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O G Velho - Frentes de Expansão e Estrutura Agrária - Resumo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
CENTRO DE HUMANIDADES 
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - LICENCIATURA 
DISCIPLINA: POPULAÇÕES CAMPONESAS E TERRITÓRIOS – PERÍODO 2019.2 
DOCENTE: 
DISCENTE: JERSIANNY DE LUCENA SANTOS CUNHA - MATRÍCULA: 
 
Otávio G. Velho em seu estudo sobre as Frentes de Expansão e 
Estrutura Agrária, teve como objetivo entender como se deu o processo 
de penetração em áreas da transamazônica e suas transformações, e 
como por muito tempo essa região sofreu a influência indireta de várias 
frentes de expansão; é com a extração da borracha e logo da castanha 
que ela efetivamente ganha uma história. Traz também informações de 
suma importância como a frente pastoril, a extração da borracha e da 
castanha em Marabá bem como a extração de minérios e o crescimento 
da Agropecuária. Velho expõe sua opinião sobre a frente agrícola, a 
questão do Mercado Nacional de Arroz, a implementação da rodovia 
transamazônica e traz como se deu o processo de colonização nessa 
área, bem como a história da estrada e os efeitos causados na região. 
No início da colonização percebe-se que os portugueses 
demoraram a se interessar pelo Norte brasileiro como um todo 
retardando sua a exploração e povoamento, mais tarde inicia-se 
expedições, dentre eles franceses, ingleses e holandeses. Assim os 
franceses saem a exploração da terra penetrando no Tocantins e 
explora-o pelo menos até a cachoeira de Itaboca. Em 1613 alcança a 
confluência com o Araguaia, onde se dividiu, subindo uma parte pelo 
Tocantins e outra pelo Araguaia, enquanto isso, ingleses e holandeses 
foram se infiltrando na Amazônia ao contrário dos franceses, cujo 
interesse parece indicar buscarem estabelecer uma ligação interior entre 
o Pará e a sua colônia no Maranhão. O avanço foi lento. Tendo iniciado 
a conquista da Paraíba em 1583, só em 1615 tomam o Maranhão aos 
franceses; e, prosseguindo, fundam próximo ao delta do Amazonas uma 
fortaleza, origem da cidade de Belém. A partir daí dá-se a gradativa 
expulsão dos concorrentes na Amazônia, todas essas expedições tinham 
pelos menos como um de seus objetivos a descoberta de metais 
preciosos, então no Pará a formação da zona entorno de Belém na 
primeira metade do século se desenvolveu de forma lenta, logo a 
criação de gado em Marajó com importantes consequências para o 
futuro. 
A Amazônia esteve isolada durante séculos em relação ao Brasil e 
ao mundo e grande parte da floresta manteve-se intocada. O que se 
podia realizar em meio da orientação colonial e mercantil era a 
exploração e os atrativos que oferecia a região. Entra então o Ciclo da 
Borracha que registra suas exportações desde o século XIX de uma das 
drogas do sertão, a extração da borracha amazônica com o tempo 
alcança o Médio Tocantins e se torna algo viável e rentável para os 
colonizadores. 
A partir da segunda metade do século a exportação toma força 
devido ao grande aumento de industrias, aumentando a sua exploração 
e a produção, além de uma das consequências é a vinda de cerca de 
meio milhão de nordestinos para a região, ocasionando a quebra do 
reservatório de mão-de-obra em que se constituía o Nordeste. O bem 
escasso das regiões distantes são o capital e os meios de 
comercialização. Mesmo na frente pecuarista do Brasil Central, os 
poderosos eram frequentemente aqueles que combinavam o papel de 
fazendeiro com o de comerciante. Marabá surge como iniciativa de 
comerciantes e seus primeiros povoadores inicialmente se situaram na foz 
do Itacaiúnas, no decorrer do processo o foco de Marabá estava na 
extração da goma, favorecendo a vinda de mercadorias vindas de fora. 
Sua influência geográfica só pode ser entendida quando mediatizada 
pelas forças sociais envolvidas. 
Quando Marabá ganha sua autonomia em 1913 haviam 500 
habitantes fixos, mas em 1921 se inicia a queda do preço da borracha 
que paralisou as transações e os negócios, e muitas famílias 
abandonaram a cidade e os campos do município, para voltarem aos 
sertões de onde tinham vindo, nos tempos da prosperidade e das 
esperanças. Toda infraestrutura que havia sido montada na época da 
borracha é transferida para a exploração da castanha, e mantidas no 
essencial as mesmas relações de trabalho. Com essa queda da 
borracha, toda a Amazônia caiu num período de depressão, vindo a se 
recuperar lentamente só depois de 1940. A prosperidade relativa de 
Marabá, portanto, vinculou-se ao grande período de involução da 
Amazônia e à castanha. Existem áreas da Amazônia onde a população 
ainda se divide entre a exportação da borracha e da castanha, o que é 
possível dado o fato da safra de uma coincidir com a entressafra da 
outra; a produção varia muito, sujeita a fatores naturais incontroláveis e 
mesmo pouco conhecidos na região. 
 
Bibliografia: 
VELHO, O. G. Frentes de expansão e cultura agrária: estudo do processo 
de penetração numa área transamazônica. Rio de Janeiro: Zahar , 1972 
(p. 9-21 e 33-57).

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