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P á g i n a | 1 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE Saudação do Administrador da página EBD Inteligente A paz do Senhor Jesus Cristo! Como é bom contar com você nesta nossa primeira Conferência de Escola Dominical, realizada pela equipe EBD Inteligente neste 18 de julho de 2020. Estamos felizes pela oportunidade de servir as igrejas brasileiras com este trabalho virtual que certamente somará esforços junto aos líderes das Escolas Dominicais em todo país para fortalecer as nossas queridas escolas bíblicas, responsáveis pela instrução regular e sistemática de todo povo que se congrega semanalmente para estudar a Palavra de Deus. Este período de pandemia do coronavírus não nos deteve, antes nos permitiu perceber novas oportunidade de servir o povo evangélico. Como bem disse Susana Wesley, a necessidade do homem é a oportunidade de Deus! Nossa gratidão ao Deus, aos queridos mestres que se dispuseram para ministrar temas da mais alta relevância para a educação cristã e a você, caro inscrito, que não mediu esforços para juntar-se a nós nessa Conferência. Nossas orações e esforços são para que você, mesmo um líder sem formação pedagógica ou teológica, seja bem orientado sobre o seu valor e os seus deveres como um educador cristão. Os mais de 20 mil seguidores que acompanham nossas publicações diárias em nossa página no Facebook, bem como no Instagram, já conhecem o nosso zelo com a ortodoxia bíblica, nossa afinidade com as práticas didático-pedagógicas atualizadas e relevantes e sabem também do nosso carinho para com nossos mestres e mestras que interagem conosco em nossas redes sociais. Sim, todos vocês estão em nossas orações diárias! Aqui nesta apostila trazemos a você os textos produzidos pelos próprios palestrantes desta nossa Conferência e cremos que você lerá cada palavra com muita atenção. Mais do que informação, oferecemos instrução e exortação (isto é, encorajamento) para que os ensinadores da Palavra de Deus continuem crescendo e se aperfeiçoando nesta tão importante vocação. Neste século, o conhecimento se dissemina rapidamente, as formas de ensinar e aprender se atualizam constantemente, e o estudo bíblico vai disputando acirradamente a atenção dos cristãos com muitas outras ocupações (afazeres domésticos, trabalhos) e distrações (TV, internet, videogame). Se não tivermos uma Escola Bíblica Dominical bem organizada, acolhedora e, sobretudo, com professores capazes, perderemos o interesse dos membros e a relevância para a igreja. Conferências como esta pretendem renovar o potencial das escolas bíblicas. Que você aproveite bastante cada palestra, seja ricamente edificado, e tenha seu coração incendiado para servir mais e melhor sua igreja local. Se ainda não segue, acompanhe nossas páginas @ebdinteligente. Obrigado por estar conosco! Tiago Rosas Idealizador e Administrador da página EBD Inteligente PROGRAMAÇÃO (Das 14h às 17h; 50 minutos cada palestra; transmissão pelo aplicativo Google Meet) PALESTRA 1 – Hermenêutica aplicada ao ensino na Escola Dominical (José Gonçalves) PALESTRA 2 – O papel do Espírito Santo no processo de ensino aprendizagem (Altair Germano) PALESTRA 3 – O hábito da pesquisa na formação do professor da Escola Dominical (Tiago Rosas) P á g i n a | 2 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ HERMENÊUTICA APLICADA AO ENSINO NA ESCOLA DOMINICAL Ministrante: José Gonçalves (siga: @pastorjosegoncalves) Pastor da Igreja Assembleia de Deus é Águas Brancas, Piauí; mestre em Teologia, escritor e comentarista de Lições Bíblicas da CPAD. “Examinais as Escrituras...” (João 5.39) Introdução A escritora Karen Armstrong (2007, p.162) destaca que a Reforma foi “uma tentativa deliberada de retornar às origens da fé” e que “fez da sola escriptura um dos seus princípios mais importantes”. A Reforma devolveu a Bíblia ao povo! Portanto, somente um exame acurado é capaz de conduzir ao conhecimento adequado das Escrituras e, consequentemente, seu correto manuseio. Mas como isso pode ser feito? Há regras, princípios e métodos que ajudam nesse processo? Não há dúvidas que aquele que examina com cuidado a Bíblia está capacitado para transmitir com fidelidade os seus ensinos; todavia, se o fizer com a metodologia correta. É exatamente aqui que entram a hermenêutica e a exegese como ferramentas necessárias. Alguns pressupostos devem ser levados em conta a fim de que se tenha êxito nesse processo. I – O EXAME DAS ESCRITURAS A PARTIR DA COMPREENSÃO DE SUA NATUREZA Como a Bíblia é vista em sua natureza definirá como se concebe a sua autoridade. Por isso é preciso pontuar que em questões religiosas os teólogos reconhecem que há pelo menos três tipos de autoridade: a razão, a Igreja e a Bíblia. a) A razão - Para o Iluminismo, movimento cultural que surgiu por volta de 1600, a razão é o supremo tribunal onde todas as verdades precisam ser julgadas. Não há verdade fora da ciência. De acordo com esse paradigma cultural, a Bíblia não passa de um livro humano, falível e, portanto, sujeito a erros. Essa corrente filosófica influenciou grandemente o que viria a ser conhecido posteriormente como “teologia liberal”. O liberalismo teológico procurou ajustar as crenças bíblicas às últimas descobertas científicas. Na verdade, o liberalismo teológico é um filho legítimo do Iluminismo ou cientificismo. b) A tradição – O catolicismo acredita que a igreja é a autoridade suprema. Nesse aspecto, observam os escritores W.W. Menzies e Stanley M. Horton (1995, pp. 16,17) que a igreja católica acredita que “o Novo Testamento é um produto da Igreja, conferindo a esta uma espécie de prioridade sobre a Bíblia”. Dessa forma, a Bíblia não é a única fonte de autoridade em questões religiosas e espirituais. Ela divide essa prerrogativa com a tradição. Na verdade, para o catolicismo, a tradição está em pé de igualdade com a Bíblia. c) A Bíblia – O protestantismo conversador acredita que a Bíblia é a revelada e inspirada palavra de Deus. Isto significa que a Bíblia é infalível. Os escritores Guy P. Duffield e Nathaniel M. Van Cleave (1991, p. 16,17) destacam que isso quer dizer que “os escritos originais da Bíblia não continham erros. Nos idiomas em que foi escrita, ela é absolutamente infalível – sem erro de qualquer tipo”. Essa é a crença da grande maioria das grandes igrejas evangélicas. A Bíblia, portanto, é uma revelação da verdade e como tal é moral e espiritualmente exata. