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Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 STREPTOCOCCUS • São cocos gram positivos, aos pares, cadeias curtas ou longas. • Não esporulados, algumas cepas produzem cápsulas (finas ou espessas) – ação antifagocitária (ao diminuir a opsonização, diminui a quimiotaxia e consequentemente a fagocitose – grande fator de virulência, causa mais danos). Além disso, serve para se ligar no sitio anatômico, gerando dupla aderência (uma especifica, que é a adesina, e uma inespecífica (maior chance de ficar mais tempo no sitio anatômico, causando mais danos) • Streptococcus pneumonae: em relação ao arranjo, possui dois cocos e curtas cadeias (diplococos) – única exceção (diagnóstico presuntivo, se fizesse o gram e o paciente apresentasse um quadro de pneumonia) • Classificação quanto a hemólise: diferencia-se em ágar-sangue (streptococcus não segue em ágar- simples, apenas no ágar sangue, pois neste possui vitaminas, proteínas, entre outros) 1. Grupo alfa hemolítico ou Viridans: produz hemólise parcial no Ágar-sangue, de coloração esverdeada – a bactéria libera a alfa-hemolisina e oxida as Hb, transformando em biliverdina, causando a coloração verde - Streptococcus pneumoniae e mutans 2. Grupo beta hemolítico: hemólise total de todas as hemácias presentes ao redor da colônia, através da liberação de beta-hemolisina – Streptococcus pyogenes e agalactie 3. Grupo gama hemolítico: hemólise fraca 4. Grupo láctico: não possui hemolisina • Todos os Streptococcus são muito sensíveis ainda à penicilina, sendo esta um tratamento de escolha contra doenças instaladas por esses patógenos • Classificação segundo Lancerfield: • Classificação através de reação de precipitação com soros específicos em 20 grupos (A à U) • Baseado nas características antigênicas de um polissacarídeo presente na parede celular: “Carboidrato C” • Streptococcus grupáveis patogênicos (A, B, C, F e G beta hemolíticos e o grupo D, não hemolítico.) • Streptococcus pneumoniae e mutans não são possíveis de classificar segundo lancerfield, apesar de possuir carboidrato C 1. Streptococcus pyogenes (grupo A (piogênico – produz pus devido à elevada reação inflamatória, sendo composto de células e leucóticos mortos). 2. Streptococcus agalactiae (grupo B) 3. Streptococcus pneumoniae (Alfa hemolítico) 4. Streptococcus mutans. (Alfa-hemolítico) – biofilme, adesina e cápsula, se instalando a cárie GRUPO A – STREPTOCOCCUS PYOGENES: • Mais importante agente etiológico causador de faringite de crianças entre 5-15 anos • Impetigo (piodermite): também muito comum no Staphylococcus aureus, sendo o Gram importante para diferenciação • Escarlatina: inicia com faringite, produzem uma toxina eritrogênica durante sua multiplicação na garganta. Essa substância cai no sangue e faz com que o paciente apareça com manchas vermelhas escarlates na pele Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 • Infecção puerperal: infecção no aparelho reprodutor feminino pós-parto ou pós-aborto, chamada de endometrite • Fasceíte necrosante: necrose do tecido subcutâneo, fáscia e músculos. Inicialmente, a lesão se apresenta com cor avermelhada, posteriormente seguida de cor azulada – “bactérias comedoras de carne”, necessita de tratamento rápido, pois os danos podem ser irreversíveis • Erisipela (eritemas) • Bacteremias e septicemias • Infecções em órgãos a partir da multiplicação sanguínea – após à uma septicemia, podendo gerar infecção e inflamação dependendo do lugar (artrite, endocardite, meningite, entre outros) • Febre reumática e glomérulonefrite: são autoimunes GRUPO B – STREPTOCOCCUS AGALACTIAE: • Causa septicemia e meningite neonatal – beta-hemolítico • Pega da mãe no parto normal, pelo canal vaginal STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE: • Alfa-hemolítico • Pneumonia aguda, otite média e sinusite • Meningite, endocardite e artrite STREPTOCOCCUS MUTANS: • Alfa hemolítico • Carie, gengivite e doença periodontal. • Endocardite, principalmente