Buscar

Pediatria apostila atualizada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A Pediatria e sua história 
MODO DE TRATAR A CRIANÇA 
Durante os séculos, a maneira como se 
viam as crianças foi se alterando até 
chegar aos dias de hoje. 
Modo Infanticida (Da antiguidade ao 
século IV) 
Nesse período a criança era sacrificada, 
seja por questões religiosas ou por 
intolerância. Se ela nascesse com algum 
defeito físico, por exemplo, era morta no 
momento do parto. Ela tinha tão pouco 
valor, que se incomodasse muito, era 
morta. 
** Criança = ser sem alma. 
Modo de abandono (Do século V ao XIV) 
Nesse período a criança nascia, mas a 
família não se sentia responsável por 
cuidar dela. Elas eram encaminhadas para 
serem criadas por amas no interior ou eram 
levadas para os mosteiros e ficavam até 
uma certa idade sem relação com os pais. 
Nessa época, embora a criança fosse 
reconhecida por ter alma, ela ainda era 
considerada fruto do pecado. As mães 
abandonavam os filhos sem vínculo 
emocional. 
 
Modo ambivalente (Do século XIV ao 
XVII) 
Nesse período, a criança era tratada com 
violência, mas também como objeto 
sexual, sendo moldada para o que fosse 
necessário. Nessa fase, desenvolve-se um 
certo sentimento pela criança, ela já 
começa a fazer parte da vida emocional do 
adulto, mas ela era contida, enfaixada e 
dava-se bebida alcoólica quando queria 
que ela fosse dormir. Nessa época, as 
“Rodas dos Expostos” foram criadas, onde 
existia uma roda com uma abertura para 
fora e outra para dentro da instituição, 
assim a mãe que não quisesse o filho por 
algum motivo colocava a criança na roda. 
A criança passou a viver mais misturada 
com os adultos, e no final do século XVII a 
família começa a se organizar, limitando a 
quantidade de filhos, orientando e 
educando as crianças, e além disso, se 
preocupando com o convívio social dessas. 
Surgem também as preocupações com o 
pudor. 
 
** A influencia do número de filhos foi pelo 
fato do homem começar a se preocupar 
com a prole que cuidaria da herança (o 
dinheiro começou a ser mais valorizado 
nessa época). 
 
Modo intrusivo (Século XVIII) → 
Desenvolvimento científico 
Nesse período, a criança não era 
respeitada na sua sexualidade, ela tinha 
um treinamento higiênico prematuro, e sua 
relação com os adultos era melhor, 
começando a realmente fazer parte da 
sociedade. Nessa época a Pediatria é 
iniciada, surgindo ideias humanitárias que 
melhoraram o tratamento em relação às 
crianças. Há o surgimento de brinquedos e 
livros infantis (antes a criança era tratada 
como um mini adulto, com roupa de adulto). 
Todavia, ainda existia a ideia de que a 
criança era uma “TÁBUA RASA” (uma 
folha de papel em branco, sem nenhuma 
concisão prévia, sensibilidade e 
características próprias). 
Modo socializador (Século XIX até 
primeira metade do século XX) 
Nessa época a criança foi introduzida a 
regra social, a família é o polo, a 
escolarização passa a ser obrigatória, mas 
a criança é passiva, ela não verbalizava o 
que sentia e pensava, era apenas 
domesticada e sua educação era de muita 
culpa, pecado e castigo. 
Pediatria Giulia Nemer 2023.1 
Nesse período surge a pediatria e a 
puericultura, onde tenta-se orientar sobre 
as formas como a criança deve ser tratada, 
falando das fases da criança. O processo 
educativo é encontrado, mas de forma 
castradora. 
Modo de ajuda (A partir da segunda 
metade do século XX) 
Enquanto no período anterior a criança era 
impedida de verbalizar o que pensava, 
estando tudo errado, nesse período surge 
o direito da criança, escolas livres, terapia 
infantil e pais atendendo as necessidades 
dos filhos. Porém um outro extremo é 
encontrado, há a deseducação e falta de 
limite para os filhos, onde vivenciamos 
muito essa dificuldade nos dias de hoje. 
No Brasil, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente é criado em 1990, sendo 
resultado da falta de liberdade, desrespeito 
e não dignidade a criança como uma 
pessoa. Nesse estatuto define-se que é 
considerado criança, a pessoa até 12 
anos, e de 12 a 18 anos, a criança passa 
a ser considerada adolescente. Nele, a 
criança tem direito à liberdade, respeito, e 
dignidade, com direito civil humano e 
social, sendo esses garantidos por lei. 
Entende-se que a criança tem que ser 
criada mais livre, que ela tem direitos, 
particularidades e que precisa de cuidados 
especiais. 
No estatuto, o direito ao respeito consiste 
na inviolabilidade da integridade física, 
psíquica e moral da criança e do 
adolescente, abrangendo a preservação da 
imagem, da identidade, da autonomia, dos 
valores, ideias e crenças, dos espaços e 
objetos pessoais. 
COMO EVOLUIU ESTA HISTÓRIA NO 
BRASIL? 
No período do descobrimento do Brasil, a 
criança indígena ficava sempre grudada 
com a mãe (mãe canguru), mesmo quando 
esta ia trabalhar. Na Europa a criança ser 
abandonada e desrespeitada nessa 
mesma época. 
Com relação a educação indígena, as 
crianças não eram castigadas e 
repreendidas e podiam mamar quando 
quisessem até a próxima criança nascer 
ou até seis, sete anos. 
Na cultura indígena, o papel do pai era 
valorizado não só como progenitor, mas 
como pai que cuida, dar carinho e é 
presente na vida do filho. 
A chegada dos Europeus no período do 
descobrimento trouxe a cultura da 
civilização europeia, onde as crianças 
indígenas começaram a não ser 
respeitadas, eram perseguidas e 
escravizadas junto com suas famílias. 
No Brasil, até o início de 1980, as 
atividades de incentivo ao aleitamento 
materno aconteciam de forma isolada e 
envolviam, sobretudo, o setor saúde. Em 
1981, foi criado o Programa Nacional de 
Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM), 
no Instituto Nacional de Alimentação e 
Nutrição (INAN), autarquia do Ministério da 
Saúde. 
Em 1989, a Sociedade de Pediatria de São 
Paulo recomendou que fosse 
implementado o Alojamento Conjunto (mãe 
e filho ficam juntos após nascimento) em 
todas as unidades de pediatria do Estado, 
com a finalidade de promover à 
indissolubilidade da relação mãe-filho, a 
humanização do atendimento à criança 
internada, a possibilidade de diminuir o 
prazo de internação, de reduzir o número 
de reinternações e a oportunidade de 
prover a educação em saúde. 
A partir de 1990, a permanência dos pais 
ou responsáveis pela criança no hospital 
tornou-se efetiva por força da Lei do 
Estatuto da Criança e de Adolescente. A 
Lei reconhece e valoriza a importância da 
presença e da participação da família no 
processo de recuperação da saúde da 
criança e do adolescente. 
Em 1993, o Ministério da saúde 
reconheceu a importância da presença do 
pediatra na sala de parto. Após isso, a 
Sociedade Brasileira de Pediatria entendeu 
a necessidade de habilitar o pediatra par ao 
atendimento ao bebê na sala de parto e 
deu início a uma estratégia de 
implementação do programa de 
reanimação no país. (90% das crianças 
nascem bem, 1% vai morrer independente 
da presença ou não do pediatra, mas esses 
outros porcentos precisam da presença do 
pediatra na sala do parto). 
PEDIATRIA E A CRIANÇA 
O que é uma criança normal? A resposta 
irá depender de conhecimentos 
informativos e formativos. 
- Informativo: é o estudo, conhecimento. 
- Formativo: é a observação, familiaridade, 
experiência pessoal. 
 
Então para determinar a normalidade, é 
preciso ter conhecimento informativo + 
formativo, ou seja, observar a criança e 
juntar os dados do livro e assim perceber o 
que é normal e o que não é normal. 
É necessário observar o comportamento e 
desenvolvimento da criança de acordo com 
sua idade, e colocar a criança dentro de um 
contexto, porque muita das vezes a doença 
que a criança apresenta está no emocional, 
está na sua família ou no ambiente. 
 
→Peculiaridades do modo de ser da 
criança normal 
Vulnerabilidade 
 
A criança é vulnerável a tudo, é 
influenciada pela família, pela alimentação, 
infecções, ambiente físico em que vive, as 
características e desenvolvimento. Todos 
esses fatores são interligados, onde uma 
má alimentação pode resultar em infecção 
eprejudicar o desenvolvimento, ou uma 
infecção pode prejudicar a alimentação 
influenciando no crescimento. Assim, ao 
analisar uma criança é preciso se atentar 
na função nutritiva, no emocional, na 
imunidade, no ambiente em que vive e as 
debilidades constitucionais ou congênitas. 
Caráter unitário 
 
Cada criança é cada criança, não é 
possível achar que o que é feito com uma 
dará certo com outra. A criança sente e age 
como único. 
 
Existe dependência entre os diversos 
setores do organismo, resultando em dois 
fatores: imaturidade do sistema nervoso, 
mielinização incompleta das fibras 
nervosas, e vulnerabilidade do aparelho 
digestório.É necessário que haja 
assistência com carater curativo e 
preventivo afim de se manter a 
normalidade. É fundamental que não se 
foque apenas na queixa, como por 
exemplo uma dor abdominal, mas sim em 
todo o organismo com objetivo de 
prevenção. 
 
Peculiaridades semiológicas 
Durante a análise semiológica infantil, 
existe uma limitação ao realizar o exame 
físico pelo fato da criança chorar durante 
algumas situações. Existem estratégias 
usadas pelo pediatra para otimizar o 
exame, como por exemplo deixar para 
fazer determinadas “manobras” do exame 
no final. Um outro fator peculiar é a 
anamnese, que é feita através de 
informações dadas pelas mães ou outro 
responsável. Lembre-se de valorizar a 
história pregressa da criança e interpretar 
os dados obtidos pela família. 
Cada faixa etária tem uma característica 
semiológica para a idade. Exemplo: para 
entubar um adulto tem que hiperestender a 
cabeça, enquanto que em um recém-
nascido se eu hiperestender a cabeça a 
traqueia fecha e não vai conseguir entubar 
ele. 
 
** A FC e a FR é diferente. 
Respiração rápida em uma criança 
menor de 2 meses é maior que 60 irpm. 
 
Crescimento e desenvolvimento 
É importante acompanhar o crescimento 
de acordo com a idade com o objetivo da 
criança crescer fisicamente, psiquicamente 
e socialmente bem. 
Puericultura é o “conjunto de meios que 
visam assegurar o perfeito 
desenvolvimento físico, mental e moral da 
criança”. 
Conteúdo fundamental da puericultura: 
Relação da criança e família, observação 
clínica, crescimento e desenvolvimento, 
higiene em todos os aspectos (alimentar, 
mental, ambiental, oral). 
Pediatria é toda Medicina aplicada ao 
individuo em crescimento e 
desenvolvimento.A prescrição pediátrica 
não envolve apenas a medicação, mas 
também alimentação, orientação e 
imunização. 
 