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus (2017, p. 25) faz coro com essa assertiva quando destaca que a Bíblia “é a única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo” sendo dessa forma a “única regra infalível de fé e prática para vida e o caráter cristão”. P á g i n a | 3 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ ____________________________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ 1) A Bíblia como um livro divino O escritor A.W. Tozer (2003, p. 294) destacou a natureza divina da Bíblia quando escreveu: “A Palavra de Deus não está datada. Nada está datado no livro de Deus. Quando leio a minha Bíblia, encontro datas, mas não fatos datados. Quero dizer que encontro o sentido e o sentimento de que tudo aquilo me pertence”. Como um livro divino a Bíblia é a inspirada e infalível Palavra de Deus. Alguns parâmetros devem ser observados quando tratamos da natureza divina da Bíblia. O escritor Augustus Nicodemus (2013, pp. 26,27) destaca que existem distanciamentos entre o homem e Deus que devem ser levados em conta quando se quer interpretar corretamente a Bíblia. Os intérpretes enumeram pelo menos três deles: natural, espiritual e moral. a) Natural - Primeiramente devemos saber que nossa dificuldade em entender corretamente as Escrituras está relacionada com a distância abismal que existente entre o Criador e a criatura. Somos criaturas e Deus é o criador. Como seres finitos irão ter uma compreensão plena de um Ser infinito? b) Espiritual e moral - Por outro lado, não devemos esquecer que a Queda colocou o homem numa condição moral e espiritual que não permite que ele por si mesmo entenda as coisas de Deus. A Queda não retirou a imagem de Deus refletida no homem, mas sem dúvida a ofuscou. É necessária, portanto, a iluminação do Espírito Santo para nos fazer compreender a mente de Deus revelada nas Escrituras. 2) A Bíblia como um livro humano Se por um lado a Bíblia é um livro divino, por outro, ela também é um livro humano. Como um livro humano, a Bíblia também tem certos parâmetros que devem ser levados em conta para a sua correta compreensão. Os intérpretes observam que há pelo menos cindo deles: temporal, contextual, cultural, linguístico e autoral. a) Temporal – alguns milênios nos separam dos autores sagrados. Esse distanciamento por si só já é um fator decisivo a ser levado em conta no entendimento da Bíblia. b) Contextual – evidentemente que o contexto em que viveram os autores bíblicos não é mais o mesmo que em que vivemos hoje. Isso requer o exame das Escrituras levando em conta esse parâmetro contextual. c) Cultural – a cultura molda a forma como se enxerga as coisas. A cultura dos dias bíblicos evidentemente era muito diferente da contemporânea. d) Linguístico – a línguas nascem e morrem. Muito do vocabulário usado pelos escritores bíblicos não mais existe. Deve-se buscar o sentido linguístico das palavras dentro do seu contexto cultural. Observados esses aspectos, percebemos que o leitor contemporâneo está distante do contexto no qual viveu e escreveu o autor bíblico. Sem uma correta compreensão dos mesmos será impossível descobrir o significado do texto sagrado. II – O EXAME DAS ESCRITURAS A PARTIR DA APLICAÇÃO DE UMA METODOLOGIA ADEQUADA A Bíblia deve ser corretamente interpretada para ser corretamente compreendida. Isso requer exame. Aqui o mestre precisa conhecer o texto bíblico e saber trabalhar com ele. O pastor e escritor Estevam Ângelo de Sousa, pioneiro da evangelização no Nordeste brasileiro, costumava dizer que muitos assumem a seguinte postura diante de um texto bíblico: ler o texto, sair do texto e não voltar mais ao texto. Para o escritor E. Muller (2015, pp. 281-2) o correto seria: observar o texto, interpretar o texto e aplicar o texto. P á g i n a | 4 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ Trabalhar, portanto, com o texto bíblico requer uma metodologia. Seguiremos aqui os princípios da hermenêutica histórico-gramatical a partir da obra de Claiton A. Kunz (2015, pp. 12-38). 2.1. O texto bíblico 1) Aproximação do texto A forma de desenvolver este passo é por meio da observação, o que alguns autores também chamam de “primeira aproximação ao texto”. O propósito da observação no estudo de um texto é “saturar-se” do conteúdo da passagem, ficar tão familiarizado quanto possível com tudo o que o escritor bíblico está dizendo, explícita ou implicitamente. 2) Delimitação do texto Delimitar o texto significa determinar os limites da passagem, identificando a unidade do pensamento. O resultado desta delimitação chama-se “perícope”. 2.2. O contexto bíblico 1) O contexto histórico Observar o contexto histórico significa familiarizar-se com o contexto histórico geral, ou seja, perguntar-se por: autor (quem?), ocasião (quando?), lugar (onde?), destinatários (para quem?), relação entre eles, circunstâncias do momento, situação histórica que originou o escrito, tema principal do livro, ênfases principais, propósito do autor, etc. 2) O contexto literário Verificar o contexto literário significa familiarizar-se com: (1) o contexto imediato (anterior e posterior) e (2) o contexto maior, fazendo um resumo dos mesmos, de maneira que o texto que será estudado se localize de forma natural dentro do seu contexto. 3) O contexto cultural Não levar em consideração o contexto cultural consiste num dos problemas mais graves na interpretação bíblica. É preciso levar em conta as frases e os parágrafos que antecedem e sucedem o versículo em questão e considerar o contexto cultural em que aquela passagem e até mesmo o livro inteiro foram escritos. 2.3. Análise do texto bíblico 1) Análise léxica A análise léxica (ou lexicográfica) preocupa-se com o uso e o significado de uma determinada palavra no livro em que está sendo usada, em toda a Bíblia e, se possível, também fora dela. 2) Análise morfológica A morfologia trata da flexão das palavras, ou seja, de como elas são formadas ou conjugadas. É evidente que a maneira como as palavras são formadas reflete seu significado. Tanto no grego como no hebraico, o sentido das palavras também é modificado por meio de suas flexões. 