em pacientes com lesões pré-dispostas CARACTERES CULTURAIS: • São aeróbios, anaeróbios ou anaeróbios facultativos. • São mais exigentes: (glicose, proteínas e fatores de crescimento) – ágar-sangue • pH 7,4 e temperatura em torno de 36°C por 24h • Alguns estão de forma transitória, sendo alguns presentes na flora normal. Ou seja, podem causar doenças se caem no sangue e se lhe são dadas oportunidades para que se instalem • Transmissão: • A maioria dos estreptococos fazem parte da microbiota normal da garganta, da pele e do intestino de seres humanos, mas causa doença quando obtém acesso aos tecidos ou ao sangue. • Os S. pneumoniae são encontrados principalmente na parte oral da faringe; • S. pyogenes é encontrado na pele e, em pequenas quantidades, na parte oral da faringe; • S. agalactiae é encontrado no Trato Vaginal, Intestino e Vias áreas superiores. FATORES DE VIRULÊNCIA – STREPTOCOCCUS PYOGENES: TOXINAS E HEMOLISINAS: • Toxina eritrogênica (toxina escarlatinica ou toxina de DICK) - Encontrada em poucas espécies de S. pyogenes. Ao cair no sangue, faz com que a pele apresente uma coloração avermelhada escarlate, febril, faringite e sintomas típicos de doenças (pode-se dar penicilina, pois os streptococcus não são resistentes à mesma) • Estreptolisina “O”. Todos os streptococcus possuem e é uma beta-hemolisina, sendo responsável por destruir hemácias. Com isso, há hemólise, diminui a capacidade de nutrição e oxigenação tecidual. Além disso, também destrói leucócitos e plaquetas, gerando hemorragias e uma desestabilização do sistema Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 imune. Ao liberar essa substância, o corpo induz a formação de anti-estreptolisina O (ASLO), pois a mesma é estranha ao organismo. Esta substância tenta reduzir os danos causados pela estreptolisina O • Estreptolisina “S”: produzida em menor quantidade ENZIMAS EXTRACELULARES: • Estreptoquinase ou fibrinolisina: Dissolve fibrina, facilitando a disseminação de bactérias – forma fibrina ao redor das bactérias como forma de proteção contra do sistema imune • Estreptodornase: despolimeriza moléculas de DNA, dissolve abcessos, ajudando na disseminação da bactéria • Hialuronidase: degrada o ácido hialurônico presente no tecido conjuntivo • Proteinase: destrói proteínas das células • Carboidrato C determina o grupo dos estreptococos. • Cápsula: de ação antifagocitária e aderência nas celulas. • Fibrila: fixa a bactéria na faringe e amígdala – é uma adesina especifica para os receptores da faringe • Proteína M: proteína inicial que interfere no sistema complemento e na opsonização/fagocitose. Quando uma bactéria entra pela primeira vez no organismo, não há anticorpos específicos contra o mesmo, ocorrendo a imunidade inata de primeira. Após alguns dias, a imunidade adaptativa entra em ação. Entretanto, como temos substancias do sistema complemento não especificas responsáveis pela opsonização, as mesmas atuam. Porém, devido a presença da proteína M presentes nos Streptococcus, a ação primária do sistema imunólógico é dificultada, atrapalhando na fagocitose. Após a resposta imune adaptativa, são formados anticorpos específicos contra a proteína M, favorecendo o processo de combate e fagocitose do patógeno – induz a formação de anticorpos específicos 1. Inibe a ação de proteínas do sistema complemento e interfere na ingestão por fagócitos (ação antifagocitária) 2. Há 150 tipos de sorológicos de proteína M, por este motivo que o paciente pode sofrer sucessivas faringites 3. Alguns Streptococcus pyogenes produzem “proteína-M reumatogênica”, induzindo a febre reumática no paciente, podendo causar danos irreversíveis no coração, por exemplo, e ocorre em pacientes que possuíam faringite, tendo predisposição. A “proteína-M nefritogênica”, causando glomérulonefrite aguda, advindas de dermatites (doenças de pele) PATOGÊNESE: • Os estreptococos do grupo A (Streptococcus pyogenes) causamdoença por três mecanismos: 1. Inflamação piogênicas, que é induzida localmente no sitio dos organismos no tecido (Bactéria se liga no receptor celular e chama a atenção do sistema imune. Com isso, fatores de virulência, citocinas pró- inflamatórias são liberadas, gerando morte celular e consequente produção de pus) – as enzimas extracelulares agem, auxiliando na disseminação. Ex: Faringites, Erisipela. 