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INTEGRAÇÃO-DAS-TECNOLOGIAS-COM-O-ENSINO-DA-MATEMÁTICA-TRANSFORMAÇÕES-E-PERSPECTIVAS-NO-PROCESSO-DE-ENSINO-E-APRENDIZAGEM(1)

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INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS COM O ENSINO DA 
MATEMÁTICA: TRANSFORMAÇÕES E PERSPECTIVAS NO 
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
 
Esmênia Furtado Parreira Ferreira
1
 
Liliane Guedes Baio Camponez² 
Liamara Scortegagna
³
 
 
1
Universidade Federal de Juiz de Fora/Mestrado Profissional em Educação Matemática-PPGEM, 
efparreira@gmail.com 
 
2
Universidade Federal de Juiz de Fora/Mestrado Profissional em Educação Matemática-PPGEM, 
lilianebaio@yahoo.com.br 
 
³Universidade Federal de Juiz de Fora/Mestrado Profissional em Educação Matemática-PPGEM, 
liamara@ice.ufjf.br 
 
 
Resumo 
 
O artigo apresenta o resultado parcial de uma pesquisa que faz parte de um Projeto de 
Pesquisa constituído por três fases, onde objetivamos pesquisar, analisar e propor 
tecnologias para o processo de ensino e aprendizagem de matemática no Ensino 
Fundamental II e Educação de Jovens e Adultos da Escola Municipal Fernão Dias Paes da 
Rede Municipal de Educação da cidade de Juiz de Fora – MG. Nesta primeira fase, 
tivemos como finalidade conhecer e analisar a realidade do uso das tecnologias no ensino 
da Matemática pelos professores e alunos da referida escola, para posterior, devidamente 
embasados teoricamente e com dados da realidade, podermos fazer propostas de 
tecnologias para o ensino da Matemática. Os resultados obtidos até o momento mostram 
que a maioria dos professores dessa escola concluiu a graduação em meados de 1990 e não 
receberam capacitação específica para a utilização de tecnologias digitais na educação. 
Porém, quase na totalidade buscaram se capacitar com cursos de aperfeiçoamentos e 
especialização. Quanto aos alunos, estes afirmam que os professores utilizam 
esporadicamente tecnologias como recursos nas aulas de matemática e, demonstraram 
interesse em usufruir de tais recursos no processo de aprendizagem. Observamos 
inicialmente com isso, a necessidade de investir na formação continuada, promover a 
alteração dos currículos dos cursos de licenciaturas em Matemática, bem como, incentivar 
a utilização destes recursos nas aulas de Matemática. 
 
