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RELAÇÕES ÉTNICO

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RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL UNIDADE 1
 O ano de 2011 foi definido como o Ano Internacional dos Afrodescendentes pela Organização das Nações Unidas (ONU). Uma das intenções desse lançamento, segundo o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, é despertar na comunidade internacional a necessidade de um empenho conjunto para garantir aos afrodescendentes direitos fundamentais como saúde e educação.
Lei Federal nº 11.645 de março de 2008, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Daí, justifica-se o estudo dessa disciplina durante a formação acadêmica.
Estatuto da Igualdade Racial é a Lei12.288/2010.
Conceitos iniciais sobre Raça e Etnia
Conceito criado no século XVI –diferenciação biológica dos seres humanos.
Conceito desconsiderado pela ciência raças humanas, ou seja, para a ciência apenas existe uma única raça que é a raça humana. 
Podemos assumir o uso do termo raça quando quisermos nos referir aos aspectos físicos (à aparência exterior herdada e transmitida hereditariamente), que mostram repercussões negativas nas relações entre brancos, negros e índios, ou seja, quando for necessário demonstrar as tensões existentes a partir das diferenças na cor de pele, olhos, tipos de cabelo etc., a partir de um padrão estético branco e europeu, que estabelece também relações de dominação.
 Tendo em vista que a concepção da utilização da palavra raça tem uma problemática sob uma perspectiva política devido ao uso que os movimentos negros e indígenas fazem desse termo nas lutas contra o racismo e contra toda forma de discriminação.
A utilização da palavra raça tem uma conotação política, visando enfatizar os aspectos negativos atribuídos a determinadas características fenotípicas, como cor dos olhos e da pele e traços do rosto e dos cabelos, por exemplo.
Já o conceito de etnia requer uma opção, escolha, posicionamento, daquele que pretende fazer parte de certo grupo étnico.
Trata-se de uma concepção que compreende as relações sociais estabelecidas entre sujeitos que, entre outras coisas, se reconhecem possuidores de uma origem comum, em contraste com outros, integrantes de grupos diferentes, na sociedade abrangente. 
A atribuição de pertencer a determinado grupo étnico pode ser: 
Endógena: parte do próprio sujeito, devendo ser endógena parte do próprio sujeito, devendo ser necessariamente a decisão de pertencimento dele; Exógena: quando os significados atribuídos partem de outros grupos.( externos).
De acordo com Poutignat e Streiff-Fenart (1998), os principais aspectos que definem a identidade étnica são:
• atribuição categorial: os atores identificam-se ou são identificados pelos outros (endógena ou exógena);
• dimensão relacional e de fronteira: implica a dicotomia nós/eles (processo político);
• origem comum: intencionalidade dos atores em demonstrar uma ancestralidade com seu grupo étnico, por meio de símbolos identitários (processo simbólico);
• realce ou saliência: possibilidade de os sujeitos se posicionarem conforme a situação de interação social na qual se encontram (processo social).
	Os conceitos estudados de “raça” e de “etnia” revelam que ambas denominações têm explicações diferenciadas, a saber:
 a) raça significa características biológicas do sujeito, enquanto etnia refere-se ao pertencimento social da pessoa. 
 b) raça caracteriza-se por um movimento social e etnia é um processo simbólico. 
c) raça e etnia são semelhantes, independente das explicações do senso-comum. 
d) raça é um conceito político e etnia implica a escolha, pertencimento a determinado grupo étnico. 
e) raça e etnia são terminologias empregadas nos estudos da psicologia social.
O racismo cientifico 
O racismo científico, teoria formulada no século XIX na Europa, sob influência das teorias evolucionistas de Charles Darwin, produziu uma ideologia que define uma ordem natural da realidade social, considerando homens e mulheres como “naturalmente” superiores uns aos outros. Os desdobramentos e as consequências dessa teoria se fizeram perceber ao longo de toda a história do século XX, tanto na Europa como no Brasil, até ser assimilada no contexto brasileiro, influenciando a formação de um mito de democracia racial.
