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Compendio de Tocoginecologia Atual - edicao digital

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1 
 
 
 
 
EEEMMMBBBRRRIIIOOOLLLOOOGGGIIIAAA DDDOOO AAAPPPAAARRREEELLLHHHOOO GGGEEENNNIIITTTAAALLL 
FFFEEEMMMIIINNNIIINNNOOO 
 
MANOEL DE ALMEIDA MOREIRA 
 
INTRODUÇÃO 
Sabe-se hoje, seguramente, que o sexo cromossômico de um indivíduo é determi-
nado no momento da fertilização; no entanto, as gônadas permanecem em estado 
indiferenciado até a 4ª semana de vida, quando então, começará a migração das células 
germinais até o mesoderma intermediário, incorporando-se aos cordões sexuais, vindo a 
se constituir a gônada primordial (Fig. 1). 
Até o final da 6ª semana a gônada primitiva terá o mesmo aspecto, indiferenciado, 
comum a ambos os sexos. 
A diferenciação sexual gonadal ocorrerá em decorrência da ação de um fator de-
terminante testicular (TDF), presente no braço curto do cromossoma Y (TDF-Y). 
No caso do homem, por volta da 6ª e 7ª semana, sob influência do TDF-Y, os cor-
dões medulares se transformarão em testículos. Estando ausente o TDF na cortical 
gonadal ocorrerá o desenvolvimento dos ovários. 
Nas células de Sertoli, por volta do 48º dia, começará a ser produzida uma proteína 
de alto peso molecular denominada: hormônio inibidor mülleriano (HIM) que será 
responsável pela diferenciação da gônada masculina. No testículo fetal, com 60 dias de 
vida, começa a ocorrer a produção de testosterona (células de Leydig). Os dutos 
mesonéfricos ou de Wolff começam a amadurecer, enquanto que a genitália masculina 
assume gradativamente a sua forma fálica. 
Os órgãos urogenitais desenvolvem-se no embrião humano a partir do MESODER-
MA INTERMEDIÁRIO e estão intimamente interligados durante boa fase do desenvolvi-
mento embrionário. O aparelho renal constitui-se de três órgãos: PRONEFRO, MESONE-
http://materialenfermagem.blogspot.com
2 
 
FRO e METANEFRO; destes, apenas o mesonéfro participará do desenvolvimento genital 
do embrião feminino. Uma parte dará origem ao EPOÓFORO, primórdio ovariano; a outra 
parte ao mesossalpinge (ver MOREIRA, compêndio de Reprodução Humana- Ed. 
REVINTER). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 1 - Etapas da fecundação humana, desde a evolução, fertilização, nidação, até a fase embrio-
nária. (Mod. de Embriologia e Clínica. Moore e Persaud, 1994.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2 - Evolução, embrionária desde a primeira falha menstrual, embrião com duas semanas de vida 
(Mod. de Embriologia Clínica. Moore & Persaud, 1994.) 
 
http://materialenfermagem.blogspot.com
3 
 
O par de dutos PARAMESONÉFRICOS cresce como parte invaginada do epitélio 
celômico, ao nível da face externa da extremidade superior da margem mesonéfrica (Fig. 
3). Na extremidade caudal do mesonéfro, o duto paramesonéfrico, por volta do terceiro 
mês de vida, volta-se para dentro e entrecruza-se com o seu par do lado oposto, 
enquanto suas extremidades cegas produzem uma elevação da parede dorsal do seio 
urogenital, o tubérculo do seio mülleriano. Cada um dos ductos tem três segmentos: 
vertical, superior e inferior. O superior dará origem à trompa uterina; o inferior funde-se 
com o do lado oposto formando o primórdio úterovaginal. O estroma endometrial e o 
miométrio desenvolvem-se a partir do mesênquima circundante (Figs. 4 e 4.1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 3 - Esquema da transformação definitiva dos ductos mesonéfricos (wolffianos) e paramesonéfri-
cos (müllerianos). (Mod. Sanfilippo. Ginecologia Pediátrica e da Adolescência, 1994.) 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4 - Corte transverso de um embrião de três semanas, mostrando as três divisões do me-
soderma. A, âmnio, IM, mesoderma intermediário; NF prega neural; S, somito; mesoderma somático; 
SPM, mesoderma esplâncnico. (Mod. Ginecologia Pediátrica e da Adolescente. Suram, Lee & De-
whurst). 
AO - óstio tubário 
PMD - ducto paramesonéfrico 
OV - ovário 
MD - ducto mesonéfrico 
UVP - primórdio uretrovaginal 
U - útero 
V - vagina 
GD - ducto de Gartner 
PO - paraoóforo 
EO - epoóforo 
AV - hidátides de Morgagni 
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4 
 
O útero, trompas e vagina, muitas vezes estão ou são malformadas, principalmente 
no caso de SIMPODIA ou SERENOMELIA. 
O desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos independe dos ovários. Na fase 
indiferenciada, observa-se uma região de epitélio celômico com múltiplas camadas, já a 
partir da 5ª semana de vida, recobrindo toda a face interna da crista gonádica (mesonéfri-
ca). Os cordões sexuais primordiais, constituídos por extensões digitiformes dos cordões 
epiteliais, crescem em todo o mesênquima, o que acaba resultando na formação de um 
córtex externo e uma medula interna. Em embriões com caracteres femininos o córtex 
dará origem aos ovários, enquanto que a parte interna, medular, regride. Em embriões 
masculinos acontece que a parte cortical regride e a medular dá origem aos testículos. 
Em ambos os sexos, as gônadas serão envolvidas por uma túnica branco-nacarada 
(albugínea). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4.1 – A. Esboço de um embrião de cinco semanas ilustrando a migração das células 
germinativas primordiais do saco vitelino. B. Esboço tridimensional da região caudal de um embrião 
de cinco semanas, mostrando a localização e a extensão das cristas gonádicas na face medial das 
cristas urogenitais. C. Corte transversal mostrando o primórdio das glândulas supra-renais (glându-
las adrenais), as cristas gonádicas e a migração de células germinativas primordiais para as glându-
las em desenvolvimentos. D. Corte transversal através de um embrião de seis semanas, mostrando 
os cordões sexuais primários e os ductos paramesonéfricos em desenvolvimento. E. Corte seme-
lhante em fase posterior mostrando as gônadas indiferenciadas e os ductos mesonéfricos e para-
mesonéfricos (Mod. Tratado de Ginecologia - L.J. Copeland, 1993.) 
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Fig. 4.2 - Cortes esquemáticos ilustrando a diferenciação dos ovários. Na 12ª semana, os 
ovários começam a se desenvolver, na ausência de um cromossoma Y. Os cordões corticais esten-
deram-se do epitélio da superfície, deslocando os cordões sexuais primários centralmente no meso-
vário, onde formam a rede ovariana rudimentar. B, Na 20ª semana, o ovário mostra os folículos 
primordiais formados dos cordões corticais. C, Corte de um córtex ovariano de feto de 20 semanas, 
mostrando três folículos primordiais contendo oogônias. (Mod. Tratado de Ginecologia - L.J. Cope-
land, 1993.) 
Nos ovários o desenvolvimento é lento; alguns cordões sexuais primários invadem a 
medula gonádica; a maioria permanece ao nível do córtex ovariano (Fig. 4.1); desde essa 
fase embrionária observa-se que grupos de cordões primários circundam os oócitos 
primários, estacionados em seu crescimento na fase de: PROFASE, DA PRIMEIRA 
DIVISÃO MEIÓTICA, (Fig. 4.2), assim permanecendo após o nascimento, reduzindo-se 
aproximadamente de dois milhões para 40.000, por toda a fase da infância até a menarca. 
Calcula-se que durante a menacma apenas quatrocentos se desenvolverão até oócito 
SECUNDÁRIO, um em cada ciclo ovulatório. 
Os ovários descem para o interior da pequena pélvis, eram perirrenais, ocupando a 
fosseta justauterina de cada lado. Através do mesovário a gônada é unida à face interna 
da prega mesonéfrica, enquanto que a prega inguinal vai unir-se à parede abdominal 
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6 
 
ventral. Da prega inguinal desenvolve-se um gubernáculo, que mais tarde vai unir-se ao 
útero, de cada lado, dando origem, na sua parte inferior, ao ligamento redondo, enquanto 
que da parte superior surge o ligamento ovariano (Fig. 14). 
Na formação peritôniovaginal surge, temporariamente,uma invaginação peritoneal 
que geralmente sofre obliteração definitiva; quando o fechamento não é completo forma-
se uma herniação conhecida como CANAL DE NUCK. 
As glândulas acessórias uretrais e parauretrais permanecem em estágio rudimentar, 
sem função. 
As anomalias do sistema urogenital feminino em geral são complexas, pois resultam 
da união defeituosa ou ausência dos dois ductos müllerianos, o que poderá originar 
duplicação completa ou incompleta do útero, colo e vagina (Fig. 15). 
A genitália externa humana segue indiferenciada até a 12ª semana de gestação. 
Por volta da 8ª semana, no final do período embrionário, a parte superior da mem-
brana cloacal, no seu interior, segue crescendo; a uretra, em forma de membrana, 
interligando ânus, períneo e vagina (vestíbulo) (Figs. 10, 11, 12 e 13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 5 - Genitália interna, feminina, com 13 semanas (extensão calvário-
nádegas, 101mm). CL clitóris; OV, ovário; U, útero; UT, trompa uterina; V, vagina. 
(Mod. Ginecologia Pediátrica e da Adolescente. Suram, Lee & Dewhurst, 1964.) 
O meato uretral, a abertura vaginal, as glândulas de Bartholin e bulbo vestibular 
completam a formação do intróito vaginal. O falo dará origem ao clitóris. 
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Quadro 2 - CRONOLOGIA DOS VÁRIOS COMPONENTES DO SISTEMA GENITAL. 
Idade de 
Fertilização 
Extensão Calvário- 
Nádega (mm) 
Resultado do Desenvolvimento 
Dias 
Tempo zero 
24-25 
 
33-36 
41-43 
 
 
56 
 
Semanas 
10 
12 
16 
18 
Período perinatal 
Recém-nato 
Infância a puberdade 
Período reprodutor (cerca 
de 15-50 anos) 
Após menopausa 
 
---- 
2,5-4,5 
(13-20 somitos) 
7,-9,0 
11,0-14,0 
 
 
27,0-31,0 
 
61 
87 
140 
160 
---- 
---- 
---- 
---- 
 
---- 
 
Estabelecido o sexo cromossômico 
Células germinativas primordiais; o tubérculo 
genital desenvolve-se na Gônada não-
diferenciada 
CCélulas germinativas primordiais incorpora-
das nos cordões sexuais primários; ducto pa-
ramesonéfrico (mülleriano); mamilos; septo 
urogenital funde-se com a membrana cloacal; 
a membrana urogenital se rompe (embrião de 
15 mm) 
A membrana anal se rompe; a despeito da 
semelhança do feto humano, a genitália ex-
terna ainda tem aspecto ambíguo 
Ovário e vagina se diferenciam 
Genitália externa distinta 
Folículos primordiais 
Clitóris relativamente grande 
O hímen se rompe 
2 milhões de oócitos primários nos ovários 
Regressão dos oócitos primários; cerca de 
400.000 permanecem na puberdade 
Apenas cerca de 400 oócitos secundários são 
expedidos, um de cada vez, por ocasião da 
ovulação. 
Os órgãos reprodutores regridem gradativa-
mente. 
FONTE: Dados retirados Ginecologia Pediátrica e da Adolescência. Suram, Lee e Dewhurst, 1964.). 
 