AS SETE PERCEPÇÕES DO 
PUERICULTOR 
 
O médico/indivíduo que exerce a função de 
puericultor precisa ter experiência, 
percepção, sensibilidade, saber ouvir e 
compreender, e analisar a criança como 
um todo. 
Primeira percepção: Durante a primeira 
percepção é preciso entender que a 
criança é uma totalidade, reage como um 
todo, adoece como um todo, deve ser 
assistida como um todo. Não é possível 
dividir a criança em “compartimentos”. 
Segunda percepção: Representa o 
momento em que há promoção da saúde, 
prevenção de agravos e educação da 
criança e de sua família. Através dessas 
ações estará havendo uma construção 
psicossocial, educacional, orientação 
evitando ignorância/desconhecimento, 
analise da incoerência dos pais e 
prevenção da falta de força de vontade. 
Terceira percepção: Compreensão de 
que a criança tem dependência do meio em 
que vive, desde dentro da mãe até o mundo 
em sua disposição (rua, escola, parque, 
creche, quintal, casa, quarta, berço, seio). 
a criança é dependente de espaço onde ela 
vive e de tudo que está em volta dela. 
Quarta percepção: Representa a arte de 
obter dados. Assim, durante uma 
anamnese é necessário que haja sutileza e 
ao mesmo tempo postura para relacionar a 
relação dos pais e filhos com o 
comportamento da criança. 
** Tem que perguntar na maior parte das 
vezes para o acompanhante o que a 
criança está sentindo. Tem que ter em 
mente que o acompanhante conta aquilo 
que ele valoriza, então, tem que ter 
estratégias para tirar informações que são 
necessárias para o médico. 
Quinta percepção: A Puericultura não 
ocorre sem a monitorização do 
crescimento e desenvolvimento. 
Sexta percepção: A primazia da nutrição. 
Pediatra tem que entender de alimentação. 
Sétima percepção: A prescrição não pode 
ser um enigma a ser decifrado pelos pais. 
É importante explicar direito para mãe a 
alimentação, falar sobre as vacinas, 
enfatizar a importância de tudo que está 
sendo feito e seus motivos, além de tirar as 
dúvidas. Lembre-se que a prescrição não é 
apenas de remédio, mas também da 
alimentação, imunização e orientação. 
 
	
	
 	
Pré-Natal 
 
Representa a assistência médica, 
consultas, avaliações e exames,prestados 
a mulher durante o período de gravidez. O 
pré-natal destina-se a garantir o melhor 
estado de saúde para a mãe e o bebê no 
momento do parto. 
 
O ideal é que todas as gestantes pudessem 
receber uma consulta pré-gestacional onde 
receberiam todas as informações que 
serão apresentadas na aula de hoje. 
 
Fatores que Regulam o Desenvolvimento 
O desenvolvimento normal do indivíduo 
depende dos fatores durante o período 
intrauterino e fora dele: 
 
 àRegulação genética: Não tem como 
interferir, é uma herança genética. 
Identificar uma alteração genética nos pais 
e contraindicar uma gestação ou não. 
 
à Regulação epigenética (ambientais): 
Fatores externos ,nós podemos interferir. 
Estes podem de ser de ação positiva ou de 
ação negativa, e em situações de ação 
negativa podemos ter o retardo do 
desenvolvimento intrauterino (baixo peso e 
prematuro) e anomalias congênitas 
induzidas pelo uso de substâncias 
teratogênicas ou até mesmo práticas 
adotadas pela gestante que resultam em 
malformação congênita no feto. 
Essas malformações podem ser estruturais 
como a síndrome de Down, que apesar de 
ser uma regulação genética apresenta 
alterações estruturais ou funcionais como 
uma cardiopatia congênita provocada por 
alguma atividade durante o período da 
gestação. 
 
Avaliação Pré-Concepcional 
 
Deve preceder a gravidez, entretanto, a 
primeira consulta de pré-natal geralmente 
ocorre em torno de 4-8 semanas de 
gestação, e alterações teratogênicas já 
podem ter ocorrido o que se torna essencial 
o planejamento e a realização da consulta 
pré-concepcional. 
Se recomenda que a mulher durante a sua 
consulta rotineira anual com o 
ginecologista procure uma avaliação pré-
concepcional em caso de possibilidade de 
gestação. 
 
O desenvolvimento e crescimento humano 
podem ser afetado por vários fatores: 
 
àAlterações epigenéticas; 
 
à Idade da mãe > 35 anos ( sínd. de 
Down) e < 18 anos (prematuridade e 
PIG); 
 
à Paridade (repercussão do sistema 
endócrino ao nível pré-concepcional 
pode levar 2-4 anos entre cada gravidez 
– risco de malformações congênitas). 
História Pregressa 
História ginecológica: Conização 
(remoção de mais de 10 mm de 
profundidade do colo uterino) é risco 
para parto prematuro e baixo peso ao 
nascer à Se o colo de uterino está 
comprometido ele não consegue 
sustentar a gestação no 
tempo adequado 
Violência doméstica: Risco de 
violencia aumenta com a gravidez em 
média 2-8%. A violência aumenta o 
risco de descolamento prévio de 
placenta, fraturas fetais e parto 
prematuro. 
Vida profissional 
 
Risco de alterações neuroendócrinas 
mediadas por estresse, pode transferir 
para o feto por meio de hormônios e 
outros elementos bioquímicos 
causando irritabilidade, choro 
constante e intenso, entre outros. 
 
Atividades que envolvem esforço físico 
intenso, levantamento de peso, ficar 
em pé por período longo e trabalho 
com máquinas industriais devem ser 
evitados. 
 
Uso de laquê à Risco de malformações 
geniturinárias (hipospádia – uretra 
abaixo da glande). 
 
Doenças clínicas pré existentes: 
 
Anemia na gestante: 
Hemoglobina < 11g/dL, necessário uma 
avaliação clínica e uma orientação 
dietética, uma vez que se a mãe é anêmica 
o feto também pode ser. Com a anemia, o 
desenvolvimento do cérebrofica 
prejudicado. 
 
Epilepsia: 
Terapia anticonvulsivante deve ser 
otimizada antes da concepção, se possível 
monoterapia, associada com ácido fólico. 
 
OBS: Nenhum anticonvulsivante deve 
ser considerado seguro (assim como 
todas as outras drogas, principalmente 
no período da embriogênese que vai até 
8 semanas), devido ao risco de 
teratogenicidade. 
 
 
Doenças Autoimunes: 
 
SAF (Síndrome do Antifosfolipídeo): 
Associada com trombose e perda 
gestacional. 
 
LES: Bradicardia importante por bloqueio 
de ramo direito no feto/recém nascido. Se 
a mãe é lúpica, ela deve engravidar pelo 
menos 6 meses após a remissão do seu 
quadro. 
 
 
Diabetes: 
Associado ao aumento de malformações 
congênitas (defeito cardíaco e do tubo 
neural); 
 
Psicopatia e Depressão: 
Risco dos psicofármacos deve ser 
avaliado. 
 
Doenças Infecciosas: 
HIV, toxoplasmose, citomegalovírus, ITU, 
entre outras. No caso da toxoplasmose e 
infecções pelo citomegalovírus pode haver 
o comprometimento do sistema nervoso. 
ITU à Risco de sepse neonatal e de parto 
prematuro. 
 
Nutrição e Suplementos: 
A nutrição da mãe é fundamental no 
desenvolvimento do bebê pois ela é a única 
fonte alimentar das crianças. Sendo assim, 
uma nutrição deficiente aumenta risco para 
o parto prematuro, PIG, funcionamento 
mental pobre, natimorto, entre outras 
consequências para o feto. 
 
Outros 2 fatores ligados a nutrição, mas 
não estão relacionados com a alimentação: 
 
Má nutrição placentária ® Nas gestantes 
com DHEG, a fisiopatologia é 
vasoconstrição. Ou seja, os vasos que 
chegam na placenta e os vasos 
placentários estarão em vasoespasmo com 
isso a nutrição placentária e fetal ficará 
prejudicada. 
Má nutrição fetal. 
 
 
Gestação gemelar.A nutrição foi 
prejudicada, o que pode nos indicar um 
comprometimento do desenvolvimento 
cerebral de um dos bebes, além de todos 
os problemas que ele possa vir a ter no 
período neonatal imediato. 
 
A gestação gemelar por si é uma gestação 
de risco, mas não temos como prever que 
um deles está com uma nutrição 
prejudicada. 
 
 
 
Recém nascido com 6kg, devido ao ganho 
de peso exagerado da mãe. 
 
 A gestante deve ganhar 1kg por mês, 
como são 9 meses, então o ganho de peso 
deve ser em torno de 9-10kg. 
Gestantes com excesso de peso na 
gestação são passíveis de complicação e 
consequências para o feto como: 
 
§ Nascimentos de GIG’s. 
§ Aumenta o risco de infecção cutânea 
na cicatriza cirúrgica da mãe. 
§ Aumenta o risco de trocotraumatismo. 
 
Vegetarianismo restrito, bulimia, anorexia, 
hipovitaminoses (ácido fólico), carência de 
minerais (ferro), entre outros, podem 
representar risco para a gestação além de 
haver restrição de nutrientes para o feto 
que são fundamentais para o seu 
crescimento. 
 
Suplementos adicionais: Ácido fólico é 
usado para a prevenção de defeito no tubo 
neural, e deve ser utilizado desde o início 
da gestação ou até mesmo um pouco antes 
da gestação. 
 
Adolescentes: Com menarca nos últimos 
2 anos, tabagistas, usuárias de drogas ou 
álcool e vegetarianas restritas requerem 
suplementos adicionais na alimentação. 
 
Peso Materno 
 
O Peso pré-concepcional deve ser próximo 
do ideal para o seu IMC, mais ou menos 15 
pontos acima ou abaixo. 
 
O IMC menor que 19 pré-concepcional e o 
baixo ganho de peso na gestação 
aumentam o risco para baixo peso e 
prematuridade. 
 
Já o IMC maior que 25 pré-concepcional e 
o alto ganho de peso na gestação 
aumentam o risco de macrossomia (GIG). 
 
Atualmente, cada vez mais os brasileiros 
estão realizando as cirurgias bariátricas e 
todo o paciente que realiza esta cirurgia 
deve fazer uma suplementação com folato, 
cálcio, vitamina B12 e diversos outros 
suplementos. Tudo isso devido ao risco 
que o paciente apresenta de apresentar 
uma deficiência nutricional subclínica. 
Quando uma mulher realiza a bariátrica, 
ela deve adiar a gestação por 12-18 meses 
para evitar o período do catabolismo com 
rápida perda de peso. 
 
 
Drogas Lícitas e Ilícitas 
 
Fumo: Representa a principal causa 
evitável de baixo peso ao nascer (lembrar 
sempre da associação com o 
desenvolvimento neuronal) e está 
associado a risco de abortamento 
espontâneo, DPP, prematuridade, placenta 
baixa, baixo rendimento escolar, 
hiperatividade, associação a SMSI 
(Síndrome da Morte Súbita do Lactente). 
 
Além disso, há uma associação entre 
gestantes tabagistas e o desenvolvimento 
de doenças que levem ao broncoespasmo 
no recém nascido como a bronquiolite e a 
asma. 
 
