Buscar

EAP-AVALIACAO DA VIABILIDADE-

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Centro Universitário - UNIEURO
 Pró-Reitoria de Graduação
 Cursos: Administração e Contábil
Elaboração e Análise de Projetos
Aula: 05 - Avaliação da viabilidade -
Prof. MSc. Antonio Tadeu
UNIDADE II –Viabilidade – 1º Sem/2020 -
(Aulas 05 a 07) - 3º Texto: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE “COMPETITIVIDADE E DA RENTABILIDADE DE PROJETOS”	
3.1 Projeto de Investimento
	Um investimento, para a empresa, é um desembolso feito visando gerar um fluxo de benefícios futuros, usualmente superior a um ano. A lógica subjacente é a de que somente se justificam sacrifícios presentes se houver perspectiva de recebimentos de benefícios futuros. Hoje, em função da própria dinâmica dos negócios, as técnicas de análise de investimentosestão sendo usadas para avaliação de empresas, de unidades de negócios e para investimentos de porte. Encontram uso também nas operações de curto prazo, como por exemplo, nas decisões rotineiras sobre compras a vista versus compras a prazo.
	Investimento é um conceito originário do campo da Economia e que tem uma grande importância para as organizações. O investimento, em seu sentido econômico, significa utilizar recursos disponíveis, no tempo presente, para criar mais recursos no futuro.
	Desse modo, um investimento é qualquer ato ou ação que implique renunciar a recursos no presente na expectativa de obter mais recursos no futuro.
	Portanto, investir consiste em renunciar a um consumo no presente em troca de uma promessa de um retorno satisfatório no futuro. Assim, não se deve confundir investimento com aplicação financeira. Por exemplo, a caderneta de poupança não é, a rigor, um investimento e sim uma aplicação financeira. Posto isso, aplicações financeiras apresentam riscos muito baixos, desde que, feitas em instituições de renome, com garantia e que não prometam lucros exorbitantes. Além disso, as aplicações apresentam uma outra característica, elas têm razoável liquidez.
	O investidor deve, então, ser uma pessoa com um bom índice de confiança no futuro, um otimista, uma pessoa que acredita que os riscos do negócio são compensados pelas promessas de lucros. Investir envolve algo bastante sério e por essa razão exige uma análise rigorosa e metódica destinada a verificar se o negócio vale a pena.
	Ao instalar uma nova fábrica, comprar novos equipamentos ou simplesmente alugar uma máquina, isto é, ao fazer um novo investimento, uma empresa deve fazer uma análise da viabilidade do mesmo.
	Num primeiro momento, são considerados os aspectos econômicos do investimento. Pergunta-se se o investimento é rentável. Aplicando corretamente os critérios econômicos sabe-se quais os investimentos que rendem mais, ou seja, como aplicar o dinheiro de maneira a obter o maior retorno.
	O projeto de investimento, em sentido amplo, pode ser interpretado como um esforço para elevar o nível de informação (conhecimento) a respeito de todas as implicações, tanto desejáveis quanto indesejáveis, para diminuir o nível de risco, ou seja, o projeto de investimento é uma simulação da decisão de investir. Os projetos de investimento, geralmente, conseguem apenas melhorar a tomada de decisão, diminuindo o nível de incerteza. De qualquer forma, a avaliação da situação de risco, em si, constitui importante informação para a tomada de decisão.
3.2 Os Tipos de Investimento
	Os investimentos podem ser de diversos tipos, mas, basicamente, dividem-se em três grandes categorias, quando definidos em relação a sua origem. Dessa forma, temos os seguintes tipos básicos de investimento:
a) Investimentos públicos: são recursos disponibilizados pelos governos ou entidades públicas a fim de gerar bem-estar social. Os investimentos públicos em geral não têm por objetivogerar retornos monetários, mas sim retornos sociais. Alguns exemplos de investimentos públicos são hospitais, escolas, rede de saneamento básico, pavimentação de ruas, dentre outros.
