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Níveis de hipótese de escrita Emília Ferreiro, uma psicóloga e pesquisadora, estudou por vários anos a teoria de Piaget. Ela buscava entender como um determinado sujeito aprende. O principal foco de suas pesquisas era descobrir se para aprender a escrever, o indivíduo utiliza dos mesmos recursos ativos e criativos estudados por Jean Piaget. Por isso, nos anos 80, houve uma grande revolução sobre qual o conceito utilizado na hora de aprender a escrever. Em sua primeira obra, a autora relatou que antes mesmo de entrar para alguma escola, a criança já inicia o aprendizado da escrita. Ferreiro ainda afirma que, a princípio, a escrita é apenas uma representação e que depois passa a ser codificada para a língua materna. Chegou-se então à conclusão de que na evolução da escrita, a criança passa por algumas fases. Confira agora os níveis da escrita: Nível pré-silábico Nível silábico No nível silábico, a criança passa a entender que existe uma correspondência entre as letras e o que é falado. Para ela, existe um traço representando o que é falado, mesmo que não seja o correto em relação à Língua Portuguesa. Cada sílaba possui uma letra. Primeiro Nível – Pré-silábico I – Indiferenciado Neste nível o aluno pensa que se escreve com desenhos. As letras não significam nada para ele. A professora pede que ele escreva “bola”, por exemplo, e ele desenha uma bola, rabiscos, garatujas. Segundo Nível – Pré-silábico II – Diferenciado O aluno já sabe que não se escreve com desenhos. Ele já usa letras ou, se não conhece nenhuma, usa algum tipo de sinal ou rabisco que lembre letras. Nesse nível o aluno ainda nem desconfia que as letras possam ter qualquer relação com os sons da fala. Ele só sabe que se escreve com símbolos, mas não relaciona esses símbolos com a língua oral. Acha que coisas grandes devem ter nomes com muitas letras e coisas pequenas devem ter nomes com poucas letras. Acredita que para uma palavra possa ser lida ela deve ter pelo menos três símbolos. Caso contrário, para ele, “não é palavra, é pura letra”. Terceiro Nível – Silábico O aluno descobriu que as letras representam os sons da fala, mas pensa que cada letra é uma sílaba oral. Se alguém lhe pergunta quantas letras é preciso para escrever “cabeça”, por exemplo, ele repete a palavra para si mesmo, devagar, contando as sílabas orais e responde: três, uma para “ca”, uma para “be”, e uma para “ça”. Dentro deste nível podemos identificar três fases importantes: 1. Quantitativo: para cada sílaba o aluno põe uma letra sem pensar na correspondência sonora. 2. Qualitativo: escreve para cada sílaba uma letra com correspondência sonora. Exemplo: para casa escreve “ca” ou “cz”. 3. Silábico-alfabético: ora escreve as sílabas completas (simples) e ora usa apenas uma letra para representá-la. Desafios para as crianças em cada nível conceitual de escrita Abaixo descrevo de forma simple e resumida as hipótese de escrita que passa toda a criança na fase de alfabetização, todo professor deve se basear nestas fase para propor atividades adequadas e que estimule os estudantes a evoluires dentro destas. Primeiro nível → Pré-silábico I – Indiferenciado Nesse nível o aluno pensa que se escreve com desenhos. As letras não querem dizer nada para ele. A professora pede que ele escreva “bola”, por exemplo, e ele desenha uma bola, rabiscos, garatujas. · Associar palavras e objetos; · Memorizar palavras globalmente; · Analisar palavras quanto ao número de letras, inicial e final; · Distinguir letras e números; · Reconhecer as letras do alfabeto (cursiva e bastão); · Familiarizar-se com os aspectos sonoros das letras através das iniciais de palavras significativas; · Relacionar discurso oral e texto escrito; · Distinguir imagem de escrita; · Observar a orientação espacial dos textos; · Produzir textos pré-silabicamente; · Ouvir e compreender histórias; · Identificar letras e palavras em textos de conteúdo conhecido. Segundo nível → Pré-silábico II – Diferenciado O aluno já sabe que não se escreve com desenhos. Ele já usa letras ou, se não conhece nenhuma, usa algum tipo de sinal ou rabisco que lembre letras. Nesse nível o aluno ainda nem desconfia que as letras possam ter qualquer relação com os sons da fala. Ele só sabe que se escreve com símbolos, mas não relaciona esses símbolos com a língua oral. Acha que coisas grandes devem ter nomes com muitas letras e coisas pequenas devem ter nomes com poucas letras. Acredita que para que uma escrita possa ser lida deve ter pelo menos três símbolos. Caso contrário, para ele, “não é palavra, é pura letra”. Terceiro nível → Silábico O aluno descobriu que as letras representam os sons da fala, mas pensa que cada letra é uma sílaba oral. Se alguém lhe pergunta quantas letras é preciso para escrever “cabeça”, por exemplo, ele repete a palavra para si mesmo, devagar, contando as sílabas orais e responde: três, uma para “ca”, uma para “be” e uma para “ça”. · Reconhecer a primeira letra das palavras no contexto da sílaba inicial; · Comparar palavras memorizadas globalmente com a hipótese silábica; · Contar o número de letra das palavras; · Desmembrar oralmente as palavras em suas sílabas; · Reconhecer o som das letras pela análise da primeira sílaba das palavras; · Reconhecer a forma e as posições dos dois tipos de letras: cursiva e maiúscula; · Identificar palavras em textos de conteúdo conhecido (qualquer tipo de palavra); · Produzir textos silabicamente; · Ouvir e compreender histórias; · Completar palavras com as letras que faltam (observando que o número de letras presentes exceda sempre o número de sílabas da palavra). A criança passa por vários passos antes de compreender o sistema alfabético de escrita, sendo assim, cada passo possui características específicas no aprendizado. Cada fase concluída é sempre um processo construtivo para a criança que retém o que aprende e ao mesmo tempo consegue inserir estes dados para algo pessoal, de forma a serem exibidas de forma um pouco estranha, mas é este o caminho para o desenvolvimento da leitura e escrita. Nível Pré-silábico: - Demonstra intenção de escrever por meio do traçado linear com formas diferentes; - Caracteriza uma palavra com a letra inicial; - Não estabelece vínculo entre fala e escrita; - Usa letras do próprio nome ou então números e letras da mesma palavra; - Apresente leitura global, individual e instável do que escreve de modo que só ela sabe o que desejou escrever. Nível Silábico: - A criança tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro para as letras; - Já desconfia que a escrita representa a fala; - Já desconfia que a menor unidade de língua seja a sílaba; - Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra. https://pedagogiaaopedaletra.com/os-niveis-de-escrita/ https://escolaeducacao.com.br/niveis-da-escrita/ https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/niveis-de-escrita-e-leitura/53652