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Alfabetização e letramento 3

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Unidade III
Esta é a última Unidade da disciplina, espera-se que, nesse 
momento do seu estudo, você tenha conseguido comparar casos 
vividos em sala de aula, comentários de professores, no contexto 
abordado, e feito uma relação entre a teoria e a situação real.
Você irá aprender um pouco mais sobre a realidade escolar 
na Unidade III, com o resgate de conceitos aprendidos e os 
conteúdos do processo de ler e escrever, utilizando o código 
com função social.
A Unidade III irá apresentar a relação do conceito de 
alfabetização e os conteúdos trabalhados em língua portuguesa 
do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I.
Agora você aprenderá como alfabetizar usando as situações 
diárias de escrita como aliadas na arte de ensinar a ler e 
escrever.
Vale a pena ler o Saber em jogo, de Alicia Fernandez. A seguir, 
um pequeno trecho representativo da obra: 
Vou aprender a nadar − diz Silvina com a alegria dos 
seus seis anos recém-feitos.
− Vai nadar? − Intervém a irmã, três anos mais jovem.
− Não, vou aprender a nadar.
− Eu também vou brincar na piscina. 
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− Não é o mesmo. Eu vou aprender a nadar − diz 
Silvina.
− O que é aprender?
− Aprender é... como o papai me ensinou a andar de 
bicicleta. Eu queria muito andar de bicicleta. Então... papai 
me deu uma bici... menor do que a dele. Me ajudou a subir. 
A bici sozinha cai, tem que segurar andando...
− Eu fico com medo de andar sem rodinhas.
− Dá um pouco de medo, mas papai segura a bici. Ele 
não subiu na sua bicicleta grande e disse: assim se anda de 
bicicleta... Não, ele ficou correndo ao meu lado. Então, eu 
disse: Ah! Aprendi! 
Pronunciou essa expressão com intenso entusiasmo e 
alegria, transferido para o corpo da mais jovem e surgindo 
na alegria dos seus olhos a resposta da pergunta: O que é 
aprender? 
− Ah! Aprender é tão lindo quanto brincar − 
respondeu.
− Sabe, papai não fez como na escola. Ele não disse 
“Hoje é dia de aprender a andar de bicicleta”.
1ª Lição: andar direito.
2ª Lição: andar rápido.
3ª Lição: dobrar.
Não tinha nenhum boletim onde anotar: muito bem, 
excelente, regular... Porque se assim tivesse sido, não sei, algo 
nos meus pulmões, um friozinho aqui no meu estômago, 
um aperto aqui no coração... ah! Não me deixariam 
aprender!
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Objetivos específicos
O objetivo específico desta unidade é que o aluno adquira 
conhecimento sobre como:
• elaborar, executar e avaliar planos de ação pedagógica 
que expressem o processo de planejamento desenvolvido 
na área do conhecimento;
• desenvolver metodologias e materiais pedagógicos 
adequados às diferentes práticas educativas. 
Resumindo
Ler e escrever significa
Noções que fundamentam esse 
processo
 O significado está no que temos 
capacidade de escutar
Outros sinais além das letras.
Relação grafema x fonema.
Direção da escrita.
Espaçamento entre as palavras.
Unidade temática.
Unidade estrutural.
Escutar o silêncio.
Escutar enquanto verbo ativo para a 
criança competente (no ato de ler e 
no ato de escrever) e para o educador 
competente.
Atribuindo ao outro o poder e a 
relevância de observar e interpretar.
3 O QUE SE APRENDE NA ESCOLA: 
OS CONTEÚDOS DE ALFABETIZAÇÃO 
E LETRAMENTO, NA ÁREA DE LÍNGUA 
PORTUGUESA
3.1 O mundo está cheio de coisas escritas: 
vamos vê-las!
A sala de aula, tanto no tocante à Educação Infantil quanto 
ao Ensino Fundamental, é um ambiente social e complexo no diz 
respeito à comunicação. Muitas crianças têm o primeiro contato 
com esse ambiente aos quatro ou cinco anos, enfrentando pela 
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primeira vez as exigências da cultura escolar e de seus professores 
ou até mesmo, por que não dizer, de seus novos amigos, pois 
eles também impõem condições de adaptação à nova rotina.
A entrada coloca exigências linguísticas e cognitivas que 
muitas vezes não são compatíveis com os hábitos até então 
desenvolvidos.
É de conhecimento de todo educador que qualquer 
informação deve ser compreendida por todos, mas a rotina 
marca uma ruptura na vida da criança, pois a informação não é 
compatível com o seu mundo de agora. 
Quando chega à escola para aprender a ler, sabe que a escrita 
quer dizer alguma coisa, embora não saiba de que maneira os 
sinais escritos funcionam para transmitir a mensagem.
Para a criança, a alfabetização constitui o primeiro passo 
de uma longa carreira escolar, que provavelmente terminará na 
universidade. 
Ela usará a leitura como forma de prazer e instrumento de 
comunicação pessoal.
O primeiro passo, então, é abrir os olhos para o mundo da 
palavra escrita, tornar-se atento ao que está escrito na vida 
cotidiana, perceber os vários usos sociais dessa escrita e que a 
leitura faz parte do processo de letramento.