b) Investimentos privados: são recursos disponibilizados por pessoas jurídicas ou físicas de direito privado, a fim de gerar retorno monetário aos investidores. Esses investimentos são os maiores geradores de emprego e tributos de qualquer país capitalista. Alguns exemplos de investimento privado são fábricas particulares, empresas de prestação de serviço particulares, lojas de varejo, shopping centers, dentre outros.
c) Investimentos mistos: são recursos disponibilizados em parte pelos governos ou entidades públicas e em parte por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Esse tipo de investimento normalmente estrutura-se na forma de uma empresa de capital misto e tem o objetivo de gerar tanto bem-estar para a sociedade quanto retorno monetário. Alguns exemplos de investimento misto são a Petrobras e o Banco do Brasil.
3.3 A Importância dos Investimentos
	Uma vez que as unidades produtivas têm capacidade de suas máquinas e instalações, para aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) a longo prazo, é fundamental criar novas unidades produtivas e aumentar a capacidade das já existentes, o que é possível por via de investimentos.
	Os investimentos também são fundamentais para as organizações. Na verdade, a própria sobrevivência das organizações no longo prazo está condicionada ao volume de investimentos realizado por elas. O investimento influencia a sobrevivência das organizações em pelo menos dois aspectos:
1) Expansão das organizações: as organizações, em especial as privadas, têm por objetivo crescer, expandir seu mercado consumidor, de forma a poder gerar mais retorno para o investidor. A única forma de viabilizar esse crescimento é realizando investimentos.
2) Reposição do capital: as organizações, mesmo que não estejam em expansão, necessitam de um fluxo de investimento, no mínimo, suficiente para repor o desgaste e a obsolescência das suas máquinas e equipamentos. Se essa reposição não for realizada, a organização acabará utilizando-se de máquinas e equipamentos desgastados e ultrapassados, o que acarretará produtos e serviços mais caros e de menor qualidade que os de seus concorrentes, comprometendo, assim, a sua sobrevivência.
Dessa forma, as organizações, pelo menos as com “saúde financeira”, mantêm um fluxo de investimentos a fim de garantir a reposição do seu capital e seus planos de expansão.
3.4 A Análise de Investimentos
	Para obter recursos, a organização necessita investir. Contudo, o mercado oferece uma ampla variedade de investimentos possíveis, e cabe ao administrador analisar quais são os melhores investimentos para a organização. O administrador deve analisar os investimentos de forma racional, objetivando escolher as melhores opções. Para tanto, ele faz três considerações que influenciam a decisão: a econômica, a financeira e a de ambiente empresarial. 
3.5 As Considerações Econômicas
	Estas considerações levam em conta, sobretudo, a rentabilidade e o risco dos investimentos. Assim, o administrador deve escolher os investimentos de maior retorno e de menor risco para a organização. Todas as análises profissionais de investimento levam em consideração o custo de oportunidade,também conhecido como custo de capital. Os investimentos devem, ainda, ser considerados em valores monetários, normalmente em reais, para serem comparados.
3.6 As Considerações Financeiras
	Estas considerações levam em conta a disponibilidade de recursos próprios ou financiamentos. Não faz sentido analisar investimentos para os quais não há recursos disponíveis, sejam próprios ou de terceiros. Por exemplo, não há por que analisar a compra de um carro à vista ou financiado se não há dinheiro suficiente para comprá-lo à vista e/ou financiado.
3.7 As considerações de Ambiente Empresarial
	Estas são considerações políticas, sociais, culturais e de meio ambiente que afetam o investimento e são as mais difíceis de analisar, pois, muitas vezes, não podem ser expressas em valores monetários. Contudo, são de fundamental importância, já que influenciam diretamente a viabilidade de um investimento.Por exemplo, uma fábrica pode decidir sua localização em virtude dos incentivos fiscais que a cidade ou estado oferecem. Foi o que ocorreu em parte com a fábrica da Ford na Bahia: um dos principais fatores de decisão foram os incentivos fiscais, sem os quais seria mais interessante localizar a fábrica mais próximo dos mercados consumidores, tais como São Paulo e Rio de Janeiro. Esse é um exemplo de uma decisão política do estado da Bahia (isenções fiscais) influenciando uma decisão de investimento privado, a fábrica da Ford.