Palavras-chave: Novas Tecnologias de Informação e Comunicação; Educação 
Matemática, Processo de ensino e aprendizagem. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A matemática está presente na vida cotidiana das pessoas, em todos os níveis da 
educação escolar, e tem grande importância em outras áreas do conhecimento. Já foi 
observado que interagir, contextualizar e interligar esses conhecimentos – 
interdisciplinaridade – é uma estratégia de estímulo ao desenvolvimento individual e 
coletivo na construção do conhecimento. Portanto, há a necessidade de ampliar e 
consolidar um espaço para discussão de suas potencialidades e desafios, o que tem sido 
promovido atualmente por muitos pesquisadores e educadores dentro de várias tendências 
em Educação Matemática. 
A educação em geral enfrenta muitas dificuldades, em particular a Educação 
Matemática, que tem apresentado em índices estatísticos, grandes fracassos. Esse insucesso 
se deve a vários fatores. É grave a maneira deficiente de como se forma o professor, essas 
lacunas são observadas nos currículos dos cursos de licenciatura, nos conteúdos das 
disciplinas, na definição dos pressupostos pedagógicos, etc., e ainda observa-se a falta de 
incentivo para a formação continuada. As práticas utilizadas nos cursos de formação são 
transferidas para a escola, de certa forma reproduzida na prática profissional, acarretando a 
falta de estimulo por parte dos discentes, por serem instrumentos intelectuais obsoletos. 
Autores como D‟Ambrosio, afirmam de não haver dúvida quanto à importância do 
professor no processo educativo e ressalta que a modalidade de educação a distância e 
outras utilizações de tecnologias não objetivam substituir o professor. “Todos esses meios 
serão auxiliares para o professor. Mas este, incapaz de utilizar desses meios, não terá 
espaço na educação (2012, p. 73). 
Estudos evidenciam que uma das alternativas é superar dentro de determinados 
limites os desafios e inserir os recursos digitais na escola, como mais uma ferramenta para 
o desenvolvimento do ensino e aprendizagem da matemática, pois de outra maneira 
estaremos nos distanciando ainda mais da realidade vivida pelos alunos. Para tanto,vale 
lembrar que é urgente a necessidade de investir na formação continuada do docente 
incrementando a discussão teórica. 
O uso de recursos tecnológicos nas aulas de Matemática pode promover alterações 
na estrutura da sala de aula e também na maneira de ensinar e de aprender os conteúdos. 
Portanto, os professores precisam conhecer as possibilidades e também os limites das 
tecnologias, estando preparados para utilizá-las como apoio ao processo de ensino e 
aprendizagem. 
Objetivamos com este artigo apresentar um panorama histórico e reflexões a 
respeito das Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) usadas atualmente na 
educação, como se encontram integradas e qual a perspectiva dessas tecnologias na 
educação matemática. Ainda, pesquisar, analisar e propor o uso das NTIC para o processo 
de ensino e aprendizagem de matemática na Educação Básica, em específico no Ensino 
Fundamental II e Educação de Adultos (EJA), em uma escola do município de Juiz de Fora 
- MG. Articulamos alguns dos muitos pensamentos de investigadores que tratam do avanço 
da utilização dessas tecnologias, entretanto a pesquisa evidencia o desafio que tem sido 
fazer educação matemática mediada por elas. 
O estudo apresentado neste artigo faz parte de um Projeto de Pesquisa composto 
por três fases e objetiva pesquisar, analisar e propor tecnologias para o processo de ensino 
e aprendizagem de Matemática. As fases da pesquisa são, Fase 1: Diagnóstico e análise da 
realidade da escola quanto ao perfil dos professores, tecnologias utilizadas e opinião dos 
alunos; Fase 2: Proposta de tecnologias e recursos educacionais digitais para o ensino da 
Matemática (planejamento, desenvolvimento e uso) e a Fase 3: Análise dos resultados do 
uso das tecnologias e recursos educacionais digitais (professores e alunos). 
Neste artigo, apresentaremos a Fase 1 do projeto de pesquisa e para isso, utilizamos 
a metodologia de pesquisa bibliográfica para dar embasamento teórico e, a pesquisa de 
campo para verificar e analisar a realidade da escola para posterior dar continuidade à 
pesquisa. E, estruturamos o artigo da seguinte forma: iniciamos fazendo uma introdução 
ao tema central da pesquisa, apresentação dos objetivos e metodologia. Na sequência, 
buscamos em autores o embasamento teórico e na sequência apresentamos a pesquisa de 
campo com os dados, análise e finalizamos com algumas considerações finais. 
 
 
TRANSFORMAÇÕES E PERSPECTIVAS DAS NTIC QUE PERMEIAM A EDUCAÇÃO 
MATEMÁTICA 
 
Com o intuito de viabilizar a comunicação, o homem durante sua história e 
evolução produziu um tipo especial de tecnologia, chamada por alguns autores, como 
Kenski (2007) de “tecnologia de inteligência”. Baseada na existência, não como máquina, 
mas como linguagem e considerada imaterial. Para disseminar essa inteligência em 
diferentes tempos e espaços, foram sendo desenvolvidos aleatoriamente inúmeros 
processos e produtos. 
 
O processo de produção industrial da informação trouxe uma nova 
realidade para o uso das tecnologias da inteligência. Surgiram profissões 
que têm como foco de ação a comunicação de informações e 
oferecimento de entretenimento. Novos meios de comunicação (mídias, 
derivado do inglês, „mass media‟ ou, em português, meios de 
comunicação de massa) ampliam o acesso a notícias e informações para 
todas as pessoas. Jornais, revistas, rádio, cinema, vídeo etc. são suportes 
midiáticos populares, com enorme penetração social. Baseados no uso da 
linguagem, da escrita e da síntese entre som, imagem e movimento, o 
processo de produção e o uso desses meios compreendem tecnologias 
específicas de informação e comunicação, as TICs (KENSKI,2007, p.27-
28). 
 