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8 
 
Após a décima semana de gravidez surge uma proliferação epitelial ao nível do seio 
urogenital, nas cercanias do tubérculo sinusal, que mais tarde dará origem ao hímen; este 
mesmo epitélio proliferativo cresce para cima, formando um espessamento achatado, em 
forma de placa, da qual surgirão os primórdios da vagina, por recanalização, no sentido 
das duas extremidades. Os fórnices vaginais surgem a partir da parte superior da placa 
vaginal; da extremidade inferior forma-se o hímen. A parte superior do hímen (vaginal) é 
revestida por epitélio pavimentoso estratificado (quadro 3). O seio urogenital segue 
encurtando-se, ao cabo do que originará o vestíbulo vaginal, que se abre na superfície, 
por entre as pregas genitais (Figs. 6, 7, 8, 9, 9.1 9.2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6 - EMBRIOLOGIA DO APARELHO GENITOURINÁRIO FEMI-
NINO (Mod. BARRIERE P., L’HERMITE A. et LOPES P. - Embryologie génital 
féminin. - Encycl. Chir. (Paris-France), Gynécologie, 110 A10, 3-1990, 11 
p.,1977 
A - Embrião de 7 semanas, esquema frontal do aparelho urinário 
B - Embrião de 8 semanas, esquema frontal do aparelho genital uriná-
rio 
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Fig. 7 - EMBRIOLOGIA DO APARELHO GENITOURINÁRIO FEMI-
NINO. 
Embriologia de 9 semanas, vista lateral mostrando os tubérculos de 
Müller e a parte posterior do seio urogenital. (Mod. BARRIERE P., 
L’HERMITE A. et LOPES P. - Embryologie génital féminin. - Encycl. Chir. (Pa-
ris-France), Gynécologie, 110 A10, 3-1990, 11 p., 1977.) 
 
 
 
 
 
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Fig. 8 - EMBRIOLOGIA DO APARELHO GENITOURINÁRIO FEMI-
NINO. 
Esquema do desenvolvimento perineal de fetos de: 
A - 5 semanas, B - 8 semanas, C - 9 semanas. (Mod. BARRIERE P., 
L’HERMITE A. et LOPES P. - Embryologie génital féminin. - Encycl. Chir. (Pa-
ris-France), Gynécologie, 110 A10, 3-1990, 11 p., 1977) 
 
 
 
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Fig. 9 - DESENVOLVIMENTO ESQUEMÁTICO DOS GENITAIS FE-
MININOS. A - com 9 semanas, B - com três meses, C - com 8 meses. (Mod. 
BARRIERE P., L’HERMITE A. et LOPES P. - Embryologie de l’appareil génital 
féminin. - Encycl. Méd. Chir. (Paris-France), Gynécologie, 110 A10, 3-1990, 
11p., 1977.) 
 
 
 
 
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Fig. 9.1 - EMBRIOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO. 
Em A vê-se esquematicamente o aparelho urogenital de um feto de 12 
semanas, em B vê-se o aparelho genital de um recém-nascido. (Mod. 
BARRIERE P., L’HERMITE A. et LOPES P. - Embryologie de l’appareil génital 
féminin. - Encycl. Méd. Chir. (Paris-France), Gynécologie, 110 A10, 3-1990, 
11p., 1977.) 
 
 
 
http://materialenfermagem.blogspot.com
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Fig. 9.2 - De A a D, Vê-se esquematicamente o desenvolvimento do 
útero e vagina. (Mod. BARRIERE P., L’HERMITE A. et LOPES P. - Embryo-
logie de l’appareil génital féminin. - Encycl. Méd. Chir. (Paris-France), Gyné-
cologie, 110 A10, 3-1990, 11p., 1977.) 
 
 
 
 
 
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Fig. 10 - A, B, Diagramas ilustrando o desenvolvimento dos genitais 
externos durante o estágio indiferenciado (4ª a sétima semana). C-E, estágios 
no desenvolvimento da genitália externa feminina nas 9ª, 11ª e 12ª semanas, 
respectivamente. (Mod. Tratado de Ginecologia. L.J. Copeland, 1993.) 
 
 
 
 
 
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Fig. 11 - Aspecto da fase indiferenciada da genitália de um embrião. Segue-se a diferenciação. 
(Mod. F. Netter, 1988.) 
http://materialenfermagem.blogspot.com
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Fig. 12 - Fase primária da indiferenciação gonádica genital. (Mod. de 
Gravidez. P. M. Motta e S. Makabe). 
 
 
 
 
 
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Fig. 13 - Fase primária da indiferenciação gonádica comum a todos os embriões, seguidos da dife-
renciação sexual genital. (Mod. F.Netter, 1988.) 
http://materialenfermagem.blogspot.com
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Fig. 14 - Remanescentes do tubo mesonéfrico presente na puberdade. (Mod. Sanfilippo. Gineco-
logia Pediátrica e da Adolescência). 
 
 
 
 
 
 
 
AV  ‐ hidátide de Morgagni 
CTM   ‐ tubos mesonéfricos superiores 
EO   ‐ epoóforo  
PO   ‐ paraoóforo 
CMD   ‐ remanescentes do ducto mesonéfrico superior 
GDC   ‐ ducto de Gartner, 1994. 
http://materialenfermagem.blogspot.com
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 15 - Classificação dos úteros comunicantes (Mod. Ginecologia Pediátrica e da Adolescente. 
Sanfilippo, Muram, Lee, Dewhurst, 1994.) 
http://materialenfermagem.blogspot.com
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16 - Detalhamento dos tipos de malformações uterinas. (Mod. Reproductive System F. Netter, 
1988.) 
http://materialenfermagem.blogspot.com
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Fig. 16.1 - Detalhamento da inter-relação anatômica da disposição intervesical. (Mod. Reproductive 
System F. Netter, 1988.) 
http://materialenfermagem.blogspot.com
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Fig. 16.2 - Aspecto esquemático da visão da vulva, e tipos de hímen. (Mod. Reproductive Sys-
tem F. Netter, 1988.) 
http://materialenfermagem.blogspot.com
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16.3 - Desenho dos genitais externos femininos (Mod. Tratado de Ginecologia - L.J. Cope-
land, 1993.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://materialenfermagem.blogspot.com
24 
 
Quadro 3 - TIPOS DE HÍMEN COMUMENTE OBSERVADOS* 
Hímen Aberturas Himenais Ilustrações? 
 
 
I. Anular; circular; lunar 
 
 
Em forma circular de lua 
 
II. Bifenestrado; bifurado 
 
Aberturas duplas, lado a lado, 
com um septo entre as mes-
mas 
 
III. Crescêntico 
 
Em forma de meia-lua 
IV. Cribiforme; fenestrado Muitas aberturas pequenas 
V. Denticular; franjada Margem serrilhada (como na 
mulher que pariu) 
VI. Falciforme Em forma de foice 
VII. Imperfurado Nenhum; orifício vaginal total-
mente fechado 
VIII. Infundibuliforme Abertura central com margens 
inclinadas 
IX. Septado Abertura dividida por um septo 
estreito 
X. Subseptado Abertura parcialmente bloque-
ada por um septo que sai de 
uma das margens, porém não 
atinge a outra 
* Após o coito, os remanescentes do hímen rompido são conhecidos como carúnculas himenais. 
Todas as ilustrações (I-X) mostram o estado do hímen em uma criança de três anos de idade. Os 
pequenos lábios (LM) estão muitos repuxados para o lado; as aberturas himenais (HY) estão dramaticamen-
te exageradas. GC, glande clitoridiana; meato urinário. 
FONTE: Dados retirados parcialmente de Anson BJ (ed). Morris’ Human Anatomy. 12th ed. New 
York: McGRaw-Hill, 166, p. 1523. (Mod. Sanfilippo. Ginecologia Pediátrica e da Adolescente). 
http://materialenfermagem.blogspot.com
25 
 
EMBRIOLOGIA 
RESUMO DIDÁTICO 
O trato genital humano tem origem comum; genitais internos e rins primitivos são 
derivados do mesênquima intra-embrionário intermediário (mesoderma intermediário); 
didaticamente priorizaremos três setores da organogênese genital feminina: 
a - Origem dos ovários 
b - Origem dos genitais internos 
c - Origem da genitália externa. 
Após a fecundação, ainda na fase de somitos (± 3 semanas) o embrião é trilaminar: 
1 - Ectoderma, em relação com a cavidade amniótica 
2 - Endoderma, em relação com a cavidade vitelina 
3 - Mesoderma, situada entre os dois folhetos anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 1 - Estrutura do embrião humano no estádio de 7-8 somitos (18 a19 dias após a fer-
tilização) (Mod. Ginecologia da Infância e Adolescência - Tourinho B. Moreira, 1977.) 
 
 
http://materialenfermagem.blogspot.com
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2 - O mesoderma intra-embrionário - interpõe-se entre ecto e endoderma, ao longo 
do tubo neural em formação (Mod. Ginecologia da Infância e Adolescência - Tourinho B. Moreira, 
1977.) 
 