3.8 Análise de Investimentos no Contexto Estratégico das Organizações
	Toda a organização possui um plano estratégico, ou seja, uma estratégia formal ou informal, detalhada ou simplificada, de como atingir os seus objetivos. Esse plano estratégico pode ser formalizado em documentos ou simplesmente estar presente na mente do proprietário ou presidente da empresa, contudo, a sua realização está intimamente ligada à análise dos investimentos necessários a sua realização.
	Por exemplo, muitas empresas fazem orçamentos empresariais, que são ferramentas de planejamento e controle nas quais se projetam receitas, custos e despesas, estimando os resultados futuros da organização. O orçamento, no fundo, é a estratégia da empresa traduzida em números. Essa ferramenta só tem validade, entretanto, quando vinculada a uma análise de investimentos adequada, a qual determinará a viabilidade desses planos futuros traçados pela organização.
	O trabalho mais complexo da elaboração de um projeto de investimentos, talvez, seja estimar os investimentos, as receitas e os custos operacionais e administrativos associados à essas receitas. Portanto, a qualidade das estimativas depende, dentre outros fatores, de:
· Uma boa previsão de vendas (quem são os consumidores e os concorrentes, que fatia de mercado se espera conquistar com o produto ou serviço, qual a forma de comercialização etc.);
· Um bom orçamento de capital (instalações físicas, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos, software etc.);
· Um bom planejamento da produção (qual a escala de produção, qual a tecnologia adotada e qual o processo de produção);
· Um bom orçamento de produção (custos de insumos, de mão de obra, de tecnologia, de comercialização e de assistência técnica, classificando-os ainda em fixos e variáveis);
· Uma boa expectativa do capital de giro necessário; e
· Uma boa estimativa do horizonte de planejamento e do valor residual do projeto.
3.9 Aversão ao Risco
	Denomina-se aversão ao risco a disposição do decisor de abrir mão de ganhos adicionais para não enfrentar maior nível de risco. Assim, têm-se dois fatores atuando em sentidos opostos: os retornos esperados do investimento, atraindo o investidor e o risco, afastando-o. Portanto, é necessário adicionar que também os riscos associados às alternativas de investimentos receberão diferentes avaliações dos potenciais investidores, conforme gráfico abaixo:
				 Figura 3.9.1 Aversão ao risco
	A curva mostrada na Figura 4.9.1 pode ser interpretada como representando combinações igualmente atraentes para certo investidor. Dessa forma, projetos de baixa rentabilidade podem ser tão atraentes quanto projetos com elevado retorno, desde que apresentem nível perceptível de risco compatível com o retorno esperado. Essa mesma curva também pode ser interpretada como uma fronteira que separa os projetos atraentes dos demais. O subespaço dos projetos considerados atraentes é obviamente a região acima da curva. A taxa de retorno correspondente ao nível de risco igual a zero é usualmente referida como “taxa de juro (ou de desconto) pura” ou “taxa livre de risco” (ponto A). A situação real enfrentada pelo decisor, entretanto, é mais complexa, pois o desenvolvimento e o aprimoramento de projetos envolvem despesas e demandam tempo.
	Assim, ao se acrescentar que a busca de informação para o desenvolvimento e o aprimoramento de certo projeto de investimento demanda tempo e que caso os recursos de capital, disponíveis para investimento, não puderem ser aplicados no curto prazo, ou, mesmo podendo, não for possível obter com esse tipo de aplicação a remuneração mínima desejada, o tempo, por si, representará perda. Entretanto, a maior perda pode não ser essa, uma vez que, enquanto se elaboram atividades de desenvolvimento e aprimoramento do projeto de investimento, podem ocorrer mudanças no ambiente de atuação da empresa, incluindo regulamentação, atuação de concorrentes e descobertas tecnológicas. Essas mudanças podem inviabilizar totalmente o investimento ou significar substancial diminuição dos ganhos inicialmente projetados, mas também podem tornar evidente que o projeto não obteria êxito.