3.2 Metodologias de alfabetização
Apesar dos estudos sobre como a criança aprende a ler e 
a escrever, alguns adultos acreditam que a prática pedagógica 
deve ser fundamentada em exercícios repetitivos a serem 
aplicados em sala de aula e lições a serem feitas em casa. Muitos 
pensam que essa repetição contribui para que a criança leia e 
escreva melhor.
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Temos crianças que copiam textos, têm a letra desenhada, 
mas nada do que escrevem tem sentido ou significado.
Não fazem uso da leitura e da escrita habitualmente nem 
as têm como instrumento de expressão de suas ideias e seus 
sentimentos, ou como uma forma de comunicação com os 
outros e de leitura de mundo.
Alguns professores aplicam muitos conteúdos e acreditam 
estar executando uma “boa atividade”.
3.2.1 Como um professor pode promover uma “boa 
atividade” na sala de aula?
A “boa atividade” é a que promove a aprendizagem da 
criança, a construção de seu conhecimento. 
Com certeza, não é aquela aula show, farta em jogos e 
brincadeiras, da qual o aluno quer participar, mas a que promove 
a mudança de atitudes, procedimentos e conceitos dos alunos.
3.2.2 Características de uma “boa atividade”
Naspolini (2006) aponta que a “boa atividade”, promotora 
do desenvolvimento do conhecimento do aluno, pode ser 
significativa, produtiva e desafiadora.
Atividade significativa
“Quando gera conhecimento útil para a vida do aluno; quando 
lhe oferece condições de, tendo consciência do conhecimento 
apropriado, vir a utilizá-lo nas diferentes situações de sua vida” 
(Naspolini, 2006, p. 12).
As pesquisas a respeito do baixo aproveitamento escolar 
de nossos alunos apontam para uma de suas dificuldades: a de 
relacionar o que aprendeu na escola com o seu dia a dia. 
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Relacionar os textos escritos e aprendidos na escola com a 
sua necessidade de ler, escrever, ter conhecimento e interpretar 
o que lê e escreve.
Cabe a reflexão sobre as atividades aplicadas em sala de 
aula.
Paulo Freire criticou as cartilhas e as comparou às roupas 
de tamanho único, que servem para todo mundo e, ao mesmo 
tempo, para ninguém; as cartilhas estão longe de abordar a 
realidade vivida por nossos alunos (Aranha, 1989).
O indício que o trabalho com cartilha nos dá é a compreensão 
da alfabetização como a assimilação de habilidades perceptivas, 
psicomotoras, de discriminação visual e auditiva e coordenação 
viso-manual da grafia.
Algumas cartilhas podem propor a repetição de exercícios 
e traçados das vogais e consoantes, a composição de sílabas 
simples e organizadas em famílias silábicas. 
Após essas ações, há a construção de palavras e frases 
isoladas de um contexto que a criança conhece e seidentifica. 
Elas apresentam frases com uma linguagem irreal, longe da 
criança.
Adriane Andaló (1996) explica que, apesar de muitas 
gerações aprenderem com o método da cartilha, a memorização 
de letras e o ajuntamento de sílabas e palavras não garantem 
a aprendizagem da criança, pois leem, fazem cópias, mas não 
compreendem o que escrevem.
A cartilha apresentava palavras e frases escritas com letra 
cursiva e minúscula. 
De acordo com as pesquisas psicogenéticas, a criança 
identifica com facilidade a letra bastão maiúscula por visualizá-
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la, frequentemente, nas escritas de seu meio ambiente e por 
conter letras separadas, as crianças percebem as regras de 
combinação silábica da língua.
Muitos adultos que não gostam de ler foram alfabetizados 
com cartilhas, ou seja, não foram convidados, na escola, a 
folhear um jornal, a curtir um poema, a procurar informações 
em um catálogo ou até mesmo se divertir com história em 
quadrinhos.
A escola pode contribuir para tornar os alunos, além de 
alfabetizados, letrados.
Desde a alfabetização, a escola precisa apresentar variedade 
de textos e favorecer o íntimo contato com a escrita social e as 
mais diversas possibilidades.
É necessário que a criança leia na sala de aula cartazes, 
identificações de caixas, latas, embalagens e rótulos de produtos 
variados.
O contato com diferentes escritas e textos promove na 
criança o reconhecimento e a distinção do desenho (sinal) e da 
escrita (signo), o que contribui para que ela compreenda que se 
escreve o que se fala.
O que facilita a aprendizagem da grafia das letras e a 
construção de palavras de forma significativa na prática é ler 
e escrever.
Adriane Andaló (1996) sugere como atividade significativa 
de leitura e escrita as seguintes atividades que objetivam o que 
denominou de “redes de significado”:
• trabalhar com o nome dos alunos, identificando palavras, 
sílabas e letras do próprio nome da criança e de seus 
colegas em outras atividades; 
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• escrever listas de palavras do mesmo campo lexical, como, 
por exemplo, nome de animais, nome de frutas, nome de 
brinquedos, compras de supermercado;
• recortar e colar figuras e associá-las com a escrita de 
letras móveis de plástico;
• utilizar, em sala de aula, a letra bastão maiúscula até as 
crianças estarem alfabéticas;
• montar e desmontar palavras;
• montar quebra-cabeças com palavras e gravuras;
• fornecer palavras e pedir às crianças que as representem 
por meio de desenhos.