Na verdade, por meio da interação entre tecnologias e ser humano acontece a 
evolução e, 
[...] as tecnologias invadem nossas vidas, ampliam a nossa memória, 
garantem novas possibilidades de bem-estar e fragilizam as capacidades 
naturais do ser humano. Somos muito diferentes dos nossos antepassados 
e nos acostumamos com alguns confortos tecnológicos- água encanada, 
luz elétrica, fogão, sapatos, telefone – que nem podemos imaginar como 
seria viver sem eles (KENSKI, 2007, p.19). 
As novas tecnologias surgem da necessidade de sobrevivência do homem, para 
aproveitar os recursos da natureza de cada época. Foi assim, por exemplo, nas idades da 
pedra, do ferro e do ouro. Conforme a humanidade avança cientificamente, amplia seu 
conhecimento e busca tecnologias cada vez mais sofisticadas no suprimento de suas 
necessidades e, assim, cria permanentemente “novas tecnologias”. Essas criações e 
avanços acarretam mudanças comportamentais nos grupos sociais. 
 
[...] Tentamos ver a tecnologia como uma marca do nosso tempo, que 
constrói e é construída pelo ser humano. A noção de seres-humanos-com-
mídia tenta enfatizar que vivemos sempre em conjunto de humanos e que 
somos frutos de um momento histórico, que tem as tecnologias 
historicamente definidas como copartícipes dessa busca pela educação. 
As tecnologias digitais são parte do processo de educação do ser humano, 
e também partes constituintes da incompletude e da superação dessa 
incompletude ontológica do ser humano (BORBA; SCUCUGLIA; 
GADANIDIS, 2014, p. 133). 
 
Na educação, a evolução tecnológica passa por diferentes transformações e 
inicialmente é dividida em duas gerações: a geração textual e a geração analógica. Na 
geração textual, surgem os livros, apostilas, revistas, artigos em anais e a carta – correio 
tradicional – e na geração analógica aparecem, as imagens, os jogos, a televisão, o vídeo, o 
rádio, o telefone, o fax, o áudio etc. 
Com o passar do tempo, surgem as Novas Tecnologias de Informação e 
Comunicação (NTIC), consideradas como geração digital, onde estão inseridos a 
multimídia (imagem, texto e som), softwares, realidade virtual, armazenamento em nuvens 
etc. 
Ubiratan D‟Ambrósio diz que, o grande desafio da educação é por em prática hoje 
o que servirá para o amanhã e ressalta: 
 
Estamos entrando na era do que se costuma chamar a “sociedade do 
conhecimento”. A escola não se justifica pela apresentação de 
conhecimento obsoleto e ultrapassado e muitas vezes morto. Sobretudo 
ao se falar em ciência e tecnologia. Será essencial para a escola estimar a 
aquisição, a organização, a geração e a difusão do conhecimento vivo, 
integrado nos valores e nas expectativas da sociedade. Isso será 
impossível de atingir sem ampla utilização de tecnologia na educação. 
Informática e comunicações dominarão a tecnologia educativa do futuro 
(D‟AMBRÓSIO, 2012, p. 74). 
 