A ciência foi utilizada para legitimar a ideia de que diferenças sociais podem ser explicadas e justificadas por características naturais.
O racismo à brasileira 
 O Brasil sob influência das teorias racialistas e do racismo científico europeu, a mistura de raças no país era vista, no início do século XX, como um elemento problemático que explicaria, inclusive, o porquê de nossas mazelas sociais, de nosso fracasso político e de nossa dependência econômica.
Entretanto, desde que Gilberto Freire, em 1933, escreveu com entusiasmo sobre as qualidades de um povo brasileiro miscigenado, misturado e mestiço dizendo que a cultura brasileira era de “convivência harmoniosa” em seu livro CASA GRANDE SENZALA que o Brasil toma outra configuração tendo como bases para a construção do “mito da democracia racial”. Apontando que, no Brasil, não teríamos nem a presença de conflitos raciais, tampouco de racismos, tendo em vista nossa longa história de “harmonia” entre as três raças branco negro e o índio. 
Somente a partir do final dos anos 1990 é que passamos a adotar medidas legais de ações afirmativas para acelerar o acesso de grupos afrodescendentes aos direitos sociais fundamentais.
 Afinal, o que é o racismo?
Biologicamente, não existem “raças”, somos uma só raça humana!
 “Raça” é um conceito político. 
O racismo pressupõe: hierarquização; inferiorização; preconceito; discriminação; desigualdade.
	A respeito do racismo no Brasil, podemos afirmar que: 
a) as concepções científicas europeias a respeito de raça não influenciaram as relações étnico-raciais no Brasil. 
b) no Brasil, não há racismo, aqui todos são tratados igualmente independentemente de cor, raça, origem, sexo, classe social etc. 
c) foi a cordialidade do nosso povo que fez diminuir 
d) o racismo no Brasil é velado e se mostra nas relações cotidianas e interpessoais. 
e)todas as afirmações estão corretas.
A condição dos afrodescendentes na sociedade brasileira
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): Censos –a cada 10 anos, um levantamento completo sobre cada família brasileira. PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) anualmente seleciona apenas uma amostra dos domicílios brasileiros para um levantamento parcial.
 Ambos trazem uma visão bastante representativa de nosso país e são importantes recursos para que sejam elaboradas políticas públicas que encontrem as melhores soluções para nossos principais problemas sociais.
Esse racismo se confirma nos levantamentos estatísticos oficiais, produzidos pelo IBGE, demonstrando que a condição dos afrodescendentes na sociedade brasileira ainda é desvantajosa quando comparada à de outros segmentos da população, nos mais diversos âmbitos sociais: distribuição racial por região, desenvolvimento econômico, mercado de trabalho, renda familiar, distribuição de renda, analfabetismo, desigualdade educacional em todos os níveis de ensino (do Básico ao Superior), condição feminina com relação à saúde, acesso à infraestrutura pública, saneamento e moradia, estrutura familiar e dedicação aos afazeres domésticos.
	Os grupos indígenas são parte da nossa sociedade, e não um segmento exterior a ela. Aponte a afirmativa correta. 
 a) É preciso ter uma compreensão da superioridade das relações raciais e étnicas em nossa sociedade. 
b) Devemos superar a visão estigmatizada sobre os índios e colocá-los como cidadãos de direitos. 
c) A cultura indígena caracteriza se pela unicidade étnica e supremacia de uma língua falada. 
d )A maioria da população indígena é composta por jovens que vivem na área urbana. 
e)A prática pedagógica deve considerar a língua portuguesa como matriz do ensino às crianças indígenas.
O papel do movimento negro contemporâneo na luta contra as desigualdades raciais no BrasilPromoção de uma outra condição do afrodescendente. Tomada de consciência da importância dessas questões. Implantação de ações afirmativas. Resultado de um longo processo histórico: período pré-abolicionista (séculos XVI ao XIX). Os negros, de fato, nunca foram “passivos”, “pacíficos” ou “acomodados”. 