Atividade produtiva
Quando o aluno aprende, constrói o conhecimento, e, além 
de desenvolvê-lo, ele o aperfeiçoa nas atividades cotidianas.
Frequentemente, os trabalhos escolares são requeridos 
pelos professores sem que os alunos sintam a necessidade 
de escrever; simplesmente, os fazem porque o professor 
mandou.
Torna-se uma atividade que não é produtiva, desvinculada 
do contexto da criança, uma escrita mecânica.
Muitos adultos têm dificuldades para escrever ou expressar 
o que pensam por meio de um texto escrito.
Essa dificuldade pode ter relação com a dicotomia entre o 
que se escreve na escola e o que realmente é preciso escrever 
para comunicar-se socialmente.
Adriane Andaló (1996) sugere ao professor que abandone 
textos mecânicos e sem significado para o aluno e trabalhe 
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com textos reais, provenientes do meio em que o aluno vive. Ela 
indica ao professor o trabalho com:
• pequenos poemas de ritos populares como “Marcha 
soldado”, “Batatinha quando nasce” e “Pombinha branca”, 
conhecida pela transmissão oral e escrita;
• textos da literatura infantil;
• textos escritos em outdoors, placas, avisos, cartazes, 
revistas, jornais, televisão;
• textos de comunicação social: cartas, convites, cartões 
comemorativos, bilhetes etc.
Atividades desafiadoras
Atividades que apresentam dificuldades possíveis de 
serem solucionadas pelo aluno, mas que exigem a sua 
reflexão, análise de hipóteses, busca de ações possíveis, 
portanto contribuem para o desenvolvimento de sua 
capacidade cognitiva.
Naspolini (2006) sugere que o professor trabalhe com 
situações de aprendizagem desafiadoras, provocativas e 
instigantes, que devem ser construídas sobre aspectos conhecidos 
do aluno anteriormente. 
Portanto, as atividades não devem ser tão fáceis que o 
aluno as desenvolva rapidamente, mas também não tão difíceis, 
fazendo com que o aluno desanime por sentir-se incapaz de 
executá-las.
Muitos professores entendem que, ao final do período de 
alfabetização, o aluno deve estar capacitado a ler e a escrever, 
encerrando-se, assim, o período de aprendizagem da leitura e da 
escrita, o que é um equívoco. 
Naspolini (2006) afirma que, nesse momento, a criança apenas 
adquiriu o código linguístico e necessita executar vários tipos de 
atividades para que desenvolva sua leitura e sua escrita.
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3.3 Proposta de alfabetização 
3.3.1 Tipos de atividades
Atividades de sondagem
Estão relacionadas às atividades de avaliação do desempenho 
do aluno. 
Visam detectar o conhecimento que a criança construiu e 
como esse conhecimento foi construído. 
A partir do que foi coletado pelo professor, planejam-se as 
atividades de ensino e de aprendizagem novas e específicas ao 
aluno.
Naspolini (2006) destaca alguns pontos das atividades de 
sondagem:
• retratam o momento específico da atividade executada 
pelo aluno: num certo momento, o aluno apresenta um 
determinado conhecimento e, em outro momento, outro 
conhecimento;
• as intervenções do professor favorecem a compreensão de 
como a criança pensa um determinado conhecimento;
• possibilitam o registro, em fichas, da produção do 
aluno e podem fundamentar o planejamento de novas 
atividades.
As atividades de sondagem e o material utilizado devem ser 
inéditos, para não estimular a memorização de como se aplica 
determinado conhecimento pela criança.
A sondagem é feita periodicamente, e os resultados devem 
ser comparados com os resultados da sondagem anterior.
Ao analisar os resultados da sondagem, o professor pode 
agrupar crianças que apresentam determinada dificuldade e 
planejar atividades diversificadas de ensino e de aprendizagem.
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As atividades diversificadas são compostas por jogos e variam 
conforme a evolução do conhecimento dos alunos.
Atividades de ensino-aprendizagem 
Segundo Naspolini (2006), são atividades que intervêm 
nos saberes construídos anteriormente pelo aluno e 
promovem a aquisição de novos conhecimentos. Como 
exemplo, cita a atividade de correspondência título-texto, 
em que o professor lê um texto em sala de aula e apresenta 
vários títulos. 
Os alunos devem escolher um título adequado à história 
narrada pela professora.
Atividades de aplicação
São exercícios específicos que visam a aplicação de 
conhecimentos apreendidos pela criança por meio das atividades 
de ensino-aprendizagem. 
Naspolini (2006) sugere que devem ser aplicados, 
preferencialmente, em grupos de alunos. 
A autora distingue dois períodos ou características das 
atividades de aplicação: a repetição e a transformação.
A repetição devido ao fato de os conhecimentos adquiridos 
pelos alunos serem utilizados repetidas vezes e em momentos 
diferentes das atividades. 
A transformação se refere ao fato de os exercícios serem 
mudados, e não seus objetivos, que devem ser a aplicação de 
determinados conhecimentos aprendidos anteriormente.
O exemplo dado por Naspolini (2006) é que a mesma 
atividade de correspondência texto-título pode ser empregadade diferentes formas, como:
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• corresponder o texto com a escolha de um título dentre 
outros;
• corresponder um título com a escolha de um texto dentre 
outros;
• corresponder os textos com a escolha dos respectivos 
títulos, dentre outros.