Na educação matemática o uso das NTIC inicia-se em 1999 com o advento da 
internet e apresenta uma evolução, começando pelo computador que aparece como uma 
ferramenta marcante para o ensino e aprendizagem intensificando o uso de softwares 
matemáticos educacionais, jogos, planilhas e imagens; na sequência pela internet que traz a 
realidade virtual, a realidade aumentada, os blogs, os simuladores, os vídeos educacionais e 
continua com o smartphone que veio para facilitar o uso da calculadora, do gravador de 
áudio e vídeo e da internet. 
Hoje, segundo Scortegana (2015) as principais NTIC utilizadas no processo de 
ensino e aprendizagem da matemática são os softwares educacionais como o GeoGebra, 
planilhas eletrônicas, vídeos, jogos online, simuladores, etc. Quanto às perspectivas do uso 
das NTIC na matemática, ela aponta tendências que possam surgir a curto, médio e longo 
prazo. 
 De acordo com a mesma, em curto prazo, previsto para um ou dois anos, teremos a 
educação híbrida, ou seja, a mistura de métodos de ensino presenciais e online, as redes, os 
Massive Open Online Couder (MOOC) e a utilização de dispositivos móveis. Em médio 
prazo, mais ou menos daqui a dois ou três anos, estão os games, simuladores, realidade 
aumentada e Big Data – coleta de dados e analise a fim de criar técnicas de Ensino 
Adaptativo. Finalmente, em longo prazo, mais ou menos de quatro a cinco anos, podemos 
esperar por impressoras 3D, salas de aulas invertidas - uso de dados das atividades online 
para planejar aulas. Devido ao ritmo acelerado dos avanços tecnológicos podemos ainda 
esperar, a prazo longo, mas não definido, por tecnologias trajáveis na educação. 
 
NOVAS POSTURAS DOS PROFESSORES E ALUNOS COM A UTILIZAÇÃO DAS NTIC NA 
MATEMÁTICA 
 
Falar dos avanços e transformações oriundas das novas tecnologias requer também 
enfatizar o importante papel da escola nesse contexto e como acontece essa evolução na 
educação, em particular na educação matemática. 
Para ser assumida e utilizada, a nova descoberta tecnológica precisa ser ensinada. A 
utilização das tecnologias digitais nas aulas de matemática promove mudanças na sala de 
aula, onde professor e aluno tornam-se atores cooperativos e colaborativos, 
desenvolvendo-se e construindo-se novos conhecimentos. Nesse novo cenário o professor 
passa por situações imprevisíveis que envolvem familiaridade com o software, e outras que 
podem estar relacionadas com o conteúdo matemático. Além de situações dessa natureza, o 
professor necessita de atualização constante, pois as novidades nesta área surgem num 
ritmo muito veloz. 
Mediante a essa grande variedade de recursos tecnológicos, o professor precisa ter 
uma visão crítica, analisando e refletindo sobre a tecnologia que deseja usar em 
determinado momento e sua importância no ensino e aprendizagem do conteúdo a ser 
trabalhado. As tecnologias digitais, principalmente as redes sociais, podem contribuir ou 
não para o processo de ensino e aprendizagem, pois se os alunos se distraírem passeando 
pelas telas poderão perder o foco essencial facilmente, não atingindo os objetivos 
propostos. 
 A formação de professores, então deve ser pautada em aspectos que são 
característicos do uso das NTIC, como a imprevisibilidade, a insegurança e a iniciativa de 
formação contínua, que deve acontecer durante toda a carreira profissional, como explica 
Beline e Costa: 
Se os professores são fundamentais para a mudança, a formação de 
professores deve ser concebida como um processo de desenvolvimento 
para a vida toda, com a licenciatura sendo apenas a fase inicial dessa 
formação, que deve continuar ao longo de toda a carreira profissional. O 
processo de formação não pode ser somente entendido como orientado 
para a preparação técnica, mas voltado para a mudança, de modo que se 
possa lidar com as incertezas, as instabilidades e as transformações que 
caracterizam os tempos atuais (BELINE; COSTA, 2010, p.88). 
A razão central da presença das NTIC na escola deve ser a expansão de 
possibilidades de desenvolvimento da cidadania. Para Borba e Penteado (2012), “na escola, 
a alfabetização informática precisa ser considerada como algo tão importante quanto à 
alfabetização na língua materna e em matemática”. 
É importante destacar que nas escolas públicas brasileiras, é comum encontrarmos 
alunos que nunca tiveram contato com a informática. Portanto, é fundamental que sejam 
implantados programas que facilitem o acesso à informática, mas não é o suficiente. 
Não basta também usar uma determinada tecnologia ou levar o aluno ao laboratório 
de informática sem um objetivo educativo relacionado ao conteúdo. Isso parece ser uma 
maneira de depauperar o seu uso. Tal prática subestima a capacidade do aluno. Há a 
necessidade de uma proposta pedagógica, que através das tecnologias, oportunize ao aluno 
experimentar, visualizar, simular, comunicar eletronicamente e resolver problemas. 
Como já foi dito anteriormente é urgente a necessidade de investir tanto na 
formaçãoinicial quanto na formação continuada do docente. Para que o educador possa 
atender esse novo aluno, que nasceu na era tecnológica e vivencia em seu cotidiano os 
avanços tecnológicos tão velozes e mutáveis, ele precisa de aprimoramento profissional de 
forma satisfatória. Ao contrário, esses mesmos alunos que não estão se adaptando ao 
retardo da evolução tecnológica na escola e estão desmotivados, podem contribuir ainda 
mais, para o insucesso do processo de ensino e aprendizagem da matemática. 
Cabe ao professor, nesse momento, estar preparado para lidar com tanta diversidade 
e, muitas vezes, com a escassez de recursos, como ressaltam os Parâmetros Curriculares 
Nacionais. 
[...] Entendemos que a ênfase que se tem dado em documentos como 
PCNs, em interdisciplinaridade e problemas abertos, está em harmonia 
com a mídia informática, em particular se o acesso à internet for 
incrementado rapidamente (BORBA; PENTEADO, 2012, p.88). 
Quanto aos alunos, estes precisam ser preparados e encorajados a usar todos esses 
recursos tecnológicos a favor da inteligência educacional e não somente para 
entretenimento e necessitam serem conscientizados dos perigos do mau uso destas, 
carecem ainda de uma visão crítica do papel dos recursos tecnológicos em suas vidas. 
Segundo Moran (2006), os alunos estão acostumados a receber tudo pronto do 
professor, e esperam que ele continue “dando aula”, como sempre fez, utilizando a 
tradicional prática, na qual o professor fala e os alunos escutam, e alguns alunos não 
aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e aprender. 
O que corrobora a necessidade de serem levados a compreender que, ao contrário 
da informação, o conhecimento não se passa, cria-se, constrói-se e que aprender a aprender 
com o uso das NTIC é um compromisso urgente. 
Nesse sentido, constitui-se numa importante ferramenta em suas mãos, podendo 
contribuir muito para sua formação intelectual e emocional, favorecendo a busca de uma 
sociedade mais justa e igualitária. 
 