	Posto isto, conclui-se que a própria busca de diminuição dos riscos, por meio do desenvolvimento ou aprimoramento de projetos de investimento, apresenta riscos não desprezíveis.
3.10 Horizonte de Planejamento
	A decisão de investir, em geral, envolve imobilização de apreciáveis quantidades de capital em ativos reais de pouca ou nenhuma liquidez, por períodos de tempo relativamente longos.
	Os métodos de avaliação das oportunidades de investimento, como é lógico, baseiam-se na comparação da magnitude do investimento, ou seja, do dispêndio de capital, com os ganhos líquidos esperados durante certo período de tempo, denominado horizonte de planejamento.
	Os projetos, por sua natureza, diferem muito quanto à vida estimada. Projetos de hidroelétricas e de ferrovias costumam ter vidas estimadas superiores a cinquenta anos. Isso quer dizer que para avaliar tais projetos é necessário prever os custos e receitas relevantes para as próximas cinco décadas ou mais. Isso parece muito problemático, pois estimar custos e receitas para daqui a cinquenta anos parece uma tarefa totalmente impossível. Entretanto, se é verdade que quanto mais adiante no tempo tenta-se estimar custos e receitas, mais imprecisas serão as estimativas, é também verdade que quanto mais distantes no tempo estiverem tais custos e receitas, menores serão seus impactos sobre a avaliação que se faz hoje da oportunidade de investimento.
	Então, conclui-se que, a decisão quanto ao horizonte de planejamento é influenciada tanto por fatores ligados à natureza dos projetos de investimento quanto por fatores relacionados às características das empresas. A mesma empresa pode admitir horizonte de planejamento diferente do usual para certo projeto, assim como projetos idênticos podem ser analisados sob horizontes de planejamento diferentes, por empresas distintas.
	De modo geral, o horizonte de planejamento será tanto mais curto quanto menor for à vida útil dos ativos fixos envolvidos e quanto menor for à capacidade financeira da empresa. Essa segunda conclusão deve-se ao fato de que as empresas que dependem em grande escala de capital de terceiros estão sujeitas à maior margem de risco e, por isso, tendem a emprestar menor importância aos ganhos potenciais que se distanciam no tempo. Essas empresas, pequenas e médias em sua maioria, tendem também a serem mais suscetíveis às mudanças na conjuntura econômica, encurtando drasticamente seu horizonte de planejamento em situações de turbulência e alto risco.
3.11 Conceito de Fluxo de Caixa
	Todas as principais técnicas de análise de investimento se baseiam no conceito de fluxo de caixa, o qual tem diferenças em relação ao conceito de lucro, que é um conceito contábil.
	A primeira diferença é que o fluxo de caixa da análise de investimentos deverá ser um fluxo de caixa projetado, ou seja, uma estimativa de ganhos ou perdas futuros, uma vez que o projeto de investimento ainda não foi implantado, é apenas uma possibilidade futura. Em última instância, a análise de investimento se resume a verificar se esse fluxo de caixa do projeto tem viabilidade econômico-financeira de realização, definindo assim se o investimento é viável ou não. O lucro contábil, por sua vez, não atende a esse critério, visto que, por definição, só se contabilizam valores já ocorridos. Em outras palavras, o fluxo de caixa projetadotrata do futuro, ao passo que o lucro contábil trata do passado.
	A segunda diferença é sobre como se consideram os valores no tempo. Existem dois conceitos diferentesquanto à data a ser considerada de determinado valor:
1) Conceito de competência (econômico): é o conceito utilizado nas demonstrações financeiras (Balanço patrimonial e DRE) e adotado pela contabilidade (Controladoria). Esse conceito implica considerar os valores por apropriação, ou seja, a referência é quando há ocorrência do fato gerador do valor, a que período de tempo ele compete (daí o nome princípio de competência).