Note que as atividades apresentam a repetição, emparelhar 
textos e títulos, e a transformação, com a execução de atividades 
diferentes entre si.
Atividades de avaliação
O objetivo dessas atividades de avaliação é diagnosticar o 
que o aluno é capaz de realizar sozinho, o que o aluno aprendeu 
e o que precisa melhorar, e podem ter a finalidade qualitativa ou 
quantitativa, segundo Naspolini (2006).
A finalidade qualitativa está ligada ao diagnóstico do 
conhecimento construído pelo aluno e subsidia o planejamento 
do professor na medida em que planeja futuras atividades de 
ensino-aprendizagem (sondagem), e a finalidade quantitativa 
está ligada ao diagnóstico e à medição do que o aluno construiu 
de determinado conteúdo.
3.3.2 O trabalho com leitura
De acordo com Naspolini (2006), “ler é o processo de construir 
um significado a partir do texto”. 
A leitura será compreendida se houver concordância entre 
os conhecimentos prévios do leitor e os elementos textuais.
O ato de ler significa compreender o que está escrito com as 
letras e o que se quis dizer com as letras; é muito mais do que 
decodificar os códigos linguísticos.
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Para entender o texto lido, o leitor utiliza vários esquemas 
cognitivos, e, como as pessoas têm esquemas cognitivos 
diferentes, podem entender o mesmo texto de formas diversas.
As diferentes formas de linguagem de cada leitor, o 
conhecimento que tem do mundo, seus propósitos e esquemas 
conceituais podem ajudar a entender ou a dificultar a 
compreensão do texto.
3.3.3 Estratégias de leitura
Todo leitor apresenta estratégias, processos cognitivos para 
facilitar a leitura compreensiva, rápida e eficaz. 
São estratégias: a seleção, a predição, a inferência, o 
autocontrole e a autocorreção.
Seleção
Quando um leitor lê um texto, ele o faz a partir do que é de 
seu interesse, do que considera importante para o entendimento 
da leitura.
Ao selecionar o que quer ler, o leitor despreza algumas 
partes do texto e acaba por “pular” alguns aspectos do texto 
sem comprometer sua compreensão.
Predição
O texto fornece algumas pistas que favorecem a criação de 
algumas hipóteses por parte do leitor.
Inferência
Quando o leitor conclui aspectos explícitos ou não do texto 
baseado em seus conhecimentos prévios.
Autocontrole 
Quando o leitor valida ou não sua predição, inferência do 
texto por meio de sua leitura.
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Autocorreção
Quando o leitor corrige o que pensou a respeito da leitura 
quando o texto não a comprova.
Segundo Naspolini (2006), há uma reciprocidade entre a 
estratégia de leitura para entender um texto e a sua interpretação; 
um não acontece sem o outro.
Naspolini (2006) se refere à pesquisadora francesa Jolibert 
quando sugere alguns passos para se questionar um texto. 
Esses passos podem ser utilizados em atividades diversificadas, 
com o intuito de o aluno ler e interpretar o texto:
• De onde e como surgiu o texto?
• Quais são as características físicas do texto?
• Como está diagramado?
• Que informação o texto traz por meio de imagens ou 
palavras do parágrafo, frases?
• Existem números e símbolos no texto? Quais são os 
objetivos que o autor demonstra com os números e os 
símbolos descritos no texto?
• Quais são os sinais de pontuação apresentados no texto?
• Há palavras desconhecidas?
3.3.4 O trabalho com textos
A leitura e a escrita não devem se restringir ao trabalho com 
o livro didático.
Em uma sociedade letrada como a nossa, o professor precisa 
trabalhar com os mais variados tipos de textos, com o objetivo 
de que a criança construa estruturas cognitivas necessárias à 
leitura e à escrita de textos variados. 
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Isso não significa que o aluno tenha apenas que identificar 
ou reconhecer as diferentes modalidades de texto, mas escrevê-
las, utilizá-las mediante as suas necessidades.
Com um fim didático, Naspolini (2006) classificou os textos 
em práticos, informativos ou científicos, literários e extraverbais, 
mas ressaltou que um único texto pode pertencer a mais de um 
grupo dos citados.
Textos práticos: são textos comuns em nosso dia a dia, 
por exemplo: cartas, contas de água, luz e telefone, cheques, 
embalagens de todos os tipos, manuais de aparelhos eletrônicos, 
listagens, itinerários, ingressos, passagens, carnês, bulas de 
remédio, cardápios, receitas culinárias, notas fiscais, bilhetes, 
telegramas. 
O professor pode utilizar uma data comemorativa, como o 
dia dos pais, e desenvolver uma atividade de confecção de uma 
carta. Ele pode abordar algumas questões como:
• A quem escrever?
• Quem é o remetente e/ou destinatário da carta que 
escreve?
• Qual é o pronome de tratamento adequado?
• Para que e por que escrever uma carta?
• O que se pretende abordar na carta para a outra pessoa?
• Qual é a estrutura do texto?
Para finalizar a atividade de ensino e de aprendizagem, os 
alunos podem passear em uma excursão ao seu bairro e postar 
a carta em comemoração ao dia dos pais. 
Naspolini (2006) sugere os seguintes pontos como elementos 
essenciais da carta e que podem ser trabalhados com os alunos 
para que eles aprendam como se faz uma carta:
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Saudação.