Cocaína: Associada com o risco de 
abortamento, anomalias congênitas 
(urogenitais), hemorragias intracranianas, 
atraso no desenvolvimento 
neuropsicomotor e cognitivo, abstinência, 
entre outras. 
 
Crack à Se Assemelha com a cocaína. 
 
Maconha: Apresenta alteração da 
atividade motora, comprometimento da 
memória aprendizado e aumento do risco 
de transtornos psiquiátricos. 
 
Álcool: Caracterizada por um risco de 
abortamento ou síndrome alcoólica. 
Dependendo da idade gestacional e da 
quantidade de álcool ingerido, a síndrome 
alcoólica pode resultar em microcefalia, 
alteração grave do SNC, alteração ocular e 
cardiopatia congênita. Uma vez instalado 
este quadro, os danos são irreversíveis. 
Porém, quando a mãe ingere álcool em 
quantidade menor depois do terceiro ou 
quarto mês gestacional, o resultado não é 
a má formação, mas uma discreta 
microcefalia, hiperatividade e déficit de 
atenção, que é chamado de feto alcoólico. 
 
Em casos de gestantes que fazem uso de 
drogas lícitas ou ilícitas, além do cigarro, 
torna-se essência uma suplementação 
com sais mineiras, vitaminas e 
indispensavelmente o ácido fólico. 
 
 
Vacinação 
 
A imunização pré-concepcional deve 
ocorrer para hepatite B, rubéola, difteria, 
influenza, tétano e varicela. 
 
Importante lembrar que torna-se 
necessário adiar a gestação por 3 meses 
após a vacinação com vírus atenuado, 
como rubéola e varicela. 
I 
MPORTANTE: Gestação deve ter dois 
aspectos importantes: planejada e 
desejada. O ideal é que o pré-natal seja 
estabelecido desde esse momento de 
planejamento. 
 
Ciclo Gravídico Puerperalà Gravidez e 
Pós-Parto Imediato 
O ciclo gravídico corresponde ao episódio 
do ciclo de vida das mulheres vivenciado 
de modo fisiológico pela maioria das 
mulheres, e apenas 40% das gestantes 
vivenciam alguma forma de morbidade 
como a gemelaridade. A OMS estima que 
15% das gestantes tendem a apresentar 
alguma intercorrência de maior gravidade, 
culminando na necessidade da conclusão 
da gestação por cesariana. 
 
 
A gestação, basicamente se divide em 
dois períodos: o embrionário e o fetal. 
 
No período embrionário ocorre a 
hiperplasia, corresponde a diferenciação e 
multiplicação celular. Já no fetal a 
hipertrofia crescimento do que já está 
desenvolvido. 
 
Nas primeiras duas semanas temos o 
processo de fecundação, transporte até a 
parede uterina e nidação. 
 
O período embrionário vai até 12 semanas 
e 6 dias, entretanto as primeiros 8 semanas 
deste período são as mais importantes. 
 
Como as gestantes descobrem que estão 
grávidas com 4 semanas, ela vai 
diagnosticar a gravidez com 4-8 semanas, 
ou seja, a fase embrionária já ocorreu. 
 
Então qualquer coisa que possa interferir 
nesse momento aumenta as chances de 
malformação congênita, e se for grave 
provoca abortamento e aquelas 
malformações que permanecem até o final 
da gestação. 
àEntre 20-22 semanas o feto pesa 500g, de 
22 para 28 aumenta 100% do peso e vai 
crescendo até 40 semanas com o seu 
sistema nervoso acompanhando esse 
crescimento. 
Com menos de 20 semanas ® 
Abortamento. 
20 semanas em diantea ® Parto 
prematuro. 
37-41 semanas ® à termo. 
42 semanas em diante ® feto pós termos. 
 
O feto, normalmente é viável com 26 
semanas. Mas isso não quer dizer que que 
um feto com 22 semanas não possa 
sobreviver com assistência de UTI, porém, 
as chances de sequelas (como deficiência 
auditiva) nesse grupo são maiores. 
O embrião provém do pai e da mãe epara 
que a mãe não desenvolva uma resposta 
imune contra o a parte do embrião que 
provém do pai, foi necessário que o seu 
organismo desenvolvesse uma 
imunossupressão. Assim como a placenta 
para não desenvolver uma reação contra o 
embrião precisa ter uma parte do pai/mãe. 
Na imunossupressão, as células NK 
(matadoras naturais) e os linfócitos T 
(células de memória) irão reduzir a sua 
atividade, o que provoca uma maior 
vulnerabilidade a doenças como H1N1, 
infecções urinárias. 
 
Quando o feto nasce via vaginal, ocorre 
uma rotura da bolsa. Então o líquido que 
vai sair precisa sair claro, translúcido e com 
odor característico. Se o feto for a termo, 
vai ter grumos por conta dos lipídeos do 
liquido amniótico. 
 
Malformação do aparelho 
gastrointestinal, o feto não vai 
conseguir deglutir e absorver o líquido 
amniótico, podendo resultar em 
excesso do mesmo = POLIDRAMNIA. 
 
Malformação renal ou geniturinárias, o 
feto não vai urinar e a quantidade de 
liquido vai diminuir. = OLIGODRAMNIA. 
 
Duração da Gestação 
à 280 dias ou 40 semanas ou 9 meses. 
O período gestacional se inicia com o 
período embrionário que vai desde a 
fecundação até o final de 12 semanas, e é 
nesse período que podem ocorrer perdas 
principalmente por aborto. Entre 13 e 40 
semanas estamos diante do período 
fetal (corresponde ao período de 
crescimento, onde pode haver 
comprometimento nos órgãos como o caso 
do cérebro), e nos casos onde ocorrem 
nascimento com menos de 37 semanas 
diz-se fetos prematuros, aqueles que 
nascem entre 37-42 semanas fetos a termo 
e quando o feto nasce após 42 semanas é 
chamado de pós termo. 
8 semanasàJá temos o polo cefálico 
todo formado, o coração funcionando, 
assim como outros órgãos essenciais 
também estão presentes e funcionantes. 
Dessa forma, no período embrionário, as 8 
primeiras semanas são as mais 
importantes em termo de confecção dos 
nossos órgãos normais. 
 
Período Fetal – 9ª semana ao nascimento 
Este período caracteriza-se por rápido 
crescimento corporal e pela diferenciação 
dos sistemas. As alterações que ocorrem 
no período fetal não são tão dramáticas 
quanto as que se dão na fase embrionária, 
mas são muito importantes. O feto é menos 
vulnerável aos efeitos teratogênicos de 
drogas, vírus e radiação, mas estes fatores 
podem interferir com o desenvolvimentos 
funcional normal, sobretudo do cérebro e 
dos olhos uma vez que estes estão em 
constante desenvolvimento e formação e 
assim qualquer atividade que interfira pode 
causar problemas. 
Lembrar que a placenta é o único órgão 
formado por células de dois indivíduos e 
apresenta uma face fetal e uma materna 
com os cotilédones presos na camada 
uterina. 
 
 
 
 
Restrição de Crescimento Intrauterino 
(RCIU) 
O crescimento insuficiente, impede que o 
RN atinja o seu potencial genético. São 
incluídos nessa categoria os RN cujo peso 
ano nascer seja inferior ao percentil 10 de 
peso que lhe corresponde segundo sua 
idade gestacional. 
 
 
 
 
Classificação: 
§ Pequenos para a idade gestacional 
(PIG’s); 
§ Adequados para a idade 
gestacional (AIG’s); 
§ Grande para a idade gestacional 
(GIG). 
 
 
HUMANIZAÇÃO NA FORMAÇÃO DO 
SER HUMANO: FORMAÇÃO DO 
VÍNCULO AFETIVO 
Tão importante quanto amamentar, vacinar 
e ter cuidados físicos com a criança, é 
também a preocupação com o vínculo 
afetivo, tendo esse um peso muito 
importante no desenvolvimento humano. 
 
VÍNCULO AFETIVO 
O termo vínculo tem sua origem no latim 
“vinculum”, que significa uma união com 
características duradouras. O vínculo 
afetivo se refere a alguma forma de ligação 
entre partes, criança e seus cuidadores. 
A formação do vínculo da mãe com o bebê 
não é automática. Para que ele seja 
formado é preciso de tempo, compreensão, 
paciência e amor. Este é iniciado desde a 
gestação, muito antes da criança nascer, 
através do toque da mãe na barriga e as 
conversas que tanto a mãe quanto o pai 
têm com o feto, onde tudo isso fortalece e 
ajuda na formação do vínculo afetivo. É 
através dessa relação afetiva que a mulher 
conseguirá vivenciar a gravidez de maneira 
saudável e ter uma maior integração com o 
seu bebê. 
A partir de um contexto evolutivo, a 
principal função do vínculo seria a de 
garantir a sobrevivência e proteção de 
agentes predadores externos. Todavia, 
hoje sabe-se que existe outra função muito 
importante, chamada de “Teoria da ligação, 
ou apego”, criada por John Bowlby, onde 
para ele o comportamento de ligação é 
concebido por “qualquer forma de 
comportamento que faz com que uma 
pessoa alcance ou mantenha a 
proximidade com algum outro indivíduo 
diferenciado e preferido, considerando 
mais forte ou mais sábio”. 
A criança é em todo tempo e em todo lugar 
dependente do adulto para sua 
sobrevivência, tanto na alimentação, como 
higiene, como proteção, aprendizado na 
língua e inserção em uma cultura. Por meio 
do encontro com os iguais é o que o ser 
humano se humaniza. 
Quando a criança nasce ela é introduzida 
em um mundo com padrões já 
estabelecidos (religião, língua e hábitos). 
Nesse ambiente ela aprenderá a desejar, 
ter valores daquela religião e vai se 
libertando e se transformando em um ser 
autônomo pela sua capacidade de 
aprendizagem. 
Pelo vínculo imediato que instaura com o 
ambiente social, a criança garante acesso 
ao universo simbólico da cultura. 
O recém-nascido, inicialmente (até o 
terceiro mês) não consegue se diferenciar 
da mãe, ele se vê como um apêndice da 
mãe. O seio materno é considerado o 
primeiro local onde as experiências 
amorosas se estabelecem, servindo não 
somente para saciar a fome, mas para 
estabelecer uma relação de afeto. Nos 
primeiros meses de vida há uma simbiose 
muito grande, o bebê e a mãe se vem 
quase que como um só, depois essa 
criança começa a se perceber como um ser 
diferente, e posteriormente entra em um 
processo de socialização, aprendendo a 
conviver com a família, colegas na escola 
e outras pessoas, até que sofra um 
processo de individuação, que é quando o 
indivíduo se constrói como alguém que tem 
uma singularidade, é único. 
Simbiose → Individualização → 
Socialização → Individuação 
 
O primeiro local de memória é a vida 
intrauterina. Ainda não há consciência, 
mas no fundo existem registros dessas 
memórias. 
Quando uma criança nasce é dito que 
nascem três bebês, um real, um virtual e 
um bebê que “virá a ser”. O bebê real é 
aquele que chora, faz cocô, acorda várias 
vezes a noite e não deixa a mãe dormir. O 
bebê virtual é aquele bebê idealizado, que 
os pais sempre quiseram com 
características físicas desejadas, e o bebê 
que “vai ser”, aquele que não se sabe como 
será. 
Conceber um filho é um projeto que nasce 
do encontro de um homem e de uma 
mulher, podendo ser consciente ou não, e 
sofrer diferentes configurações, que já 
farão parte da história da criança. 
 
