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Ciclo alimentado

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Estado absortivo: período de 2 a 4 horas após uma 
refeição normal. Durante esse período, ocorre um 
aumento plasmático transitório de glicose, aminoácidos 
e tracilgliceróis (componentes dos quilomicra 
sintetizados pelas células da mucosa intestinal). O tecido 
endócrino das ilhotas do pâncreas responde aos níveis 
elevados de glicose e de aminoácidos com aumento na 
secreção de insulina e redução na liberação de 
glucagon. 
É um período anabólico. 
➢ Aumento na síntese de triacilgliceróis 
➢ Aumento na síntese de glicogênio (para repor os 
estoques de combustíveis) 
➢ Aumento na síntese proteica. 
Durante esse período absortivo, praticamente todos os 
tecidos utilizam glicose como combustível, e a resposta 
metabólica corporal é dominada por alterações no 
metabolismo do fígado, do tecido adiposo, dos músculos 
e do encéfalo. 
MUDANÇAS ENZIMÁTICAS NO ESTADO 
ALIMENTADO 
No estado alimentado, alguns mecanismos garantem 
que os substratos disponíveis sejam capturados, 
formando glicogênio, triacilglicerídeos e proteínas. O 
fluxo de intermediários através das rotas metabólicas é 
controlado por: 
✓ Disponibilidade dos substratos (minutos) 
✓ Regulação alostérica das enzimas (minutos) 
✓ Modificação covalente das enzimas (minutos a 
horas) 
✓ Indução e repressão da síntese das enzimas (horas 
a dias) 
Efeitos alostéricos: As mudanças alostéricas comumente 
envolvem reações limitantes da velocidade em uma 
reação metabólica. Ex: Glicólise no fígado é estimulada 
após uma refeiçãpo por um aumento da frutose-2.,6-
bifosfato, um ativador alostérico da fosfofrutocinase-1. 
Modificação covalente: Muitas enzimas são reguladas 
por adição ou remoção de grupos fosfato ligados a 
resíduos específicos de serina, treonina e tirosina da 
proteína. No estado alimentado, a maioria das enzimas 
reguladas por modificação covalente está na forma 
desfosforilada e ativa. 
Exceções: 
• glicogênio-fosforilase-cinase 
• glicogênio-fosforilase 
• lipase sensível a hormônio do tecido adiposo 
Essas enzimas estão inativas na forma desfosforilada. 
Indução e repressão da síntese de enzimas: O 
aumento ou o decréscimo da síntese de enzimas leva a 
uma alteração na população total de sítios ativos, em 
vez de afetar a eficiência das enzimas preexistentes. 
As enzimas sujeitas à regulação de síntese são as 
necessárias para um único estágio do desenvolvimento 
ou em condições fisiológicas específicas. 
FÍGADO: CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE 
NUTRIENTES 
O fígado está posicionado em uma posição especial 
para processar e distribuir os nutrientes da dieta, pois a 
drenagem venosa intestinal e pancreática passa através 
do sistema venoso porta-hepático antes de entrar na 
circulação sistêmica. Portanto, após uma refeição, o 
fígado é banhado pelo sangue contendo nutrientes 
absorvidos e elevados níveis de insulina, secretada pelo 
pâncreas. 
No período absortivo, o fígado capta carboidratos, 
lipídeos e a maioria dos aminoácidos. Esses nutrientes 
são metabolizados, armazenados ou encaminhados para 
outros tecidos. 
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NO FÍGADO: 
O fígado normalmente é produtor de glicose, mais do 
que consumidor. No entanto, após uma refeição 
contendo carboidratos, o fígado se torna consumidor 
de glicose, retendo cerca de 60g de cada 100g trazidos 
pelo sistema porta-hepático. O metabolismo hepático da 
glicose é aumentado pelos mecanismos a seguir: 
Aumento da fosforilação da glicose – Níveis elevados 
de glicose no hepatócito permitem à glicocinase 
fosforilar a glicose, produzindo glicose-6-fosfato. 
OBS: No estado de jejum, a glicocinase está 
predominantemente inativa devido a sua baia afinidade 
pela glicose. 
