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Livro - Ciências Ambientais

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Prévia do material em texto

2013
CiênCias ambientais
Prof. Airton Odilon Roczanski
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Airton Odilon Roczanski
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 370.357
R599c Roczanski, Airton Odilon
Ciências ambientais / Airton Odilon Roczanski. Indaial : 
Uniasselvi, 2013.
231 p. : il 
 
ISBN 978-85-7830-736-3
1. Educação ambiental. 2. Ciências ambientais.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Estamos iniciando o estudo da disciplina Ciências Ambientais. Este caderno 
traz conhecimentos sobre os problemas ambientais da atualidade, propician-
do aumentar o número de pessoas conscientes da necessidade de proteger o 
que resta dos recursos naturais, diminuir as emissões das diversas formas de 
poluentes e buscar incessantemente uma maneira sustentável de ocuparmos 
o planeta. A participação da classe da população que possui acesso a estas 
informações é muito importante para servir de exemplo e serem divulgado-
res da problemática ambiental para as classes menos favorecidas de nossa 
sociedade.
 
Adotamos o slogan: ‘‘Pensar globalmente, agir localmente’’.
O que isso quer dizer? 
Os problemas ambientais atingiram, há muito tempo, a todos os habitantes 
do planeta. As ações realizadas em outras nações não estão restritas ao seu 
território, afetam de forma global a todos. Assim, nossas atitudes refletem no 
meio ambiente. E o que podemos fazer? Atitudes simples, como fechar a tor-
neira ao escovar os dentes ou fazer a barba, não deixar uma torneira pingando 
ou tomar banhos rápidos, ajudam a reduzir o desperdício de água potável, 
um bem cada vez mais escasso. Diminuir o consumo de produtos descar-
táveis, reaproveitar os materiais, separar e reciclar resíduos reduz o consu-
mo dos recursos naturais e diminuem os grandes volumes enviados para os 
lixões ou aterros. Manter o automóvel revisado, em perfeitas condições de 
funcionamento, diminui a emissão de poluentes atmosféricos. Mas prefira o 
transporte coletivo, seja ônibus, metrô, trem ou adotando dar caronas para 
seus colegas de trabalho ou estudo. Melhor ainda, para sua saúde e para a 
natureza, ande a pé ou de bicicleta. Caso prefira, atue mais intensamente na 
defesa de recursos naturais participando de ONGs, comitês ou comissões que 
atuam na área. 
Para orientar seu aprendizado, na Unidade 1, apresentaremos os sistemas de 
proteção ambiental, ou seja, as normas do direito internacional do meio am-
biente e a legislação brasileira. Os principais acidentes ambientais que acon-
teceram pelo mundo, que geraram a Conferência de Estocolmo e posterior-
mente a Rio-92, além da norma ISO 14001, também estão contemplados nessa 
unidade.
Na Unidade 2, detalharemos os principais recursos energéticos utilizados no 
mundo, suas características e efeitos sobre o ambiente. As principais formas 
IV
de poluição das águas, do solo e do ar, o efeito estufa, a depleção da camada 
de ozônio, as precipitações ácidas e o aquecimento global também são abor-
dados.
Finalizaremos os estudos na Unidade 3, que trata dos mecanismos para um 
desenvolvimento sustentável. Apresentaremos a Agenda 21, o MDL (Meca-
nismo de Desenvolvimento Limpo), a P+L (Produção mais Limpa) e a impor-
tância da valoração ambiental na contabilidade ambiental.
Este material visa orientar seus estudos, porém recomendamos a busca de 
outras bibliografias que enriqueçam seu aprendizado e o(a) mantenham atu-
alizado.
Bons estudos e sucesso profissional!
Prof. Airton Odilon Roczanski
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 – SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ............................................................ 01
TÓPICO 1 – DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL ............................................................. 03
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 03
2 A EMERGÊNCIA DO DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE ....................... 04
 2.1 PERÍODO ENTRE GUERRAS (1919 a 1945) ............................................................................... 04
 2.2 PERÍODO DE 1945 A 1972 ............................................................................................................. 05
3 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE HUMANO ......... 07
4 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE
 E DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................... 08
5 PRINCÍPIOS DE DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE ................................ 09
 5.1 PRINCÍPIO DA SOBERANIA PERMANENTE SOBRE OS RECURSOS 
 NATURAIS ....................................................................................................................................... 10
 5.2 PRINCÍPIO DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO ............................................................. 10
 5.3 PRINCÍPIO DO PATRIMÔNIO COMUM DA HUMANIDADE ............................................. 10
 5.4 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE COMUM, MAS DIFERENCIADA ......................... 11
 5.5 PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO ..................................................................................................... 11
 5.6 PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR .................................................................................... 11
 5.7 PRINCÍPIO DO DEVER DE NÃO CAUSAR DANO AMBIENTAL ....................................... 11
 5.8 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE ESTATAL .................................................................... 12
6 CONVENÇÕES MULTILATERAIS ................................................................................................. 12
 6.1 ACORDOS MULTILATERAIS MAIS IMPORTANTES .............................................................13
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 15
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 18
TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA .............................................................. 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 19
2 FONTES DO DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................ 19
3 LEIS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE ............................................................................... 20
 3.1 CÓDIGO FLORESTAL ................................................................................................................... 20
 3.2 LEI DA FAUNA SILVESTRE ........................................................................................................ 21
 3.3 ATIVIDADES NUCLEARES (Lei Nº 6.453 de 17/10/77) ............................................................ 22
 3.4 LEI DO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO (lei Nº 6.766 de 19/12/79) ......................... 23
 3.5 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (Lei Nº 6.902 de 27/04/81) ............................................ 23
 3.6 AÇÃO CIVIL PÚBLICA (Lei Nº 7.347 de 24/07/85) ................................................................... 23
 3.7 GERENCIAMENTO COSTEIRO (Lei Nº 7.661 de 16/05/88) .................................................... 24
 3.8 IBAMA (Lei Nº 7.735 de 22/02/89) ................................................................................................ 24
 3.9 AGROTÓXICOS (LEI N° 7.802, DE 11/07/89) ............................................................................. 24
 3.10 EXPLORAÇÃO MINERAL (Lei Nº 7.805 de 18/07/89) ........................................................... 25
 3.11 POLÍTICA AGRÍCOLA (Lei Nº 8.171 de 17/01/91) .................................................................. 25
 3.12 RECURSOS HÍDRICOS (Lei Nº 9.433 de 08/01/97) .................................................................. 25
 3.12.1 Agência Nacional de Águas – ANA (Lei Nº 9.984 de 17/07/00) .......................................... 26
 3.13 SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – SNUC ............................. 26
VIII
 3.14 ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS 
 (LEI N° 11.105, DE 24/03/05) ........................................................................................................ 27
4 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Lei Nº 6.938 de 31/08/81) ............................. 27
 4.1 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – SISNAMA ................................................... 28
5 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ............................................................................................. 29
6 CRIMES AMBIENTAIS ..................................................................................................................... 30
7 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ....................................................................... 32
 7.1 RESOLUÇÕES DO CONAMA ...................................................................................................... 33
8 EIA/RIMA .............................................................................................................................................. 33
9 LICENCIAMENTO AMBIENTAL .................................................................................................... 34
 9.1 LICENÇA PRÉVIA (LP) .................................................................................................................. 36
 9.2 LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) ................................................................................................ 37
 9.3 LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)................................................................................................... 37
 9.4 ATIVIDADES SUJEITAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............................................ 38
10 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI N° 12.305) ...................................... 43
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 45
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 46
TÓPICO 3 – SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL ...................................... 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 47
2 QUALIDADE TOTAL ......................................................................................................................... 47
 2.1 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ................................................................................. 48
3 GESTÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL .................................................................................... 49
 3.1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ......................................................................................... 50
 3.2 GERENCIAMENTO DA QUALIDADE AMBIENTAL ............................................................. 50
 3.3 NORMA NBR ISO 14001 ............................................................................................................... 50
 3.3.1 Estrutura da norma ISO 14001 ............................................................................................. 52
 3.3.1.1 Política ambiental ....................................................................................................... 53
 3.3.1.2 Planejamento ambiental ............................................................................................ 53
 3.3.1.3 Implementação e operação ....................................................................................... 54
 3.3.1.4 Monitoramento e ações corretivas ........................................................................... 54
 3.3.1.5 Revisão pela alta administração ............................................................................... 55
4 AUDITORIA AMBIENTAL ............................................................................................................... 55
 4.1 NORMA NBR ISO 19011 ............................................................................................................... 57
 4.2 CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................................... 57