O que solicitamos.
Por quê?
A importância disso para nós.
Como e quando esperamos receber a resposta.
Despedida.
Local e data.
Assinatura. 
O destinatário.
Após esses elementos serem aplicados na sala, o professor pode 
incentivar o seu aluno a se autoavaliar, a fim de analisar os itens 
cumpridos, os que precisam melhorar e as possíveis mudanças. 
Naspolini (2006) sugere o seguinte quadro para o professor 
promover a autoavaliação do aluno:
Relendo a carta
Itens Sim Não
Coloquei local e data acima e à direita?
Coloquei destinatário (o nome)?
Coloquei saudação?
Usei tratamento adequado?
Escrevi três ou mais parágrafos?
Usei palavras de despedida?
Coloquei minha assinatura?
Usei o mesmo pronome do início ao fim da carta?
Motivo da carta
Deixei o motivo bem claro?
Justifiquei o motivo?
Explicação
Dei explicações para convencer o destinatário?
Disse para quando preciso da resposta?
Diagramação
Deixei margem à esquerda?
Usei letra maiúscula depois de ponto final?
Usei vírgula depois do local, na primeira linha, depois do 
destinatário e depois da despedida?
Usei letra maiúscula nos nomes próprios?
Apresentação
Meu trabalho está limpo e em ordem?
Minha letra está legível?
Pulei linha quando necessário?
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Textos informativos ou científicos 
A função dos textos informativos é trazer conhecimentos 
novos aos leitores. Eles são encontrados em jornais, revistas, 
enciclopédias, entrevistas, tabelas, gráficos etc. 
Exemplo
Dicas para combater o mosquito e os focos de larvas
Mantenha a caixa 
d´água sempre 
fechada com tampa 
adequada.
Remova folhas, 
galhos e tudo que 
possa impedir a 
água de correr 
pelas calhas.
Não deixe a 
água da chuva 
acumulada sobre 
a laje.
Lavar 
semanalmente, por 
dentro, com escovas 
e sabão, os tanques 
utilizados para 
armazenar.
Mantenha bem 
tampados tonéis e 
barris d´água.
Encha de areia 
até a borda os 
pratinhos dos vasos 
de plantas.
Se você tiver 
vasos de plantas 
aquáticas, troque a 
água e laveo vaso, 
principalmente por 
dentro, com escova, 
água e sabão pelo 
menos uma vez por 
semana.
Guarde garrafas 
sempre de cabeça 
para baixo.
Entregue seus pneus 
velhos ao serviço de 
limpeza urbana ou 
guarde-os sem água 
em local coberto e 
abrigados da chuva.
Coloque o lixo em 
sacos plásticos e 
mantenha a lixeira 
bem fechada. Não 
jogue lixo em 
terrenos baldios.
Fonte: <http://www.dengue.org.br/dengue_prevenir.html>.
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Textos literários
São textos que expressam sentimentos, pensamentos e 
fantasias do homem na relação com o mundo à sua volta e 
consigo mesmo.
Exemplo
Soneto da fidelidade (Vinícius de Moraes)
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Fonte: <http://www.secrel.com.br/jpoesia/vm2.html#sonetodafidelidade>.
Textos extraverbais 
Existem textos escritos não com palavras, mas com outros 
códigos linguísticos, e não linguísticos.
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Por exemplo, os textos escritos com figuras, ilustrações, 
arquitetura, história em quadrinhos, quadro de arte, música, 
gesto etc.
Exemplo
Obra: A Feira. Tarsila do Amaral.
O professor pode trabalhar com vários textos em sala de aula 
e com três enfoques diferentes.
Enfoque conteudístico 
A partir de um texto, questões são formuladas para que os 
alunos respondam segundo as palavras e ideias expostas no 
texto. 
Naspolini (2006) define como o objetivo desse tipo de 
atividade decodificar a leitura. 
Muitos professores costumam utilizar apenas esse tipo de 
enfoque e acreditam que, ao responder às questões, os alunos 
entenderam e interpretaram o texto.
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Enfoque estruturalista
Todos os textos apresentam determinadas estruturas que os 
identificam, e são chamadas de superestrutura esquemática a 
distribuição e a organização da estrutura interna do texto.
Exemplos de estruturas esquemáticas do texto, segundo 
Naspolini (2006):
Narrativa Ata Manual de instruções
• personagens 
(principal e 
secundária);
• ambiente;
• tempo;
• época;
• sequência de ações;
• clímax;
• desfecho.
• data da reunião;
• local;
• participantes;
• descrição ou 
relato do(s) 
discutido(s);
• decisões;
• assinatura dos 
participantes.
• identificação do 
produto;
• apresentação;
• características;
• sequência de montagem;
• usos;
• cuidados;
• defeitos possíveis;
• assistência técnica. 
Fábula Carta Receita culinária
• personagens 
(principal e 
secundária);
• ambiente;
• tempo;
• época;
• sequência de ações;
• clímax;
• desfecho;
• moral da história.
• local e data;
• nome da pessoa 
que vai receber (e 
saudação);
• assunto(s);
• despedida;
• nome da 
pessoa que está 
escrevendo 
(remetente).
• ingredientes;
• modo de fazer;
• tempo de preparo;
• calorias;
• rendimento.
