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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA QUÍMICA BIANCA BELLO BISSON EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO APS 2 DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS B APUCARANA - PR 2019 2 BIANCA BELLO BISSON EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO Trabalho apresentado ao curso de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Apucarana, como requisito parcial de obtenção de nota na disciplina de Operações Unitárias B. Profª Drª: Fernanda Lini Seixas APUCARANA - PR 2019 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................4 2. DESENVOLVIMENTO..............................................................................................5 2.1 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS......................................................................5 2.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS.............................................................................6 2.3 APLICAÇÕES INDUSTRIAIS...............................................................................10 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................12 4 1. INTRODUÇÃO As operações fundamentam-se nas transformações físicas sofridas pela matéria- prima na sua forma, dimensão e temperatura, durante um processo industrial, isto é, durante a transformação da matéria-prima, onde podem ocorrer reações químicas. Elas podem ser operações contínuas, descontínuas ou semi-contínuas. O processo contínuo é aquele em batelada, intermitente, o processo descontínuo é aquele que deve ser interrompido para que se efetue a limpeza, conforme necessidade, e o semi-contínuo é quando alguns materiais são carregados no equipamento de forma contínua e outros de forma descontínua. Os processos podem ser classificados de 5 maneiras: 1- Operações de Pré-tratamento: colheita, transporte, limpeza, armazenamento, classificação, seleção, moagem, separação e mistura; 2- Operações de Separação: centrifugação, filtração, prensagem, extração com solvente, extração com fluido super-cítrico; adsorção, cristalização; 3- Operações de Mistura: mistura, empaste, emulsionamento, homogeneização; 4- Operações de Conservação: pelo calor ou frio, pela umidade, pelo uso de aditivos, por processos químicos; 5- Operações de Acabamento: padronização, acondicionamentos, distribuição; Este trabalho será discutido sobre a operação de separação Extração Sólido- Líquido, que é muito utilizada a nível industrial. 5 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS A extração sólido-líquido é uma operação unitária, e é um processo de transferência de massa que separa um ou mais componentes (solutos) contidos na fase sólida utilizando um líquido, conhecido como solvente, produzindo uma solução enriquecida no soluto (extrato) e um fase sólida empobrecida (resíduo). Na extração, a separação da fase líquida, pode ser realizada de algumas formas, dependendo da necessidade. No caso da adição de um solvente conveniente, a escolha do solvente é feita a partir da facilidade de dissolução da substância e da facilidade com que se pode isolar o soluto extraído. O soluto pode estar contido dentro do sólido de diferentes maneiras: pode ser um sólido disperso no material insolúvel; ser um líquido aderido no sólido; ser um líquido contido na sua estrutura molecular; ou pode recobrir a superfície do sólido. Também, para que essa extração seja mais satisfatória, o sólido deve estar bastante triturado, pois assim o solvente terá um maior contato com seus constituintes. Normalmente o componente que se deseja extrair é solúvel no líquido e o restante da fase sólida é insolúvel. O processo de extração sólido-líquido, envolve: Contato íntimo entre carga sólida e solvente; Separação da solução (extrato) do sólido esgotado; Separação do solvente (e do sólido arrastado, se houver) do extrato seguida por purificação do produto; e Recuperação do solvente do sólido úmido (por prensagem/secagem). A extração pode ser classificada de quatro maneiras: Extração difusiva: Controlada pela difusão em fase sólida do soluto; Extração por lavagem: Para partícula muito pequenas a resistência a difusão em fase sólida se torna desprezível; 6 Lixiviação: Dissolução de componentes do sólido seguido por reações químicas; Extração química: é como a lixiviação, mas é voltada à recuperação de componentes de sólidos orgânicos naturais. Entre os fatores que afetam a taxa de extração sólido-líquido estão as características físicas do sólido (como a porosidade e tamanho das partículas), as características do solvente (como a solubilidade, viscosidade, volatilidade, toxicidade e custo), a temperatura (que influencia a solubilidade, viscosidade e volatilidade do solvente), e a agitação (coeficiente de transferência de massa). 2.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Existem duas técnicas de extração: a contínua e batelada (descontínua). Utiliza-se o método descontínuo se a substância for mais solúvel no solvente orgânico do que na água. Caso contrário, utiliza-se o método contínuo. Onde depende do tipo de contato sólido-líquido: leito fixo (solvente percola através do sólido), ou tanque agitado (imersão do sólido no solvente com agitação da mistura, havendo um contato disperso). Para a extração em batelada, temos: Figura 1: a) Vaso de extração em batelada; b) Extrator do tipo Pachuca. Fonte: Dutta (2007). 