3) Análise estilística A análise estilística se preocupa com a maneira pela qual o autor procurou dar maior expressividade, maior colorido, maior vivacidade ao seu texto. Estudar o estilo de um autor equivale estudar as chamadas “figuras”. 4) Análise sintática A análise sintática é a parte que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Analisa, portanto, as diversas classes P á g i n a | 5 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ ____________________________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ de palavras (sujeitos, verbos, adjetivos, advérbios, conjunções, orações subordinadas, frases, proposições, etc.) e as conexões entre elas 5) Análise literária A forma de um texto geralmente diz muito sobre a sua interpretação. Uma parábola deve ser lida de forma diferente do trecho de uma carta. Esta por sua vez é diferente de uma profecia, de um salmo, de um provérbio, de uma lei ou de uma história de milagre. O estudo de várias formas literárias que se encontram na Bíblia ajuda muito aqui. 6) Análise teológica A Bíblia é a fonte de conhecimentos teológicos. Esses conhecimentos podem ser encontrados de forma explícita ou implícita. Assim sendo, poucas vezes são encontrados registrados de uma forma sistemática. É tarefa do intérprete sistematizar a doutrina bíblica. 2.4. Síntese do texto bíblico 1) Correlação Correlação significa estabelecer uma relação entre os versículos estudados ou entre as verdades descobertas no texto. 2) Atualização O intérprete de um texto bíblico deve traduzir seu significado em termos apropriados às necessidades de hoje. Sua tarefa é aplicar sempre o ensinamento central do texto à situação de vida da pessoa que está ouvindo sua interpretação. 3) Aplicação “O propósito primário da Bíblia é mudar as nossas vidas, e não aumentar o nosso conhecimento”. Conclusão Devemos examinar as Bíblia porque ela é a Palavra de Deus escrita, ela é poderosa e Deus continua falando através daquilo das Escrituras que ele inspirou. Todavia, não podemos ter êxito nessa missão se não usarmos as ferramentas adequadas para esse fim – a hermenêutica e exegese. Bibliografia ALLAN, Anderson. El Pentecostalismo – el cristianismo carismático mundial. Ediciones Akal, Madrid, Spaña, 2007. AMSTRONG, Karen. Bíblia – uma biografia. Editora Zahar, 2007. BURGESS, Van Der Mass. The New International Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movements. Zondervan, E.U.A, 2002. CARVALHO, César Moisés. Pentecostalismo e Pós-modernidade. CPAD, 2017. CASTAGNO, A. Monaci. In Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs. Ed. Vozes/Paulus. DAYTON, Donald. Theological Roots of Pentecostalism. Hendrickson, 2007. DUFFIELD, Guy P. & VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal. Editora Quadrangular, 1991. HORTON, Stanley & MENZIES, W. William. Doutrinas Bíblicas na Perspectiva Pentecostal. CPAD, 1995. KUNZ, Claiton A. O Método Histórico-gramatical. In: Revista Batista Pioneira. Curitiba, 2015. McGrath, Alister. A Revolução Protestante. Editora Palavra, 2012. NICODEMUS, Augustus. A Bíblia e Seus Intérpretes. Editora Cultura Cristã, 2013. SOARES, Esequias, org. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD, 2017. TOZER, A.W. Verdadeiras Profecias para uma alma em busca de Deus. Editora dos Clássicos, 2003. P á g i n a | 6 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ O ESPÍRITO SANTO NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM Ministrante: Altair Germano (siga: @altairgermano) Pastor da Igreja Assembleia de Deus em Abreu e Lima, Pernambuco; Teólogo, Pedagogo e profícuo escritor “Ele vos ensinará todas as coisas” (João 14.26) Introdução Ensinar na Escola Dominical não significa apenas compartilhar verdades através de aulas devidamente planejadas, métodos de ensino diversificados e outros fatores didáticos- pedagógicos. O Espírito Santo tem um papel fundamental em todos os processos do ensino bíblico. I. A VOCAÇÃO ESPIRITUAL PARA ENSINAR Ensinar na igreja e consequentemente na Escola Dominical é uma atividade para aqueles que foram devidamente vocacionados por Deus Pai, Filho e Espírito Santo. O dom de mestre ou de ensinar faz parte dos dons concedidos aos crentes regenerados e salvos em Cristo Jesus (Rm 12.6,7; 1Co 12.11,28,29; Ef 4.11). Como determinar se temos o dom de ensinar? (1) Verificar as habilidades necessárias para conduzir uma aula; (2) Verificar se sente prazer no ato de ensinar; (3) Gostar de estudar a Bíblia, ler livros e fazer cursos de capacitação continuada; (4) Ter amor pelos alunos; (5) Perceber a manifestação e a ação do Espírito na sala de aula. Ter o dom de ensinar produz uma clara convicção no seu portador (Gl 1.15; 1Tm 1.12; 2.7; 2Tm 1.11). II. A ILUMINAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO O progresso hermenêutico, em última análise, é obra do Espírito Santo. Somente a sua intervenção e auxílio pode nos levar à verdade.1 Considerar a importância fundamental da iluminação outorgada pelo Espírito é algo imprescindível para a interpretação bíblica. O Espírito Santo usa vários recursos diferentes para nos ajudar nesse processo.2 O Espírito Santo inspirou os autores na composição das Escrituras (Lc 24.44; 2Tm 3.16; 2Pe 1.20-21; Ap 1.11), de modo que escreveram com precisão no nível histórico e com sentido no nível teológico. Isso não significa que devemos ignorar o processo por meio do qual isso aconteceu. A escrita das narrativas obedeceu a convenções literárias, incluiu o uso de fontes orais e escritas (ex. Nm 21.14; Lc 1.1-4).3 Apesar de alguns terem negligenciado o papel do Espírito na interpretação das Escrituras4, a sua importância foi enfatizada ao longo da história da igreja por homens tementes a Deus e piedosos. 1PRATT, Jr., Richard L. Ele nos deu histórias: um guia completo para a interpretação de Histórias do Antigo Testamento. Tradução de Suzana Klassen. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 57. 