DIFICULDADES NA FORMAÇÃO DO 
VÍNCULO AFETIVO 
FUSÃO PATOLÓGICA 
Um exemplo de fusão patológica é a 
amamentação prolongada, por exemplo, 
aquela criança de 4-5 anos que ainda 
mama no peito e a mãe não quer deixar 
largar, ela não liberta a criança, não 
reconhece que o filho possui autoridade, ou 
seja, que ele é outra pessoa diferente dela. 
Essa fusão patológica também dificulta o 
desenvolvimento e crescimento sadio 
daquela criança. É muito comum entre 
mães de crianças especiais. As vezes a 
mãe tem três filhos e um deles é autista e 
acaba essa mãe dando atenção, cuidado e 
vivendo agarrada ao filho autista e se 
esquecendo de dar mais atenção aos 
demais filhos. 
PERDA DE INTERESSE 
É o extremo oposto dessa fusão, são 
aquelas mães que mesmo não 
abandonando a criança, não tem interesse 
por ela. Muitas vezes, esse desinteresse 
está relacionado as questões psíquicas do 
pós parto como a ansiedade, depressão. 
Ou seja, quando a mãe não está bem 
consigo mesmo e não consegue cuidar 
direito daquela criança gerando uma 
desintegração nessa relação. A perda de 
interesse da mãe pela criança prejudicasua saúde emocional, aumentando o risco 
de doenças, desnutrição ou retardo no 
desenvolvimento. 
VÍNCULO COM A MÃE 
Cada bebê é desde o começo uma pessoa, 
necessitando ser conhecida por alguém, e 
que ninguém pode conhecer melhor um 
bebê que a própria mãe. 
O bebê aprende logo a interpretar a mãe, 
por isso é considerado ativo no processo 
de vinculação, à medida que suas 
capacidades comportamentais de ver, 
ouvir e se mover, provocam respostas na 
mãe, iniciando interações recíprocas. Essa 
relação inicial começa com a mãe para com 
o bebê, mas este, é um ser ativo nessa 
relação. Quando a mãe brinca com a 
criança ela se mexe, interage. Isso não 
acontece nas crianças portadoras de 
autismo, elas não conseguem estabelecer 
esse processo de vinculação. Quando a 
mãe brinca elas não sorriem, não mexem 
dificultando esse processo pois, até os pais 
começam a se afastar. 
É dito que toda mãe traz uma 
“Preocupação materna primária”, descrita 
como uma sensibilidade que faz a mãe 
perceber e suprir as necessidades de seu 
filho. É a ideia de que a mãe sabe o que o 
filho precisa, como o choro da fome, o 
choro do colo e o choro da dor. 
VÍNCULO PRIMÁRIO E ABANDONO 
Alguns estudos mostram que durante a 
formação do vínculo e do apego, não basta 
que a criança seja alimentada e vestida, é 
necessário que tenha afeto. O fenômeno 
do hospitalismo representa a situação em 
que os bebês são alimentados e vestidos, 
mas não recebem afeto. Esses bebês têm 
dificuldade no seu desenvolvimento físico, 
falta de apetite, não ganham peso e, com o 
tempo, perdem o interesse por se 
relacionar, o que leva alguns desses ao 
óbito. 
O comportamento do principal provedor de 
cuidados comumente, a mãe é 
fundamental ao estabelecimento, pela 
criança, de um senso de confiança básica. 
Como já dito, o seio não apenas alimenta, 
mas também nutre, ajuda na formação da 
confiança básica e alimenta a maturidade 
do casal, porque a mãe está ali dando seio 
mas o pai está ali ajudando e participando 
é o que se deseja. 
Aqueles bebês cujos cuidados iniciais 
foram erráticos ou severos podem 
desenvolver desconfiança (crianças que 
foram maltratadas, abusadas, 
abandonadas, choraram e não receberam 
o alimento). Seja qual for o caso, a criança 
carrega esse aspecto de identidade básica 
ao longo de seu desenvolvimento, 
influenciando a solução das dificuldades. 
Para que uma pessoa se torne o humano 
que é, é necessário que se desenvolva a 
cognição, como a maneira de aprender e 
inteligência, a linguagem, onde o ser 
humano possui a linguagem tanto verbal 
como não verbal, o pensamento 
simbólico/representação mental, que é a 
capacidade de pensar, imaginar, simular 
uma ação real com brinquedos, o afeto e a 
intencionalidade. Todos esses fatores são 
adquiridos quando se tem uma vinculação 
com pessoas, como família de preferência, 
e depois a sociedade. 
Após o nascimento, na formação do 
neocórtex, os bilhões de conexões serão 
fortalecidos e mantidos pela estimulação 
adequada, ou enfraquecidos pela não 
utilização. É o afeto, conversas e carinho 
que irão dar início ao desenvolvimento das 
sinapses e da inteligência. Ao nascer, a 
criança tem ações reflexas e seu 
comportamento é motor e sensório, 
descobrindo o mundo através dos sentidos 
e movimentos e a partir do afeto e dos 
cuidados ela irá se desenvolver como ser 
inteligente, cognitivamente e afetivamente. 
Então, será importante para a criança no 
primeiro ano de vida: tocar, cheirar, brincar, 
escutar histórias e músicas cantadas pelos 
pais. 
A criança apresenta uma grande 
plasticidade neuronal. O primeiro ano de 
vida é quando a criança forma mais 
sinapses, por isso o estímulo é importante 
nesse momento. E depois, de 2-3 anos é 
outra fase de muita importância. O cérebro 
se desenvolve a partir da riqueza de 
vivências, experiências de aprendizagem e 
estimulo que ele recebe. 
“A criança é o pai do homem”, isto é, o 
homem de amanhã é fruto da criança que 
ele foi. Somos em grande parte fruto da 
infância que tivemos. Somos fruto do que 
recebemos da infância, daquilo que 
aprendemos, das oportunidades que nós 
tivemos, se não fomos amados ou não. 
Não que isso seja determinante, 
 
É importante trabalhar com a criança 
sempre estimulando o tato, a audição, a 
visão para que ela se desenvolva → usar 
objetos coloridos, sonoros, texturas 
diferentes, porque até os 2 anos a criança 
não pensa conceitualmente, mas ela cria 
esquemas mentais. Não há um 
pensamento prévio, antecipado das ações, 
isso se adquire depois. Até os 2 anos a 
criança age e depois que ela vai pensar 
sobre. 
Além da alimentação e higiene, é 
necessário contato afetivo contínuo, 
advindo de uma figura constante (mãe ou 
cuidador substituto), para que haja 
desenvolvimento psicoafetivo, criando um 
“clima emocional favorável” (formar laços, 
relação calorosa, formação e manutenção 
dos laços emocionais entre indivíduos), 
sendo esses fatores a base da saúde 
mental. 
A privação do afeto gera angústia, 
necessidade exagerada de amor, 
sentimento de vingança, culpa e 
depressão. Existe uma forte relação entre 
carência de vínculo afetuoso saudável na 
infância e delinquência juvenil. 
Em relação a comunicação do cuidador 
com o bebê, esta será feita através da 
palavra, valorizando o tom de voz e ritmo, 
gestos e disponibilidade. Tudo isso 
representa um investimento afetivo. Assim, 
quando o recém-nascido sobrevive bem, 
ele metaboliza suas emoções, se 
humaniza e se matura. O afastamento dos 
pais resulta em transtornos alimentares, do 
sono, da linguagem e outros. 
ORIENTAÇÕES 
Ë Buscar interação responsável e 
sensível com a criança. Ter 
sensibilidade para entender o que 
aquela criança está precisando, em 
quais situações em que ela chora mais, 
ou se sente mais desconfortavel. 
 
 
Ë Bebês reconhecem músicas cantadas 
ou histórias contadas quando estavam 
no útero. 
 
Ë Falta de interesse ou descaso para 
alguma atividade da crianca é ruim para 
a mesma, faz com que se sinto um 
peso para os pais e como se nao 
ligassem para sua existencia por nao 
receber 100% de sua atencao. → Ex: O 
filho faz um desenho e vai mostrar para 
os pais. Os pais nem olham para o 
desenho direito, não valorizaram, que 
não interagem.. 
 
Ë Ler, cantar, mostrar-se interessado 
pela criança ajuda na formação do 
vínculo e desenvolvimento cognitivo, 
afetivo e motor. 
 
Ë Aos 4 meses a criança já é capaz de 
alcançar objetos intencionalmente. Não 
dar tudo na mão o tempo todo, para 
estimular ela pegar os objetos sozinha. 
 
Ë Os pais devem ajudar os pequenos a 
aumentar sua capacidade de brincar 
por conta própria, estimular a 
autonomia. 
 
Gestação de Risco 
 
Um parâmetro simples de verificar se 
determinada população está bem assistida 
é analisar o peso da criança ao nascer. Se 
esse peso estiver muito abaixo da média 
local, é uma população que está mal 
assistida seja pelo lado economico, social 
e assistência a saúde. 
 
A gestação é um fenômeno fisiológico e por 
isso mesmo, sua evolução se dá na maior 
parte dos casos sem intercorrências. 
Apesar desse fato, há uma pequena 
parcela de gestantes que, por terem 
características específicas, ou por 
sofrerem algum agravo (antes da gestação 
ou durante a gestação) apresentam 
maiores probabilidades de evolução 
desfavorável, tanto para o feto como para 
a mãe. Essa parcela constitui o grupo 
chamado de “gestantes de alto risco”. 
 
As necessidades de saúde do grupo de 
baixo risco são resolvidas de maneira geral 
com procedimentos simples no nível 
primário de assistência. As do grupo de alto 
risco geralmente requerem técnicas mais 
especializadas e equipe médica treinada. 
 
è Quais são os fatores que aumentam o 
risco? 
I) Baixa condição social e econômica 
II) Ingresso tardio no pré-natal e < Nº de 
consultas 
III) Diagnóstico tardio da gravidez 
1- atraso na procura da assistência 
2- irregularidade menstrual 
 
Obs: Gravidez na Adolescencia (entre 12 e 
19 anos) ocupa 20%do SUS. Dos recém 
nascidos prematuros quase metade é mãe 
adolescente com no máximo 2-3 consultas 
no pré natal. 
 
è Conceito de Gestação de Risco 
“... aquela na qual a vida ou saúde 
da mãe e/ou do feto e/ou do recém-
nascido, têm maiores chances de 
serem atingidas que as da média da 
população considerada.” 
 
Gestação de alto risco: mãe, feto e 
neonato tem maior probabilidade de 
morbidade e mortalidade. 
 