 A realidade após a Lei 10.639/2003 
As crianças precisam aprender uma outra História do Brasil. Esta lei torna obrigatório que a perspectiva africana e afro brasileira seja considerada no ensino de História. Apagar o estigma do negro apenas como “escravo” é preciso ensinar esse outro lado da História. Após a lei, grande incentivo à produção de material didático e pedagógico sobre a História da África e dos negros no Brasil.
Principais consequências do movimento negro
Legislação penal: pune todo ato discriminatório, considerando o racismo como “crime inafiançável”. Ações afirmativas que visam promover a igualdade de oportunidades a grupos desfavorecidos socialmente.
As ações afirmativas são de acordo com Bernardino (2002, p. 256-257):
São entendidas como políticas públicas que pretendem corrigir desigualdades socioeconômicas procedentes de discriminação, atual ou histórica, sofrida por algum grupo de pessoas.
As ações afirmativas buscam uma “reparação” às perdas de oportunidades vividas pelos negros em consequência de políticas segregacionistas. Uma “aceleração” na lentidão histórica para a inclusão social a curto prazo dessa população, assim como a ascensão de minorias étnicas, raciais e sexuais. Medida paliativa, transitória e, portanto, temporária.
Por que as ações afirmativas são realmente necessárias?
Acelerar um processo histórico. Combater a “inércia histórica”. Assumir o “racismo institucional” presente no sistema social. Desmontar o “mito da democracia racial”.
	O movimento negro foi, e continua sendo, um elemento essencial na conquista e garantia de direitos fundamentais a essa população. Sobre esse assunto, assinale a alternativa incorreta. 
A) A principal consequência do movimento negro tem sido a implantação de ações afirmativas.
 b) Os quilombos podem ser considerados a maior expressão da resistência negra na História do Brasil. 
c) A história da resistência negra foi propositalmente esquecida pelos historiadores e excluída dos livros escolares. 
 d) No Brasil, o racismo é considerado crime inafiançável pela legislação vigente.
e)Não houve movimentos negros no Brasil até a abolição da escravidão, em 1888.
Unidade 2
O ANTIRRACISMO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
 Temos as leis mais modernas e avançadas do mundo: Constituição de 1988. ECA –Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069 de 1990. LDB –Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394 de 1996 e tantas outras leis.
A carta maior: a Constituição Brasileira de 1988 
No dia 5 de outubro de 1988, foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, com um amplo processo de mobilização popular, resultado da abertura democrática experiência da a partir de 1985, que colocou fim aos vinte anos de ditadura militar no Brasil.
Em seu artigo 20, inciso XI, a Constituição Federal define que as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União, isso significa que o Estado detém o direito sobre a propriedade desses territórios, por isso assistimos a diversas manifestações e movimentos em busca da demarcação de terras indígenas, problema que se arrasta há séculos no Brasil. E o artigo 49, inciso XVI, afirma que cabe exclusivamente ao Congresso Nacional autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas, o que autoriza o Congresso a definir a construção de usinas hidrelétricas naquelas terras, por exemplo.
“Art5º, XLII da constituição de 1988 –A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
Inafiançável e não prescreve. (ou seja pode haver punição mesmo depois de terem passado muitos anos do ocorrido, e crime que não é passível de fiança apenas sendo punido por prisão.)
 Promulgada a Lei 7.716/89: crime resultante de preconceito de raça ou cor. através de legislação específica posteriormente modificada em seus artigos pela Lei 9.459/97 art. 140, Código Penal que a injúria qualificada também foi tipificada.
Brasil o primeiro país em todo o continente americano a regular práticas racistas.
Estatutos específicos:
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei nº 8.069/90
O ECA foi a legislação mais importante para crianças e adolescentes no Brasil.
“Art. 5º: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. ” 
Crianças e adolescentes passam a ser tratados como cidadãos de direitos.
Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.288 de 20 de julho de 2010
Em maio de 2003, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou o projeto de lei do Senado que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial. No dia 20 de julho de 2010, o projeto foi aprovado com emendas validando através da Lei 12.288, o Estatuto da Igualdade Racial. O documento versa sobre os principais direitos garantidos à população afrodescendente no Brasil, bem como busca combater toda forma de discriminação e intolerância étnica.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96
O Brasil tem uma das legislações mais modernas do mundo, no que diz respeito às suas diretrizes para a educação. Em 1996, foi aprovada a Lei nº 9.394, que ficou mais conhecida como nova LDB.
Dia 20 de novembro Dia da Consciência Negra
	Sendo o Brasil o primeiro país do continente americano a criar leis específicas no combate ao racismo, indique quais leis: efetivamente se referem ao racismo como crime: 
a)Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96) e o Código Penal. 
b)Estatuto da Igualdade Racial e o Estatuto da Criança e do Adolescente. c)Constituição Federal e Lei 10.639/03. 
d)Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino das relações étnico-raciais e para o ensino da história e cultura dos afrodescendentes e a Lei 11.645/08. e)Constituição Federal de 1988, Lei 7.716/89 e o Código Penal, artigo 140.
Estatuto do Índio
Lei 6001/73: dispõe sobre as relações do Estado e da sociedade brasileira com os índios e os coloca como sendo relativamente incapazes e devem ser tutelados. Constituição Federal de 1988: reconhece o direito do índio de manter e preservar sua própria cultura. Novo Código Civil (2003): retira os índios da condição de relativamente incapazes, estipula legislação própria. Estatuto está em construção.
AFRICANIDADES BRASILEIRAS E ALGUNS ASPECTOS DA HISTÓRIA AFRICANA DOS NEGROS NO BRASIL
A africanidade brasileiras trata‑se de um processo de valorização e resgate da história e cultura africana e afro‑brasileira, a fim de desfazer os estereótipos raciais construídos pelos grupos dominantes (brancos, homens, proprietários, livres e ricos). Assim, podemos dizer que esse é um paradigma que considera a perspectiva dos negros brasileiros na formação da cultura e da sociedade brasileira.
Reconstrução histórica, através de uma perspectiva diferente daquela que temos aprendido em nossas escolas durante tanto tempo, que perceba toda a ampla contribuição que os africanos tiveram na formação do Brasil.
Fio da História: África antes de 1500
As populações africanas dominavam inúmeras tecnologias quando incorporadas à empresa colonial portuguesa: Mão de obra especializada: área têxtil, construção de materiais como madeira e sabão. Regiões do continente africano destruídas pelos europeus por 400 anos de guerras, imposição da dominação ocidental.
Heranças coloniais e formação de um país chamado Brasil
Contexto histórico –século XVI: 
· Colonização do Brasil: iniciativa política da monarquia portuguesa. 
· Empresa capitalista: patrocinada pela então burguesia comercial. 
· Projeto capitalista ambicioso: fazer essa empresacrescer e ser a mais lucrativa possível. 
· Capitalismo comercial: monopolista e manufatureiro (envio de matérias-primas à Europa).
A incumbência (missão) de fazer esse país-continente (Brasil) crescer e dar lucro
Homens e mulheres passam a ser enviados ao Brasil. Esse país-continente deveria fornecer riquezas o bastante para sustentar os luxos e as extravagâncias da família real e sua aristocracia. Além disso, era preciso pagar os investimentos feitos pela burguesia na empresa colonial. Os portugueses começaram a explorar de todas as formas o território brasileiro, retirando de nossos solos e florestas todas as matérias-primas que tivessem algum valor no mercado capitalista europeu.
A dinâmica de uma colônia de exploração
No início, a extração do pau-brasil. Portugueses em pequeno número em relação à população indígena, que era de 5 milhões em 1500. Convivência possível entre portugueses e índios até 1530. Depois do extrativismo, a agricultura. Escassez de mão de obra e de terras: conflito com tribos indígenas. Na guerra dos portugueses com os índios, milhões de índios foram dizimados.