TERMINOLOGIA 
Ovo: idade entre a fecundação e a 3ª semana 
Embrião: idade entre a 3ª e 8ª semana 
Feto: idade entre a 9ª semana até o nascimento. 
CORDÃO UROGENITAL: é o próprio mesoderma intermediário; dele se originam: 
rins, ureteres, trompas, útero, 1/3 superior da vagina e vias excretoras espermáticas. 
ORIGEM DOS OVÁRIOS 
Por volta da 5ª semana de vida ocorre, na superfície ventromediana da crista uroge-
nital, um espessamento que passa a ser chamado cordão urogenital, com duas saliên-
cias: eminência genital e eminência nefrogênica. 
Da eminência genital se originará o mesovário (mesórquio). 
O epitélio celomático, de origem mesenquimal, sofre intensa proliferação transfor-
mando-se em epitélio germinativo. 
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Até a 6ª semana de vida as gônadas são indistinguíveis; tanto poderão ser ovários 
como testículos (Fase sexual indiferenciada: gônadas primitivas). 
Os ovários, na fase indiferenciada, passam por um estágio, dos cordões germinati-
vos, idêntica à gênese dos testículos; por isso fala-se na geração masculina do brotamen-
to ovariano; é a primeira geração de cordões (6ª semana). 
Por volta da 28ª semana (7º mês), com o sexo genético definido, aporta-se uma se-
gunda geração de células germinativas, encorpando-se à primeira. Forma-se assim a 
zona neogênica ovariana (neocortical), na qual se encontram dispersas, irregularmente, 
células germinativas e oogônias, formando figuras esféricas (ovócitos sinápticos). Ao 
término de 28 semanas, essas esferas conjunturais se separam, passando as células 
germinativas a delimitar cada ovócito, quando passam a se chamar células granulosas, 
originando-se os folículos primários que preenchem os ovários; tal crescimento só se 
interrompe quando se forma a albugínea ovariana. 
ORIGEM DOS GENITAIS INTERNOS 
A fase embrionária dos rins dá origem posterior aos genitais, nos dois sexos, a partir 
de dois esboços primários: pronefro e mesonefro até o estágio definitivo, chamado 
metanefro. Com o crescimento embrionário, o pronefro sofre gradual involução e, antes 
que se transforme em estrutura residual, já se inicia a formação do seu substituto, o 
mesonefro, já dotado de maior número de unidades funcionais superpostas (trata-se do 
rim primitivo ou corpo de Wolff). O mesonéfro participa do desenvolvimento das vias 
genitais masculinas, enquanto que na parte feminina involui e torna-se residual (canal de 
Gartner). 
O metanefro será o rim definitivo em ambos os sexos. 
Na formação dos genitais femininos, o canal de Wolff leva à diferenciação de impor-
tante estrutura, o chamado Ducto de Müller ou ducto para-wolffiano, que dará origem à 
tuba uterina, útero e 1/3 superior da vagina. Os ductos de Müller formam-se nos dois 
sexos, assim como os de Wolff, entretanto, os de Müller, no sexo masculino, sofrem 
regressão e restam, ao nascer, como utrículo prostático (“útero e vagina masculinos”). 
Nas mulheres, os ductos de Müller têm os 2/3 caudais soldados medianamente (em-
brião de 23 mm, próximo da 8ª semana de vida), enquanto que o 1/3 cefálico lateraliza-se, 
indo constituir as tubas primitivas, ao tempo em que a parte que se uniu medianamente 
dará origem ao útero e vagina, terminando na forma rudimentar deum tubérculo, que uma 
vez em contato com o seio urogenital forma o tubérculo de Müller. Neste ponto de 
encontro, do seio com o tubérculo, define-se a origem do hímen. 
 
 
 
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Fig. 3 - Resíduos embrionários wolffianos. Fusão dos ductos de Müller (Mod. Ginecologia da Infân-
cia e Adolescência - Tourinho B. Moreira, 1977.) 
Hidátide de Morgagni: formação embrionária pediculada, originada das fimbrias 
tubárias (epitélio celomático = 11ª semana de vida), sem função fisiológica definida. 
A parede mediana, que individualizava os dois ductos de Müller, fundidos no 1/3 
caudal, acaba desaparecendo, reabsorvida, dando como resultado o aparecimento de 
cavidade triangular única; na parte superior teremos o útero e na inferir a vagina. De 
forma anômala, a reabsorção dessa parte fundida dos ductos de Müller não acontece, por 
inteiro ou em partes, surgindo em seus lugares, no futuro, os septos, uterinos e/ou 
vaginais, parciais ou totais. 
ORIGEM DO EPITÉLIO VAGINAL 
É polêmica; existem 5 teorias tentando definir a origem: 
Vejamos algumas delas: 
1 - FORSBERG: 2/5 da vagina têm epitélio originado do seio urogenital e 3/5 cefáli-
cos e ectocervicais são epitelizados a partir dos ductos de Müller. 
2 - ZUKERMAN, RAYNAUD e JUILARD: acham que o epitélio da vagina e do colo 
tem origem única no seio urogenital. 
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DEMARCAÇÃO ETÁRIA 
Para fins didáticos, na 12ª semana de gestação (3º mês) já teremos definidos os 
sexos, do ponto de vista orgânico; os ductos de Wolff (M) e Müller (F) já estão transfor-
mados nas respectivas genitálias masculina (M) e feminina (F). 
O testículo fetal exerce presença marcante; se existe, o ducto de Müller involui e o 
de Wolff se desenvolve; na sua ausência, desenvolve-se a genitália mülleriana (feminina). 
LIGAMENTOS ANEXIAIS 
As gônadas derivam do mesoderma intermediário; das porções caudal e cefálica do 
mesênquima indiferenciado formam-se os ligamentos ovarianos (2), enquanto que a parte 
caudal, mais longa, se inflexiona ao chegar ao ponto de união dos ductos müllerianos, 
dirigindo-se para cada lado, formando os ligamentos ovarianos e redondos (2). 
ORIGEM DA GENITALIA EXTERNA 
Em embriões de 6 a 7 semanas de vida, ± 13 mm de comprimento, já se nota o sur-
gimento da genitália externa, ainda na fase indiferenciada. 
Surge uma saliência mediana chamada tubérculo genital (que originará o pênis ou o 
clitóris). 
Iniciando-se a sétima semana (± 17mm) ocorre a fusão do septo urorretal com a 
membrana cloacal, rompendo-se a membrana urogenital, permitindo a comunicação entre 
o seio urogenital e o sulco urogenital. 
As tumefações genitais involuem para bolsa escrotal, enquanto que o tubérculo geni-
tal origina o pênis e por volta da 11ª semana (45 mm) já se observa a genitália masculina 
completa. 
Enquanto que nas mulheres os pequenos embriões, com ± 9 semanas (25 mm), a 
genitália ainda é ambígua, demorando-se até ± 12 semanas (50mm) para completar-se a 
diferenciação que caracteriza as fêmeas; vagina, hímen e vulva já são absolutamente 
inconfundíveis. O tubérculo genital estacionou, transformando-se em clitóris, as tumefa-
ções genitais originarão os grandes lábios, enquanto que as pregas cloacais assumem a 
forma de pequenos lábios. As glândulas de Skene e Bartholin, derivados do endoderma, 
evoluem no vestíbulo, completando-se a genitália. 
O desenvolvimento dos genitais femininos, internos e externos, não depende dire-
tamente da ação hormonal, diferentemente do sexo masculino, cujo desenvolvimento 
genit 
al é hormônio- dependente. 
DEFEITOS CONGÊNITOS 
Qualquer irregularidade anatômica, estrutural e funcional, presente ao nascer, é 
considerada como defeito congênito. 
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Morfologicamente os defeitos congênitos são classificados como: 
• Malformação: todo órgão que apresente irregularidade na sua forma, parcial ou 
total, será considerado malformado (ex. agenesia uterina). 
• Deformação: trata-se de defeito na forma ou posição de um órgão ou parte do 
corpo, em decorrência da ação de fatores extrínsecos ou intrínsecos (ex. pé torto 
congênito). 
• Disruptura: condição clínica que resultou em defeito morfológico de um órgão ou 
parte do corpo, na vigência de ação externa que interferiu no processo de desenvolvimen-
to normal do mesmo. 
• Displasia: é a disposição atípica, anômala, das células que constituem um tecido 
ou parte dele. 
ETIOPATOGENIA DOS DEFEITOS 
CONGÊNITOS 
Os defeitos congênitos surgem na presença de 2 fatores adversos: 
DOENÇAS GENÉTICAS 
São alterações patológicas originadas em deformações gênicas; tais como: 
DOENÇAS MENDELIANAS 
• Autossômicas Dominantes 
 Recessivas 
• Ligadas ao Fator X 
DOENÇAS GENÉTICAS 
MULTIFATORIAIS 
• Doenças cromossômicas De número 
 Estruturais 
• Teratógenos 
São múltiplas causas ou agentes capazes de, por si só, durante a embriogênese, 
produzir ou provocar, em órgãos do corpo em formação, alterações estruturais ou 
funcionais permanentes. 
DOENÇAS MENDELIANAS 
AUTOSSÔMICAS 
São desordens monogênicas causadas por alelo mutante ou par de alelos, em um 
único locus gênico. Podem ser divididas tais deformidades em: 
Doenças autossômicas dominantes 
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Doenças autossômicas recessivas 
As doenças autossômicas dominantes estarão presentes em todas as gerações, 
ou na maioria delas. 
Ambos os sexos serão afetados. 
As formas da doença poderão variar de intensidade; assim, em cada geração afeta-
da a expressão clínica poderá ser completamente diferente da anterior. 
Na dominância poderão surgir em qualquer geração diretamente relacionada ao ra-
mo familiar prevalente as formas da malformação. 
Em casais consangüíneos (parentes diretos) o aparecimento das doenças congêni-
tas é esperado e provável e os dois sexos poderão vir a apresentar defeitos herdados. 
DOENÇAS MENDELIANAS DOMINANTES LIGADAS AO FATOR X 
São as mais raras, felizmente. 
As mulheres são duplamente afetadas e de forma mais freqüente, sendo que 50% 
têm a chance de ter um filho ou filha afetada. 
Os homens, quando atingidos, apresentam a forma mais grave da doença; seus fi-
lhos estarão livres, entretanto, as filhas receberão a doença na sua totalidade. 
DOENÇAS MENDELIANAS RECESSIVAS LIGADAS 
AO FATOR X 
O sexo masculino será o principal envolvido na exteriorização da doença. 
As mulheres portadoras da disgenesia apenas transmitem a herança: 
Em 100% para as filhas 
Em 50% para os filhos. 
A eventual mutação genética de origem de extrínseca, não presente em todas as 
gerações familiares, não se repetirá nas futuras descendências. Quando surge, trata-se 
de um caso isolado. 
DOENÇAS GENÉTICAS MULTIFATORIAIS 
A interação de fatores ambientais, alimentares e profissionais, com alterações gené-
ticas, poderá desencadear doenças multifatoriais, na dependência, também, da suscepti-
bilidade individual de cada indivíduo. 
DOENÇAS GENÉTICAS DE ORIGEM CROMOSSÔMICA POR ALTERAÇÃO DE 
NÚMERO 
As mudanças no número de cromossomos padrão (23 pares), para mais, ou menos, 
resultarão em indivíduos com defeitos congênitos ditos de origem numérica: 
Aneuploidias: acréscimo ou falta de cromossomo; 
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Poliploidias: acréscimo ou falta de cromossomos; 
Monossomias: falta um dos pares de cromossomos. 
Tais alterações genéticas de origem numérica sofrem influências, incremento, com o 
avançar da idade materna. 
DOENÇAS GENÉTICAS DE ORIGEM CROMOSSÔMICA POR ALTERAÇÕES ES-
TRUTURAIS 
São doenças gênicas que surgem na dependência de desestrutura ou rearranjo do 
materialgenético de um indivíduo. 
As alterações estruturais mais freqüentes são: 
• Translocações: troca de material genético entre dois cromossomos, entre seus 
braços, longos e curtos. 
• Deleções: perda da cromatina de um cromossomo. 
• Inversões: quebra-se um dos braços, com inversão da porção quebrada que as-
sume outra posição. 
• Isocromossomos: em um cromossomo ocorre a duplicação de um de seus braços, 
enquanto que o outro é perdido. 
• “Marker”: no remanejo estrutural cromossômico surgem pedaços desgarrados. 
• Cromossomo em Anel: ao se reestruturarem, os telômeros de braços curtos e 
longos dos cromossomos assumem uma forma anelada. 
• Sítios Frágeis: presentes nas culturas cromossômicas especiais e que indicam os 
locais de fraturas. 
O ginecologista, como clínico, depara-se freqüentemente com questões interligadas 
à genética, daí a necessidade dessa atualização dirigida, sobretudo em casos de 
dificuldade reprodutiva, consangüinidade e más-formações genitais. 
Presentes na clínica estão também as amenorréias e a menopausa precoce, desafi-
ando o tirocínio do ginecologista desde o seu diagnóstico. 
Especial atenção do especialista merece o conhecimento da inter-relação entre a 
genética e o câncer ginecológico, pois a biologia molecular aponta o caminho da 
compreensão, propedêutica prevenção e terapêutica; acolher seus ensinamentos 
representa garantia de sucesso. 
Sabe-se hoje que as mutações gênicas de origem somática podem desencadear 
proliferações nucleares e celulares que, evoluindo, conduzem à oncogênese. Assim, o 
Screening clínico associará, à história familial, achados de biologia molecular para definir 
estratégias que subsidiarão a abordagem dos casos de potencial oncogênico. Dentre tais 
tipos de patologia estão os cânceres de mamas, ovários, etc. 
 