 
FASE 1: DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DA REALIDADE DA ESCOLA QUANTO AO PERFIL DOS 
PROFESSORES, TECNOLOGIAS UTILIZADAS E OPINIÃO DOS ALUNOS 
 
Para esta pesquisa, escolhemos a Escola Municipal Fernão Dias Paes da Rede 
Municipal de Educação da cidade de Juiz de Fora – MG. Todos os professores de 
matemática da escola aceitaram participar da pesquisa, ou seja, seis professores. Para a 
análise dos alunos, foram utilizadas três turmas da EJA – Educação de Jovens e Adultos e 
onze turmas do Ensino Fundamental II, que estes professores atuam, totalizando 237 
alunos participantes. A pesquisa foi realizada no mês de maio de 2015. Para coletar os 
dados utilizamos a metodologia de questionários, tanto para os professores como para os 
alunos. 
Para conhecermos os perfis dos professores, questionamos o nível de escolaridade 
(1ª questão); ano de conclusão da graduação (2ª questão); se estes receberam capacitação 
para a utilização de tecnologias na educação durante a graduação (3ª questão); se fizeram 
cursos de aperfeiçoamento/capacitação e/ou especialização após a graduação para utilizar 
recursos tecnológicos (4ª questão); se estes cursos foram financiados pela rede municipal 
de educação, rede estadual de educação ou com recursos próprios (5ª questão); se fizeram, 
qual foi o curso de formação feito (6ª questão); se a escola oferece em sua estrutura física, 
facilidade para o uso das TICs (7ª questão); se a escola está respaldada em seu Projeto 
Político Pedagógico - PPP - quanto ao uso das TICs (8ª questão). 
A seguir com a finalidade de sabermos a realidade da atuação destes em sala de 
aula, questionamos sobre a utilização das TICs como recurso didático (9ª questão) e se 
estes conhecem algum software e/ou recurso digital matemático (10ª questão). 
O gráfico da figura1 mostra o resultado dos questionamentos quanto à formação 
profissional dos professores. Percebemos nas (questões 1 e 2), que todos os professores 
entrevistados são graduados em matemática, sendo quatro (66,66%) destes graduados antes 
de 2000, e os demais em 2004 e 2011. Cinco (83,33%) dos professores fizeram 
especialização Latu Sensu e um (16,67%) tem apenas graduação. 
Quanto a formação continuada (questões 4, 5 e 6), dois (33,33%) professores 
afirmaram ter feito curso de aperfeiçoamento para a utilização de tecnologias na educação 
promovido pelo município. Um (16,67%) professor está fazendo Especialização Strito 
Sensu/mestrado – PPGEM – UFJF, na linha de pesquisa Tecnologia de Comunicação e 
Informação. 
 