Problema: a falta de mão de obra numerosa para a exploração de terras tão extensas. Solução: escravização de africanos, vindos da Angola e do Congo. Como os portugueses já dominavam a arte das navegações, não foi difícil forçar populações africanas a se transferirem para o Brasil, submetendo-os a uma das condições de vida e trabalho mais desumanas que a história já assistiu. Ocorrendo assim uma diáspora sendo um fenômeno sócio cultural e históricos que ocorreu em países além do continente africano devido a imigração forçada. 
	Baseado na exploração colonial, na economia monopolista mercantil e no trabalho não assalariado dos escravizados, os e portugueses trouxeram ao Brasil cerca de 3,6 milhões de pessoas. Esse contexto representou:
 a)Um investimento para expansão do catolicismo no país.
 b)Uma verdadeira diáspora entre os povoados africanos. 
 c)O extermínio absoluto das aldeias indígenas.
d)A expansão territorial dos povos de língua portuguesa. 
e) A consolidação da igualdade racial.
 A Historia da África foi apagada e a nova história contada sob perspectiva do colonizador.
 A contribuição africana na formação do Brasil. 
1.No campo econômico: os negros como força de trabalho não remunerada, ajudando a construir as riquezas do país. 
2.No campo demográfico: os elevados números de africanos fizeram parte da população brasileira. 
3.No campo cultural: influência linguística, religiosa e no campo das artes, seja através de instrumentos musicais, ritmos, danças.
	Por que podemos afirmar que a Lei 10639/2003 é um importante instrumento na promoção da igualdade racial no Brasil? 
a)Porque a herança cultural e histórica dos africanos no Brasil foi completamente apagada ao longo dos séculos. 
 b)Porque devemos resgatar as africanidade, afirmando o valor e as contribuições dos negros para a formação do Brasil. 
c)Porque é necessário desfazermos os estereótipos raciais que colocam o negro apenas como escravo na história do Brasil. 
d)Porque a valorização da cultura afrodescendente contribui para a representação positiva dos negros. 
e)Todas as alternativas anteriores estão corretas.
Resistências 
Resistência passiva: ações não utilizam violência direta, como recusa a trabalhar, trabalhos malfeitos, fugas e faltas. 
Resistência ativa: movimentos mais coletivos e violentos, seja através da organização dos quilombos, seja por meio das insurreições, guerrilhas, entres outros movimentos realizados durante todo o regime escravista no Brasil. Importância de ambas as manifestações de resistência contra a escravidão no Brasil: caráter extremamente conflituoso na relação senhor/escravo.
Alguns exemplos de resistência negra durante a escravidão
As revoltas urbanas: Revolta dos Alfaiates (Bahia, 1798). Revolta dos Malês (Bahia, 1835). Cabanagem (Pará, 1835-1840). Sabinada (Bahia, 1837-1838). Balaiada (Maranhão, 1838-1841). 
Os Quilombos: Seu principal objetivo era a implantação de uma nova forma de vida e organização social, diferente da estrutura política colonial e escravista.
O abolicionismo como um movimento conservador
Movimento organizado pela classe política da ocasião, que procurou trazer poucos ou nenhum prejuízo aos senhores de escravo nesse processo de “libertação”. A preocupação da elite da época era que a abolição se desse de forma pacífica, sem sustos e nem revoluções. Daí as três grandes leis abolicionistas: Ventre Livre (1871), Sexagenários (1885) e Áurea (1888) terem tido muito mais benefícios aos próprios senhores do que uma nova condição à população negra.
Entretanto, a abolição foi-nos passada como um presente, uma dádiva: imagem de superação lenta, ordenada, gradual e controlada pelo Estado. Base para o “mito da democracia racial”: como se o processo abolicionista tivesse sido capaz de acabar com todos os conflitos anteriores existentes entre senhores e escravos e, a partir da abolição, o país passasse a experimentar uma relação cordial e amistosa entre essas classes. 