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Quadro 4 - CRONOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DO APARELHO GENITAL. 
Idade 
(em semanas) 
Tamanho 
em mm CCR Forma do Corpo Aparelho Urogenital 
2.5 1.5 
Disco embrionário; Linha primiti-
va; Notocorda; Sulcos neural 
esboço. 
 
Presença do alantóide 
3.5 2.5 
SOMITOS - um a dez; Arcos 
branquias - um e dois 
Todos os túbulos pronéfricos forma-
dos. 
Ductos pronéfricos crescendo cau-
dalmente 
Cloaca e membrana cloacal. 
4.0 5.0 
Arcos branquiais completos. 
Todos os somitos (40). 
Esboços dos membros; Corpo 
fletido (forma de “C”). 
Pronefro degenerado. 
Ducto pronéfricos (mesonéfrico) 
alcança cloaca. 
Mesonéfro em rápida diferenciação; 
primórdio de metanefro. 
5.0 8.0 
Cordão Umbilical organizado; 
Depressões nasais. 
Cauda proeminente. 
Coração, fígado e mesonéfro 
protuberantes. 
mesonefro alcança seu limite cau-
dal. 
Eminência genital abaulada. 
6.0 12.0 
Cabeça domina em tamanho; 
Marcada flexão cervical; mem-
bros diferenciados. 
Mesonefro no pleno desenvolvimen-
to; aparece o ducto de Müller; Gô-
nadas e tubérculos genitais salien-
tes; Cloaca subdivida. 
7.0 17.0 
Seios cervicais obliterados; de-
dos indicados, calda em regres-
são 
Tubos coletores do metanefro em 
ramificação, bexiga e uretra, sepa-
radas do reto, ruptura da membrana 
uretral. 
8.0 23.0 Cabeça em elevação, atingindo 
o estado fetal 
Testículos e ovários distintos, duc-
tos müllerianos alcançando o seio 
urogenital. 
10.0 40.0 Cabeça ereta, pregas ungueais, 
hérnia umbilical reduzida. 
Rim capaz de secretar, bexiga ex-
pandida, ducto genital do sexo o-
posto em regressão, glândulas bul-
bo uretrais e vestibulares já apare-
cendo, saco vaginal formado. 
12.0 56.0 Sexo externo já determinado 
Próstata e vesícula seminal, vísce-
ras ocas ganhando camada muscu-
lar. 
16.0 112.0 Fase semelhante à humana 
Rim atinge forma típica, testículo em 
posição para descer, útero e vagina 
reconhecíveis. 
20.40 
(cinco a dez 
meses) 
160.0 a 
360.0 
Lanugo, vernix caseosa Vagina adquire lume, glândulas 
uterinas presentes 
(Mod. Ginecologia da Infância e Adolescência - Tourinho B. Moreira, 1977.) 
Para mais detalhes procurar bibliografia especializada. 
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34 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
BOSCH, AA. SIBINA, JB. - Reproducion Ediciones Torray SA. Barcelona, 1973 
COHEN, JEAN. - Las Esterilidades Masculinas. Ed. Toray - Masson. Barcelona, 1974 
COPELAND, L.J. - Tratado de Ginecologia. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1993 
GIRÃO, M.J.B., LIMA, GR, BARACAT EC. - Uroginecologia. E. Artes Médicas Ltda. São 
Paulo, 1997 
JOHNSON MH, EVERITT BJ. Essential Reproduction – 2ª edição. Ed. Blackwell Science 
Ltda. London-UK, 1995 
JONES, JR. HW, ROCK, JA. - Reparative And Constructive Surgery Of The Female 
Generative Tract. Waverly Press. Inc. Baltimore. USA, 1993 
MOREIRA, M.A. Compêndio de Reprodução Humana. Cap. IV. Ed. REVINTER, Rio de 
Janeiro, 2000. 
NILSSON, L. A CHILD, IS BORN. - Dell Publishing. New York, 1993 
PIATO S. Tratado de Ginecologia. Ed. Artes Médicas. São Paulo, 1997 
TOURINHO, B.M. - Ginecologia da Infância e Adolescência. Fundo Editorial BYK-
PROCIENX. São Paulo, 1977 
VIANA LC, GEBERS, MARTINS M. Ginecologia. Ed. Medsi. Rio de Janeiro, 1998 
VITIELLO, N. - Reprodução e Sexualidade. CEICH. São Paulo, 1994 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FFFUUUNNNDDDAAAMMMEEENNNTTTOOOSSS DDDEEE AAANNNAAATTTOOOMMMIIIAAA DDDOOO 
AAAPPPAAARRREEELLLHHHOOO RRREEEPPPRRROOODDDUUUTTTOOORRR FFFEEEMMMIIINNNIIINNNOOO   
MANOEL DE ALMEIDA MOREIRA 
 
INTRODUÇÃO 
É importante para o estudo da medicina que o médico retenha conhecimento ele-
mentares sobre anatomia, topografia parietal e visceral para que ele possa, em qualquer 
especialidade, localizar a origem dos sintomas e a evolução das patologias. 
Do ponto de vista topográfico, o abdome está subdividido da seguinte forma: (Fig. 1). 
 
 
 
Hipocôndrio D 
Abdome superior Epigástrio 
Hipocôndrio E 
 
Região lombar D 
Abdome médio Região umbilical 
Região lombar E 
 
Fossa ilíaca D 
Abdome inferior Hipogástrio 
Fossa ilíaca E 
 
Fig. 1 - Disposição topográfica da pélvis 
feminina em relação ao abdome. (Mod. L.J. Co-
peland. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
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Removida a parte cutânea, e tela subcutânea, a camada muscular está constituída 
de conjuntos músculoaponeuróticos, vasos e nervos, que precisam ser conhecidos pelo 
cirurgião (Fig. 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2 - Descrição dos músculos e tendões da parte anterior do abdome. (Mod. L.J. Co-
peland. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
Ultrapassada a vigorosa camada dos músculos retos abdominais, o operador cai no 
recesso da sua bainha posterior, momento em que já são visíveis as espinhas ilíacas 
ântero-superiores e os ligamentos inguinais (ligamento de Poupart) (Fig. 3). 
 
 
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Fig. 3 - Disposição da 2ª camada de músculos e tendões da parede anterior do abdome. 
(Mod. L.J. Copeland. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
PÉLVIS ÓSSEA 
A pélvis é a base óssea sólida sobre a qual se fixam o tronco e os membros inferiores. 
Sua constituição é a seguinte: 
QUADRIL 
Compõe-se de 2 grandes ossos ilíacos, dispostos lateralmente, um de cada lado, 
formando um arcabouço fechado ao se unirem anteriormente ao púbis e posteriormente 
ao sacro (acetábulo). 
Para a constituição do ilíaco, juntam-se 3 ossos: ílio, ísquio e púbis. 
 