 
Figura 1: Formação Acadêmica dos Professores 
 
 
 
Destacamos ainda na 3ª questão, que apenas um (16,67%) dos professores afirmou 
ter recebido algum tipo de formação quanto à utilização de tecnologias durante a 
graduação informações/capacitação para uso das tecnologias em sala de aula e afirma ter 
conhecido superficialmente o software GeoGebra na graduação. Foi observado que os 
currículos dos cursos de graduação de Licenciatura em Matemática têm evoluído aos 
poucos, em 2011, já é possível notar a inclusão do tema “Tecnologias” nas suas grades, o 
que antes era inexistente. 
Os resultados acima relatados, explicam a razão pela qual os Educadores 
Matemáticos se preocupam tanto com a formação docente quanto ao uso das tecnologias, 
pois é muito nova e superficial a inclusão do tema na grade curricular de licenciatura em 
matemática. E poucos são contemplados com cursos de formação continuada. 
Na sequência, os resultados relacionados aos recursos tecnológicos oferecidos pela 
escola (questões 7 e 8) , apontam que a escola possui alguns recursos como: laboratório de 
informática, mas com internet deficiente; projetor de imagem; TV; DVD e ainda possui um 
quadro interativo que não é utilizado por falta de espaço físico adequado. A escola está 
respaldada em seu PPP para o uso destes, porém os alunos são proibidos pela lei municipal 
nº 064/09 no Art. 1º, a usar o celular nas dependências da escola. 
Essa proibição nos leva a alguns questionamentos: (a) por que não usar o celular, 
que é um bem de consumo democrático, a favor do ensino e aprendizagem? (b) Será que a 
proibição do celular aguça ainda mais o interesse dos alunos desviando a sua atenção 
durante as aulas? (c) Qual é o nosso papel enquanto educadores, na conscientização do uso 
do celular em prol da melhoria da aprendizagem? 
Sobre o uso das tecnologias digitais para auxiliar seu trabalho, os resultados nos 
mostra que a maioria (66,67%) dos professores ao serem questionados disseram que usam 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Graduação
Especialização Latu
Sensu
Capacitação p/ o uso
de TD
Mestranda
algum recurso tecnológico e 33,33% disseram não fazer uso de recursos tecnológicos em 
suas aulas. 
Em relação ao conhecimento de softwares matemáticos específicos para essa área 
(questão 10) destacamos que, cinco (83,33%) dos professores afirmam conhecer e um 
(16,67%) diz não conhecer softwares matemáticos. Porém ao especificar quais softwares 
conhecem, foi observado que as informações se contrariam, cabendo um estudo futuro 
mais detalhado, a fim de verificar as contradições dos resultados coletados. Na análise 
relacionada à especificação de software, percebemos que apenas três (50%) apontaram um 
software característico – GeoGebra -, dois (33,33%), disseram conhecer outros recursos 
tecnológicos relacionados à matemática e quatro (66,67%) afirmam não conhecer 
softwares matemáticos específicos. Apesar de 50% dos professores citar o software 
GeoGebra, estes afirmaram não conhecê-lo o suficiente para utilizá-lo com segurança e os 
outros 50% dizem saber apenas da existência deste software. 
Para nos conscientizarmos da visão e opinião dos alunos, elaboramos para esta fase, 
quatro questões. Iniciamos pedindo que identificassem a série/ano que está cursando (1ª 
questão); se o professor utiliza algum tipo de tecnologia e/ou software matemático durante 
as aulas (2ªquestão); em caso afirmativo na questão 2, com que frequência as TD são 
utilizadas (3ª questão); e, em caso negativo na questão 2, se estes gostariam que fossem 
utilizadas tecnologias durante as aulas de matemática, se gostariam de sugerir alguma TD – 
software, simulador, etc.) para uso nas aulas de matemática (4ª questão). 
Na primeira pergunta feita aos alunos, identificamos que a maioria, ou seja, 210 
(88,61%) dos 237 alunos entrevistados é do Ensino Fundamental II e 27 (11,39%) são 
alunos da EJA. 
E, na sequência dos questionamentos, 21,10% dos alunos disseram que seus 
professores utilizam recursos tecnológicos e, em contrapartida 78,90% afirmaram a não 
utilização dos mesmos nas aulas de matemática, como mostra o gráfico da figura 2. 
 
