Buscar

PROVAS ILICITAS NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROVAS ILICITAS NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO
OLIVEIRA, Samara Aguiar 1 
VIEIRA, Maruan Júlio 2
RESUMO 
O presente artigo tem como objetivo analisar a questão das provas ilícitas no processo penal, observando as posições doutrinarias e as disposições legais a respeito do assunto, discorrendo assim, se há possibilidade ou não de admissão dessas provas obtidas através de meios ilícitos no processo, considerando que o Processo penal em seu artigo 157 e a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5, LVI, vetam a utilização destas, visto que, tais provas violam regra de direito material ou a Constituição. Em primeiro lugar será exposto o conceito de prova, sua finalidade, objeto, principiologia e sua relevância para o processo, uma vez que com a prova se busca revelar a verdade sobre os fatos, para que assim, o magistrado possa decidir sobre o direito. Posteriormente, serão abordadas as teorias de inadmissibilidade absoluta de provas ilícitas, Teoria da arvore envenenada, que traz a ideia de que uma prova ilícita pode contaminar outras, a Teoria de admissibilidade em função do Principio da Proporcionalidade ou razoabilidade, e também proporcionalidade Pro Reo que ira propor a valoração dessas provas quando se revelarem em favor do réu, pautada na ideia de que a condenação de um inocente e a mais terrível das violências.
1 INTRODUÇÃO 
O constituinte, ao elaborar a Constituição Federal Brasileira de 1988, se preocupou em colocar no artigo 5, VLI, no rol dos direitos e garantias fundamentais, a questão das provas ilícitas, proibindo que sejam utilizadas no processo provas que sejam obtidas mediante utilização de meios ilícitos ou fraudulentos. De forma a evitar que, para a obtenção de provas sejam violadas regras legais ou ate mesmo direitos constitucionalmente protegidos, como o direito a propriedade privada por exemplo, e o sigilo de correspondência.
CEBRARIAN e RIOS pontuam que a proibição constitucional é positiva, pois impede que agentes públicos ou particulares violem normas jurídicas com a pretensão de garantir o sucesso do esforço probatório. Segundo esse pensamento, se não houvesse tal regra constitucional, a lei estaria sendo conivente e incentivando comportamentos contrários a ordem jurídica. 
De acordo com AURY LOPES JR., essa absolutização não atende ao Direito contemporâneo, pois o mesmo nega o caráter absoluto de regras e direitos, e admite que todo saber tem prazo de validade. Um outro ponto relevante que vale a pena ser ressaltado, é que o Direito se transforma numa velocidade muito rápida, pois acompanha a transformação social e nesse contexto a Lei já nasce velha.
2 PROVAS ILÍCITAS NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO
2.1 PROVA: CONCEITO E FINALIDADE 
A Prova e’ uma forma de verificação, uma ferramenta que demonstra os fatos, e testemunha a respeito da culpa ou da inocência do agente. CEBRARIAN e RIOS conceituam a prova como elemento lógico, que pode transmitir informação relativa a um fato. Contribuindo dessa forma, para que a convicção do julgador esteja pautada na verdade processual. 
Ao falar sobre a Teoria Geral da Prova, Aury Lopes Jr. a conceitua como instrumento de retrospecção, pois é através dela que será feita uma reconstrução o mais aproximada possível do fato típico em questão, porquanto o juiz conhece o direito, mas os fatos lhe são desconhecidos e é através da atividade probatória que ele tonara ciência do fato, podendo partir de então, aplicar o direito ao caso concreto.
A finalidade da Prova é o convencimento do julgador ou julgadores nos casos de júri. A atividade probatória busca a formação da convicção, uma vez que é essa convicção que ira guiar o juiz na sua decisão. Renato Brasileiro traz a busca da verdade processual como sendo objetivo da prova, posto que, ao fazer uma reconstituição dos fatos de forma o mais aproximada possível da realidade, o que se almeja é mostrar ao julgador a verdade real do ocorrido.
2.2 OBJETO DA PROVA
O objeto da prova é o que se quer demonstrar, ou seja, os fatos. Fatos que interessem a resolução da causa, visto que o juiz precisa tomar conhecimento dos fatos para poder aplicar o direito. Renato Brasileiro traz alguns exemplos de objeto de prova dentre eles, pontuaremos dois:
1) Imputação da peca acusatória- as acusações levantadas devem ser provadas. O ônus da prova cabe a quem acusa. Dessa forma, se o Ministério Publico imputa a alguém fato tipificado como crime, deve comprovar sua tese, sob pena de absolvição.
