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Feminicídio e Violência contra Mulher

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Violência contra mulher e feminicidio
Entende-se por feminicidio como sendo um fenômeno que abarca os diversos casos onde uma mulher chega a óbito pelo simples fato dela ser mulher. Esse termo vem da terminologia “femicide” e foi utilizada a primeira vez em Bruxelas no ano de 1976, quando Diana Russell fez menção dessa palavra em um discurso apresentado ao Tribunal Internacional de Crimes contra Mulheres, seria então uma morte com requinte de perversidade e não acidental, uma das formas de genocídio contra as mulheres.
Isso porque, nem todos os crimes são programados por assassinos em séries, pelo contrário, os algoz, na maioria das vezes, são pessoas próximas as suas vítimas, principalmente se elas forem mulheres, dado a consciência errônea de a vê-la como um ser dispensável e descartável, por isso, passivas de maus-tratos e toda sorte de violências. (DEL RÍOS apud RODRIGUES, 2016, p.30)
A razão pela qual este fenômeno ganhou tamanha repercussão, se dá pelo fato da enorme necessidade de haver uma punição mais severa contra aqueles utilizam-se da força, isso porque apesar do Brasil tenha adotado diversos meios de proteção, acontece que ao invés de ter havido uma redução no número desses casos, pelo contrário os índices estão se elevando cada vez mais.
Godinho (apud HELKER, 2016, p. 42), afirma que o machismo ainda é muito grande na sociedade, a falta de consciência de igualdade, respeito e aceitação que a mulher ocupa os mesmos lugares antes reservados apenas para os homens tem resultado em diversos conflitos, segundo traz o doutrinador, “é chocante perceber o aumento, por exemplo, das denúncias de violências contra as mulheres nas universidades, um local de pessoas jovens, mais instruídas e com melhores condições econômicas que maior parte da população”.
Não se trata de um fenômeno natural apenas, mas, de algo que vem se estendendo ao longo dos anos de uma forma acirrada, Cunha conta que por ser tão antigo acabou se tornando banalizado, até parece que os tempos passaram de forma diferente para os homens e as mulheres. Enquanto para as mulheres o tempo serviu para sua evolução quanto pessoa, a reafirmação dos direitos, a conquista pelo espaço na sociedade, não como uma adjutora do marido, mas, uma protagonista de sua história, ao mesmo tempo, os homens se reservaram a ideias retrogradas, acreditando ainda ser ele o chefe da família, onde todos, inclusive a mulher tem que obedecer cegamente caso não faça, ele terá que castiga-la pela desobediência. (CUNHA, 2014, p. 16).
Muitas vezes, apenas uma vontade dessa mulher ir ao mercado de trabalho já é motivo o suficiente para dar início a diversas discursões, pautadas não na troca de saberes, mas, na imposição do mais forte a parte tida como a mais fraca, a mulher. Cunha, acrescenta, o único caminho para que haja uma verdadeira libertação é a superação desse entendimento arcaico patriarcal e a extinção das condições do capitalismo, pois, por exigir que a pessoa sempre esteja trabalhando para que tenha uma certa condição financeira para estar consumindo termina deixando a mulher em estado inferior ao dos homens, visto que nem todas tem conhecimento, e, tempo para irem a luta no mercado de trabalho. (CUNHA, 2014, p. 16).
E, que, em relação aos tipos de feminicídio, na visão de Pasinato, este pode ser de três formas: o primeiro, refere-se à ausência de dados oficiais; o segundo, a falta de legislação nos demais países que trate do tema; e, em terceiro, a discriminação. Sendo ainda dividido em três categorias: íntima, não íntima e por conexão, como serão abordados e explicados suas nuances e peculiaridades. (PASINATO, 2010, p. 233, 234 e 236)
O primeiro, como já mencionado diz respeito aos casos que não são notificados, e, por isso, passam a despercebidos como se fossem apenas uma briga de casal. A mulher nesse caso procura em nome da entidade familiar suportar todas as formas de agressão. Está não dispõe de sua dignidade, ela mesmo, se sente inferior quando se compara a seu companheiro. Estar dependente de todas as maneiras, inclusive emocional, acredita que o término do relacionamento resultará em algo pior do que se continuar mantendo, no fundo, ela acredita que esse homem vai um dia repensar e mudar de atitude e dar a ela o seu lugar de direito.
O segundo, é a falta de normas no âmbito internacional. Isso não quer dizer que os casos deixam de serem julgados, pelo contrário, sim são, porém não há uma estimativa de quanto desses envolvem mulheres e quais as razões de ter ocorrido. Na América Latina, por exemplo, a qual fazemos parte, apenas a Argentina, o Chile e a Colômbia, fora, o Brasil, possuem normas nesse sentido.