Figura 2: Parecer dos alunos quanto ao uso de TD pelos professores 
 
 
 Mas ao serem perguntados sobre a frequência do uso de tais recursos pelo 
professor, podemos concluir que as informações coletadas se alteram, contradizendo a 
primeira informação mostrada na figura acima. Podemos observar no gráfico da figura 3 
que, ao somarmos as porcentagens referentes às alternativas raramente e frequentemente, 
na visão do aluno, 46,41% dos professores usam ou já usaram esses recursos. Esta 
inconsistência será pesquisada com mais profundidade na próxima fase da pesquisa. 
 
 
 
 
21,10% 
78,90% 
Sim
Não
Figura 3: Parecer dos alunos em relação à frequência do uso de TD pelos professores 
 
 
Ao serem questionados se gostariam que fosse utilizada alguma tecnologia digital 
durante as aulas de matemática, disseram sim 75,10%; disseram não 16,03% e não 
opinaram 8,87%. Quanto às sugestões de tecnologias a serem usadas, as mais sugeridas 
pelos alunos foram jogos, internet, tablete, celular, computador, incluindo ainda a 
calculadora. 
 
Figura 4: Interesse dos alunos por TD nas aulas de matemática 
 
 
A quarta questão permitia ao aluno, além de mostrar seu interesse com relação ao 
uso das tecnologias pelos professores, que fizesse sugestões referentes às mesmas. As 
sugestões foram muito variadas, mas evidenciam o não conhecimento de softwares 
matemáticos específicos, o que indica que os mesmos não são usados pelos professores. 
Percebe-se com estas respostas que, para o aluno é importante a utilização de tecnologia 
durante as aulas, visto que, para a maioria deles a tecnologia faz parte da vida cotidiana na 
sociedade onde vive. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os resultados da primeira fase do Projeto de Pesquisa apresentados neste artigo, nos 
apontam a realidade de uma mostra pequena, porém, significativa e harmônica com a 
realidade das escolas brasileiras. Assim, as primeiras considerações que apresentamos é a 
existência de deficiências no processo de formação dos professores na licenciatura e a falta 
de investimento na formação continuada. Sendo que essa formação continuada deve 
atender as expectativas dos professores quanto ao uso pedagógico de recursos 
tecnológicos. 
53,59% 
42,19% 
4,22% 0 
Nunca
Raramente
frequentemente
75,10% 
16,03% 
8,87% 
Sim
Não
Não opinaram
Com base nas informações apresentadas, constata-se que, ainda é muito tímida e 
limitada a integração dos recursos tecnológicos digitais na educação, em especial na 
educação matemática, estando sua utilização condicionada a fatores de diferentes ordens. 
Destaca-se a escassez de recursos, a falta de incentivo para os professores utilizarem as 
tecnologias, a falta de equipamentos ou rede de internet, a proibição do uso de certas 
tecnologias em sala de aula e, principalmente a falta de investimento na formação 
continuada dos professores. 
Para atingir seu objetivo, segundo Lins e Gimenez (1997), como perspectiva para o 
século XXI, a educação matemática deve encontrar o equilíbrio entre três frentes: 
 
i)o desenvolvimento da capacidade de pôr em jogo nossas habilidades de 
resolver problemas e de investigar; ii) o desenvolvimento de diferentes 
modos de produzir significado (pensar), o que poderíamos chamar de 
atividades de inserção e tematização; e iii)o aprimoramento das 
habilidades técnicas, isto é, da capacidade de usar as ferramentas 
desenvolvidas com maior facilidade (LINS; GIMENEZ, 1997). 
 