Texto científico ou informativo
• informação específica;
• descrição do fato;
• exemplos ilustrativos;
• explicações;
• detalhes.
Enfoque discursivo
O trabalho com enfoque discursivo tem por objetivo analisar 
os efeitos que o texto produziu no leitor.
Para essa análise, o professor pode utilizar questões que 
considerem processos cognitivos, como o de antecipação, de 
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transformação, inferência, crítica, extrapolação, situação-
problema, efeitos, intenções e emoções. 
A seguir, exemplos de questões sugeridas por Naspolini 
(2006) de cada processo cognitivo:
Antecipação Transformação Inferência
Quais ideias vieram à 
mente do aluno quando 
iniciou a leitura do 
texto?
O que o título do texto 
lhe sugeriu?
O aluno tem outro 
término para o texto, 
diferente do proposto 
pelo autor? 
O aluno compara o que 
pensa com o que foi 
pronunciado pelo autor 
do texto?
Crítica Extrapolação Situação-problema
O aluno comenta, critica, 
julga fatos e situações, 
emite opiniões e 
argumenta o texto lido?
A partir da ideia principal 
do texto, o aluno a 
relaciona com outras 
situações cotidianas 
ou ideias diferentes, 
comparando-as?
A partir de situações-
problema, o aluno 
aponta possíveis 
soluções?
Efeitos, intenções, emoções
O aluno comenta as emoções e os sentimentos produzidos após a leitura do 
texto?
3.4 A gramática na contramão
3.4.1 Algumas possibilidades para o trabalho com a 
produção de textos
• Trabalhar com textos escritos individualmente, em 
pequenos grupos ou coletivamente.
• Propor para os alunos a escrita de vários tipos de textos: 
relatórios, contos, poesias etc.
• Pedir aos alunos que descrevam fotos e paisagens.
• Solicitar que criem histórias a partir de recortes de gibis, 
paisagens etc.
• Orientar os alunos a entrevistarem conhecidos e 
descreverem como foi a entrevista.
• Sugerir que escrevam jornais da sala, reportagem da 
escola e outros.
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O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF), 
anualmente, aplica testes em população representativa de 15 
a 64 anos para coletar hábitos e práticas de leitura e escrita em 
diversos contextos de vivência dos brasileiros. 
Apontam, além de habilidades matemáticas, habilidades 
de leitura e de escrita, que compreendem a capacidade de 
processar informações numéricas presentes no dia a dia, no 
comércio, no trabalho ou nas páginas dos jornais.
Observe o quadro a seguir:
 Leitura Habilidades matemáticas
Analfabetismo Não domina as habilidades 
medidas.
Não domina as habilidades 
medidas.
Alfabetismo 
nível 
rudimentar 
Localiza uma informação 
simples em enunciados 
de uma só frase, em um 
anúncio ou em chamada de 
capa de revista, por exemplo.
Lê e escreve números de uso 
frequente: preços, horários, 
números de telefone. Mede 
um comprimento com 
fita métrica, consulta um 
calendário.
Alfabetismo 
nível básico
Localiza uma informação 
em textos curtos ou médios 
(uma carta ou notícia, 
por exemplo), mesmo que 
seja necessário realizar 
inferências simples.
Lê números maiores, 
compara preços, conta 
dinheiro e faz troco. Resolve 
problemas envolvendo uma 
operação. 
Alfabetismo 
nível pleno
Localiza mais de um item de 
informação em textos mais 
longos, compara informação 
contida em diferentes textos, 
estabelece relações entre 
as informações (causa/
efeito, regra geral/caso, 
opinião/fato). Reconhece a 
informação textual mesmo 
que contradiga o senso 
comum. 
Consegue resolver problemas 
que envolvem sequências 
de operações, por exemplo, 
cálculo de proporção ou 
percentual de desconto. 
Interpreta informação 
oferecida em gráficos, 
tabelas e mapas.
Fonte: <http://www.reescrevendoaeducacao.com.br/2006/>.
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Quando se aprende e ensina o código alfabético (relação 
entre letras e sons), é necessário começar explorando.
Entrar em contato com materiais escritos significa folhear, 
tocar, olhar ilustrações. Não pode haver cobrança, pois as 
crianças precisam saber e conhecer o toque, o peso, a cor, o 
cheiro de um livro, uma revista ou um jornal. 
O primeiro conhecimento se dá pelos sentidos, depois pela 
afetividade e pelo intelecto.
Lembre-se de que o adulto que lê para uma criança acorda 
as histórias que dormem nas páginasde um livro. Assim se faz a 
transição da oralidade para a escrita.
Sugestões didáticas
As atividades aqui sugeridas servem para:
• analisar as possibilidades de uso da escrita na vida 
cotidiana;
• descobrir que letras e números são sinais diferentes;
• comparar os diversos tipos de letra que existem (cursiva, 
imprensa, maiúscula e minúscula etc.); 
• descobrir que, mesmo sem saber ler e escrever, as crianças 
já têm conhecimento sobre a escrita;
• provocar o desejo da criança em saber mais. 
1. Comece sua história com a turma dando um passeio com 
os alunos pela escola, solicite que olhem tudo e tentem adivinhar 
o que está escrito, nos diferentes lugares. 
O que os escritos querem dizer?
Você verá que a criança tem hipóteses e muitas vezes são 
capazes de dizerem o que pode estar escrito, mesmo sem ler 
ainda.