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 58
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 61
UNIDADE 2 – RECURSOS E SISTEMAS AMBIENTAIS .............................................................. 63
TÓPICO 1 – RECURSOS AMBIENTAIS ............................................................................................ 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 65
2 RECURSOS NATURAIS ....................................................................................................................65
3 RECURSOS CULTURAIS .................................................................................................................. 66
4 RECURSOS ARTIFICIAIS ................................................................................................................. 67
5 MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ............................................................................................... 67
6 PATRIMÔNIO GENÉTICO ............................................................................................................... 67
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 68
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 71
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 72
IX
TÓPICO 2 – RECURSOS ENERGÉTICOS ........................................................................................ 73
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 73
2 MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL .............................................................................................. 74
2.1 CADEIAS ENERGÉTICAS ............................................................................................................. 74
3 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA ........................................................................................... 75
4 PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA ............................................................................................ 76
 4.1 PETRÓLEO ...................................................................................................................................... 76
 4.2 GÁS NATURAL ............................................................................................................................. 78
 4.3 CARVÃO MINERAL ...................................................................................................................... 79
 4.4 ENERGIA NUCLEAR .................................................................................................................... 80
 4.5 ENERGIA DA BIOMASSA ............................................................................................................ 81
 4.6 ENERGIA HIDRÁULICA .............................................................................................................. 82
 4.7 ENERGIA EÓLICA ......................................................................................................................... 84
 4.8 ENERGIA SOLAR ........................................................................................................................... 86
 4.8.1 Energia solar fototérmica ...................................................................................................... 86
 4.8.2 Energia solar fotovoltaica ..................................................................................................... 87
 4.9 ENERGIA GEOTÉRMICA ............................................................................................................. 88
 4.10 ENERGIA DAS ONDAS .............................................................................................................. 90
 4.11 ENERGIA DO HIDROGÊNIO .................................................................................................... 92
5 IMPACTOS AMBIENTAIS NA EXTRAÇÃO E USO DA ENERGIA ........................................ 93
6 PRINCIPAIS ACIDENTES AMBIENTAIS ..................................................................................... 96
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 100
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 104
TÓPICO 3 – DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 105
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 105
2 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................................... 105
 2.1 ASSOREAMENTO .......................................................................................................................... 105
 2.2 DESLIZAMENTOS DE ENCOSTAS ............................................................................................ 106
 2.3 INUNDAÇÕES ................................................................................................................................ 107
3 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ............................................................................................................ 108
 3.1 EFEITO ESTUFA ............................................................................................................................. 109
 3.2 AQUECIMENTO GLOBAL .......................................................................................................... 111
 3.3 CHUVA ÁCIDA .............................................................................................................................. 112
 3.4 CAMADA DE OZÔNIO ................................................................................................................ 114
 3.5 PROTOCOLO DE KYOTO ............................................................................................................ 116
4 POLUIÇÃO HÍDRICA ........................................................................................................................ 117
 4.1 POLUIÇÃO DAS ÁGUA SUPERFICIAIS ................................................................................... 117
 4.2 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ............................................................................ 117
 4.3 CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO HÍDRICA ........................................................................ 118
 4.4 MEDIDAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO ............................................................................. 118
5 POLUIÇÃO DO SOLO ....................................................................................................................... 118
 5.1 PRINCIPAIS FONTES DE POLUIÇÃO ....................................................................................... 119
 5.2 MEDIDAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO ............................................................................. 119
6 POLUIÇÃO SONORA ........................................................................................................................ 120
7 POLUIÇÃO VISUAL ........................................................................................................................... 121
8 POLUIÇÃO TÉRMICA ....................................................................................................................... 122
9 POLUIÇÃO LUMINOSA ................................................................................................................... 122
10 SANEAMENTO BÁSICO ................................................................................................................ 123
 10.1 TRATAMENTO DO ESGOTO DOMÉSTICO ......................................................................... 123
 10.1.1 Processos biológicos .......................................................................................................125
 10.2 TRATAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL ................................................................................... 126
X
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 127
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 129
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 130
TÓPICO 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 131
2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................... 131
3 TIPOS DE RESÍDUOS ........................................................................................................................ 132
 3.1 RESÍDUOS DOMICILIARES ......................................................................................................... 132
 3.2 RESÍDUOS PÚBLICOS ................................................................................................................... 132
 3.3 RESÍDUOS INDUSTRIAIS ............................................................................................................. 132
 3.4 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE ......................................................................................... 133
 3.5 RESÍDUOS AGRÍCOLAS ............................................................................................................... 133
4 IMPACTOS AMBIENTAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................... 133
5 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................................... 133
 5.1 LIXÕES ............................................................................................................................................. 134
 5.2 ATERRO CONTROLADO ............................................................................................................. 134
 5.3 ATERRO SANITÁRIO .................................................................................................................... 134
 5.4 RECICLAGEM ................................................................................................................................. 134
 5.5 INCINERAÇÃO .............................................................................................................................. 135
 5.6 COMPOSTAGEM ............................................................................................................................ 135
6 RECICLAGEM ...................................................................................................................................... 135
 6.1 RECICLAGEM PRIMÁRIA ........................................................................................................... 136
 6.2 RECICLAGEM SECUNDÁRIA .................................................................................................... 136
 6.3 RECICLAGEM TERCIÁRIA .......................................................................................................... 136
 6.4 RECICLAGEM QUATERNÁRIA ................................................................................................. 136
7 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ....................................................................... 136
 7.1 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA PNRS ........................................................................................ 137
 7.2 INSTRUMENTOS DA PNRS ......................................................................................................... 139
 7.3 DIRETRIZES DA PNRS .................................................................................................................. 140
 7.4 RESPONSABILIDADES ................................................................................................................. 142
 7.4.1 Responsabilidades do poder público .................................................................................. 142
 7.4.2 Responsabilidades dos fabricantes, importadores, distribuidores 
 e comerciantes ....................................................................................................................... 144
 7.4.3 Responsabilidades da coletividade ..................................................................................... 146
 7.5 PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................. 147
 7.6 RECICLAGEM COM INCLUSÃO SOCIAL ............................................................................... 148
 7.7 PROIBIÇÕES .................................................................................................................................... 149
