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O falecido viveu junto com amante por mais de 20 anos, conforme consta nos autos do processo a amante confirmou que todas as despesas de sua família eram custeadas por ele, afirmou também que sempre cuidaram um do outro e que ele ajudou a criar e educar os seus filhos. A amante confirmou ainda que há prova nos autos do processo que comprovam a convivência pública, contínua, duradoura e com intuito de constituir família. Com base nesses relatos a amante pediu para que fosse reconhecida a união estável com o falecido nos últimos 20 anos, que teria se encerrado apenas com o falecimento dele, em 2015. Sendo assim, ficou demonstrado, para o relator do recurso, desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, que o falecido também formava com a ora apelante uma “verdadeira entidade familiar”. De acordo com o magistrado, além das testemunhas ouvidas em juízo, as alegações da apelante os documentos juntados ao processo comprovando que o falecido também fornecia até o endereço dela como seu local de residência e várias fotos juntos em público e até mesmo uma tirada no hospital na véspera do falecimento dele, portanto, segundo o desembargador, o ordenamento civil não reconhece efeitos à união estável quando um do par ainda mantém íntegro o casamento. “Contudo, a realidade que se apresenta é diversa, porquanto comprovada a duplicidade de células familiares”, destacou. “Conferir tratamento desigual importaria grave violação ao princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana. (...) Logo, o Judiciário não pode se esquivar de tutelar as relações baseadas no afeto, não obstante as formalidades muitas vezes impingidas pela sociedade para que uma reunião seja “digna” de reconhecimento judicial.” Sendo assim, o pedido da amante foi julgado procedente, ficando cada uma com 50% da pensão por morte. A decisão foi justa uma vez que ficou comprovado nos autos do processo que o falecido mantinha as duas famílias ao mesmo tempo.
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