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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO 1 Atualidades em Educação e Diversidade – 2º Semestre 2020 Profa. Ma. Eliana Aparecida Piza Candido, Profa. Dra. Ana Maria Tassinari Portfólio Ciclo 2 – Educação Intercultural ALUNO – RAFAEL LIMA LÁZARO R.A 8108630 Portfólio do ciclo 2 de aprendizagem apresentado para a disciplina Atualidades em educação e diversidade, sob orientação das Professoras Ma. Eliana Aparecida Piza Candido e Dra. Ana Maria Tassinari. Salvador, outubro de 2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO 1 Atualidades em Educação e Diversidade – 2º Semestre 2020 Profa. Ma. Eliana Aparecida Piza Candido, Profa. Dra. Ana Maria Tassinari 1 Objetivos. Ler o texto: "Educação Intercultural" (consta no PEGE – páginas: 10 a 12) e avaliar como as diferenças culturais são trabalhadas na escola e na sala de aula, colocando suas considerações no Portfólio. 2 Cultura. Um dos pontos centrais para uma discussão mais ampla sobre uma educação intercultural é a definição do termo cultura. Ela é estudada por diversas áreas do conhecimento e cada disciplina à aborda de maneira distinta. Canedo (2009) afirma que a palavra cultura “também tem sido utilizada em diferentes campos semânticos em substituição a outros termos como “mentalidade”, “espírito”, “tradição” e “ideologia””. A dificuldade de enquadrar o termo se deve a transversalidade dele, pois este permeia diversas áreas do conhecimento e do cotidiano. É interessante para o desenvolvimento deste trabalho que seja apresentado algum arcabouço teórico sobre o uso da expressão. Canedo (2009) apresenta três entendimentos de cultura atuais. Primeiro, em um conceito mais alargado onde todos os indivíduos são produtores de cultura, que nada mais é do que o conjunto de significados e valores dos grupos humanos. Segundo, como as atividades artísticas e intelectuais com foco na produção, distribuição e consumo de bens e serviços que conformam o sistema da indústria cultural. Terceiro, como instrumento para o desenvolvimento político e social, onde o campo da cultura se confunde com o campo social. (CANEDO, 2009, p. 6) Essas três concepções entregam uma noção ampla de cultura e englobam boa parte dos usos da palavra. 3 Educação Intercultural. A sociedade contemporânea é caracterizada por heterogeneidades sejam elas de raça, de credo, de gênero, sociais etc. Se pensarmos na cultura como um “conjunto de significados e valore dos grupos humanos” (CANEDO, 2009, p. 6), esses elementos são a base da formação cultural de um determinado grupo social. A Pluralidade cultural refere-se à diversidade de características étnicas e culturais existentes em determinado território. Esta diversidade é determinante na formação de uma identidade de um povo através de suas manifestações artísticas, religiosas etc. Essa diversidade é transposta, em maior ou menor grau dependendo das circunstâncias, para a sala de aula. Este fato impõe as instituições responsáveis pela educação o desafio de contemplar a todos, sem subjugar ou inferiorizar determinado segmento da sociedade presente nos espaços de ensino. Olhando Brasil e sua dimensão continental, é razoável admitir que esta CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO 1 Atualidades em Educação e Diversidade – 2º Semestre 2020 Profa. Ma. Eliana Aparecida Piza Candido, Profa. Dra. Ana Maria Tassinari é uma questão muito complexa, pois o país tem uma grande diversidade de raças, credos, expressões artísticas e uma grande desigualdade social e, portanto, muito heterogêneo em sua identidade. Segundo Ramalho (2015) no Brasil ao longo da história “o contexto escolar criou uma cultura escolar padronizada, que enfatiza o processo de transferência de conhecimento, voltada para os brancos de classe média, considerados como uma cultura universal”. As instituições de ensino no país pouco trabalham a diversidade cultural, muito menos pensam em uma educação intercultural, e por isso há uma dificuldade de integração escola-comunidade, pois a escola é “pouco permeável ao contexto em que se insere aos universos culturais das crianças e jovens a que se dirige e a multiculturalidade das nossas