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FAPAR SÍNDROME DO IMPACTO CURITIBA, 23 DE ABRIL DE 2020. O que é Síndrome do Impacto? Síndrome do impacto (impingement) ou do pinçamento é o termo geral designativo de variadas alterações no ombro que se manifestam por dor e limitação funcional, sobretudo na realização de atividades acima da cabeça. A causa mais comum são as tendinites dos músculos do manguito rotador, que, se não tratadas a tempo, podem levar á ruptura total desses tendões. O termo impingement foi introduzido por Neer (1972), pois, segundo o autor, os tendões do manguito rotador, sobretudo o tendão do músculo supra-espinal, a goteira bicipital e a bursa subacromial, localizam-se diante do arco coracoacromial com o ombro na posição neutra. Tal disposição faz essas estruturas passarem por baixo do arco coracoacromial durante o movimento de flexão/abdução do ombro, podendo sofrer compressão contra a porção ântero-inferior do acrômio e o ligamento coracoacromial. Anatomia envolvida na fisiopatologia: A etiologia da Síndrome do Impacto é multifatorial. A área crítica para a compressão ocorre sobre o tendão do músculo supra-espinal, que se constitui na estrutura com maior probabilidade de ser afetada, resultando em lesões parciais e totais ou ainda em calcificações (tendinite calcária). Sabe-se que quando ocorrem calcificações, a bursa subacromial pode ser agredida pela espícula localizada na inserção do músculo supra-espinal, o que representa dano adicional a essa estrutura. Quadro Clínico (sinais e sintomas): Dor: proporcional ao grau de inflamação do músculo e não ao tamanho da ruptura. Piora à noite, devido ao estiramento das partes moles, quando o braço é estendido ao longo do corpo. Crepitação: é a ruptura da bolsa subacromial, acompanhada ou não da ruptura parcial ou total do músculo supra espinal. Pode estar presente nas Fases II e III de Neer. É um sinal de alerta importante, que pode ser palpado ou mesmo ouvido. Força muscular: as forcas de abdução e rotação externa tendem a estar diminuídas no lado envolvido nas lesões totais. Nas lesões parciais e mesmo nas totais pequenas, a força pode estar normal. O teste é realizado comparando-se com o lado oposto, sendo acompanhado por dor. Esse teste pode não ser muito valorizado até ocorrer à ruptura maciça do manguito, com o envolvimento do músculo infra espinal. Nessa fase, observa-se claramente a atrofia dos músculos supra e infra-espinais, e a força está muito diminuída. Contratura (capsulite adesiva): ocorre em 14% dos casos na série de Neer, Flatow e Lech (1988), e deve-se ao processo inflamatório que se instala nos tendões e à imobilidade do membro superior determinada pela dor. Sinal do “braço caído”. Tendinite ou ruptura da cabeça longa do bíceps. Principais causas: Para Neer (1983), 95% das lesões do manguito rotador são causadas por impacto subacromial. A etiologia dessas lesões pode ser divida em impacto primário e secundário. A primária esta associada ao impacto originado por um trauma ou por uma alteração anatômica (tipos de acrômio). A secundária, por sua vez, está diretamente relacionada a uma instabilidade da articulação do ombro. Neer ainda descreveu três estágios para a Síndrome do Impacto Primário: Estágio I: Edemas e hemorragias presentes, geralmente acometem indivíduos menores de 25 anos. Estágio II: Tendinites, bursites e fibrose podem estar presentes, geralmente acomete indivíduos entre 25 e 40 anos. Estágio III: Rupturas de tendões e esporão ósseo podem estar presentes, geralmente acomete indivíduos maiores de 40 anos. Achados na Avaliação Fisioterapêutica: Objetivos: Diminuir dor e edema; Controlar o quadro inflamatório; Aumentar a flexibilidade e extensibilidade muscular e capsular; Aumentar FM e resistência; Treinamento específico para retorno da função; Progressão de tratamento funcional. Objetivo no paciente Pós Operatório; Controle de dor e inflamação; Prevenir perda de mobilidade; Restaurar mobilidade indolor da articulação; Prevenir atrofias musculares. Diagnóstico Funcional: Paciente apresenta dor crônica no ombro, intermitente, que piora com movimento de elevação do membro superior, principalmente entre 70º e 100°. Durante a noite a dor é mais intensa. Foi demonstrado que ao sinal de Neer há uma pressão de contato máxima entre o tendão do SE e acrômio/LCA, quando o braço se encontra rodado internamente. O sinal de Hawkins mostrou-se mais específico para o tendão do subescapular onde ocorre o impacto deste com o acrômio/ligamento cruzado anterior. Síndrome comprovada após anamnese, exame físicos e radiológicos. Referências: 1-Art.'' Tratamento fisioterapêutico na síndrome do impacto do ombro''; 2- Livro '' Reabilitação do complexo do ombro '' MZ de Souza 2001. 3- Art. ''Efeito do tratamento fisioterapêutico em paciente com suspeita de síndrome do impacto do ombro: estudo de caso''.
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