2. Produção de exotoxina, que pode causar sintomas sistêmicos disseminados (Toxina eritrogênica) 3. Imunológico, que ocorre quando o anticorpo contra um componente do microrganismo reage de forma cruzada com o tecido normal provocando inflamação – o anticorpo produzido contra a estrutura da bactéria que causa a doença em pessoas predispostas, não o microrganismo em si • Coração (Cardites) – febre reumática • SNC (Neurônios = doença à Coréia) – febre reumática • Articulações (Artrites) – febre reumática • Uma pessoa que tem faringite deve ser causada por: Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes – proteína-M reumatogênica) e que o paciente infectado tenha pré-disposição genética – faringite gera febre reumática, pois a proteína M presente acaba fazendo com que o Ac contra a proteína M reumatogênica reconheça estruturas do hospedeiro semelhantes à mesma (pois é uma sequência de aminoácidos). Pode achar que valvas, neurônios, músculo cardíaco e sinóvia são patógenos (identificação errônea) – ocorre em 3% da população • Rim (Glomérulonefrite): proteína M nefritogênica e precisa ter predisposição genética FARINGITE: Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 • A maioria dos casos de faringite são causada por vírus, porém dosos casos bacterianos (20%), 90% é devido ao Streptococcus pyogenes. • 80% das faringites são virais: tosse, coriza, rouquidão, febríola, levando ao uso de antisséptico, anti-inflamatório. Trata-se apenas a sintomatologia, deixando o sistema imune encarregado de eliminar – diferencia se é vírus ou bactérias a partir dos sintomas • Após 2-4 dias de incubação, aparece (aparição de sintomas – sistema imune já perdeu a primeira batalha): Febre de 39-40ºC, dores de garganta, pontos purulentos, dores de cabeça, linfonodos cervicais dolorosos e mau estar geral. • Maior incidência entre 5-15 anos • Transmissão: contato direto (saliva ou secreção nasal). • A Penicilina G benzatina é o antibiótico de escolha. • Na forma oral (Penicilina V), deve ser administrada durante 10 dias. (Casos brandos) • A faringite por estreptococo pode estar associada a complicações pós-infecciosas (caso o sistema imune não consiga combater, levando a produção de anticorpos específicos), como a: 1. Febre reumática, que além das artrites provoca lesões em válvulas cardíacas, miocárdio e membrana que envolve o coração (pericárdio), SNC e lesões de pele (mais raro). 2. A Glomérulonefrite é mais frequente após infecção de pele do que após uma faringite. Compromete a função renal • Paciente relata dores articulares e inchaço, desorientação com dificuldade de locomoção. Além disso, alega cansaço ao esforço. Sintomas pós quadro de faringite – embora a infecção tenha sido tratada, a formação de anticorpos contra aquela proteína M foi produzida, atacando outras partes do corpo, que identificam erroneamente como não próprio. Pede-se dois exames: 1. VHS: velocidade de Hemo-sedimentação 2. Proteína C reativa – PCR 3. Servem para avaliar qualquer tipo de inflamação presente no organismo, não sendo especifico. Com valores altos dos mesmos, entende-se que há uma inflamação. Paciente com quadro clinico de febre reumática, tendo que ser encaminhado à um cardiologista (ECO doppler), à um neurologista e um ortopedista. Estes irão solicitar exames específicos, os quais irão ser encaminhados novamente para o cínico geral FEBRE REUMÁTICA: • O que é? É uma complicação tardia, de caráter autoimune não supurativa (não produz pus, pois não possui infecção pela bactéria, mas sim pelo Ac), que aparece de 2-4 semanas após uma faringo-amigdalite causada pelo Streptococcus beta-hemolítico grupo A (pyogenes), com proteína M reumatogênica, em pessoas suscetíveis