Unidade 3
IDENTIDADE, INTERAÇÃO E DIVERSIDADE: POR UMA EDUCAÇÃO CIDADÃ
Lucia Barbosa (2004) estudou os textos de Monteiro Lobato e conclui que seus livros trazem uma visão extremamente preconceituosa sobre o negro, apesar de serem escritos após a abolição, seus livros reproduzem os estereótipos do negro como submisso e subserviente da escravidão. 
No final de 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) proibiu a distribuição nas escolas públicas do país do livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato. Em suas descrições físicas de negros, os traços africanos se comparam muito ao de animais e recebem uma conotação negativa.
O conceito de violência simbólica (Pierre Bourdieu, sociólogo francês)
A violência simbólica é uma das formas de dominação mais profundas e cruéis que se pode conceber: mecanismos sutis de dominação social, utilizados por indivíduos, grupos ou instituições, e impostos sobre outros. A construção da identidade brasileira se enraíza na interiorização por todos os brasileiros (todos mestiços, afinal) de normas enunciadas pelos discursos dos estrangeiros que nos colonizaram. Assumir o universo simbólico de um outro, sem perceber que essa “transferência” foi feita na forma de uma dominação no plano simbólico.
Para Bourdieu, na escola também se realiza a violência simbólica, quando esta passa a tratar como iguais indivíduos que são desiguais. A escola procura encobrir as diferenças de raça, cor, classe, origem etc., dando a todos os alunos um único tratamento e favorecendo, assim, aqueles que já estão na condição de favorecidos. Como é construída a identidade?
· Herança cultural: transmitida pelo grupo familiar ou social. 
· Socialização: processo de formar um novo membro da sociedade, apto a viver naquela determinada cultura (educação informal ou formal). 
· Construção de si: seleção de aspectos da cultura com os quais o sujeito se identifica (relação eu-outro / trocas simbólicas). 
· Cultura: dinâmica, diálogo e inter-relação entre os sujeitos.
Diversidade e currículo
Tarefa difícil à escola: 1. desconstruir estereótipos de raça/cor; 2.desmistificar os mitos raciais existentes na sociedade brasileira; 3.ter atitudes com os alunos em relações não discriminatórias e equitativas em sala de aula.
Africanidades brasileiras na escola
Abordar o tema “africanidades brasileiras” em sala de aula. Três pontos dos princípios da pedagogia antirracista, a saber: 1.respeito às africanidades; 2.reconstrução do discurso pedagógico; 3.estudo da recriação das diferentes raízes da cultura brasileira.
A escola e a comunidade
Todos os agentes do processo de aprendizagem devem se colocar mais próximos da realidade sociocultural de seus alunos. Isso significa conhecer a comunidade escolar, seu perfil socioeconômico, o entorno da escola, os principais problemas do bairro, da cidade, assim como as principais manifestações culturais da comunidade, arte, música, religiosidade e outros aspectos que aproximem os educadores e educadoras aos alunos e seusfamiliares. Para concluir: o que você pode fazer?
Mudança de discursos e de práticas. Respeito à pluralidade. Novas relações interpessoais, mais afetuosas, profundas e significativas. Uma subjetividade livre de clausuras e modelos preestabelecidos. Crítica ao atual modelo hegemônico de homogeneização e “assujeitamento”. Recriação de novos sentimentos e reconhecimentos, especialmente em relação a si mesmo, num movimento de respeito a toda forma de diversidade.
	A partir da vigência da Lei 10.639/2003, todo professor precisa encontrar estratégias para uma educação para a igualdade racial. As alternativas abaixo apresentam algumas dessas possibilidades, exceto: 
a) reformulação dos projetos pedagógicos, dos planos de aula, de materiais didáticos e paradidáticos.
b) b)estabelecer uma relação mais afetuosa e significativa com os alunos e sua família. 
c) c)conhecer os problemas do bairro e do entorno da escola, garantindo uma relação escola-comunidade.
d) d)preparar os alunos para se adequarem aos modelos sociais estabelecidos e ao ideal de vida moderno. 
e)respeitar todas as diferenças e incentivar diversidade cultural.

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