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ÍLEO 
Osso superior (Fig. 5) composto de duas partes: corpo e asa, com vários pontos de 
referência. 
• Espinha ilíacaântero-superior serve de reparo ao ligamento inguinal (Fig. 5-A) 
• Espinha ilíaca posterior traça o limite ósseo a partir da segunda vértebra sacral. 
• Crista ilíaca vai desde a espinha ilíaca ântero-superior até a póstero-superior. 
ÍSQUION 
É composto de um corpo (Fig. 5-A), com ramo superior e inferior. 
• O corpo forma parte do acetábulo (Fig. 5-B). 
• O ramo superior, posterior e inferior ao corpo. 
• O ramo inferior funde-se ao ramo inferior do púbis. 
• A espinha isquiática (Fig. 6) separa a grande incisura, da pequena incisura. 
• A tuberosidade isquiática é a parte inferior do osso ísquion, sobre o qual os seres 
humanos se sentam (Fig. 6). 
PÚBIS 
Osso impar constituído de 2 ramos que interligados, tomam o nome de sínfise púbi-
ca, cartilaginosa e sem cápsula ou sinóvia. 
A parte superior da sínfise chama-se crista púbica e dela partem o ligamento inguinal 
e o tendão conjunto (Fig. 6). 
SACRO 
Osso único maciço, com forma triangular com base voltada para cima. Trata-se da 
fusão de cinco vértebras, que em conjunto recebem lateralmente os ossos ilíacos de 
forma articulada. 
Sua extremidade ântero-superior chama-se Promontório, encurvada para dentro da 
pélvis, torna-se proeminente, reduzindo de forma anatômica o diâmetro do estreito 
pelviano (Fig. 6) 
CÓCCIX 
Trata-se de um conjunto de 4 vértebras rudimentares, se articulam com o sacro, 
formando a articulação sacrococcígea (Fig. 6). 
Do ponto de vista anatômico e topográfico, é importante que o médico reconheça 
essas estruturas de fora para dentro e com a paciente deitada. 
Como alerta importante, para o cirurgião pouco atento a anatomia, sobretudo da 
vascularização dos músculos, chamaríamos a atenção para a localização dos vasos 
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epigástricos inferiores, situados na parte mediana inferior do músculo reto e que, por não 
estarem visíveis, são freqüentemente lesados, instalando-se hematoma de forma lenta e 
insidiosa (Fig. 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4 - Cortes transversais da parede abdominal acima e abaixo da linha arqueada. 
(Mod. L.J. Copeland. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 5 - Pélvis óssea. A. Vista medial. B. Vista lateral do osso ilíaco. 
(Mod. Barron’s. Atlas of Anatomy, 1997.) 
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Tal conjunto forma, na sua parte inferior, o que conhecemos como Diafragma Pélvi-
co, ou Pélvis verdadeira; a parte superior, delimitada pela linha imaginária ileopectínea, é 
também conhecida como Falsa Pélvis. 
A Falsa Pélvis, constituída pela fossa ilíaca, vértebras lombares e parede abdominal, 
dá continuidade ao que chamamos de pélvis abdominal, e é onde estão contidas as 
vísceras genitais (Fig. 5). 
Além da parte óssea estrutural, o cirurgião deverá considerar o trajeto dos grandes 
vasos abdominais pélvicos, pois tal conhecimento será de grande valia nas cirurgias 
radicais. 
- PÉLVIS PARIETAL 
Está constituída por ossos, músculos, vasos, nervos, tendões, ligamentos, conjunto 
que alberga, em seu interior, as vísceras pélvicas. 
Pélvis Óssea (Fig. 6). 
• Dois ossos do quadril (pares) 
• Sacro 
• Cóccix 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6 - Pélvis óssea feminina. (Mod. Barron’s. Atlas of Anatomy, 1997.) 
 
 
 
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VASCULARIZAÇÃO PÉLVICA (Topografia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 7 - Vascularização da pélvis feminina. (Mod. F. Netter. Reproductive 
System Ciba Collection, 1988.) 
Os vasos ilíacos correm para baixo e se lateralizam a cerca de cinco centímetros da 
linha média, ao longo da superfície do músculo Psoas ilíaco, que lhe serve de apoio 
anatômico. Em seguida, a artéria ilíaca se bifurca, sendo que seu ramo interno se 
encaminha para trás e para dentro, enquanto que o ramo externo ascende e caminha em 
direção anterior, originando a art. epigástrica inferior, passando, então, por baixo do 
ligamento inguinal, indo se constituir na artéria femural (Fig. 7). 
As artérias ilíacas, nas suas múltiplas ramificações, permitem identificar, na maioria 
das pacientes, os seguintes ramos: 
1 - PARTE ANTERIOR 
- Parietais 
Art. Obturadora 
Art. Pudenda interna 
Art. Glútea inferior 
- Viscerais 
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Art. Umbilical obliterada 
Art. vesical superior 
Art. retal média 
Art. uterina 
Art. vaginais (vesicais inferiores) 
2 - PARTE POSTERIOR 
- Parietais 
Art. Parietal 
Art. Sacra lateral 
Art. Glútea superior 
Cada ramo arterial tem seu correspondente venoso. 
O ureter costuma estar localizado medianamente à Pélvis, muito próximo da artéria 
ilíaca interna, em todo ou quase todo seu trajeto Pélvico. 
Ocorrendo hemorragia pélvica incontrolável, pode-se realizar a ligadura da artéria 
ilíaca interna correspondente, permitindo, ao diminuir o fluxo sangüíneo, o controle do 
sangramento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 8 - Visão interna do assoalho pélvico feminino (músculos). (Mod. L.J. Copeland. 
Tratado de Ginecologia, 1993.) 
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Ainda dentro do conhecimento da anatomia que o ginecologista-cirurgião deve ter, 
há aquele que correlaciona a Pélvis, seu assoalho e os pertuitos pelos quais as vísceras 
se exteriorizam e naturalmente ocorre a contenção pélvica visceral (Figs. 8 e 9). 
ASSOALHO PÉLVICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 9 - Detalhamento anatomoestrutural da vulva e períneo, camadas musculares. (Mod. 
de F. Netter. Reproductive System Ciba Collection, 1988.) 
 
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LIGAMENTOS 
Os ligamentos pélvicos são sempre duplos e servem para manter as vísceras, de 
forma virtual, em suas posições dentro do recesso peritoneal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10 - Ligamentos pélvicos viscerais e espaços retroperitoneais pélvicos. (Mod. L.J. 
Copeland. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
A função dos ligamentos é freqüentemente confundida em suas ações primordiais e, 
por esse desconhecimento, muito se pratica em cirurgia a iatrogênica ligamentopexia, que 
nada mais é que o encurtamento de alguns ligamentos viscerais, tentando reverter 
posições dos órgãos, sem se dar conta de que se está prejudicando o seu funcionamento 
do ponto de vista reprodutivo (Fig. 10). 
SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO DO ÚTERO 
- M. elevador do ânus: pubo e íleo coccígeo. 
- Diafragma urogenital: 
• Esfíncter estriado externo do ânus. 
• M. Ísquiocavernoso (2) 
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• M. Bulbocavernoso (2) 
• M. transverso superficial do períneo. 
• Esfíncter estriado externo da uretra. 
SISTEMA DE SUSPENSÃO DO ÚTERO 
- Ligamentos cardinais de Mackenrodt 
- Ligamentos útero-sacros (2) 
- Pilares da Bexiga 
- Ligamentos pubovesicais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 11 - Detalhamento da estrutura pélvica em corte transversal. Mostrando a rela-
ção das vísceras com seu suporte musculofascial. (Mod. de F. Netter. Reproductive System 
Ciba Collection, 1988.) 
SISTEMA DE ORIENTAÇÃO DO ÚTERO 
- Ligamentos redondos (2) 
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- Ligamentos pubovesicais (2) 
 
SISTEMA DE CONTENÇÃO DA BEXIGA 
- Fáscia pubovesical 
- Retináculo úteri de Martin 
- Parede vaginal anterior 
- Ligamento suspensor da bexiga 
- Porção anterior do lig. Mackenrodt 
- Úraco, prega vesical anterior 
SISTEMA DE CONTENÇÃO URETRAL e TRÍGONO VESICAL 
- Fáscia pubocervical. 
Ligamento Redondo:composto de tecido fibroso e músculo liso e comunica o corno 
uterino, através do canal inguinal, com o grande lábio vulvar. É nutrido pela artéria uterina 
(Art. de Sampson). 
Ligamento Largo: representa uma dobra de flexão do peritônio, comunicando o úte-
ro com a parede pélvica; carrega entre seus 2 folhetos, vasos, nervos, linfáticos do útero e 
seus anexos. Os ureteres também são protegidos entre as capas do lig. Largo. A 
continuidade do ligamento largo é a parte do ligamento parietopélvico. 
Ligamento Ovariano ou Mesovário, é a prega peritoneal que fixa o ovário ao lig. 
Largo conduz vasos, nervos e linfáticos para o hilo ovariano. 
Ligamento Suspensor do Ovário, ou Infundíbulo Pélvico, é apenas uma prega re-
fletora do peritônio, que ajuda na vascularização do órgão. 
Ligamento Útero-sacro; par, forma as paredes laterais do fundo de saco de Dou-
glas, fixa-se à lateral da cérvice, fórnice vaginal e ligamento de Mackenrodt. O ureter 
distal passa às suas proximidades, por dentro do peritônio; recebe uma perfuração lateral 
para dar passagem a artéria retal média. Depois que passa lateralmente ao reto, o 
ligamento útero-sacro, já ao se curvar, forma os pilares retais, indo se inserir no periósteo 
sacral; este ligamento carrega em seu interior vasos, nervos, linfáticos do útero, reto e 
bexiga. 
 