2 Ibid. 3 AVERBECK, Richard E. Fatores na leitura das narrativas patriarcais: dimensões literária, históricas e teológicas. In: HOWARD Jr., David M.; GRISANTI, Michael A. (org.). O sentido do texto: como compreender e usar os textos históricos do Antigo Testamento. Tradução de Markus Hediger. São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p. 127. 4KEENER, Craig S. A hermenêutica do Espírito: lendo as Escrituras à luz do Pentecostes. Tradução de Daniel Hubert Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2018, p. 49. P á g i n a | 7 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ O papel que a Bíblia atribui ao Pai, ao Filho e ao Espírito como aqueles que conhecem, revelam, iluminam e ensinam realidades e verdades espirituais é bastante significativo (Sl 119.17-20; Lc 24.44-45; Jo 14.26; 16.13; 2Co 3.13-16).5 O papel do EspíritoSanto na interpretação não é desculpa para a nossa preguiça. Orar para que o Espírito nos ajude a entender o significado em razão de não querermos passar tempo estudando ou usando as ferramentas disponíveis (comentários, concordâncias, dicionários etc.), é uma tentativa de “usá-lo” para os nossos interesses reprováveis. O Espírito nos dá a garantia da veracidade dos ensinos bíblicos, mas ele não pode ser manipulado com o objetivo de cobrir nossa acomodação no estudo da Palavra de Deus.6 O Espírito Santo nos dá poder para interpretar, mas usa diversos meios para nos capacitar.7 A atividade do Espírito no processo exegético envolve o sermos capacitados a entender a veracidade de um texto, reconhecer o que ele exige de nós e então por em prática as intenções que o Espírito Santo inicialmente transmitiu ao agente humano. O Espírito está ativo no nível da exegese por meio do funcionamento claro de nossas faculdades cognitivas para explorar e assimilar o texto. Dessa forma, a iluminação acontece em conjunto com a aplicação normal dos princípios hermenêuticos.8 A iluminação do Espírito não garante que a pessoa compreenderá “automaticamente” o significado pretendido da passagem. Embora todas as ferramentas hermenêuticas forneçam material para a vontade do Espírito no ato da interpretação, e o mesmo capacite o leitor a compreender a Palavra, ele não dá a informação para o leitor. A nossa capacidade racional ainda precisa ser utilizada para obter inferências dos dados. Nossas opiniões teológicas, interesses particulares, preconceitos e apego eclesiástico ou denominacional,9 podem comprometer seriamente a nossa leitura e interpretação das narrativas bíblicas. Neste sentido, Stott nos adverte contra qualquer pretensão de infalibilidade no processo hermenêutico. Embora a Palavra de Deus seja infalível, Nenhum indivíduo, grupo ou igreja já foi ou será intérprete infalível da Palavra de Deus: “As interpretações humanas pertencem à esfera da tradição, e contra a tradição pode-se sempre apelar-se para a própria Escritura que a tradição alega estar interpretando.”10 Uma hermenêutica da humildade e da convicção, em razão da falibilidade humana mesmo com a iluminação do Espírito na tarefa exegética, é uma postura que poderá evitar os extremos do dogmatismo hermenêutico e do ceticismo hermenêutico.11 Devemos também, evitar o isolamento de outros cristãos em nosso entendimento da Bíblia.12 Enquanto estuda, investiga, pesquisa, lê e medita na Bíblia, considerando os gêneros literários e se utilizando das ferramentas metodológicas disponíveis para a devida interpretação da mesma, o intérprete deve prostrar-se em oração e adoração diante do autor divino, 5 ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada: correntes históricas, pressuposições, princípios e métodos linguísticos. Ananindeua, PA: Knox Publicações, 2016, p. 131. 6 STEIN, Robert H. Guia Básico para a interpretação da Bíblia: interpretando conforme as regras. Tradução de Adão Pereira da Silva. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 76-77. 7 PRATT Jr., ibid., p. 39. 8 KEENER, ibid., p. 47. 9 PLUMMER, Rob. 40 questões para se interpretar a Bíblia. Tradução de Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos-SP: Fiel, 2017, p. 212. 10 STOTT, John. Para entender a Bíblia. Tradução de Paulo Purim. Viçosa, MG: 2014, p. 177-178. 11 VANHOOZER, Kevin. Há um significado neste texto? interpretação bíblica: os enfoques contemporâneos. Tradução de Álvaro Hattnher. São Paulo Editora Vida, 2005, p. 543. 12 MILNE, Bruce. Estudando as doutrinas da Bíblia. Tradução de Neyd Siqueira. 4. ed. São Paulo: ABU, 1995, p. 48. P á g i n a | 8 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ reconhecer as próprias imperfeições e limitações, e buscar o primordial, essencial e indispensável auxílio da iluminação do Espírito Santo.13 III. A CAPACITAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO Ser capacitado com poder espiritual é uma necessidade para todos aqueles que foram vocacionados para o ministério de ensino da igreja. Temos os seguintes exemplos bíblico: a) Jesus foi capacitado pelo Espírito (Lc 3.21-23; 4.1,14,16-21; At 10.37-38) b) Os apóstolos foram capacitados pelo Espírito (Lc 24.48-49; At 1.5,8; 2.1-4) c) Paulo foi capacitado pelo Espírito (At 9.17). Todos estes precisaram antes ser revestidos de poder espiritual (batismo no Espírito Santo) para desenvolver o ministério lhe concedido na plenitude do Espírito, e dessa forma serem profícuos, dinâmicos e produtivos para o Reino de Deus. IV. A COOEPRAÇÃO E DIREÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA AULA Diante de sua classe, um professor pode contar ainda com a cooperação do Espírito Santo para as seguintes direções: a) comunicar os rumos a tomar na exposição do conteúdo, inclusive interrompendo a exposição para a realização de uma oração específica e urgente; b) ajudar em algumas sábias respostas a serem dadas a questões difíceis, delicadas ou controversas; c) trazer uma palavra de conhecimento, uma profecia, ou manifestação de outro dom espiritual que ajudará na edificação da classe presente. O ambiente na Escola Dominical deve ser um espaço aberto para a manifestação e operação do Espírito. O Espírito Santo coopera conosco desde o preparo até a exposição da aula! Conclusão Como vimos, desde o preparo da aula até a sua execução, o Espírito será um aliado fundamental no processo. Ensinar na Escola Dominical é uma tarefa espiritual, não meramente técnica, e apenas pessoas dotadas de dons, capacitações e cooperação espiritual poderão ser bem sucedidas no cumprimento deste honroso ministério. 