Não se trata de substituir os antigos modos de pensar e fazer matemática, mas sim, 
de modificá-los, de desenvolver novas maneiras que possibilitam ao discente uma prática 
escolar condizente com a sua realidade tecnológica, comparando-as e avaliando os pontos 
fortes e fracos de cada um, buscando adequação a esse mundo tecnológico. 
Nesse contexto, é visível a necessidade de promover a inclusão de disciplinas que 
tratam da questão de Tecnologias na Educação no ensino da matemática na grade 
curricular dos cursos de graduação. Também, é pertinente o incentivo por parte dos órgãos 
públicos na formação continuada e especialização dos professores de matemática, visando 
o amplo conhecimento não só das tecnologias, mas das metodologias e formas de uso e 
inserção destas nas aulas de matemática, bem como cursos de capacitação no que tange o 
uso dos softwares matemáticos específicos, incentivando e intensificando a utilização dos 
mesmos. 
Foi observado também nessa fase da pesquisa, através das respostas dos alunos, que 
a ausência do uso de recursos tecnológicos no espaço educacional, ocasionado pela falta de 
incentivo para que estes sejam utilizadas pelos professores, é um movimento contrário ao 
que é vivenciado pela maioria dos alunos fora da escola. E esse novo aluno que nasceu na 
era tecnológica e vivencia em seu cotidiano esses avanços tão velozes e mutáveis, afirma 
querer utilizar destas na sala de aula. Ao contrário estaremos reforçando um processo de 
ensino e aprendizagem da matemática desinteressante, repetitivo e monótono o que pode 
levar os discentes ao fracasso escolar. 
Cabe nas próximas fases do projeto propor para os professores de matemática o uso 
de tecnologias digitais em suas aulas e oferecer cursos de capacitação relacionados 
especificamente ao uso de softwares matemáticos, como mais uma alternativa, visando 
despertar maior interesse dos alunos em aprender essa disciplina temida por muitos, 
tornando-a mais prazerosa, o que pode acarretar melhoria na qualidade do ensino e 
aprendizagem da mesma, bem como, avaliar o uso dessas tecnologias. 
Apesar de todas as dificuldades e desafios que mencionamos nesta primeira fase da 
pesquisa, podemos concluir que a adequação de recursos tecnológicos digitais 
educacionais no processo de ensino e aprendizagem da matemática, é considerada 
importante e urgente, não como solução, mas sim, como mais um recurso para um 
processo educacional mais atrativo e harmônico com a atualidade. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Formação de Professores. Campo Mourão: Fecilcam, 2010. 
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Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012. 
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em Educação Matemática: Sala de aula e internet em movimento. 1º edição. Belo 
Horizonte: Autêntica Editora, 2014 (Coleção Tendências em Educação Matemática). 
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Comunicação nas aulas de Matemática: Limites e possibilidades. Revista Eletrônica de 
Educação, v. 8, n. 2, p. 101-119, 2014. Disponível em: http://www.reveduc.ufscar.br. 
Acesso em 10 jun. 2015. 
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SP: Papirus, 2012. 
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Campinas – SP: Papirus, 2007. 
LINS, R. C.; GIMENEZ, J. Perspectivas em aritmética e álgebra para o século XXI. 1ª 
edição. 
SCORTEGAGNA. L. Informática na Educação. Juiz de Fora: Universidade Federal de 
Juiz de Fora, 2015. Anotações de aula. 
MORAN, J. M;MASETTO, M. T; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação 
pedagógica. 21ª edição. Campinas – SP: Papirus, 2013 (Coleção Papirus Educação).

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