2) Conceito de caixa (financeiro): é o conceito utilizado para o gerenciamento das operações diárias da empresa e no fluxo de caixa. Esse conceito é adotado pela tesouraria da empresa e implica considerar os valores por data de pagamento ou recebimento (entrada e saída de caixa), independentemente de quando foram gerados.
Exemplo: uma empresa efetuou uma venda de R$ 1 milhão em 10 de março para recebimento após 30 dias. Em que data esse valor de R$ 1 milhão deve ser considerado?
· Princípio de competência: considerar as vendas em março, já que o “fato gerador” foi justamente a efetivação da venda, a qual ocorreu em março, assim, “compete” à esse mês.
· Princípio de caixa: considerar entrada de caixa em abril, já que o define o princípio de caixa é o recebimento ou o pagamento, ou seja, a entrada ou saída efetiva do dinheiro.
 Portanto, o fluxo de caixa como o próprio nome insinua, utiliza sempre o princípio de caixa, considerando os valores apenas quando são pagos ou recebidos.
3.12 Notação de Fluxo de caixa
	O fluxo de caixa pode ser resumido, em entradas e saídas de caixa, em determinadas datas no tempo. A fim de facilitar sua representação e entendimento, convencionou-se representá-lo da seguinte forma:
· Fluxo de caixa positivo: seta para cima;
· Fluxo de caixa negativo: seta para baixo;
· O tempo é representado por uma reta com as indicações das datas (dias, meses, anos) que representam cada fluxo.
Exemplo:
				Representação do Fluxo de Caixa.
Assim, na notação de Fluxo de Caixa, a data zero significa sempre “hoje”, o presente. A data 1 seria um fluxo no próximo período, que pode ser próximo dia, mês, ano, devendo ser definido no fluxo de caixa.
	Assim, no exemplo apresentado, a interpretação é que esse fluxo de caixa estima uma saída de R$ 800 mil inicialmente (seta para baixo), no momento de iniciar o investimento. Após o primeiro ano (período 1), haverá já fluxo de caixa positivo, no valor de R$ 200 mil (seta para cima), o mesmo ocorrendo nos períodos 2 e 3, com valores de R$ 300 mil.
3.13 Fluxos de Caixa Relevantes 
	Os fluxos de caixa relevantes, ou seja, aqueles que serão projetados e utilizados para analisar os investimentos das organizações, apesar de, a princípio, poderem ter quaisquer valores, dada a lógica dos negócios e empreendimentos, acabam por apresentar, em geral, um formato padrão.
Esse formato é composto basicamente por três partes:
1) Investimento inicial ou nos períodos iniciais: esses investimentos podem ser tanto na forma de bens físicos (prédios, equipamentos, ferramentas), quanto na forma de investimento em capital de giro para suportar o projeto. São saídas de caixa e, portanto, devem ter o sinal negativo no fluxo de caixa.
2) Retornos de caixa do investimento: normalmente, após alguns períodos, o projeto se torna rentável, gerando fluxos de caixa positivos para a empresa/investidor.
3) Valores residuais: esses fluxos de caixa normalmente são positivos e ocorrem no final do investimento, seja pela venda de algum ativo após sua utilização ou por alguma vantagem tributária adquirida. 
Exemplo:
	Suponha que uma empresa irá adquirir um robô para sua linha de produção. O investimento inicial é de R$ 800 mil. No primeiro ano, o robô proporcionará um fluxo positivo de R$ 200 mil e, do segundo ao quinto ano, um fluxo positivo de R$ 300 mil. No quinto ano, o robô é revendido como sucata por R$ 50 mil (Valor residual do projeto).