è Fatores de Risco 
Mortalidade Perinatal: 22 semanas até 7 
dias após o nascimento. 
Aborto: < 500g ou < 25cm ou < 20s. 
Respirou ou bateu o coração ® nascido 
vivo + DNV (declaração de nascido vivo) 
Nasceu morto: <20s. = aborto; de 20 a 28s. 
= óbito fetal; > 28s. =natimorto. 
Na lei, se < 20s. e a família solicitar = DO 
(mesmo se for aborto, se a família pedir 
tem que fazer uma DO 
è Fatores de Risco Gestacional 
Os fatores geradores de risco podem ser 
agrupados em quatro grandes grupos, que 
são: 
 
1) Características individuais e 
condições sócio-demográficas 
desfavoráveis 
o Idade menor que 17 e maior que 
35 anos ( baixa/alta idade) 
o Nuliparidade e Multiparidade 
o Ocupação: esforço físico, carga 
horária rotatividade de horário 
exposição a agentes físicos, 
químicos e biológicos nocivos, 
estresse 
o Situação conjugal insegura 
o Baixa escolaridade 
o Condições ambientais 
desfavoráveis 
o Altura menor que 1,45 m (baixa 
altura dificulta o parto normal) 
o Peso menor que 45 kg e maior 
que 75 kg 
o Dependência de drogas lícitas 
ou ilícitas (além dos riscos de 
desenvolvimento do feto, a 
criança já nasce com uma 
Sindrome de Abstinencia) 
 
 
 
 
 
2) História reprodutiva anterior à 
gestação atual, se gestacao anterior 
nasceu um prematuro a 2 gestação 
tem uma chance > de nascer 
prematuro 
o Morte perinatal explicada e 
inexplicada 
o Recém-nascido com 
crescimento retardado, pré-
termo ou malformado 
o Abortamento habitual 
o Esterilidade/infertilidade 
o Intervalo interpartal menor que 2 
anos ou maior que 5 anos E 
gestantes com mais idade tem 
maiores chances de terem filhos 
com mal formações”) 
o Nuliparidade e Multiparidade 
o Síndrome hemorrágica ou 
hipertensiva 
o Cirurgia uterina anterior 
 
3) Doenças Obstétricas na Gestação 
Atual 
o Desvio quanto ao crescimento 
uterino, número de fetos e 
volume de líquido amniótico 
 
o Trabalho de parto prematuro e 
gravidez prolongada 
 
o Ganho ponderal inadequado 
 
• Ácido Fólico: usado como 
suplemento no pré natal, previne 
abertura do tubo neural. 
• Corticoide: RN < 34sem ® 
prevenir SAR (DMH-Doença da 
Membrana Hialina), reduzir 
incidência de hemorragia cerebral 
e potencializa efeito do surfactante 
exógeno. Recém Nascido, 
principalmente prematuro, têm mais 
incidencia de acidente vascular 
cerebral do que o adulto com 
aumento de PA, pois tudo o que 
acontece com o RN vai para o 
cérebro (circuito final). 
• Estreptococos do grupo B: 
cultura vaginal e retal entre 35 e 
37sem ® prevenir PNM e sepse por 
estreptococos no RN. 
Estreptococos Beta hemolítico 
coloniza a cavidade vaginal 
principalmente das mãe que usam 
ACO. 
 
 
è Acompanhamento Clínico 
 
1) Avaliação Clínica 
O obstetra tem que conhecer a fisiologia da 
gravidez, suas repercussões, as doenças 
que podem ocorrer e suas fisiopatologias. 
Este conhecimento permite ao obstetra o 
adequado estabelecimento das condições 
clínicas maternas e a correia valorização 
da evolução da doença pela avaliação de 
parâmetros clínicos e laboratoriais. 
 É evidente que para o fornecimento do 
melhor acompanhamento da gestante de 
alto risco, há necessidade de equipe 
multidisciplinar, constituída por 
especialistas de outra áreas, enfermagem, 
psicologia e serviço social. 
 
2) Avaliação Obstétrica 
O estabelecimento da idade gestacional é 
o passo básico, como também o correto 
acompanhamento da evolução da 
gravidez, mediante análise e adequada 
interpretação dos parâmetros obstétricos 
(ganho ponderal, pressão arterial e 
crescimento uterino). 
O feto também é obrigatoriamente, 
avaliado, considerando-se o seu 
crescimento e as suas condições de 
vitalidade e maturidade. 
 
à Como classificar essas gestantes e 
como orientar cada grupo? 
 
 
I) Gestante de baixo risco 
Tratamento 
 
REFERIR PARA CONSULTA COM 
ESPECIALISTA 
§ Ensinar sinais de perigo 
§ Organizar com a família o parto e o 
estabelecimento de saúde 
§ Acompanhamento até o final da 
gestação 
§ Orientar nutrição, cuidados com a 
gestação, puerpério, aleitamento 
materno e vacinas da criança 
§ Orientação para HIV, DST 
§ Recomendar a mãe que continue 
com o tratamento instituído 
§ Administrar ferro, ácido fólico e 
polivitaminas 
§ Administrar toxóide tetânico 
 
II) Gestante de Alto risco 
 
Avaliar 
 
§ < 17 anos ou > 35 anos 
§ Primigesta ou grande multípara 
§ Sem pré-natal 
§ Intervalo entre partos < 2 anos ou 
>5 anos 
§ Altura uterina sem correlação IG 
§ Cesaria anterior 
§ Antecedentes de PMT, BPN ou 
malformados 
§ Antecedentes de abortos, morte 
fetal ou neonatal precoce 
§ Doença sistêmica controlada 
§ Infecção urinária sem febre 
§ Diabetes controlada 
§ Palidez palmar e/ou Hb entre 8-
10mg/dL 
§ Secreção vaginal 
§ Drogas teratogênicas 
§ Alcoolismo, tabagismo ou drogas 
§ Hipertensão controlada 
§ Ganho inadequado de peso 
§ Apresentação anormal 
§ Gravidez múltipla 
§ Mãe Rh negativa 
§ VDRL, HIV ou hepatite B positivos. 
 
 
Tratamento 
 
REFERIR PARA CONSULTA COM 
ESPECIALISTA 
 
§ Gestação múltipla referir < 30 sem. 
§ VDRL + iniciar tratamento com 
penicilina benzatina 
§ Recomendar a mãe que continue 
com o tratamento instituído 
§ Administrar ferro, ácido fólico e 
polivitaminas 
§ Administrar toxóide tetânico 
§ Orientação para HIV, DST 
§ Marcar o retorno 
§ Orientar nutrição, cuidados com a 
gestação e aleitamento materno 
§ Ensinar sinais de perigo 
§ Organizar com a família referência 
antes do parto de acordo com os 
fatores de risco e capacidade 
resolutiva 
 
III) Gestante de médio risco ou com 
risco iminente 
 
Avaliar 
 
§ TP < 37 sem 
§ Gestação > 41 sem 
§ Diminuição ou ausência de 
movimentos fetais 
§ Doença sistêmica grave 
§ Infecção urinária com febre 
§ Diabetes não controlada 
§ Hemorragia vaginal 
§ RPM > 12 horas 
§ Hipertensão não controlada e/ou 
presença de convulsões, visão 
turva, perda de consciência ou 
cefaléia intensa 
§ Alteração do BCF 
§ Apresentação anormal com TP 
§ Palidez palmar severa e/ou Hb < 
7mg/dl 
§ Edema de face, mãos e pernas 
 
Tratamento 
 
REFERIR URGENTEMENTE PARA 
HOSPITAL DE MAIOR COMPLEXIDADE, 
DEITADA DO LADO ESQUERDO 
 
§ Prevenir hipotensão 
§ Tratar hipertensão 
§ Se TPP : inibir contrações e 
administrar corticóide 
§ Se RPM e febre administrar a 
primeira dose de antibiótico 
apropriado 
§ Se existir possibilidade, administrar 
oxigênio 
à Doenças 
I) Hipertensão Gestacional 
A expressão refere-se ao aparecimento da 
hipertensão em consequência da gravidez, 
e que acontece após 20 semanas de 
gestação. 
 
É caracterizada por: 
v Presença de pressão arterial 
diastólica > 90 mmHg 
v Aumento da pressão diastólica 
acima de 15 mmHg do valor 
conhecido previamente 
v Ausência de proteinúria 
v Mulheres previamente 
normotensas e sem proteinúria 
v Normalização no puerpério remoto 
após seis semanas ( ou seja, se 6 
semanas após o parto a mulher 
continua com HAS essa, não era 
decorrente da gestação). 
 
Sua fisiopatologia básica é a 
vasoconstrição por isso, crianças nascidas 
de mães que desenvolveram doença 
hipertensiva específica da gravidez 
possuem um peso mais baixo do que as 
crianças de mesma idade de mães sem 
doença HAS gestacional. 
Possibilidade de evolução clínica: 
 
• Pré-eclâmpsia quando a hipertensão 
associa-se à proteinúria (diagnostico 
diferencial) 
• Hipertensão arterial latente ou 
transitória (principalmente em 
multíparas) 
OBS: Proteinuria se avalia através do EAS. 
Se o valor de proteinas nesse exame for > 
300mg já é uma proteinuria. 
 
Classificação das SíndromesHipertensivas da Gravidez 
A. HIPERTENSÃO E/OU PROTEINÚRIA 
GESTACIONAL 
 
 1. Hipertensão gestacional (sem 
proteinúria) 
2. Proteinúria gestacional (sem 
hipertensão) 
3. Hipertensão e proteinúria (pré-
eclâmpsia) 
 
B. HIPERTENSÃO CRÔNICA E DOENÇA 
RENAL CRÔNICA 
 
 1. Hipertensão arterial crônica (sem 
proteinúria) 
2. Doença renal crônica (proteinúria 
e hipertensão) 
3. Hipertensão crônica com pré-
eclâmpsia superajuntada 
 
C. HIPERTENSÃO E/OU PROTEINÚRIA 
NÃO CLASSIFICADAS 
 
D. ECLÂMPSIA 
 
• Proteinuria Gestacional 
§ Proteinúria sem hipertensão 
§ Mulheres previamente 
normotensas e sem proteinúria, 
com diagnóstico após a 20ª 
semana de gestação 
§ Normalização no puerpério 
remoto 
§ Possibilidades de evolução 
clínica: 
o Proteinúria postural 
(ortostática) 
o Infecção urinária 
o Pré-eclâmpsia 
(proteinúria que precede 
a hipertensão) 
o Doença renal crônica 
não diagnosticada 
previamente 
o Doença renal aguda 
 
• Hipertensão Arterial Crônica 
Causas: 
 
§ Essencial (primária) – mais 
comum 
§ Vascular: vasculite, coarctação 
de aorta 
§ Endócrina: supra-renal 
(feocromocitoma) 
§ Induzida por droga (uso de 
muito corticoide na gestante 
asmática, retém liquido e pode 
dar hipertensão na criança) 
§ De origem renal 
 
 
 Diagnóstico clínico: 
 
v Hipertensão antes de 20 
semanas de gravidez 
v Hipertensão crônica 
comprovada em qualquer idade 
gestacional 
v Hipertensão que persiste após 
seis semanas de puerpério 
 
• Doença Renal Crônica 
§ Glomerulonefrite (secundária 
ou idiopática) 
§ Túbulo intersticial (infecciosa – 
pielonefrite, tóxica ou 
metabólica) 
 
Achados clínicos: 
 
v Proteinúria prévia à 20ª 
semana de gravidez 
v Proteinúria na presença de 
doença renal previamente 
conhecida em qualquer idade 
gestacional 
v Proteinúria persistente no 
puerpério remoto 
 