7 Este tipo de extrator consiste principalmente em um contêiner aberto com fundo falso, que geralmente é um tipo de filtro, e as partículas sólidas são colocadas no contêiner. O solvente é distribuído na superfície do sólido de tal maneira que ele possa percolar através dos mesmos. A solução resultante sai pelo fundo falso, sendo recuperada como o “overflow” ou extrato. Estes extratores são muito usados em pequenas indústrias de extração de açúcar de beterraba, óleo de sementes de oleaginosas ou de frutas secas, café de grãos tostados, entre outras. Para extração contínua temos os extratores/percoladores contínuos que tem um leito móvel e muitos operam em contracorrente, como mostrados nos exemplos a seguir: Figura 2: Extratores verticais contínuos Fonte: Dutta (2007). (a) Extrator Bollmann: consiste em um elevador de canecos em uma câmara vertical. Esses canecos são carregados com o sólido no topo do lado direito e atomizados com uma solução enquanto eles descem. Nessa região do equipamento, ambos sólido e solução descem paralelos. A miscela recuperada no fundo à direita do extrator é chamada de “miscela completa”. Então, os canecos com sólidos meio exauridos sobem pelo lado esquerdo do extrator, e são atomizados com solvente numa região em que, o sólido e o solvente circulam em contracorrente de tal maneira que a “meia miscela” é obtida no fundo, enquanto os canecos com os sólidos 8 exauridos são descarregados no topo. Este tipo de extrator é utilizado em processos de extração de óleo de sementes. (b) Extrator Bonotto: consiste em uma coluna vertical dividida em compartimentos por pratos horizontais, onde cada prato tem uma abertura alternada em dois pratos consecutivos. Uma haste vertical com pás colocadas entre os pratos, raspam os sólidos, fazendo com que caiam para o prato inferior através da abertura. Os sólidos são alimentados pelo topo da coluna e descem, enquanto o solvente entra por baixo, e a miscela sai também pelo topo da coluna. O líquido e o sólido escoam em contracorrente. Estes extratores são usados para extrair óleo de sementes e frutas secas. (c) Extrator Hildebrandt: é um extrator de imersão, porqueos sólidos permanecem sempre imersos no solvente. É formado por 3 elementos dispostos em forma de U. Os sólidos são alimentados por uma abertura vertical e levados até o fundo por uma rosca, que transporta-os de uma rosca horizontal até outra rosca vertical. O sólido se movimenta devido aos parafusos, que têm sua superfície perfurada. Estes extratores são usados para a extração do açúcar de beterraba e de óleo de soja. Figura 3: Extrator horizontal contínuo de caneca Fonte: Dutta (2007). O extrator horizontal contínuo de caneca é um extrator de percolação com leito móvel formado por uma câmara de metal que contém uma série de cestas perfuradas, que contém os sólidos, que são atomizados com uma solução intermediária vinda do 9 fundo da câmara. A solução é drenada através dos sólidos enquanto as cestas movem. Então, um novo solvente chamado de “fresh” é atomizado próximo do final da câmara, quando este é drenado, a cesta é descarregada com novos sólidos e o processo recomeça. Neste processo, o solvente e o sólido circulam em contracorrente devido a uma série de bombas que atomizam a miscela em diferentes cestas. Figura 4: Extrator contínuo do tipo Rotocel Fonte: Dutta (2007). O extrator Rotocel é constituído por uma cesta horizontal dividida em compartimentos que apresentam um fundo perfurado, permeável ao líquido. A cesta gira lentamente em um eixo vertical e os sólidos são adicionados em cada compartimento na alimentação. Em seguida, esses compartimentos passam por alguns sprays de solvente, uma seção de drenagem e um ponto de descarga dos sólidos exaustos. É uma extração em contracorrente onde o solvente novo (“fresh”) é alimentado no último compartimento antes da descarga. Este tipo de extrator é mais usado na extração de açúcar e de óleos vegetais. 10 Figura 5: Extrator Soxhlet Fonte: Separação da Panacetina. Disponível em http://www.qmc.ufsc.br/organica/exp7/solido.html. Nesse tipo de extrator, há um recipiente de vidro onde deverá ser colocado o sólido a ser extraído, completamente envolto por um papel de filtro. O solvente evapora e condensa sobre o material sólido. Quando o solvente condensado ultrapassa um certo volume, ele escoa de volta para o balão, onde é aquecido, e novamente evaporado. Os solutos são concentrados no balão. O solvente, quando entra em contato com a fase sólida, está sempre puro, pois vem de uma destilação. 2.3 APLICAÇÕES INDUSTRIAIS Entre alguns dos exemplos de aplicações da extração sólido-líquido na indústria estão: Manufatura de chá e café instantâneo: como exemplos, na indústria de café solúvel; Extração de óleo e lipídeos animal e vegetal: como exemplo, na indústria de óleo de soja, sendo o hexano, o solvente utilizado; Obtenção de açúcar de beterraba; http://www.qmc.ufsc.br/organica/exp7/solido.html 11 Obtenção de extratos de origem animal e vegetal: em indústrias de processos biológicos; Obtenção de compostos orgânicos e inorgânicos: em indústrias metalúrgicas; Recuperação de urânio de minérios de baixo teor (com uso de soluções de ácido sulfúrico ou de carbonato de sódio); etc. Por exemplo, temos o processo de Extração sendo utilizado na indústria alimentícia, como mostrado abaixo na Figura 6. Figura 6: Fluxograma do processamento contínuo de óleos comestíveis. Fonte: Operações Unitárias – CEFET (2013). 12 3. REFERÊNCIAS BENNETT, C. O. (Carroll O.); MYERS, J. E. (John Earle). Fenômenos de transporte: quantidade de movimento, calor e massa. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. ÇENGEL, Y.A.; BOLES, M.A. TERMODINÂMICA. New York: McGraw-Hill. 7 ed. 2013. DUTTA, K.B. Principles of mass transfer and separation processes. Prentice-Hall. New Delhi, 2007. FOUST, Alan S. Princípios das operações unitárias. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1982. MORAN, M. J.; SHAPIRO, H. N. Princípios de Termodinâmica para Engenharia, LTC, 6ªEd., 2009. UGRI, Miriam C. B. A. EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO. UEM: Departamento de Engenharia de Alimentos. Operações Unitárias para a Indústria de Alimentos II. Maringá, PR: 2015.
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