 7.8 INSTRUMENTOS ECONÔMICOS .............................................................................................. 150
 7.9 O NOVO CENÁRIO ....................................................................................................................... 150
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 152
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 154
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 155
UNIDADE 3 – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE ................................................ 157
TÓPICO 1 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................... 159
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 159
2 EVOLUÇÃO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS ............................................................................. 160
 2.1 ANOS 40 ........................................................................................................................................... 160
 2.2 ANOS 50 ........................................................................................................................................... 160
 2.3 ANOS 60 ........................................................................................................................................... 160
 2.4 ANOS 70 ........................................................................................................................................... 161
XI
 2.5 ANOS 80 ........................................................................................................................................... 163
 2.6 ANOS 90 ........................................................................................................................................... 164
 2.7 ANOS 2000 ....................................................................................................................................... 165
 2.8 ANO 2010 ......................................................................................................................................... 166
3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUSTENTABILIDADE ......................................... 166
 3.1 RELATÓRIO BRUNDTLAND ...................................................................................................... 167
 3.2 SUSTENTABILIDADE ..................................................................................................................168
 3.2.1 Dimensões da sustentabilidade .......................................................................................... 168
 3.2.2 Indicador de sustentabilidade ............................................................................................. 169
 3.3 ENERGIA PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................................. 170
 3.3.1 Padrão de vida ....................................................................................................................... 171
 3.3.2 Soluções energéticas para o desenvolvimento sustentável ............................................. 172
4 DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO ECONÔMICO ....................................................... 172
5 AGENDA 21 .......................................................................................................................................... 173
 5.1 AGENDA 21 BRASILEIRA ............................................................................................................ 180
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 181
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 184
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 185
TÓPICO 2 – MECANISMOS DE DESENVOLVIMENTO LIMPO .............................................. 187
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 187
2 MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO ..................................................................... 187
 2.1 Implementação Conjunta ............................................................................................................... 188
 2.2 MDL .................................................................................................................................................. 188
 2.3 Créditos de carbono ........................................................................................................................ 189
 2.4 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE MDL .................................................... 190
3 PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) ..................................................................................................... 191
 3.1 CONCEITUANDO A P+L .............................................................................................................. 191
 3.2 DIFERENÇAS CONCEITUAIS ..................................................................................................... 195
 3.3 BENEFÍCIOS DA P+L ..................................................................................................................... 195
 3.4 BARREIRAS À IMPLEMENTAÇÃO DA P+L ............................................................................ 196
 3.5 ETAPAS DA IMPLEMENTAÇÃO DA P+L - ROTINA NO BRASIL ....................................... 197
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 199
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 202
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 203
TÓPICO 3 – ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE .......................................................................... 205
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 205
2 VALORAÇÃO ECONÔMICA AMBIENTAL ................................................................................. 206
 2.1 VALOR ECONÔMICO ................................................................................................................... 206
 2.2 MÉTODOS DE VALORAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................. 207
 2.2.1 Métodos diretos ...................................................................................................................... 208
 2.2.2 Métodos indiretos .................................................................................................................. 209
3 O PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR .................................................................................. 209
4 CONTABILIDADE AMBIENTAL .................................................................................................... 210
 4.1 DESPESAS AMBIENTAIS .............................................................................................................. 212
 4.2 CUSTOS AMBIENTAIS .................................................................................................................. 213
 4.2.1 Perdas ambientais .................................................................................................................. 213
 4.2.2 Ativos ambientais ................................................................................................................... 214
 4.2.3 Passivos ambientais ............................................................................................................... 214
 4.2.4 Custeio por atividades .......................................................................................................... 215
 4.3 CICLO DE VIDA ............................................................................................................................. 217
5 POLÍTICA AMBIENTAL PÚBLICA ................................................................................................. 218
XII
 5.1 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA AMBIENTAL PÚBLICA ..................................................... 219
 5.1.1 Instrumentos de comando e controle .................................................................................. 219
 5.1.2 Instrumentos voluntários ...................................................................................................... 219
 5.1.3 Gastos governamentais ......................................................................................................... 220
 5.1.4 Instrumentos econômicos ..................................................................................................... 220
 5.2 PLANEJAMENTO URBANO ....................................................................................................... 220
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 221
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 224
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 225
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 227
1
UNIDADE 1
SISTEMAS DE 
PROTEÇÃO AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender a evolução do direito internacional do meio ambiente;
• compreender a importância do direito internacional para a resolução de 
conflitos entre os Estados; 
• conhecer alguns acidentes que propiciaram a emergência do direito inter-
nacional do meio ambiente; 
• conhecer diversos acordos firmados em nível internacional para aumentar 
a segurança ambiental;
• identificar os principaisdocumentos gerados nas conferências de Estocol-
mo e do Rio de Janeiro;
• conhecer a norma ISO 14001 e o processo de auditoria e certificação am-
biental.
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que, ao final de cada um 
deles, você encontrará atividades que o(a) auxiliarão na apropriação dos 
conhecimentos aqui disponibilizados.
TÓPICO 1 – DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA
TÓPICO 3 – SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
A população mundial duplicou nos últimos quarenta anos. Cerca de seis 
bilhões de pessoas existentes atualmente no planeta estão exercendo considerável 
pressão sobre os recursos ambientais. Neste período, o consumo de combustíveis 
fósseis aumentou quatro vezes, bem como a produção de bens manufaturados. 
Milhões de hectares de terras agriculturáveis são perdidos a cada ano. A atividade 
pesqueira vem dando sinais de exaustão, o que aponta para uma diminuição na 
capacidade de produzirmos alimentos. 
Um bilhão de pessoas, a cada dia, bebe água contaminada. Perto de três 
milhões de crianças morrem por ano devido ao consumo de água sem as condições 
ideais de pureza. Milhões de pessoas respiram um ar em desacordo com os padrões 
internacionais, levando a mais de 600 mil mortes por ano devido a esta exposição 
atmosférica. 
Milhares de casos de câncer e cataratas são diagnosticados anualmente 
devido à depleção da camada de ozônio. As temperaturas globais médias 
aumentaram cerca de 0,5º C nos últimos 50 anos e nove dos onze anos mais quentes 
ocorreram na última década. Notadamente, o planeta vem sofrendo um processo 
de aquecimento global. (SAMPAIO; WOLD; NARDY, 2003).
Esses problemas são significativos e as perguntas que fazemos são: o 
que a comunidade internacional está fazendo para evitar o agravamento desta 
situação? E o que estão fazendo para solucioná-los? Algumas iniciativas podem 
ser verificadas em diversos planos. Vários tratados são celebrados para equalizar 
alguns problemas ambientais, como, por exemplo, o Protocolo de Montreal sobre 
Substâncias que Provocam Depleção da Camada de Ozônio, pela Convenção-
Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e pelo Protocolo de Kyoto. Verifica-
se também um esforço da comunidade internacional pela criação de princípios 
gerais de direito ambiental. No plano internacional, estes princípios não são 
considerados tecnicamente obrigatórios, porém influenciam na estruturação do 
direito ambiental interno, possuindo assim uma grande importância na proteção 
ambiental em nível local e internacional. (SAMPAIO; WOLD; NARDY, 2003) 
UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
4
2 A EMERGÊNCIA DO DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE
Antes do século XX, podemos afirmar que o homem não tinha consciência 
da necessidade de respeitar a natureza. Visto que os níveis de poluição eram baixos, 
havia a concepção generalizada de que os rios, quando não tivessem já diluído em 
suas águas os resíduos, levariam para o mar o restante. Da mesma forma, os ventos 
extirpariam da atmosfera terrestre os resíduos gasosos perigosos e tóxicos à vida 
humana. (SOARES, 2003).