• Hipertensão e/ou Proteinúria Não 
Classificadas 
v Primeira consulta de pré-natal após 
20 semanas 
Obs: Para saber se a mulher tem HAS 
da gestação (após 20 semanas) ou se 
tinha antes da gravidez, avaliar a 
proteinúria. Essa, se presente, 
considera-se HAS gestacional. 
 
v Idade gestacional duvidosa ou 
ignorada, mas clinicamente 
superior a 20 semanas 
v História clínica com informações 
inconclusivas para o diagnóstico de 
hipertensão arterial crônica 
Reclassificação no puerpério, após 
seis semanas: 
v Hipertensão e/ou proteinúria 
gestacional: desaparecem a 
hipertensão e/ou a proteinúria 
v Hipertensão crônica ou doença 
renal crônica: persistem a 
hipertensão ou a proteinúria, ou 
ambas 
v Hipertensão arterial crônica com 
pré-eclâmpsia superajuntada: 
persiste a hipertensão e 
desaparece a proteinúria 
 
 
II) Pré – Eclampsia 
 
Pré Eclampsia (hipertensão e 
proteinúria), nas formas leve ou grave: 
 
• Após a 20ª semana de gestação 
em mulheres previamente 
normotensas e sem proteinúria 
• Normalização no puerpério 
remoto 
• Aumento da pressão arterial 
diastólica a 90 mmHg ou mais 
• Aumento da pressão diastólica 
acima de 15 mmHg do valor 
conhecido previamente 
• Presença de 300 mg ou mais de 
proteínas em urina de 24 horas 
ou labstix (1+) ou mais 
• Evolui para Eclâmpsia 
 
Obs: Tríade Clássica= HAS + 
Proteinuria + Edema (pode ser aquele 
edema oculto; é aquela paciente que diz 
que de um dia para o outro engordou 
1,5-2kg; primeiro sinal que diz que vai 
complicar a gestação) 
 
 
• Hipertensão Crônica com Pré- 
Eclampsia 
Diagnóstico Clínico 
 
Piora da hipertensão arterial com aumento 
de pelo menos 15mmHg da pressão 
arterial diastólica sobre os níveis prévios 
desenvolvimento de proteinúria 
Fundo de olho com exsudato, edema e/ou 
hemorragia retiniana 
 
Diagnóstico Específica 
Biópsia renal com simultaneidade de 
lesões renais e de endoteliose capilar 
glomerular. 
 
III) Eclâmpsia 
É a presença de convulsões tônico-
clônicas generalizadas em mulher com 
quaisquer dos quadros hipertensivos 
descritos, não causadas por epilepsia ou 
qualquer outra patologia convulsiva, e que 
pode ocorrer na gravidez, parto ou até dez 
dias de puerpério. Devido a essas 
convulsões, aumenta o risco de lesão 
neurologica. 
“Eclampsia é uma evolução da pré 
eclampsia que é uma evolução da HAS da 
gravidez”. 
 
Fatores de Risco 
§ Primigestas 
§ Antecedentes familiares de pré-
eclâmpsia/eclâmpsia 
§ Antecedente pessoal de pré-
eclâmpsia/eclâmpsia 
§ Gestação gemelar 
§ Hipertensão arterial crônica, 
nefropatia, lupus, diabetes 
§ Mudança de parceiro 
 
OBS: Essa diabetes pode ser pouco tempo 
de evolução ou de muito tempo. A de pouco 
tempo de evolução é aquela gestante que 
tem 5-10 anos de evolução da Diabetes 
não tendo, provavelmente, as 
vasculopatias; 
Já naquelas gestantes com Diabetes 
InfantoJuvenil, com mais de 10 anos de 
duração ela já tem vasculopatia. Então, 
os vasos placentários serão alterados e 
isso vai causar uma má nutrição no feto. 
Conclui-se então, que os fetos de mães 
com Diabetes de evolução “recente” serão 
macrossomicos e aqueles fetos de mães 
com Diabetes de logo tempo de evolução 
normalmente, são pequenos para idade 
gestacional (PIG). 
 
Características Clínicas 
Assim, considera-se hipertensão o 
aumento dos níveis tensionais de 
140 x 90 mmHg, confirmado após 
período de repouso. 
Como proteinúria significativa, 
consideram-se os valores maiores 
ou iguais a 300 mg em 24 horas ou 
Labstix de (+) ou mais em amostra 
casual. 
O edema, quando existente, pode 
ser localizado ou generalizado. 
Deve ser realçado o chamado 
"edema oculto", explicitado pelo 
ganho ponderal excessivo e que 
somente é creditado quando 
associado a quadro hipertensivo. 
 
Classificação da Pré Eclampsia 
A pré-eclampsia é classificada em leve 
ou grave, de acordo com o grau de 
comprometimento. Considera-se grave 
quando presente um ou mais dos 
seguintes critérios: 
v Pressão arterial diastólica 
igual/maior que 110 mmHg; 
v Proteinúria igual/maior que 2,0 g/l 
em 24 horas; 
v Oligúria (menor que 500 ml/dia, ou 
15 ml/hora); 
v Níveis séricos de creatinina 
maiores que 1,2 mg/dl; 
v Sinais de encefalopatia 
hipertensiva; 
v Sinais de insuficiência cardíaca; 
v Dor epigástrica ou no hipocôndrio 
direito; 
v Plaquetopenia (< 100.000); 
v Aumento de enzimas hepáticas 
(AST ou TGO, ALT ou TGP, DHL 
desidrogenase láctica) e de 
bilirrubinas; 
v Presença de RCIU e/ou oligoâmnio; 
v evidência clínica e/ou laboratorial 
de coagulopatia 
 
Prevenção de Pré Eclampsia 
Sinais de Risco: 
 
• Dor de cabeça intensa 
• Visão turva, perda da consciência 
e/ou convulsões 
• PA sistólica > 140mmHg e /ou 
diatólica> 90mmHg 
• Consumo < que 3 porções de 
derivados lácteos/dia 
• IMC<20 e >26 no terceiro trimestre 
(ganho de peso para cima ou para 
baixo é fator de risco) 
Conduta 
Deve levar em conta: 
 
v Gravidade dos sintomas 
v Idade gestacional 
 
Desta forma, três eventualidades 
devem ser analisadas: 
 
a) Pré-eclâmpsia leve no pré-termo 
b) Pré-eclâmpsia leve no termo 
c) Pré-eclâmpsia grave no pré-
termo e termo 
v Iminência de eclampsia 
corresponde ao quadro de pré-
eclampsia grave, caracterizado 
clinicamente por sinais de 
encefalopatia hipertensiva (visão 
turva, sinais de confusão mental), 
dor no epigástrio e hipocôndrio 
direito. 
v Eclampsia é o aparecimento de 
convulsões seguidas ou não de 
coma, não atribuíveis a outras 
causas, em paciente com pré-
eclampsia. 
v Assim, fica claro que não existe 
eclampsia sem pré-eclampsia; ela é 
fase mais grave da mesma doença. 
 
Conduta na Eclampsia 
 
v A conduta clínica na eclampsia visa 
ao tratamento das convulsões, da 
hipertensão/ dos distúrbios 
metabólicos e cuidados e controles 
gerais. 
 
v O farmaco utilizado na gravidez 
para controlar a convulsão é 
Sulfato de Magnésio. No 
nascimento, devido a isso, o feto 
nasce com aumento do magnésio 
que gera arritmia. Então, o pediatra 
tem que saber quais foram os 
medicamentos que a mae usou na 
gestação, para saber ospossíveis 
riscos no feto e tomar as devidas 
prevenções. 
 
IV) Síndrome HELLP 
 
É quadro clinico caracterizado por 
hemólise (H = "hemolysis") 
elevação de enzimas hepáticas (EL 
= "elevated liver functions tests") e 
plaquetopenia (LP = low platelets 
count"). Ou seja, é aquela mulher 
que está embolizando, em 
plaquetopenia e com alterações 
das enzimas hepáticas. 
Embora acompanhe outras 
doenças, em obstetrícia é 
considerada como agravamento do 
quadro de pré-eclâmpsia. A tríade 
conceitual quando completa é dita 
HELLP completa; no entanto, 
quando isolados os indicadores, 
necessitam o mesmo tipo de 
atenção e cuidados e a condição é, 
então, chamada de HELLP parcial. 
 
O diagnóstico é feito pelo 
aparecimento da tríade em grávida 
com pré-eclampsia, ou seja, a 
Síndrome HELLP acompanha a pré 
eclampsia. 
 A hemólise é caracterizada pela 
elevação de bilirrubinas e da 
desidrogenase lática, e facilmente 
detectada no esfregaço de sangue 
periférico, pelo encontro de 
esquizócitos. As transaminases 
hepáticas séricas encontram-se 
com valores maiores que 70 Ul/litro 
e a trombocitopenia é grave e em 
níveis menores que 100.000 
plaquetas/mm3. 
A síndrome HELLP associa-se 
frequentemente com outras 
complicações, como insuficiência 
renal aguda, edema agudo de 
pulmão, coagulação intravascular 
disseminada (CIVD; se a mãe tem 
isso ela diminui os glóbulos 
vermelhos, diminui o teor de O2 
para o feto e este, nasce com 
asfixia perinatal), rotura hepática e 
morte materna. 
 
V) Hemorragias 
 
Entre 10% a 15% das gestações 
apresentam hemorragias. Pode 
representar complicação 
gestacional ou agravos 
ginecológicos concomitantes com o 
período gravídico. As mais 
importantes situações 
hemorrágicas gestacionais são: 
 
Primeira metade : 
Ë Abortamento 
Ë Abortamento Habitual 
Ë Gravidez ectopica 
Ë Neoplasia trofoblastica 
gestacional benigna 
Ë Descolamento corio-amniotico 
 
Segunda metade : 
Ë Placenta previa 
Ë Descolamento da placenta 
Ë Rotura uterina 
 
VI) Infecção Urinária 
 
Este é o problema urinário mais 
comum durante a gestação. O quadro 
clínico varia de bacteriúria 
assintomática (mais de 100.000 
colônias/ml de urina). A Escherichia 
coli é o agente etiologico mais 
identificado. A IU é de grande 
importancia, pois ela é risco para 
prematuridade. 
Os casos mais leves caracterizam-se 
por disúria, polaciúria e urgência 
miccional. Nas infecções mais graves 
aparecem sintomas de queda do 
estado geral, como: febre, calafrios, 
cafaléia, náuseas, vômitos e 
hipersensibilidade do ângulo costo-
vertebral, sugestivos de pielonefrite 
aguda. O diagnóstico laboratorial é 
dado pelo exame do sedimento 
urinário e pela cultura. 
 
CONDUTA 
 
Nos casos leves, o tratamento é 
ambulatórial e a antibioticoterapia é 
feita por via oral durante 7 a 10 dias, 
Os antibióticos mais utilizados são a 
ampicilina, a cefalosporina de 1a 
geração e a nitrofurantoíana, esta 
última indicada para os germes 
gram negativos (E. coli), mesmo 
tratamento dos casos leves. 
 
Os casos graves requerem internação 
com controle dos sinais vitais, 
hidratação e antibioticoterapia. O 
antibiótico mais usado é a 
cefalosporina de 1ª geração. 
 