13 VANHOOZER, Kevin. Há um significado neste texto? interpretação bíblica: os enfoques contemporâneos. Tradução de Álvaro Hattnher. São Paulo Editora Vida, 2005, p. 215. P á g i n a | 9 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ O HÁBITO DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL Ministrante: Tiago Rosas (siga: @tiagorosasoficial) Evangelista da Igreja Assembleia de Deus em Campina Grande, Paraíba; Teólogo, escritor, fundador e administrador da página EBD Inteligente “Persiste em ler” (1Timóteo 4.13) Este estudo objetivará: 1. Destacar a necessidade da pesquisa na formação e na prática docente 2. Refletir sobre os desafios da pesquisa e como vencê-los 3. Apontar diretrizes bíblicas e didáticas para o desenvolvimento do hábito da leitura com vistas ao aprofundamento do conhecimento e a qualificação para um ensino eficaz na Escola Dominical IntroduçãoA Bíblia é fonte da mais elevada sabedoria e manancial do mais sublime conhecimento. As grandes verdades quem podem salvar o homem lá estão registradas e disponíveis para todos lerem! Entretanto, visto que não é uma exaustiva enciclopédia que reúna todo conhecimento e saber disponível no mundo, a Bíblia não tem a pretensão de dar todas as respostas às nossas dúvidas sobre todos os assuntos: geografia, política, religião, economia, cultura, história de Israel ou da Igreja, etc. Muito do conhecimento útil que acumulamos ao longo do tempo é resultado de pesquisa extrabíblica, isto é, fora do texto bíblico. Há coisas ocultas que são só para Deus (Dt 29.29), mas há coisas que só estão ocultas porque nós ainda não buscamos pelo esmero da leitura entende-las. Pesquisar é garimpar, é cavar, é procurar, é buscar respostas. Como diz Salomão, “A glória de Deus é ocultar certas coisas; tentar descobri-las é a glória dos reis” (Pv 25.2). O professor da Escola Dominical não pode ter a presunção de achar que terá respostas pra tudo (sejamos humildes!), mas, por outro lado, não pode ser lento para aprender as coisas de Deus e os assuntos pertinentes ao seu trabalho de ensino bíblico-teológico (Hb 5.11-14). Em vista disso, pesquisar, investigar, examinar, ler, esquadrinhar, sondar, etc., são imperativos para todo professor, mesmo autodidatas, que desejam servir com qualidade em suas igrejas locais. “O professor é como uma vela que se consome para iluminar outros” – provérbio italiano I. AS BASES BÍBLICAS DA PESQUISA Escriba Esdras: “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor e para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Ed 7.10). Esdras nos ensina que ninguém está apto a ensinar sem que primeiro busque conhecer a Palavra de Deus. E para ensiná-la com profundidade, precisamos conhece- la com profundidade! Mestre Jesus: “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas” (Lc 2.46, 47). Embora ainda menino, Jesus comportava-se de modo a ensinar muitos adultos hoje: sentava-se para aprender com os doutores, ouvindo-os e perguntando-os, como também interagindo com respostas P á g i n a | 10 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ Apóstolo Paulo: “Persiste em ler... Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos” (1Tm 4.13,14,15). Estas são recomendações pastorais de Paulo que era mentor espiritual e eclesiástico de Timóteo. Tais conselhos se estendem a todos quantos desejam ter progresso na obra de Deus. O próprio Paulo deu exemplo como um pesquisador: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos” (2Tm 4.13). Mesmo em idade avançada e consciente de que já tinha cumprido sua missão, nesta última carta a seu amigo Timóteo, Paulo pede-lhe que venha visita-lo o quanto antes e que traga para o velho apóstolo seus livros. Para quem acha que já passou da idade ou do tempo de estudar, o apóstolo que estava “no corredor da morte” ensina que nunca é tempo de parar de aprender! A todos nós se recomenda: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.6,7). A dedicação ao ensino engloba: qualificação moral, espiritual, teológica e intelectual. Professores que não se dedicam à leitura estão menosprezando seus alunos e pecando pela desvalorização do dom que lhes foi dado. Dentre todas essas referências de esforço intelectual para ouvir, examinar e aprender, creio que a grande base bíblica para o empreendimento da pesquisa no preparo da aula ou na formação contínua do professor é este mandamento bíblico: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” (Mc 12.30). Deus não pode ser amado só com nossas emoções, mas também com nosso intelecto e razão! II. DESAFIOS À PESQUISA A) TEMPO. É verdade que vivemos dias acelerados, cheios de atividades: estudos seculares, trabalho, cuidados com a família e a igreja. Todavia, se fizermos só o que necessitamos e gerenciarmos bem o nosso tempo, não nos faltará aquela horinha no dia para nossas devoções e estudos. O problema é que estamos administrando mal o nosso tempo, priorizando coisas fúteis, excedendo-nos em entretenimentos ou coisas seculares, além de desperdiçar aquelas oportunidades corriqueiras (como, por exemplo, quando enfrentamos filas de bancos e supermercados). Devemos aprender com os metodistas, como John Wesley, a dividir nossas atividades, incluindo nosso momento à sós com Deus e os livros. “Remindo o tempo” (ARC), como diz Paulo em Efésios 5.16, ou seja, “aproveitando ao máximo cada oportunidade” (NVI). Sejamos bons mordomos do nosso tempo! B) FALTA DE HÁBITO DE LEITURA. É verdade que há muitas lideranças na igreja, inclusive responsáveis pelo ensino, que não têm o hábito de ler. Agora, hábito se faz praticando! Não existe o dom espiritual da leitura. Então ninguém tem que esperar Deus vir do céu pra fazer um milagre quanto a isso. Deve-se antes disciplinar a mente, começando com leituras de pequenos livros, de temas de fácil compreensão (os devocionais e livros de espiritualidade cristã são ótimos para introduzir-nos no hábito da leitura). Lembre-se: você não deve ler mais apenas para dizer que sabe mais, mas para de fato conhecer mais e ensinar melhor aos seus alunos, servindo a eles o alimento sólido