 
 
 
 
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Fig. 12 - Detalhamento do útero e seus anexos. (Mod. de F. Netter. Reproductive 
System Ciba Collection, 1988) 
Ligamento Cardinal (Mackenrodt). Conhecido como ligamento cervical transverso, 
localiza-se de forma independente, dentro da base do ligamento largo, emite feixes 
músculoaponeuróticos, tanto para o colo como para o terço superior da vagina. Conduz 
vasos sangüíneos, linfáticos e nervos autônomos, sendo perfurado pelo ureter (através do 
túnel de Watheim) (Fig.12). 
Fáscia Endopélvica, tecido conjuntivo que recobre as vísceras pélvicas. Sua con-
densação às proximidades do útero recebe o nome de Paramétrio e pelo seu interior 
encontram-se conjuntos de vasos e linfonodos. 
VÍSCERAS PÉLVICAS - VASCULARIZAÇÃO 
Útero: órgão muscular, oco, único, lembrando um abacate ou uma pêra invertida, 
situa-se na parte central da pélvis, entre o púbis e o sacro, relacionando-se diretamente 
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com a vagina e contiguamente com a bexiga e o reto, formando com elas os chamados 
“fundo de saco” (Douglas) anterior e posterior; mede aprox. 8 X 5 X 3cm na nulípara e 
pesa cerca de 90g. Possui partes anatômicas delimitadas: Fundo, Corpo, Istmo e Colo; 
suas paredes são de músculos liso, com 3 camadas distintas: perimétrio (peritônio) 
miométrio e endométrio; destas partes, apenas o colo, porção intravaginal, é acessível 
sem aparatos especiais. 
O suprimento sangüíneo arterial provém da artéria uterina, ramo da ilíaca interna, 
caminha retroperitonealmente, ascendendo paralelamente ao colo, indo se anastomosar 
com a descendente artéria ovariana em seus ramos tubários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 13 - Suprimento de sangue arterial dos genitais internos. Existe uma anastomose 
livre entre as artérias vaginal e uterina. A forma espiral dos vasos permite o alongamento à me-
dida que o útero aumenta na gravidez. Também existem anastomoses entre os ramos terminais 
da artéria uterina e ovariana. (Mod. Mackey, Beischer, Cox e Wood. Tratado de Ginecologia, 
1993.) 
A artéria uterina cruza-se muito próximo do ureter, fazendo um ângulo reto a cerca 
de um a 1.5cm, lateralmente ao colo; seu ramo descendente nutre o colo e se 
anastomosa com os vasos que irrigam a parte superior da vagina (Fig. 13). A veia uterina 
drena para a ilíaca interna e parte do sangue venoso fúndico vai para as veias ovarianas; 
a drenagem linfática é feita, na maior parte, pelos ligamento cardinais para os linfonodos 
iliacos interno e obturador, enquanto que a parte fúndica utiliza-se dos gânglios 
paraórticos por meio dos linfáticos tubários e ovarianos e para os linfonodos inguinais 
superficiais, através do ligamento redondo. 
 
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Fig. 14 - Drenagem linfática dos genitais femininos. 
A vulva e a parte da vagina drenam para os gânglios superficiais e profundos, às 
vezes se dirigem para os gânglios ilíacos (ao longo da veia dorsal do clitóris) e para o 
outro lado. A cervix e a vagina superior drenam lateralmente para os gânglios 
parametriais, obturadores e ilíacos externos, póstero-lateralmente para os gânglios ilíacos 
internos e posteriormente, ao longo dos ligamentos úterossacros, para os gânglios sacros. 
A drenagem desses grupos de linfonodos primários é ascendente para os gânglios ilíacos 
primitivos e para-aórticos. O corpo uterino drena principalmente para cima, ao longo do 
ligamento infundibulopélvico, da mesma forma que o ovário e a trompa de Falópio para os 
gânglios para-aórticos. Aparte inferior do corpo uterino drena da mesma forma que a 
cervix. Raramente ocorre a drenagem ao longo do ligamento largo para os gânglios. 
(Mod. Mackey, Beischer, Cox e Wood. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
 
 
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VÍSCERAS PÉLVICAS ­ INERVAÇÃO 
A inervação sensitiva autônoma é garantida pelo nervo autônomo pélvico, por via 
dos ligamentos cardinais e uterossacro. 
O nervo genitofemural se aproxima intimamente do m. psoas e da artéria ilíaca 
externa, caminhando até o ligamento inguinal, quando se bifurca; o ramo genital vai 
inervar a vulva enquanto que o ramo femural vai em direção à região medioinguinal. 
Devido à íntima proximidade dos vasos sacrais medianos e laterais, com os nervos 
viscerais pélvicos, por ocasião de Neurectomias, poderá seguir-se copiosa hemorragia, de 
difícil solução. 
Vagina: órgão único, tubular, músculo-epitelial, seus diâmetros são irregulares e a 
linha circular resultante da sua fixação no colo do útero chama-se fórnice vaginal. Seu 
comprimento é de cerca de 10 a 12 cm, sendo a parede vaginal posterior mais longa que 
a anterior. A vagina repousa sobre o reto, passando pelos diafragmas pélvico e urogenital, 
para se expor entreaberta, na rima vulvar (vestíbulo). Suas relações anatômicas são com 
o colo do útero, base vesical, trígono da bexiga e a uretra, em sua parte anterior, ureter 
anterolateral ao fórnice anterior, reto e ânus, na parte inferior, fundos de saco anterior e 
posterior. 
O suprimento sangüíneo da vagina é garantido pelo ramo cervical descendente da 
art. uterina e ramo vesical superior da art. ilíaca interna. A parte média vaginal recebe 
sangue arterial pelos ramos vaginal e retal médio da art. iliaca interna; a parte distal da 
vagina é irrigada pelos ramos pudendo e retal inferior da art. pudenda interna (art. Ázigo-
vaginal). A parte venosa caminha em forma de plexos vaginais paralelos, desembocando 
nas veias internas. 
A drenagem linfática de dois terços superiores é feita para os linfonodos ilíacos 
internos e obturador; o terço inferior da vagina drena sua linfa para esses mesmos e para 
os linfonodos inguinais superficiais (Fig. 14). 
A inervação da vagina provém do plexo autônomo e ramos perineais do nervo 
pudendo interno. 
Ovário: glândula endócrina, par, de forma oval, móvel de consistência firme, 
superfície cerebriforme, cor branco nacarada. Fica situado no centro da pelve verdadeira, 
de cada lado do útero, suspenso pelo folheto posterior do ligamento largo, em forma de 
prega peritoneal chamada mesovário, através do qual o órgão recebe suprimento 
sangüíneo e terminações nervosas e linfáticas. Seu tamanho médio é de 4 X 2 X 2 cm. 
Quando secionado, visualiza-se sua constituição em córtex externo, onde está a maioriados folículos ovarianos na menacme, suas estruturas de apoio e seus remanescentes e a 
medula interna, composta de vasos e um estroma hormonalmente funcional. Os folículos 
podem, juntamente com os corpos lúteos, promover um crescimento temporal do órgão, 
sem que haja qualquer conotação patológica. 
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A nutrição sangüínea do ovário é garantida pela artéria ovariana, ramo da aorta, que 
atinge a glândula pelo seu ligamento suspensor. Essa mesma artéria vai irrigar o 
mesossalpinge e a trompa de Falópio, indo então se anastomosar com os ramos 
ascendentes da artéria uterina, que corre rente ao útero. A drenagem venosa sempre 
repete o caminho das artérias, indo desembocar na veia cava à direita e, à esquerda, na 
veia renal sinistra. 
A inervação ovariana é garantida pelo plexo autônomo aórtico e acompanha o trajeto 
vascular. 
A drenagem linfática acompanha os demais vasos sangüíneos, desembocando nos 
linfonodos paraórticos e paracava. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 15 - Cortes transversais da trompa de Falópio. A. Infundíbulo. B. 
Ampola. C. Istmo. (Mod. L.J. Copeland. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
Trompa de Falópio, órgão músculo-tubular, duplo, móvel, com cerca de 10 a 15 cm 
de comprimento, localiza-se na parte superior dos ligamentos largo e suspensor do 
ovário. Pelo mesossalpinge transitam os vasos, nervos e linfáticos. A trompa é 
anatomicamente dividida em porção intersticial, com um a 2 cm; istmo, porção estreita e 
muscular, com 4 cm; ampola, parte mais larga, com 4 a 6 cm, onde ocorre a fertilização. 
O infundíbulo tem forma de funil, extremidade distal do órgão, composta de 20 a 25 
extensões móveis, as fímbrias. O diâmetro médio da tuba é de 0,75 cm. O revestimento 
interno é feito por epitélio colunar ciliado, com saliências e reentrâncias. A parede da 
trompa é constituída por camada muscular lisa e a serosa é peritônio puro (Figs. 15 e 16). 
 
 
 
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Genitália externa  
  Vulva (Fig. 16 A) 
Nome com que se conhece a genitália externa feminina. Sua estrutura anatômica é a 
seguinte: 
- Formações labiais: 
*grandes lábios 
*pequenos lábios (ninfas) 
- Espaços interlabiais: 
*vestíbulo 
*meato urinário 
*intróito vaginal (hímen) 
- Órgãos eréteis: 
*clitóris 
*bulbos 
- Glândulas anexas: 
*uretrais 
*parauretrais (skene) 
*vulvovaginais (Bartholin) 
- Formação pilocutâneo 
*púbis (monte de Vênus) Fig. 16 A – Vulva em visão frontal ginecológica 
GRANDES LÁBIOS 
Pregas cutâneas (2) dispostas lado a lado da vagina, perpendicularmente; 
constituídas de tecido fibrogorduroso rico em vasos, pelos e glândulas sudoríparas e 
sebáceas, estendendo-se desde o púbis até o períneo. 
PEQUENOS LÁBIOS 
Pregas cutâneas menores, dispostas lado a lado da vagina; na sua constituição 
predomina o tecido conjuntivo e as fibras elásticas, são ricamente vascularizadas 
desprovidas de pêlos, embora dotadas de glândulas sebáceas. 
Na parte superior, onde se unem, formando o prepúcio clitoridiano e o freio do 
clitóris. Na parte inferior as ninfas se unem formando a fúrcula, seu revestimento cutâneo 
é escamoso estratificado com discreta queratinização. 
 