sociedades” (RAMALHO, 2015, p. 31, apud CANDAU, 1998). Como a interculturalidade é levada à sala de aula em um país que foca a educação no conteúdo? Passos importantes para a promoção de uma educação diversificada culturalmente começaram a ser estabelecidos no final do século XX e início do século XXI. A Lei No. 10.639 de 9 de janeiro de 2003 foi aprovada e ela diz que “nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro- Brasileira” também instituiu no calendário escolar o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. Estabelecendo assim por força de Lei a apresentação da cultura negra na sala de aula, esta que durante toda a história da nação foi marginalizada. Este passo importante abriu os olhos da sociedade para olhar o seu entorno e valorizar as diversas culturas, e toda a bagagem que cada uma delas carrega consigo, existentes no país. Matérias como história, música, geografia, sociologia e humanas em geral, acabam por naturalmente abarcarem esta demanda por uma educação mais plural culturalmente, mas nada impede que outras disciplinas possam se valer de expressões culturais para apresentação de seus conteúdos. Um caso conhecido é do professor de química Silvio Predis que viralizou em um vídeo no Youtube (mais de quatro milhões de visualizações até a data de entrega deste trabalho) com o “Rap da Pilha”, mostrando que quando um conteúdo como eletroquímica associado a uma expressão cultural do jovem contemporâneo pode ser pop. Nos planejamentos acadêmicos cabe ao professor fazer escolhas com base no contexto sociocultural, histórico etc. diante da situação que ele irá encontrar. Um corte inicial interessante, feito por muitos, é trazer a pluralidade cultural local, fazendo com que os seus alunos se sintam empoderados, pois sua cultura, a história do seu povo e da sua raça esta presente em um espaço importante da sociedade, a sala de aula. É importante também trazer expressões culturais não locais para serem analisadas semelhanças e diferenças. Levar a sala CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO 1 Atualidades em Educação e Diversidade – 2º Semestre 2020 Profa. Ma. Eliana Aparecida Piza Candido, Profa. Dra. Ana Maria Tassinari um pouco da cultura de outros países, como a música japonesa e javanesa, por exemplo, que são baseados em outras sistemas de notas, e explorar essas diferenças. É fundamental perceber que os pontos colocados neste trabalho devem ser utilizados para somar na sala de aula e não substituir completamente o sistema predominante. Pois se assim fosse, possivelmente estar-se-ia limitando e não diversificando as abordagens interculturais na sala de aula. 4 Conclusão. Trabalhar com uma proposta de uma educação intercultural vai muito além de mostrar que existem diferentes culturas dentro de uma sociedade. Este fato é auto evidente, ainda mais em um país como o Brasil onde a raça, o credo e por vezes até a cor da camisa que se usa, evidencia a maneira de um indivíduo ver o mundo. O professor precisa entender que as diferenças existentes são as formadoras de costumes, ideias e hábitos dentro de uma sociedade e, portanto, é fundamental que tempo e energia sejam investidos para que os estudantes sejam conscientes dessa pluralidade e saibam conviver harmoniosamente com essas diferenças. 5 Referências. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Brasília, DF. Senado Federal. CANEDO,Daniele. "Cultura é o quê?": reflexões sobre o conceito de cultura e a atuação dos poderes públicos. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, 5., 2009, Salvador. Anais [...]. Salvador: Ufba, 2009. v. 1, p. 1-14. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19353.pdf. Acesso em: 29 set. PROFESSOR dando aula com Funk (Aula de Química - Rap da Pilha). Rio de Janeiro, 2013. (5 min.), color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=d- HIBS7jaaQ&feature=emb_logo. Acesso em: 29 set. 2020. RAMALHO, Lays da Silva. Diversidade cultural na escola. Diversidade e Educação, Rio Grande, v. 3, n. 6, p. 29-36, 2015. Semestral. Disponível em: https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/6376/4291. Acesso em: 01 out. 2020.
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