez, excita as fibras nervosas auditivas. As 
extremidades externas dos cílios se fixam na LAMINA RETICULAR. O movimento para cima da membrana basilar 
provoca a rotação da lamina reticular para dentro em direção ao modíolo. Já quando a membrana basilar oscila para 
baixo, a lamina reticular é distorcida para fora. O movimento para dentro e para fora faz com que os cílios das 
células ciliadas sejam distorcidos para frente e para trás contra a membrana tectorial, sendo excitadas sempre que a 
membrana basilar vibrar. 
c) Excitação das fibras nervosas auditivas: 
• Os estereocílios ficam cada vez mais longos, quanto mais distante do modíolo. 
• Portanto, sempre que os cílios se curvam na direção dos mais longos, as pontas dos menores são puxadas pra fora 
da superfície da célula ciliada, causando a TRANSUDÇÃO MECÂNICA que abre 200 a 300 canais de cátions, 
permitindo o movimento rápido dos íons potássio com cargas positivas no líquido da rampa média para os 
estereocílios, despolarizando a membrana das células ciliadas. 
• Assim, quando a membrana basilar se curvam para a rampa vestibular, as células ciliadas se despolarizam e, na 
direção oposta, se hiperpolarizam. 
4 – Potencial endococlear: É um fenômeno elétrico que participa dos potenciais gerados pelas células ciliadas. A 
rampa média é cheia com ENDOLINFA, secretada pela estria vascular, enquanto que a rampa timpânica e vestibular 
possuem a PERILINFA e como se comunicam diretamente com o espaço subaracnóideo do encéfalo, a composição 
da perilinfa é quase idêntica à do líquor. A endolinfa contém alta concentração de potássio e baixa de sódio, o que é 
oposto na perilinfa. Assim, existe um potencial elétrico constante de +80mV entre a endolinfa e a perilinfa, com 
positividade no interior da rampa média e negatividade fora. Esse é o chamado potencial endococlear, que é 
gerado por secreção contínua de íons potássio positivos para a rampa média pela estria vascular. 
A importância do potencial endococlear é que os estereocílios das células ciliadas se projetam, através da lamina 
reticular, sendo banhados pela endolinfa da rampa média, enquanto a perilinfa banha os corpos das células ciliadas. 
Assim, as células ciliadas tem potencial intracelular negativo de -70mV em relação à perilinfa e 150mV em relação à 
endolinfa, na região superior, onde os estereocílios se projetam e esse alto potencial elétrico nos estereocílios 
sensibiliza a célula em grau extra, aumentando a capacidade de responder ao som mais discreto. 
5 – Via auditiva: 
Receptores: Localizam-se na parte coclear do ouvido interno. São os cílios das células sensoriais situadas no órgão de 
Corti, estrutura situada na cóclea onde está em contato com um líquido, a endolinfa. Esta vibra em consonância com 
a membrana do tímpano, ativando os cílios e originando potenciais de ação que seguem pelas vias auditivas. 
Neurônios I: São os neurônios cujos prolongamentos periféricos terminam em contato com as células ciliadas do 
órgão de Corti. Localizam-se no gânglio espiral de Corti e seus prolongamentos centrais constituem a porção coclear 
do VIII, terminando na ponte, onde fazem sinapse com os II neurônios, nos núcleos cocleares: dorsal e ventral. 
Neurônios II: A maioria de seus axônios sai dos

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