Aumento da síntese de glicogênio: A conversão de 
glicose-6-fosfato em glicogênio é favorecida pela 
ativação da glicogênio-cinase, que pode ser por 
desfosforilação ou por aumento na disponibilidade de 
Aumento da atividade da via das pentoses-fosfato: O 
aumento na disponibilidade de glicose-6-fosfato no 
período alimentado, combinado com o uso aumentado 
de NADPH na lipogênese hepática, estimula a via das 
pentose-6-fosfato. Essa rota metabólica é responsável 
por 5 a 10% da glicose metabolizada no fígado 
Aumento da glicólise: No fígado, o metabolismo 
glicolítico é significativo apenas durante o período 
absortivo subsequente a uma refeição rica em 
carboidratos. A conversão de glicose em acetil-CoA é 
estimulada pela razão insulina/glucagon elevada, qie 
resulta em aumento na atividade e na quantidade das 
enzimas limitantes da velocidade da glicólise, como a 
piruvato-cinase. A acetil-CoA é utilizada como bloco 
construtivo para a síntese de ácidos graxos, ou para 
fornecer energia por oxidação no ciclo do ácido cítrico. 
Decréscimo da gliconeogênese: A glicólise é estimulada 
no estado absortivo, ao passo que a gliconeogênese é 
inibida. A piruvato-carboxilase, que catalisa o primeiro 
passo da gliconeogênese, está predominantemente 
inativa devido aos baixos níveis de acetil-CoA, um 
efetor alostérico essencial para a atividade enzimática. 
OBS: A Acetil-CoA está sendo usada para a síntese de 
ácidos graxos. 
OBS2: A elevada razão insulina/glucagon também ajuda 
a inativar a frutose-1,6-bisfosfatase. 
METABOLISMO DE LIPÍDEOS NO FÍGADO: 
Aumento da síntese de ácidos graxos: No período 
absortivo o aporte energético da dieta excede os 
gastos energéticos do corpo. O fígado é o principal 
tecido para a síntese de novo de ácidos graxos. A 
síntese dos ácidos graxos é favorecida por: 
 Disponibilidade de substratos (Acetil-CoA e NAPH), 
derivados do metabolismo da glicose. 
 Ativação da acetil-CoA-carboxilase 
Aumento da síntese de triacilglicerídeos: Favorecida 
porque o acil-CoA graxo está disponível, tanto a partir 
da síntese de novo a partir de acetil-CoA quanto pela 
hidrólise dos triacilgliceróis componentes dos 
remanescentes de quilomicra removidos da circulação 
pelos hepatócitos. 
O glicerol-3-fosfato é fornecido pela rota glicolítica. 
O fígado empacota os triacilgliceróis e produz 
lipoproteínas e muito baixa densidade (VLDL), que são 
secretadas no sangue e utilizadas por outros tecidos, 
principalmente o adiposo e o muscular. 
METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS NO FÍGADO: 
Aumento na degradação dos aminoácidos: No estado 
absortivo, a quantidade de aminoácidos que chega ao 
fígado supera a quantidade que pode ser usada para a 
síntese de proteínas. 
Os aminoácidos excedentes não são armazenados, e 
sim liberados na corrente circulatória ou desaminados. 
Os esqueletos de carbono resultantes são degradados 
no fígado, produzindo piruvato, acetil-CoA ou 
intermediários do ciclo ácido cítrico. Esses metabólitos 
podem ser oxidados para obtenção de energia ou para 
a síntese de ácidos graxos. 
O fígado tem capacidade limitada para degradar os 
aminoácidos ramificados leucina, isoleucina e valina. Eles 
passam inalterados pelo fígado e são metabolizados no 
tecido muscular (preferencialmente). 
Aumento da síntese proteica: O corpo não pode 
armazenar proteínas da mesma maneira que mantém 
os estoques de glicogênio ou de triacilgliceróis. Porém, 
estado absortivo, há um aumento transitório na síntese 
de proteínas, resultando na reposição de proteínas que 
eventualmente tenham sido degradadas durante o 
período pós-absortivo anterior. 
TECIDO ADIPOSO: DEPÓSITO DOS 
ESTOQUES ENERGÉTICOS 
O tecido adiposo só perde para o fígado na capacidade 
de distribuir moléculas combustíveis. Um adipócito pode 
ter seu volume quase inteiramente ocupado por uma 
gotícula de triacilglicerol. 
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NO TEC. ADIP.: 
Aumento do transporte de glicose: O transporte de 
glicose para dentro dos adipócitos pelo GLUT-4 é 
muito sensível à concentração de insulina no sangue. 
Os níveis circulantes de insulina elevam-se no estado 
absortivo. Resultando em um maior fluxo de glicose para 
os adipócitos. 