As primeiras regras jurídicas destinadas à proteção do meio ambiente 
tiveram como finalidade a proibição de atividades que resultavam em prejuízo 
a saúde do homem. Porém não se podem considerar como norma de proteção 
ao meio ambiente, antigas regras jurídicas sobre proibição de poluição de águas 
comuns, sobre a proibição de fumaça ou de ruídos entre vizinhos ou sobre normas 
que regulavam os períodos de caça e pesca. As finalidades eram puramente 
econômicas, relacionadas e preservação dos valores das propriedades imobiliárias 
ou à preservação de estoques de animais para a caça/pesca. (SOARES, 2003).
As primeiras regras jurídicas de preservação de um habitat natural foram as 
normas americanas do final do século XIX sobre a instituição de grandes parques 
nacionais, através uma legislação relativa ao meio ambiente. Contudo, isto não 
impediria que a degradação ambiental continuasse naquele país de maneira 
acelerada nos seus grandes centros industriais. (SOARES, 2003).
2.1 PERÍODO ENTRE GUERRAS (1919 a 1945)
A partir do final da Primeira Guerra Mundial e durante o período entre 
guerras (1919 a 1945), começou a ganhar espaço a percepção de que os Estados 
estavam mais interdependentes e que a cooperação internacional deveria ser um 
valor importante nas relações internacionais. Em 1940, em Washington, foi adotada 
a Convenção para a Proteção da Fauna e da Flora e das Belezas Cênicas Naturais 
dos Países da América, considerada uma precursora das convenções que tratam 
de grandes espaços ambientais. Foi realizada, também neste período, uma série de 
congressos científicos internacionais em que se destacou o I Congresso Internacional 
para a Proteção da Natureza, realizado em Paris, em 1923. Neste período, tivemos 
também uma intensa atividade de organizações não governamentais, hoje 
denominadas ONGs. (SOARES, 2003). 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) também contribuiu para o 
desenvolvimento do direito internacional do meio ambiente. As suas deliberações 
em normas de proteção ao trabalhador, de higiene e segurança do trabalho 
integraram um importante corpo de normas de proteção ambiental. (SOARES, 
2003). 
TÓPICO 1 | DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
5
O fato que mais marcou o direito internacional do meio ambiente no 
período entre guerras foi o famoso caso da Fundição Trail, situada na cidade de 
Trail, no Canadá. A emissão de fumaça tóxica (dióxido de enxofre) e partículas 
sólidas originadas na fundição de cobre e zinco expelida, em direção aos habitantes 
do Estado de Washington, nos EUA, provocaram sérios danos às pessoas, animais 
e propriedades aí localizadas. Após inúmeras tentativas de reduzir a poluição 
atmosférica transfronteiriça, o governo americano assumiu como dele o direito 
das vítimas e postulou em nome próprio, perante o Canadá, uma série de 
reivindicações por meio de um tribunal arbitral. A sentença arbitral, prolatada em 
caráter definitivo no julgamento do mérito, em 11 de março de 1941, tem a parte 
principal assim redigida: “Nenhum Estado tem o direito de usar ou de permitir 
o uso de seu território de tal modo que cause dano em razão do lançamento de 
emanações no ou até o território de outro”. (SOARES, 2003).
Esta norma internacional é apontada pela unanimidade da doutrina dos 
internacionalistas como sendo a primeira manifestação do direito internacional do 
meio ambiente.
2.2 PERÍODO DE 1945 A 1972
Após a Segunda Guerra Mundial, o sistema instalado era e continua 
sendo o sistema de segurança coletivo, com a constituição da Organização das 
Nações Unidas – ONU, em 1945, um sistema sustentado por dois pilares: uma 
Assembleia Geral e um Conselho de Segurança, peça-chave para a manutenção 
da paz mundial. Desde então, a ONU tem-se tornado o mais relevante fórum de 
debates e decisões políticas entre os Estados, entre elas inúmeras deliberações 
em matéria ambiental, além de suas iniciativas de convocações para negociações 
diplomáticas conducentes a tratados e convenções em relação ao meio ambiente. 
(SOARES, 2003).
O ano de 1960 é considerado por muitos o ano do nascimento do direito 
internacional do meio ambiente. Nesta década, inúmeros países africanos e asiáticos 
acederam à independência e foram admitidos como membros plenos da ONU. 
Suas técnicas de votação em bloco e relativa falta de comprometimento com as 
normas do direito internacional (que consideravam, de certa maneira, como forma 
de perpetuar uma dominação colonial) transformaram as relações internacionais.
Na Europa, a integração econômica entre países altamente industrializados, 
provava ser uma das mais notáveis experiências internacionais, em matéria de 
cooperação entre Estados. As denominadas Comunidades Europeias passaram 
a ser um dos mais importantes atores nas relações internacionais em qualquer 
assunto. Estespaíses despertaram para a necessidade de um controle internacional 
e regional da poluição, que passa a tomar formas cada vez mais preocupantes e 
impossíveis de serem controladas pela atuação isolada das autoridades de cada 
Estado. (SOARES, 2003).
UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
6
Verifica-se cada vez mais a presença de pressões da opinião pública nacional, 
reforçada pelo prestígio das ONGs. Para um estudo das ONGs em matéria de meio ambiente 
internacional, leia o artigo: As ONGs e o direito internacional do meio ambiente. Revista de 
Direito Ambiental, São Paulo, ano 5, n. 17, p. 21-64, jan/mar. 2000.
Este quadro propiciou a emergência do atual direito internacional do meio 
ambiente, alavancado por alguns fatores tópicos (SOARES, 2003):
 
a) A questão da poluição transfronteiriça. De um lado a poluição de rios, lagos 
internacionais, geleiras e lençóis freáticos e de outro, a poluição atmosférica 
trazida pelos ventos. Estas poluições demonstram que tais emissões não 
conhecem fronteiras físicas e políticas entre Estados, necessitando da cooperação 
internacional.
b) A questão da poluição de mares e oceanos adquire formas catastróficas, com o 
crescimento do número e tamanho de embarcações e o surgimento de três tipos 
de poluição inexistentes nos séculos passados:
1- Alijamento deliberado de refugos, em geral, na forma de óleo usado proveniente 
de navios ou de indústrias.
2- Deposição de cinzas nos oceanos provenientes de queima em alto-mar de 
rejeitos industriais.
3- A poluição produzida em terra e carregada até o ambiente marinho pelas águas 
doces, como pesticidas, rejeitos altamente tóxicos não recicláveis (como os 
emissários marinhos).
Alijamento é a operação de reunir, num navio fretado para isto, grande quantidade 
de resíduos indesejáveis produzidos em terra e deliberadamente jogados ao mar.
Foi na década de 1960 que apareceu o detestável fenômeno das marés 
negras, com o acidente do petroleiro Torrey Canyon, em 18 de março de 1967, que 
despejou no Mar do Norte 320 mil toneladas de petróleo bruto. As respostas aos 
riscos de tal tipo de transporte, necessário à economia mundial, foram:
1- A assinatura, em Bruxelas, em 29 de novembro de 1969, de duas convenções 
internacionais, uma sobre Responsabilidade Civil por Danos Causados por 
Poluição por Óleo e outra relativa à Intervenção em Alto-Mar nos casos de 
Baixas por Poluição por Óleo.