2) Fatos não contestados- Mesmo que haja a confissão do réu, não exclui a necessidade de prova pela parte acusadora. Diferentemente do que ocorre no Processo Civil, que dispensa a prova nos casos de confissão do agente, o Código de Processo Penal em seu artigo 197 dispõe que o juiz devera comparar a confissão com as provas produzidas pelo acusador, buscando observar se há concordância e compatibilidade entre as mesmas. Tal disposição legal se deve ao principio de presunção da inocência, que continua em busca da comprovação por meio de provas reais e objetivas, mesmo que haja uma confissão. Porque ela por si só não acarreta a presunção de culpa do agente. 
Se por um lado temos as situações que devem ser provadas, por outro há as que não precisam ser objeto de prova, que é desnecessário apresentá-las ao processo, uma vez que independem de prova. Podemos citar como exemplo, os fatos notórios, que são de conhecimento do publico em geral, podendo se tratar de fatos inseridos na cultura ou fatos políticos. Fatos axiomáticos, que são de conhecimento geral, como fato de o fogo queimar.
2.3 PRINCIPIOS DA PROVA
 2.3.1 Principio da autorresponsabilidade das partes
Norberto Avena afirma que, as partes são inteiramente responsáveis pelas consequências de sua inércia, ou erro, no que se referir à prova de suas declarações. Uma vez que o fato típico e imputado a outrem, tal fato deve ser provado, sob pena de absolvição do réu, pois sem provas não há o que se falar em condenação.
2.3.2 Principio da Identidade Física do Juiz
Esse principio e pautado no artigo 399, § 2º, do CPP que determina que o juiz que realizou a audiência de instrução devera proferir a sentença. Aury Lopes Jr. discorre que a identidade física do juiz se manifesta a partir do momento em que ele tem um contato efetivo com a prova oralmente e documentalmente produzida, pois preside a coleta das provas orais e tem um contato direto com as testemunhas, peritos, vitima e imputado. Isso afeta a forma como o julgador ira sentir a prova e os fatos apresentados por meio destas, o que ira ter um enorme impacto em sua decisão. 
2.3.3 Principio do Contraditório
 Aury Lopes Jr., descreve este principio como ‘‘método de confrontação de prova e comprovação da verdade’’ onde para cada alegação ou prova produzida por uma das partes, há o direito de resposta e contraprova para a outra parte. Há portanto, uma intima ligação do contraditório com o principio do ‘‘audiatur el altera pars’’ (ouça-se também a parte contraria) ou seja, valoriza a importância de se atentar e ouvir a versão da parte contraria, proporcionar o direito de ampla defesa, uma vez que ambos, contraditório e ampla defesa são garantias constitucionais.
2.3.4 Principio da Comunhão das provas
Conforme conceitua Cebrarian e Rios, uma vez produzida e trazida ao processo, a prova não mais pertence a parte que a introduziu nos autos. Podendo ser usada pelo juiz para beneficio de qualquer das partes, pouco importando quem produziu a prova em questão.
2.3.5 Principio Oralidade
Norberto Avena destaca esse principio considerando a relevância da palavra falada no processo, uma vez que proporciona ao juiz participar dos atos de obtenção de prova, posto que a prova oral e produzida em juízo. Deste principio decorre a preferência de que a prova testemunhal seja colhida de forma oral, sendo admitidas declarações escritas somente em casos excepcionais previstos no art. 221, § 1º, do CPP.
2.3.6 Princípios da Presunção da Inocência e Inexigência da Autoincriminação 
A presunção da inocência está disposta na Constituição Federalem seu art. 5º, inciso LVII, que determina que ninguém será considerado culpado até que haja o trânsito em julgado da sentença, seguindo o devido processo legal.
1 Samara Aguiar Oliveira - Acadêmica do 5 período do curso de Direito, Faculdade Anhanguera de Anápolis -samaraaguiar1297@gmail.com Goiás – Go, Novembro de 2019
2 Maruan Júlio Vieira - Acadêmico do 5 período do curso de Direito, Faculdade Anhanguera de Anápolis -Maruanjuvi@gmail.com Goiás – Go, Novembro de 2019

Continue navegando