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Deixe-os pensar, ouça, compare as respostas, faça clima de 
suspense e leia para eles:
1. o nome da escola na frente do estabelecimento de ensino;
2. indicações nos corredores;
3. cartazes e informações internas;
4. placas nas portas, secretaria, banheiro;
5. cardápio do refeitório (se tiver) ou algo do gênero;
6. números nas portas e nos portões ou placas de carro.
2. Solicite que observem detalhes, deixe que cada um fale 
do passeio: 
O que viu? 
O que entendeu? 
Onde estava escrito? 
Relacione, compare e comente as respostas das crianças.
3. Apresente aos alunos diversos tipos de materiais escritos, 
peça que identifiquem o que é letra e o que é número. 
Faça em pequenos grupos, depois em grupos maiores e por 
fim pergunte individualmente. 
No início da alfabetização, é importante que a criança 
tenha tempo para pensar sozinha, em seguida, que possa 
dividir com um ou dois colegas e, somente depois, com o 
grande grupo. 
Esse procedimento deixará a criança mais confiante e mais 
encorajada a fazer novas tentativas.
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4. Trabalhe muito com os nomes deles, pois toda pessoa, adulto 
ou criança, dá importância ao seu nome e quer aprendê-lo. 
Aquele que já sabe desenhar e assinar descobrirá novas 
informações ao observar os nomes dos colegas.
Atividades com nomes
Atividades 
NOME:________________________________________
CLASSE:__________
Ficha 1
1. TODO MUNDO TEM UM NOME
 
Sente-se com três colegas para o trabalho que vão fazer.
Cada um receberá do seu professor pequenos cartões com as 
partes (sílabas) de seu nome. 
Ordenem os cartões de forma que o nome de todos possa 
ser lido. 
2. Será que dá para formar novas palavras com as partes dos 
nomes? 
________________________________________________
________________________________________________
3. Copiem abaixo as palavras que descobriram. 
________________________________________________
________________________________________________
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Ficha 2
1. Você já sabe o nome do SEU PROFESSOR? 
• Com a ajuda dos colegas do grupo, escreva-o no espaço 
abaixo. 
• Compare com o que os colegas escreveram. 
• Todos escreveram da mesma forma? 
Peçam ao professor para escrever o nome na lousa e vejam o 
que acertaram. Que letras faltaram ou sobraram? 
 
Ficha 3
1. Você sabe o que é um autorretrato? SEU PROFESSOR vai 
explicar e apresentar alguns bem famosos.
Faça um autorretrato. Não se esqueça de assinar seu 
desenho.
4. Coloque o máximo de materiais escritos ao alcance 
das crianças, deixe-os olhar e comparar as escritas. Faça 
perguntas:
• Que tipo de livro é esse?
• Alguém conhece essa embalagem?
• O que é um catálogo?
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• O que está escrito aqui?
• O que diz o jornal sobre essa foto?
Leia sempre para as crianças. Em voz alta, anuncie um tempo 
para isso.
Algumas situações o ajudarão a ser um grande profissional:
• Favoreça sempre o entendimento de textos.
• Torne tudo interessante aos olhos de quem ainda não é 
capaz de ler porque não tem o conhecimento do código 
alfabético.
• Faça pausas agradáveis na rotina escolar introduzindo 
a beleza de uma poesia, a surpresa de uma narrativa, a 
novidade de uma notícia do jornal.
• Estimule a conversa, troca de opiniões, ampliando o 
significado de um texto.
• Mostre as infinitas possibilidades de leitura em termos de 
informação, cultura e entretenimento.
• E, finalmente, ao longo do ano letivo, leia texto diferentes: 
anedotas, propagandas engraçadas, anúncios, receitas, 
histórias de interesse das crianças (adequadas), notícia 
sobre o tempo, o futebol, a cidade, o trânsito e assuntos 
atuais.
Hoje, se você estiver diante de uma escolha de livro didático 
para alfabetizar letrando, precisará do seguinte suporte: 
conteúdos indispensáveis aos cinco primeiros anos do Ensino 
Fundamental.
Área do conhecimento: língua portuguesa.
Os seguintes eixos devem ser abordados: leitura, interpretação 
e produção textual.
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As atividades propostas precisam facilitar o letramento.
As temáticas abordadas em cada ano devem favorecer um 
trabalho interdisciplinar e estabelecer uma relação com os temas 
transversais (ou pertinentes à realidade do aluno).
Atividades de ortografia e gramática só podem ser trabalhadas 
a partir de situações reais e didáticas contextualizadas.
No 1º ano e no 2º ano, é indispensável apresentar atividades 
contextualizadas, desafiadoras, significativas e lúdicas 
(alfabetização em contexto letrado).
Verifique se a obra contempla unidade com procedimentos 
para desenvolver atividades:
• levantamento de conhecimentos prévios;
• conversando – lendo – escrevendo;
• brincando e aprendendo (estudo da escrita);
• produção de texto (oral e escrito);
• oficina de leitura ou roda de histórias;
• letras e sílabas móveis.
Quanto aos 3º, 4º e 5º anos, precisam estar presentes as 
atividades que instiguem a criança, como, por exemplo:
• antecipando o texto;
• lendo o texto;
• estudando gênero textual;
• comparando (do tipo: agora é com você); 
• produzindo texto oral e escrito (refletindo sobre a nossa 
língua: estudando ortografia e estudando a gramática);
• oficina de leitura e jogos de ortografia.