geneticamente • Como ocorre? Ocorre quando os anticorpos formados contra a proteína M reumatogênica em pessoas suscetíveis geneticamente, atacam estruturas e tecidos do hospedeiro, provocando inflamação. • Quais os locais afetados? SNC, pele (eritemas), articulações, coração (valvas, miocárdio) • Vacinas? Hoje existe, está sendo produzida. Com a vacina, induz a produção de anticorpos, entretanto, este é responsável pela patologia. A vacina que está sendo produzida é a partir de um epítopo, determinante antigênico na bactéria, que induz a produção de anticorpos contra a bactéria que não faz ligação cruzada, ou seja, não ataca o hospedeiro • Profilaxia primária da faringite – tratamento febre reumática para quem nunca teve a mesma • Objetivo: Erradicar o estreptococo beta hemolítico grupo A. (Streptococcus pyogenes) • Tratamento: 1. Paciente com infecção antes do 8º dia: Adultos devem receber Amoxicilina com Clavulanato de potássio V.O e crianças Amoxicilina (penicilina semi-sintética) com Clavulanato de potássio (inibidor da penicinilase) V.O – via oral, produção de anticorpos ainda é pequena. Se for adolescente e aceitar bem a intramuscular, administrar ao paciente uma única aplicação, pois possui liberação lenta e maior permanência no organismo 2. Paciente com infecção após 8º dia (maior produção de anticorpos): adultos tratar com Penicilina G benzatina. IM (Dose única) e crianças Penicilina G benzatina. IM. Dose única – intramuscular e doses diferentes para adultos e criancas • Profilaxia secundária – é suscetível Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 • Objetivo: Evitar as recidivas das infecções pelo estreptococo em indivíduos que já tiveram febre reumática. • Tratamento: Penicilina G benzatina intramuscular de 21 em 21 dias. • “Tempo de tratamento”: 1. Sem Cardite/sem lesões: até completar 21 anos de idade ou durante 05 anos após o ultimo surto (Escolher o que for mais longo) e evitar aglomerações 2. Lesão Valvar moderada: até 40 anos de idade ou por toda vida, conforme a gravidade ESCARLATINA: • É uma doença infectocontagiosa que afeta a garganta, provocada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) – toxina DICK ou escarlatínica • Essa bactéria libera uma toxina que leva ao surgimento de erupções cutâneas e deixa a língua vermelha. • Atinge crianças e adolescentes (5-15 anos) • O período de incubação pode variar de 01 a 10 dias. • Sintomas: Febre alta nos primeiros dias, dor na garganta, que adquire coloração avermelhada, erupção cutânea (exantemas - pequenas manchas vermelho-escarlate. Inicialmente aparece no tronco, depois tomam a face, o pescoço, os membros, axilas). Além disso, a língua adquire o aspecto de framboesa, porque as papilas incham e ficam arroxeadas, dor no corpo, cefaleia, mal-estar geral, náuseas e vômitos; • Tratamento: Penicilina G benzatina intramuscular - Dose única. ERISIPELA: • É um processo infeccioso cutâneo que pode atingir gordura do tecido celular subcutâneo. Pode se propagar via linfática e sanguínea. • Lesão dolorosa, de coloração vermelha intensa; • A bactéria penetra no tecido através de lesões, micoses interdigitais, queimaduras, entre outras • É mais frequente em idosos, obesos, portadores de doenças crônicas debilitantes (diabéticos) e portadores de deficiência de circulação • Primeiros sintomas: Febre alta, tremores, mal-estar, náuseas e vômitos. A lesão na pele vem acompanhada de dor, rubor (vermelhidão) e edema (inchaço). Em alguns casos, formam-se bolhas ou feridas, sinal da necrose dos tecidos. Pode-se fazer drenagem, uso de antisséptico, antibiótico local e dose intramuscular de penicilina (nos casos leves) • Tratamento: Internação, penicilina G benzatina (adulto e criança intramuscular e dose única,que dura por 21 dias). Deve-se desbridar, ou seja, retirar o tecido necrosado, para evitar maior multiplicação bacteriana. Posteriormente, deve-se fazer uma antissepsia rigorosa e seguido de uso de anti-fúngico local, se houver micose presente e antibióticos locais. Além