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VESTÍBULO 
Trata-se da fenda situada entre os pequenos lábios e que se estende desde o clitóris 
até a parte posterior do hímen. Fazem parte da sua estrutura: meato uretral, intróito 
vaginal, glândulas de Bartholin e Skene. 
A parte bulbar do vestíbulo, ao que parece, pelo exposto por Helen O’Connell, 
representa extensão bulbo-clitoridiano. 
MEATO URINÁRIO 
É o orifício externa da uretra, com formato arredondado ou estrelado, conforme se 
tratar de nulípara ou multípara. 
HÍMEN 
Membrana mucosa, delgada, com bordas irregulares, adotando forma variável. Tem 
coloração rósea pálida e recebe vascularização indireta a partir da sua base na parede 
vaginal. Após sua multilaceração por coito, assume formas diversas, quando seus 
resquícios são denominados de carúnculas mirtiformes. 
CLITÓRIS 
É órgão impar, mediano, de estrutura cavernosa fibrovascular, estruturado em forma 
de pequena protuberância situada na junção superior dos dois copos cilíndricos (corpos 
cavernosos), possui uma glande de revestimento mucoso e um prepúcio com acabamento 
cutâneo. Na sua configuração anatomofuncional ele se assemelha ao pênis, é seu 
homologo e tem função erétil-erotizante,já que é dotado de mais de 8.000 fibras nervosas. 
Suas dimensões anteriormente conhecidas eram de 31 a 37 mm (corpo+glande) em 
estado de flacidez, com diâmetro médio de 7 mm. A partir dos estudos da ginecologista 
australiana Helen O’Connell, 1998, comprovou-se que o real tamanho do clitóris é de 
aproximadamente 9 centímetros, já que é dotado de braços e bulbo que uma vez cheios 
de sangue, durante o coito, aumentariam a sensibilidade e o prazer. 
Glândulas parauretrais 
Par de pequenas glândulas sebáceas, situadas na base da uretra, uma de cada 
lado. 
GLÂNDULAS DE BARTHOLIN 
São duas glândulas vulvovaginais, produtoras de sebosidade, situadas por baixo dos 
grandes lábios e responsáveis pela lubrificação do intróito vaginal no inicio do coito. 
Habitualmente são impalpáveis ao toque, embora seus orifícios e canais de drenagem 
estejam bem superficializados e abertos na porção anterior da vagina, justo entre a base 
dos pequenos lábios e do hímen. 
 
 
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TROMPAS UTERINAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16 B - Detalhamento anatomoestrutural da trompa uterina. (Mod. 
F. Netter. Reproductive System Ciba Collection, 1988.) 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 17 - Ligamento largo e estruturas associadas. 
O ovário está ligado ao útero pelo ligamento ovariano, e o hilo está envolvido por 
dobras do peritônio do folheto posterior do ligamento longo (mesovário). Os 
remanescentes do mesonefro (epoóforo, paraoóforo, canal de Gartner) podem dar origem 
a cistos e raramente a adenocarcinoma da cervix ou vagina. Observa-se como a luz da 
trompa de Falópio se estreita à medida que se aproxima do útero. (Mod. Mackey, 
Beischer, Cox e Wood. Tratado de Ginecologia, 1993.) 
O suprimento sangüíneo é dado pelos ramos tubários da art. Ovariana, que se 
anastomosam com a artéria uterina (Fig. 17). Os nervos saem e voltam ao plexo 
autônomo pélvico e a drenagem linfática é igual à ovariana. 
Na parte distal livre da trompa, às vezes encontramos pediculosidades móveis de 
origem embrionária sem qualquer significado clínico; são as hidátides sésseis de 
Morgagni. 
VÍSCERAS PÉLVICAS 
A disposição anótomo-topográfica das vísceras Pélvicas passa por duas vertentes: a 
anatômica pura: (Fig. 18) e a transcirúrgica, que implica abordar o abdome por incisão 
mediana ou transversal, como a de Pffanenstiel: (Figs. 19 e 20). 
 
 
 
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Fig. 18 - Relação do ureter com as estruturas pélvicas. (Mod. L.J. Copeland. Tratado de 
Ginecologia, 1993.) Atenção aos pontos de cruzamento do ureter com a artéria uterina (?). 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
COPELAND, L.J. - Tratado de Ginecologia. Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 1993 
BARRON’S, E.S. - Atlas of Anatomy. Parramón Ediciones S.A. New York, 1995 
ATLAS DE ANATOMIA E SAÚDE. - Bolsa Nacional do Livro, BR. 1993 
NETTER, F. - Reproductive System. Ciba Pharmaceutical Company. New York, 1954 
MACKEY,E., BEISCHER, N., COX, L., WOOD, C. - Tratado de Ginecologia Ilustrado. Ed. 
Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 1983 
TOVEL, H. DANK L. - Operações Ginecológicas. Ed. Roca. São Paulo, 1987. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EVOLUÇÃO GENITAL NAS FASES DA VIDA 
 
ELIZABETH CRISTINA MENDES 
INTRODUÇÃO 
Os órgãos que fazem parte do trato genital inferior feminino são: porção cervical do 
útero, vagina e vulva. Todos sofrem profundas transformações de acordo com a idade e 
por influências hormonais. 
COLO UTERINO 
Tem formato cilíndrico, ligeiramente abaulado na sua parte média. Constituído por 
um arcabouço conjuntivo e muscular liso, continuação da vagina e corpo do útero, 
revestido pelas mucosas glandular, na endocérvice e escamosa, na ectocérvice. 
Arcabouço Conjuntivo 
O Arcabouço Conjuntivo é constituído por: 
• Fibras musculares lisas (15%); 
• Tecido conjuntivo: fibras elásticas, colágenas e reticulares, fibroblastos, mastóci-
tos, tecido colágeno, etc.; 
• Substância fundamental: proteínas, água, 
mucopolissacarídeos ácidos e neutros, etc. 
MUCOSAS 
MUCOSA EPIDERMÓIDE OU ESCAMOSA 
(fig. 1 e fig. 2) 
É a extensão da mucosa vaginal. Recobre a 
ectocérvice e é constituída por um epitélio esca-
moso pluriestratificado não-queratinizado, forma-
do por quatro camadas de células: 
CAMADA BASAL OU GERMINATIVA 
Formada por fileira única de células coluna-
res, dispostas perpendicularmente à membrana 
Fig. 1 – Ectocérvice com mu-
cosa escamosa original. Muco translú-
cido. JEC zero.
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basal, possuem núcleo grande com nucléolo em seu interior e atividade mitótica. 
CAMADA PARABASAL OU ESTRATO ESPINHOSO 
Formada por duas ou mais fileiras de células 
ovaladas ou arredondadas e seus núcleos, embora 
grandes, já se apresentam menores, mais claros e 
vesiculosos que os da camada basal; a relação 
núcleo-citoplasma é menor e há várias células em 
mitose. 
ESTRATO ESPINHOSO SUPERFICIAL OU 
CAMADA INTERMEDIÁRIA 
Constituída de várias camadas de células poli-
gonais ou ligeiramente achatadas, com disposição em 
mosaico. Os núcleos são menores, geralmente 
centrais, arredondados ou ovais. A relação núcleo / 
citoplasma é bem diminuída, e devido a estas células 
não mais se dividirem não são encontradas figuras de 
mitose. 
CAMADA SUPERFICIAL 
É geralmente pouco espessa e suas células são 
poligonais, com tendência ao achatamento, dispostas 
paralelamente à superfície do epitélio. A cariopicnose 
(diminuição do tamanho do núcleo) atinge seu final, 
fazendo com 
que a relação núcleo / citoplasma seja menor ainda. 
Há ausência de mitoses. Usualmente não se eviden-
cia a presença de queratinização (cornificação). 
MUCOSA GLANDULAR (fig.3) 
Representada por epitélio monoestratificado, 
com células cilíndricas altas, mucíparas e ciliadas e 
por tecido conjuntivo frouxo. O núcleo é oval e situa-
do no 1/3 inferior da célula. O Citoplasma é basófilo, 
abundante e vacuolizado. 
À microscopia eletrônica evidencia-se a pre-
sença de outro tipo celular: as células subcilíndricas 
ou de reserva; são células com formato cubóide, 
núcleo redondo e volumoso, costumam situar-se 
entre a membrana basal e o epitélio cilíndrico próximo à junção escamocolunar. Possuem 
a capacidade de diferenciar-se em células cilíndricas ou escamosas. 
Fig. 2 – Representação es-
quemática do epitélio cérvico-vaginal 
na mulher em idade reprodutiva. (De 
Palo, 1993) 
Fig. 3 – Mucosa glandular ex-
teriorizando pelo orifício externo aber-
to. 
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JUNÇÃO ESCAMOCOLUNAR 
É o encontro do epitélio escamoso ou epider-
móide com o colunar ou cilíndrico. Pode estar na ec-
tocérvice, endocérvice ou mais raramente ao nível do 
orifício externo. Nesta última condição, quando marca 
a união das mucosas originais (epidermóide e glandu-
lar), exatamente ao nível do orifício externo do colo, 
caracteriza o chamado colo padrão. (fig. 4) 
VAGINA 
Apresenta epitélio semelhante ao da ectocérvi-
ce. (fig. 5) 
Sua camada conjuntiva (córion) apresenta-se 
frouxa ou mais densa, dependendo das estruturas 
subjacentes. Contém fibras elásticas e musculares 
lisas, as quais são dispostas externamente em senti-
do longitudinal e internamente em sentido circular. 
A camada mucosa é constituída por um epitélio 
pluriestratificado glicogenado igual ao da ectocérvi-
ce, sofrendo as mesmas transformações nas diferen-
tes fases da vida e do ciclo sexual. 
O epitélio vaginal não possui glândulas e con-
tém melanócitos na porção mais próxima do vestíbu-
lo. 
VULVA 
A pele que recobre a vulva é igual à que reves-
te todo o nosso corpo, apresentando apenas algu-
mas particularidades próprias para cada estrutura da 
mesma. (fig. 6) 
A pele nada mais é do que uma extensa glân-
dula que recobre toda a superfície corporal e é com-
posta por um parênquima e um estroma. 
O parênquima é a parte nobre e é representado 
pela epiderme. O estroma é o órgão de sustentação, 
formado pela derme, que se apóia no tecido conjun-
tivo subcutâneo ou hipoderme. 
 