da palavra de Deus e não achismos e especulações humanas vazias ou historietas tolas. Como disse o professor e exegeta Grant Osborne, “quero ensinar meus alunos a prepararem uma refeição de alta qualidade com a Palavra, de modo que P á g i n a | 11 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ possam fornecer um alimento sólido para as pessoas que estiverem sob seus cuidados”14 C) PRECONCEITO CONTRA A LEITURA. Há muitos professores que não leem livros porque ainda sustentam um descabido anti-intelectualismo. Há até quem use passagens bíblicas para justificar sua aversão aos livros: “aletra mata, irmão”, dizem eles. Na verdade, duas coisas matam: a Lei de Moisés que ordenava morte ao transgressor (mas isso ficou no passado – 2Co 3.6-8) e a ignorância que mantém muitos crentes reféns do desânimo espiritual, da fé superficial e da heresia prejudicial! Como costuma dizer o erudito pentecostal Abraão de Almeida, “o maior inimigo da igreja é a ignorância”. D) FRAGILIDADE DA SAÚDE. Muitas pessoas não leem mais nem investem em sua formação teológica e intelectual devido limitações físicas, como problemas de visão, por exemplo. Duas coisas devem ser ditas aqui: primeiro, há que se respeitar os limites de cada um; segundo, por um lado o avanço da ciência tem provido ferramentas para compensar limitações físicas, como, por exemplo, livros em áudio e aparelhos digitais que facilitam a leitura e a pesquisa (isso sem falar de ótimos programas, palestras e conferências que podem ser assistidas pela internet e enriquecer-nos culturalmente e teologicamente); e ainda tem mais: a fé pode nos fazer romper montanhas e por ela Deus nos dar habilidades extraordinárias que compensem a falta de habilidade natural. Oremos mais pedindo vigor a Deus para nossa mente e nosso corpo! E) ESCASSEZ DE RECURSOS. Muitos desejam ter uma boa e grande biblioteca, mas em razão dos poucos recursos financeiros não podem adquirir os livros que deseja. Neste caso, algumas atitudes pontuais podem ajudar a superar a escassez: economizar (sem desleixar) em roupas, cosméticos, brinquedos tecnológicos, internet, lanches de finais de semana, e coisas supérfluas para investir mensalmente na aquisição de livros (impressos ou digitais) que possam ajudar na formação teológica e intelectual. Muitas vezes temos o dinheiro, apenas o estamos usando de modo inapropriado! Às vezes também vale a pena fazer um jejum e economizar o dinheiro da refeição para comprar um livro. O pregador inglês Charles Spurgeon diria: “Prive- se de almoçar, e compre um livro”. Se contabilizarmos o que já gastamos nos últimos cinco anos com hambúrgueres, pizzas, cachorros-quentes, refrigerantes e sorvetes, com objetos de ornamentação para casa, aparelhos eletrônicos (incluindo videogame), bijuterias para o corpo, maquiagens, gel para o cabelo ou internet para o celular, quanto daria a soma de tudo? E se tivéssemos investido ao menos metade desse dinheiro em livros, certamente teríamos uma boa biblioteca em casa, não? Por último, deixo uma dica aos líderes da EBD e pastores: presenteiem seus alunos e professores com livros! Afinal, já dizia o jurista romano Sêneca: dar livro a alguém é, além de uma gentileza, um elogio! III. POR QUE PESQUISAR? 1. Porque nem tudo é tão simples É comum ouvirmos dizer que a Bíblia é um livro muito fácil de entender e que os teólogos é que gostam de complicar. Bem, conquanto eu esteja de acordo que alguns teólogos – não todos! – costumam complicar e tratar com linguagem excessivamente rebuscada os assuntos do santo Livro (e por isso alimentando desnecessariamente um 14 OSBORNE, Grant. A espiral hermenêutica, Vida Nova, p. 20 P á g i n a | 12 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ preconceito contra o estudo teológico), devo dizer também que nem tudo o que está na Bíblia é tão fácil assim como se declara popularmente. Isso, óbvio, não deve servir como pretexto para se manter o leigo distante da Bíblia, como propôs a Igreja Católica por longos séculos, querendo evitar que o homem simples “corrompesse” a Santa Bíblia. Admitir a existência de textos e temas difíceis na Bíblia é necessário para que doutores e leigos tratem a Bíblia com o devido respeito e trato hermenêutico que ela exige, e que ninguém "pense de si mesmo além do que convém" (Rm 12.3). Veja que os próprios autores bíblicos já admitiam que há na Palavra de Deus e na doutrina cristã: coisas difíceis de explicar (Hb 5.11) e coisas difíceis de entender (2Pe 3.16) A Bíblia demanda leitura persistente e estudo perseverante e, claro, o auxílio constante do Espírito Santo para que possa ser compreendida. Todavia, quando falo do auxílio do Espírito, coloco-o como primordial, mas não substituto do esforço intelectual no estudo e exame da Palavra de Deus. Não é o "Espírito no lugar da mente", mas o "Espírito dentro da mente", dominando-a por completo e dirigindo-a para o que é correto, justo e bom. Os que olham para o Espírito Santo como um substituto do esforço intelectual no estudo da Palavra de Deus, devem ouvir o bem humorado, e, no entanto, contundente conselho do teólogo pentecostal inglês Donald Gee: "Não espere que a unção do Espírito Santo compense a sua preguiça"15. 2. Porque não sabemos tudo e carecemos de auxílio O pedagogo e filósofo Mário Sérgio Cortella costuma dizer: humilde é aquele que sabe que não sabe tudo, que sabe que o outro sabe o que ele não sabe, que sabe que ele e o outro saberão muita coisa juntos, que sabe que ele e o outro nunca saberão tudo o que pode ser sabido. 3. Porque precisamos ter conteúdo e ser versáteis O que diferenciou os dois construtores da parábola de Jesus (Lc 6.48,49), foi que um construiu sua casa na areia, sem cavar, enquanto que o outro cavou fundo até encontrar rocha firme sobre a qual construir. O ensinador da Palavra de Deus tem que ter força e ânimo para CAVAR! 