E o terceiro, traz a autora, a discriminação, como já dito, o homem que comete esse tipo de crime carrega como álibi o direito de assim o fazer porque a mulher depende dele financeiramente, é ele que a sustenta. Na perspectiva de uma pessoa assim, a mulher é apenas um objeto de satisfação sexual e que lhe serve como empregada doméstica, pois, é obrigada a se reservar aos cuidados com a casa e os filhos, contudo, mesmo após essa mulher ter se entregue a essa submissão ainda precisa sofrer algumas punições para que ele possa demonstrar sua masculinidade e força. (CONCEIÇÃO, 2017, p. 17 e 18)
Portanto, o cenário ideal para que o profissional da área da psicologia possa atuar, seja, na identificação do perfil do agressor, e, a partir daí, contam Ferrari e Ribeiro (2019, p. 136 e 137), por meio da educação sexual, onde o homem e a mulher não possam serem vistos apenas por características biológicas, mas, principalmente sociais, a cultura, e o comportamento que ambos os gêneros vão apresentando ao longo dos tempos, a fim de assegurar uma maior igualdade e desconstruir os fundamentos do patriarcalismo que por sinal gerou essa discrepância entre os direitos deles na sociedade, e, consequentemente o aumento da violência.
Além de buscar, por meio da conscientização procurar encontrar a raiz do problema, momento este que, traz Sampaio (2019, p. 16-18), como também incentivar as vítimas a buscarem percorrer novos caminhos, isso porque, muitas vezes elas estão com baixa-estima, sentem-se desvalorizadas, e, por isso, necessitam de orientação para que elas revejam seus atos e passem então não somente se desvencilhar do meio onde estar sofrendo a violência, tal, como, prepara-la psicologicamente para os novos relacionamentos.
Isto é, principalmente nos dias atuais que, fruto da propagação do Coronavírus no mundo e com ela a imposição da quarentena, como traz a Revista Agência Brasil, aqui no país houve um aumento de 22% dos casos de feminicídio, seja, porque as vítimas passaram a ser obrigadas a conviver com seus agressores, a dificuldade que tem em prestar uma denúncia justamente pelo isolamento social e o agressor quase não sair de casa, e, o aumento do desemprego, sugestionado a mulher desempregada e sem condições financeiras a um ambiente com constantes agressões. (REVISTA AGÊNCIA BRASIL, 2020)
REFERÊNCIAS
CONCEIÇÃO, Eloisa Botelho da Silveira. Feminicídio no Brasil. In: artigo apresentado a FACNOPAR, 2017. Disponível em: <http://www.facnopar.com.br/conteudo-arquivos/arquivo-2017-06-14-14974728811632.pdf>. Acesso em: 15 set. 2020.
CUNHA, Barbara Madruga. Violência contra a mulher, direito e patriarcado: perspectivas de combate à violência de gênero. XVI Jornada de Iniciação Científica de Direito da UFPR (1-2 de octubre de 2014, p. 2 e 3)(en línea)[Fecha de consulta: 17.03. 2017] Disponível em: <http://www. direito. ufpr. br/portal/wp-content/uploads/2014/12/Artigo-B% C3% A1rbara-Cunha-classificado-em-7% C2% BA-lugar. pdf>. Acesso em: 15 set. 2020.
FERRARI, Irene Rogatti Portero; RIBEIRO, Paulo Rennes. A psicologia jurídica e a intervenção com homens autores de violência contra a mulher:(re) construindo masculinidades. Diversidade e Educação, v. 7, n. 2, p. 129-153, 2019.
HELKER, Meregildo. Da violência doméstica fatal contra a mulher: evolução e tipificação. Monografia apresentada à Universidade Federal de Rondônia – UNIR – Campus. Cacoal-RO 2016. Disponível em: <http://www.ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/1058/1/MONOGRAFIA%20MEREGILDO.pdf>. Acesso em: 15 set. 2020.
PASINATO, Wânia. Lei Maria da Penha. civitas - Revista de Ciências Sociais, 2010. Disponível em: <https://goo.gl/CYO0wa>. Acesso em: 15 set. 2020.
REVISTA AGÊNCIA BRASIL. Casos de feminicídio crescem 22% em 12 estados durante pandemia. Números da violência contra a mulher caíram em apenas três estados. Publicado em 01/06/2020 - 14:34 Por Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil - São Paulo. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-06/casos-de-feminicidio-crescem-22-em-12-estados-durante-pandemia>. Acesso em: 15 set. 2020.
RODRIGUES, Annaelise Siqueira Costa. FEMINICÍDIO NO BRASIL: uma reflexão sobre o direito penal como instrumento de combate à violência de gênero. In: Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal Fluminense. Volta Redonda, 2016, p. 30 de 83p. Disponível em: <https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/4840/1/ANNELISE%20SIQUEIRA%20COSTA%20RODRIGUES%20-%20FEMINIC%C3%8DDIO%20NO%20BRASIL.pdf>. Acesso em: 15 set. 2020.
SAMPAIO–UNILEÃO, CENTRO UNIVERSITÁRIO DR LEÃO; MENDES, RIMONIELI DE OLIVEIRA. Feminicídio e o profissional de psicologia: entendendo as causas e buscando estratégias de evitação do crime.

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