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Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago Tipo do Documento PROCEDIMENTO / ROTINA POP.XXX.001 - Página X/X Título do Documento Desmame da traqueostomia -Intervenção Fonoaudiológica no paciente traqueostomizado: emergência, unidades de internação e UTI Adulto Emissão: Próxima revisão: Versão: 1. OBJETIVO Descrever os critérios para iniciar a decanulação e os procedimentos que envolvem a equipe multidisciplinar. O processo de decanulação é complexo e requer adequada coordenação cerebral, da deglutição, tosse e defesa das vias aéreas, fonação e musculatura respiratória. Os métodos de decanulação são extremamente variáveis, não há universalidade e não existem estudos controlados randomizados sobre o assunto (Singh, Saran e Baronia, 2017). Considerando a heterogeneidade da população atendida neste hospital, optou-se por dividir os pacientes em grupos da seguinte forma: - GRUPO 1: Pacientes que permaneceram por tempo prolongado na ventilação mecânica (> 2 semanas) com sinais de fraqueza neuromuscular; - GRUPO 2: Pacientes com tempo inferior a duas semanas na ventilação mecânica e sem sinais de fraqueza muscular. 2. MATERIAL: Cadastro do paciente: • Computador • Impressora • Papel A4 • Caneta • Arquivo de Documentos Equipamentos e acessórios: • Válvula de fala e deglutição com sistema “BIAS closed” diâmetro interno de 15mm • Aferidor de pressão de cuff (cmH2O) • Conectores para Ventilação mecânica: Espaço morto 22mmX22mm + Cachimbo/cotovelo • Ponteira da cânula de intubação orotraqueal para adaptação em cânulas metálicas conforme descrição: - CÂNULA METAL N.6= ponteira de cânula IOT 7,5 ou 8,0 Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago Tipo do Documento PROCEDIMENTO / ROTINA POP.XXX.001 - Página X/X Título do Documento Desmame da traqueostomia -Intervenção Fonoaudiológica no paciente traqueostomizado: emergência, unidades de internação e UTI Adulto Emissão: Próxima revisão: Versão: - CÂNULA METAL N.5= ponteira de cânula IOT 7,0 ou 6,5 - CÂNULA METAL N.4= ponteira de cânula IOT 5,5 - CÂNULA METAL N.3= ponteira de cânula IOT 5,0 - CÂNULA METAL N.2= ponteira de cânula IOT 4 • Manômetro para avaliar pressão intra-traqueal • Monitorizador de sinais vitais (FC, Sat. O2, FR) • Sistema de Vácuo • Sonda de aspiração • Luvas (procedimento/estéreis) • Máscara • Óculos de proteção • Estetoscópio Conjunto de acessórios para higienização • Água morna • Detergente neutro • Recipiente para imersão 3. PROCEDIMENTO Critérios para iniciar processo de decanulação – Aplicar para ambos os grupos: - Adequado nível de consciência: paciente deve estar consciente e orientado; - Passar no teste de patência de vias aéreas – realizado ao ocluir com o dedo enluvado a traqueostomia com o cuff desinsuflado e observar o fluxo aéreo e fonação (solicitar vogal prolongada); - Secreção de fácil manejo pelo paciente e frequência de aspiração inferior a quatro aspirações nas últimas 24 horas; - Tosse eficaz; - Respiração espontânea ter sido alcançada indefinidamente; - SPO2 >92% em ar ambiente ou com suporte (macronebulização 5l/min) Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago Tipo do Documento PROCEDIMENTO / ROTINA POP.XXX.001 - Página X/X Título do Documento Desmame da traqueostomia -Intervenção Fonoaudiológica no paciente traqueostomizado: emergência, unidades de internação e UTI Adulto Emissão: Próxima revisão: Versão: Protocolo de decanulação conforme tempo de permanência na ventilação mecânica: • GRUPO 1: Pacientes que permaneceram por tempo prolongado na ventilação mecânica (> 2 semanas) com sinais de fraqueza neuromuscular: Dia 1- 30/40min Utilizar a Válvula de fala apenas durante a Fonoterapia Dia 2 - 6 horas Utilizar válvula de fala (Fonoaudiólogo ou Fisioterapeuta retira o dispositivo). Dia 3 - 12 horas Utilizar Válvula de fala: Fonoaudiólogo, Fisioterapeuta ou Enfermeiro retiram a válvula no final do dia. Manter o cuff desinsuflado conforme a tolerância e se tolerar cuff desinsuflado 24 horas tem indicação de troca para metálica. Dia 4 - Teste de oclusão de TQT Trocar cânula plástica por cânula metálica 2 números menores que a TQT plástica. Iniciar oclusão da TQT com êmbolo da seringa. Dia 5 - Teste de oclusão da TQT metálica Reavaliar a cada 6 horas/12 horas/24 horas a tolerância do paciente. Permanência com TQT ocluída Após 24 horas de oclusão da TQT metálica– DECANULAR. Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago Tipo do Documento PROCEDIMENTO / ROTINA POP.XXX.001 - Página X/X Título do Documento Desmame da traqueostomia -Intervenção Fonoaudiológica no paciente traqueostomizado: emergência, unidades de internação e UTI Adulto Emissão: Próxima revisão: Versão: Antes de progredir cada etapa, certificar-se de que o paciente mantém nível adequado de consciência, característica da secreção, tosse eficaz e saturação > 92% em ar ambiente ou com suporte de O2 adequado. Adequar a oxigenoterapia ao dispositivo utilizado, exemplo: trocar macronebulização por catéter nasal de O2 com a TQT ocluída. GRUPO 2: Pacientes com tempo inferior a duas semanas na ventilação mecânica e sem sinais de fraqueza muscular: Observação importante: O médico deve registrar no prontuário se o paciente está apto a iniciar processo de desmame do ponto de vista médico/cirúrgico. Figura 2: Fluxograma de desmame grupo 2 Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago Tipo do Documento PROCEDIMENTO / ROTINA POP.XXX.001 - Página X/X Título do Documento Desmame da traqueostomia -Intervenção Fonoaudiológica no paciente traqueostomizado: emergência, unidades de internação e UTI Adulto Emissão: Próxima revisão: Versão: REFERÊNCIAS 1. SHERLOCK, Zoë V.; WILSON, Janet A.; EXLEY, Catherine. Tracheostomy in the acute setting: Patient experience and information needs. Journal Of Critical Care, [s.l.], v. 24, n. 4, p.501-507, dez. 2009. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcrc.2008.10.007. 2. GOFF, Diane; PATTERSON, Joanne. Eating and drinking with an inflated tracheostomy cuff: a systematic review of the aspiration risk*. International Journal Of Language & Communication Disorders, [s.l.], v. 54, n. 1, p.30-40, 14 nov. 2018. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/1460- 6984.12430. 3. SWIGERT, Nancy B.. Blue Dye in the Evaluation of Dysphagia: Is It Safe?. The Asha Leader, [s.l.], v. 8, n. 5, p.16-17, mar. 2003. American Speech Language Hearing Association. http://dx.doi.org/10.1044/leader.otp.08052003.16. 4. BRADY, Susan L.; HILDNER, Cynthia D.; HUTCHINS, Brad F.. Simultaneous Videofluoroscopic Swallow Study and Modified Evans Blue Dye Procedure: An Evaluation of Blue Dye Visualization in Cases of Known Aspiration. Dysphagia, [s.l.], v. 14, n. 3, p.146-149, maio 1999. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/pl00009596. 5. SINGH, Ratender Kumar; SARAN, Sai; BARONIA, Arvind K.. The practice of tracheostomy decannulation—a systematic review. Journal Of Intensive Care, [s.l.], v. 5, n. 1, p.1-12, 20 jun. 2017. Springer Nature. http://dx.doi.org/10.1186/s40560-017-0234-z. 6. BELAFSKY, Peter C. et al. The accuracy of the modified Evan's blue dye test in predicting aspiration. The Laryngoscope, [s.l.], v. 113, n. 11, p.1969-1972, 9 set. 2010. Wiley. http://dx.doi.org/10.1097/00005537-200311000-00021. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcrc.2008.10.007 http://dx.doi.org/10.1111/1460-6984.12430 http://dx.doi.org/10.1111/1460-6984.12430http://dx.doi.org/10.1044/leader.otp.08052003.16 http://dx.doi.org/10.1007/pl00009596 http://dx.doi.org/10.1186/s40560-017-0234-z http://dx.doi.org/10.1097/00005537-200311000-00021 Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago Tipo do Documento PROCEDIMENTO / ROTINA POP.XXX.001 - Página X/X Título do Documento Desmame da traqueostomia -Intervenção Fonoaudiológica no paciente traqueostomizado: emergência, unidades de internação e UTI Adulto Emissão: Próxima revisão: Versão: 1. HISTÓRICO DE REVISÃO VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO 1.0 03/2019 Mariana de Toledo Lins 1.1 01/2020 Mariana de Toledo Lins e Diane de Lima Oliveira (Poderão ser incluídas no quadro abaixo as identificações dos responsáveis pela elaboração/revisão e avaliação) Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte Validação Data: ____/____/________ Aprovação (Nome, Função, Assinatura) Data: ____/____/________
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