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TÓPICO 1 | DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
7
2- Criação de um fundo para indenização de acidentes náuticos com navios 
petroleiros denominado de Acordo Tovalop, assinado em Londres no dia 7 de 
janeiro de 1969.
Os graves problemas ambientais gerados pelos diversos acidentes foram 
tratados por medidas paliativas, como podemos observar com as diversas 
convenções sobre poluição marinha geradas após os diversos desastres com os 
superpetroleiros. Medidas preventivas passaram a constituir a preocupação 
principal dos Estados somente após a realização da Conferência das Nações Unidas 
em Estocolmo. 
3 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO 
AMBIENTE HUMANO 
A Conferência de 1972, sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, 
Suécia, é considerada o ponto de partida do movimento ecológico, muito embora 
os problemas ambientais tenham sido bem anteriores, marcando também um 
amadurecimento do direito internacional do meio ambiente. (SOARES, 2003).
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano contou 
com representantes de 113 países, 250 organizações não governamentais e vários 
organismos da ONU, de 5 a 16 de junho de 1972. Para muitos autores, essa foi a 
mais importante conferência sobre o assunto. O ambientalismo foi dividido em 
“antes” e “depois” de Estocolmo.
Já nas reuniões preparatórias à conferência, ficou evidenciada a oposição 
entre países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Os países desenvolvidos 
defendiam um programa internacional voltado para a conservação dos recursos 
naturais e genéticos do planeta, afirmando que medidas preventivas teriam de 
ser implementadas imediatamente, o que evitaria um grande desastre no futuro. 
Já os países em desenvolvimento argumentavam que se encontravam assolados 
pela miséria, com graves problemas de moradia, saneamento básico, atacados 
por doenças infecciosas e que necessitavam desenvolver-se economicamente. 
Estes temiam que medidas adotadas na conferência servissem de pano de fundo 
à perpetuação de uma oposição dos países industrializados às políticas de 
industrialização na África, na América Latina e na Ásia. (SOARES, 2003).
Uma das formas de expressão de alguns países africanos oposicionistas à 
política de “limpar o mundo a qualquer custo”, defendida pelos países industrializados, era a 
exclamação: “Se querem que sejamos limpos, paguem-nos o sabão”.
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UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
8
Foram votados nesta conferência os seguintes documentos (SOARES, 
2003):
• A Declaração de Estocolmo, com seu preâmbulo de 7 pontos e os famosos 26 
princípios.
• O Plano de Ação para o Meio Ambiente, conjunto de 109 recomendações.
• Uma resolução sobre aspectos financeiros e organizacionais no âmbito da ONU.
• Uma resolução que instituía um organismo especialmente dedicado ao meio 
ambiente, o Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (Pnuma), 
também conhecido por sua sigla em inglês, Unep, ou em francês, Pnue.
4 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO 
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
Após 20 anos da realização da Conferência de Estocolmo, a Assembleia 
Geral da ONU convocou outra conferência, em 1992, no Rio de Janeiro, desta vez 
sobre o tema Meio Ambiente e Desenvolvimento. Apesar de ter havido uma grande 
conscientização mundial sobre as necessidades de preservação do meio ambiente 
durante este período, ocorreram grandes catástrofes ambientais localizadas, mas 
que tiveram destacada repercussão nas relações internacionais. O número de 
acidentes e os níveis de destruição cada vez mais elevados precipitaram a busca de 
soluções no âmbito global. (SOARES, 2003).
Destacaram-se durante estes 20 anos os seguintes acidentes (SOARES, 
2003):
a) Em 10 de junho de 1976, na cidade de Seveso, na Lombardia, ocorreu o que 
muitos consideram o maior acidente industrial da Europa. A explosão em uma 
empresa suíça na cidade italiana provocou a contaminação de 320 hectares de 
terra e de milhares de pessoas e animais com dioxina.
b) O acidente com o satélite artificial soviético Cosmos 924 em janeiro de 1978, 
que caiu em território canadense, despejou grande quantidade de material 
radioativo.
c) O desastre com o superpetroleiro Amoco Cádiz, que se partiu ao meio no 
Mar do Norte, provocou uma maré negra com 10 cm de espessura nas praias 
francesas, com grande destruição ambiental.
d) O acidente com uma empresa de fertilizantes norte-americana na cidade de 
Bhopal, na Índia, teve grande repercussão mundial. A emissão de um gás tóxico 
causou a contaminação dos habitantes de uma cidade superpovoada. Até hoje 
as vítimas pleiteiam as reparações devidas.
e) O acidente nuclear em Tchernobyl, na Ucrânia, em 1978, provocou o vazamento 
de uma nuvem com alta radioatividade, que com os ventos foi levada também 
para os países limítrofes ou próximos da então URSS.
TÓPICO 1 | DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
9
f) O incêndio na empresa química Sandoz ocorrido na Suíça causou grave 
contaminação do rio Reno com produtos químicos altamente tóxicos, causando 
problemas ambientais na própria Suíça, Alemanha Ocidental e nos Países 
Baixos.
A fim de comemorar os 20 anos da Conferência de Estocolmo, a Assembleia 
Geral da ONU decidiu realizar esta conferência com duas semanas de duração e com o mais 
alto índice de participação possível, que coincidiu com o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 
de junho).
Com a participação de 178 governos e a presença de mais de 100 chefes de 
estado ou de governos, inclusive o rei da Suécia, que abriu as sessões, a ECO-92, 
presidida pelo governo brasileiro, foi a maior conferência realizada pelasNações 
Unidas até aquele momento histórico.
Grandes resultados foram atingidos neste encontro, como a subscrição de 
dois documentos em que se fixaram os grandes princípios normativos do direito 
internacional do meio ambiente para o futuro: a Declaração do Rio de Janeiro 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e a importante AGENDA 21. (SOARES, 
2003).
5 PRINCÍPIOS DE DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
Humano (1972), tivemos a denominada Declaração de Estocolmo. Apesar de não 
apresentar nenhuma regra concreta, esta declaração gerou a primeira estrutura 
conceitualmente abrangente para formulação e implementação do Direito 
Internacional do Meio Ambiente. Logo após esta conferência, tivemos a criação 
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), primeira 
agência ambiental internacional dedicada às questões relacionadas ao meio 
ambiente e sua proteção jurídica. Tivemos também a elaboração de uma série de 
tratados internacionais alavancados pelos princípios da Declaração de Estocolmo. 
(SOARES, 2003).
Em 1992, com a realização da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, houve um grande avanço no direito 
internacional do meio ambiente por sua abordagem holística dos problemas 
ambientais globais: a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção-
Quadro sobre Mudanças Climáticas. Além destes dois tratados, dois documentos 
foram muito importantes, que geraram normas muito mais específicas dos que 
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UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
10
as geradas na Declaração de Estocolmo: a Agenda 21 e a Declaração do Rio. Os 
princípios que foram gerados na Declaração de Estocolmo tornaram-se, a partir 
de 1992, muito mais concretos, de forma mais precisa e detalhada, como alguns 
apresentados a seguir. (SOARES, 2003).