4. Porque precisamos saber responder o que cremos, porque cremos e como cremos. Pedro disse que devemos estar preparados para responder com mansidão a todos quantos pedirem a razão de nossa fé (1Pe 3.15). A razão do conhecimento não é para humilhar o outro, provocar controvérsias inúteis ou debates intermináveis em sala de aula. Paulo orienta: “Mas não entres em questões loucas” (Tt 3.9). Na Escola Dominical, devemos ser a roda dos esclarecedores! Aqueles que esclarecem à luz da Palavra de Deus. 5. Porque o conhecimento é atualizável e somos eternos aprendizes Há muitas coisas que sabemos hoje, mas que não as sabemos com precisão e certeza absoluta. Muitas coisas sabemos apenas parcialmente e outras até equivocadamente. A pesquisa contínua atualiza as informações que já tínhamos, acrescenta-nos outras, e nos ajuda a despojar dos enganos de outrora ou reafirmar as certezas que já trazíamos. Como diria Paulo: “...em parte, conhecemos” (1Co 13.9). Hoje sabemos com certeza que não é o sol que gira em torno da terra (como se cria nos tempos medievais), mas a 15 GEE, Donald. Depois do Pentecoste, Vida, p. 36 P á g i n a | 13 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ ____________________________________ terra é que gira tanto em volta dela mesma (movimento de rotação) como em volta do sol (movimento de translação). E também sabemos que o inferno não está no centro da terra, como por muito tempo as religiões pregavam. Não temos que ter medo de atualizar o conhecimento; temos que ter medo é de querer sustentar a ferro e fogo velhos paradigmas que nem são suportados pela revelação da Palavra de Deus nem pela ciência! Há muitos professores dando aula em 2018 como se dava em 1960! Não levaram em conta que a vida seguiu, o conhecimento avançou e que até mesmo práticas didático-pedagógicas foram revistas e reformuladas para atender às necessidades do alunado do presente século. Ou seja, a Escola Dominical avançou, mas o professor ficou parado no tempo. Os alunos hoje estão muito mais exigentes, até porque a figura do professor como detentor do conhecimento já está ultrapassada. O conhecimento está democratizado e universalizado: no contexto secular temos internet ao alcance de (quase) todos e faculdades multiplicadas aos montes; no contexto teológico temos: livrarias, cursos de teologia, páginas da internet propondo debates sobre doutrinas cristãs, conferências teológicas sendo transmitidas ao vivo, congressos de teologia, etc. Isso tem gerado por um lado mais conhecimento e por outro lado mais questionamentos. O professor não pode ficar aquém de seus alunos! IV. O QUE FAZER COM O QUE FOI PESQUISADO E APRENDIDO? A) CONFIRMADO mediante outras leituras para que a novidade não seja levada aos ouvintes com ares de verdade absoluta ou conhecimento. Talvez seja apenas um boato, uma informação imprecisa, distorcida, falsificada (fake news), inventada ou até mesmo uma heresia! Não esquecer: doutores em teologia, cientistas e pesquisadores também erram e falam bobagens, por isso, a Bíblia deve ter supremacia! B) COMPARADO com outras obras e autores, especialmente de nossa mesma linha teológica e doutrinária, para ver se não destoa daquilo que “sabemos desde a nossa meninice” (2Tm 3.15). Devemos nos perguntar: que outros estudiosos defendem este posicionamento? Como podemos ter certeza de que a Bíblia apoia esta visão? Na dúvida, tratar a informação apenas como uma opinião do “autor fulano de tal”, mas não como “a verdade dos fatos e da doutrina”, nem a usar para impor dogmas aos alunos! C) APLICADO EM MOMENTO OPORTUNO E EM LINGUAGEM COMPREENSÍVEL. O centro da aula é o aluno, portanto, deve o professor ensiná- lo da forma como ele aprende e ajudando-o a desenvolver suas capacidades intelectuais, morais e, sobretudo, espirituais. O professor é acima de tudo um servo de seus alunos. Nem precisa levar uma pilha de livros para a classe da Escola Dominical, ou fazer excessivas citações de outros autores em sua aula e menos ainda usar linguagem rebuscada, excessivamente técnica ou acadêmica diante de sua classe (isso fica para o ambiente em que se produz conhecimento mais técnico ou acadêmico, como cursos de teologia em nível avançado, seminários ou faculdades). Visto que a EBD é a Palavra de Deus sendo ensinada regular e sistematicamente ao povo, com suas mais variadas faixas etárias e níveis de formação cultural, o professor deve falar com profundidade e ao mesmo tempo simplicidade para fazer-se entender por seus alunos (como Jesus que se fazia entender até mesmo pelas crianças, que tanto desejavam estar junto dele). E quando, por força da necessidade, precisar usar um termo incomum (como, por exemplo, citações de palavras ou expressões hebraicas, gregas, latinas, etc.), deve explicar de imediato o sentido e contextualizá-lo dentro da aula, enriquecendo o vocabulário de seus alunos e deixando ainda mais claro o assunto da Lição em estudo. Isso é ser didático! P á g i n a | 14 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE V. ONDE E COMO PESQUISAR ONDE PESQUISAR COMO PESQUISAR CUIDADOS BÍBLIA Antes dos livros, dos comentários bíblicos, dos subsídios do Youtube, ou mesmo do livro de apoio, o professor deve ser um exímio leitor da Bíblia sagrada. Ela é a fonte e a verdade! • Bíblias com diferentes versões para comparação e melhor compreensão (ARC, ARA, NAA, NVI, NTLH, King James, etc.) • Bíblia de Estudo para conferir estudos introdutórios, notas de rodapé, diagramas, mapas, concordâncias, subsídios teológicos, culturais, arqueológicos, exegéticos, etc. • Aplicativos digitais para celular que facilitam o uso de muitas versões bíblicas, estudos e comentários num único programa, sem pesar e até de graça! (Por exemplo, o aplicativo MyBible) • Traduções bíblicas não são inerrantes. Então, é possível que alguma tradução tenha fugido do sentido do texto original e até incorporado alguma teologia estranha. • Bíblias de Estudo devem ser lidas com cuidado, e os estudos à parte nunca podem ser tomados com a mesma autoridade do texto bíblico propriamente. Deve-se verificar também se os estudos da Bíblia seguem o padrão doutrinário adotado pela igreja. • Aplicativos de celular (tablet ou computador) são um auxílio, mas que não podem substituir os livros propriamente. E também é preciso cuidado com o uso deles. LIVROS Todo professor deve ser um bom pesquisador. Para tanto, faz-se necessário ter a sua biblioteca particular • Livros teológicos (Dicionários, enciclopédias, teologias sistemáticas) • Livros biográficos (história de personagens bíblicos e extra-bíblicos) • Livros sobre