disso, deve proporcionar ao paciente medidas de suporte (pernas para cima, repouso, a fim de diminuir o inchaço. Deve-se hidratar o paciente, e proporcionar uma alimentação adequada via oral - essas medidas de suporte servem para aumentar a imunidade, a fim de auxiliar no combate ao patógeno), medicação de apoio à critério médico (antitérmico, anti-inflamatório, anticoagulante, em casos de danos no sistema venoso e analgésico) • Paciente não internado: 1. Adultos: Amoxicilina com Clavulanato de potássio via oral 2. Crianças: Amoxicilina com Clavulanato de potássio via oral – dose da criança é sempre a metade 3. De 10 em 10 dias EPIDEMIOLOGIA: Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 • Faringite e amigdalite: Incidência maior de 05 a 15 anos. • Transmissão: contato direto com saliva e secreção nasal. • Piodermite: Frequência de crianças de 02 a 05 anos. Maior prevalência em épocas quente e regiões tropicais. • Transmissão: Contato direto e contaminação do meio ambiente. STREPTOCOCCUS AGALACTIAE: • É encontrado em condições normais nas vias áreas superiores, intestino e vagina (25-35% das mulheres são portadoras vaginais) • Infecções em recém-nascidos: 70% ficam colonizados pós-parto, acarretando em meningite, bacteremia e septicemia. A transmissão ocorre a partir de atendentes - A cada mil crianças que nasce, 1-3 acabam ficando doentes. Dessas, 50% acabam indo à óbito • O ideal é que se faça na 35º semana de gestação, uma cultura vaginal, a fim de verificar a presença desse microrganismo. Se positivo e parto normal, a mulher precisa receber penicilina horas antes do parto, por via endovenosa (5 milhões de unidades), seguido de 2,5 milhões de unidades de penicilina a cada 4 horas, até o parto ocorrer. Isso elimina a bactéria e diminui as chances de o bebê se contaminar no parto normal STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE: • Cocos gram positivos arranjados aos pares ou curtas cadeias. • Em ágar sangue produz alfa hemolisina. • Os pneumococos possuem Cápsulas polissacaridica com mais de 90 tipos antigenicamente distintos – não possui imunidade para todos os tipos de cápsulas, podendo gerar a infecção diversas vezes, se um outro tipo de cápsula estiver presente no patógeno • Produzem IgA protease que aumentam a capacidade da bactéria de colonizar a mucosa do trato respiratório superior – diminui a fagocitose (opsonização) • Pneumolisinas (hemolisinas): possuem capacidade de lisar e inteferir com a função de células e moléculas solúveis do sistema imune • Grupo – pneumococos alfa-hemolítico • 60% das pneumonias • Bacteremia, septicemia, otite média, sinusite, meningite, endocardite e artrite. PATOGÊNESE: • Pode-se inalar, pois está no ar • Infecção: (Colonização) – o que pode ocorrer: 1. Destruição da bactéria. 2. Portador assintomático das vias aéreas superiores. 3. Aspiração para os alvéolos pulmonares. • Multiplicação e proliferação. (Doença) • Ação do sistema imune. (Destruição) • Condições pré-dispostas podem auxiliar no processo de infecção e colonização • Nas fossas nasais, o movimento muco-ciliar dificulta a aderência da bactéria Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 • A lisozima é uma enzima que destrói a parede celular de bactérias e está presente na secreção nasal. Além disso, o TLAM presente no trato respiratório superior ajuda no combate, uma vez que possui linfócitos e leucócitos (linfócitos já podem liberar IgA, se o patógeno já for conhecido) • Se não combater, o indivíduo pode se tornar um portador assintomático. • Se não houve contato prévio com esse patógeno, o sistema imune inato entra em ação. Se é uma invasão secundária, o sistema imune adaptativo toma frente no combate, já liberando anticorpos contra o microrganismo • A multiplicação e a evolução da doença ocorrem devido condições pré-dispostas, ou pacientes que não são imunocompetentes, como um idoso ou criança • 30% das pneumonias não tratadas, o paciente tem a bactéria invadindo a corrente sanguínea, causando septicemia – leva à