5.1 PRINCÍPIO DA SOBERANIA PERMANENTE SOBRE OS 
RECURSOS NATURAIS
Segundo este princípio, “os Estados têm o direito soberano de explorar 
seus recursos naturais de acordo com suas próprias políticas nacionais”.
Mas o que esse direito soberano significa na prática? No caso do Brasil, 
existe uma preocupação de que, através de negociações internacionais e com o 
propósito de proteger a Floresta Amazônica, venhamos a perder o controle daquela 
região. Caso o Brasil consinta, através da adesão a tratados internacionais, que 
os recursos da Amazônia sejam usados de determinada maneira, ele não estaria 
abrindo mão de sua soberania. Estaria, na verdade, fazendo uso de sua soberania 
para estabelecer regras sobre a utilização desses recursos. (SAMPAIO; WOLD; 
NARDY, 2003).
5.2 PRINCÍPIO DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO
O direito ao desenvolvimento apresenta dois componentes elementares. O 
primeiro consiste em uma reafirmação da soberania permanente dos estados sobre 
seus recursos naturais, mas estende-se a todas as áreas da economia, da política e 
das liberdades civis. Já o segundo componente deste princípio afirmou que todo 
homem tem o direito de contribuir para e participar do desenvolvimento cultural, 
social, econômico e político. (SAMPAIO; WOLD; NARDY, 2003).
5.3 PRINCÍPIO DO PATRIMÔNIO COMUM DA HUMANIDADE
Este princípio afirma, fundamentalmente, que determinados recursos são 
comuns a toda a humanidade. Existe o reconhecimento de que determinados 
recursos são considerados comuns porque não se encontram sob a jurisdição de 
nenhum Estado, como os encontrados em Alto-Mar e no espaço sideral. (SAMPAIO; 
WOLD; NARDY, 2003).
TÓPICO 1 | DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
11
5.4 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE COMUM, MAS 
DIFERENCIADA
Esse princípio tem sua elaboração associada aos esforços dos países 
em desenvolvimento para estabelecer critérios de compartilhamento da 
responsabilidade internacional para a solução de problemas globais, e que levem 
em consideração a realidade socioeconômica dos diversos Estados. (SAMPAIO; 
WOLD; NARDY, 2003).
5.5 PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
A articulação mais conhecida e empregada neste princípio é encontrada 
na Declaração do Rio, que estabelece que, havendo ameaças de danos sérios e 
irreversíveis ao meio ambiente, a falta de certeza científica absoluta não deve ser 
usada como razão para se adiar a adoção de medidas economicamente viáveis 
para se evitar ou reduzir os danos ambientais em questão. (SAMPAIO; WOLD; 
NARDY, 2003).
O tribunal australiano, ao estabelecer restrições para a construção de uma 
estrada de rodagem por sua interferência no habitat de um sapo ameaçado de extinção, 
invocou o princípio da precaução com fundamento no depoimento de apenas uma pessoa 
que relatou ter visto a presença desta espécie no local do empreendimento.
5.6 PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR
Este princípio pode ser considerado como uma forma de alocação da 
responsabilidade pelos custos ambientais associados à atividade econômica 
desenvolvida. Na sua essência, portanto, este princípio fornece o fundamento 
dos instrumentos de política ambiental que os Estados utilizam para promover 
a internalização dos custos ambientais relativos à produção e comercialização de 
bens e serviços. (SAMPAIO; WOLD; NARDY, 2003).
5.7 PRINCÍPIO DO DEVER DE NÃO CAUSAR DANO AMBIENTAL
Esse princípio possui uma formulação simples: os Estados têm o dever 
de assegurar que as atividades desenvolvidas sob sua jurisdição ou controle não 
causem ou venham a causar danos ambientais em áreas que se encontrem fora dos 
limites de suas jurisdições nacionais.
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UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
12
5.8 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE ESTATAL
Este princípio regula a responsabilidade dos Estados por descumprimento 
de suas obrigações ambientais internacionais. Este princípio está amparado no 
reconhecimento, pela comunidade internacional, de que os Estados têm o dever de 
não usar o seu território para causar danos a outros estados. (SAMPAIO; WOLD; 
NARDY, 2003).
Um exemplo deste princípio é o caso do Canal do Corfu, em que o Estado 
da Albânia foi considerado responsável pelos danos causados a navios ingleses por minas 
plantadas em suas águas territoriais por rebeldes albaneses. A Corte Internacional de Justiça 
entendeu que o Estado da Albânia tinha o dever de comunicar o Reino Unido sobre a 
existência de minas no Canal de Corfu, e não o fazendo, deveria indenizar o Reino Unido 
pelas perdas do naufrágio de seus dois navios.
6 CONVENÇÕES MULTILATERAIS
Diversas convenções foram firmadas em âmbito internacional para 
aumentar a segurança ambiental em vários campos, conforme listados a seguir 
(ARAÚJO, 2005):
• 1946 – Convenção Internacional para a regulamentação da pesca da baleia.
• 1951 – Convenção Internacional para a proteção dos vegetais.
• 1959 – Tratado da Antártida.
• 1963 – Tratado de Proscrição das experiências com Armas Nucleares na 
Atmosfera, no espaço cósmico e sob a água.
• 1966 – Convenção Internacional para a Conservação do Atum e Afins do 
Atlântico.
• 1969 – Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por danos 
causados por poluição por óleo.
• 1971 – Convenção Internacional para o Estabelecimento de um Fundo 
Internacional para compensação de danos causados por poluição por óleo.
• 1971 – Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional 
especialmente como habitat de aves aquáticas – RAMSAR.
• 1971 – Tratado sobre a Proibição da Colocação de Armas Nucleares e Outras 
Armas de Destruição em Massa no leito do mar, e no fundo do oceano e em seu 
subsolo.
• 1972 – Convenção para a Conservação das focas antárticas.
• 1972 – Convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de 
resíduos e outras matérias.
• 1972 – Convenção sobre a Proibição de Desenvolvimento, Produção e Estocagem 
de Armas Bacteriológicas (Biológicas) e à base de toxinas e sua destruição.
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TÓPICO 1 | DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
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• 1973 – Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna 
Selvagens em Perigo de Extinção – CITES.
• 1973 – Convenção Internacional para Prevenção da Poluiçãopor Navios – 
MARPOL.
• 1977 – Convenção sobre a Proibição do Uso Militar ou Hostil de Técnicas de 
Modificação Ambiental.
• 1980 – Convenção sobre a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos.
• 1982 – Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
• 1985 – Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio.
• 1986 – Convenção sobre Assistência no Caso de Acidente Nuclear ou Emergência 
Radiológica.
• 1986 – Convenção sobre Pronta Notificação de Acidente Nuclear.
• 1987 – Protocolo de Montreal.
• 1989 – Convenção da Basileia sobre Movimento Transfronteiriço de Resíduos 
Perigosos e seu Depósito.
• 1991 – Protocolo ao Tratado da Antártida sobre Proteção ao Meio Ambiente.
• 1992 – Acordo de Alcance Parcial de Cooperação e Intercâmbio de Bens 
Utilizados na Defesa e Proteção do Meio Ambiente – Brasil/Argentina.
• 1992 – Convenção sobre Diversidade Biológica.
• 1992 – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima.
• 1994 – Acordo Internacional de Madeiras Tropicais.
• 1994 – Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.
• 1995 – Acordo para Implementação das Disposições da Convenção das Nações 
Unidas Sobre o Direito do Mar sobre Estoques de Peixes Tranzonais e de Peixes 
Altamente Migratórios.