RISCO 
• Prematuridade 
• Sepse 
 
VII) Toxoplasmose 
A toxoplasmose é causada pelo 
Toxoplasma gondii (TG) e adquire 
especial relevância quando atinge a 
gestante, visto o elevado risco de 
acometimento fetal. Entre os agravos 
anatômicos e funcionais decorrentes 
dessa afecção podem ser observados 
retardo de crescimento Intra-uterino, 
morte fetal, prematuridade e/ou 
toxoplasmose congênita (microftalmia, 
microcefalia, com ou sem hidrocefalia, 
retardo mental, pneumonite, 
hepatoesptenomegalia, erupção 
cutânea e calcificações cerebrais). 
 
Se a mãe teve Toxoplasmose antes de 
engravidar, ou seja, tem apenas IgG + 
não apresenta risco para o feto. Mas 
se for uma doença aguda durante a 
gestação ou uma reagudização deve-
se tomar as medidas necessárias 
iniciando o tratamento com fármacos 
utiliza-se um medicamento que 
atravessa a BHE mas não causa 
prejuízos para o feto – 
ESPIRAMICINA 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• CIínico: A anamnese é pouco 
fidedigna em determinar o passado 
de toxoplasmose. O exame físico 
pode confirmar dados da 
anamnese, mas, pela baixa 
especificidade desses dados, o 
exame sorológico é necessário 
para fechar o diagnóstico. 
 
• Laboratorial: A imunofluorescência 
(Elisa) e hemoglutinação são os 
testes utilizados para diagnóstico. 
 
 
VIII) Sífilis 
A sífilis congênita é considerada 
verdadeiro evento marcador da 
qualidade de assistência à saúde 
materno-fetal (igual o peso), pela 
simplicidade diagnostica e fácil manejo 
clínico/terapêutico. 
 
Classifica-se em: 
 
• Sífilis adquirida recente (com 
menos de um ano de evolução): 
primária, secundária e latente 
recente; 
• Sífilis adquirida tardia (com mais de 
um ano de evolução): latente tardia 
e terciária; 
 
OBS: Na Sífilis Primária, aplica-se uma 
dose de Bezetacil; Na secundária, duas 
doses; Na terciária, três doses. 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
O diagnóstico na fase primária é clínico 
e dado pela identificação do cancro 
duro. Esse sinal, quando localizado 
internamente (vagina, colo do útero), 
pode passar desapercebido na mulher. 
 
Na fase secundária, o diagnóstico 
clínico é dado por erupções cutâneas 
generalizadas (roséolas sifilíticas) e 
pelo condiloma plano (lesões elevadas, 
papulosas e circulares altamente 
contagiosas, localizadas nos genitais e 
região perianal). 
 
Na fase terciária, a lesão é a goma 
sifilítica. 
Na gestação, alguns dados clínicos 
sugerem a possibilidade de sífilis: 
abortamento tardio (a partir do 4° mês), 
natimortos, hidropsia fetal e parto 
prematuro.O diagnóstico laboratorial é 
realizado pelo VDRL e o FTA-Abs. 
Obs:Qualquer situação ou patologia 
que altere o metabolismo lipídico, 
altera o VDRL (Ex: Lupus, 
amiloidose). 
A própria gestação altera as 
cardiolipinas dando um falso positivo de 
VDRL mas, nesses casos, o VDRL se 
apresenta em valores baixos como, ½ 
e 1/4; Na sífilis, o parceiro deve ser 
sempre testado e tratado. 
 
 
Recomendações 
v O parceiro deve sempre ser testado 
e tratado. 
v As gestantes tratadas requerem 
seguimento sorológico quantitativo 
mensal durante a gestação. 
v As gestantes com história 
comprovada de alergia à penicilina 
(evento raro no caso da penicilina 
benzatina) devem ser tratadas com 
eritromicina e o feto não deve ser 
considerado tratado (só é 
considerado tratado quando 
recebe penicilina) 
v Para fins operacionais, recomenda-
se que os casos de sífilis latente, 
com período de evolução 
desconhecido, e as portadoras do 
HIV sejam tratados como sífilis 
latente tardia. 
v Portadoras do HIV podem ter a 
história natural da sífilis modificada, 
desenvolvendo neurossífilis mais 
precoce e facilmente. 
v As pacientes com manifestações 
neurológicas e cardiovasculares 
devem ser hospitalizadas e receber 
esquemas especiais de 
penicilinoterapia. 
v Notificação da sífilis materna pelo 
SINAN. 
Considerar a associação entre as DST 
e a infecção pelo HIV. Fazer o 
aconselhamento pré-teste e oferecer a 
realização de sorologia anti-HIV. 
 
IX) HIV 
 
§ Estima-se que sem qualquer 
intervenção 15% a 30% das 
crianças nascidas de mães 
soropositivas para o HIV adquirem 
o vírus na gestação ou durante o 
trabalho de parto ou parto, ou 
através da amamentação. 
§ Há evidências de que a maioria dos 
casos de transmissão vertical do 
HIV ocorre mais tardiamente na 
gestação/ durante o trabalho de 
parto e no parto. 
DIAGNÓSTICO: 
 
A identificação de gestantes soropositivas 
para o HIV é fundamental para um 
acompanhamento adequado no ciclo 
gravídico-puerperal e no período neonatal. 
 
Oferecer o teste anti-HIV a toda gestante, 
com aconselhamento pré e pós-teste/ 
independentemente da situação de risco 
da mulher para a infecção pelo HIV. O teste 
deve ser sempre voluntário e confidencial. 
 
Recomendações Clínicas 
 
Mesmo as mulheres que não receberam 
AZT oraldurante a gestação devem 
receber AZT injetável durante o trabalho de 
parto e parto, até o clampeamento precoce 
do cordão. 
Oferecer AZT solução oral ao RN. Essa 
terapia deve iniciar-se o mais precoce 
possível nas primeiras 24 horas após o 
parto, se possível nas primeiras 12 horas E 
se possível nas primeias 6 horas; e ser 
mantida até a 6ª semana de vida, mesmo 
que as mães não tenham recebido AZT 
durante a gestação e parto. Oferecer 
também Nevirapina se indicado. 
As mulheres infectadas devem ser 
informadas e aconselhadas sobre o risco 
de transmissão do HIV durante a 
amamentação e orientadas quanto ao uso 
de substitutos do leite materno, ou, quando 
disponível, o uso de leite de bancos de leite 
credenciados pelo Ministério da Saúde. 
Nenhuma criança deve receber 
aleitamento cruzado (leite de outra mulher). 
Evidências sugerem que a maioria dos 
casos de transmissão vertical ocorre 
tardiamente na gravidez, em torno do 
momento do parto, sugerindo que o 
período mais apropriado para intervir, 
reduzindo o risco da infecção vertical, seja 
o final da gestação. 
Estudos recentes mostram que o parto 
cesáreo, quando realizado de forma 
eletiva, contribui para a redução da 
transmissão vertical do HIV. Sendo o parto 
cesáreo, uma indicação de eleição. 
Recomenda-se que os serviços tenham por 
regra, inicialmente, avaliar conjuntamente 
com a paciente quanto aos 
riscos/benefícios do parto cirúrgico. Uma 
vez decidido pela cesárea eletiva, as 
seguintes considerações devem ser 
observadas: 
• A confirmação da idade gestacional é 
obrigatória, para prevenir a 
prematuridade iatrogênica, cesáreas 
eletivas devem sempre ser planejadas 
e executadas em condições adequadas 
para reduzir os riscos de morbidade 
materna e perinatal. 
• Considerar a utilização de antibiótico 
profilaxia, com cefalosporina de 
segunda geração, administrada em 
dose única no momento do 
clampeamento do cordão umbilical. 
Recomendações Obstétricas 
v Não há necessidade em isolar a 
paciente portadora do HIV. 
v Evitar que as gestantes portadoras 
de HIV permaneçam com bolsa rota 
por mais de 4 horas, ou em trabalho 
de parto prolongado. Pois se a 
bolsa está rota eu aumento a 
colonização da cavidade uterina e 
maior chance de contaminação do 
HIV para o feto. 
v Contra indicam-se os 
procedimentos invasivos durante a 
gestação, trabalho de parto e parto 
(amniocentese, amniotomia). 
v No parto vaginal, evitar a 
episiotomia. 
v Realizar o clampeamento imediato 
do cordão umbilical. 
v Aspirar delicadamente as vias 
aéreas do recém-nascido, evitando 
traumatismos em mucosas. 
Imediatamente após o parto, lavar o 
recém-nascido com água e sabão. 
v Orientar a gestante quanto ao 
preparo dos substitutos do leite 
materno. 
v Ao receber alta no puerpério, a 
mulher deve ser orientada quanto à 
importância do acompanhamento 
clínico dela e da criança. 
v Orientar gestante/puérpera quanto 
ao uso de preservativo em todas as 
relações sexuais. 
v O parceiro deve sempre ser 
aconselhado e testado. 
 
 
X) Arboviroses 
Hoje em dia, temos como problema a 
dengue, zica e Chichunygia. A zica é a 
responsável por causar mal formações 
no feto como a, microcefalia. 
Considera-se microcefalia aquelas 
crianças com perímetro cefálico menor 
que 31,9 cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XI) Diabetes Mellitus 
O diabetes mellitus é doença metabólica 
crônica, caracterizada por hiperglicemia. É 
responsável por índices elevados de 
morbimortalidade perinatal, especialmente 
macrossomia fetal e malformações fetais. 
O diabetes mellitus associado à gravidez; 
pode ser classificado como: 
• Diabetes pré-gestacional (inclui o 
diabetes prévio à gravidez: tipo l, 
tipo 2 ou outros). 
• Diabetes gestacional 
(diagnosticado durante a gravidez; 
aquela mãe que faz o exame em 
jejum e da maior do que 100 a 
insulina e no exame pós prandial da 
maior que 125). 
 
O diabetes pré-gestacional requer 
tratamento especializado por equipe 
muItiprofissional, visando prevenir as 
malformações fetais associadas à 
hiperglicemia periconcepcional e as 
demais complicações maternas e fetais 
associadas à gravidez. Se ela não fizer um 
tratamento controlado, ela vai precisar 
tomar insulina na hora do parto e o feto 
nasce hipoglicemico, lesando o cérebro. 
Assim, mulheres com diabetes que 
planejam engravidar devem ser 
encaminhadas para centros de atenção 
secundária ou terciária, visando: 
compensação metabólica pré-concepção; 
avaliação da presença de complicações 
crônicas da doença; e orientação 
especializada para a prevenção de 
malformações fetais, incluindo o uso 
rotineiro de ácido fólico, Mulheres com 
diabetes que engravidaram sem esse 
planejamento também devem ser 
encaminhadas a serviço especializado 
prontamente. 
A Diabetes leva riscos maiores de mal 
formações, infecções, desenvolvimento 
atrasado aumentando a incidencia de 
doenças respiratórias. 
 