Fig. 5 – Mucosa vaginal que 
continua pela ectocérvice.
Fig. 6 – Vulva com pilificação 
e pigmentação fisiológicas. 
Fig. 4 – JEC -2 no lábio anteri-
or e -3 no lábio posterior.
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EPIDERME 
É um epitélio pavimentoso estratificado de espessura entre 0,5 e 3 mm e consta de 5 
camadas: 
CAMADA BASAL OU GERMINATIVA 
Formada por uma fileira de células cilíndricas, com núcleos grandes, citoplasma 
granuloso, e muitos nucléolos. As células se orientam perpendicularmente à linha 
dermoepidérmica. Reproduzem-se rapidamente e são vistas muitas figuras de mitose. 
As células produtoras de melanina se intercalam entre as células basais. 
CAMADA ESPINHOSA OU CORPO DE MALPIGHI 
Formada por 3 a 6 fileiras de células justapostas à camada basal. São poligonais e 
unidas por pontes intercelulares, também chamadas de desmossomos. No citoplasma 
existe um sistema fibrilar especial que são as tonofibrilas, precursoras dos filamentos de 
queratina da célula queratinizada. 
As células de Langerhans situam-se entre as células dessa camada, mas não 
fabricam melanina. 
CAMADA GRANULOSA 
Formada por 2 fileiras de células com citoplasma cheio de granulações querato-
hialinas. É importante na queratinização e a sua ausência impede que esta aconteça 
normalmente. 
CAMADA CÓRNEA 
É a camada mais externa e que entra em contato direto com o meio exterior. São 
células com membranas espessadas e com citoplasma rico em filamentos de queratina. 
É formada por 8 a 15 camadas de queratinócitos. 
DERME 
É um tecido conjuntivo frouxo, formado por fibras colágenas, elásticas e reticulares. 
Praticamente 98% do tecido conjuntivo da derme é formado por fibras colágenas. As 
fibras elásticas são escassas e tênues. As fibras reticulares são formadas por um tipo de 
colágeno imaturo. 
HIPODERME OU TECIDO CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO. 
Contém o panículo adiposo, entremeado pela vascularização e inervação. 
Os Grandes Lábios são pigmentados na sua parte externa e ricos em folículos 
pilosos. A parte média possui uma pele mais delicada, com folículos sebáceos. O tecido 
subcutâneo é rico em gordura e contém feixes de músculo liso. 
Os Lábios Menores não possuem pêlos, mas existem numerosas glândulas sebá-
ceas e sudoríparas apócrinas. O seu tegumento é uma membrana de transição entre pele 
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e mucosa, o tecido conjuntivo subjacente é escasso, e o seu tecido adiposo é rico em 
fibras elásticas. 
Clitóris é formado pelo corpo e glande. O corpo clitoridiano é constituído pordois 
corpos cavernosos eréteis e um septo pectiniforme que separa um corpo cavernoso do 
outro. A glande é formada por tecido conjuntivo esponjoso e erétil recoberto por uma 
mucosa dermopapilar. 
Ação dos Esteróides Sexuais sobre a Mucosa Epidermóide 
A mucosa cervicovaginal sofre variações morfológicas e funcionais, na dependência 
da atividade ovariana. 
As células recentemente formadas na camada basal são induzidas pelos estrógenos 
a se diferenciarem. A progesterona também acelera a proliferação da camada basal, 
embora de forma mais lenta e menos intensa. Ambos os hormônios seriam responsáveis 
pela proliferação, migração e conseqüente diferenciação. 
O ciclo de amadurecimento termina sempre com o processo de descamação. 
Ainda que os epitélios hipotróficos e atróficos igualmente descamem, quanto mais 
proliferado e espesso, sob estimulação hormonal, maior possibilidade de descamação, 
sendo mais intensa quando sofre ação da progesterona. 
Pouco se sabe a respeito do mecanismo da descamação; admite-se que ocorra por 
digestão dos mucopolissacarídeos ácidos da substância intercelular, com algum tipo de 
hialuronidase. 
Variações Etárias 
FASE INTRA-UTERINA 
A partir da 24ª semana de vida intra-uterina já encontramos a mucosa epidermóide 
revestindo a vagina e futura ectocérvice. O epitélio mostra uma grande proliferação e é 
rico em glicogênio. As glândulas endocervicais estão ainda indiferenciadas e inativas. 
A partir da 30ª semana a mucosa epidermóide apresenta-se com proliferação 
intensa e o glicogênio apresenta-se em quantidade abundante. O estroma, de tecido 
conjuntivo, é rico em tecido colágeno, muito celular, ricamente vascularizado e sem fibras 
musculares lisas. 
RECÉM-NASCIDA 
Devido ao estímulo dos esteróides placentários há bom trofismo da mucosa cervical, 
com numerosas camadas de células, correspondendo, em sua maior parte, à camada 
intermediária, ligeiramente hiperplasiada e rica em glicogênio. 
A camada superficial está ausente ou representada por bem poucas células 
achatadas. 
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As camadas basais, profunda e externa, mostram-se bem nítidas e com proliferação 
ativa. 
A JEC situa-se na “portio” (na ectocérvice) longe do OE. A isso chamamos eversão. 
Após o 2º mês de vida, devido à metabolização hepática dos esteróides sexuais, o 
epitélio mostra-se atrófico, com redução do número de camadas de células, para ficar 
representado quase exclusivamente pelas camadas profundas. 
O córion é escasso, pobremente vascularizado. O epitélio glandular pára de secretar 
muco. 
INFÂNCIA 
À medida que avançamos em direção a puberdade o epitélio aumenta de espessura, 
sobretudo pela proliferação da camada basal, permitindo a observação da camada 
intermediária e diferenciação de uma superficial, representada apenas por uma ou duas 
fileiras de células achatadas. O córion, ainda escasso, mostra uma vascularização mais 
evidente. 
A JEC dirige-se para a endocérvice fazendo o processo de reversão. 
MENACMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sob a ação cíclica do estrogênio e progesterona, as mucosas epidermóide e 
glandular atingem seu máximo desenvolvimento e diferenciação, com início do processo 
de descamação cíclica. 
O córion é espesso, ricamente vascularizado. 
A JEC se localiza na ectocérvice, podendo coincidir com o OE (colo padrão). As 
causas da variação de localização da JEC são múltiplas, podendo ser fisiológicas (ex: 
ação hormonal) e patológicas (ex: edema inflamatório). (fig. 7) 
Fig. 8 – Colo congesto com 
ectopia e OE aberto. 
Fig. 7 – Colo epitelial com JEC 
em Zero. 
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GESTAÇÃO 
A camada basal é única e a parabasal apresenta-se com 4 a 6 camadas de células 
poliédricas. 
A camada intermediária está hiperplasiada (aumentada em número) e hipertrofiada 
(aumentada em volume), bem como estão carregadas de glicogênio. 
Na segunda metade da gestação a camada superficial está fina e reduzida. 
O estroma apresenta aumento do número, tamanho e ingurgitamento dos vasos, 
conferindo um aspecto congestivo ao colo. 
A JEC apresenta geralmente eversão máxima. (fig. 8) 
São comuns, nessa fase, alguns desvios dos padrões histológicos no epitélio 
epidermóide e que estão relacionados, sobretudo, com a hiperatividade da camada basal, 
em conseqüência da intensa estimulação pelos esteróides placentários; são eles: 
• Figuras de mitoses; 
• Cromatina nuclear grosseira; 
• Nucléolos múltiplos; 
• Alterações da polaridade; 
• Invaginações de células basais proliferadas no estroma subjacente; 
• Maior incidência de núcleos hiperativos na camada intermediária; 
• Elevada incidência de reação inflamatória subepitelial . 
MENOPAUSA-SENILIDADE 
Há regressão da mucosa, a qual é diretamente proporcional à diminuição do 
estímulo hormonal (fig. 2). 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 09 – Representação esquemática da JEC em diferentes idades. (De Palo, 1993) (Coordena-
ção). 
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As células da camada basal perdem a polaridade. 
A camada intermediária é constituída de umas poucas camadas de células, com es-
cassa diferenciação. 
A descamação epitelial é variável, com quantidade reduzida ou ausência de glicogê-
nio. 
O córion se afina e a mucosa glandular reduz consideravelmente sua produção de 
muco. 
A JEC se localiza na endocérvice. (fig. 10) 
A mucosa endocervical exibe um comporta-
mento dinâmico, mostrando-se em diferentes níveis 
sobre o lábio anterior e posterior, nas diferentes fa-
ses da vida. 
As JEC’s, mostrando transição brusca entre 
ambos os epitélios, são de incidência variável, ob-
servando-se com maior freqüência, uma zona de 
transição com estrutura variável, desde a hiperplasia 
de células de reserva, epitélio pavimentoso fino, até 
uma metaplasia escamosa (epidermóide) madura. 
O processo metaplásico ocorre à custa das cé-
lulas de reserva, sob diferentes estímulos, tais co-
mo: avitaminose A, irritação prolongada, radiações e, sobretudo, por estímulo hormonal 
estrogênico. 
A análise, em conjunto, dos processos de transformação nos mostra um aumento 
progressivo, a partir do nascimento, para atingir níveis significativos na infância, 
maturidade sexual, gravidez e pós-menopausa. 
Uma das conseqüências do processo metaplásico é o aparecimento da chamada 
mucosa de transformação. Isto ocorre quando o epitélio pavimentoso substitui o epitélio 
colunar em uma mucosa originariamente glandular (processo de formação da 3ª mucosa). 
Variações Durante o Ciclo Sexual 
Fase Estrogênica ou Proliferativa: as características mais evidentes aparecem no 
final do desenvolvimento folicular (15º dia). O epitélio atinge o máximo de espessura, com 
230 a 300 micra. As mitoses são numerosas ao nível das camadas basais. 
As camadas superficiais atingem seu mais alto grau de diferenciação, marcada por 
um início de queratinização que não se completa nunca em condições normais. Este 
fenômeno se traduz por uma picnose nuclear típica (núcleo < 6 micra), aparecimento de 
granulações citoplasmáticas e eosinofilia pronunciada do citoplasma. Persiste a presença 
de glicogênio. 
Fig. 10 – Colo atrófico. OE 
puntiforme. JEC não visualizada. 
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Fase Luteínica: Está relacionada com uma descamação quase completa das cama-
das superficiais. A camada intermediária encontra-se carregada de glicogênio. A 
eosinofilia e granulações citoplasmáticas tendem a desaparecer. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
GOMEL, C.; KOSS, L.G. Anatomia e histologia do aparelho genital feminino. In: Citologia ginecológica e 
suas bases anatomoclínicas. São Paulo: Ed. Manole, 1997. p. 8. 
HUSAIN, O.A.N; BUTLER, E.B. Conteúdo celular do esfregaço normal. In: Atlas colorido

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