• 1996 – Convenção Internacional sobre Responsabilidade e Compensação por 
Danos Conexos com o Transporte de Substâncias Nocivas e Perigosas por Mar 
– HNS.
• 1997 – Protocolo de Kyoto.
6.1 ACORDOS MULTILATERAIS MAIS IMPORTANTES
A seguir, apresentamos um resumo dos acordos multilaterais mais 
importantes (ARAÚJO, 2005):
a) Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.
• Local e data: Montreal, 16 de setembro de 1987.
• Abrangência: Global.
• Entrada em vigor no Brasil: 1990.
• Objetivo: Proteger a camada de ozônio mediante a adoção de medidas 
cautelatórias para controlar a emissões globais de substâncias que a destroem, 
com o objetivo final da eliminação destas, a partir do desenvolvimento do 
conhecimento científico, e tendo em conta considerações técnicas e científicas.
UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
14
b) Protocolo de Kyoto.
• Local e data: Kyoto, 11 de dezembro de 1997.
• Abrangência: Multilateral.
• Entrada em vigor no Brasil: 1998.
• Objetivo: Regular os níveis de concentração dos gases do efeito estufa, de 
modo a evitar a ocorrência de mudanças climáticas e um nível que impediria 
o desenvolvimento econômico sustentável, ou comprometeria as iniciativas de 
produção de alimentos.
c) Acordo para Implementação das Disposições da Convenção das Nações 
Unidas Sobre o Direito do Mar sobre Estoques de Peixes Tranzonais e de Peixes 
Altamente Migratórios.
• Local e data: Nova York, 4 de dezembro de 1995.
• Abrangência: Global.
• Adesão do Brasil: 1995.
• Objetivos: Assegurar a conservação em longo prazo e o uso sustentável de 
estoques de peixes tranzonais e de peixes altamente migratórios.
d) Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
• Local e data: Nova York, 9 de maio de 1992.
• Abrangência: Global.
• Entrada em vigor no Brasil: 1994.
• Objetivos: Alcançar, de conformidade com as disposições pertinentes na 
convenção, a estabilização das concentrações de gases do efeito estufa na 
atmosfera em um nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no 
sistema climático.
e) Convenção sobre Diversidade Biológica.
• Local e data: Rio de Janeiro, 5 de junho de 1992.
• Abrangência: Global.
• Entrada em vigor no Brasil: 1994.
• Objetivos: Conservação da diversidade biológica, a utilização de seus 
componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da 
utilização dos recursos genéticos.
f) Convenção sobre Pronta Notificação de Acidente Nuclear.
• Local e data: Viena, 26 de setembro de 1986.
• Abrangência: Global.
• Entrada em vigor no Brasil: 1991.
Objetivos: Fornecer informações relevantes sobre acidentes nucleares logo 
que possível, de maneira a minimizar consequências radiológicas transfronteiriças.
TÓPICO 1 | DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL
15
Prezado acadêmico(a)! A seguir transcrevemos um texto de Jostein Gaarder, 
escritor, autor do livro “O mundo de Sofia”. Boa leitura!
Uma ética ambiental para o futuro
Jostein Gaarder
Cinquenta e um anos depois da assinatura da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, o mundo necessita de uma nova declaração universal, desta vez 
de obrigações humanas, tanto dos indivíduos quanto dos estados, a fim de deter 
a progressiva deterioração do ambiente de nosso Planeta. Há no mundo milhares 
de organizações que atualmente se ocupam dos direitos das pessoas, mas somente 
um punhado está se preocupando com o estabelecimento de obrigações humanas.
O primeiro resultado real nesta área, a Convenção das Nações Unidas sobre 
Mudanças Climáticas, pode até mesmo ter sido insuficiente, mas deu uma ideia do 
quanto falta para ser feito em matéria de obrigações supranacionais relacionadas 
à salvaguarda do ambiente e dos recursos mundiais, e com a necessidade de dar 
uma base sustentável à vida humana e animal.
Até agora a regra de ouro de “não faça aos outros, o que não gostaria que 
fizessem a você” serviu como base para todas as éticas. Devemos transportar esta 
regra para as relações entre países ricos e pobres, e entre gerações.
Teríamos gostado se as pessoas que viveram neste Planeta há cem, mil ou 
cem mil anos tivessem depositado enormes quantidades de lixo nuclear no fundo 
do oceano ou em buracos, levando à extinção numerosas espécies de plantas e 
animais, ou queimado tanto carvão e petróleo como nós fazemos? Sendo assim, 
fica claro que não temos o direito de fazer o mesmo.
Como já foi corretamente observado, o Planeta Terra não é de nossa 
propriedade e nem o herdamos de nossos ancestrais. Na realidade, o estamos 
pedindo emprestado de nossos descendentes. Mas estamos deixando atrás de nós 
um mundo que vale menos do que aquele que pedimos emprestado.
A nossa é a primeira geração que está afetando o clima terrestre e a última 
geração que não terá que pagar o preço por ter feito tal coisa. Tendo em vista o que 
está ocorrendo em nosso Planeta, nos atreveríamos a nascer na metade do próximo 
século?
Sabemos que estamos em uma rota de colisão com a natureza e de que 
modo devemos mudar nosso comportamento para evitar o desastre. Nosso 
sistema econômico está colocando em perigo a capacidade do Planeta de renovar-
se a si mesmo. Muitas decisões estão sendo tomadas por pequenos grupos com a 
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
16
intenção de obter lucros em curto prazo sem levar em conta o que seria uma justa 
divisão dos recursos mundiais.
Se a cultura ocidental tivesse êxito em exportar sua ideologia consumista 
para a África, Índia, China e Sudeste Asiático, por exemplo, a catástrofe global 
seria inevitável. Certamente, a catástrofe já é uma realidade em muitos lugares.
As perguntas candentes a se fazer neste início de Século 21 são as 
seguintes:
Que mudança de consciência está faltando? Quais são as qualidades de 
vida mais importantes? Quais são os valores sustentáveis? O que é uma boa 
vida?
A questão já não é mais se necessitamos de uma nova ética global, 
mas sim como obter uma “ética para o futuro” e como ela pode ser assimilada 
de modo a levar a uma nova direção política. Hoje em dia muitas pessoas têm 
um bom conhecimento dos desafios que este mundo está enfrentando. Muitos, 
inclusive, talvez tenham o que se poderia chamar de uma consciência global, ou 
uma consciência ecológica. Os políticos também estão se dando conta do que está 
ocorrendo e de uma maneira muito melhor do que demonstram na prática.
Este é o paradoxo: sabemos que o tempo está se esgotando para nós, 
mas não agimos para mudar completamente as coisas antes que seja demasiado 
tarde. Estamos enfrentando o colapso do ambiente planetário. Mas onde está a 
vontade política? Que políticos se atreveriam a pedir um pequeno sacrifício a 
fim de adotar um novo e necessário curso para salvar o futurode nossas crianças, 
da civilização e da dignidade humana?
Devemos lutar pela proteção do ambiente e por uma divisão mais equitativa 
dos recursos do planeta.
Diz-se que uma rã posta na água fervente saltará rapidamente para fora, 
mas se a água for aquecida gradualmente, ela não se dará conta do aumento da 
temperatura e tranquilamente se deixará ferver até morrer. Que coisa semelhante 
possa estar ocorrendo à nossa geração com respeito à gradual destruição do 
ambiente é ainda algo a ser demonstrado ou desmentido. Uma coisa é certa: 
ninguém pode nos salvar a não sermos nós mesmos.