ANAMNESE: 
v Idade superior a 25 anos 
v História pessoal 
v Antecedentes familiares (diabetes em 
parentes de 1º grau) 
v Antecedentes obstétricos: 
(Macrossomia, Polidrâmnio, Morte fetal 
(inexplicada principalmente) ou 
Neonatal, Malformações, Retardo do 
crescimento fetal) 
v Exame obstétrico atual: 
 
v Ganho de peso excessivo, Altura 
uterina > que a esperada, Crescimento 
fetal excessivo, Polidrâmnio. 
v Exame físico: 
v Baixa estatura, Hipertensão arterial, 
Disposição central excessiva de 
gordura corporal 
Gestantes que não apresentam quaisquer 
dos fatores de risco enumerados, são 
consideradas de baixo risco, não 
requerendo procedimentos de 
rastreamento do diabetes gestacional. 
 
XII) Isoimunização 
A isomunização materna é uma doença 
fetal grave, caracterizada pela passagem 
transplacentária de hemácias fetais Rh (+) 
para a circulação materna,desencadeando 
na gestante uma produção de anticorpos 
que posteriormente causarão hemólise 
fetal. 
A imunização ocorre devido á 
sensibilização pelo fator Rh 98% das 
vezes, mas outros antígenos também 
podem levar a isomunização, entre os 
principais citamos : antígenos (Ag) C, c, Du, 
Kell e Duffy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O sangue materno e fetal não se misturam 
devido a placenta mas, qualquer fato que 
ocorra na gestação como, descolamento 
de placenta há possibilidade das hemácias 
Rh + passar para o sangue materno e 
desencadear a reação do anticorpo 
produzindo Ac Anti-Fator Rh. 
 
Incidência: Cerca de 1/200 ou 300 partos, 
em casais incompatíveis para o grupo 
sangüíneo Rh ; outros centros estimam 
essa incidência em 21/10.000 nascidos 
vivos. 
 
Patogenia: 
A sensibilização materna , ocorre através 
de duas maneiras principais : 
 
• Após uma hemotransfusão 
incompatível 
• Pela passagem de Ag Rh do feto para 
a mãe, durante a prenhez ( hemorragia 
feto-materna ) 
 
 
 
Diagnóstico : 
Determinação do grupo sangüíneo e fator 
Rh. É necessário conhecer o grupo 
sangüíneo da gestante e do pai da criança, 
para que seja confirmada a 
incompatibilidade no grupo Rh. 
 
• Coombs Indireto: Sendo a gestante Rh 
(-) deve-se realizar o teste de Coombs 
indireto para certificar se a mesma está 
ou não sensibilizada. 
Obs: Diferença entre Coombs Direto e 
Coombs Indireto. Esse último, pesquisa Ac 
circulante já o Coombs Direto pesquisa Ac 
presos as hemácias. Por isso, pede-se o 
Coombs Indireto na mãe e o Coombs 
Direto no bebê por que vai imunizar. 
 
Profilaxia: 
Através do emprego da imunoglobulina 
anti-Rh (imunoglobulina anti-D) até 72 
horas após o parto, está indicada nas 
seguintes situações 
• Pós-parto imediato 
• Pós aborto (até 12 semanas de 
gestação, recomenda-se 50mg) 
• Mola hidatiforme 
• Gravidez ectópica 
• Placenta prévia 
• Amniocentese 
• Salpingotripsia 
• Hemotransfusão incompatível 
(10µg/cada ml transfundido). 
 
 
 
è Gravidez na Adolescência 
 
v Aumento da taxa de fecundação entre 
15 e 19 anos e mais expressivo entre: 
 1- menos escolarizadas 
 2- mais pobres 
 3- residentes em área urbanav Partos atendidos no SUS- 15 a 19 
anos = 20 - 25% 
 
 
Risco Gestacional 
 
Agressão: 
1. Nas primeiras 2 semanas = 
abortamento (nesse período, 
principal causa de abortamento é 
mal formação congênita) 
2. No período organogênico (até 8 
semanas)= lesões graves 
3. No período fetal = anormalidades 
morfológicas e funcionais 
Fatores de Risco para o Recém 
Nascido 
 
Fatores Genéticas: não podemos 
interferir 
 
Fatores Ambientais: podemos interferir 
 
 
 
Etiologias para Microcefalia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores Genéticos que geram 
Anomalias Congênitas 
 
1. Responsável por 1/3 das malformações 
congênitas. 
2. Decorrem de alterações (várias) 
cromossômicas 
• Estruturais (alteração na 
estrutura do cromossomo) 
• Numéricas (mais ou menos 
cromossomos) 
3. Maioria das síndromes genéticas, 
cursam com graus de retardo mental 
Algumas Anomalidades Congênitas: 
1. Síndrome do X Frágil - 1/500 
2. Sínd. de Down (trissomia 21 )- 1/800 
3. Sínd. de Edwards (idem 18) - 1/8000 
4. Sínd. de Patau (idem 13 ) - 1/20000 
5. Sínd. de Turner ( XO ) - 1/10000 
6. Sínd. de Klinefelter (XXY) - 1/1000 
 
Fatores Ambientais que geram 
Anomalias Congênitas 
• Responsáveis por 7 a 10% das 
malformações congênitas 
• Mecanismos de ação ainda 
obscuros 
1. Fatores Químicos 
§ Mercúrio - lesões neurológicas 
(até anencefalia). 
§ Chumbo - abortamentos, RCIU, 
anomalias fetais e deficiências 
funcionais 
§ Aditivos alimentares 
 
 
2. Drogas e Teratogenos 
§ Talidomida – focomelias (falta 
de membros). Usada hoje em 
dia, para tratamento de 
Hanseníase mas a mulher em 
seu uso não pode engravidar . 
§ Maconha - baixo peso ao 
nascer (cérebro também tem 
baixo peso e menor número de 
conexões neuronais) 
§ Tabaco - RCIU, 
prematuro,distúrbios de 
comportamento, crescimento 
físico reduzido, síndrome de 
abstinência ao nascer 
§ Álcool - retardo mental, 
dismorfismo facial, dificuldades 
de aprendizado e 
comportamento 
§ Benzodiazepínicos – 
deformidades crânio-faciais, 
síndrome de abstinência. 
 
 
 
 
3. Agentes Infecciosos (vários) 
Podem provocar: aborto, PMT, 
natimorto e malformações graves 
 
a. Rubéola - defeitos graves 
(auditivos, neurológicos, cardíacos 
e oculares) 
b. Citomegalovírus - aborto no 1° trim., 
distúrbios auditivos e neurológicos. 
c. Toxoplasma - infecção ativa, 
catarata, hidrocefalia, microcefalia, 
coriorretinite, microftalmia. 
d. Sífilis - embrião/feto infectado em 
qualquer fase da doença e da 
gravidez, levando a sífilis congênita 
precoce (< 2a.) e tardia (>2a.) 
e. Zica – microcefalia (só 1% das 
mães que tiveram zica que nascem 
seus fetos com microcefalia); 
Guillain- Barré 
4. Radiação 
 
§ Pode provocar morte celular, 
lesões cromossômicas e retardo 
físico e mental. 
§ Período mais suscetível para 
lesão cerebral - entre a 8ª e 16ª 
semana. 
Erros Inatos do Metabolismo 
 
§ Doenças hereditárias. Ligado à erros 
da síntese protéica com mais 
frequência, devido à mutações capazes 
de alterar a constituição genética do 
indivíduo. 
§ Clínica variável, sendo a deficiência 
mental a manifestação mais 
frequente quando diagnosticada 
tardiamente. 
§ Detecção pré-natal - amniocentese 
§ Detecção pós natal - pesquisa na urina 
e/ou sangue (teste do pezinho). 
§ Se a criança nasceu coom algum erro 
inato deve-se orientar a mãe que as 
próximas gestações possuem mais 
riscos para esses erros 
Aconselhamento Genético 
Estabelecer 
o Diagnóstico da doença 
o Estudo genealógico 
o Prognóstico/tratamento 
 
Pediatra 
o 1° contato com a criança 
(pediatras que fazem a 
triagem) 
o Explicação aos pais sobre a 
doença 
o Apoio emocional para 
aceitação do filho 
o Orientação aos pais sobre 
futuras gestações 
Gestações 
o Encaminhamento ao 
geneticista 
 
Crescimento e Desenvolvimento 
Embrionário 
o Período embrionário ou 
organogênico 
o Período entre a 3ª e 8ª semana 
após a fertilização 
o Os principais órgãos e sistemas 
se formam, com mínimo 
funcionamento 
o Exposição a teratogenos 
poderão causar grandes 
malformações congênitas 
 
 
4ª SEMANA 
 
v Fechamento do tubo neural (se a 
mãe na 4 semana tiver deficiencia 
de acido folico, esse fechamento 
não ocorre) 
v Coração se forma 
v Surgimento dos brotos do ouvido 
interno e cristalinos 
 
5ª SEMANA 
 
v Crescimento do encéfalo 
v Membros superiores se diferenciam 
até as mãos 
 
6ª SEMANA 
 
v Formação do ouvido externo 
v Formação dos dedos das mãos 
 
7ª SEMANA 
 
v Ocorre herniação umbilical 
v Término da formação dos dedos 
 
8ª SEMANA 
 
v Membros inferiores se 
desenvolvem 
v Cauda desaparece 
v Pescoço e ouvido externo formados 
 
Período Fetal 
§ Da 9ª semana até o nascimento 
§ Período marcado pela diferenciação 
dos órgãos e sistemas 
§ Crescimento corporal importante a 
partir da 16ª semana 
§ Diferenciação da genitália externa 
§ Formação do vernix caseoso, lanugo e 
cabelos 
§ Pálpebras reabrem a partir da 26ª 
semana 
§ Ganho de peso é grande nas últimas 
semanas 
 
Avaliação Fetal 
 
§ Padrão biofísico fetal 
§ Avalia bem estar fetal e integridade 
do SNC fetal, através avaliação 
ultrassonográfica e 
o cardiotocografia (CTG). 
 
Ultrassonografia 
 
§ Alteração do líquido amniótico 
§ Oligohidramnia 
§ Malformação renal 
§ Rotura de membranas (amniorrexe) 
§ Na ausência das anteriores: 
redistribuição do débito cardíaco 
em resposta a hipoxemia fetal. 
§ Polihidramnia 
§ Malformação digestiva 
§ Diabetes 
 
Translucência Nucal 
 
§ Principalmente entre a 11-14 
semanas de gestação. 
§ Consiste na medida de uma "prega" 
situada na região da nuca do feto. 
§ Quando acima do valor esperado -
> risco de + 30% de anomalia 
cromossômica. 
OBS.: 0,5 -1 % dos fetos normais 
podem ter translucência nucal > 
normal. 
 Cardiotocografia 
v Variáveis Agudas 
§ Movimento fetal 
§ Tônus fetal 
§ Movimentos respiratórios 
§ Não reatividade a CTG 
§ Frequência cardíaca fetal 
v Variáveis Crônicas 
§ Alteração do volume amniótico 
 
Dopplerfluxometria Obstétrica 
 
§ Avalia a velocidade do fluxo de 
sangue 
§ Circulação materna → artérias 
uterinas (avalia risco de pré-
eclampsia). 
§ Circulação fetal → artéria umbilical 
e cerebral média (avalia de 
vitalidade fetal → hipoxemia “ feto 
está centralizado”).

Outros materiais