Aumento da glicólise: O aumento da disponibilidade 
intracelular de glicose resulta em umaumento na 
atividade glicolítica. No tecido adiposo, a glicólise serve à 
função sintética, fornecendo glicerol-fosfato para a 
síntese de triacilgliceróis. 
Aumento da atividade da via das pentoses-fosfato: O 
tecido adiposo pode metabolizar a glicose utilizando a 
via das pentoses-fosfato, produzindo NADPH, que é 
essencial para a síntese de lipídeos. 
METABOLISMO DE LIPÍDEOS NO TEC. ADIPOSO: 
Aumento da síntese de ácidos graxos: A síntese de 
novo de ácidos graxos a partir de acetil-CoA no tecido 
adiposo é baixa em humanos, exceto quando o 
indivíduo é realimentado após o período de jejum. A 
maioria dos A.G adicionados aos estoques de lipídeos 
nos adipócitos é fornecida pela gordura da dieta, na 
forma de quilomicra ou pelo fígado, na forma de VLDL. 
Aumento da síntese de TAG: No estado alimentado, 
níveis elevados de glicose e de insulina favorecem o 
armazenamento de triacilgliceróis, com todos os 
carbonos sendo fornecidos pela glicose, porque o 
glicerol-3-fosfato vem do metabolismo da glicose. 
Decréscimo da degradação de TAG: Níveis elevados de 
insulina favorecem a forma desfosforilada da lipase 
sensível a hormônio, que é inativa. Portanto, no estado 
alimentado, a degradação de triacilgliceróis está inibida. 
TECIDO MUSCULAR EM REPOUSO: 
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NO TEC. MUSC.: 
Aumento do transporte de glicose: O aumento 
transitório de glicose e de insulina no plasma depois de 
uma refeição rica em carboidratos leva ao aumento do 
transporte de glicose para dentro das células 
musculares pelo GLUT-4. 
OBS: No estado de jejum, os corpos cetônicos e os 
ácidos graxos são os principais combustíveis para o 
músculo em repouso. 
Aumento da síntese de glicogênio: O aumento da 
razão insulina/glucagon e a disponibilidade de glicose-6-
fosfato favorecem a síntese do glicogênio, 
especialmente após exercício. 
METABOLISMO DE LIPÍDEOS NO TEC. MUSC. 
Os ácidos graxos são combustíveis secundários para o 
músculo no estado alimentado, situação em que a 
glicose é a principal fonte de energia. 
METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS NO TEC. MUSC: 
Aumento na síntese proteica: Há uma maior captação 
de aminoácidos e na síntese proteica no período 
absortivo, após uma refeição contendo proteínas. Essa 
síntese repõe as proteínas degradadas desde a 
refeição anterior. 
Aumento na captação de aminoácidos ramificados: O 
tecido muscular é o principal local em que ocorre 
degradação dos aminoácidos ramificados, por conter a 
transaminase necessária para isso. 
OBS: Leucina, isoleucina e valina (aminoácidos 
ramificados) escapam da metabolização hepática e são 
captadas pelo músculo. São utilizadas para síntese 
proteica e como substratos energéticos. 
ENCÉFALO: 
Contribui com apenas 2% do peso corporal adulto, mas 
é responsável por 20% do consumo basal. Uma 
atenção especial deve ser dada às necessidades 
energéticas do encéfalo, por ele ser vital para o 
funcionamento de todos os órgãos. 
Os substratos devem atravessar as células endoteliais 
que revestem os vasos sanguíneos (barreira 
hematoencefálica) para fornecer energia ao encéfalo. 
Normalmente, a glicose é o principal combustível. 
OBS: Se houver hipoglicemia (concentração de glicose 
menor que 40mg/100mL), pode ocorrer um dano 
cerebral grave e irreversível. 
OBS2: No jejum os corpos cetônicos exercem papel 
importante como combustível para o encéfalo, 
reduzindo a dependência de glicose. 
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NO ENCÉFALO: 
No estado alimentado, o encéfalo utiliza exclusivamente 
glicose como combustível. Oxida cerca de 140g de 
glicose/dia, em dióxido de carbono e água. 
O encéfalo possui quantidades insignificantes de 
glicogênio, ou seja, depende completamente da 
disponibilidade de glicose no sangue. 
METABOLISMO DE LIPÍDEOS NO ENCÉFALO: 
O encéfalo não tem significativa quantidade de 
triacilgliceróis, e os ácidos graxos presentes no sangue 
contribuem muito pouco para a produção de energia, 
pois não atravessam a barreira hematoencefálica.

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