No exemplo anterior, temos:
a) Investimento inicial: investimento no período zero (presente) de R$ 800 mil;
b) Retornos de caixa: retornos positivos, ou seja, houve geração de caixa do ano 1 ao ano 4, nos valores de R$ 200 mil no ano 1 e R$ 300 mil nos demais anos;
c) Valor residual: o valor do ano 5 é resultante da soma do retorno de caixa do ano 5, no valor de R$ 300 mil, com R$ 50 mil de valor residual da venda do robô como sucata.
Posto isso, nos fluxos de caixa para análises de investimentos, vale o princípio da Matemática financeira de que fluxos no mesmo período podem ser somados ou subtraídos. Assim como havia dois fluxos de caixa positivos no período 5 (R$ 300 mil e R$ 50 mil), estes foram somados de forma a simplificar o fluxo de caixa.
3.14 Projetos Únicos e Projetos Concorrentes
	Os projetos de investimento podem ser basicamente de duas modalidades diferentes: projetos únicos ou projetos concorrentes. Essa definição é importante, uma vez que definirá a abordagem da análise, dependendo do tipo de projeto. Assim temos, os seus conceitos:
a) Projetos únicos: são aqueles para os quais não há alternativas, sendo nesse sentido “únicos”. Nesse caso, a decisão a ser tomada é se o projeto tem viabilidade ou não, ou seja, se será aceito e realizado ou se será descartado. Assim, o resultado final da análise deverá ser uma resposta do tipo sim ou não. Dessa forma, temos como exemplo um ramal de rede elétrica para determinada localidade. Esse é um projeto único, uma vez que não há alternativas à rede elétrica, ou se implanta, a rede ou não. Portanto, a análise desse caso deve avaliar a viabilidade do projeto e decidir sim ou não para sua implantação.
b) Projetos concorrentes: são projetos para os quais há alternativas, de modo que uma alternativa inviabiliza a outra. Assim, nesse sentido, são ”concorrentes”. Nesse caso, a decisão a ser tomada é um pouco mais complexa do que a de se o projeto tem viabilidade ou não. Dessa forma, deve-se analisar a viabilidade de cada projeto concorrente, e pode-se chegar à conclusão de que nenhum deles é viável, então, nenhum investimento será realizado. No caso de os projetos se mostrarem viáveis, deve-se escolher o mais viável, ou seja, o de maior ganho para a empresa, e esse deve ser o projeto implantado. De forma a ilustrar o conceito, temos como exemplo uma empresa que deseja prover transporte urbano para determinada cidade. A empresa possui três opções criar uma frota de ônibus, uma frota de micro-ônibus ou uma malha de trens urbanos. Estes são projetos concorrentes, já que a escolha de um deles determinará a exclusão dos outros. O procedimento a ser seguido pela empresa deve ser o de analisar a viabilidade de cada um e decidir: se todos são inviáveis, não investir; mas, se os projetos se mostrarem viáveis, escolher o mais viável dos três, ou seja, o que trará maior ganho para a empresa. (Medido ou mensurado pelo Valor Presente Líquido (VPL) a ser estudado mais à frente).	
4. VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA
4.1 – IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE
a) Informar o nome da empresa titular do projeto;
b) Informar o endereço para correspondências, telefones, e pessoas para contatos;
c) Informar o número do registro no CNPJ;
d) Informar nomes, endereço e participação de cada sócio no capital da empresa (se pessoa jurídica, descriminar os respectivos controladores até o nível de pessoas físicas);
e) Informar os nomes dos dirigentes da empresa;
f) Informar os nomes, atividades e respectivos negócios combinados do grupo empresarial;
g) Incluir histórico societário.
4.2 – OBJETIVO DO PROJETO
a) Indicar a ação a ser desenvolvida;
b) Informar a capacidade a ser instalada (por linha de produto);
c) Indicar as metas de produção (do início das operações até a estabilização);
d) Apresentar os motivos/justificativas para a realização do projeto;
e) Informar o porte da empresa;
f) Indicar e justificar a viabilidade da (Engenharia/localização).