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Bom, assim, finaliza-se essa disciplina. É esperamos que você 
tenha aproveitado e aprendido um pouco de como lidar com a 
fascinante arte de alfabetizar, ou seja, emprestar seus olhos para 
uma criança ver o mundo! 
Boa sorte e bons estudos!
Saiba mais
A revista Veja da Editora Abril publicou um artigo em 
maio de 2010 (dia 10 de maio de 2010) chamada “Salto 
no escuro”, essa matéria faz críticas ao construtivismo, 
devido à falta de conhecimento que pais, professores 
e coordenadores têm dos termos. Eles o aplicam como 
metodologia causando o fracasso escolar, principalmente 
no que diz respeito à alfabetização. Leia e compare com o 
que aprendeu nesse material.
Resumindo
Roteiro para produzir um texto escrito
Leitura de textos para suporte-elemento motivador-memória-
levantamento dos conhecimentos prévios (fatos, ideias, reais 
ou fictícias).
Criação de uma realidade (ou um personagem).
Contexto das tarefas (seleção dos itens que são relevantes e a 
identificação dos possíveis leitores).
Organização, associação de ideias, anotações livres.
Planejam
ento
Texto provisório.
Ideias articuladas no papel.
Esboço do que deseja emitir como mensagem.
Rascunho do seu texto.
Tradução de ideias 
em
 palavras
Leitor de si mesmo ou de sua obra. 
Editoração (não esqueça de que escrever é dar um caráter 
público a suas ideias).
Elementos de checagem de suaescrita: bom senso, intuição, 
sentimentos (realidade, valores pessoais, possibilidades).
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Exercícios
1. Pegue um livro de língua portuguesa, de primeiro ao 
quinto ano do Ensino Fundamental, selecione uma unidade que 
traga exercícios a partir de textos. Faça uma análise segundo 
o enfoque desta unidade. Se for o caso, indique como você 
acrescentaria proposta para uma aula produtiva.
Resposta: Relacione os conteúdos abordados com o que 
você aprendeu na unidade e volte na Unidade I para comparar o 
enfoque dado ao ato de aprender.
2. Elabore questões para abranger os tópicos abordados, isso 
amplia a sua visão de aluno diante do texto.
Resposta: Volte ao tópicos lidos e verifique se compreendeu 
o texto.
Referências bibliográficas
ANDALÓ, Adriane. Didática de língua portuguesa para o Ensino 
Fundamental. São Paulo: FTD, 1996.
ARANHA, Maria Lúcia A. Filosofia da educação. 1. ed. São 
Paulo: Moderna, 1989.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. 
Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão 
da criança de seis anos de idade – mais ano é fundamental. 
Brasília, 2006.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros 
Curriculares Nacionais: 1ª a 4ª série. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CAGLIARI, Luiz C. Alfabetização e linguística. São Paulo: 
Scipione, 2005.
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CALKINS, Lucy McCormick. A arte de ensinar a escrever: o 
desenvolvimento do discurso escrito. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 2002. 
CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: 
Ática, 2007.
CÓCCO, Maria Fernandes et al. Didática da alfabetização. São 
Paulo: FTD, 1996. 
COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo português: 
conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª 
série. 1. ed. São Paulo: Ática, 2000.
FERNÁNDEZ, A. O saber em jogo. São Paulo: Cortez, 2001.
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em processo. São Paulo: 
Cortez, 2001.
_______________. Reflexões sobre a alfabetização. São 
Paulo: Cortez, 1984.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY. A. Psicogênese da língua escrita. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
FRADE, Isabel Cristina da Silva. Alfabetização hoje: onde estão 
os métodos? Revista Presença Pedagógica. v. 9., nº 50, mar./abr., 
2003.
KATO, Mary A. A concepção da escrita pela criança. São Paulo: 
Pontes, 1994.
KAUFMAN, Ana Maria. Alfabetização de crianças: construção e 
intercâmbio – experiências pedagógicas na Educação Infantil e 
no Ensino Fundamental. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
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MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Educação e letramento. 
São Paulo: UNESP, 2004. 
NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de português: tijolo por tijolo 
– leitura e produção escrita. São Paulo: FTD, 2006.
OLIVEIRA, M. K. Vigotsky: aprendizado e desenvolvimento – um 
processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.
PETRY, R. M. Educação física e alfabetização. Porto Alegre: 
Kuarup, 1993.
ROSA, A.; DINISIO, J. Atividades lúdicas: sua importância na 
alfabetização. Curitiba: Juruá, 1998.
ROSA, R. Lúdico e alfabetização. Curitiba: Juruá, 2003.
ROSSEAU, J.-J. Emílio ou da educação. Rio de Janeiro: Bertrand 
Brasil, 1992.
SLOMP, Paulo F. Piaget rediscovered. Cornell University, Ripple, 
R. e Rockcastle, V. 1964.
TEBEROSKY, Ana; TOLCHINSKY, Liliana (org.) Além da 
alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual 
e matemática. São Paulo: Ática, 2000.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: 
Martins Fontes, 1984.
WEISZ, Telma; SANCHEZ, Ana. O diálogo entre o ensino e a 
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