O futuro não é algo que simplesmente acontece por si mesmo. Estamos 
criando o amanhã neste mesmo momento. Hoje em dia muitas pessoas sentem-se 
como meros espectadores dos fatos globais. Mas devemos aprender que todos nós 
somos atores e que estamos modelando nosso futuro agora mesmo.
FONTE: GAARDER, Jostein. Uma ética ambiental para o futuro. Disponível em: <http://ambientes.
ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/uma_etica_ambiental_para_o_futuro.html>. Acesso em: 16 
mar. 2010.
17
Neste tópico você viu que:
• As primeiras regras jurídicas de preservação de um habitat natural foram 
as normas americanas do final do século XIX sobre a instituição de grandes 
parques nacionais.
• No período entre guerras (1919-1945) começava a ganhar espaço a percepção de 
que os Estados estavam mais interdependentes e que a cooperação internacional 
deveria ser um valor importante nas relações internacionais. 
• Em 1940, em Washington, foi adotada a Convenção para a Proteção da Fauna 
e da Flora e das Belezas Cênicas Naturais dos Países da América, considerada 
uma precursora das convenções que tratam de grandes espaços ambientais.
• Após a Segunda Guerra Mundial, o sistema instalado era e continua sendo o 
sistema de segurança coletivo, com a constituição da Organização das Nações 
Unidas - ONU, em 1945.
• A ONU tem-se tornado o mais relevante fórum de debates e decisões políticas 
entre os Estados, entre elas inúmeras deliberações em matéria ambiental.
• O ano de 1960 é considerado por muitos como o ano do nascimento do direito 
internacional do meio ambiente. As técnicas de votação em bloco e relativa 
falta de comprometimento com as normas do direito internacional de novos 
países africanos e asiáticos que assumiram cadeiras na ONU transformaram as 
relações internacionais.
• Na Europa, a integração econômica entre países altamente industrializados, 
provou ser uma ótima experiência em matéria de cooperação entre Estados. 
Estes países despertam para a necessidade de um controle internacional e 
regional da poluição. Verifica-se cada vez mais a presença de pressões da 
opinião pública sobre as decisões em relação aos problemas ambientais.
• O Direito Internacional do Meio Ambiente foi alavancado por alguns fatores: a 
questão da poluição transfronteiriça (de rios, lagos, geleiras e do ar); e a poluição 
crescente das águas dos mares e oceanos, na maioria das vezes pelo transporte 
de petróleo e derivados.
• A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano contou com 
representantes de 113 países, 250 organizações não governamentais e vários 
organismos da ONU. Foi realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972. 
• Em 1992, foi realizado no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como ECO-92.
• Diversos princípios que foram gerados na Conferência de Estocolmo tornaram-
se, a partir de 1992, muito mais concretos, de forma mais precisa e detalhada, e 
que são usados no Direito Internacional do Meio Ambiente.
• Diversas convenções foram firmadas em âmbito internacional para aumentar a 
segurança ambiental.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Qual foi o fato que mais marcou o Direito Internacional do Meio 
Ambiente durante o período entre guerras? 
2 Qual é a importância da ONU para o Direito Internacional do 
Meio Ambiente?
4 Quais são os principais documentos gerados na ECO-92?
AUTOATIVIDADE
Para exercitar seus conhecimentos adquiridos, resolva as questões a seguir:
3 Quais são os principais fatores que propiciaram a emergência do 
Direito Internacional do Meio Ambiente durante o período de 
1945 a 1972?
19
TÓPICO 2
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A Legislação Ambiental é um conjunto de normas jurídicas que se destinam 
a disciplinar as diversas atividades, tornando-as compatíveis com a proteção do 
meio ambiente. No Brasil, as leis voltadas para a conservação ambiental formam 
um sistema bastante completo de proteção ambiental. A legislação ambiental 
brasileira, para atingir seus objetivos de preservação, criou deveres e direitos para 
o cidadão e empresas, instrumentos de conservação do meio ambiente, normas 
para disciplinar atividades relacionadas à ecologia, normas de uso dos diversos 
ecossistemas e ainda diversos tipos de unidades de conservação.
2 FONTES DO DIREITO AMBIENTAL 
A Constituição Federal, no artigo 59, trata das normas existentes no sistema 
jurídico brasileiro, não mencionando a hierarquia entre elas. Essa hierarquia 
somente ocorreria quando a validade de uma determinada norma dependesse 
de outra. Assim, a Constituição Federal é hierarquicamente superior às demais 
normas, pois o processo de validade destas é regulado na primeira. 
Abaixo da Constituição encontram-se os demais preceitos legais, cada 
qual com seus campos de atuação: leis complementares, leis ordinárias, decretos-
leis, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções, leis delegadas. Os 
decretos são hierarquicamente inferiores a leis, pois são emitidos pelo Poder 
Executivo. As portarias, circulares e ordem de serviço da Administração Pública 
são hierarquicamente inferiores aos decretos e às Leis.
O INMETRO elabora regulamentos técnicos que possuem força legal, sendo 
hierarquicamente superiores às normas técnicas nacionais ou internacionais. A 
ABNT elabora as Normas Técnicas, que são hierarquicamente superiores às normas 
internacionais. Essas normas da ABNT somente são consideradas obrigatórias 
quando citadas em uma lei, caso contrário, serão de adesão voluntária. (ARAÚJO, 
2005).
20
UNIDADE 1 | SISTEMAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
3 LEIS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE
As leis ambientais brasileiras são consideradas bastante avançadas e bem 
elaboradas, no que diz respeito ao objeto proposto. O problema está na aplicação 
destas, que por fatores dos mais diversos, em diversos casos inviabiliza e torna 
falha a sua execução.
Um exemplo do desrespeito à legislação é a exploração crescente e desordenada 
dos recursos naturais que têm gerado um processo intenso de extinção de espécies, seja 
pelo avanço da fronteira agrícola, perda de habitat, caça esportiva, de subsistência ou com 
fins econômicos, como a venda de pelos e animais vivos. Este processo vem crescendo nas 
últimas duas décadas, à medida que a população cresce e os índices de pobreza aumentam 
em algumas regiões.
A seguir, apresentamos um histórico das principais leis ambientais 
brasileiras. (ARAÚJO, 2005)
3.1 CÓDIGO FLORESTAL
O Brasil instituiu o primeiro código florestal através do Decreto nº 23.793, 
de 23 de janeiro de 1934. Em 15 de setembro de 1965 foi revogado, sendo substituído 
pela Lei nº 4.471. Devido à sua abrangência e complexidade, esse código vem sendo 
constantemente discutido, e a sua redação sofrendo várias adequações.
O Código Florestal Brasileiro estabelece limites para o uso das propriedades, 
buscando o respeito e a preservação da vegetação existente, considerada como um 
bem de interesse de todos os brasileiros. Estes limites são definidos nas Áreas de 
Preservação Permanente (APP´s), ou seja, áreas que possuem florestas e outras 
formas de vegetação. As APPs são localizadas em margens de rios, cursos d’água, 
lagos, lagoas e reservatórios, nascentes, topos de morros e encostas com declividade 
elevada, entre outras situações definidas na lei, e que possuem a função de preservar 
os recursos hídricos, a biodiversidade,

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