4.3 – ESTUDO DE MERCADO
a) Definir o mercado pretendido;
b) Apresentar dados abrangentessobre a oferta, e a demanda dos produtos a serem comercializados;
c) Apresentar a relação dos principais concorrentes e discorrer sobre o padrão da concorrência no mercado;
d) Explanar sobre a estratégia de comercialização a ser adotada;
e) Informar sobre a disponibilidade de matérias-primas e sua localização.
4.4 – INVESTIMENTOS PREVISTOS
a) Detalhar os investimentos a serem realizados;
b) Justificar os valores desses investimentos com plantas/orçamentos e instalações, e com propostas de fornecimento de equipamentos de capital;
c) Apresentar cálculo detalhado da necessidade de capital de giro.
4.5 – TECNOLOGIA E PROCESSO PRODUTIVO
a) Informar sobre a concepção tecnológica escolhida, a sua adequação ao processo produtivo e aos produtos;
b) Informar sobre a procedência e a disponibilidade da tecnologia para o projeto (se de domínio público, se fornecida pelos fabricantes dos equipamentos, se será adquirida por contrato);
c) Detalhar o processo produtivo a ser empregado, o ciclo de produção, o fluxo de materiais e os coeficientes de entradas e saídas por fase da produção;
d) Informar sobre a competência da empresa com vistas ao emprego e absorção da tecnologia a ao “Know-how” para operacionalizar o processo produtivo;
e) Comentar sobre outras alternativas tecnológicas justificando a escolha feita para o projeto.
4.6 – IMPACTO AMBIENTAL
a) Detalhar as providências previstas no projeto para a proteção ambiental, se necessário;
b) Informar sobre o processo de licenciamento junto aos órgãos competentes (IBAMA).
4.7 – PREVISÃO DE FINANCIAMENTO
a) Projetar o financiamento desde o início das operações até a sua estabilização;
b) Informar os custos de produção (se houver);
c) Indicar o orçamento das fases (início, meio e fim bem planejado).
4.8- PROJEÇÕES DOS CUSTOS E DESPESAS
a) Detalhar os custos variáveis e os custos fixos do projeto, por coeficientes de consumo e preços unitários das matérias-primas, materiais secundários e embalagens; quadro detalhado de mão de obra; custos tributários; despesas de vendas; despesas administrativas.
4.9 – PROJEÇÕES DOS RESULTADOS
a) Projetar os resultados líquidos anuais esperados durante o período da vida útil;
b) Apurar a geração de caixa do projeto a partir dos resultados liquidados;
c) Apurar o ponto de nivelamento da empresa;
d) Apurar a taxa interna de retorno do projeto.
4.10 – FONTES DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS
a) Especificar as fontes de recurso e respectivos valores pretendidos para financiar os investimentos previstos para o projeto;
b) Justificar/demonstrar a capacidade dos empreendedores para realizar o montante de recursos próprios previstos.
4.11 – CRONOGRAMA DE USOS E FONTES
a) Com base nos investimentos e nas fontes de recursos previstos, apresentar o quadro de uso e fontes do projeto, com cronograma de realização (os cronogramas poderão ser mensais, bimestrais ou trimestrais).
5. Os indicadores de análise de projetos de investimentos
5.1 – Os indicadores podem ser subdivididos em dois grandes grupos:
	a) Indicadores associados à rentabilidade (ganho ou criação de riqueza) do projeto: neste grupo estão o Valor Presente Líquido (VPL); o Valor Presente líquido Anualizado (VPLA) ou o Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE); o Índice Benefício/Custo (IBC) e o Retorno Adicional sobre o investimento (ROIA):
 b) Indicadores associados ao risco do projeto: neste grupo estão a Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR); o Período de Recuperação do Investimento (PRI= Payback Simples e Descontado) e o Ponto de Fisher.
	Posto isto, esses indicadores a rigor auxiliam na percepção do comportamento esperado entre Risco e Retorno, ou seja, maiores riscos ensejam um aumento no retorno esperado.
Bom estudo!
1

Outros materiais