temas diversos (história, ética, cultura, etc.) • Livros devocionais • Comentários Bíblicos • Livro de apoio do trimestre • Nunca levar um comentário particular de um teólogo como a verdade absoluta para a igreja, a menos que seja uma reprodução ou explicação fiel do texto bíblico. • Verificar se pelo menos três teólogos ortodoxos admitem a opinião daquele comentarista e então apresentar à igreja, mas com o devido cuidado para que a palavra dos teólogos não se sobreponha à Palavra de Deus. • O importante, como dizia A. W. Tozer, não é ler muito, mas ler bem. Ao invés de gastar dinheiro comprando todo livro que ver pela frente, certifique-se de estar comprando o livro de um bom autor e que possa trazer-lhe conhecimento e edificação espiritual. Na dúvida, consulte um amigo experiente que possa lhe dar sugestões de quais livros adquirir. REVISTAS/JORNAI S/PERIÓDICOS • Revista Ensinador Cristão, Revista Obreiro Aprovado, Jornal Mensageiro da Paz • Até mesmo um simples jornal cristão pode ser encarado como uma fonte de pesquisa INTERNET (Youtube, sites, redes sociais) • Há muitos comentadores das lições bíblicas fazendo um bom trabalho no Youtube, mas outros há que deixam muito a desejar. É preciso filtrar. • Há muitos blogs disponibilizando semanalmente bom conteúdo sobre as lições e temas diversos da teologia e da história do Cristianismo • Os grupos do WhatsApp se bem utilizados podem ser um ambiente propício para troca de conhecimento e ajuda mútua • Há muitos livros digitais sob domínio público disponibilizados na internet e outros disponibilizados gratuitamente pelas editoras/autores. Mas evite a pirataria ou distribuição não autorizada de materiais! • A internet ajudou e muito na democratização da informação e do conhecimento. Sem dúvidas, é uma rica ferramenta para consulta e que não pode ser desprezada pelo professor, especialmente num contexto cultural em que tudo passa pela internet e que nossos alunos estão antenados. Todavia, há o risco: “na internet todo mundo diz o que quer”. É preciso receber a informação, mas verificar as fontes. Não é bom dar ouvidos à teólogos desigrejados, que fazem do Youtube ou Blogue seu púlpito para destilar veneno contra a igreja, contra pastores ou, pior, contra a Escola Dominical. P á g i n a | 15 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTEANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ Abaixo deixamos algumas sugestões de leitura, com foco em educação cristã. São ótimas sugestões para professores veteranos e professores iniciantes; para professores que têm alguma formação acadêmica e para professores leigos que se voluntariaram para ajudar na obra de Deus em sua igreja local. Se tivermos boa vontade, interesse e dedicação, poderemos nos exercitar na leitura e sermos autodidatas nas matérias de Teologia, Pedagogia, Letras, História, etc. Na medida do seu possível, adquira estes materiais que listamos a seguir. – BÍBLIA – • Bíblia da Escola Bíblica, idealizada por Lécio Dornas, editoras Sociedade Bíblica do Brasil e Cristã Evangélica – LIVROS – • Reflexões contundentes sobre Escola Bíblica Dominical, de Tiago Rosas • Ensinando para transformar vidas, de Howard Hendricks, editora Betânia • Ensinando com êxito na Escola Dominical, de Myer Pearlman, editora Vida • Socorro! Sou professor da Escola Dominical, de Lécio Dornas, editora Hagnos • Vencendo os inimigos da Escola Dominical, de Lécio Dornas, editora Hagnos • Manual da Escola Dominical, de Antônio Gilberto, editora CPAD • O que todo professor da Escola Dominical deve saber, de Elmer Towns, editora CPAD • As sete leis do ensino, de John Milton Gregory, editora CPAD • Teologia da Educação Cristã, de Claudionor de Andrade, editora CPAD • Didática essencial: ferramentas indispensáveis à docência cristã, de Marcos Tuler, editora CPAD • Andragogia em ação: como ensinar adultos sem se tornar maçante, de Zezina Bellan, editora Z3 • Uma pedagogia para a educação cristã, de César Moisés de Carvalho, editora CPAD • Enciclopédia da Escola Dominical, de Elmer Towns, editora CPAD • Métodos criativos de ensino, de Marlene LeFever, editora CPAD • Educação cristã: reflexões e práticas, de Telma Bueno, editora CPAD • Manual de ensino para o educador cristão, de Kenneth Gangel e Howard Hendricks, editora CPAD Conclusão Por último, atente para esta carta de John Wesley, o homem que, segundo Orlando Boyer em seu clássico Heróis da fé, leu aproximadamente mil e duzentos tomos de livros, e muitos deles enquanto cavalgava em seu cavalo pela Inglaterra. Nesta carta, Wesley, que tinha luz na cabeça e fogo no coração, faz uma crítica honesta ao seu amigo John Trembath e lhe dá conselhos para melhorar sua pregação. Creio que estes conselhos de 1760 são igualmente úteis aos professores da Escola Dominical em nosso tempo. Deus nos ajude a sermos em tudo excelentes para glória do seu nome! P á g i n a | 16 CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL – ONLINE – @EBDINTELIGENTE ANOTAÇÕES __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ __________________ JÁ CONHECE O NOSSO PACOTE EBD INTELIGENTE? É um pacote de serviços virtuais com assinatura trimestral, que dá direito à: • Download do e-book (livro digital) Reflexões contundentes sobre Escola Bíblica Dominical, de Tiago Rosas • Emissão de certificados personalizados de conclusão do trimestre para seus alunos (enviamos o arquivo já pronto para impressão) • Participação em nosso grupo exclusivo no WhatsApp onde oferecemos subsídios para as Lições Bíblicas, orientações didático-pedagógicas e assessoria para organização da Escola Dominical de sua igreja • Participação em nossos Estudos de Professores ao vivo, todas as sextas- feiras, com possibilidade de interação através do chat • Participação em sorteios mensais de livros impressos, enviados gratuitamente pelos Correios para os ganhadores • Acesso livre a todas as Conferências de Escola Dominical realizadas pela página EBD Inteligente. Tudo isso por apenas R$ 30,00 a cada três meses (ou seja, uma média de 10 reais por mês), e que podem ser pagos no cartão, boleto ou depósito. Se deseja assinar este Pacote, chama a gente no WhatsApp; 83 98708-7983.
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