meningite, artrite, insuficiência renal, podendo até mesmo levar à uma falência múltipla de órgãos, gerando o óbito do paciente • Sintomas da pneumonia: Tosse com secreção (com frequência, sanguinolento ou com cor de ferrugem), febre alta, calafrios, respiração curta e ofegante e dor torácica. – no raio X, aparece uma parte muito esbranquiçada, indicando o processo inflamatório • Se não houver tratamento à derrame pleural, purulento – concentração de muco aumentado (defesa), células de defesa mortas, assim como as do epitélio pulmonar, perda de líquido • O vírus, no inverno, pode facilitar a pneumonia em idosos: quando o vírus entra no organismo de um idoso, é um organismo intracelular obrigatório. Nos idosos, destrói as células, assim como as células de defesa (dupla baixa imunidade, pois já tinha uma imunidade debilitada). Se não tomar vacina, fica suscetível à infecção. Como a virose baixa ainda mais a imunidade, favorece a multiplicação de bactérias, assim como do vírus já instalado. Em uma infecção, há grande produção de muco, o qual acaba por dificultar a fagocitose nos pulmões • O médico precisa avaliar a fim de diferenciar pneumonia viral de bacteriana 1. Viral é mais branda, levando à tosse, febrícola 2. A avaliação presuntiva do diagnóstico: avaliação clinica, levando em consideração os sinais e sintomas. Pedir raio-X, a fim de ver se é uma neoplasia ou pneumonia. Parte-se para um exame confirmatório, como o Gram (confirma a presença de bactérias, não da espécie). Pode-se, ainda, pedir cultura com provas bactérias, a fim de isolar a bactéria, assim como um PCR, a fim de avaliar o DNA da bactéria • Tratamento: A maioria dos pneumococos são sensíveis a penicilina e eritromicina, embora tenha emergido resistências significativas as penicilinas (penicinilases) • Tratamento de escolha - de 07 a 10 dias 1. Ambulatorial: Amoxicilina + Clavulanato de potássio via oral 2. Internado: Ampicilina endovenosa + Azitromicina via oral 3. A Vancomicina é o fármaco de escolha para pneumococos resistentes a penicilina, especialmente em pacientes gravemente doentes. EPIDEMIOLOGIA: • De 5 a 40% dos indivíduos normais são portadores na Nasofaringe. • Maior incidência: Em crianças com menos de 05 anos (imunidade em formação), adultos com mais de 65 anos (imunidade em declínio), nos meses frios (maior aglomeração) e sexo masculino (estudos mostram que os homens se expõem mais) PREVENÇÃO: • A prevenção para evitar a disseminação desta bactéria • Vacinação: 1. Rede publica: Prevnar 13 – 13 tipos sorológicos das mais prevalentes do ano anterior (feita todo ano) 2. Rede privada: Pneumovax 23 – gratuitamente nos centros imunológicos especiais e para pacientes com condições especificas, como HIV, infecção pulmonar ou cardiovascular crônica grave, insuficiência renal crônica, síndrome nefrotica, DM insulinodependente, cirrose e pacientes com imunodeficiências, entre outros • Medidas ambientais: evitar locais fechados, ainda mais se há algum fator que possa favorecer a contaminação • Quimioprofilaxia de Contactantes – se morar com alguém de risco, por exemplo • Vacinas contra a gripe: 1. Previne pneumonia e outros problemas causados pelo vírus influenza. Ana Beatriz dos Reis – 3º Fase, 2020.2 2. Ela deve ser aplicada anualmente para proteger contra novos ataques do vírus. • Pacientes que sofreram retirada do baço, são suscetíveis à infecção de bactérias encapsuladas, uma vez que este serve como “filtro”, o qual é um órgão linfoide secundário. Ele é responsável por eliminar patógenos que estejam presentes na corrente sanguínea DIAGNÓSTICOLABORATORIAL: • Colheita do material: • Orofaringe e nasofaringe (com Swab nasal - cotonete) • Líquor – pelo médico, em suspeita de meningite • Urina – despreza o primeiro jato • Sangue - hemocultura • Lesão cutânea (com swab) • Bacterioscopia direta: gram • Cultura: ágar-sangue. Nunca usar ágar-simples, pois apenas o Staphylococcus cresce no mesmo • PCR: gênero e espécie – DNA
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